Cone aluvial (cone de dejecção)....................................................................................................................................................................................................Alluvial Fan
Cône de déjection / Cono aluvial (deyección) / Schwemmkegel / ³å»ýÉÈ / §¬§à§ß§å§ã §Ó§í§ß§à§ã§Ñ / Cono alluvionale
Lóbulo sedimentar, não-marinho, composto por uma massa rochosa heterogénea, relativamente pouco inclinado e depositado por uma torrente (especialmente em regiões semiáridas). Um cone aluvial deposita-se quando: (i) Uma corrente desemboca de um vale estreito a montante de um vale muito mais largo ; (ii) Uma corrente é tributária e desagua na corrente principal ; (iii) O constrangimento do vale desaparece de maneira abrupta ou (iv) O gradiente da corrente diminui rapidamente. Um cone aluvial é mais íngreme próximo da boca do vale; o seu ponto mais alto aponta rio acima e mergulha de maneira convexa para jusante, à medida que o gradiente diminui (AGI, 1999).
Ver: " Aluvial "
&
" Linha de Baía "
&
" Ambiente de Deposição "
Esta figura (a autoestrada dá a escala) do Vale Morto, perto de Badwater (EUA), ilustra, perfeitamente, um cone aluvial, o qual, como se pode constatar, é constituído por material sedimentar transportado pela água e depositado em forma de leque. Neste caso particular, os cones aluviais formaram-se na desembocadura de vales ou canhões continentais, que sobre certos aspectos, podem ser considerado como equivalentes de deltas. De maneira geral, os cones aluviais formam-se na base de componentes topográficos onde existe uma ruptura importante da inclinação do terreno. Isto, implica, naturalmente, que os sedimentos de maior tamanho se depositem no ápice do cone (a montante) e que os bordos sejam constituídos por material mais fino. Cones aluviais, como o ilustrado nesta fotografia, são típicos dos climas áridos ou semiáridos, mas não se pode dizer, que eles estejam restritos a estes tipos de clima. Os cones aluviais também se formam em climas húmidos, como os grandes cones aluviais do rio Koshi (Nepal). Com o tempo, um cone aluvial é, pouco a pouco, destruído pela erosão, a montante e jusante, e ela acabará por nivelar o terreno. Nos modelos geológicos da estratigrafia sequencial, os cones aluviais depositam-se a montante da linha de baía (limite entre os depósitos fluviais e continentais), isto é, onde as variações relativas do nível do mar não têm quase nenhum efeito na criação de espaço disponível para os sedimentos. Contudo, como para certos geocientistas, as variações do nível do mar controlam os perfiles de equilíbrio dos rios, indirectamente, elas exercem uma influência na evolução dos cones aluviais.
Cone de Dejecção Submarino.....................................................................................................Submarine fan, Submarine delta
Cône de déjection sous-marin / Cono de deyección submarino / Schwemmkegel U-Boot / ³å»ýÉÈDZͧ, º£µ×ÉÈ / §±§à§Õ§Ó§à§Õ§ß§í§Û §Ü§à§ß§å§ã §Ó§í§ß§à§ã§Ñ / Cono alluvionale sottomarino
Cone sedimentar, constituído por sedimentos provenientes do continente e depositados no fundo do mar, em água profunda, em geral, na base do talude continental. Morfologicamente, um cone de dejecção submarino é semelhante a um cone aluvial, mas o seu o ápice está localizado na boca de um canhão submarino que foi cavado no talude continental.
Ver: " Delta Submarino "
&
" Cone Submarino do Talude "
&
" Nível Baixo (do mar) "
Como ilustrado nesta figura, em geral, os canhões submarinos, com os quais cones de dejecção estão associados, têm perfis muito íngremes com paredes muito altas. Os desmoronamentos das paredes são frequentes. Ao longo dos canhões, a passagem, para a planície abissal, de correntes de turbidez (correntes-mãe dos depósitos turbidíticos) é muito frequente. Quando uma corrente de turbidez atinge a base de um canhão submarino, a ruptura do gradiente e o confinamento da corrente provocam o depósito do material transportado (quer em tracção quer em suspensão). As partículas mais finas são depositadas mais longe, à medida que a corrente de turbidez desacelera. Assim, os sedimentos que formam um cone de dejecção submarino depositam-se em sucessivos lóbulos arenosos, dentro dos quais o material mais grosseiro se deposita na base e o material mais fino no topo. Nos cones de dejecção submarinos formam-se vales, em geral, pouco profundos, mas com diques marginais naturais, que permitem a passagem das correntes mais recentes. Para jusante, os vales ramificam-se em canais distributivos submarinos, os quais servem para distribuir os sedimentos da corrente de turbidez por todo o cone. As migrações laterais dos canais distributivos são muito frequentes. Os cones de dejecção submarinos podem coalescer lateralmente e formar a parte inferior do sopé continental. Os cones de dejecção submarinos podem formar-se quer em condições geológicas de nível alto do mar, devido a uma instabilidade do rebordo da bacia, inundações e cheias dos rios, quer em condições geológicas de nível baixo, quando nível do mar está mais baixo que o rebordo da bacia (quando a bacia não tem plataforma continental). A formação dos cones de dejecção submarinos não necessita um aumento do espaço disponível (acomodação) para os sedimentos (subida relativa do nível do mar), uma vez que o ambiente sedimentar no qual eles se depositam tem uma lâmina de água muito grande.
Cone Fluvioglaciar ............................................................................................................................................................................................................................Outwash
Cône fluvio-glaciaire / Cono fluvio-glaciar / Cone glaziofluviale / ×¶±ùË® / §¶§Ý§ð§Ó§Ú§à§Ô§Ý§ñ§è§Ú§Ñ§Ý§î§ß§í§Û §Ü§à§ß§å§ã §Ó§í§ß§à§ã§Ñ / Cono fluvioglaciali, Dilavamento glaciale
Cone sedimentar, formado por camadas de areia, areão e cascalho, depositado em associação com a água de fusão de um glaciar. Os termos fluvial e fluvioglaciar são frequentemente permutáveis. Durante as glaciações do Quaternário, quando o nível do mar era cerca de uma centena de metros mais baixo do que actualmente, havia muita água retida nos glaciares. Quando começou o degelo, criaram-se correntes que transportaram para jusante os sedimentos retidos, previamente, no glaciar. São estes sedimentos que se vão depositar, mais tarde, sob a forma de cones fluvioglaciares.
Ver: " Glaciar "
&
" Campo de Neve "
&
" Moreia "
Os cones fluvioglaciares são os depósitos glaciares de maiores dimensões. São eles que fornecem a maior quantidade de material para ser transportado pelo vento. Um cone fluvioglaciar é caracterizado por: (i) Sedimentos depositados pela água de fusão de um glaciar ; (ii) Camadas, mais ou menos, estratificadas de areia, cascalho e partículas mais finas, como limo e argila ; (iii) Uma sedimentação pró-glaciar e glaciar (em contacto com o gelo) e (iv) Planícies fluvioglaciares, eskers (longas e estreitas rides de areia e cascalho mais ou menos estratificadas), kames (montes baixos irregulares, isolados ou não, formados de areia ou cascalho estratificado), deltas, etc. Junto do glaciar, a espessura de um cone fluvioglaciar pode ser superior a 100 metros, enquanto que a sua extensão pode atingir mais de 1000 quilómetros. Os cones fluvioglaciares induzidos pelo degelo da glaciação Würm (entre 1,6 Ma e 10 ka) têm uma extensão superior a 1100 km. Nas regiões montanhosas, os cones fluvioglaciares são alongados e os depósitos são, mais ou menos, planares (chamados cortejos do vale). Ao contrário, nas regiões pouco acidentadas, os cones fluvioglaciares formam larga planícies, chamadas planícies fluvioglaciares. Os cones fluvioglaciares podem ser escavados por marmitas de erosão ou dissecados por correntes de degelo. Nas planícies glaciares, onde as correntes entrelaçadas (ou anastomosadas) são predominantes, os depósitos com sedimentação entrecruzada e granulometria variadas são muito frequentes. Em geral, um talude suave permite, que o material mais grosseiro se deposite perto do glaciar e que o material mais fino seja transportado mais para jusante. Os calhaus estriados são relativamente raros, uma vez que as estrias são desgastadas durante o transporte.
Cone Submarino de Bacia.......................................................................................................................................................................Basin Floor Fan
Cône sous-marin de bassin / Cono submarino de cuenca / Beckenboden Fan, Cone U Boot - Becken / ×¶º£µ×ÅèµØ / §¥§à§ß§ß§í§Û §Ü§à§ß§å§ã §Ó§í§ß§à§ã§Ñ §Ò§Ñ§ã§ã§Ö§Û§ß§Ñ / Cono sottomarino di bacino
Depósitos turbidíticos localizados nas partes profundas de uma bacia sedimentar. Os cones submarinos de bacia são, facilmente, reconhecidos não só pela sua posição estratigráfica, mas, igualmente, pela sua geometria sub-horizontal. Nos registos eléctricos, os cones submarinos de bacia têm, em geral, uma morfologia cilíndrica com os limites superior e inferior abruptos.
Ver: " Turbidito "
&
" Descida Relativa (do nível do mar) "
&
“ Cone Submarino do Talude ”
E. Mutti (1985) propôs um modelo geológico para certos lóbulos turbidíticos (submarinos) de bacia um pouco diferente do modelo proposto por P. Vail (1977). No modelo de Mutti, como ilustrado nesta figura, os cones turbidíticos da bacia podem depositar-se durante períodos geológicos de nível alto (do mar) em associação com rupturas por deslizamento, produzidas na parte superior do talude continental, mas, também, durante períodos geológicos de nível baixo (nível do mar mais baixo do que a antigo rebordo da bacia). Para Vail, os cones submarinos da bacia depositam-se, unicamente, durante condições geológicas de nível baixo. Para Mutti, quando uma ruptura, por deslizamento, do rebordo da bacia afecta uma grande quantidade de material, as correntes de turbidez, assim criadas, são muito competentes (transportam muito material) e viajam através do talude continental sem deposição significativa. Unicamente, depósitos residuais grosseiros se depositam nas anomalias batimétricas negativas (produzidas por erosão submarina do talude continental) por decantação diferencial. A grande maioria dos sedimentos deposita-se na planície abissal sob a forma de espessos e estratificados lóbulos, chamados cones submarinos de bacia. Como esquematizado acima, nas secções geológicas ou nas linhas sísmicas longitudinais regionais, os cones submarinos de bacia repousam por biséis de agradação marinhos contra uma paraconformidade que, em geral, correlaciona, a montante, com a discordância basal de um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência. Uma discordância, para Vail é sempre induzida por uma descida relativa do nível do mar significativa, quer isto dizer, que ela põe o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia do ciclo estratigráfico precedente, o que não é sempre o caso no modelo de Mutti. Os cones submarinos de bacia (tipo I de Mutti) podem estar desconectados dos depósitos de talude continental e, particularmente, dos cones submarinos de talude (tipo II de Mutti).
Cone Submarino de Talude....................................................................................................................................................................................Slope Fan
Cône sous-marin de talus / Cono submarino de talud / Submarine Kegel Hang, Hang Fan / DZͧ׶ÆÂ / §±§à§Õ§Ó§à§Õ§ß§í§Û §Ü§à§ß§å§ã §Ó§í§ß§à§ã§Ñ §ã§Ü§Ý§à§ß§Ñ / Cono sottomarino di scarpata continentale
Depósitos turbidíticos dentro do ciclo-sequência localizados na parte inferior do talude continental por cima dos lóbulos turbidíticos de bacia e debaixo do prisma de nível baixo (quando o ciclo-sequência é completo). Diversos sistemas de depósito podem reconhecer-se nos cones submarinos de talude: (i) Avental ; (ii) Depósitos de Transbordo ; (iii) Canais ou Depressões Submarinas ; (iv) Rochas argilosas de Abandono; (v) Envelope Pelágico e (vi) Diques Marginais Naturais.
Ver: " Turbidito "
&
" Descida Relativa (do nível do mar) "
&
“ Cone Submarino da Bacia ”
Esta figura ilustra uma tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Namíbia, na qual um ciclo-sequência incompleto (os cortejos de nível alto, i.e., o cortejo transgressivo, CT, e o prisma de nível alto, PNA não se depositaram). Em contrapartida, todos os membros do cortejo de nível baixo (CNB) estão representados, quer isto dizer que: (i) Os Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (ii) Os Cones Submarinos de Talude (CST) e (iii) O Prisma de Nível Baixo (PNB), estão presentes. As discordâncias que limitam, este ciclo estratigráfico, dito ciclo-sequência, reconhecem-se, facilmente, pelas relações geométricas entre os reflectores, terminações dos reflectores e preenchimentos de vales cavados. Os vales cavados estão localizados próximo do rebordo da bacia definido ao nível das discordâncias, as quais foram induzidas por descidas relativas do nível do mar significativas. O membro médio do cortejo de nível baixo (CNB), isto é, os cones submarinos de talude (CST) estão sublinhados, nesta tentativa de interpretação, por uma cor violeta. Estes cones submarinos marcam um período de erosão e, provavelmente, também de colapso do rebordo da bacia. Na realidade, a subsidência (tectónica) combinada com a eustasia (variações globais do nível do mar) criaram uma descida relativa do nível do mar, que exumou a antiga plataforma continental (a bacia pode não ter plataforma) transformando-a numa planície costeira uma vez que o nível do mar ficou mais baixo do que o antigo rebordo da bacia. Nestas condições, os sedimentos são transportados por correntes de turbidez para as partes profunda bacia formando cones submarinos de bacia (CSB), que são, rapidamente (tempo geológico), fossilizados por cones submarinos de talude (CST), desde que o o nível relativo do mar se estabilizou ou começou a subir.
Configuração Clinoforma Mamelonada............................................................................Hummocky Clinoform Configuration
Configuration clinoforme mamelonnée / Configuración clinoforme mamelonada / Hügelige clinoform Konfiguration / Çð×´clinoformÅäÖà / §¬§Ý§Ú§ß§à§æ§à§â§Þ§ß§í§Û §ç§à§Ý§Þ§Ú§ã§ä§í§Û §â§Ö§Ý§î§Ö§æ / Configurazione clinoforme pustolosa (ruvida), Configurazione clinoforme hummocky
Conjunto de reflectores sísmicos, mais ou menos, descontínuos e ondulados, frequentemente, com inclinação oposta, interpretados, muitas vezes, como estratos associados a depósitos turbidíticos, geralmente de talude (preenchimento de canais canais, depressões e diques marginais naturais).
Ver: " Configuração dos Estratos ”
&
“ Configuração dos Reflectores ”
&
“ Cone Submarino do Talude ”
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore convencional do Camarão, o espesso intervalo sedimentar, entre 1,8 e 3,1 segundos (t.w.t.), tem uma configuração interna mamelonada. Ao contrário dos intervalos que o limitam, e cujas configurações internas são, mais ou menos paralelas, os reflectores sísmicos dentro deste intervalo inclinam quer para o Norte quer para o Sul de uma maneira que, à primeira vista, parece caótica. Nos anos 70, a grande maioria dos geocientistas das companhias petrolíferas, que trabalharam nesta área e que procuravam sobretudo armadilhas anticlinais, interpretaram, por vezes, as clinoformas com vergência oposta deste tipo de configuração como anticlinais. As estruturas definidas por estes reflectores não podem ser explicadas pela tectónica (extensiva ou compressiva), o que quer dizer que os sedimentos não foram nem encurtados nem alargados. Existe unicamente um modelo estratigráfico que as pode explicar, isto é, o sistema de deposição dos turbiditos de talude. Quando uma descida relativa do nível do mar ocorre, os biséis de agradação costeiros são deslocados para o mar e para baixo (agradação negativa) e a antiga plataforma continental (se ela existir) é exumada e exposta aos agentes da erosão. A linha da costa desloca-se para o mar. Durante a descida relativa formam-se correntes de turbidez que transportam um grande número de sedimentos para as partes mais profundas da bacia onde não existe, evidentemente, nenhum problema de acomodação (espaço disponível para os sedimentos). Desde que as correntes perdem velocidade, uma parte dos sedimentos transportados deposita-se em dois diques marginais naturais e a outra parte (mais fina) é transportada mais para jusante pela corrente que passa entre os dois lóbulos. As próximas correntes de turbidez vão utilizar a depressão entre os diques marginais naturais já depositados ao mesmo tempo que depositam outros por cima dos precedentes, etc. É esta geometria de deposição que num corte geológico ou linha sísmica, perpendicular à direcção regional do aporte terrígeno, cria uma configuração clinoforma mamelonada.
Configuração Convergente (reflectores)....................................................................................Convergent Reflection Configuration
Configuration convergente / Configuración convergente / Konvergente Reflexion Konfiguration / ÊÕÁ²·´ÉäÅäÖà / §³§ç§Ö§Þ§Ñ §ã§ç§à§Õ§ñ§ë§Ú§ç§ã§ñ §à§ä§â§Ñ§Ø§Ö§ß§Ú§Û / Configurazione convergente (riflessioni)
Conjunto de reflectores sísmicos, interpretados como estratos, que convergem se em direcção da bacia. Este tipo de geometria pode desenvolver-se em qualquer lugar dentro de um ciclo-sequência. Esta configuração não deve ser confundida com a terminação dos biséis de agradação ao longo de uma discordância.
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
" Subsidência Compensatória "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore profundo de Angola, onde a tectónica salífera (halocinese) é muito intensa, os intervalos sedimentares com uma configuração interna convergente são predominantes. A convergência dos reflectores, dentro de um intervalo sedimentar, em direcção ao mar implica, necessariamente, uma divergência em direcção do continente. Assim, é importante precisar a direcção da convergência. Nesta tentativa de interpretação, a convergência dos reflectores sísmicos, os quais correspondem a linhas cronostratigráficas (planos de estratificação ou interfaces entre pacotes de camadas) é, praticamente, sempre em direcção de domas salíferos de segunda geração. Com efeito, acima do limite das bacias de tipo-rifte (visíveis na parte inferior da interpretação), isto é, acima da discordância associada à ruptura da litosfera do Gondwana, que aqui é sublinhada pela base do intervalo amarelo (parte inferior direita), depositou-se um intervalo evaporítico, relativamente, espesso. Este intervalo, sob a acção do seu próprio peso e do peso dos sedimentos sobrejacentes, desestabilizou-se e escoou-se, pouco a pouco, lateral e verticalmente. O escoamento lateral do sal induziu uma subsidência compensatória. Nas áreas em que a espessura do sal diminuiu, devido ao escoamento, ela criou, localmente, mais espaço disponível para os sedimentos, o qual quando preenchido, aumenta, localmente, a espessura do intervalo sedimentar e, naturalmente, produz uma configuração interna convergente em direcção da área em que a espessura do sal se manteve, mais ou menos, constante. Da mesma maneira, pode dizer-se, que a configuração interna do intervalo é divergente em direcção da área em que a espessura do sal diminuiu. Estas configurações internas existem sempre nos intervalos que preenchem as bacias induzidas pela evacuação do sal (minibacias), as quais são limitadas, a toda a sua volta, por estrutura salíferas, como ilustrado na parte superior esquerda desta tentativa de interpretação.
Configuração dos Estratos...................................................................................................................................................................Stratal Patterns
Configuration des strates / Configuración de los estratos / Konfiguration der Schichten / µØ²ãµÄÅäÖà / §³§ç§Ö§Þ§Ñ §á§Ý§Ñ§ã§ä§à§Ó / Configurazione di strati
Geometria dos estratos dentro de uma dada unidade estratigráfica. A configuração traduz os processos de depósito e deformações tectónicas tardias. É importante distinguir a geometria sedimentar (configuração interna) da terminação dos estratos. A primeira permite interpretar os ambientes geológicos, a segunda permite definir as discordâncias.
Ver: " Configuração dos Reflectores ”
&
" Linha Sísmica "
&
" Ambiente Sedimentar "
A maioria das configurações geométricas dos estratos (ou das reflexões cronostratigráficas) está ilustrada neste esquema, no qual dois ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência (incompletos) estão representados. O ciclo-sequência inferior é constituído pelos cortejos sedimentares de nível alto, i.e., o cortejo transgressivo (CT) e prisma de nível alto (PNA), enquanto que o ciclo-sequência superior é constituído pelo cortejo de nível baixo (CNB), com os seus três membros: (i) Cones submarinos de bacia (CSB) ; (ii) Cones submarinos de talude (CST) e (iii) Prisma de nível baixo (PNB) e pelo cortejo transgressivo (CT). O ciclo-sequência inferior mostra de maneira clara que uma transgressão está associada a uma retrogradação, enquanto que uma regressão está associada a uma progradação. Por outro lado, o ciclo superior, sugere que: (a) O lóbulo turbidítico que corresponde aos cones submarinos de bacia tem, em geral, uma configuração interna paralela ; (b) Os diques marginais naturais, que fazem parte dos cones submarinos de talude, têm uma configuração mamelonada ; (c) O prisma de nível baixo, que por definição é progradante, fossiliza a discordância basal do ciclo e preenche os canhões associados directa ou indirectamente à discordância (superfície de erosão) ; (d) Depósitos de deslizamento podem encontra-se na base do talude continental, definido pelo prisma de nível baixo ; (e) Os vales cavados criados pela descida relativa do nível do mar, responsável pela superfície de erosão que criou a discordância (limite do ciclo-sequência), foram preenchidos pelos sedimentos da parte superior do prima de nível baixo ; (f) O cortejo transgressivo implica uma retrogradação da ruptura costeira da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa e (g) Progradações sigmoidais são, sobretudo, frequentes nos cortejos progradantes, isto é, nos prisma de nível baixo e alto, enquanto que nos cones submarinos de talude as progradações complexas, com polaridade oposta, são, quase sempre, preponderantes.
Configuração em Montículos (reflectores)..............................................................................................Mound Reflection Configuration
Configuration emonticulaire / Configuración monticular / Mound Reflexion Konfiguration, Buckelschicht Konfiguration (Reflektoren) / Çð·´ÉäÅäÖà / §³§ç§Ö§Þ§Ñ §ç§à§Ý§Þ§Ú§ã§ä§í§ç §à§ä§â§Ñ§Ø§Ö§ß§Ú§Û / Configurazione in pali ammucchiati (riflettori)
Conjunto de reflectores sísmicos, interpretados como estratos, que formam anomalias topográficas ou protuberâncias sedimentares em forma de montículo, acima do nível de base. Esta geometria é típica das construções orgânicas (recifes, por exemplo) e vulcânicas e pode, igualmente. ser encontrada em associação com os cortejos sedimentares turbidíticos.
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
" Recife "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Indonésia (offshore Este da ilha de Natuna), anomalias sedimentares com uma geometria monticular são, perfeitamente, visíveis no topo de um intervalo transgressivo. Esta tentativa de interpretação sugere, fortemente, que a área onde a linha sísmica foi tirada pertence a uma bacia sedimentar localizada atrás de um arco vulcânico, isto é, dentro da megassutura Meso-Cenozóica. Na realidade, a fase de rifting (extensão), desenvolvida em associação com uma regime tectónico extensivo, está representada, aqui, por falhas normais contemporâneas do depósito dos sedimentos que preenchem as bacias de tipo-rifte, as quais se desenvolveram sobre um substrato paleozóico (cadeia de montanhas). Por cima desta fase de rifting (alongamento) e, provavelmente, em associação com uma subsidência térmica, formou-se uma bacia cratónica (fase de abatimento) que é constituída por um intervalo sedimentar transgressivo caracterizado por uma configuração interna paralela, a qual traduz uma agradação predominante em relação à progradação e que está associada a uma subida relativa do nível do mar em aceleração. Por cima desta bacia e depois da ruptura la litosfera depositou-se uma margem divergente não-Atlântica (margem desenvolvida num contexto globalmente compressivo). Esta margem é caracterizada por uma configuração interna divergente em direcção da parte profunda da bacia, isto é, a progradação é mais importante do que a agradação (subida do nível do mar, provavelmente, em desaceleração). As anomalias sedimentares carbonatadas em forma de montículo, que se desenvolveram-se no topo da bacia cratónica, isto é, quando a plataforma continental era muito extensa e a lâmina de água relativamente pequena, sugerem que, a partir de certa altura, a taxa de subida relativa do nível do mar era, mais ou menos, compensada pela taxa das construções orgânicas, o que permitiu uma estabilidade da profundidade de água e, assim, a formação de recifes.
Configuração Oblíqua (reflectores).................................................................................................................Oblique Reflection Configuration
Configuration oblique / Configuración oblícua / Oblique Reflexion Konfiguration / б·´Éä½á¹¹ / §³§ç§Ö§Þ§Ñ §ß§Ñ§Ü§Ý§à§ß§ß§í§ç §à§ä§â§Ñ§Ø§Ö§ß§Ú§Û / Configurazione obliquo (riflessioni)
Neste padrão, os reflectores sísmicos ou os estratos associados, têm uma inclinação, em geral, para jusante a qual muitas vezes é decrescente para a base (configuração oblíqua / tangente).
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
“ Regressão ”
Com sugerido nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore Oeste da Austrália, os intervalos sedimentares com uma configuração interna oblíqua, correspondem a progradações de taludes continentais. Função da escala, os taludes podem ser continentais, como neste caso, ou deltaicos quando a altura das progradações não ultrapassa os 50-60 m. Não esqueça que existem falsas configurações oblíquas. Se a parte superior de um intervalo com uma configuração sigmóide, isto é, com agradação (deposição vertical) e progradação (deposição lateral) for erodida, as terminações superiores dos reflectores deixam de ser biséis somitais (por deposição), mas sim biséis superiores por erosão e a configuração interna torna-se, aparentemente, oblíqua. Quando se interpreta, em termos geológicos, uma configuração interna, esta tem que ser original (configuração contemporânea da deposição) e não resultante da tectónica ou erosão. Nesta tentativa de interpretação, se o intervalo progradante indicado pela grande flecha, for interpretado como tendo uma configuração oblíqua original ou sigmóide, na qual os biséis de somitais (de deposição) foram erodidos, as interpretações implicam histórias geológicas diferentes. No primeiro caso, o intervalo depositou-se durante um período de estabilização relativa do nível do mar (sem criação de espaço disponível) e o material transportado foi obrigado a depositar-se no talude continental antes que uma subida relativa do nível do mar depositasse o intervalo transgressivo que o fossilizou. No segundo caso, a história geológica pode resumir-se da seguinte maneira: (i) Em associação com subidas relativas do nível do mar (em desaceleração) depositou-se um intervalo caracterizado por uma configuração interna sigmóide (deposição vertical e lateral) ; (ii) Depois, uma descida relativa do nível do mar deslocou para jusante e para baixo os biséis de agradação costeiros exumando a plataforma (se esta existir) e a planície costeira, as quais foram, parcialmente, erodidas criando uma discordância ; (iii) Finalmente, uma nova subida relativa do nível do mar inundou a planície costeira o que permitiu o depósito de um intervalo transgressivo.
Configuração Oblíqua-Paralela (reflectores).......................................................................................Oblique Parallel Configuration
Configuration oblique-parallèle / Configuración oblícua-paralela / Oblique parallelen Konfiguration / бƽÐÐÅäÖà / §³§ç§Ö§Þ§Ñ §ß§Ñ§Ü§Ý§à§ß§ß§à-§á§Ñ§â§Ñ§Ý§Ý§Ö§Ý§î§ß§í§ç §à§ä§â§Ñ§Ø§Ö§ß§Ú§Û / Configurazione obliquo-parallelo (riflettori)
Conjunto de reflectores sísmicos com um padrão paralelo / oblíquo. Em outros termos, conjunto no qual, os reflectores ou estratos, mais ou menos paralelos, terminam a jusante com uma inclinação, relativamente, importante.
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
" Barra de Meandro (modelo)"
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Golfo do México, o intervalo interpretado como uma barra de meandro tem uma configuração interna oblíqua / paralela. As terminações superiores dos reflectores são biséis somitais (sem-deposição) e as terminações inferiores são biséis de progradação. Além disso, os reflectores são paralelos entre si e nenhuma agradação significativa é visível (toda a deposição se fez lateralmente em direcção do banco côncavo do meandro). A configuração interna da barra de meandro contrasta com as diferentes geometrias dos tampões argilosos, os quais correspondem aos preenchimentos sucessivos do canal fluvial durante períodos de abandono. A história geológica deduzida desta tentativa pode resumir-se da seguinte maneira: (i) Uma descida relativa do nível do mar significativa, deslocou, para o mar e para baixo, os biséis de agradação costeira, o que exumou a antiga plataforma continental (se esta existir) e levantou (relativamente ao nível do mar) a planície costeira ; (ii) O perfil de equilíbrio provisório dos rios foi rompido, o que os obrigou a escavar mais os seus leitos para estabelecerem um novo equilíbrio provisório ; (iii) Os terrenos exumados sob a acção dos agentes da erosão foram parcialmente erodidos criando uma discordância, que mais tarde, foi fossilizada quando o nível relativo do mar subiu ; (iv) A montante da ruptura da superfície de deposição, a qual corresponde, aproximadamente, à linha da costa, e particularmente na planície costeira, os rios, que perderam muita competência e capacidade, escoam-se em direcção da linha da costa por meandros mais ou menos apertados ; (v) A superfície de erosão da base dos meandros pode corresponder, indirectamente, a discordância criada pela descida relativa do mar ; (vi) Na parte convexa do meandro, onde a velocidade é mais pequena, os escoamentos secundários transportam os sedimentos por tracção e saltação, depositam-os formando uma barra de meandro, que é principalmente constituída por progradações oblíquas paralelas. Não esqueça que a escala vertical é em décimas de segundo.
Configuração Oblíqua-Tangente...........................................................................................................Tangential Parallel Configuration
Configuration oblique-tangente / Configuración oblícua-tangente / Tangentiale schräge Konfiguration / ÇÐÏßбÅäÖà / §¯§Ñ§Ü§Ý§à§ß§ß§à-§Ü§Ñ§ã§Ñ§ä§Ö§Ý§î§ß§Ñ§ñ §Ü§à§ß§æ§Ú§Ô§å§â§Ñ§è§Ú§ñ / Configurazione obliquo-tangente
Neste padrão, os reflectores sísmicos ou os estratos associados têm uma inclinação decrescente para a base.
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
“ Regressão ”
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore convencional do Camarão (lâmina de água inferior a 200 metros), os intervalos superiores, indicados pelas flechas, exibem, em certas partes, uma configuração interna oblíqua tangente. Esta configuração é muita mais bem marcada no intervalo sul (laranja escuro) do que no intervalo norte. Dentro de cada um destes intervalos existem progradações oblíquas paralelas e no intervalo norte, existe mesmo uma progradação sigmóide. A diferenciação entre todos estes tipos de progradações que, teoricamente, definem a configuração interna de um intervalo sedimentar, pode fazer-se da seguinte maneira : (i) Numa progradação sigmóide, existem três segmentos (segmento horizontal superior, segmento inclinado para o mar e segmento horizontal inferior), uma vez que existe agradação (deposição vertical) e progradação (deposição lateral) ; (ii) Numa progradação oblíqua paralela, existe unicamente o segmento inclinado para o mar, uma vez que só existe deposição lateral, isto é, progradação ; (iii) Numa progradação oblíqua tangente, existem, unicamente, os dois segmentos inferiores, quer isto dizer, o segmento inclinado para o mar (talude continental neste exemplo) e o segmento horizontal inferior, uma vez que existe deposição lateral (progradação) e vertical (agradação, por vezes, depósitos turbidíticos) na base da progradação. Em termos de estratigrafia sequencial, pode dizer-se que uma progradação sigmóide é limitada, no topo, por biséis somitais (ou superiores) de deposição e, na base, por biséis de progradação ou biséis de progradação falsos, enquanto que uma progradação oblíqua paralela é limitada, no topo, por biséis de somitais por deposição ou por truncatura, e na base, por biséis de progradação. Uma progradação oblíqua tangente é limitada, no topo, por biséis de somitais por sem-deposição ou por erosão e, na base, por biséis de progradação falsos, quer isto dizer, que os reflectores ou os estratos, na base, horizontalizam-se e continuam como unidades estratigráficas independentes que, muitas vezes, são tão pouco espessa que não se reconhecem nas linhas sísmica (quando a espessura é inferior a resolução sísmica, a qual varia, em geral, varia entre 20 e 40 metros).
Configuração Paralela....................................................................................................................................................................Parallel Configuration
Configuration parallèle / Configuración paralela / Parallele Konfiguration / ²¢ÐÐÅäÖà / §±§Ñ§â§Ñ§Ý§Ý§Ö§Ý§î§ß§Ñ§ñ §Ü§à§ß§æ§Ú§Ô§å§â§Ñ§è§Ú§ñ / Configurazione parallelo
Conjunto de reflectores sísmicos interpretados como estratos depositados paralelamente (as relações geométricas são determinadas no momento de depósito, isto é, antes dos sedimentos serem, eventualmente, deformados).
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
" Abissal "
No campo ou numa linha sísmica, uma configuração paralela tem que ser observada em todas as direcções. Por outro lado, ela é sempre referenciada ao momento de deposição. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore profundo do mar das Caraíbas, o intervalo sedimentar mais recente tem uma configuração interna paralela, que se reconhece-se também na linha sísmica perpendicular. Este intervalo repousa em discordância (os biséis de agradação são, perfeitamente, visíveis) sobre um intervalo que, também, tem uma configuração interna paralela. Por sua vez, este intervalo repousa sobre um substrato (deformado pela tectónica), que também exibe uma configuração interna paralela. Uma linha cronostratigráfica é, em geral, constituída por três segmentos: (i) Segmento Horizontal Superior ; (ii) Segmento Inclinado para o mar e (iii) Segmento Horizontal Inferior. O segmento horizontal superior representa sedimentos depositados em água pouco profunda (em geral sedimentos de plataforma). O segmento inclinado para o mar representa sedimentos de talude deltaico ou continental, função da escala (não confunda o talude de um delta, entre 20 e 50 m, com o talude de um edifício deltaico, que é um talude continental). O segmento horizontal inferior representa sedimentos depositados em água profunda. Nesta tentativa de interpretação, é evidente que o primeiro intervalo (mais recente), é formado por depósitos de água profunda (pelágicos ou turbidíticos). Ao contrário, é provável que o intervalo mais antigo, que foi encurtado (dobrado e falhado por falhas inversas) corresponda a depósitos de plataforma (água pouco profunda). O intervalo intermediário, que tem uma configuração paralela e que, também, foi ligeiramente encurtado, é constituído por sedimentos que se depositaram em água profunda. Assim, existe uma discordância (reforçada pela tectónica) entre o intervalo mais antigo e o intermediário. A discordância entre este e o mais recente (também reforçada pela tectónica), sugere que a fase tectónica compressiva esteve activa até ao início de depósito recente.
Configuração de Preenchimento............................................................................Fill Seismic Reflection Configuration
Configuration de remplissage / Configuración de relleno / Füllen Sie reflexionsseismischen Konfiguration / ÌîдµØÕð·´Éä½á¹¹ / §¬§Ñ§â§ä§Ú§ß§Ñ §à§ã§Ñ§Õ§à§é§ß§à§Ô§à §Ù§Ñ§á§à§Ý§ß§Ö§ß§Ú§ñ §ß§Ñ §â§Ñ§Ù§â§Ö§Ù§Ñ§ç §®§°§£ / Configurazione di riempimento (riflettori)
Conjunto de reflectores sísmicos, interpretados como estratos, que preenchem anomalias topográficas negativas dos estratos subjacentes. Os reflectores subjacentes podem ser truncados ou concordantes com o preenchimento, o qual pode ser classificado em relação aos estratos subjacentes ou em relação à sua própria geometria (configuração interna).
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
" Vale Cavado (inciso) "
Nesta tentativa de interpretação geológica de um detalhe de uma linha sísmica do offshore Norte de Angola (bacia do Congo), os preenchimento das anomalias de erosão criadas por antigos canhões submarinos (provavelmente associado ao actual canhão do Congo) são muito bem visíveis. Os sucessivos biséis de agradação, segundo a direcção NO-SE, que fossilizam as superfícies de erosão são evidentes. Estes biséis, numa primeira fase, têm que ser considerados como aparentes, pois nada diz que eles existem na direcção perpendicular. Na linha sísmica, cuja direcção é NO-SE, isto é quase perpendicular à linha da costa, a configuração interna dos preenchimentos é, aparentemente, divergente em direcção à parte central das anomalias. Todavia, as relações geométricas e a configuração interna dos preenchimentos observadas nesta linha não se verificam nas linhas perpendiculares, as quais são, praticamente, paralelas ao aporte terrígeno. Nas linhas paralelas ao aporte terrígeno, é fácil de constatar que as terminações inferiores dos reflectores sísmicos, que preenchem as anomalias, são biséis de progradação, o que quer dizer, que as relações geométricas sugeridas nesta tentativa de interpretação não são reais, mas aparentes. Da mesma maneira, a configuração interna divergente é também aparente, uma vez que segundo a direcção do transporte sedimentar (ao longo da qual as relações geométricas entre os reflectores são verdadeiras) a configuração interna dos preenchimentos é, praticamente, paralela. Uma tal configuração sugere que o preenchimento se fez em retrogradação, isto é, de baixo para cima e para trás, por biséis de agradação, à medida que o talude continental era fossilizado quer pelos depósitos de nível baixo, quer pelos depósitos de alto nível ou, em outros termos, quer por biséis de agradação marinhos, quer por biséis de agradação costeiros. A posição dos canhões submarinos parece ter sido, pelo menos parcialmente, induzidos por uma tectónica en extensão.
Configuração Progradante........................................................................................................................Progradational Configuration
Configuration progradante / Configuración progradante / Progradierender Konfiguration / progradational ÅäÖà / §±§â§à§Ô§â§Ñ§Õ§Ñ§è§Ú§à§ß§ß§Ñ§ñ §Ü§à§ß§æ§Ú§Ô§å§â§Ñ§è§Ú§ñ / Configurazione progradazionale
Conjunto de reflectores sísmicos interpretados como estratos com uma geometria progradante, por vezes, associada a intervalos regressivos.
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
" Subciclo de Invasão Continental "
Uma configuração progradante é uma expressão muito geral na medida em que uma configuração oblíqua, sigmoidal, oblíqua tangencial, etc., são todas progradantes, quer isto dizer, que a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição se desloca para o mar, quer para cima com uma agradação positiva, quer para baixo com uma agradação negativa. Nos intervalos progradantes regressivos (bacia sem plataforma), a ruptura costeira da superfície de deposição corresponde, praticamente, ao rebordo da bacia. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore Oeste da Austrália, seis intervalos progradantes, separados por discordâncias principais (descidas relativas do nível do mar) foram reconhecidas acima de um substrato, que exibe uma configuração interna paralela. Estes intervalos progradantes correspondem, provavelmente, a subciclos de invasão continental depositados durante ciclos eustáticos de 2a ordem (tempo de duração entre 3-5 e 50 My). Isto quer dizer, que dentro de cada um destes intervalos, existe uma ou várias descidas relativas do nível do mar que obrigaram os biséis de agradação costeiros a deslocarem-se para o mar. Dentro destes subciclos de invasão continental existe uma ou várias discordâncias e por conseguinte um ou vários ciclos estratigráficos de ordem inferior (ciclos-sequência). De maneira geral, os reflectores sísmicos visíveis dentro destes intervalos correspondem a progradações sigmóides, uma vez que os três segmentos que as formam são bem representados. O segmento horizontal superior representa depósitos de água pouco profunda, (depósitos de plataforma). O segmento inclinado para o mar corresponde a depósitos de talude (talude continental, tendo em linha de conta a escala vertical da linha sísmica). O segmento horizontal inferior corresponde a depósitos de água profunda que podem ser de origem turbidítica ou pelágicos. Entre em linha de conta, em particular nos três intervalos superiores, com o artefacto introduzido pela abrupta variação da lâmina de água (passagem da plataforma ao talude continental). Nestes intervalos, a geometria sigmóide dos reflectores é aparente e induzida por uma variação lateral de velocidade.
Configuração dos Reflectores............................................................................................................................Reflection Configuration
Configuration des réflecteurs / Configuración de los reflectores / Reflections Konfiguration / ·´Ë¼ÅäÖà / §²§Ú§ã§å§ß§à§Ü §ß§Ñ §â§Ñ§Ù§â§Ö§Ù§Ñ§ç MOB / Configurazione di riflessioni
Relações geométricas entre os reflectores sísmicos, interpretados como estratos ou grupos de estratos responsáveis das reflexões. A geometria dos reflectores sísmicos pode ser muito variada. Os tipos mais frequentemente encontrados nas linhas sísmicas são :
1) Convergente - conjunto de reflectores sísmicos, interpretados como estratos, que se adelgaçam, lateralmente, em direcção da bacia. Este tipo de geometria pode desenvolver-se em qualquer lugar dentro de um ciclo-sequência. Não deve ser confundido com os biséis de agradação ao longo das discordâncias.
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Linha Sísmica "
&
" Ambiente Sedimentar "
Nas linhas sísmicas e no campo, os tipos de configurações internas dos intervalos sísmicos compostos por reflectores cronostratigráficos (os únicos que se podem assimilar a interfaces sedimentares) são muito variados. Entre os casos extremos, que são, praticamente, as configurações paralelas e caóticas há toda uma série de configurações intermediárias. Entre uma configuração sigmóide e oblíqua, quer esta seja paralela ou tangente, diversas configurações intermediárias podem existir. Da mesma maneira, numa configuração complexa, muitas vezes, a geometria sigmóide é preponderante, mas outras vezes é a geometria oblíqua que é preponderante. O significado das diferentes configurações pode ser interpretado, quer em termos de agradação e progradação, quer em termos de energia de deposição, quer mesmo em termos de ambiente sedimentar. Assim, por exemplo, uma configuração monticular ou mamelonada está, muitas vezes, associada com sistemas turbidíticos do talude (cones submarinos de talude), enquanto que uma configuração paralela é muito frequente quer nos depósitos da plataforma continental, quer profundos, em particular, nos cones submarinos de bacia. Da mesma maneira, pode dizer-se que as configurações progradantes, quer elas sejam oblíquas complexas ou sigmóides, caracterizam os taludes, os quais função da escala, podem ser interpretados como continentais ou deltaicos. O talude de um delta (pró-delta) raramente ultrapassa os 20-50 metros.
2) Divergente - conjunto de reflectores sísmicos, interpretados como estratos, que se espessam e divergem, lateralmente, em direcção da bacia. Este variação de espessura é, frequentemente, acompanhada de uma fissão dos reflectores, a qual não deve ser interpretada como uma discordância fossilizada por biséis de agradação.
3) Preenchimento - conjunto de reflectores sísmicos, interpretados como estratos, que preenchem as anomalias topográficas negativas dos estratos subjacentes. Os reflectores subjacentes podem ser truncados ou concordantes com o preenchimento, o qual pode ser classificado em relação aos estratos subjacentes ou em relação à sua própria geometria.
4) Transparente - ausência de reflexões sísmicas, o que traduz intervalos sísmicos quer homogéneos (sem contraste de impedância acústica), quer não estratificados, quer muito deformados ou ainda intervalos com uma inclinação muito forte.
5) Ondulada - conjunto de reflectores sísmicos, mais ou menos, descontínuos e, frequentemente, com inclinação oposta, interpretados como estratos associados a depósitos turbidíticos, geralmente, turbiditos de talude (diques marginais naturais e preenchimentos das depressões entre eles).
6) Monticular - conjunto de reflectores sísmicos, interpretados como estratos, que formam anomalias topográficas ou protuberâncias sedimentares em forma de montículo, acima do nível de base. Esta geometria é típica das construções orgânicas (recifes, etc.) e vulcânicas. Ela pode, igualmente, encontrar-se associada aos cortejos sedimentares turbidíticos.
7) Paralela - conjunto de reflectores sísmicos interpretados como estratos depositados paralelamente.
8) Progradante - conjunto de reflectores sísmicos interpretados como estratos com uma geometria progradante, que, por vezes, está associada a intervalos regressivos.
9) Oblíqua-Paralela - conjunto de reflectores sísmicos com um padrão paralelo/oblíquo, em outros termos, conjunto no qual os estratos terminam a jusante com uma inclinação relativamente importante.
10) Oblíqua-Tangente - neste padrão, os reflectores sísmicos ou os estratos associados, têm uma inclinação decrescente para a base.
11) Em Telhado de ripas - como o nome indica, nesta configuração o arranjo dos reflectores, ou dos estratos associados, é progradante. Contudo, como a unidade sedimentar é pouco espessa, as progradações são oblíquas e quase deitadas uma sobre as outras, como num telhado de ripas, parecendo que se revezam umas às outras.
12) Sigmóide - Neste arranjo, as progradações têm uma geometria em S, o que quer dizer, que a inclinação nas partes superiores e inferiores é, relativamente, pequena enquanto que na parte mediana é muito mais forte. O mesmo se passa com a espessura. A espessura entre dois reflectores é máxima no ponto de inflexão da progradação.
Configuração Sigmóide...............................................................................................................................................................Sigmoid Configuration
Configuration sigmoïde / Configuración sigmóide / Sigmoid-Konfiguration / ÒÒ×´½á³¦ÅäÖà / §³§Ú§Ô§Þ§à§à§Ò§â§Ñ§Ù§ß§Ñ§ñ §ã§ç§Ö§Þ§Ñ / Configurazione sigmoidale
Neste padrão, as progradações têm uma geometria em S, o que quer dizer, que a inclinação nas partes superiores e inferiores é relativamente fraca, enquanto que na parte mediana é muito mais forte. O mesmo se passa com a espessura. Entre dois reflectores consecutivos, a espessura é máxima no ponto de inflexão da progradação.
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
" Superfície da Base das Progradações "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore de Moçambique, a fase transgressiva do ciclo de invasão continental, pós-Pangéia, exibe, basicamente, uma configuração interna sigmoidal. A grande maioria das linhas cronostratigráficas (reflexões sísmicas) têm uma geometria sigmóide ou em forma de S. Cada uma dessa linhas cronostratigráficas é constituída por três segmentos: (i) Um sub-horizontal superior, onde os sedimentos se depositam sob uma pequena profundidade de água (depósitos de plataforma) ; (ii) Um inclinado para o mar, onde os sedimentos de talude continental são preponderantes e (iii) Um sub-horizontal profundo, onde os sedimentos se depositam sob profundidades de água superiores às do talude continental. Muitas vezes, entre o segmento superior horizontal e o inclinado para o mar, isto é, próximo do rebordo continental (coincidente, por vezes, com o rebordo da bacia) depositam-se sedimentos de alta energia, como construções orgânicas, se as condições ambientais o permitem. Muitas vezes, a bacia não tem plataforma continental. Em tais condições o rebordo da bacia corresponde, praticamente, ao rebordo continental e à linha da costa, a qual sublinha o rebordo da planície costeira. Nesta tentativa de interpretação, as configurações progradantes são frequentes, sobretudo, na fase regressiva do ciclo invasão continental da margem continental. A geometria progradante é muito evidente no intervalo superior, uma vez que ela está exagerada pelo artefacto induzido pela forte variação da profundidade de água, que provoca, na linha sísmica, um enterramento excessivo dos reflectores sísmicos onde a lâmina de água é maior. Acima da superfície da base das progradações principais (máxima inundação Meso-Cenozóico, limite inferior da fase regressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangéia) a grande maioria dos reflectores são progradações sigmoidais.
Configuração Sigmóide Oblíqua Complexa......................................................................................Complex SigmoidOblique Configuration
Configuration sigmóide oblique complexe / Configuración compleja sigmóide oblícua / Komplexe Sigmoid-schräge Konfiguration / ¸´ÔÓÒÒ×´³¦-бÅäÖà / §¬§à§Þ§á§Ý§Ö§Ü§ã§ß§Ñ§ñ §³§Ú§Ô§Þ§à§à§Ò§â§Ñ§Ù§ß§à-§ß§Ñ§Ü§Ý§à§ß§ß§Ñ§ñ §ã§ç§Ö§Þ§Ñ / Configurazione Complesso sigmoidale-obliquo
Caso particular do arranjo sigmóide, no qual a inclinação da parte mediana das progradações é muito forte e os biséis superiores por truncatura são frequentes.
Ver: " Configuração dos Estratos "
&
" Configuração dos Reflectores "
&
" Regressão "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do onshore do mar Cáspio, progradações complexas e tangenciais oblíquas são, facilmente, reconhecidas. Teoricamente, este tipo de progradações pode ser interpretado como superfícies clinoformas constituídas pela acumulação lateral de um certo número de estratos oblíquos que terminam, a montante, por biséis somitais (sem-deposição ou erosão) e a jusante (em direcção de um antigo mar) por biséis de progradação. Certas progradações não exibe nenhuma agradação (progradações oblíquas puras) e terminam, a jusante, de maneira abrupta (praticamente sem o segmento inferior). Isto quer dizer, que as progradações são constituídas, unicamente, pelo segmento oblíquo que corresponde, tendo em linha de conta a escala, a um talude continental. Na estratigrafia sequencial, costuma dizer-se que um intervalo sedimentar progradante tem um configuração interna complexa, quando as progradações oblíquas e sigmóides alternam de uma maneira, mais ou menos, desordenada. Como se pode constatar, nesta tentativa de interpretação, existem dois intervalos sedimentares principais com este tipo de configuração interna. Estes intervalos são separados por intervalos sedimentares de espessura, mais ou menos, constante e com uma configuração interna paralela (não representada nesta tentativa). Cada um destes intervalos progradantes representa o deslocamento para o Norte (intervalo superior) e para o Sul (intervalo inferior) do talude continental de duas margens continentais com polaridades (inclinações) opostas. Por outro lado, em cada um destes intervalos existem vários limites de ciclos estratigráficos, isto é, várias discordâncias induzidas por descidas relativas do nível do mar significativas que deslocaram para baixo e para o largo os biséis de agradação costeira (agradação negativa). O mar entre as duas margens continentais desapareceu, isto é, fechou-se pouco a pouco, à medida que as duas margens continentais (placas litosféricas diferentes) se aproximavam uma da outra. Finalmente, quando as duas placas entraram em colisão (não há energia cinética associada), o mar (certamente o Mar de Tétis) fechou-se completamente.
Configuração em Telhado de Ripas.......................................................................................................Shingled Configuration
Configuration de toiture en bardeaux / Configuración en tejado de ripias / Geschuppt Konfiguration / ¶ìÂÑʯÅäÖà / §³§ç§Ö§Þ§Ñ §á§Ý§Ú§ä§à§é§ß§à§Û §ã§ä§â§å§Ü§ä§å§â§í / Configurazione di scandole, Configurazione di tegole canadesi
Como o nome indica, nesta configuração o arranjo dos reflectores, ou dos estratos associados, é progradante. Contudo, como a unidade sedimentar é pouco espessa, as progradações são oblíquas e quase deitadas parecendo que se revezam umas às outras, como as ripas de um telhado.
Ver: " Configuração dos Estratos"
&
" Configuração dos Reflectores ”
&
“ Turbidito ”
Conforme..........................................................................................................................................................................................................................................................ConformableNesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore Oeste da Austrália, configurações internas em telhado de ripas existem em dois intervalos, um dos quais corresponde, provavelmente, a depósitos turbidíticos profundos e o outro a depósitos deltaicos. Na realidade, este offshore corresponde à sobreposição de dois tipos de bacias sedimentares: (i) Bacias do tipo-rifte (em geral hemi-grabens) desenvolvidas durante um fase de rifting (extensão caracterizada por uma subsidência diferencial) e (ii) Uma margem continental divergente, associada a uma subsidência térmica, e formada por uma fase sedimentar transgressiva basal, a qual é fossilizada por uma fase regressiva superior. A discordância associada com a ruptura da litosfera (limite ente as bacias do tipo-rifte e a margem divergente) é a discordância inferior. A discordância superior é uma discordância interna à fase regressiva. Ela não marca o limite entre a fase transgressiva e regressiva da margem continental divergente, o qual, provavelmente, corresponde ao topo do intervalo (em cor verde) que fossilizou (completamente) o vale cavado (ou canhão submarino), que sublinha a discordância. Na base da fase transgressiva, imediatamente, acima da discordância associada à ruptura do Gondwana, durante condições geológicas de nível baixo do mar, depositou-se um intervalo com uma configuração interna que pode ser considerada como em telhado de ripas (sobretudo nos segmentos basais). Este intervalo foi atravessado por um poço de pesquiza que corroborou a presença de rochas-reservatório em lóbulos turbidíticos no segmento basal das progradações do prisma de nível baixo. No intervalo superior, próximo do fundo mar, a configuração interna em telhado de ripas é mais típica, não só porque o intervalo é menos espesso, mas também porque as progradações são mais oblíquas. A fácies é arenosa e, provavelmente, ela correspondem a cordões litorais de um delta desenvolvido em associação com as ondas do mar (ou de um lago).
Conforme / Conforme / Konforme / ˳ӦÐÔ / §³§à§à§ä§Ó§Ö§ä§ã§ä§Ó§å§ð§ë§Ú§Û / Conforme, Continuo
Relação geométrica entre duas camadas ou intervalos sísmicos, quando não há evidência de erosão ou hiato, o que não quer dizer que não haja uma discordância entre elas. Sinónimo de Concordante.
Ver: " Concordante "
&
" Concordância "
&
" Agradação "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do onshore da ilha de Sumatra (Indonésia), o qual corresponde a uma bacia interna ao arco, os três intervalos sedimentares depositados acima de um soco (granito-gneiss ou cadeia de montanhas paleozóicas) têm todos uma configuração interna paralela. Este tipo de configuração sugere, fortemente, que os sedimentos, que a caracterizam, foram depositados quer numa plataforma continental (profundidade de água de deposição inferior a 200 m), quer em água profunda. Sabendo que o soco aflora a Este da linha sísmica, é óbvio que o mais provável é que os três intervalos sedimentares tenham sido depositados em água pouco profunda. Aliás, as linhas sísmicas no prolongamento de esta tentativa de interpretação sugerem a presença de um talude continental. Tendo em linha de conta as configurações internas destes três intervalos, os limites entre eles são concordantes (neste sector da bacia). Eles correspondem a discordâncias (descidas relativas do nível do mar), isto é, a superfícies de erosão. Quando uma discordância não é reforçada pela tectónica, ela, quer isto dizer, a superfície de erosão, é, unicamente, evidente nos arredores do rebordo continental, que ele seja ou não coincidente com o rebordo da bacia, onde se desenvolvem vales incisos e canhões submarinos a quando de uma descida relativa do nível do mar. Nas linhas sísmicas, a montante do rebordo da bacia, que corresponde, a por vezes, ao limite entre o talude e plataforma continental), as superfícies de erosão reconhecem-se, unicamente, quando vales cavados (ou incisos) estão presentes. Nesta tentativa de interpretação, os limites entre os intervalos considerados (provavelmente subciclos de invasão continental) são conformes. Lateralmente, estes limites correlacionam com discordâncias, que o geocientista interpretador identificou quer junto do rebordo continental (canhões submarinos e biséis somitais) quer pela evidência de vales cavados (não visíveis nesta tentativa). Na estratigrafia sequencial, a qual se baseia na identificação e cartografia das discordâncias, o estudo das relações geométricas entre os reflectores nos arredores do rebordo da bacia é primordial. As linhas sísmicas que mostram os taludes continentais dos diferentes intervalos sedimentares são as que permitem uma interpretação mais coerente.
Conformidade..........................................................................................................................................................................................................................................Conformity
Conformité / Conformidad / Konformität / Ò»ÖÂÐÔ / §³§à§Ô§Ý§Ñ§ã§Ú§Ö (§ã§à§Ô§Ý§Ñ§ã§ß§à§Ö §ß§Ñ§á§Ý§Ñ§ã§ä§à§Ó§Ñ§ß§Ú§Ö) / Conformità
Termo usado para indicar que não há nenhuma evidência física de erosão ou de sem depósito ao longo da superfície, que separa os estratos mais novos do intervalo formado de estratos mais antigos.
Ver: " Concordante "
&
" Conforme "
&
" Agradação"
Neste afloramento (a escala é dada pelo geocientista que observa o intervalo sedimentar inferior), vê-se perfeitamente uma discordância reforçada pela tectónica (discordância angular) entre o intervalo inferior e médio que têm litologias diferentes. Os intervalos superior e médio, que são constituídos por uma série de camadas, mais ou menos, paralelas, são conformes entre eles. Eles são separados (neste lugar, mas não noutros) por uma conformidade que, grosso modo, é paralela aos planos de estratificação dos dois intervalos. Como uma discordância é a uma superfície de erosão, induzida por uma descida relativa do nível do mar, ela corresponde a um hiato que é, relativamente, importante. Ao contrário, uma conformidade ou os plano de estratificação, ilustrados neste afloramento, também correspondem a uma superfície de erosão, mas o hiato é muito pequeno. É por isso que quando uma discordância não é reforçada pela tectónica, o que é o caso mais frequente, a diferenciação entre discordância e conformidade é subtil, uma vez que a avaliação do hiato (tempo de exposição) é muito difícil. Na estratigrafia sequencial todas as discordâncias são induzidas pela eustasia e não pela tectónica. Uma discordância, que corresponde a uma superfície de erosão, é induzida por uma descida relativa do nível do mar que desloca, para o mar e para baixo, os biséis de agradação costeiros. Um tal deslocamento exume a plataforma continental (se ela existir), transformando-a numa planície costeira exposta aos agentes da erosão. Por conseguinte, a idade de uma discordância corresponde à idade da descida do nível relativo do mar. Assim, a melhor maneira de datar as discordâncias é determinar a idade dos cones submarinos de bacia que se depositam de maneira quase instantânea (em termos geológicos), durante as descidas relativas do nível do mar e não durante as subidas como é o caso de todos os outros cortejos sedimentares. Local ou regionalmente, a tectónica (em geral compressiva) pode reforçar (por exageração das relações geométricas) uma discordância (induzida pela eustasia) e transformá-la numa discordância angular. Note que, em geral, as variações eustáticas são muito mais rápidas que as variações tectónicas.
Conformidade Correlativa.............................................................................................................................................Correlative Conformity
Conformité corrélative / Conformidad correlativa / Korrelative Übereinstimmung / Ïà¹ØÕûºÏ / §¬§à§â§â§Ö§Ý§ñ§ä§Ú§Ó§ß§à§Ö §ã§à§Ô§Ý§Ñ§ã§ß§à§Ö §ß§Ñ§á§Ý§Ñ§ã§ä§à§Ó§Ñ§ß§Ú§Ö / Conformità correlabili, Conformità correlativi
Superfície que correlaciona lateralmente (a jusante) com uma discordância. Esta correlação é muito importante, visto que permite datar a discordância (onde há continuidade de sedimentação ou onde o hiato é o mais pequeno). A superfície em questão encontra-se na base dos sedimentos depositados durante uma descida relativa do nível do mar de um ciclo-sequência (talude continental inferior ou planície abissal).
Ver: " Discordância "
&
" Limite do Ciclo Sequência "
&
" Concordante "
Como ilustrado nesta figura, as discordâncias são superfícies de erosão, que limitam os ciclos estratigráficos, e em particular os ciclos-sequência, que podem ser considerados como os blocos de construção da estratigrafia sequencial. Quando as discordâncias não estão reforçadas pela tectónica, elas só se reconhecem nos arredores do rebordo da bacia , onde a erosão é significativa. Na realidade, é na parte superior do talude continental, próximo do rebordo continental (quer a bacia tenha plataforma ou não), que se desenvolvem os canhões submarinos e onde os biséis de agradação costeiros do ciclo.sequência sobrejacente, que fossilizam a discordância superior do ciclo sequência inferior, são mais evidentes. A montante do rebordo da bacia, as discordâncias correspondem, praticamente, a conformidades e unicamente a ocorrência de preenchimentos de vales cavados (incisos ou encaixados) permite a sua identificação. A jusante do rebordo da bacia, nos ambientes profundos, a erosão associada a uma descida relativa do nível do mar quase não existe. Por isso, o limite do ciclo-sequência, que a montante é uma discordância, é a conformidade que correlaciona (em termos de cronostratigrafia) com a discordância reconhecida a montante. Note, que na estratigrafia sequencial, a montante do rebordo da bacia, isto é, na plataforma ou na planície costeira, função das condições geológicas, as superfícies da base das progradações não fossilizam as discordâncias (limites dos ciclos estratigráficos). Unicamente, em água muito profunda, quer isto dizer, nas partes distais de uma bacia sedimentar, é que a superfície de base das progradações do prisma de nível alto pode, eventualmente, fossilizar o limiteinferior de um ciclo-sequência. Unicamente os biséis superiores (sem-deposição ou erosão) do prisma de nível alto sugerem uma discordância. Os biséis superiores do prisma de nível baixo indicam uma superfície de inundação.
Conjunção (astronomia)......................................................................................................................................................................................................................Conjunction
Conjonction (astronomie) / Conjunción (astronomía) / Konjunktion (Astronomie) /½áºÏ£¨ÌìÎÄ) / §³§à§Ö§Õ§Ú§ß§Ö§ß§Ú§Ö (§ã§à§Ý§ß§è§Ö§ã§ä§à§ñ§ß§Ú§Ö) / Congiunzione (astronomia)
Reunião aparente ou passagem de dois ou mais corpos celestes. A Lua está em conjunção com o Sol na fase de Lua Nova, quando se move entre a Terra e o Sol (lado voltado para a Terra é escuro). Nesta situação as forças da gravidade do Sol e Lua adicionam-se produzindo marés vivas com uma grande diferença entre a maré alta e baixa. Planetas inferiores, com órbitas menores do que a Terra (Vénus e Mercúrio) têm dois tipos de conjunções com o Sol. Uma conjunção inferior, que ocorre quando o planeta passa entre a Terra e o Sol, e outra superior quando o planeta passa para do outro lado do Sol.
Ver: " Terra "
&
" Lua "
&
" Maré "
O termo conjunção foi, inicialmente, utilizado para designar o fenómeno definido, unicamente, para a posição do observador e não para as relações celestiais. No entanto, por exemplo, para a Lua e o Sol observados da Terra, o termo conjunção pode aplicar-se a ambas as posições de conjunção (ambos Sol e Lua observados conjuntamente numa única direcção ou com uma longitude eclíptica semelhante) e o termo oposição (ambos o Sol e a Lua observados, separadamente, em direcções opostas ou com uma diferença de longitude eclíptica de 180 graus). Em termos mais gerais, no caso particular de dois planetas, isso significa que eles simplesmente têm o mesma ascensão recta (uma das duas coordenadas de um ponto na esfera celeste e, portanto, o mesmo ângulo hora (uma das coordenadas utilizadas no sistema de coordenadas equatorial para descrever a posição de um ponto na esfera celeste). Isto é chamado conjunção em ascensão recta (termo para uma das duas coordenadas de um ponto na esfera celeste quando se utiliza o sistema de coordenadas equatorial e a outra coordenada é a declinação; os 360 graus do equador são chamados de graus de ascensão recta). Existe também o termo conjunção longitude eclíptica. Em tais conjunções ambos objectos têm a mesma longitude eclíptica. Conjunção em ascensão recta e conjunção em longitude eclíptica, normalmente, não ocorrem ao mesmo tempo, mas na maioria dos casos, quase ao mesmo tempo. No entanto, conjunções triplo, é possível que uma conjunção só em ascensão recta (ou comprimento eclíptica) ocorrer. No momento da conjunção - não importa se em ascensão recta ou em longitude eclíptica - os planetas envolvidos estão juntos na esfera celeste. Na maioria destes casos, um dos planetas parece passar ao norte ou ao sul do outro.
Conjunto de Parassequências.................................................................................................................................................Parasequence Set
Sucession de paraséquences / Conjunto de parasequencias / Parasequenz Set / ×¼²ãÐò¼Ì³Ð / §¬§à§Þ§á§Ý§Ö§Ü§ã §á§Ñ§â§Ñ§ã§Ö§Ü§Ó§Ö§ß§è§Ú§Û / Successione di parasequences
Parassequências (periódicas) com geometria retrogradante que compõem cortejos transgressivos (CT). Van Wagonner (1990) não limita a utilização deste termo a um cortejo sedimentar específico. Ele utiliza-o também para designar parassequências com geometria progradante de um cortejo de nível alto (CNA) ou de um prisma de nível baixo (PNB). A expressão paraciclo-sequência, que nós sugerimos, é muito menos confuso que parassequência, quer ela seja periódica ou episódica.
Ver: « Ciclo de Invasão Continental »
&
« Ciclo Parasequência »
&
« Ciclo Estratigráfico »
Tome em linha de conta, que em português, como aliás, também, em inglês, o termo parassequência não é muito correcto e deve, sempre que possível, ser substituído por paraciclo-sequência. Um tal intervalo sedimentar é associado a paraciclos eustáticos e não a ciclos eustáticos, o que quer dizer, que cada paraciclo-sequência é depositado durante o período de estabilidade que segue uma subida relativa do nível do mar e que entre o depósito de cada paraciclo-sequência não há nenhuma descida relativa do mar. Num conjunto de paraciclos-sequência, que inicialmente os geocientistas da Exxon chamaram conjunto de parassequências, o nível relativo do mar subiu sempre (em aceleração nos cortejos transgressivos e em desaceleração nos prismas de baixo e alto nível) ou, por outras palavras, não há nenhuma descida relativa do nível do mar entre cada paraciclo. Isto quer dizer que, que um conjunto de paraciclos- sequência não está associado a nenhum tipo de ciclo ciclo eustático, mas faz parte de um ciclo, donde a designação de paraciclo. Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Somália, a ciclicidade das variações relativas do nível do mar é dada pelo ciclo-sequência, limitado entre a discordância (linha ondulada) e o fundo do mar. Neste ciclo-sequência, de cima para baixo, reconhece-se: (i) O preenchimento de um vale cavado, o qual foi feito durante o depósito do prisma de nível baixo, o qual não é visível nesta tentativa, mas bem desenvolvida a Este da linha sísmica ; (ii) Um cortejo transgressivo (CT), o qual é composto pela sobreposição de três paraciclos-sequência, depositados por três subidas relativas sucessivas (sem descida relativa entre elas) do nível do mar e (iii) Um prisma de nível alto (PNA) caracterizado por uma geometria progradante que contrasta com a geometria retrogradante do cortejo transgressivo.
Conodonte.............................................................................................................................................................................................................................................................Conodonte
Conodonte / Conodonte / Conodonte / ¥³¥Î¥É¥ó¥È / §¬§à§ß§à§Õ§à§ß§ä§í / Conodonta
Vertebrado primitivo, actualmente extinto, que existiu e evoluiu há mais de 540 milhões de anos, entre o Paleozóico e o início de Mesozóico (do Câmbrico Tardio até ao Triássico Superior).
Ver: " Paleontologia "
&
" Fóssil "
&
" Paleozóico"
Até recentemente, estes vertebrados eram conhecidos apenas por pequenas estruturas compostas de apatite (fosfato de cálcio) semelhantes a dentes (daí o seu nome), com tamanho entre 0,25 e 2 milímetros. Estes microfósseis são conhecidos desde há muito tempo e são uma ferramenta importante na datação relativa de rochas sedimentares e na indústria do petróleo. Na realidade, durante muito tempo, os paleontólogos debateram se os elementos conodontes pertenciam a vermes, moluscos ou mesmo a plantas. Para se saber a resposta, mais provável, foi preciso esperar até 1983, quando foram encontrados os primeiros registos completos destes animais nas rochas do Carbonífero Inferior (mais ou menos 340 milhões de anos atrás) da Escócia (perto de Edimburgo) e foram denominados Clydagnathus. Esses achados estabeleceram de maneira quase definitiva que as estruturas fósseis pertenciam a peixes primitivos, de corpo alongado semelhante ao de vermes, mas com notocorda (corpo flexível com a forma de uma vara que se encontra em todos os embriões de todos os cordados), estruturas parecidas com barbatanas e um par de olhos bem desenvolvidos. Em geral, os conodontes possuem um tamanho em torno de 4 cm. Apesar de raros, espécimes completos também foram encontrados nos Estados Unidos, África e na bacia do Amazonas (Brasil). Assim se concluiu que : (i) Os conodontes são formas fósseis denticulares que apareceram no Pré-câmbrico e desapareceram no Triásico, a quando da extinção, que ocorreu no final deste período ; (ii) A maior parte deles representam os dentes de um certo animal vertebrado, isto é de um cordado (filo do reino animal caracterizado por ter uma corda dorsal ou notocorda) ; (iii) Os fósseis de este vertebrado apresentam um aparelho completo de peças de conodontes ao nível do que é sua cabeça ; (iv) Esse vertebrado, em média, atingia cerca de quarenta milímetros ; (v) Ele teria olhos e seria semelhante a uma enguia actual (embora mais pequeno). Os animais-conodontes (nome derivado da união dos termos gregos kônos = cone e odontos = dentes) são, actualmente, agrupados na classe dos Euconodontes (verdadeiros conodontes) e colocados entre os Cordados, próximo da base da árvore filogenética dos vertebrados.
Conservação da Energia (princípio)...........................................................................................................................Conservation of Energy
Conservation de l'énergie/ Conservación de energía (principio) / Erhaltung der Energie / ÄÜÁ¿Êغã / §±§â§Ú§ß§è§Ú§á §ã§à§ç§â§Ñ§ß§Ö§ß§Ú§Ö §ï§ß§Ö§â§Ô§Ú§Ú / Conservazione dell'energia
Segundo este princípio, desenvolvido durante o século XIX, a energia não pode ser nem criada nem destruída. A energia pode, unicamente, ser transformada em outra forma de energia. Contudo, a famosa equação de Einstein: E=mc2, obrigou os cientista a modificar este princípio, uma vez que ele mostrou que a matéria e energia se podem transformar uma na outra.
Ver: " Segunda Lei da Termodinâmica "
&
" Lei de Goguel "
&
" Evolução Estelar "
A lei de conservação de energia diz, que a energia não pode ser criada nem destruída, mas que ela se transformada de uma forma para outra. Esta lei é, como veremos a seguir, também válida quando um corpo qualquer, como uma bola de futebol, entra em queda livre. Assim, como ilustrado nesta figura, suponhamos um bola de futebol de massa m posicionada acima do campo a altura "h" (posição de repouso) e que a deixamos cair para a relva. Neste caso, temos de mostrar que a energia total (energia potencial + energia cinética) da bola nos pontos A, B e C, é constante, isto é, que a energia potencial é, completamente, transformada em energia cinética. No ponto A, a energia potencial é igual a m.g.h = 1/2 (m.v2) = 1/2 (m. 0) = 0 (uma vez que a velocidade da bola é zero visto que ela está em repouso. Assim, a energia total em A = Energia potencial + Energia cinética = m.g.h + 0 = m.g.h (equação 1). No ponto B, a energia potencial é igual a m.g.h = mg (h-x), uma vez que a distância da bola ao terreno é (h-x). Assim a energia potencial = m.g.h - m.g.x = 1/2 (m.v2). Como a bola percorreu a distância x com uma velocidade v, podemos utilizar a terceira equação do movimento para obter a velocidade da bola, isto é, v2- u2 =2.a.S, onde u = 0, a = g e S = x, assim v2 - 0 =2.g.x ou v2 =2.g.x. A energia cinética = 1/2 (mv2) =1/2 m.2.g.x =m.g.x. A energia total de energia no ponto B = Energia potencial + energia cinética = m.g.h - m.g.x + m.g.x =m.g.h (equação 2). No ponto C, a energia potencial é igual a m.x.g.0 (h=0) = 0 e a energia cinética é = 1/2 (m.v2). Como a distância percorrida pela bola é h, então v2 - u2 =2.a.S, onde u = 0, a = g e S =h, isto é, v2 - 0 =2.g.h ou v2 =2.g.h; energia cinética igual 1/2 m.v2 = 1/2 m.2.g.h = m.g.h. Assim a energia total em C = 0 + m.g.h = m.g.h (equação 3). É evidente que as equações 1, 2 e 3 mostram que a energia total da bola de futebol mantém-se constante em qualquer ponto da sua trajectória. Assim, podemos concluir que a lei de conservação da energia não é refutada pela caída de um objecto qualquer.
Constante Cosmológica..............................................................................................................................................................Cosmological Constant
Constante cosmologique / Constante cosmológica / Kosmologische Konstante / ÓîÖæ³£Êý / §¬§à§ã§Þ§à§Ý§à§Ô§Ú§é§Ö§ã§Ü§Ñ§ñ §á§à§ã§ä§à§ñ§ß§ß§Ñ§ñ / Costante cosmologica
Constante introduzida por Einstein nas suas equações da gravidade, que corresponde a uma repulsão cósmica, para impedir uma expansão do Universo. Teoricamente, a constante cosmológica devia ser muito grande. Contudo, na realidade, ela é zero ou quase zero, isto é, praticamente ela não pode ser medida. A discrepância entre a realidade e a teoria é ainda hoje mal compreendida.
Ver: " Universo Inflacionário "
&
" Big Bang "
&
" Big Crunch "
Um novo projecto científico parece indicar que Einstein estava, provavelmente, errado ao admitir o maior erro da sua vida. Em outras palavras, Einstein estava certo, mas ele não sabia porquê. Para ele o seu maior erro foi a introdução de uma constante cosmológica (força que se opõe à gravidade e que impede que o Universo entre em colapso), mas parece agora, de acordo com a pesquisa de uma equipa internacional de cientistas, que é muito possível que ele tivesse razão. Isso significaria que Einstein era tão esperto que até mesmo o seu maior erro, provavelmente, é verdade. Esta equipa científica está, actualmente, a trabalhar num projecto chamado ESSENCE, que estuda as supernovas (estrelas que explodiram) para descobrir se a energia negra - a força de aceleração do Universo - é coerente com a constante cosmológica de Einstein. A energia negra ou escura, como dizem certos geocientistas, é uma forma hipotética de energia que estaria distribuída por todo espaço e tende a acelerar a expansão do Universo (a principal característica é ter uma forte pressão negativa, cujo efeito, de acordo com a teoria da relatividade, seria semelhante, qualitativamente, a uma força que age em larga escala em oposição à gravidade). O chamado "erro" de Einstein, foi a introdução da constante cosmológica, em 1917, quando trabalhava na sua Teoria da Relatividade Geral e estava tentando chegar a uma equação que descreve-se um Universo estático (universo que não entra em colapso sob a força da gravidade, isto é um Universo sem "Big Crunch"). Assim, a fim de manter o Universo estático, Einstein introduziu a célebre constante cosmológica. Contudo, 12 anos mais tarde, Edwin Hubble descobriu que o Universo não é estático e que ele está, realmente, a expandir-se. Assim, Einstein considerou que a introdução da constante cosmológica foi o maior erro da sua vida. Contudo, em 1998, duas equipas de cientistas, descobriram que o Universo está não só em expansão, mas está acelerando, o que parece dar razão a Einstein.
Constante de Hubble............................................................................................................................................................................................Hubble Constant
Constante de Hubble / Constante de Hubble / Hubble-Konstante / ¹þ²ª³£Êý / §±§à§ã§ä§à§ñ§ß§ß§Ñ§ñ §·§Ñ§Ò§Ò§Ý§Ñ / Costante di Hubble
Número que mede a taxa à qual o nosso Universo se expande. Devido às incertezas inerentes às medidas das distâncias entre as galáxias, a constante de Hubble é incerta de um factor próximo de ± 2. Alguns geocientistas pensam que a constante de Hubble é próximo de 50 (para uma idade do Universo de cerca de 15-20 Ga), enquanto outros pensam que ela pode ser próximo de 100, o que implica uma idade do universo entre 7 e 10 Ga.
Ver: " Universo (idade) "
&
" Big Bang (teoria) "
&
" Universo Inflacionário "
O cálculo mais recente do valor da constante de Hubble foi obtido em 2010, com base nas observações de lentes gravitacionais (distorção no espaço-tempo causada pela presença um corpo de grande massa entre uma estrela e um observador), a partir do Telescópio Espacial Hubble, foi de 70,6 ± 3,1 (km / seg) / Mpc (pc quer dizer parsec, isto é o paralaxe de um arcosegundo, o que é uma unidade de comprimento, equivalente a pouco menos de 31 trilhões de quilómetros ou, mais ou menos, 3,26 anos-luz). Em 2009, também utilizando o Telescópio Espacial Hubble obteve-se um valor 74,2 ± 3,6 (km / s) / Mpc. Estes resultados estão de acordo com as primeiras medidas, obtidas em 2001, que foram de 72 ± 8 km / s / Mpc . Em Agosto de 2006, um valor de 77 (km / s) / Mpc , com uma incerteza de, mais ou menos, ± 15%, foi obtido utilizando dados de laboratório Chandra X-ray da NASA. A NASA resumiu os dados sugerindo uma constante de 70,8 ± 1,6 (km / s) / Mpc para um espaço é plano, ou de 70,8 ± 4,0 (km / s) / Mpc para um espaço não plano. Assim, pode dizer-se que as observações actuais concordem, aproximadamente, para uma valor à volta de 73 (km/s)/Mpc. Isto significa que uma galáxia situada a cerca de 1 megaparsec, isto é, a cerca de 3,26 milhões de anos luz, de um observador, se afasta do observador, devido a expansão do universo, a uma velocidade de 73 km/s. Uma consequência a priori surpreendente da lei de Hubble (as galáxias afastam-se umas das outras a uma velocidade proporcional à distância entre elas) é que uma galáxia que seja situada a mais de 4000 Mpc (14.109 anos luz) afasta-se de nós a uma velocidade superior à velocidade da luz, o que sugere que a interpretação em termos de movimento das galáxias torna-se imprópria para a grandes distâncias. A relatividade geral explica que devemos considerar que estamos lidando com uma expansão do próprio espaço.
Constante de Planck...................................................................................................................................................................................................Plank Constant
Constante de Planck / Constante de Planck / Planck-Konstante / ÆÕÀʿ˳£Êý / §±§à§ã§ä§à§ñ§ß§ß§Ñ§ñ §±§Ý§Ñ§ß§Ü§Ñ / Costante di Planck
Constant física (6.626068 × 10-34 m2 kg/s) utilizada para descrever os tamanhos do quanta na mecânica quanta. É a constante de proporcionalidade entre a energia de um fotão e a frequência desse mesmo fotão.
Ver: " Universo Primitivo "
&
" Tempo Cosmológico "
&
" Criptozóico "
A quantidade de energia que um fotão tem, faz, por vezes, que ele se comporte mais como uma onda e, outras vezes, que ele se comporte como uma partícula. É isto que o cientistas chamam a"dualidade onda-partícula" da luz. É importante compreender que não estamos a falar de uma diferença na qual a luz é, mas apenas na forma como ele se comporta. Os fotões de baixa energia (como os fotões da rádio) comportam-se mais como as ondas, enquanto os fotões de maior energia (como raios X) se comportam mais como partículas. Isto é uma diferença importante, que os geocientistas sabem quando desenham detectores e telescópios afim de tentar "ver" as radiações electromagnéticas de muito baixa ou muito alta energia. Eles escolhem a descrição da luz de que necessitam para seu estudo. A verdade é que o espectro electromagnético, isto é, toda a gama de frequências, a partir de ondas de rádio até aos raios gama, que caracteriza a luz, pode ser expresso em termos de energia, comprimento de onda, ou frequência. Cada maneira de pensar sobre o espectro de electromagnético está relacionada às outras de uma forma matemática precisa. As relações são: o comprimento de onda, isto é, a distância entre picos adjacentes numa série de ondas periódicas, é igual à velocidade da luz (299 792 458 m/s) dividida pela frequência, que é a propriedade de uma onda que descreve quando padrões de ondas ou ciclos passam num determinado sítio, por período de tempo ou de maneira mais formal: lambda = c/nu, e a energia é igual à constante de Planck (constante fundamental que é igual à relação entre a energia de um quanta de energia e a sua frequência) multiplicada pela a frequência ou E = h. Nu. Lambda (λ) e Nu são apenas as letras do alfabeto grego que os cientistas gostam de utilizar, em vez de l ou f, mas que parece que os ajuda a manter as coisas em linha. Tanto a velocidade da luz e como a constante de Planck são constantes. Elas nunca mudam: (i) A velocidade da luz é igual a 299.792.458 m / s e (ii) A constante de Planck é igual a 6,626 x 10-27 erg segundo.
Constrangimento (dorsais oceânica)........................................................................................................................................................................Ridge-Push
Poussée due aux dorsales océaniques / Constreñimiento (por las dorsales oceánicas) / Schub durch ozeanischen Rücken / ÍÆÁ¦ÓÉÓÚÑó¼¹ / §¥§Ñ§Ó§Ý§Ö§ß§Ú§Ö §Ô§à§â§ß§í§ç §ç§â§Ö§Ò§ä§à§Ó / Spinta dovuta alla dorsali oceaniche
Constrangimento pelas dorsais oceânicas e placas litosféricas descendentes são termos informais utilizados na literatura da Tectónica de Placas. Estas expressões designam as forças horizontais associadas: (i) À compressão horizontal resultante das diferenças de elevação entre o centro de expansão (alastramento) oceânico e o fundo oceânico e (ii) Aos efeitos de tensão de uma placa litosférica oceânica originados pelo movimento descendente ao longo de uma zona de subducção de Benioff (subducção de tipo-B).
Ver: « Zona de Subducção »
&
« Teoria da Tectónica das Placas »
&
« Subdução do Tipo-A (Ampferer) »
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional do offshore profundo da Nigéria, as estruturas compressivas regionais (anticlinais cilíndricos e falhas inversas), com polaridade para o continente (Este), explicam-se, facilmente, como o resultado de um encurtamento sedimentar produzido por um constrangimento provocado pela dorsal Atlântica-média (Atlântico Sul). Na realidade, estas estruturas, que estão localizadas a dezenas de quilómetros a Oeste das estruturas compressivas da base do talude continental, não podem ser explicadas como uma contrapartida da extensão (i.e., do alongamento sedimentar) que ocorreu a montante, quer isto dizer, na plataforma e talude continental. Com efeito, as estruturas compressivas que se formaram em contrapartida da extensão, que caracteriza a plataforma continental e talude superior exibem uma polaridade Oeste. Os planos de falha das falhas inversas e planos axiais dos anticlinais associados ao regime tectónico compressivo local (contrapartida do regime extensional da plataforma e talude continental) inclinam em direcção do continente e não em direcção da crista Atlântica média, como é o caso das estruturas ilustradas nesta tentativa de interpretação. Embora, estas estruturas, que afectam o fundo do mar, isto é, que são muitos recentes, uma vez que o regime compressivo que as originou ainda está activo, formem armadilhas de grandes dimensões, elas não são bons objectivos para a pesquisa petrolífera. Efectivamente: (i) O subsistema petrolífero gerador principal da região (rochas-mãe) está ausente (ele encontra-se muito mais a Este dos cavalgamentos frontais) ; (ii) As rochas-reservatório, provavelmente, também estão ausentes (a coluna sedimentar é aqui quase totalmente constituída por sedimentos argilosos). A ausência de subsistema petrolífero gerador (probabilidade 0) é um parâmetro "mortal", uma vez que 1 x 1 x 1 x 1 x 0 é sempre igual a zero.
Consumidor (organismo).........................................................................................................................................................................................................................Consumer
Consommateur (organisme) / Consumidor (organismo) / Verbraucher / Ïû·ÑÕß / §±§à§ä§â§Ö§Ò§Ú§ä§Ö§Ý§î / Consumatore
Organismo que não pode sintetizar os seus próprios alimentos e que é dependente de substâncias orgânicas complexas para a sua nutrição.
Ver: " Heterotrófico"
&
" Autotrófico "
&
" Fotossíntese "
Os organismos consumidores, ao contrário dos autotróficos (organismos que produzem componentes orgânicos complexos, como, gorduras, carbohidratos, proteínas, etc., a partir de simples molécula inorgânicas utilizando a energia da luz ou de reacções químicas inorgânicas) são heterotróficos, o que quer dizer, que usam o carbono orgânico no seu desenvolvimento, comendo outros heterotróficos ou autotróficos. Os organismos consumidores decompõem os compostos orgânicos complexos produzidos pelos autotróficos, que são, evidentemente, produtores. No esquema representado nesta figura existem produtores, consumidores e decompositores (seres vivos, como certas bactérias e fungos, que atacam os cadáveres, excrementos, restos de vegetais e, em geral, matéria orgânica dispersa no substrato, decompondo-a em sais minerais, água e dióxido de carbono, que são depois reutilizados pelos produtores, num processo natural de reciclagem). Assim, as ervas são produtores e todos os outros consumidores. Contudo, a zebra e a gazela são consumidores herbívoros primários, enquanto que o leão é um consumidor carnívoro secundário e o abutre é sobretudo um decompositor. Neste esquema existe uma relação predador-presa em cada nível trófico desta cadeia alimentar (o nível trófico de um organismo é a posição que ele ocupa na cadeia alimentar), como, por exemplo : erva - gazela ; erva - zebra ; gazela - leão ; zebra - leão ; leão - abutre. Esta cadeia alimentar pode ser representada por uma pirâmide com quatro níveis tróficos: (i) Na base, a erva ; (ii) No segundo nível, a zebra e a gazela ; (iii) No terceiro nível, o leão e (v) No topo da pirâmide, o abutre. Esta pirâmide mostra como é que a energia é distribuída entre cada nível trófico. A erva representa o nível mais energético, enquanto que o abutre representa o menos energético, Unicamente, cerca de 10% da energia de um organismo passa para o nível trófico seguinte. Cerca de 90% da energia é utilizada pelo organismo ou liberada para o ambiente. Numa comunidade saudável, os produtores representam a maior população, enquanto que a população dos decompositores é a mais pequena.
Contexto de Bacia...................................................................................................................................................................................................................Basin Setting
Contexte de bassin / Contexto de cuenca / Becken Einstellung / Á÷ÓòÉèÖà / §±§à§Ý§à§Ø§Ö§ß§Ú§Ö §Ò§Ñ§ã§ã§Ö§Û§ß§Ñ / Contesto del bacino
Quando o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia ou muito próximo deste, o que sucede durante o cortejo sedimentar de nível baixo ou durante o depósito da parte final do prisma de nível alto de um ciclo-sequência. A linha da costa coincide com o limite superior do talude continental. Numa bacia sedimentar sem plataforma continental três contextos geológicos são possíveis: (i) Contexto de bacia, ou de Mar Profundo, quando o limite entre a planície costeira e o talude é bem marcado ; (ii) Contexto de Rampa (passagem gradual) e (iii) Contexto por Falha de Crescimento.
Ver: " Bacia (sedimentar) "
&
" Ciclo-Sequência "
&
" Cortejo Sedimentar "
No contexto geológico de bacia, a passagem da planície costeira (ou da plataforma quando esta existe) para a planície abissal é feita por um talude continental abrupto, o que quer dizer que o limite entre a planície costeira e a bacia é bem marcado, quer nos prisma de alto nível, quer durante o cortejo de nível baixo. Durante o cortejo de nível baixo (CNB), a bacia não tem plataforma (ou é muito reduzida) e o rebordo da bacia é o rebordo do antigo ciclo sedimentar. Este cortejo, como ilustrado acima, é formado por três membros: (1) Cones Submarinos da Bacia (CSB) ; (2) Cones Submarinos do Talude (CST), com os complexos canais-diques marginais naturais (“asas de gaivota)” e (3) Prisma de Nível Baixo (PNB), por vezes, com turbiditos na base das progradações (turbiditos em telhado de ripas). Os vales cavados (encaixados ou incisos) criados durante a descida relativa do nível do mar, que marcou o início de um novo ciclo estratigráfico, são preenchidos, em geral, por sedimentos, mais ou menos, grosseiros durante a subida relativa do nível do mar, que controla o depósito da parte superior do prisma de baixo nível. No fim do CNB, a quando da primeira superfície de inundação (início do cortejo transgressivo), o limite superior do talude continental marca o novo rebordo da bacia. O rebordo de uma bacia pode corresponder ou não, à ruptura da superfície de deposição. Tudo depende se a bacia tem, ou não, uma plataforma continental. Durante o cortejo transgressivo de um ciclo-sequência, este tipo de contexto desaparece quase, completamente, uma vez que se forma uma plataforma continental à medida que o nível relativo do mar sobe. Durante o depósito do prisma de nível alto, a partir de uma determinada altura (quando a plataforma continental desaparece), o contexto de bacia forma-se de novo.
Contexto de Bacia (abrupto)......................................................................................................................................................................Deep Water Setting
Context de bassin (abrupt) / Contexto de cuenca (abrupto) / Tiefes Wasser - Einstellung / ÉîË®ÉèÖà / §µ§Ô§Ý§å§Ò§Ý§Ö§ß§Ú§Ö §Ò§Ñ§ã§ã§Ö§Û§ß§Ñ / Contesto del bacino (ripido)
Morfologia de uma bacia sedimentar, em condições geológicas de nível baixo, caracterizada por uma passagem da planície costeira ao talude continental marcada por um aumento significativo e, raramente, gradual da profundidade de água. Este tipo de morfologia é típico dos períodos em que uma bacia sedimentar não tem plataforma continental, quer isto dizer, durante os cortejos sedimentares de nível baixo e prismas de nível alto, quando a linha da costa (ruptura costeira da superfície de deposição) coincide com o rebordo da bacia (topo do talude continental).
Ver: " Contexto da Bacia "
&
" Ciclo-Sequência "
&
" Cortejo Sedimentar "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional do offshore da Índia, pode dizer-se que, a esta escala, uma morfologia abrupta (água profunda, para certos geocientistas) foi predominante, sobretudo a partir da ruptura do supercontinente Pangéia. A discordância associada à ruptura da litosfera (BUU), separa as bacias de tipo-rifte (anteriores a ruptura), que são, principalmente, preenchidas por sedimentos não-marinhos, da margem continental divergente (tipo-Atlântico), a qual é constituída por sedimentos marinhos e não-marinhos. Na margem divergente, os períodos durante os quais a bacia tinha uma plataforma continental (episódios transgressivos) são muito pouco espessos para se poderem pôr em evidencia em detalhe (nível dos ciclos-sequência). Durante esses períodos, a linha da costa (ruptura costeira da superfície de deposição) estava muito afastada, a montante, do rebordo da bacia, de maneira que a passagem da planície costeira para o rebordo da bacia era gradual, embora o talude continental (passagem para a planície abissal) fosse muito marcado. Ao contrário, durante os períodos regressivos (prismas de baixo e alto nível do mar), que são aqui, largamente, predominantes, a linha da costa coincidia, quase sempre, ou a partir de uma certa altura da evolução dos prismas, com o rebordo da bacia, o que quer dizer, que a planície costeira era contígua ao talude continental superior (bacia sem tem plataforma). Nestas condições, a morfologia da bacia, durante esses períodos, é abrupta, isto é, a passagem da planície costeira à planície abissal faz-se por um talude continental bastante íngreme (lâmina de água aumenta muito rapidamente). Assim, pode dizer-se que o contexto morfológico abrupto é típico dos prismas de nível baixo ou alto.
Contexto de Bacia (falha de crescimento)......................................................................................................................................Growth fault setting
Contexte de bassin (faille de croissance) / Contexto de cuenca (falla de crecimiento) / Becken Kontext (Wachstum Störung) / Á÷Óò·¶Î§ÄÚ£¨Éú³¤¶Ï²ã£© / §£§ß§Ö§ê§ß§Ö§Ö §à§Ü§â§å§Ø§Ö§ß§Ú§Ö §Ü§à§ß§ã§Ö§Õ§Ú§Þ§Ö§ß§ä§Ñ§è§Ú§à§ß§ß§à§Ô§à §â§Ñ§Ù§Ý§à§Þ§Ñ (§á§â§Ú§Þ§Ö§â) / Contesto di bacino (faglie dirette listriche con crescita)
Quando o limite entre a planície planície costeira e o talude continental corresponde a uma falha de crescimento, a qual, por definição é contemporânea da sedimentação. Na realidade, como é o movimento relativo dos blocos falhados superior e inferior da falha de crescimento que cria, a maior parte do espaço disponível para os sedimentos (acomodação), a espessura dos diferentes pacotes sedimentares (cones submarinos da bacia, cones submarinos do talude e prisma de nível baixo) depositados sobre o bloco falhado inferior aumenta em direcção do plano de falha.
Ver: " Bacia (sedimentar) "
&
" Ciclo-Sequência "
&
" Cortejo Sedimentar "
Num contexto geológico de falha de crescimento, o nível do mar está sempre mais baixo que o rebordo da bacia. O último rebordo da bacia do ciclo-sequência precedente é sublinhado por uma falha de crescimento. Este rebordo e a falha de crescimento mantêm-se, mais ou menos, na mesma posição durante o depósito do cortejo de nível baixo do ciclo sequência seguinte. A falha de crescimento horizontaliza-se rapidamente em profundidade. Por outro lado, não esqueça que neste tipo de falha, o movimento relativo ao longo do plano de falha cria uma subsidência diferencial que aumenta em direcção do plano de falha. Isto quer dizer, que o espaço disponível para os sedimentos (acomodação) aumenta em direcção do plano de falha. Assim, os membros do cortejo de nível baixo que se depositam no bloco falhado inferior, isto é: (i) Os cones submarinos de bacia (CSB) ; (ii) Os cones submarinos de talude (CST) e (iii) O prisma de nível baixo (PNB), espessam-se contra o plano de falha (em direcção do continente). Como indicado neste esquema, a montante do rebordo da bacia, os vales cavados, formados durante a descida relativa do nível do mar, que criou a discordância que limita os dois ciclos, são preenchidos por sedimentos grosseiros, que se depositaram ao mesmo tempo que os sedimentos depositados na parte superior do prisma de nível baixo. Os CSB e CST depositam-se durante a descida relativa do nível do mar (provavelmente induzida pela formação e movimento da falha), enquanto que o PNB se deposita quando o nível relativo do mar começa a subir. Note, no bloco falhado descendente, a evolução da linha da costa durante o depósito do PNB. Desde que a falha deixa de ser activa, a 1a superfície transgressiva desloca a linha da costa em direcção do continente e o contexto geológico muda.
Contexto de Bacia (falha de crescimento, exemplo)...........................................................................................................Growth Fault Setting
Contexte de bassin (faille de croissance, example) / Contexto de cuenca (falla de crecimiento, ejemplo) / Becken Kontext (Wachstum Störung) / Á÷Óò·¶Î§ÄÚ£¨Éú³¤¶Ï²ã£© / §£§ß§Ö§ê§ß§Ö§Ö §à§Ü§â§å§Ø§Ö§ß§Ú§Ö §Ü§à§ß§ã§Ö§Õ§Ú§Þ§Ö§ß§ä§Ñ§è§Ú§à§ß§ß§à§Ô§à §â§Ñ§Ù§Ý§à§Þ§Ñ (§á§â§Ú§Þ§Ö§â) / Contesto di bacino (faglie dirette listriche con crescita)
Quando o limite entre a planície costeira e o talude continental corresponde a uma falha de crescimento, a qual, por definição é contemporânea da sedimentação. Na realidade, como é o movimento relativo dos blocos falhados superior e inferior da falha de crescimento que cria, a maior parte do espaço disponível para os sedimentos (acomodação), a espessura dos diferentes pacotes sedimentares (cones submarinos da bacia, cones submarinos do talude e prisma de nível baixo) depositados sobre o bloco falhado inferior aumenta em direcção do plano de falha.
Ver: " Contexto da Bacia "
&
" Ciclo-Sequência "
&
" Cortejo Sedimentar "
Este contexto morfológico é muito frequente nas bacias sedimentares onde a argilocinese (tectónica induzida pela argila) ou a halocinese (tectónica induzida pelo sal) são activas. Muitas vezes, nessas bacias, formam-se falhas normais de crescimento (o movimento relativo dos blocos falhados é contemporâneo da sedimentação) em associação com a formação de domas argilosos ou salíferos. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Golfo do México, as relações entre as falhas de crescimento (génese e evolução) e as estruturas salíferas são evidentes. A criação de espaço disponível para os sedimentos (acomodação) nos blocos falhados descendentes é devida sobretudo à subsidência compensatória produzida pelo escoamento (fluxo) lateral do sal, embora a ciclicidade dos intervalos sedimentares seja controlada pela eustasia. Nesta tentativa, os três intervalos considerados, além do intervalo salífero, correspondem, provavelmente, a ciclos-sequência, nos quais os cortejos de nível baixo (CNB) desenvolvem-se nos blocos falhados descendentes, onde eles se espessam e inclinam em direcção do plano de falha. Na parte distal dos blocos falhados ascendente, onde os depósitos sedimentares são pouco espessos, os cortejos de nível baixo estão muito reduzidos e, certas vezes, mesmo ausentes. Numa interpretação mais fina, constata-se, que todos os membros do cortejo de nível baixo, isto é, os cones submarinos da bacia (CSB), os cones submarinos do talude (CST) e os prismas de nível baixo (PNB), se espessam de maneira significativa contra o plano de falha por biséis de agradação basculados, onde a fácies (litologia) é, naturalmente, mais grosseira e mais arenosa (possibilidade de rochas-reservatório).
Contexto de Bacia (rampa)...........................................................................................................................................................................................Ramp Setting
Contexte de bassin (rampe) / Contexto de cuenca (rampa) / Ramp Kontext / ÆÂµÀµÄÉèÖà / §£§ß§Ö§ê§ß§Ö§Ö §à§Ü§â§å§Ø§Ö§ß§Ú§Ö §Ò§Ñ§ã§ã§Ö§Û§ß§Ñ (§á§Ý§Ñ§ä§æ§à§â§Þ§Ñ) / Contesto di bacino (rampa)
Como no contexto de bacia abrupto e de falha de crescimento, o contento de bacia dito de rampa ocorre durante condições geológicas de nível baixo, quer isto dizer, que o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia. Assim, a quando de uma descida relativa do nível do mar significativa, pode acontecer, que ao nível da discordância inferior de um ciclo-sequência, o limite entre a planície costeira e o talude continental e o rebordo continental seja, praticamente, imperceptível, o que quer dizer, que o rebordo continental (limite superior do talude continental) é difícil de determinar.
Ver: " Bacia (sedimentar) "
&
" Ciclo-Sequência "
&
" Cortejo Sedimentar "
Num contexto de rampa, a bacia não tem plataforma. Durante o cortejo de nível baixo, o rebordo da bacia é o último rebordo do ciclo-sequência precedente. O novo rebordo aparece a quando da 1a superfície transgressiva. Até a individualização do novo rebordo da bacia, há uma transição gradual da planície costeira para a planície abissal, via um talude continental mal marcado. Geralmente, os cones submarinos da bacia da bacia (CSB) e do talude (CST), assim como o prisma de nível baixo (PNB), os quais formam o cortejo de nível baixo CNB) são pouco desenvolvidos e, muitas vezes, debaixo da resolução sísmica, o que quer dizer, que não são visíveis nas linhas sísmicas. Unicamente a parte superior do prisma de nível baixo, que é constituída por sedimentos grosseiros, se reconhece, com frequência. À medida que os sedimentos se depositam, eles fossilizam a discordância (limite inferior do ciclo sequência), fazendo desaparecer, pouco a pouco, rampa. Assim, desde que os sedimentos do prisma de nível baixo se depositam, o contexto de rampa desaparece, pouco a pouco, e é, finalmente, substituído por um contexto de bacia a partir da 1a superfície transgressiva (início do cortejo transgressivo). Durante o prisma de nível baixo, à medida que o nível relativo do mar sobe, a linha da costa (bacia sem plataforma) prograda para o mar (deposição lateral que implica progradação) e para cima (deposição vertical, que implica agradação). O contexto de rampa é frequente nas bacias sedimentares salíferas com uma halocinese activa e, em particular, quando existem horizontes salíferos alóctones. Com efeito, um escoamento lateral do sal produz uma subsidência compensatória que, por vezes, induz condições geológicas do tipo rampa com taludes continentais pouco inclinados na continuação da planície costeira.
Contexto de Bacia (rampa, exemplo) ...................................................................................................................................................................Ramp Setting
Contexte de bassin (rampe) / Contexto de cuenca (rampa) / Ramp Kontext / ÆÂµÀµÄÉèÖà / §£§ß§Ö§ê§ß§Ö§Ö §à§Ü§â§å§Ø§Ö§ß§Ú§Ö §Ò§Ñ§ã§ã§Ö§Û§ß§Ñ (§á§Ý§Ñ§ä§æ§à§â§Þ§Ñ, §á§â§Ú§Þ§Ö§â) / Contesto di bacino (rampa)
Quando a morfologia de um bacia sedimentar, induzida por uma descida relativa do nível do mar significativa, isto é, ao nível da discordância da base de um ciclo-sequência, é relativamente suave e o limite entre a planície costeira (bacia sem plataforma) é subtil e, por vezes, difícil de determinar.
Ver: " Contexto da Bacia "
&
" Ciclo-Sequência "
&
" Cortejo Sedimentar "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Golfo do México, uma morfologia em rampa é, facilmente, reconhecida ao nível da discordância inferior de um ciclo-sequência, localizado, mais ou menos, a dois segundos de profundidade (tempo duplo). Ao nível da discordância (início de um novo ciclo-sequência em condições de nível baixo o mar), o rebordo continental (localizado próximo das falhas normais mais ocidentais) é pouco marcado. Ele corresponde ao limite entre a planície costeira e o talude continental, uma vez que nesse momento (condições geológicas de nível do mar baixo), a bacia não tem plataforma continental. Em tais condições, a espessura e profundidade de água de deposição do cortejo de nível baixo (CNB), que se depositou a jusante do rebordo inicial da bacia (ao longo da discordância) são mais pequenos do que a de um cortejo de nível baixo depositado num contexto morfológico de bacia. Ao contrário, a invasão continental (componente lateral dos biséis de agradação) é muito maior. O preenchimento dos vales cavados, que se formaram na planície costeira desde que o perfil provisório dos rios foi rompido pela descida relativa do nível do mar, fez-se durante as últimas fase de deposição do prisma de nível baixo (não confunda vale cavado ou encaixado que é uma estrutura topográfica negativa com o preenchimento dessa estrutura, quer isto dizer, a sua fossilização por sedimentos). Quando os vales cavados são, totalmente, preenchidos, imediatamente antes da primeira superfície transgressiva, um novo rebordo da bacia se forma a jusante, próximo da ruptura costeira da superfície de deposição do prisma de nível baixo. As morfologias em rampa são muito frequentes em bacias sedimentares com horizontes salíferos como no Golfo do México ou no offshore de Angola. Muitas vezes, este tipo de morfologia está associado com escoamentos ou fluagens laterais dos horizontes salíferos que, localmente induzem, uma subsidência compensatória e condições de nível baixo do mar (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia). Note, que os mesmo ambientes sedimentares se podem encontram quer em alto ou baixo nível do mar.
Contornito.............................................................................................................................................................................................................................................................Contourite
Contourite / Contornita / Contourite / Contourite, ¸ÅÒª / §¬§à§ß§ä§å§â§Ú§ä / Conturiti
Depósitos de água profunda associados com os cones submarinos de bacia e, geneticamente, induzidos por correntes de contorno criadas pela força de Coriolis. Litologicamente, os contornitos são formados por pacotes espessos de areia fina (sem matriz argilosa), com geometria progradante e uma inclinação ascendente (biséis superiores ascendentes). Certos geocientistas, como Bouma, chamaram contornitos às estruturas de mar profundo (canais preenchidos por um aporte lateral), encontradas no fliche da Suíça, as quais são caracterizadas por uma abundância significativa de minerais pesados, como por exemplo zircão, allanite, etc.
Ver: " Cortejo Sedimentar "
&
" Cone Submarino da Bacia "
&
" Corrente de Contorno "
Vários tipos de depósitos turbidíticos estão associados com o cortejo de nível baixo (CNB). No membro inferior, isto é, nos cones submarinos de bacia (CST), podem pôr-se em evidencia os seguintes sistemas de deposição: (i) Turbiditos Profundos Amalgamados ; (ii) Turbiditos Não-Amalgamados ; (iii) Morfologia de Lóbulos Planares ; (iv) Morfologias em canais ; (v) Turbiditos de Bacia Finamente Estratificados e (vi) Contornitos. Como sugerido neste esquema, os lóbulos dos cones submarinos de bacia podem ser erodidos, por correntes profundas e o material erodido pode ser redepositado, por vezes, não muito longe, sob a forma de contornitos. Os contornitos diferenciam-se, facilmente, dos cones submarinos da bacia não só pela sua geometria, mas também pela litologia (arenosa e sem matriz argilosa) e estrutura interna. A configuração interna dos cones submarinos de bacia é, mais ou menos, paralela (sub-horizontal), enquanto que a dos contornitos é inclinada, com valores que podem atingir 15°. No membro intermediário, isto é, nos cones submarinos de talude (CST), podem-se reconhecer: (a) Depósitos de Transbordo (diques marginais naturais) ; (b) Rochas Argilosas Distais de Transbordo e (c) Canais com Areia, assim como (d) Canhões Preenchidos e (e) Blocos Deslizados. O termo canal é aqui utilizado no sentido geométrico e não genético, uma vez que, muitas vezes, os canais são, simplesmente, as depressões entre os diques marginais naturais. No membro superior, isto é, no prisma de nível baixo nível (PNB), na base das progradações, encontram-se, por vezes, turbiditos com geometria em telhado em ripas.
Controlo do Nível de Base .............................................................................................................................................................Base Level Control
Contrôle du niveau de base / Control de nivel de base / Base-Level-Steuerung, Steuern des Pegels des basischen / ×¼Ãæ¿ØÖÆ / §¬§à§ß§ä§â§à§Ý§î §å§â§à§Ó§ß§ñ §Ò§Ñ§Ù§Ú§ã§Ñ §ï§â§à§Ù§Ú§Ú / Controllo del livello di base
Função do ambiente sedimentar, o nível de base de uma corrente (e de deposição) pode ser controlado quer pelas: (i) Variações Relativas do Nível do Mar (eustasia preponderante) ; (ii) Tectónica ou (iii) Clima. A importância das mudanças do nível de base de uma corrente diminui para montante. Em rios importantes, como o Mississipi, os registros estratigráficos do Quaternário mostram que as variações do nível do mar afectam a agradação e degradação até mais de 200 quilómetros a montante da desembocadura. A montante dessa área, as variações da descarga e fluxo terrígeno são, principalmente, induzidas por tectónica e clima, isto é, as variações relativas do nível do mar são inoperantes.
Ver: " Nível de Base (de deposição) "
&
" Variação Relativa do Nível do Mar "
&
" Aporte Terrígeno "
O nível de base é, mais ou menos, o nível do mar. Contudo, normalmente, ele é um pouco mais baixo devido à acção das ondas e correntes. A continuação do nível de base para o continente define o nível final da desnudação. Nos continentes, os processos de agradação e incisão são regulados pelos perfiles de equilíbrio provisórios dos rios. O perfil de equilíbrio de um rio não é definitivo, uma vez que o rio continua a aprofundar-se (há erosão a montante, uma vez que materiais são fornecidos à corrente). Como toda a bacia é erodida, com o tempo, a carga dos rios torna-se mais fraca. Pode imaginar-se um momento ideal no qual todo o transporte desaparece e a inclinação da corrente é, unicamente, suficiente para o seu escoamento. Nestas condições ideais, a corrente atingiria o seu perfil de equilíbrio ideal ou definitivo. O conceito de nível de base pode ser generalizado como a superfície de equilíbrio entre a erosão e sedimentação. Desta maneira, o conceito de perfil de equilíbrio faz parte do conceito de nível de base. Pode dizer-se, que o nível de base de uma corrente é o ponto mais baixo em que ela pode ainda escoar-se e que, na maior parte das vezes, corresponde à sua desembocadura (não para Vail que considera que é a linha de baía). Para os rios importantes, o nível do mar é o nível de base, da mesma maneira que um rio ou lago são os níveis de base de uma corrente tributária. Se um rio é represado, um novo nível de base se forma a monte da represa (o nível de base do rio sobe, o que reduz a velocidade da corrente e favoriza a deposição). Quando a deposição atrás de uma represa atinge o seu máximo (a deposição cessou), o gradiente (inclinação) da superfície de deposição é metade da do canal ou leito inicial (antes do rio ser represado).
Convergência Interna..........................................................................................................................................................................Internal convergence
Convergence interne / Convergencia interna / Interne Konvergenz / ÄÚ²¿ÊÕÁ² / §£§ß§å§ä§â§Ö§ß§ß§Ö§Ö §ã§ç§à§Ø§Õ§Ö§ß§Ú§Ö / Convergenza interno
Geometria na qual os estratos, ou reflectores sísmicos, convergem e se adelgaçam, lateralmente, em direcção da bacia. Este tipo de geometria, que pode desenvolver-se em qualquer lugar dentro de uma ciclo-sequência, não deve ser confundido com a dos biséis de agradação ao longo das discordâncias.
Ver: " Ciclo Estratigráfico ”
&
" Variação Relativa (do nível do mar) "
&
" Configuração dos Reflectores "
Como se pode constatar nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Golfo do México, a configuração interna dos intervalos sísmicos, individualizados pelas diferentes tonalidades, não é convergente em direcção da bacia (no momento de deposição), isto é, para SSE, mas sim para NNO. Ela é divergente divergente para SSE. As terminações inferiores dos reflectores desses intervalos não podem ser consideradas como biséis de progradação. A espessura do intervalo sedimentar, ou sísmico, entre dois biséis de progradação consecutivos começa por aumentar em direcção da bacia, atinge uma espessura máxima e diminui de espessura até desaparecer na parte distal da bacia. Isto não acontece com os intervalos sísmicos considerados nesta tentativa de interpretação. Com efeito, neste exemplo, as terminações dos reflectores destes intervalos correspondem a biséis de agradação que, mais tarde, isto é depois da deposição, foram basculados em direcção do mar. Este basculamento foi criado à medida que o sal subjacente se escoava lateralmente, o que quer dizer, que os biséis de agradação se tornaram biséis de progradação aparentes. Infelizmente, durante muitos anos, esta linha sísmica era mostrada para ilustrar a progradação do rebordo da bacia durante o Cretácico do Golfo do México. Uma tal atitude era prova de verificacionismo (pouco científico) e não de falsificacionismo ou criticismo (muito mais científico) utilizado por certos geocientistas. Sem dúvida, a desconformidade visível a cerca de 6 segundos de profundidade (t.w.t.), não corresponde a uma discordância. Ela é uma desarmonia tectónica induzida pelo escoamento lateral do horizontal salífero, que ainda se pode ver nas extremidades da linha sísmica. É muito provável, que durante o Cretácico, na área onde hoje se observa uma sutura salífera (janela ou espessura de sal inferior a resolução sísmica) existia uma intumescência salífera (antiforma de sal) que, pouco a pouco, foi fossilizada pelos biséis de agradação dos sedimentos sobrejacentes, cujo depósito induziu o escoamento lateralmente do sal que criou uma subsidência compensatória (aumento de espessura dos intervalos em direcção do nível salífero).
Coral.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................Coral
Coraux (corail) / Coral / Koral / ɺº÷ / §¬§à§â§Ñ§Ý§Ý§í / Corallo
Organismo marinho da classe Anthozoa (filo das Cnidárias ou, mais popularmente, dos celenterados) como, por exemplo, a anémona do mar. Normalmente, os corais vivem em colónias formadas por indivíduos semelhantes no meio de outras colónias formadas por indivíduos diferentes. Estes grupos, que podem formar recifes de grandes dimensões, sobretudo nos oceanos equatoriais, têm a possibilidade de secretar carbonato de cálcio o que lhes permite produzir um esqueleto muito resistente às ondas do mar.
Ver: " Calcário "
&
" Variação Relativa (do nível do mar) "
&
" Recife "
Um coral (cabeça de coral), que muito gente pensa ser formado por um único indivíduo, é, na realidade, constituído por milhares de indivíduos geneticamente idênticos chamados pólipos, cuja espessura é inferior ao centímetro. Ao fim de várias gerações, os pólipos deixam o seu esqueleto, que é característico para cada espécie. Normalmente, a cabeça do coral cresce por reprodução não sexual dos pólipos. Contudo, eles também podem reproduzir-se por ovulação com corais da mesma espécie pela libertação simultânea de gâmetas durante certas noites de luar intenso. Embora os corais tenham aparecido no Câmbrico, há cerca de 542 Ma, os seus fósseis são muito raros até ao Ordovícico, período em que os corais rugosos (Rugosa Rose) e tabulares eram muito comuns. Em certas épocas geológicas, os corais foram muito abundantes, como hoje o são nos mares tropicais e transparentes de certas partes do mundo. Como os corais modernos, os antigos construíam recifes dos quais alguns se reconhecem ainda nas rochas sedimentares carbonatos. Os corais não são restritos aos recifes. Corais solitários têm sido encontrados em rochas onde nunca foram encontrados recifes (e.g. Cyclocyathus). Os recifes fósseis não são constituídos totalmente por corais. Algas, esponjas, e restos de equinodermes, braquiópodos, bivalves, gastrópodes e mesmo trilobites, que viviam nos recifes são, por vezes, preservados dentro deles. Muitos destes corais podem ser considerados como fósseis índices, uma vez que eles permitem aos geocientistas de datar as rochas nos quais se encontram. Os corais são muito sensíveis às mudanças climáticas. Assim, as mudanças de temperatura, mas também a poluição e a joalharia têm destruído muitos corais.
Cordão Litoral..................................................................................................................................................................................Backshore bar, Barrier beach
Cordon littoral / Cordón litoral, Barra / Nehrung, Strandwell / Õϰº£Ì² / §¢§Ö§â§Ö§Ô§à§Ó§Ñ§ñ §Ý§Ú§ß§Ú§ñ / Barriera di spiaggia
Acumulação de areia ou de calhaus que se forma na antepraia (forma de relevo que constitui o limite interior da praia, o qual pode ser uma arriba ou um cordão isolando ou não uma laguna interior), devido à acumulação de sedimentos pelas ondas e pelo vento.
Ver: " Delta ”
&
" Ambientes de Deposição "
&
" Praia-Baixa "
Em direcção do continente, nesta fotografia (tirada durante a maré baixa) é fácil de reconhecer: (i) Uma Cadeia de Cordões Litorais com várias barras (aberturas), na zona intramareal ; (ii) A Antepraia (entre a berma e a duna frontal) ; (iii) A Zona de Galgamento com vegetação ; (iv) Uma Zona Florestal ; (v) O Sapal Alto e (vi) O Sapal baixo (pântano baixo). Pode dizer-se que os cordões litorais são ilhas de areia ou de cascalho, mais ou menos, isoladas, que se orientam, paralelamente, à linha da costa e que são separadas do continente por uma baía, laguna, pântano ou uma planície de maré. Os cordões litorais são construídos pelas ondas ou pelo vento. Em ambientes sedimentares dominados pelas vagas ou em ambientes mistos, os cordões litorais formam ambientes sedimentares micromareais (amplitude inferior a 2 m) ou mesomareais (entre 2 e 4m). Quase sempre, os cordões litorais formam cadeias, onde cada cordão é separado dos vizinhos por barras ou entradas, como ilustrado nesta figura. O número de barras numa cadeia reflecte a acção combinada das ondas do mar e das marés. Uma energia das ondas muito forte tem tendência a fechar as barras, enquanto que um escoamento forte das marés tem tendência a abri-las. Um cordão litoral reflecte o regime hidrográfico que controla o tamanho e quantidade de barras. As tempestades produzem, muitas vezes, barras. As marés conservam-as abertas e as ondas transportam os sedimentos que as formam. O equilíbrio destes processos determina o comprimento dos cordões litorais e o número de aberturas ao longo da linha de costa. Os cordões litorais muito compridos formam-se, de preferência, em áreas caracterizadas por marés fracas e com uma energia das vagas moderada a forte. A largura de um cordão litoral reflecte, fundamentalmente, o acarreio sedimentar, as variações relativas do nível do mar e o regime dos ventos. Uma subida relativa do nível do mar causa erosão e, quando o aporte terrígeno é pouco importante, um deslocamento para o continente do cordão. Certas pessoas, mesmo geocientistas, confundem o cordão litoral com a abertura que eles chamam barra.
Corrasão.......................................................................................................................................................................................................................................................................Corrasion
Corrasion / Corrasión, Cincelado / Korrasion, Abschleifen / ÇÖÊ´ / §¬§à§â§â§Ñ§Ù§Ú§ñ / Corrasione
Desgaste das pequenas e finas partículas de uma rocha num rio ou no fundo do mar, pela acção de fricção (abrasão) e seu colapso para o topo do substrato sedimentar. Em geral, a corrasão refere-se à erosão e transporte de uma corrente. A corrasão envolve o desgaste das partículas transportadas por uma corrente devido à acção do impacto e trituração.
Ver: " Erosão ”
&
" Corrente "
&
" Acção das vaga (mar agitado) "
O termo corrasão é uma expressão geográfica muito utilizada para descrever o desgaste das superfícies rochosas na base de uma corrente de água quer um rio, mar ou glaciar pela acção de limagem, que muito geocientistas chamam abrasão, e a deposição dos detritos arrancados para formar taludes mais ou menos importantes, como acontece, na maior parte da base dos falésias. O termo corrasão também se aplica ao desgastes das rochas pela acção do vento. A abrasão é a raspagem mecânica de uma superfície rochosa por atrito entre as rochas e as partículas em movimento durante o seu transporte pelo vento, glaciares, gravidade, correntes de água ou erosão. Após a fricção, as partículas em movimento desalojam os detritos menos resistentes das paredes das rochas, as quais em parte podem ser dissolvidas. A intensidade da abrasão depende da dureza, concentração, velocidade e massa das partículas em movimento. Pode dizer-se que na maior parte das vezes, o termo corrasão refere-se à erosão por escoamento e transporte, quer isto dizer, o desgaste das superfícies rochosas quando a água, gelo ou vento se escoam sobre elas, produzido pelo impacto ou acção de trituração de partículas que ela transporta. As rochas em forma de cogumelo, que fazem parte das paisagens mais típicas que se encontram nos desertos são o resultado característico de uma corrasão eólica. Como ilustrado, as formas mais típicas têm um pedúnculo estreito, entre a cabeça e o pé, que são muito mais largos. Estas formas resultam da erosão exercida sobre as rochas pelos ventos carregados de areia. A eficiência máxima deste tipo de corrasão situa-se entre 1-1,50 m, que é a altura limite susceptível de ser atingida pela maior parte dos grãos de areia, que se deslocam por saltação sobre as superfícies rochosas. A corrasão diminui progressivamente para a base visto que a velocidade do vento diminui quando este se aproxima do solo.
Correlação..........................................................................................................................................................................................................................................................Correlation
Corrélation / Correlación / Korrelation / Ïà¹Ø / §¬§à§â§â§Ö§Ý§ñ§è§Ú§ñ / Correlazione
Método de estabelecer a contemporaneidade (sincronismo) das rochas, intervalos sedimentares ou eventos de uma área, com as rochas, intervalos sedimentares ou eventos de outra área.
Ver: " Corte Geológico "
&
" Ciclo Estratigráfico "
&
" Cortejo Sedimentar "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do onshore da Argélia, os resultados dos poços de pesquiza permitem correlacionar as linhas cronostratigráficas, discordâncias (superfícies de erosão) e a eustasia (ciclicidade dos sistemas de deposição). Os poços de pesquiza permitem de calibrar, em termos geológicos, as tentativas de interpretação. Toda a tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica tem que ser, mais tarde ou mais cedo, calibrada, isto é testada, por poços de pesquiza petrolífera ou outros. Se o resultado dos poços refutar a tentativa de interpretação (em termos de datação ou ambientes sedimentares, por exemplo), uma outra tentativa tem que ser proposta, a qual por sua vez tem que ser testada e assim de seguida. Nas linhas sísmicas regionais, a cronostratigrafia e ciclicidade podem ser, facilmente, reconhecidas utilizando: (i) O contexto geológico da área ; (ii) A identificação das discordâncias, que limitam os ciclos estratigráficos ; (iii) Um nível hierárquico de interpretação adequado, quer isto dizer, que tipo de ciclos estratigráficos deve ser proposto na interpretação (ciclos-sequência, subciclos de invasão continental ou ciclo de invasão continental) e (iv) A curva das variações relativas do nível do mar proposta por Vail (antiga curva dos biséis de agradação costeira). Em seguida, a cronostratigrafia e ciclicidade propostas na tentativa de interpretação têm que ser testadas pelos resultados dos poços de pesquiza e estudo dos registos eléctricos, os quais podem corroborar ou refutar a interpretação. Nesta tentativa de interpretação, os intervalos sísmicos interpretados como depósitos glaciares do Ordovícico Superior (glaciar 1 e 2) têm configurações internas muito diferentes das dos depósitos marinhos do Câmbrico-Ordovícico. As primeiras são bem marcadas e paralelas, enquanto que as segunda são caóticas (a continuidade dos reflectores é inexistente). As superfícies de erosão glaciar (discordâncias) que limitam ciclos glaciares aparecem aqui como discordâncias angulares, embora não tenham sido reforçadas pela tectónica. Os limites entre os intervalos marinhos do Silúrico e pós-Silúrico são discordâncias típicas induzidas, principalmente, pela eustasia.
Córrego, Curso de água, Corrente........................................................................................................................................................................................................................Stream
Ruisseau / Arroyo / Bach / Ϫ / §²§å§é§Ö§Û / Ruscello
Corpo de água que se escoa de maneira confinada, isto é, num leito definido por bancos laterais. Caminho apertado entre montes ou rego onde corre bastante água (corgo). Função da sua localização e de certas características uma corrente pode referir-se a um ribeiro, riacho, torrente, canal, distributivo, rio, etc.
Ver: « Curso de Água »
&
« Rio »
&
« Corrente Descendente »
Um córrego ou corrente é um curso de água que canaliza as enxurradas. Numa corrente podem distinguir-se as seguintes partes: (i) A Nascente, isto é, o ponto em que uma corrente emerge de um trajecto subterrâneo através de sedimentos pouco consolidados ou através de cavernas (sobretudo nas regiões calcárias, onde a carsificação é abundante, uma corrente pode ter um percurso subterrâneo mais ou menos longo) ; (ii) A Fonte, isto é, a nascente de que a corrente é originada ou outro qualquer ponto que a originou ; (iii) A Remontante, que é a parte de uma corrente próxima da fonte (termo usado, principalmente, quando a corrente tem várias fontes) ; (iv) A Confluência, isto é, o ponto em que duas correntes se juntam (quando dois distributivos têm aproximadamente a mesma importância, a confluência diz-se que é um ponto de união) ; (v) A Levada que é um segmento rectilíneo onde a corrente se escoa sem agitação ; (vi) A Poça, quer isto dizer, a área em que a corrente é mais profunda e se escoa mais devagar ; (vii) O Baixio, que é um segmento ou área onde a profundidade da água é mais pequena e portanto mais turbulenta ; (viii) O Canal, que corresponde a depressão criada pela erosão que produz o escoamento da corrente ; (ix) A Planície de Inundação, isto é, a região adjacente à corrente que é sujeita a ser inundada quando a corrente transborda ; (x) A Estação de Controle, que é o ponto de demarcação ao longo do trajecto da corrente utilizado como marca de referência e onde estão instalados os aparelhos de controle ; (xi) O Talvegue, que a secção longitudinal da corrente ou a linha que une o ponto mais baixo do canal a cada estágio desde a fonte até à embocadura, o talvegue corresponde a linha mediana da corrente onde os dois lados do vale se intersectam ; (xii) O Perímetro Húmido, que é o ponto em que superfície da corrente encontra as paredes do canal ; (xiii) A Ruptura de Pendor, isto é, o ponto do perfil da corrente em que há uma mudança brusca de inclinação do talvegue ; (xiv) A Cascata, que marca a queda de água a partir de uma ruptura de pendor e (xv) A Desembocadura, que é o ponto em que a corrente se descarrega. Sinónimo de Curso de Água e de Corrente.
Corrente de Afluxo......................................................................................................................................................................................................Uprush Current
Jet de rive / Corriente de avanço, Corriente ascendente / Auflaufen Ström / ÖúÅÜ / §£§à§ã§ç§à§Õ§ñ§ë§Ñ§ñ §ã§ä§â§å§ñ / Corrente emergente (ondata)
Corrente de água do mar, que se dirige para a costa depois da rebentação das ondas (transformação da onda de oscilação em onda de translação).
Ver: « Corrente »
&
« Zona de Rebentação »
&
« Praia-Baixa »
As correntes de rebentação ou da ressaca são as correntes que resultam da transformação das ondas de oscilação em ondas de translação. Quando a profundidade da água é cerca 1/3 da altura das ondas, isto é, quando as partes mais inclinadas das ondas inclinam 60° ou mais, as ondas tornam-se instáveis e as partes superiores mergulham para a frente, o que quer dizer, que as ondas se quebram. Uma vez que as ondas se quebram em massas de espuma turbulenta, elas continuam em direcção da praia sob a acção do seu próprio momento. Finalmente, na praia, o momento das ondas transporta-as para a terra por uma corrente que se chama corrente de afluxo. As ondas lavam e transportam a areia e outras partículas mais finas para a praia. Contudo, esta corrente de afluxo ao perder energia, devido ao atrito do fundo do mar e ao declive, inverte de sentido, originando outra corrente, que se chama corrente de refluxo. Esta corrente dirige-se para o mar e escoa-se segundo o declivo do fundo do mar. Este movimento da água em direcção do mar só é evidente à superfície, quer isto dizer, que ele existe até uma profundidade de, mais ou menos, 1 metro. Em detalhe, quando uma onda quebra, a corrente desloca-se par o mar em direcção da próxima crista. Como o movimento orbital das ondas de oscilação produz o movimento de vai (alto) e vem (baixo) de um objecto que flutua na água do mar, o mesmo movimento também produz que a cava da onda se desloque para trás e para cima em direcção da próxima crista. As direcção da corrente de afluxo varia com a direcção do vento, enquanto que a direcção da corrente de refluxo é sempre perpendicular a linha da costa (segundo o declive do fundo do mar). Nesta fotografia, a área de "água branca", onde as ondas finalmente libertam a sua energia e onde a água do mar contém muitas bolhas de ar, que reduzem a sua densidade, é uma área muito perigosa para nadar. Igualmente, na área de quebra das ondas, quando as quebras se aproximam, os nadadores devem mergulhar na base das ondas e para trás das ondas, onde a natação é muito mais segura, uma vez que há menos correntes.
Corrente dos Agueiros, Corrente de concentração..................................,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,...................................Rip Current
Courant sagittal/ Corriente de desgarre (de las rompientes) / Ripströmen / ëx°¶Á÷ / §³§ä§â§Ö§Ý§à§Ó§Ú§Õ§ß§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Corrente di ritorno, Corrente di risacca, Corrente di risucchio
Sinónimo de corrente de compensação, isto é, uma corrente transversal ou oblíqua à linha de costa, que se dirige para o largo e que afecta a massa de água superficial e profunda. Para lá da faixa de rebentação, ela abre-se em leques, dividindo-se em ramos que regressam à costa (na área de rebentação) com a corrente de afluxo.
Ver: " Corrente ”
&
" Corrente de Ondulação "
&
" Corrente de Concentração "
Nesta fotografia, como se pode deduzir, facilmente, a linha da costa está localizada para a direita (vê-se um pouco da areia praia no canto superior direito). A corrente que se dirige para o largo (assinalada pela flecha) é uma corrente dos agueiros ou de agueiros, como dizem certos geocientistas. As características deste tipo de corrente são: (i) Um canal de água agitada e com muita ondulação, cuja largura, raramente, ultrapassa uma ou duas dezenas de metros ; (ii) Uma área em que a água do mar têm uma cor diferente ; (iii) Uma linha de espuma, algas ou restos de plantas que se deslocam, rapidamente, para o mar e (iv) Uma ruptura na onda que se aproxima da costa, se reconhece facilmente. A formação e localização de uma corrente dos agueiros pode explicar-se da seguinte maneira : (a) Quando o vento e as ondas empurram a água do mar para a terra, a água é, muitas vezes, forçada, lateralmente, pelas ondas que se aproximam ; (b) Esta água escoa-se ao longo da costa até encontrar uma saída para o mar. A corrente resultante é a corrente dos agueiros, cuja trajectória pode ser visualizada colocando um colorante no início da corrente junto da costa. Como dito acima, a corrente dos agueiros é, geralmente, estreita e localizada, muitas vezes, entre bancos de areia, debaixo dos cais ou ao longo dos paredões. Muitas pessoas pensam que a corrente dos agueiros é, suficientemente, forte para arrastar as pessoas sob a superfície da água, o que não é verdade. Este tipo de corrente é, unicamente, forte à superfície e é por isso que ela pode diminuir as ondas do mar, o que conduz à ilusão de uma área, particularmente, calma, que infelizmente atrai muitos maus nadadores. No caso de ser apanhado por este tipo de corrente, não tente lutar contra ela. Deixe que ela o leve para longe da linha da costa (raramente mais de 100 metros) até ficar fora dela ou nade lateralmente (a sua largura raramente ultrapassa uma ou duas dezenas de metros). Quando estiver fora dela, nade tranquilamente para a praia.
Corrente de Arrefecimento..........................................................................................................................................................Cascading Current
Courant de cascading (refroidissement) / Corriente de cascada / Cascading Strömung / ²ãµþµçÁ÷ / §¬§Ñ§ã§Ü§Ñ§Õ§ß§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§â§Ú§Ö (§à§ç§Ý§Ñ§Ø§Õ§Ö§ß§Ú§Ö) / Cascata corrente (raffreddamento)
Corrente de água descendente devido um aumento de densidade em consequência de uma diminuição da temperatura. No inverno, a água que cobre as plataformas continentais ou as partes menos profunda dos lagos, perde calor (mais ou menos, à mesma taxa que a termoclina acima da água profunda) e a sua temperatura diminui rapidamente. O aumento da densidade induzido pela diminuição da temperatura, força a água a escoar-se para as partes mais profundas.
Ver: " Corrente ”
&
" Corrente ascendente "
&
" Corrente de turbidez "
Estas observações, que ilustram uma corrente de arrefecimento, foram feitas nos arredores de Buchillon na margem norte do Lago de Genebra (Suíça). Uma área de águas rasas, com uma profundidade entre 1-4 m e uma largura de 50-200 m borda as margens do lago. Para além dessa área, a profundidade aumenta com uma inclinação entre 4-20°. Os períodos de aquecimento diurno (± 5 horas) alternam com períodos de arrefecimento. O fluxo de calor da superfície do lago foi calculado utilizando os dados colectados num mastro vertical localizado na área. O fluxo de flutuação de superfície foi calculado usando a fórmula β = -gαH/CPρ, onde CP é o calor específico da água, g a aceleração da gravidade, ρ a densidade da água, e α o coeficiente de expansão térmica. A temperatura do ar durante a noite, que é ± 6° inferior à temperatura da superfície do lago, produz um fluxo positivo de flutuação média da superfície terrestre. A escala de comprimento de Monin-Obukov, caracteriza a distância entre a superfície onde a força do vento e a flutuabilidade são, igualmente, eficazes na produção de turbulência e é definido como L = - u * 3/κB, onde κ = 0,4 é a constante de von Karman e u* a velocidade de fricção na água estimada supondo que a força do vento é equilibrada pela tensão na superfície da água. O valor médio de L, durante os períodos de resfriamento, de -2,5 (± 6,3 m), o implica que a convecção da mistura causada pela quebra ondas , ocorreu a uma profundidade superior a cerca de -2L, isto é ± 6 m. Os perfis verticais da temperatura ilustrados foram feitos utilizando um padrão CTD (condutividade, temperatura, profundidade) ao longo de secções perpendiculares às margens. Depois de longos períodos de resfriamento, uma camada de água relativamente frios, com espessura entre 2-15 m, forma-se no talude entre uma profundidade de 10 m e a profundidade termoclina (normalmente 80-150 m).
Corrente Ascendente........................................................................................................................................................................................Upwelling current
Courant de refoulement / Corriente ascendente, Surgencia / Upwelling ström / ÉÏÉýÁ÷ / §±§à§ä§à§Ü §ß§Ñ§Ô§ß§Ö§ä§Ñ§ß§Ú§ñ / Corrente upwelling
Subida para a superfície de uma corrente de água profunda.
Ver: " Rocha-Mãe ”
&
" Efeito de Coriolis "
&
" Movimento de Eckman "
O vento pode criar correntes ascendentes ou descendente. No hemisfério norte, quando o vento sopra sobre superfície do mar, a água não se move, directamente, na direcção do vento mas sim a 45° para a direita (em relação ao vento). Este processo chama-se o movimento de Eckman e é o resultado do efeito de Coriolis. No hemisfério sul, a superfície da água é desviada para a esquerda em relação ao sentido do vento. Quando o vento faz com que a água de superfície se afaste da linha da costa ou que ela divirja de outra massa da água de superfície, uma água mais profunda move-se para a superfície do oceano, criando o que se chama uma corrente ascendente. Isto é, perfeitamente, visível nesta fotografia que mostra qua a maior a parte da corrente das Canárias recircula para o sul até ao Cabo Verde en associação com uma corrente ascendente. Ao contrário, quando o vento faz com que a água de superfície se mova para a linha da costa ou que ela converja com uma outra massa da água, a água de superfície tentará mover-se para baixo criando uma corrente descendente. Ao longo da costa da Califórnia, os ventos predominantes são em direcção do norte. Os ventos que sopram de norte para o sul obrigam a água da superfície a deslocar-se para oeste afastando da linha costa. As correntes ascendentes, vindas das partes profundas do oceano, trazem para a superfície água fria com alta concentração de nutrientes. As águas superficiais são, normalmente, pobres em nutrientes como fosfatos e nitratos que são elementos fundamentais para o crescimento das plantas. Assim, pode dizer-se que as correntes ascendentes reabastecem os níveis superiores dos oceanos com os componentes alimentares necessários a produtividade biológica. Todos os pescadores conhecem a riqueza biológica das áreas onde existem correntes ascendentes. Na pesquiza petrolífera, os geocientistas procuram sempre localizar as bacias sedimentares e os períodos geológicos onde as correntes ascendentes foram predominantes, uma vez que elas favorecem, embora indirectamente, a formação de rochas marinhas ricas em matéria orgânica que uma vez enterradas suficientemente se transformam em rochas-mãe do petróleo. Na costa Oeste da África (offshore Angola e Congo, por exemplo), as rochas-mãe marinhas do Cretácico formaram-se, provavelmente, em associação com correntes ascendentes.
Corrente de Compensação (corrente de agueiros)........................................................................................................................Rip Current
Courant d'arrachement / Corriente de desgarre (de las rompientes) / Ripströmen / ÈðÆÕµçÁ÷, ĿǰRIP / §³§Ú§Ý§î§ß§à§Ö §à§Ò§â§Ñ§ä§ß§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Corrente di ritorno, risacca
Corrente transversa ou oblíqua à linha da costa, que se dirige para o largo e que afecta a massa de água superficial e profunda. Para lá da zona de rebentação das ondas (zona de surf),em direcção do largo, ela abre em leques, dividindo-se em ramos que voltam para a costa com a corrente de afluxo. Sinónimo de Corrente de Agueiros ou de Concentração.
Ver: " Corrente ”
&
" Corrente de Ondulação (devido às vagas) "
&
" Corrente de concentração "
Como que as ondas se propagam de águas profundas para águas rasas, eles quebram-se perto da linha da costa. Quando elas se quebram, fortemente, em certas regiões, e docemente, em outras, formam-se células de circulação como as correntes de compensação, que, como mostrado nesta figura, são correntes fortes e estreitas que se escoam para o mar. Estas correntes são perigosas para as pessoas que nadam mal e, especialmente, para aquelas que não sabem nadar. Embora a velocidade de uma corrente de compensação seja, em geral, relativamente fraca (± 30 para 50 cm / s), existem casos em que eles atingem mais de 3 m / s, ou seja, uma velocidade superior a de um nadador olímpico. As correntes de compensação podem-se encontrar, quase sempre, na zona de rebentação. Em condições normais do mar, e na maioria das marés, a velocidade das correntes de compensação é, relativamente, pequena. No entanto, em condições especiais das ondas, marés e da inclinação da praia, a velocidade das correntes de compensação pode aumentar, rapidamente, e nestas condições, eles são muito perigosas para qualquer pessoa que esteja na zona de surf. A força e a velocidade de uma corrente de compensação aumenta com a altura e período da onda. Este tipo de corrente é, facilmente, reconhecível por : (i) Um canal de água agitada com muita ondulação ; (ii) Uma região onde a água do mar tem uma cor diferente ; (iii) Uma linha de espuma, algas ou restos de plantas, que se deslocam, rapidamente, em direcção ao mar e (iv) Uma ruptura na onda, que se aproxima da costa. Se um dia for apanhado por este tipo de corrente, mantenha-se calmo para conservar energia e pensar claramente. Não tente lutar contra a corrente. Deixe que ela o leve para longe da linha de costa ou nade lateralmente até se encontrar fora da sua influência. Fora da corrente, nade tranquilamente até a praia.
Corrente de Compensação Hidráulica, Corrente de Descarga.........................................................................................Hydraulic Current
Courant de compensation hydraulique / Corriente de compensación hidráulica / Auslad Strömung, Löschung Strömung / ҺѹµçÁ÷ / §¤§Ú§Õ§â§Ñ§Ó§Ý§Ú§é§Ö§ã§Ü§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Corrente di compensazione idraulica
Escoamento ao longo de um canal, devido a uma diferença de nível da água nas duas extremidades. Uma corrente de compensação hidráulica funciona como uma corrente eléctrica ( a tensão eléctrica, i.e., a diferença de potencial corresponde a diferença de altura do nível de água).
Ver: " Corrente ”
&
" Corrente de Mergulho "
&
" Corrente Turbidítica "
Como ilustrado nesta figura, quando uma corrente de água se escoa sobre um obstáculo e caí, a velocidade de escoamento acelera e cria uma um escoamento parcial em direcção do obstáculo ou da caída. Pequenas correntes hidráulicas não são perigosas e podem ser utilizadas para as crianças se divertirem quer sentadas nelas ou cavalgando-as. Contudo, as grandes e fortes correntes hidráulicas são, extremamente, perigosas. Numerosos acidentes mortais ocorrem nessas correntes que girando em torno e ao redor das vítimas as puxam em profundidade terminando por as afogar. Se por acaso cair numa corrente hidráulica forte, não lute contra ela, mergulho até ao fundo da corrente e nade uma dezena ou duas de metros para jusante afim de sair da corrente. Depois suba à superfície e nunca mais esqueça que desde que exista uma diferença de nível (artificial ou natural) numa corrente de água, a formação de uma corrente hidráulica, na parte mais baixa adjacente a ruptura, é inevitável. Existe uma analogia quase perfeita entre uma corrente eléctrica e uma corrente hidráulica. Se consideramos a tensão eléctrica (diferença de potencial), como diferença abrupta de altitude ao longo de uma corrente de água, a corrente eléctrica escoa-se em direcção do potencial mais fraco, assim como a água flui em direcção da zona de menor altitude. As correntes hidráulicas são muito comuns junto da linha de costa. O tamanho relativo e a forma dos corpos de água de cada lado de uma entrada (passagem entre dois cordões litorais) influência as marés e correntes nas áreas circunvizinhas. Muitas vezes, o padrão das correntes de maré entre o oceano e, digamos, um estuário, não estão em fase. A maré pode ser montante num lado da entrada e, descendente (vazante) no outro lado, o que, naturalmente, produz uma corrente hidráulica, mais ou menos, importante, o que quer dizer que a maré alta e baixa pode ocorrer ao mesmo tempo em diferentes lugares. Isto, pode parecer um situação impossível, mas, na realidade, ela é muito comum.
Corrente de Concentração, Corrente dos Agueiros.........................................................................................................................Rip Current
Courant de concentration / Corriente de resaca (de las rompientes) / Ripströmen / ëx°¶Á÷ / §²§Ñ§Ù§â§í§Ó§ß§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Corrente di ritorno, Corrente di risacca, Corrente di risucchio
Corrente transversal ou oblíqua à linha de costa, que se dirige para o largo e que afecta a massa de água superficial e profunda. Para lá da faixa de rebentação, ela abre-se em leques, dividindo-se em ramos que regressam à costa, na área de rebentação, com a corrente de afluxo. Sinónimo de corrente de agueiros.
Ver: " Corrente de Afluxo "
&
" Corrente de Ondulação "
&
" Corrente de Agueiros "
Como ilustrado nesta fotografia, uma corrente de concentração ou de agueiros é uma corrente horizontal que não deve ser considerada como uma corrente de retorno (corrente, que para certos geocientistas, se escoa para o largo como a corrente de refluxo). Contrariamente a uma ideia que muitas pessoas avançam, uma corrente de concentração não tira para o fundo da água as pessoas, mas sim para longe da costa. Mortes por afogamento ocorrem quando as pessoas que são tiradas para longe da costa não são capazes de se manter a flutuar e nadar para a linha da costa, o que acontece, em geral, devido à combinação de: (i) Medo ; (ii) Pânico ; (iii) Exaustação e (iv) Qualidades de Natação medíocres. As correntes de concentração são, sobretudo, frequentes depois das tempestades. Algumas destas correntes ocorrem, unicamente, durante algumas horas, enquanto outras podem ser, mais ou menos, permanentes. Para evitar uma corrente de concentração não esqueça que ela se reconhece por: (a) Um canal de água agitada ; (b) Uma área perpendicular à costa em que a cor do mar é diferente e onde a espuma, algas e restos de plantas se deslocam rapidamente para o mar e, sobretudo, por (c) Uma ruptura na onda que se aproxima da costa. Por outro lado não se esqueça de: (1) Aprender a nadar ; (2) Nunca nadar sozinho ; (3) Fazer sempre atenção, especialmente quando nadar em praias sem vigilância (sem cabos do mar) ; (4) Nadar, sempre que possível, em praia com vigilância. Se todavia for apanhado por uma corrente de concentração, permaneça calmo, para conservar a sua energia, e não tente lutar contra a corrente. Nade para fora da corrente paralelamente à linha da costa (estas correntes atingem raramente um largura superior a 10 metros) e quando estiver fora da corrente nade em direcção da costa. Se não for capaz de nada para fora da corrente, deixe-se flutuar ou nade no sentido da corrente até sair dela. Uma vez que estiver fora da corrente, nade tranquilamente em direcção da linha da costa.
Corrente de Contorno......................................................................................................................................................................................Contour Current
Corrente de contorno / Corriente de contorno / Kontur Strom / ÂÖÀªµçÁ÷ / §¬§à§ß§ä§å§â§ß§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Corrente di contorno
Corrente oceânica que se escoa segundo linhas isopicnicas (de igual densidade), mais ou menos, paralelamente aos contornos batimétricos. Corrente de água com a mesma densidade que flui ao longo dos contornos da parte inferior do talude continental e que é, muitas vezes, responsável pela deposição dos contornitos. Por vezes chamada Corrente Geostrófica.
Ver: " Efeito de Coriolis "
&
" Movimento de Eckman "
&
" Contornito "
As baixas pressões atmosféricas e as correntes oceânicas tendem a elevar (± 1 m) a superfície do nível do mar, Ao contrário, as altas pressões atmosféricas e as correntes marinhas divergentes tendem a baixar o nível do mar (± 1 m). A água, que se escoa dos altos para os baixos não flui ao longo do declive máximo, mas ao longo de linhas de contorno devido ao efeito de Coriolis. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Mar do Norte, é provável que as correntes de contorno tenham sido as responsáveis da erosão parcial dos cones submarinos de bacia e da redeposição dos sedimentos erodidos como contornitos. A discordância da base dos cones submarinos de bacia está associada a uma descida relativa do nível do mar, que exumou a antiga plataforma continental, transformado-a numa planície costeira e que criou uma série de correntes de turbidez. São estas correntes que são responsáveis da deposição dos cones submarinos de bacia. Depois da deposição dos cones submarinos de bacia, a acção das correntes de contorno, que não se escoam ao longo das linhas de declive máximo, erodiram os cones submarinos de bacia (superfície de erosão em cinzento). Os sedimentos libertados foram transportados pelas correntes de contorno. Os sedimentos mais grosseiros depositaram-se, outra vez, sob a forma estruturas sedimentares montículares (contornitos), enquanto que a fracção argilosa continuou a ser transportada e dispersada ao longo da base do talude continental. Os contornitos diferenciam-se dos cones submarinos da bacia pela sua configuração interna paralela inclinada (inclinações de deposição superiores a 10°). Os cones submarinos da bacia têm uma configuração interna paralela, mas, mais ou menos, sub-horizontal. Mais tarde, tanto os cones submarinos de bacia como os contornitos foram fossilizados pelos sedimentos distais de um prisma de nível baixo, que começou a depositar-se na região à medida que o nível relativo do mar começou a subir.
Corrente de Densidade....................................................................................................................................................................................Density Current
Courant de densité / Corriente de densidad / Stromdichte, Dichtigkeit Strömung / µçÁ÷ÃÜ¶È / §±§Ý§à§ä§ß§à§ã§ä§ß§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Corrente di densità
Corrente que se escoa em resultado de uma diferença de densidade. Nos oceanos, as correntes de densidade são produzidas pelas diferenças de temperatura, salinidade e turbidez (concentração de material em suspensão). As correntes de contorno são um caso particular de correntes de densidade que fluem ao longo dos contornos da parte inferior do talude continental e não ao longo das linhas de declive máximo.
Ver: " Corrente "
&
" Corrente Ascendente "
&
" Corrente de Turbidez "
As correntes de densidade (circulação termohalina) são provocadas pelas diferenças de densidade da água do mar, as quais são devidas, sobretudo, às variações da salinidade e temperatura. Maior é a salinidade da água do mar, maior é a sua densidade. Dois processos muito comuns podem mudar a salinidade da água do mar e assim a sua densidade: (i) Evaporação e (ii) Congelação. A evaporação causa um aumento da salinidade. A congelação da água do mar também aumenta a salinidade. A água fria é mais densa do que a água quente, uma vez que as suas moléculas estão mais apertadas umas contra as outras. É nas regiões polares que se encontra a água mais salgada, mais fria e mais densa. No Mediterrâneo, a água tem uma salinidade de cerca de 40 partes por mil, enquanto que no Oceano Atlântico a salinidade é de 35 partes por mil. Assim, quando a água do Mediterrâneo entra no Atlântico, via o estreito de Gibraltar, forma-se uma corrente de densidade (não ilustrada neste esquema), uma vez que a água salgada do Mediterrâneo mergulha para o fundo do oceano Atlântico. No Atlântico Norte, a água profunda está ligada ao arrefecimento da água salgada transportada pela corrente do Golfo desde as Caraíbas. Quando a água da corrente do Golfo chega ao Mar da Noruega, ela sofre um brusco arrefecimento. Como ela era já relativamente densa, devido à sua forte salinidade, o arrefecimento aumenta ainda mais a densidade, o que é, largamente, suficiente para a fazer mergulhar para as partes mais profundas da bacia oceânica. Evidentemente, as correntes de densidade influenciam muito o clima. Basta comparar as temperaturas invernais das cidades europeias e canadianas que estão, mais ou menos, à mesma latitudes. Em Janeiro, Madrid (latitude 50°N) tem um temperatura média de 5°C, enquanto que a cidade canadiana de Edmonton (latitude 53°N) tem uma temperatura média de -15° C.
Corrente de Deriva Litoral (longitudinal).................................................................................Longshore Drift, Littoral current, Offshore drift
Coourant de dérive littorale / Corriente de deriva del largo / Litoralströmung / ÑØ°¶Æ¯, ½ÉÏÆ¯ÒÆ / §¥§â§Ö§Û§æ§à§Ó§à§Ö §á§â§Ú§Ò§â§Ö§Ø§ß§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Longshore deriva, Corrente littorale
Massa de água que se desloca ao longo da costa, fora da faixa de rebentação, proveniente da acumulação das águas das correntes de afluxo e refluxo, quando a rebentação é oblíqua à costa. Tem uma acção morfogénica importante, pela sua capacidade de transporte. Esta corrente é, por vezes, também chamada Corrente em Ziguezague ou Corrente de Deriva de Praia ou Corrente litoral.
Ver: " Corrente "
&
" Corrente de Deriva de Praia "
&
" Corrente de Rebentação "
Função das circunstâncias, as correntes marinhas podem construir ou destruir a costa. Dois tipos principais de correntes modelam as praias: (i) Correntes de pré-praia e (ii) Correntes litorais ou de deriva litoral. As correntes de pré-praia formam-se quando as ondas do mar são perpendiculares, ou quase, à linha de costa. Na realidade, a água bate na costa e tem que se escapar para qualquer parte. Ela tende a fluir por estreitas correntes para fora da praia (muitas vezes por correntes de agueiros ou de concentração). Estas correntes, chamadas por vezes, também, correntes de fuga podem ser extremamente perigosas. Elas deslocam-se perpendicularmente às praias em direcção do mar. Elas (correntes de agueiros ou de concentração) podem ser muito fortes, mas são relativamente estreitas (uma ou duas dezenas de metros). Elas podem transportar, para o largo, grandes quantidades de areia. Se um dia se encontrar no meio de uma destas correntes proceda da seguinte maneira: (a) Permaneça calmo e conserve a sua energia ; (b) Não tente lutar contra a corrente ; (c) Nade paralelamente à linha da costa (como dito acima elas atingem raramente uma largura de 10 metros) e quando estiver fora da corrente nade em direcção da costa ; (d) Se não for capaz de nadar para fora da corrente, deixe-se flutuar ou nade no sentido da corrente até sair dela (este tipo de correntes marinhas têm raramente mais de 100 m de comprimento) e, depois, nade tranquilamente em direcção da linha da costa. Como ilustrado neste esquema, uma corrente litoral ou de deriva litoral forma-se quando as ondas do mar são obliquas à linha da costa e por isso, elas formam praias alongadas e, mais ou menos, rectilíneas, uma vez que elas transportam a areia ao longo da costa e depositam-a nas áreas menos móveis. São estas correntes que depositam a areia contra os esporões de praia no lado em que estes se opõem ao sentido da corrente.
Corrente de Deriva Longitudinal (litoral).....................................................................Longshore Drift, Offshore Drift
Courant de dérive littorale / Corriente de deriva del largo / Litoralströmung / ÑØ°¶Æ¯, ½ÉÏÆ¯ÒÆ / §¥§â§Ö§Û§æ§à§Ó§à§Ö §á§â§à§Õ§à§Ý§î§ß§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Deriva littorale, Corrente longitudinale
Acumulação de areia ou cascalho que se forma na praia ante-praia (forma de relevo que constitue o limite interior da praia, a qual pode ser uma falésia ou um cordão isolando ou não uma lagoa interna), devido à concentração de sedimentos pelas ondas e vento.
Ver: " Corrente de Deriva de Praia "
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" Linha da costa "
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" Corrente de Rebentação "
Nesta fotografia da costa leste da Argentina, a direcção dominante das ondas é, claramente, visível (perpendicular à seta azul). A agregação dos cordões litorais que formam as sucessivas linhas de costa, pode ser explicada como o resultado da corrente de deriva longitudinal. De facto, logo que as ondas se quebram na zona de rebentação, forma-se uma corrente em direcção da praia, que se escoa perpendicularmente à direcção da crista das ondas (perpendicularmente à seta azul desenhada na fotografia), chamada de corrente de afluxo (uma das duas correntes de ressaca). Gradualmente, essa corrente montante perde energia e, eventualmente, se inverte, ou seja, ela começa a escorar-se em direcção do mar, seguindo a inclinação do fundo do mar. É a segunda corrente de ressaca ou corrente de refluxo. Assim, as correntes de afluxo e refluxo têm, não só, um sentido oposto, mas, igualmente, direcções de escoamento diferentes. A interacção destas correntes forma o que alguns geocientistas chamam, uma corrente em ziguezague, cujo resultado final é a formação de uma corrente, mais ou menos, paralela à linha de costa, chamada de corrente deriva litoral, a qual é responsável da erosão da praia, em certos lugares, e do depósito de areia em outros lugares. Neste exemplo, as praias são erodidas no sul, ao longo da aglomeração de San Clemente del Tuyu, e a areia é transportada e depositado na parte norte, sob a forma de cordões litorais. Muitas vezes, para proteger as praias da corrente de deriva litoral, as populações constroem cais (cais ou molhes) perpendiculares à linha de costa. Uma vez que estas estruturas de protecção são construídas, a largura da praia varia muito de cada lado dos molhes. A praia mais larga é o lado do molhe que oferece uma resistência à corrente de deriva litoral, que perdendo competência de transporte deposita os sedimentos que ela carrega. Quando a direcção das ondas é NO-SE, como neste exemplo, e a linha da costa NNO-SSE, se um cais for construído perpendicular à linha de costa, a praia mais larga será localizada ao sul do molhe.
Corrente de Deriva de Praia (corrente em zigue-zague)....................................................................Beach Drifting, Foreshore Drift
Courant de dérive de plage / Corriente de deriva de la playa / Strandvertriffung / Ӿ̲ƯÁ÷, ±õÆ¯ÒÆ / §±§Ö§â§Ö§Õ§Ó§Ú§Ø§Ö§ß§Ú§Ö §ß§Ñ§ß§à§ã§Ñ §Ó§Õ§à§Ý§î §Ò§Ö§â§Ö§Ô§Ñ / Drift corrente della spiaggia
Corrente longitudinal, que se forma nas praias, fora da área de rebentação, atingida pelas correntes da ressaca, em consequência da acumulação da água (e sedimentos) das correntes de afluxo e refluxo, quando a rebentação é obliqua à costa. Sinónimo de Corrente de Deriva Litoral ou corrente litoral.
Ver: " Corrente "
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" Corrente de Deriva Litoral "
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" Corrente de Ondulação "
Uma corrente de deriva de praia é, praticamente, a mesma coisa que uma corrente litoral ou de deriva litoral. Ela é o resultado da interacção entre as correntes de afluxo e refluxo. Ela transporta areia e, por isso, quando ela encontra uma barreira, como, por exemplo um esporão, a areia acumula-se contra ele (na parte que faz frente a corrente), o que é visível nesta fotografia. Embora a direcção das ondas não seja muito oblíqua à linha da costa, o que quer dizer, que a corrente de deriva de praia não é muito forte, há muita mais areia na parte esquerda do esporão (contra o sentido da corrente) do que na parte direita. Se nada for feito par impedir a deposição da areia, daqui a alguns anos a sedimentação atingirá a extremidade do esporão. Mais tarde, formar-se-à um bordão de areia, paralelamente à linha da costa, mas do outro lado do esporão a partir da sua extremidade. Molhes são, muitas vezes, construídos nas embocaduras dos rios onde existe uma forte corrente de deriva de praia. O molhe de lado de onde vem a corrente favorecer a sedimentação da areia enquanto que o molhe do outro lado da desembocadura protege, durante um determinado número de metros, a erosão da praia. Entre os geocientistas, particularmente, aqueles que se ocupam dos problemas ambientais, existe um certo consenso num certo número de hipóteses sobre os processos geológicos costeiros e a engenharia que eles implicam: (i) A erosão da linha da costa é um processo natural ; (ii) Os problemas de erosão ocorrem quando habitações ou outras construções são feitas na zona costeira ; (iii) Qualquer construção na linha da costa tem consequências ; (iv) A estabilização da linha da costa por estruturas de engenharia protege as propriedades de alguma pessoas, mas não do público em geral ; (v) As estruturas construídas para proteger as praias podem, eventualmente, destruí-las, uma vez, que quando construídas elas produzem uma evolução das praias que é difícil de inverter.
Corrente de Descarga, Corrente de Compensação Hidráulica.............................................................................Courant de Décharge
Courant de décharge / Corriente de compensación hidráulica / Auslad Strömung, Löschung Strömung / ҺѹµçÁ÷ / §³§ä§à§Ü§à§Ó§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Corrente di compensazione idraulica
Aceleração e inversão do escoamento da água sobre um obstáculo ou queda. Nunca lute contra uma corrente de descarga. Ao contrário, mergulhe para o fundo da corrente e nade, tranquilamente, para a margem da corrente onde a acção da corrente não se faz mais sentir. Sinónimo de Corrente de Compensação Hidráulica.
Voir: " Corrente "
&
" Corrente Ascendente "
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" Corrente de Mergulho "
Como ilustrado uma corrente de descarga ou hidráulica forma-se, por exemplo, quando a água se escoa ao longo de uma barragem ou queda de água com um volume e força suficiente para criar, na superfície, um onda de retorno (em sentido contrário), que pode obstruiu grande parte o escoamento. As correntes descarga são correntes de recirculação produzidas quando a água cai, sobre uma obstrução, e mergulha para o fundo com tanta força que cria uma onda cilíndrica que retorna à superfície e volta para a queda (diferença de altitude do nível da água) que a causou. Dependendo da altura da queda e do volume de água que mergulha, uma corrente descarga pode ser muito forte e ser uma "armadilha" para os barcos, e infelizmente, por vezes, também para as pessoas. O tamanho de uma corrente de descarga pode ser calculado pela distância entre a espiral montante da onda de retorno e a obstrução (queda). Se a onda de retorno começa a enrolar-se para trás 2 metros depois da obstrução, o buraco debaixo da queda será de cerca 2 metros de profundidade. Isto não é uma regra absoluta, visto que as condições do leito da corrente podem criar uma situação diferente da que se observa em superfície. Contudo, temos todo o interesse em a tomar em linha de conta, uma vez que ela nos dá uma ideia da profundidade do buraco onde se forma a corrente de descarga, o que é muito importante em caso de um autossalvamento. A técnica de sair de uma corrente de descarga é totalmente contrária aos instintos naturais: (i) Ponha-se numa posição fetal, isto é, encolha-se todo ; (ii) Deixe ir-se até ao fundo da corrente ; (iii) Quando chegar ao fundo estenda-se (cara para cima e pés para jusante) e deixe que a forte corrente da base o leve para fora da zona de perigo, para depois nadar até a superfície da água. Evidentemente, comece por respirar profundamente, uma vez que tudo isto pode levar 1 ou dois minutos.
Corrente Descendente.........................................................................................................................................................................Downwelling Current
Courant descendant / Corriente descendiente / Abwärtsgerichteten Strom / ϽµÁ÷µçÁ÷ / §¯§Ú§ã§ç§à§Õ§ñ§ë§Ú§Û §á§à§ä§à§Ü / Downwelling corrente, Corrente discendente
Corrente oceânica que se escoa para baixo, em geral verticalmente, quer devido a convergência de duas correntes horizontais opostas, quer porque ela tem uma densidade superior (maior salinidade, por exemplo) do que a água em que ela se desloca.
Ver: " Corrente "
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" Corrente Ascendente "
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" Corrente de Densidade "
Nesta figura está representado o movimento do nível superior dos oceanos, isto é, o nível acima de isotérmica 3.5° C (ou mais correctamente, acima da linha potencial da temperatura). As linhas mais espessas sublinham as correntes cuja massa de transporte é superior a 20 x 109 kg/s, enquanto que as linhas mais finas sublinham as correntes que transportam entre 10 e 20 x 109 kg/s. A letra A indica a posição das correntes ascendentes e a letra D das correntes descendentes. A compreensão da circulação dos oceanos resultou do estudo separado das correntes superficiais e profundas, mesmo se o limite entre elas é arbitrário. Uma tal divisão permite de calcular e comparar a massa transportada, isto é, o escoamento de água no plano vertical perpendicular a corrente em kg/s. A profundidade do limite arbitrário varia com a latitude. Ela é de cerca de 2,2 km na parte oeste do Oceano Pacífico (equatorial) e de 0 km perto de 65° N e 55° S. Na carta ilustrada nesta figura, a superfície arbitrária escolhida foi uma superfície isentrópica (mesma entropia), uma vez que as correntes, raramente, atravessam este tipo de superfícies (a água, assim como o ar, conserva sua temperatura potencial e escoa-se ao longo de linhas com a mesma entropia na ausência de fonte calorífica). Note que a entropia é a medida da desordem de um sistema e que toda reacção têm tendência para ocorrer, se no processo reaccional a energia for degradada para uma forma mais dispersa, mais caótica (aumento da entropia). Como se pode constatar, neste mapa, uma das correntes marinhas de superfície mais importantes é corrente circumpolar Antárctica. No sul da Austrália e na Nova Zelândia, esta corrente é convergente, o que produz uma corrente descendente. A zona de convergência Antárctica é uma linha bem definida pela água fria da Antárctica, que se desloca par o Norte e encontra as águas quentes dos oceanos com baixa latitude. Em tempo calmo, esta zona de convergência é sublinhada por uma neblina resultante do arrefecimento do ar húmido vindo do Norte pela água fria vinda do Sul.
Corrente de Escape (remoção) .............................................................................................................................................................................Flow-Stripping
Courant de débordement (turbiditos) / Corriente de desborde (turbiditas) / Überlauf Strom (Turbiditen) / µ±Ç°µÄÒç³ö (×ÇÁ÷£© / §±§â§Ú§Ý§Ú§Ó§ß§à§Ö §ä§Ö§é§Ö§ß§Ú§Ö / Corrente di traboccamento, Corrente di straripamento (torbiditi)
Corrente formada pela parte mais diluída (carregada de material fino) de uma corrente turbidítica que escapa ao confinamento topográfico onde ela se escoa. O material transportado por este tipo de corrente deposita-se, em geral, não muito longe do ponto de desvio. Quando esta corrente se forma, ela causa um aumento da relação areia / argila da corrente turbidítica principal.
Ver: " Avulsão "
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" Depósito de Transbordo "
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" Cone Submarino do Talude "
Este esquema geológico tenta explicar como é que se forma uma corrente turbidítica de escape. Este tipo de corrente forma-se, sobretudo, nos cones submarinos de talude que, normalmente, se sobrepõem aos cones submarinos de bacia, quando a corrente turbidítica principal é, mais ou menos, canalizada, pelos depósitos de diques marginais naturais (depósitos de transbordo). À medida que os depósitos de transbordo se depositam eles canalizam, pouco a pouco, as correntes turbidíticas, uma vez que entre os diques marginais naturais se forma uma depressão central que as correntes turbidíticas seguintes vão utilizar para se escoar para as partes mais profundas da bacia. Com o tempo e mais deposição por transbordamento, a depressão central torna-se sinuosa, visto que a quantidade do material sedimentar transportada pelas correntes diminui. Muitas vezes, acontece que, na parte mais sinuosa da depressão, devido a alta velocidade das correntes turbidíticas, a parte mais diluída da corrente escapa por cima do confinamento topográfico para depositar uma parte do material argiloso que ela transportava nas áreas mais baixas entre depósitos de transbordo (entre as "asas de gaivota") dos cones submarinos de talude. Quanto mais correntes turbidíticas de escape se formam, mais a corrente principal se enriquece-se em areia e mais arenosos serão os lóbulos terminais. Depósitos associados com correntes de escape são frequentes no offshore Monterey (Califórnia). No offshore do Brasil e, particularmente na bacia de Campos, os lóbulos laterais (como os geocientistas brasileiros lhes chamam), que, por vezes, formam rochas-reservatório e mesmo armadilhas morfológicas importantes, estão associados às correntes turbidíticas de escape. Estes lóbulos, que contrastam com os lóbulos terminais (mais ricos em areia), são, por vezes, bons reservatórios (nas partes distais dos cones submarinos de talude onde a corrente turbidítica principal é mais rica em areia).
Corrente do Golfo.........................................................................................................................................................................................................................Gulfstream
Courant du Golfe / Corriente del Golfo / Golfstrom / Ä«Î÷¸çž³Å¯Á÷ / §¤§à§Ý§î§æ§ã§ä§â§Ú§Þ / Corrente del Golfo
Corrente oceânica que se inicia entre a Florida e as Bahamas e que se dilui no Oceano Atlântico à latitude da Gronelândia. Ao largo da Florida, ela é um autêntico rio, com uma largura entre 80 e 150 km e uma profundidade entre 800 e 1200 m. Ela move-se a uma velocidade de, mais ou menos, 2 m/s e os seus limites são visíveis a olho nu. Ela desloca-se paralelamente à costa até ao cabo de Hatteras, para depois, se dirigir para Este formando meandros que, pouco a pouco, se soltam da corrente principal formando turbilhões, que têm um tempo de vida entre alguns dias e semanas. Estes turbilhões são o mecanismo principal do afrouxamento e diluição da corrente.
Ver: " Corrente "
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" Efeito de Coriolis "
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"Transporte de Eckman"
Embora, a corrente do Golfo seja uma corrente marinha de superfície quente que ladeia a costa Este dos USA, desde o Golfo do México até a parte nordeste do Oceano Atlântico, ela pode, também, ser considerada como uma corrente de densidade. Na realidade, à medida que a corrente se desloca para o Mar da Noruega, ela arrefece e, pouco a pouco, a sua salinidade aumenta. Na parte norte do Atlântico, os meandros soltam-se, pouco a pouco, da corrente principal para formar turbilhões, mais ou menos, importantes, os quais podem durar várias semanas. Quando a água da corrente do Golfo chega ao Mar da Noruega, ela sofre um arrefecimento brusco. Como ela já era, relativamente, densa, devido à sua forte salinidade, o arrefecimento aumenta ainda mais a sua densidade, o que é, largamente, suficiente para a transformar numa corrente descendente, uma vez que ela mergulha até às partes mais profundas da bacia oceânica. A corrente do Golfo influencia muito o clima e aquece a parte Norte da Europa. Sem a corrente do Golfo, o norte da Europa seria muito mais frio. Uma simples comparação entre as temperaturas invernais das cidades europeias e canadianas que se localizam, mais ou menos, à mesma latitude, é muito significativa. Assim, em Madrid, que está à latitude de 50°N, a temperatura média em Janeiro é de 5°C, enquanto que Edmonton, no Canada, que está à latitude 53°N (praticamente à mesma latitude que Madrid) tem, em Janeiro, uma temperatura média de -15° C. A evolução da corrente Golfo, com o tempo, é um factor determinante do clima no Atlântico Norte.