Corrente de Jacto................................................................................................................................................................................................................................Jetstream
Courant-Jet / Corriente de jet / Strahlstrom / 高速氣流 / Струйное течение / Corrente a getto
Corrente de ar, relativamente estreita, mas rápida, que se forma na atmosfera a cerca de 10-12 km de altitude, junto dos limites de massas de ar com diferenças de temperatura importantes, como, por exemplo, entre as massas de ar polar e as massas quentes equatoriais. A trajectória de uma corrente de jacto é meandriforme. Os meandros deslocam-se para Este, a velocidades inferiores ao vento nos quais eles se formam (Teoria de Rossby). As principais correntes de jacto deslocam-se de Oeste para Este, quer no hemisfério norte quer no sul.
Ver: " Corrente "
&
" Efeito de Coriolis "
&
" Movimento de Eckman "
O conceito de relação térmica do vento é o ponto de partida para compreender as correntes de jacto. Na atmosfera (direcção vertical), o equilíbrio das forças é entre o gradiente de pressão e a gravidade (equilíbrio hidrostático). Na direcção horizontal e fora da zona dos trópicos, o equilíbrio é entre a força de Coriolis (aceleração necessária para que um objecto permaneça na sua trajectória quando se desloca em relação a um quadro de referência em rotação) e o gradiente de pressão (equilíbrio geostrófico). Dados ambos equilíbrios pode determinar-se a relação térmica do vento, assumindo que a derivada vertical do vento horizontal é proporcional ao gradiente de temperatura horizontal. Esta relação sugere que como a temperatura diminui em direcção dos pólos, o vento cria uma componente em direcção do levante cada vez mais importante com a altitude. As fortes correntes de jacto que se deslocam para Este são, em parte, uma simples consequência do facto que as zonas equatoriais são mais quentes que as zonas polares. A localização das correntes de jacto é, extremamente, importante para as companhias de aviação. Na realidade, as companhias de aviação aproveitam-se destas correntes desde 1952, quando pela primeira vez um avião da companhia americana PANAM voou de Tóquio para Honolulu, a uma altitude de 7600 metros aproveitam-se de uma corrente de jacto. Não só o tempo do trajecto foi muito mais curto (11,5 horas em vez de 18 horas), mas também o consumo de combustível foi muito mais pequeno. Actualmente, com as reservas de petróleo cada vez mais pequenas, muitos cientistas andam a investigar se há maneira de aproveitar a energia do vento das correntes de jacto.
Corrente de Mergulho (pelo vento).........................................................................------------------------------------------...........Capsizing Current
Courant de capsizing (par le vent) / Corriente de vuelco, Corriente de zozobra / Capsizing Strömung (Kentern) / 倾覆电流 / Штормовое течение / corrente di rovesciamento
Corrente induzida pela acção de ventos fortes localizados sobre as massas de água superficiais do mar, impelindo-as em direcção do fundo.
Ver: " Corrente ”
&
" Corrente Descendente "
&
" Corrente de Salinidade "
No oceano existem vários tipos principais de correntes: (I) Correntes de superfície, que são empurradas pelos ventos, que devido ao efeito de Coriolis (causado pela rotação da Terra), à volta do equador, sopram, ligeiramente, para Oeste ; estas correntes formam enormes movimentos circulares nas bacias oceânicas (Atlântico, Pacífico e Índico), uma ao norte e outra ao sul do equador com um movimento anti-horário ao sul e no sentido dos ponteiros de um relógio ao norte ; quando os ventos são muito fortes, como ilustrado nesta figura, uma corrente de água podem dirigir em profundidade formando o que se chama uma corrente de mergulho ; (ii) Correntes frias e quentes, que formam a grande cintura de transporte oceânico ("Great Ocean Conveyer Belt"); a água fria proveniente da pólos desloca-se em direcção ao equador, principalmente, ao longo do lado Oeste dos continentes, enquanto que as correntes quentes se escoam em direcção dos pólos, principalmente, ao longo dos lados orientais dos continentes ; as correntes oceânicas mais importantes são : (a) Correntes Equatorial Norte ; (b) Corrente Equatorial Sul ; (c) Contracorrente Equatorial ; (d) Corrente do Golfo (Atlântico) ; (e) Corrente das Canárias (Europa) ; (f) Corrente de Kuroshio (Japão, China) ; (g) Corrente da Califórnia (EUA) ; (h) Corrente Sul Indiana (Oceano Índico) ; (i) Corrente de Benguela (África) e (j) Corrente Circumpolar Antárctica. O parâmetro térmico da água é muito diferente das outras substâncias, que contratam quando arrefecidas e dilatam quando aquecidas. Isto também acontece com a água, mas unicamente até que ela comece a congelar. Em seguida, ela começa a expandir, mesmo quando arrefece. No momento em que se congela, a água transforma-se em gelo, o qual é menos denso do que a água líquida. O gelo flutua sobre a água em vez de se afundar. Se isso não fosse o caso não haveria vida na Terra. Se a água dos oceanos e lagos congelassem de baixo para cima, em vez de cima para baixo, as ecologias profundas não existiriam e as massa geladas seriam eternas. O congelamento de cima para baixo limita o congelamento da água e permite um rápido degelo.
Corrente Oceânica...........................................................................................................................................................................................................Ocean Current
Courant océanique / Corriente oceánica / Ozeanströmungen / 目前海洋 / Океанское течение / Corrente oceanica, Corrente di impulso
Movimento contínuo do oceano provocado por forças que actuam, directamente, sobre a água, como, por exemplo, o vento, força de Coriolis, diferenças de temperatura, diferenças de salinidade e marés causadas pela atracção gravitacional do Sol e da Lua.
Ver: " Efeito de Coriolis "
&
" Corrente de Densidade "
&
" Conjunção (astronomia) "
Existem dois tipos de correntes oceânicas: (i) Correntes de Superfície (circulação de superfície): estas águas constituem cerca de 10% de toda a água do oceano e correspondem aos primeiros 400 metros do oceano e (ii) Correntes Profundas (circulação termohalina) : estas águas compõem cerca de 90% dos oceanos e movem-se nas bacias oceânicas pela acção da gravidade e forças induzidas pelas diferenças de densidade (a diferença de densidade é uma função das diferentes temperaturas e salinidade; as águas profundas afundam-se nas bacias oceânicas, a altas latitudes, onde as temperaturas são, suficientemente, frias para aumentar a densidade). As correntes oceânicas são influenciados por dois tipos de forças: (a) Forças Primárias, que iniciam o movimento da água e (b) Forças Secundárias, que influenciam onde as correntes se escoam. De entre as forças primárias podemos citar: (1) - O Aquecimento Solar, que causa a expansão da água (perto do equador, o nível da água é cerca de 8 centímetros mais alto do que nas latitudes médias, o que causa uma ligeira inclinação e um ligeiro escoamento da água) ; (2) - A Força do Vento, quando o vento sopra na superfície do oceano ele empurra a água (o atrito faz a ligação entre o vento e a superfície da água) ; um vento que sopre durante 10 horas através do oceano causará um escoamento das águas superficiais a um velocidade mais ou menos de 2% da velocidade do vento (água acumula-se na direcção segundo a qual o vento sopra) ; (3) - A Força da Gravidade, que tende tende a puxar a água para baixo ou a empilha-la contra o gradiente de pressão ; (4) - A Força de Coriolis causa o movimento da água para para a direita (no hemisfério norte) em torno dos amontoados de água. Estes fluxos de água são chamados giros. O giro do Norte Atlântico é dividido em quatro distintas correntes: (A) Corrente Norte Equatorial ; (B) Corrente do Golfo ; (C) Corrente Norte Atlântica e (D) Corrente das Canárias. Os amontoados de água onde se formam os giros são criados pelo deslocamento da água para o interior devido ao transporte de Eckman.
Corrente de Ondulação.........................................................................................................................................................................................Surge Current
Corurant d'ondulation / Corriente de oleaje / Ripple-Strom, Stoßstrom, Wellenbrandungsströmen / 浪涌电流 / Волнообразное течение / Corrente di ondulazione (a causa delle onde)
Corrente que resulta da acumulação de água junto à costa, devido à rebentação das ondas e ao tipo de incidência com que elas a atingem. Vários tipos de correntes de ondulação podem distinguir-se: (i) Correntes de Rebentação (correntes da ressaca de certos geocientistas) ; (ii) Corrente de Afluxo ; (iii) Corrente de Refluxo ; (iv) Corrente em Ziguezague ou de Deriva da Praia (deriva litoral ou longitudinal) ; (v) Corrente de Retorno ; (vi) Corrente dos Agueiros ou de Concentração, etc.
Ver: " Corrente da Ressaca "
&
" Corrente de Afluxo "
&
" Zona de Rebentação "
Neste esquema estão representadas as principais correntes de ondulação: (1) Corrente de afluxo ou de jacto da rebentação ; (2) Corrente de refluxo ; (3) Corrente de deriva da praia ou corrente de ziguezague ; (4) Corrente de agueiros ; (5) Corrente de deriva litoral, assim como (6) A direcção das ondas ao largo e (7) As cristas prélitorais. As correntes de jacto da rebentação (da ressaca) ou de afluxo, resultam da transformação da onda de oscilação em onda de translação, ao rebentar das ondas. A onda de translação propaga-se por uma corrente que se dirige para a costa (corrente de afluxo). A corrente de refluxo é a corrente resultante da rebentação, mas que se dirige para o mar, segundo o declive do fundo do mar, desde que a corrente de afluxo deixa de existir. Ela resulta da inversão da corrente de afluxo, devido à perda de energia causada pelo declive e do atrito do fundo do mar. A corrente de deriva da praia ou em ziguezague forma-se nas praias, na área de rebentação atingida pelas correntes da ressaca, em consequência da acumulação da água (e sedimentos) pelas correntes de afluxo e refluxo, quando a rebentação é oblíqua à costa. A corrente de retorno é a corrente (se ela existe) que se desloca junto do fundo do mar e que escoa para largo a corrente de refluxo. A corrente dos agueiros ou de concentração que pode ser perpendicular ou oblíqua à linha de costa, dirige-se para o largo escorrendo a água superficial e profunda. Para lá da faixa de rebentação, a corrente de agueiros, abre-se, dividindo-se em ramos que regressam à costa com a corrente de afluxo. A corrente de deriva litoral ou longitudinal, é a massa de água que se escoa ao longo da costa, fora da faixa de rebentação, e que resulta da acumulação da água das correntes de refluxo, redemoinho e deriva da praia, quando a rebentação é oblíqua à costa.
Corrente de Pré-praia (corrente de refluxo).........................................................................................................Backwash Current Tract
Courant redescendant / Corriente de reflujo / Rückspülung / 反冲洗 / Обратное течение / Corrente di controlavaggio, Risacca
Corrente de rebentação que se dirige para o mar, seguindo o declive do fundo do mar, e que resulta da inversão da corrente de afluxo, devido à perda de energia causada pelo devido ao declive e o atrito do fundo do mar). Sinónimo de Corrente de Refluxo ou de Retiro
Ver: " Corrente de Pré-Praia "
&
" Corrente de Ondulação "
&
" Praia-Baixa "
Nesta foto, as duas correntes da rebentação ou da ressaca, isto é, a corrente de afluxo, que se dirige para a costa, e a corrente de refluxo ou de pré-praia, que se dirige para o mar são facilmente identificadas. A direcção da corrente de afluxo é perpendicular à direcção das ondas (aqui muito pequenas), enquanto que a direcção da corrente de refluxo é determinada pelo declive da praia. Não confunda a corrente de refluxo ou de pré-praia com a corrente de retorno, cuja existência é muito discutida e que é, por vezes, definida como uma corrente que se desloca junto ao fundo do mar e que escoa para o largo. Como neste exemplo, o material que forma a praia é grosseiro, a corrente de refluxo é pouco importante porque há uma percolação importante (movimento lento e laminar da água através do material sedimentar). É por isso que o declive (inclinação) da praia é, relativamente, forte para que o equilíbrio entre a corrente de afluxo e de refluxo se mantenha. Evidentemente, que esta fotografia sugere condições de mar calmo e, por conseguinte, a corrente de refluxo é naturalmente pequena. Quando a altura das ondas é grande (forte energia), isto é, quando as ondas são destrutoras, as correntes de afluxo associadas são fracas, mas as correntes de refluxo são fortes e com um poder erosivo importante. Ao contrário, quando a energia e altura das ondas é pequena, isto é, quando as ondas do mar são construtoras, as correntes de afluxo associadas são fortes e as correntes de refluxo fracas. Pode dizer-se que uma corrente de refluxo dirige-se em direcção da crista da próxima onda e que o mesmo movimento orbital (movimento de um objecto numa órbita à volta de um ponto fixo), que causa a subida e descida de um objecto que flutua no mar, obriga também a cava de uma onda a deslocar-se para trás e para cima em direcção da próxima crista. Uma corrente de refluxo não tem nada a vez com uma corrente de retorno (supondo que esta exista na natureza). A velocidade das ondas significa uma velocidade de fase: o que se desloca não é a água mas a crista e a cava, isto é a fase da superfície da água.
Corrente de Rebentação (corrente de ressaca)............................................................................................................................Swash Current
Courant de déferlement / Corriente de la rompiente / Klippenbraudungsströmung / 斜电流 / Прибойное течение / Flutto montante, getto di riva
Corrente que se forma depois da rebentação das ondas. Há duas correntes de rebentação, também chamadas correntes de ressaca: (i) Corrente de Afluxo e (ii) Corrente de Refluxo.
Ver: " Corrente de Ondulação "
&
" Corrente de Afluxo "
&
" Zona de Rebentação "
Nesta fotografia as correntes de rebentação são mais que evidentes. A corrente que se escoa para a praia é a corrente de afluxo (ou de subida) e a corrente que se escoa em direcção ao mar é a corrente de refluxo (ou de retirada). Evidentemente, que as correntes de rebentação se formam sempre que uma onda se quebra. Quando há três ou quatro ondas que se quebram antes de atingirem a linha da costa haverá, necessariamente, várias ondas de afluxo e refluxo. Muitas vezes, uma onda quebra-se porque diante dela existe uma corrente de refluxo que se escoa em direcção da sua crista. A corrente de refluxo não dever ser confundida nem com a corrente de retorno, que certos geocientistas não reconhecem a sua existência, nem com a corrente de agueiros (também chamada de concentração). Uma corrente de refluxo existe até entrar em colisão com a crista da onda seguinte, enquanto que uma onda de agueiros corta todas as cristas das ondas na zona de rebentação. Isto é, aliás uma maneira de as identificar. Se quando estiver na praia e vir uma interrupção na linha das cristas de rebentação, afaste-se da zona de interrupção, pois pode ser arrastado para o largo por uma corrente de agueiros. Estas correntes, que, geralmente, são perpendiculares à linha da costa podem também ser oblíquas e dirigem-se para o largo levando com elas não só água superficial, mas também um pouco de água profunda. Desde que elas saem da zona de rebentação elas dividem-se em vários ramos e regressam para a costa com as corrente de afluxo. Sabendo isto, se porventura, um dia, for apanhado por uma corrente de agueiros, não entre em pânico. Deixe que ela o leve até para fora da zona de rebentação. Ai, onde ela é, praticamente inactiva, comece a nadar ao principio lateralmente (±10 metros) e depois para a linha da costa, aproveitando-se da corrente de afluxo. Quando a direcção das ondas do mar é paralela à linha da costa, as duas correntes de rebentação escoam-se, praticamente, na mesma direcção e por isso não se forma nenhuma corrente de deriva de praia. Ao contrário, quando as ondas são oblíquas à linha de costa, a formação de uma corrente de deriva de praia é provável uma vez que as correntes de rebentação não são paralelas.
Corrente de Refluxo (corrente de pré-praia)..............................................................................................................Backwash Current Tract
Courant redescendant / Corriente de reflujo / Rückspülung / 反冲洗 / Обратное течение / Corrente di controlavaggio, Risacca
Corrente de rebentação que se dirige para o mar, seguindo o declive do fundo do mar, e que resulta da inversão da corrente de afluxo, devido à perda de energia causada pelo devido ao declive e o atrito do fundo do mar. Sinónimo de Corrente de pré-praia.
Ver: " Corrente de Pré-Praia "
&
" Corrente de Ondulação "
&
" Praia-Baixa "
Nesta foto, as duas correntes da rebentação ou da ressaca (como dizem certos geocientistas), isto é, a corrente de afluxo, que se dirige para a costa, e a corrente de refluxo, que se dirige para o mar são, facilmente, identificadas. A direcção da corrente de afluxo é perpendicular à direcção das ondas, enquanto que a direcção da corrente de refluxo é determinada pelo declive da praia. Não confunda a corrente de refluxo com a corrente de retorno, cuja existência é muito discutida e que é, por vezes, definida como uma corrente que se desloca junto ao fundo do mar e que escoa para o largo. Quando o material que forma a praia é muito grosseiro, a corrente de refluxo é pouco importante porque há uma percolação importante (movimento lento e laminar da água através do material sedimentar). Neste caso o declive (inclinação) da praia é, relativamente, forte para que o equilíbrio entre a corrente de afluxo e de refluxo se mantenha. Quando a altura das ondas é grande (forte energia), isto é, quando as ondas são destrutoras, as correntes de afluxo associadas são fracas, mas as correntes de refluxo são fortes e com um poder erosivo importante. Ao contrário, quando a energia e altura das ondas é pequena, isto é, quando as ondas do mar são construtoras, as correntes de afluxo associadas são fortes e as correntes de refluxo fracas. Pode dizer-se que uma corrente de refluxo dirige-se em direcção da crista da próxima onda e que o mesmo movimento orbital (movimento de um objecto numa órbita à volta de um ponto fixo), que causa a subida e descida de um objecto que flutua no mar, obriga também a cava de uma onda a deslocar-se para trás e para cima em direcção da próxima crista; assim, uma corrente de refluxo não tem nada a vez com uma corrente de retorno (supondo que esta exista na natureza). A velocidade das ondas significa uma velocidade de fase : o que se desloca não é a água mas a crista e a cava, isto é a fase da superfície da água.
Corrente de Retorno.................................................................................................................................................................................................................Undertow
Courant de fond / Corriente de fondo / Unterström, Unterströmung / 暗流 / Глубинное течение / Corrente di fondo
Corrente cuja existência é muito discutida. Teoricamente, é a corrente que se desloca junto do fundo do mar, escoando-se para largo com a corrente de refluxo.
Ver: " Corrente de Refluxo "
&
" Corrente de Ondulação "
&
" Corrente de Afluxo "
Certos geocientistas utilizam este termo como sinónimo de corrente de refluxo o que deve ser evitado, mesmo se na linguagem comum se ouve dizer, muitas vezes. que um nadador foi levado para o largo por uma corrente de retorno. O erro vem do termo "undertow" que os habitantes do Golfo do México utilizam para denominar, incorrectamente, a corrente de agueiros ou de concentração (em inglês "rip current"), como ilustrado nesta fotografia. Se as correntes de retorno existem, o que a maior parte dos geocientistas refuta, elas deslocar-se-iam junto do fundo do mar e, por isso mesmo, elas são ou seriam dificilmente documentadas. De qualquer maneira, uma coisa é certa, elas não têm nada a ver com as correntes de agueiros. Estas correspondem ao escoamento das águas acumuladas na faixa da ressaca e que canalizadas pelos sulcos pré-litorais (ondulações de grande amplitude que se formam no limite externo da praia-baixa induzidos pelo escoamento turbulento das correntes de ressaca), atravessam a faixa da rebentação nos caneiros situados entre as cristas pré-litorais, indo embater na corrente de deriva litoral (massa de água que se desloca paralelamente à linha de costa, fora da faixa de rebentação, quando esta é oblíqua à costa). Na área de choque (cabeça da corrente de concentração), gera-se divergência e os turbilhões encaminham-se de novo para a costa. A presença de estas correntes reconhece-se, bem, pela interrupção da linha da crista da onda que se aproxima da costa. São estas correntes que arrastam os banhistas para o largo. Assim se um dia isto lhe acontecer, permaneça calmo, conserve a sua energia, não tente lutar contra a corrente e utilize os seus conhecimentos em sedimentologia, quer isto dizer: (i) Tente nadar paralelamente à linha da costa, uma vez que as correntes de agueiros raramente atingem mais de 10 m de largura) ; (ii) Quando estiver fora da corrente nade em direcção da costa. Todavia, se não for capaz de nada para fora da corrente (o que quer dizer que é mau nadador e que portanto não devia nadar no mar), deixe-se flutuar ou nade no sentido da corrente até sair dela, uma vez que este tipo de corrente quase nunca ultrapassa 100 m de comprimento e depois nade em direcção da linha da costa.
Corrente de Salinidade...................................................................................................................................................................................Salinity Current
Courant de salinité / Corriente de salinidad / Salzhaltigkeit Strömung / 盐度电流 / Солесодержащее течение / Salinità corrente
Corrente de densidade da água mar, cujo fluxo é causado, controlado ou mantido pela sua relativa elevada densidade devido uma salinidade excessiva.
Ver: " Corrente "
&
" Corrente Descendente "
&
" Corrente de Concentração"
Uma corrente de salinidade é, na realidade, uma corrente de densidade, na qual o escoamento é causado, controlado e mantido pela sua relativa grande densidade devido a uma salinidade excessiva. Com efeito, as correntes de densidade são mantidas em movimento pela força da gravidade que actua sobre uma diferença de densidade, relativamente, pequena, a qual pode ser causada por variações de salinidade, temperatura ou concentração de sedimentos. A salinidade e as variações de temperatura produzem a estratificação dos oceanos. A camada superficial, que é perturbada pelas ondas, é menos densa (mais quente ou menos salina) que as águas profunda. Os oceanos são compostas por camadas de água com características química e físicas distintas, que se movem mais ou menos independentes umas das outras. Pode produzir-se energia em associação com os gradientes de salinidade. Esta energia osmótica é uma energia renovável alternativa, que não contamina e não libera CO2. Basicamente, esta energia, que é criada a partir da diferença de pressão osmótica entre a água doce e salgada (potencial químico de soluções concentradas ou diluídas de sal, onde as soluções com maior concentração têm maior pressão), depende da evaporação para separar a água de sal. Existem vários processos de criar energia a partir dos gradiente de salinidade, mas a mais conhecidas é por Pressão Osmótica Retardada (PRO em inglês). Neste processo, a água do mar é bombeada para uma câmara de pressão, onde a pressão é menor do que a diferença de pressão da água doce e da água salgada. A água doce desloca-se numa membrana semipermeável e aumenta o seu volume na câmara. Como a pressão na câmara é compensada, uma turbina gira e gera electricidade. Em outros termos, como existem duas soluções, uma de água salgada (A) e outra de água doce (B) separadas por uma membrana semipermeável, só as moléculas de água pode atravessar a membrana e devido à diferença de pressão osmótica entre elas. A água da solução B, vai difundir-se através da membrana, para de diluir a solução A. A pressão de difusão impulsiona a turbina do gerador que produz a energia eléctrica.
Corrente Subterrânea.......................................................................................................................................................................Subterranean Stream
Courant subterrânea / Corriente subterránea / Unterirdische Stream / 地下流 / Подземное течение / Flusso sotterraneo
Corrente de água que corre através de cavidades subterrâneas.
Ver: " Corrente "
&
" Caverna "
&
" Erosão "
A água subterrânea engloba toda a água de origem meteórica que se encontra dentro do solo e nas rochas subjacentes. A sua distribuição é, evidentemente, muito grande, mas como os seus efeitos geomorfológicos operam, principalmente, através de soluções, a sua influência é muito mais importante nos terrenos calcários, onde ela pode mesmo escoar-se de maneira permanente sob a forma de correntes subterrâneas. Contudo, a maior parte das vezes, as correntes subterrâneas ressurgem criando fontes subterrâneas como a ilustrada nesta fotografia. Para haver correntes subterrâneas é necessário, antes de mais, que a água superficial (principalmente, a água que corre à superfície da Terra) passe em profundidade. Existem várias maneiras pelas quais uma água superficial passa a água subterrânea. Contudo, a mais típica, e talvez a mais frequente, ocorre nas regiões calcárias. Nestas regiões, as camadas sedimentares estão quase sempre muito fracturadas por diferentes sistemas de diaclases. O alargamento progressivo dessas fracturas, assim como o dos planos de falhas, pela água subterrânea produz uma descida do nível de equilíbrio hidrostático. Com o tempo, as correntes de água da superfície perdem cada vez mais água através das fracturas alargadas de calcário e a partir de uma certa altura, elas são mesmo substituídas permanentemente por correntes subterrâneas. As captações subterrâneas são, particularmente, frequentes quando as rápidas descidas do nível freático são produzidas pela incisão (encaixamento) das grandes corrente. Estas capturas são mais fácil quando dois rios ou duas correntes vizinhas estão incisidos em níveis diferentes. A água do rio superior é, muitas vezes, desviada para o nível inferior através da linha de separação das águas. Uma grande variedade topográfica resulta da combinação e interacção das correntes superficiais e subterrâneas. A forma topográfica mais simples e frequente, pela qual a água superficial passa a subterrânea, é a dolina (depressão natural na superfície topográfica causada pelo remoção do solo ou da rocha subjacente ou de ambos pela água). Contudo, com o tempo, devido a corrosão, as dolinas alargam-se e transformam-se em vales cegos que são bacia alongadas, mais ou menos, fechadas, com extremidades íngremes.
Corrente de Turbidez, Corrente Turbidítica...............................................................................................................................Turbiditic Current
Courant de turbidité / Corriente de turbidez, Corriente turbidítica, Corriente de turbación / Suspensionsstrom, Trübestrom / 当前的浊度 / Мутьевое течение / Corrente torbide
Corrente (ar, água, ou outro fluído) provocada pelas diferenças de quantidade e qualidade do material em suspensão (lama, silte, etc.). As correntes marinhas de turbidez, que transportam em suspensão sedimentos, movem-se, rapidamente, costa abaixo do talude continental e depois espalham-se na planície abissal. Sinónimo de Corrente de Turvação.
Ver: " Corrente "
&
" Turbidito "
&
" Prisma de Nível Baixo "
Numa corrente de turbidez, a maioria do material é transportado pelo mecanismo ilustrado nesta figura. Uma corrente de turbidez pode percorrer centenas de quilómetros com uma velocidade relativamente grande (dezenas de quilómetros por hora). Na parte da frente da corrente, há erosão por aspiração e deposição depois do passagem da corrente. Os blocos de grandes dimensões deslocam-se na base da correntes por tracção, enquanto que as partículas mais pequenas restam em suspensão. Estas correntes podem formar-se quer em situações geológicas de alto nível do mar (bacia com plataforma continental ou quando o nível do mar está acima do rebordo da bacia), quer em condições de nível baixo do mar (quando o nível do mar está mais baixo que o rebordo da bacia ou, por outras palavras, quando a bacia não tem plataforma continental). No primeiro caso, as correntes de turbidez formam-se por deslizamentos criados por instabilidades do rebordo da bacia, que pode ou não coincidir, mais ou menos, com a linha da costa, ou durante as cheias dos rios que levam para o mar um excesso de sedimentos, que não podem ser depositados na plataforma ou planície costeira por falta de espaço disponível (acomodação). No segundo caso, as correntes de turbidez estão associadas a descidas relativas do nível do mar significativas, que exumam a plataforma continental, caso haja uma, ou a parte superior do talude continental. Em tal condições, a desembocadura dos rios é deslocada para o mar, por vezes, de várias dezenas de quilómetros. Todo o material transportado pelos rios vai cair, directamente, no talude continental e será transportado por correntes de turbidez para as partes mais profundas da bacia, onde ele é depositado sob a forma de cones submarinos de bacia e de talude. No primeiro caso, os depósitos associados às correntes de turbidez podem ter qualquer idade, enquanto que no segundo caso, eles têm a idade da descida relativa do nível do mar, isto é, da discordância associada.
Corrente Turbidítica (alta densidade)...............................................................................................................................................Turbiditic current
Courant de gravité / Corriente de turbidez, Corriente turbidítica, Corriente de turbación / Suspensionsstrom, Trübestrom / 当前的浊度 / Гравитационное течение / Corrente torbide, Torbidità corrente
Corrente muito rápida com uma carga sedimentar importante, que desce um talude (continental, aluvial ou deltaico) através do ar, água ou outro líquido. Uma corrente turbidítica desloca-se porque tem uma densidade e turbidez mais alta do que o fluído através do qual ela se desloca. Sinónimo de Corrente de Densidade e Corrente de Turbidez.
Ver: " Corrente de Turbidez "
&
" Turbidito "
&
" Cone Submarinos da Bacia "
Uma corrente turbidítica é um dos quatro tipos de fluxos sedimentares gravíticos, isto é, um fluxo de sedimentos ou de misturas de água e sedimento, que se deslocam devido à acção da gravidade, sem influência significativa do meio existente por cima desse fluxo. Os quatro tipos são: (i) Fluxos Granulares, nos quais a dispersão dos materiais e a manutenção destes em suspensão é promovida pela colisão entre partículas ; (ii) Fluxos Liquidificados, nos quais os grãos perdem contacto uns com os outros, sendo dispersos e mantidos em suspensão pelos movimentos ascendentes da água ; (iii) Fluxos Detríticos, nos quais o fluido tem grande quantidade de material fino em suspensão, o qual serve de sustentáculo ao transporte em suspensão de alguns elementos maiores e (iv) Correntes Turbidíticas, as quais afectam misturas turbulentas de água e sedimentos variados que, no conjunto, correspondem a um fluido cuja densidade global é maior do que a da água que envolve a corrente. Um fluxo granular produz, muitas vezes, depósitos negativamente granuloclassificados (as partículas mais finas na base e no topo as mais grosseiras). Um fluxo liquidificado produz, geralmente, depósitos heterométricos (partículas com dimensões diferentes). Um fluxo de detritos produz, geralmente, depósitos maciços, heterométricos e não granuloclassificados. Uma corrente turbidítica produz, normalmente, depósitos heterométricos, negativamente granuloclassificados (estrato e granodecrescente para cima). A iniciação de uma corrente turbidítica necessita um mecanismo exógeno qualquer que faça com que grande quantidade de sedimento entre em suspensão. No caso ilustrado acima (turbiditos proximais), as correntes turbidíticas são iniciadas por uma ruptura da frente do delta, quando a inclinação do talude deltaico atinge o ângulo crítico, isto é, quando o delta não pode mais progradar para o mar. O contexto geológico é de nível alto e os turbiditos depositam-se na base do pro-delta e não na base do talude continental.
Corrente de Turvação..................................................................................................................................................................................Turbiditic Current
Courant turbiditique / Corriente de turbidez / Trübung Strömung / 浊流 / Турбидитное течение / Torbidità corrente
Corrente (ar, água, ou outro fluído) provocada pelas diferenças de quantidade e qualidade do material em suspensão (lama, silte, etc.). As correntes marinhas de turbidez, que transportam em suspensão sedimentos, movem-se, rapidamente, costa abaixo do talude continental e depois espalham-se na planície abissal. Sinónimo de Corrente de Turbidez.
Ver: " Corrente "
&
" Turbidito "
&
" Prisma de Nível Baixo "
As correntes de turvação ou de turbidez resultam do movimento muito rápido de massas de água carregadas de material (pelítico e arenoso fino) em suspensão coloidal e, ou turbilhonar, ao longo das vertentes declivosas do talude continental ou dos relevos salientes dos fundos oceânicos. Para alguns geocientistas, a carga destas correntes é proveniente da agitação dos fundos do mar por sismos, vulcões ou explosões. Para outros, ela é proveniente de sedimentos fluviais levados para o mar durante os períodos de grandes cheias dos rio (E. Mutti) ou durante as descidas relativas do nível do mar significativas que produzem uma exumação da plataforma continental (se esta existir) ou da parte superior do talude continental (P. Vail). A importância do potencial morfogénico destas correntes varia com as condições geológicas e, evidentemente, também com os autores. Elas são, por vezes, consideradas como poderosos agentes erosivos do talude continental, onde contribuem ao abarrancamento das vertentes dos canhões submarinos, o que quer dizer, que elas são os próprios agentes do escavamento dos canhões. Contudo, isto não é uma regra geral. Estas hipóteses foram avançadas, unicamente, a partir da batimetria das zonas que estas correntes utilizam para se deslocarem para o fundo do mar. Muitas interpretações geológicas das linhas sísmicas tiradas em tais regiões sugerem, fortemente, que, a maior parte das vezes, a batimetria não é o resultado de uma acção erosiva das correntes, mas sim que ela é construída, pouco a pouco, pela deposição dos depósitos de transbordo induzido pelas correntes. Frequentemente, aquilo que muitos autores chamam o canhão criado pelas correntes de turbidez (turvação) é o canhão que o rio, que se encontra a montante do canhão, cavou durante um período de nível baixo do mar. Em outros casos (quando não existe rio a montante) o canhão é, principalmente, criado pela acção erosiva de uma corrente ascendente, que precedeu e que condicionou o lugar de passagem, das correntes de turbidez.
Corrente em Zigue-Zague...........................................................................................................................................................................Beach Drifting
Courant en zigzag / Corriente en zigzag / Strand Strömung / 海滩漂移 / Зигзагообразное течение / Deriva di spiaggia, Corrente de spiaggia
Corrente, que se forma na área de rebentação quando esta é oblíqua à costa, devido à da acumulação da água (e sedimentos) provocada pelas correntes de afluxo e refluxo, isto é, pelas correntes da ressaca.
Ver: " Corrente "
&
" Corrente de Afluxo "
&
" Zona de Rebentação "
Quando as ondas do mar se propagam perpendicularmente à linha da costa, desde que uma onda quebra (transformação de uma onda de oscilação em onda de translação) forma-se a corrente de afluxo, que se dirige para a praia, segundo a direcção de propagação das ondas. Desde que a corrente de afluxo perde energia, ela inverte-se (muda de sentido e direcção) criando a corrente de refluxo que se dirige para o mar escoando-se segundo o declive do fundo do mar. Quando a propagação das ondas é perpendicular a linha da costa, é evidente que a direcção de deslocamento da corrente de afluxo e de refluxo é a mesma. Contudo, quando a direcção de propagação das ondas é oblíqua à linha da costa a direcção da corrente de refluxo (direcção do declive do fundo do mar) não é a mesma que a direcção da corrente de afluxo, que continua a seguir a direcção de propagação das ondas do mar. É neste caso (direcção das ondas oblíqua a linha da costa) que uma corrente em ziguezague se forma (o "zigue" é a corrente de afluxo e o "zague" a corrente de refluxo). Como em geral a corrente de afluxo ("zigue") é mais importante que a corrente de refluxo ("zague"), a combinação das duas produz uma corrente, mais ou menos, paralela a linha da costa que se desloca no sentido da corrente de afluxo (sentido de propagação das ondas do mar), que é conhecida pelo nome de corrente de deriva de praia. Como ilustrado nesta fotografia, tirada num período de mar calmo, mas que quando há ondas elas são oblíquas à costa), a corrente em ziguezague erode a praia e transporta os sedimentos para os depositar nos sítios em que a sua energia é mais fraca ou quando, como neste exemplo, uma barreira, natural ou artificial se opõem ao seu escoamento. É por isso, que em muita linhas da costa, como ilustrado nesta figura, são colocados esporões (molhes, quebra-mares) perpendicularmente à linha da costa para forçar a corrente de deriva de praia (ou litoral) a depositar os sedimentos que ela transporta. Neste exemplo, onde a linha da costa é Norte-Sul, há mais areia (praia maior) ao norte que ao sul do esporão, uma vez que a corrente se desloca do Norte para o Sul (a direcção a ondas é provavelmente NE-SO).
Correntes de Maré............................................................................................................................................................................................................Tidal Currents
Courants de marée / Corrientes de marea / Strömtide / 潮流 / Приливные течения / Correnti di marea
Correntes horizontais que resultam da subida e descida do nível do mar (movimento vertical) causadas pelas marés, que têm um efeito muito significativo sobre o fluxo de água para dentro e para fora das baías e portos marinhos e que podem ser utilizados como fonte de energia.
Ver: " Maré "
&
" Maré Viva "
&
" Variação Relativa (do nível do mar) "
Imaginemos uma longa e estreita baía. Considerando dois pontos. O ponto A, junto da entrada da baía, perto do mar e o ponto B, a montante, perto da terra. Imagine que estamos em maré baixa e que não há correntes de maré na baía. A maré está subindo (montante) e chega a preiamar às 11:00 no ponto A. Uma pessoa no ponto B, vê o nível de água subir até às 13 horas (hora da maré alta em B). Isto significa que existe uma diferença de duas horas entre a preiamar em A e em B. Vejamos agora o que acontece durante todo o ciclo da maré. Quando a maré sobe (montante), a água que entra na baía. Ela deve superar, lentamente, a água para avançar, de maneira que esta mudança não é observada, imediatamente, no ponto B (qualquer que seja velocidade da água, ela gastará sempre algum tempo para percorrer uma certa distância, devido à sua viscosidade). As correntes de maré na baía são, agora, na fase de fluxo de enchente ou de montante. Quando a maré alta é atingida no ponto A, a maré estaciona neste local, mas há ainda um fluxo de inundação na baía, porque a maré alta ainda não atingiu toda a baía. Um pouco mais tarde, a meio caminho entre entre A e B, a enchente atinge a maré alta, mas há ainda um escoamento porque a maré alta ainda não atingiu o ponto B. Finalmente, quando a maré alta é atingida em toda baía, a corrente pára. Costuma-se dizer-se que a estofa da maré (momento imediatamente anterior à inversão à inversão das correntes de maré) é meia hora antes e depois da inversão da maré. No entanto, na realidade, a estofa de maré não existe. Ela é apenas uma impressão induzida pela baixa velocidade da corrente. Embora a maré comece a sair da entrada da baía, a corrente na baía praticamente pára. O nível da água, uma vez mais, muda primeiro à entrada da baía, enquanto que a água no interior ainda pode estar em maré alta. Em certas zonas, as correntes de maré são tão fortes que os barcos devem aguardar o espalhamento para poder navegar.
Correntes de Ressaca....................................................................................................................................................................................Swash & Backwash
Courants de ressac / Corrientes de resaca / Swash Ströme / 斜电流 / Прибойные течения / Swash correnti, Correnti delle zona di battigia
Correntes que se formam depois da rebentação das ondas. Há duas correntes de ressaca: (i) A corrente de afluxo e (ii) A corrente de refluxo.
Ver: " Corrente de Ondulação "
&
" Corrente de Afluxo "
&
" Zona de Rebentação "
Quando uma onda do mar se quebra, ela cria uma corrente de água, que se dirige em direcção da praia. Esta corrente chamada corrente de afluxo é a primeira corrente da ressaca (corrente de subida de certos geocientistas). Contudo, à medida que ela se desloca em direcção do continente, ela perde energia e, muito rapidamente, inverte-se e começa a dirigir-se para o jusante segundo o decline do fundo do mar. Esta corrente, que se dirige para o mar, é a segunda corrente da ressaca e chama-se corrente de refluxo, embora certos geocientistas prefiram chamar-lhe corrente de retirada. Como a corrente de refluxo se dirige para o mar ela só existe até encontrar a crista da próxima onda como ilustrado nesta desta figura. Quando a direcção das ondas é paralela à linha da costa, a corrente de afluxo e de refluxo, isto é, as correntes da ressaca escoam-se na mesma direcção, mas com sentidos opostos. Quando a direcção das ondas do mar é oblíqua a linha da costa, a direcção do escoamento da corrente de afluxo (perpendicular à direcção das ondas) é diferente da direcção do escoamento da corrente de refluxo, uma vez que esta escoa-se segundo o declivo do fundo do mar. Neste caso, forma-se uma corrente litoral, (ou corrente de deriva de praia) que é, mais ou menos, paralela à linha da costa e que se desloca no sentido dado pela corrente de afluxo. As correntes da ressaca, particularmente, a corrente de refluxo, não devem ser confundida com a corrente de agueiros, a qual, frequentemente, arrasta os banhistas inconscientes para o mar. Uma corrente de agueiros corresponde a um canal de água agitada, com muita ondulação, que se dirigem para o mar e com uma cor diferente. Assim, ela rompe a continuidade da crista da onda que se aproxima da costa. As correntes de agueiros que, em geral, são perpendiculares à linha da costa, escoam-se para o largo deslocando não só a água superficial, mas também profunda. Contudo, para lá da zona de rebentação, elas abrem-se em leques, dividindo-se em ramos que regressam à costa com a corrente de afluxo. É por isso, que se um dia, for apanhado por uma corrente de agueiros, não entre em pânico. Deixe arrastar-se até ficar fora da zona de rebentação, onde a corrente deixa de ser activa, depois nade para a praia evitando a corrente que, geralmente, não tem mais de 10 m de largura.
Corrosão (rochas)..................................................................................................................................................................................................................................................Corrosion
Corrosão / Corrosión / Korrosion / 腐蚀 / Коррозия (пород) / Corrosione
Processo de dissolução química da água em calcários e outras rochas carbonatadas, como, por exemplo, dolomite, mármore, margas calcárias, etc. Este processo é importante para a formação de carso e, principalmente, de cavernas e grutas.
Ver: " Karst "
&
" Calcário "
&
" Corração "
De maneira geral, corrosão, designa a alteração de um material por uma reacção química com um oxidante (dioxigénio, O2, que é a molécula composta de dois átomos de oxigénio e o catião H +). A corrosão excluí os efeitos puramente mecânicos (como por exemplo, fracturação), mas ela pode ocorrer em certos tipos de superfícies de desgaste, cujas causas são físico-químicas e mecânicas. Os exemplos mais conhecidos de corrosão são as alterações químicas de metais na água, como a oxidação do ferro e aço ou a formação de azinhavre (verdete) de cobre e suas ligas (bronze, latão). A corrosão é um processo muito mais amplo, que abrange todos os tipos de materiais (metais, cerâmicas, polímeros, etc.) em ambientes variáveis (meio aquoso, a atmosfera, as temperaturas elevadas). Como ilustrado nesta figura, um exemplo típico de corrosão são as Falésias (Faraglioni). Este três blocos rochosos da costa Este italiana sobreviveram a deslizamentos costeiros, à erosão causada pelo mar e a todo o tipo de corrosão atmosférica. Cada um destes blocos têm um nome próprio. O primeiro, que ainda está ligado à terra, é a Stella. O segundo, separado do primeiro por uma estreita passagem, é a Falésia de Mezzo e o terceiro, a falésia de Fuori ou Scopolo, em outras palavras, a cabeça ou alongamento do promontório para o mar. A falésia de Fuori é o habitat de uma famosa espécie de lagarto cor azul, o Lacerta viridens faraglionensis, que é o único lugar onde este animal pode ser encontrado. Muitos geocientistas pensam que depois da separação do continente, uma espécie de adaptação cromática protectora ocorreu nas escamas dos lagartos que adquiriram um tom azul do mar e do céu. A altura das "Falésias" é cerca de 100 m. A falésia de Mezzo é caracterizada por túnel natural que se tornou famoso em todo o mundo. Durante o império romano, os romanos tinham uma afeição especial por esta área de Capri, onde eles construíram magnificas moradias. Actualmente, esta região tornou-se um centro turístico importante, e igualmente um centro de observações e do cursos geológicos.
Corte Geológico...........................................................................................................................................................................................Geological Cross-Section
Coupe géologique / Corte geológico / Geologischer Schnitt / 地质剖面 / Геологический разрез / Sezione geologica
Diagrama que mostra a estrutura e o arranjo das rochas como elas apareceriam num plano vertical debaixo da superfície terrestre.
Ver: " Mapa Geológico "
&
" Linha Sísmica "
&
" Estratigrafia "
Antes de mais, nunca confunda um corte geológico com uma tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica. As escalas (vertical e horizontal) de um corte geológico são métricas, o que não é o caso numa tentativa de interpretação de uma linha sísmica. Em geral, excepto se a versão da linha sísmica for em profundidade, a escala vertical é em tempo (tempo duplo), o que quer dizer, que a profundidade de uma interface geológica depende, fundamentalmente, da velocidade com que as ondas sísmicas atravessam os intervalos sedimentares sobrejacentes. Também não esqueça que na grande maioria dos casos, os cortes geológicos, por razões evidentes, não são desenhados à escala natural da geologia (escala da natureza), isto é, 1:1. Eles são quase sempre anamorfizados: escala vertical e horizontal são diferentes, o que tem implicações importantes na interpretação geológica dos cortes. Suponha, por exemplo, um anticlinal, perfeitamente, concêntrico e isópaco no campo (escala 1:1). Se o representar num corte geológico, no qual a escala vertical é 5 vezes a escala horizontal, o anticlinal aparecerá muito alongado e sobretudo a espessura no ápice é muito maior do que nos flancos. Ele não mais isópaco e um observador não atentivo pode mesmo pensar que o ápice representa um aparte da baía mais subsidente. Neste corte geológico, cuja exageração vertical é de cerca de 2, a estrutura e o arranjo dos diferentes paquetes sedimentares são fáceis de reconhecer. É óbvio que o encurtamento sedimentar é, largamente, posterior à sedimentação e que o soco Hudsoniano não está implicado na deformação. Os paquetes sedimentares carbonatados do Paleozóico foram encurtados por uma série de cavalgamentos e por cima deles (extremidade direita), há um envelope de imbricações Mesozóicas (muitas imbricações foram, certamente, cortadas pelo cavalgamento da Montanha de Moose (1). Como o deslocamento dos clásticos mesozóicos da formação Cardium, por exemplo, excede, e de muito, o deslocamento dos cavalgamentos frontais, isto implica que o cavalgamento da Montanha de Moose (1) cortou as camadas mesozóicas antes que os cavalgamentos mais orientais se tivessem formado.
Cortejo de Fácies ..........................................................................................................................................................................................................................Facies Tract
Cortége de faciès / Cortejo de facies / Prozession der Fazies, facies-Darm-Trakt / 游行的相, 相道 / Фациальный интервал / Processione di facies, Zona di facies
Associação lateral e síncrona de diferentes litologias geneticamente ligadas. Sinónimo de Cortejo de Sistemas de Depósito ou de Cortejo Sedimentar.
Ver: " Cortejo Sedimentar "
&
" Estratigrafia Sequencial "
&
" Sistema de Deposição "
Não esqueça que o termo fácies significa litologia e não ambiente sedimentar como, muitas vezes, ele é utilizado, sobretudo nas publicações americanas. Este termo foi utilizado pela primeira vez por Gressly (cerca de 1835) para definir um conjunto litológico acompanhado de uma fauna, mais ou menos, característica. Assim, por exemplo, evite de dizer uma areia de fácies deltaica e diga um fácies arenoso de um ambiente deltaico. Da mesma maneira, evite de dizer: "tentativa de interpretação em fácies de uma linha sísmica", quando tentar interpretar os diferentes ambientes sedimentares que compõem os intervalos sísmicos de uma linha. Desta maneira, isto é, etimologicamente, um cortejo de fácies, no campo ou nas linhas sísmicas, corresponde a uma associação lateral e síncrona de diferentes litologias geneticamente ligadas, o que quer dizer, que se uma litologia desaparecer (ou não se depositar) as outras também desaparecem (ou não se depositam). Pum delta (campo), ao longo da mesma linha cronostratigráfica existem três litologias diferentes que formam um cortejo de fácies, uma vez que de montante para jusante se reconhecem : (i) Siltes ; (ii) Areias e (iii) Rochas argilosos (argilitos). O silte é predominante na planície deltaica. A areia predomina na frente do delta e as rochas argilosas no prodelta. Na estratigrafia sequencial, como ilustrado neste esquema (baseado em linhas sísmicas do offshore da Mahakam, Indonésia), os ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência, que são associados a ciclos eustáticos de 3a ordem (caracterizados por terem um tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My), são compostos pelo sobreposição de vários cortejos de fácies (ou cortejos sedimentares). Quando eles são completos, de baixo para cima reconhece-se: (a) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (b) Cones Submarinos de Talude (CST) ; (iii) Prisma de Nível Baixo (PNB) ; (iv) Cortejo Transgressivo (CT) e (v) Prisma de Nível Alto (PNA). Os cones submarinos de bacia, de talude e o prisma de nível baixo formam o Cortejo de Nível Baixo (CNB). Dentro de cada um dos cortejos, ao longo das linhas tempo, reconhecem-se vários fácies (litologias), de maneira que as linhas de fácies recortam as linhas tempo.
Cortejo de Nível Alto (do mar)..........................................................................................................................................Highstand Systems Tract
Cortége de Haut Niveau (de la mer) / Cortejo de nivel alto (del mar) / Prozession der High - Level (Sea) / 高层次的游行(海) / Тракт системы высокого уровня моря / Processione di alto livello (mare)
Associação lateral de sistemas de deposição síncronos e geneticamente ligados, que formam a parte superior de um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência. O cortejo de nível alto ou melhor, o prisma de nível alto (para evitar confusões com o cortejo transgressivo) deposita-se quando o nível do mar está acima do rebordo da bacia e quando o nível relativo do mar sobe em desaceleração próximo da estabilização ou mesmo quando este começa a descer. O cortejo transgressivo (também de nível alto) deposita quando o nível relativo do mar sobe em aceleração.
Voir: " Cortejo Sedimentar "
&
" Estratigrafia Sequencial "
&
" Nível Alto (do mar)"
Neste detalhe de uma tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da China, reconhecem-se as parte proximais (a montante) de vários ciclos-sequência. Cada um destes ciclos é limitado por duas discordâncias, isto é, por duas superfícies de erosão induzidas por descidas relativas do nível do mar. A discordância inferior de cada ciclo identifica-se pelas relações geométricas de truncatura dos reflectores do ciclo subjacente. A discordância superior reconhece-se facilmente, não só pelos biséis de agradação costeira do ciclo-sequência sobrejacente, mas também pelos biséis somitais dos reflectores dos prisma de nível alto. Nesta tentativa, a última discordância reconhece-se pela ocorrência do preenchimento de um vale cavado. Neste detalhe, dentro de cada ciclo-sequência, unicamente. os cortejos de nível alto são visíveis, isto é, o cortejo transgressivo (CT), que é limitado entre a discordância inferior e a superfície de inundação máxima (em tracejado) e o prisma de nível alto (PNA), que se reconhece, perfeitamente, pela sua geometria progradante, a qual contrasta com a geometria agradante do cortejo transgressivo. Nós preferimos a designação de prisma de nível alto (PNA), em vez de cortejo de nível alto, visto que o cortejo transgressivo (CT) também é um cortejo de nível alto do mar. Durante os cortejos transgressivos, o nível relativo do mar sobe em aceleração, enquanto que durante a deposição dos prismas de nível alto, o nível relativo do mar sobe em desaceleração, o que quer dizer, que a parte terminal do prisma pode depositar-se mesmo quando o nível do mar começa a descer. O limite entre a subida relativa do nível do mar em aceleração e desaceleração corresponde ao ponto de inflexão da curva das variações relativas do nível do mar, o qual corresponde à superfície de inundação máxima.
Cortejo de Nível Baixo (do mar).....................................................................................................................................Lowstand Systems Tract
Cortége de bas niveau (de la mer) / Cortejo do nivel bajo (del mar) / Prozession der Low-Level (See) / 低层次的游行(海) / Тракт системы низкого уровня моря / Processione di basso livello (mare)
Associação lateral de sistemas de deposição síncronos e geneticamente ligados que forma a parte inferior de um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência. Este cortejo deposita-se quando o nível do mar está debaixo do rebordo da bacia, que em geral corresponde ao último rebordo da bacia do ciclo precedente. Em relação à curva das variações relativas do nível do mar, que definem o ciclo-sequência, este cortejo deposita-se quando o nível relativo do mar, praticamente, atingiu o ponto mais baixo da curva e começa a subir pouco a pouco e em aceleração.
Ver: " Cortejo Sedimentar "
&
" Estratigrafia Sequencial "
&
" Nível Alto (do mar) "
O cortejo de nível baixo (CNB), quando completo, é constituído por três membros: (i) Os Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (ii) Os Cones Submarinos de Talude (CST) e (iii) O Prisma de Nível Baixo (PNB). A geometria dos cones submarinos de bacia é agradante. A geometria dos cones submarinos de talude é ondulada ("asas de gaivota", isto é, diques marginais naturais e depressões ou canais entre eles). A geometria do prisma de baixo nível é progradante. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Namíbia, subciclos de invasão continental, foram individualizados pelas discordâncias, uma vez que a diferença de idade entre cada discordância individualizada é superior a 3-5 My. Estes subciclos são compostos por ciclos-sequência que são muito difíceis de individualizar. Contudo, tendo em linha de conta a geometria dos reflectores, é possível prognosticar, que a maioria dos subciclos de invasão continental são compostos por uma agregação lateral de ciclos-sequência formados, unicamente, por prismas de nível baixo (PNA). Isto é óbvio, a partir do Miocénico Superior. Acima da discordância SB. 30 Ma, um pacote de cones submarinos de bacia (CSB), depositados durante vários ciclos-sequência é fácil de reconhecer pela sua geometria agradante. A montante deste pacote sedimentar, reconhece-se um outro, mas com uma geometria ondulada que pode ser interpretado como uma superposição de cones submarinos de talude (CSB) associados a vários ciclo-sequência. Embora as condições actuais sejam de nível alto, o intervalo sedimentar mais recente é um prisma de nível baixo (PNB), o quer dizer, que houve uma subida relativa do nível do mar significativa depois do seu depósito.
Cortejo Sedimentar..........................................................................................................................................................................................................Systems Tract
Cortége sédimentraire / Cortejo sedimentario / Prozession sedimentären / 游行沉积 / Цикл осадконакопления / Processione sedimentaria
Cadeia lateral de sistemas de depósitos contemporâneos que compõem um ciclo-sequência. Cada cortejo sedimentar está associado a um segmento da curva das variações relativas do nível do mar que define o ciclo-sequência. Os cortejos sedimentares podem reconhecer-se nos afloramentos, linhas sísmicas e diagrafias eléctricas. Existem três cortejos sedimentares. Num ciclo-sequência completo, de cima para baixo, reconhece-se: (i) Prisma de Nível Alto ou Cortejo Regressivo ; (ii) Cortejo Transgressivo e (iii) Cortejo de Nível Baixo, o qual é constituído por três membros, chamados também cortejos por certos geocientistas: (a) Cones Submarinos de Bacia, (b) Cones Submarinos de Talude e (c) Prisma de Nível Baixo (ver em baixo).
Ver: " Sistema de Deposição"
&
" Estratigrafia Sequencial "
&
" Acomodação "
Nesta esquema estão resumidos os princípios básicos da estratigrafia sequencial, quando esta é feita ao nível hierárquico dos ciclos-sequência. Estes ciclos depositam-se em associação com os ciclos eustáticos de 3a ordem, os quais duram entre 0,5 e 3-5 milhões de anos. Os ciclos-sequência são limitados por discordâncias (superfícies de erosão induzidas por descidas relativas do nível do mar significativas) e são formados por diferentes cortejos sedimentares, que estão relacionados com curva das variações relativas do nível do mar e com os ambientes sedimentares. Como ilustrado acima, a montante do rebordo da bacia, um poço de pesquiza (poço A) reconhece, unicamente, os cortejos sedimentares depositados em condições de nível alto do mar (cortejo transgressivo e prisma de nível alto). Em água profunda (poços B e C) o cortejo de nível baixo, que é formado por três membros: (i) Cones submarinos de bacia ; (ii) Cones submarinos de talude e (iii) Prisma de nível baixo, é predominante. O cortejo transgressivo e o prisma de nível alto são condensados. O cortejo de rebordo ou de bordadura de bacia (CBB) também chamado cortejo sedimentar descendente (CSD), no modelo de Vail, está separado do ciclo-sequência por uma discordância do tipo II. No modelo de Hunt e Tucker, o cortejo de rebordo está incorporado no topo do ciclo-sequência, uma vez que, embora para eles a discordância subaérea comece no princípio da fase de descida, a erosão e incisão continuam até ao fim da fase de descida do nível do mar.
Dentro de um ciclo-sequência completo, de cima para baixo, podem reconhecer-se os seguintes cortejos sedimentares:
1- Cortejo ou prisma de nível alto do mar (PNA)
Deposita-se quando o nível eustático é alto. Ele é caracterizado por uma geometria progradante. As progradações alternam de sigmóides a oblíquas no fim do período de nível alto, o que traduz um avanço puramente lateral dos sedimentos, visto que não há espaço disponível para os sedimentos. Este cortejo é composto, normalmente, por três pacotes sedimentares com geometrias ligeiramente diferentes:
1.1- Nível Alto Inferior, caracterizado por progradações sigmóides. Semelhante cortejo transgressivo.
1.2- Nível Alto Superior, caracterizado por progradações oblíquas e constituído por sedimentos deltaicos, de praia ou de tempestade.
1.3- Nível Alto Subaéreo, caracterizado por sedimentos depositados mais alto do que o nível do mar. O nível alto superior e o nível alto subaéreo são sincrónicos.2- Cortejo transgressivo (CT)
Cortejo sedimentar depositado durante uma subida relativa do nível do mar em aceleração. Ele é composto por um conjunto de paraciclos-sequência (periódicos, cuja retrogradação para o continente testemunha um aumento da profundidade de depósito). Certos minerais autígenos encontram-se, frequentemente, na parte distal (mais marinha), onde a taxa de sedimentação é fraca. Os sedimentos depositam-se de preferência na planície costeira.
3- Cortejo de nível baixo do mar (CNB)
Função do contexto geológico, este cortejo apresenta-se em três configurações diferentes associadas a contextos geológicos, onde a passagem planície costeira / bacia se faz: (i) Por um talude continental bem marcado ; (ii) Por falhas de crescimento e (iii) Por uma passagem gradual de tipo rampa. Em geral, o cortejo de nível baixo é composto por quatro elementos : (i) Cones submarinos de bacia ; (ii) Cones submarinos da talude ; (iii) Prismas de nível baixo e (iv) Vales cavados preenchidos. Num contexto de rampa, o cortejo de nível baixo (do mar) é, em geral, composto, unicamente, por três conjuntos : (a) Prisma de nível baixo inferior ; (b) Prisma de nível baixo superior e (c) Vales cavados preenchidos.
3.1- Cones Submarinos de Bacia (CSB)
Estes cones depositam-se quando a descida do nível do mar é mais rápida do que a subsidência do rebordo da bacia. A descida relativa produz uma exumação total da planície costeira e a formação de vales cavados e canhões, que encaminham os sedimentos para a bacia onde se depositam sob forma de cones submarinos.3.2- Cones Submarinos de Talude (CST)
Estes cones são depositados quando a velocidade de descida relativa do nível do mar começa a diminuir. Eles são constituídos por depósitos turbidíticos complexos (diques marginais naturais, depressões e canais), por vezes, em associação com escoamentos maciços e desabamentos3.3- Prisma de Nível Baixo (PNB)
Conjunto superior do cortejo sedimentar de nível baixo (do mar). Ele é, geralmente, progradante e deposita-se enquanto que o nível do mar é baixo, mas ascendente. Ele está junto ao talude continental e participa ao preenchimento dos vales cavados e canhões, criados durante os membros precedentes.4- Cortejo de rebordo, de bordadura de bacia ou Cortejo sedimentar descendente (CBB ou CSD)
Por “cortejo de rebordo”, deve-se entender-se “Cortejo de rebordo de bacia” e não rebordo de plataforma continental, uma vez que ele deposita-se quando o nível mar relativo desce, perto ruptura da superfície de deposição costeira, mas a jusante da ruptura da plataforma (nestas condições ela é, ao mesmo tempo, a ruptura da superfície de deposição continental e ruptura da superfície de deposição costeira). Os sedimentos depositam-se perto do rebordo da bacia que conserva a sua estabilidade na ausência de uma erosão marcada.
Cortejo Sedimentar Descendente..................................................................................................Falling Stage Systems Tract
Cortége sédimentaire descendant / Cortejo sedimentario descendente / Sedimentary Prozession nach unten, Falling Stage Systems-Darm-Trakt / 沉积游行下降 / Снижающийся уровень цикла осадконакопления / Processione sedimentario discendente
Conjunto de sedimentos depositados durante uma descida relativa do nível do mar. Um cortejo sedimentar descendente existe em associação com uma regressão forçada. Ele tem uma geometria progradante e é depositado mais baixo do que o prisma de nível alto.
Ver: " Cortejo Sedimentar "
&
" Estratigrafia Sequencial "
&
" Regressão Forçada "
Um cortejo descendente está associado a: (i) Incisões fluviais na planície costeira exumada ; (ii) Uma progressiva exposição subaérea da plataforma ; (iii) Um transporte dos sedimentos ao longo do talude continental e formação de canhões e (iv) Uma deposição de cones submarinos de bacia. Por outro lado, ele pode caracterizar-se por: (a) Uma abundância de microfósseis ; (b) Fortes valores de δ18O ; (c) Erosão do continente ; (d) Ausência de deposição contemporânea na planície costeira ; (e) Progradações adelgaçando-se para a bacia e (f) Uma estratigrafia encurtada (quando a espessura dos paraciclos-sequência é inferior a paleoprofundidade da água de deposição determinada pela biostratigrafia). Como ilustrado nestes esquemas, o problema do cortejo sedimentar descendente (CSD) é de saber se a discordância que limita o ciclo-sequência deve ser colocada acima dele, ou, se ao contrário, o cortejo descendente se deposita por cima da discordância. Isto quer dizer, a qual ciclo-sequência deve ser associado o cortejo descendente. Para Vail, pelo menos no início da divulgação da Estratigrafia Sequencial, o cortejo descendente, que Vail chamava cortejo de bordadura, depositava-se acima de uma discordância do tipo II. Por outras palavras, para Vail, o cortejo descendente depositava-se em associação com uma descida relativa do nível do mar relativamente pequena que não punha o nível do mar debaixo do rebordo da bacia (as condições geológicas continuavam a ser de nível alto do mar). Só mais tarde, é que o nível relativo do mar descia, suficientemente, para que a sedimentação se desloca-se para os ambientes profundos. Para Hunt e Tucker, o cortejo descendente deve ser incorporado no topo do ciclo-sequência, porque, embora, a discordância subaérea comece no princípio da fase de descida, a erosão e incisão continuam até ao fim da fase de descida do nível do mar. Actualmente, a diferenciação entre as discordâncias do tipo I e II parece ter desaparecido e, praticamente, nenhum interpretador reconhece as discordâncias de tipo II, o que provavelmente quer dizer que Hunt & Tucker têm razão.
Cortejo de Sistemas de Depósito ..............................................................................................................................................Systems Tract
Cortège de Systèmes de Dépôt / Cortejo de sistemas de depositación / Prozession der Ablagerungssysteme / 游行的沉积系统 / Цикл системы осадконакопления / Processione dei sistemi deposizionali
Componente de um ciclo-sequência, que consiste numa associação de sistemas de deposição cronostratigráficos e geneticamente associados, quer isto dizer que se um desaparece ou outros desaparecem igualmente. Cada sistema de deposição é caracterizado por um fácies (litologia) e uma fauna associada.
Ver: " Ciclo Sequência "
&
" Sistema de Deposição "
&
" Fácies "
Os cortejos sedimentares que compõem um ciclo-sequência, isto é: (i) Os cones submarinos de bacia ; (ii) Os cones submarinos de talude ; (iii) O prisma de nível baixo ; (iv) O cortejo transgressivo ; (v) O prisma de nível alto e, por vezes, (vi) O prisma de bordadura da bacia, são formados por uma sobreposição de paraciclos-sequência, os quais correspondem a cortejos de sistemas de depósito. Cada paraciclo-sequência é formado por um cortejo de sistemas de depósitos síncronos e geneticamente ligados. Por exemplo, num prisma de nível baixo ou alto, por vezes, cada paraciclo-sequência corresponde a um aparelho deltaico, no qual de montante para jusante se podem pôr em evidência os seguintes sistemas de depósito ou de deposição (associação de uma litologia com uma fauna característica): (a) Planície deltaica, que, geralmente, é constituída por siltitos ; (b) Frente do delta, formada, normalmente, por areias com boas características petrofísicas (porosidade e permeabilidade) ; (c) Prodelta, formado por rochas argilosas e, por vezes, (d) Turbiditos próximais depositados nas camadas horizontais inferiores quando a frente do delta é afectada por falhas de deslizamento. É importante não esquecer que em todos os cortejos sedimentares, cada paraciclo-sequência é depositado em associação com um paraciclo-eustático, quer isto dizer, que entre cada subida relativa do nível do mar, que cria espaço disponível para os sedimentos, não há, como o seu nome indica, nenhuma descida relativa, ou em outros termos, não há nenhuma discordância (superfície de erosão significativa) entre os paraciclos-sequência. Cada incremento da subida relativa do nível do mar cria espaço disponível para os sedimentos, os quais se depositam, em progradação, durante os períodos de estabilidade relativa do nível do mar que separam as subidas relativas. Num cortejo de sistemas de deposição as diferentes fácies estão geneticamente associadas, se uma não se depositar as outras também não se depositam.
Cortejo Transgressivo...................................................................................................................................................Transgressive Systems Tract
Cortège transgressif / Cortejo transgresivo / Prozession transgressive / 游行侵 / Тракт трансгрессивных систем / Processione trasgressiva
Associação lateral de sistemas de deposição síncronos e geneticamente ligados que forma a parte intermédia de um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência. Este cortejo deposita-se quando o nível do mar está acima do rebordo da bacia, isto é, em condições geológicas de nível alto do mar. Em relação à curva das variações relativas do nível do mar, que definem o ciclo-sequência, o cortejo transgressivo deposita-se quando o nível relativo do mar sobe em aceleração. O limite superior deste cortejo (superfície de inundação máxima) corresponde ao momento em que a subida relativa do nível do mar entra em desaceleração.
Ver: " Cortejo Sedimentar "
&
" Estratigrafia Sequencial "
&
" Transgressão "
Neste tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Mar do Lavrador, o cortejo transgressivo de um ciclo-sequência é, facilmente, reconhecido entre a discordância inferior do ciclo e o prisma de nível alto (PNA). Os reflectores do ciclo-sequência subjacente estão representados por traços espessos de cor branca, enquanto que os do cortejo transgressivo estão em verde. Os reflectores do cortejo transgressivo repousam por biséis de agradação costeiros contra os reflectores do ciclo subjacente definindo uma discordância (superfície de erosão). Dentro do cortejo transgressivo, é importante notar a presença de quatro superfícies de ravinamento e, que, entre elas, os reflectores progradam em direcção do mar. O cortejo transgressivo (ou uma transgressão) corresponde a uma sobreposição de regressões cada vez mais pequenas, o que, globalmente, cria uma geometria retrogradante. Na realidade, desde que há uma subida relativa do nível do mar, a ruptura costeira da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa) desloca-se para montante. Durante o período de estabilidade, que segue a subida relativa, os sedimentos depositam-se, pouco a pouco, em pacotes sedimentares que progradam para o largo sem no entanto ultrapassarem os sedimentos depositados anteriormente. Uma nova subida relativa do nível do mar desloca, outra vez, a ruptura costeira da superfície de deposição para montante. Mais sedimentos se depositam, durante o novo período de estabilidade, em pacotes progradantes, mas como antes, estes não alcançam, os pacotes distais depositado anteriormente. Nova subida relativa, etc., etc.
Costa.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................Coast
Côte / Costa (marina) / Küste / 海岸 / Побережье / Costa
Banda de terra de largura indefinida (podendo ser de vários quilómetros) que se estende desde a linha da maré-baixa até à primeira mudança importante da morfologia (arriba). Alguns geocientistas restringem a costa ao espaço atingidos pelas águas entre os níveis extremos das marés. A linha da costa é um termo, relativamente vago, uma vez que ela não é fixa devido, principalmente, às marés.
Ver: " Onshore "
&
" Linha da Costa "
&
" Litoral "
A costa é a parte do continente considerada como próximo do litoral, que muita vezes inclui a planície costeira. A superfície atingida pelas ondas do mar é modelada em degraus chamados degraus de praia, os quais são formados por um patamar ou berma de praia e um abrupto. A linha de inflexão entre a berma e o abrupto de cada degrau é a crista da berma. Assim, a berma é um banco baixo quase horizontal ou que inclina para a terra, não permanente, e formado pelo material transportado e depositado pelas ondas de tempestade. A crista da berma marca, muitas vezes, o início da praia-alta. A costa é muita vezes considerada como a primeira fronteira defensiva de um país. Embora a linha da costa varie todos os dias, em função das marés, é comum considerar os seguintes tipos : (i) Linha da Costa Emergente, quando ela resulta de uma descida relativa do nível do mar, a qual se reconhece facilmente pela topografia, como, por exemplo, as praias suspensas (ou sobrelevadas) visto que elas não são atingidas pela maré cheia ; (ii) Linha da Costa Submergente, quando ela é o resultado de uma subida relativa do nível do mar, a qual se reconhece pelas plataformas afogadas (plataformas cobertas pela água do mar, que as põem muitas vezes debaixo da zona fótica), rias (vales afogados) e fiordes ; (iii) Linha da Costa Concordante, quando ela é, mais ou menos, paralela, aos planos de estratificação e limites entre as diferentes rochas que formam a falésia ou a arriba litoral; (iv) Linha da Costa Discordante, quando ela é orientada obliquamente ou mesmo perpendicular à direcção das formações geológicas que formam o litoral. É neste último tipo de linha de costa, que as barras (entradas) e as baías são frequentes, uma vez que as rochas menos resistentes são erodidas mais, facilmente, e que as formações mais resistentes aos agentes de erosão, em particular a erosão das ondas do mar, formam promontórios e afloramentos importantes que fazem a felicidade dos geocientistas.
Costa Adentro (em terra).................................................................................................................................................................................................................Onshore
Onshore/ Onshore (costa adentro) / An Land / 陆上 / Наземный / A terra
Área a montante da maré baixa.
Ver: « Onshore »
&
« Linha da Costa »
&
« Litoral »
Mesmo definida como a área a montante da maré baixa, costa adentro varia a curto prazo com a posição da linha da maré baixa. Certos geocientistas definem costa adentro em relação a linha da costa. Contudo, esta definição é ainda mais imprecisa do que a anterior, uma vez que a linha da costa não é fixa. Com as marés, ela varia relativamente pouco, mas todos os dias. Durante as regressões (deslocamento para o largo dos biséis de agradação costeira) e das transgressões (deslocamento para a terra dos biséis de agradação costeira), a posição da linha da costa varia e assim, também, os limites de costa a dentro. Os deslocamentos dos biséis de agradação costeira são função das variações relativas do nível do mar e da morfologia do continente. Se o continente tiver uma topografia pouco acentuada, isto é, mais ou menos plana, uma pequena subida relativa do nível do mar pode produzir uma invasão continental (componente horizontal de uma agradação positiva) de várias centenas de quilómetros. Ao contrário, quando a topografia do continente é acentuada e o declive da praia bastante forte, a mesma subida relativa do nível do mar produz uma invasão continental unicamente de alguns metros. Na estratigrafia sequencial, quando se fala de uma transgressão dentro de um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência (induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, cuja duração varia entre 0,5 My e 3 a 5 My), o interpretador deve indicar a agradação vertical (distância vertical entre dois biséis de agradação costeiros consecutivos) e a invasão continental (distância horizontal, em metros, entre dois biséis de progradação costeira consecutivos) se possível em metros ou em milissegundos. Estes dois valores permitem de determinar facilmente, pelo menos localmente, a topografia das discordâncias (limites dos ciclos-sequência). Contudo, para isso, é necessário que o interpretador disponha de linhas sísmicas regionais, uma vez que na maioria dos casos, a invasão continental é superior ao comprimento das linhas sísmicas convencionais. No onshore (em terra), as linhas sísmicas, raramente, atingem 20 km. Ao contrário, por razões evidentes, no offshore, isto é, costa afora, mesmo as linhas sísmicas convencionais da industria petrolífera podem atingir mais de 100 km.
Cracking ..........................................................................................................................................................................................................................................................................Cracking
Cracking (craquage) / Craqueo / Krakning / 裂化反应 / Крекинг (растрескивание) / Cracking (chimica)
Quebradura das grandes moléculas de hidrocarbonetos em moléculas mais pequenas e mais úteis. Uma tal quebra pode fazer-se a temperaturas e pressões muito altas, sem catalisador, ou a temperaturas e pressões muito mais baixas mas em presença de um catalisador.
Ver: " Petróleo Pesado "
&
" Reservas "
&
" Recursos "
O cracking dos hidrocarbonetos corresponde a uma decomposição térmica, quer isto dizer, que as grandes moléculas de hidrocarbonetos quando, suficientemente, aquecidas são partidas em moléculas mais pequenas. Os hidrocarbonetos são fervidos e os gases resultantes passam através de um pó de óxido de alumínio (Al2O3) que funciona de catalisador (substâncias que favorecem a destruição de combinações químicas), o qual fornece uma boa superfície para que o cracking ocorra. O cracking nas refinarias de petróleo permite a produção de produtos leves como o LPG ("Liquefied Petroleum Gas") e a gasolina a partir dos produtos das fracções mais pesadas da destilação do petróleo. O FCC ("Fluid Catalytic Cracking") produz gasolina de alto rendimento e LPG, enquanto que o hidrocracking produz o combustível para os aviões a jacto, diesel, nafta e LPG. O cracking térmico é, normalmente, utilizado para enriquecer as fracções pesadas ou para produzir fracções leves ou destilados, combustível de chauffage e/ou coque de petróleo. O programa Temis do BEICIP é utilizado na modelização (2D, isto a duas dimensões) das bacias sedimentares para prognosticar se um determinado prospecto petrolífero, antes de ser testado por um poço de pesquiza, contém petróleo ou gás. Este programa, ilustrado neste figura, utiliza um processo de cracking que representa em detalhe o GOR (relação gás petróleo) e API (densidade do petróleo do Instituto Americano do Petróleo) dos hidrocarbonetos gerados por cracking (principal e secundário) e os algoritmos das três fases de migração dos hidrocarbonetos que controlam as mudanças de composição e de fase. Além disso, o programa Temis 2D modela a migração primária, secundária e terciária dos hidrocarbonetos a partir da lei multifásica de Darcy. O esquema numérico do volume finito garante a lei de Goguel (conservação da massa) e assim a validade dos resultados. A separação do transporte e da fase é acoplada inteiramente sem comprometer nem o comportamento da fase nem as equações de fluxo.
Cratão (escudo)....................................................................................................................................................................................................................................................................Craton
Bouclier / Cratón / Craton, Schild / 克拉通, 盾 / Кратон, щит / Cratone, Scudo
Área estável do continente que escapou a actividade orogénica dos últimos 2G anos. Um cratão é constituído principalmente por rochas graníticas e metamórficas.
Ver: " Supercontinent "
&
" Subducção do Tipo-A (Ampferer) "
&
" Orogenia "
Normalmente os cratões (escudos) são regiões de estabilidade onde durante longos períodos geológicos não ocorre a formação de montanhas. Eles podem ser, parcialmente, cobertos por camadas sedimentares pouco espessa como, por exemplo, na Ásia Central e na parte central da América do Norte. Por vezes, eles são rodeados por cadeias de montanhas jovens constituídas por sedimentos muito deformados, chamados orógenos. Os cratões são subdivididos, geograficamente, em províncias geológicas. Uma província geológica é uma entidade espacial com atributos geológicos comuns. Uma província geológica pode incluir um único elemento estrutural dominante como uma bacia estrutural ou cadeia de montanhas ou um número de elementos relacionados contíguos. Províncias geológicas adjacentes podem ser semelhantes ao ponto de vista estrutural, mas também podem ser consideradas, separadamente, devido ao facto de elas terem histórias diferentes. O processo pelo qual os cratões se formam chama-se cratonização. Os primeiros grandes cratões formaram-se durante o Arcaico. Durante o início do Arcaico, o fluxo de calor terrestre era, provavelmente, cerca de três vezes maior do que ele é hoje, porque a concentração de isótopos radioactivos e o calor residual eram muito maior. A actividade tectónica e vulcânica era também muito maior, assim como o manto terrestre era muito mais fluído e a crusta mais fina. Isto resultou não só de uma formação, muito rápida, da crusta oceânica, nas rides e nos pontos quentes, mas também de uma reciclagem rápida da crusta oceânica pelas zonas de subducção e, particularmente, pelas zonas de subducção do tipo B ou de Benioff. Provavelmente, a superfície da Terra partiu-se em muitas placas litosféricas (placas tectónicas), relativamente, pequenas com muitas ilhas e arcos vulcânicos associados. Pequenos protocontinentes (cratões) formaram-se à medida que as rochas da crusta foram fundidas misturadas pelos pontos quentes e reciclados nas zonas de subducção de Benioff. Certamente, não houve grandes continentes no Arcaico, onde os pequenos continentes eram a norma, uma vez que ColdFusion era difícil devido à alta taxa de actividade geológica.
Cratera.........................................................................................................................................................................................................................................................................................Crater
Cratère / Cráter / Krater / 火山口 / Кратер / Cratere
Depressão circular causada por uma actividade vulcânica intensa. Uma depressão causada pelo choque entre dois corpos celestes, como, por exemplo, quando um meteorito choca contra a Terra, chama-se cratera de impacto. Sinónimo de Caldeira.
Ver: " SDR (reflector que inclina para o mar) "
&
" Vulcão "
&
" Vulcanismo "
Esta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Mar do Norte é proposta para explicar a forma e a geometria do monte submarino de Darwin. Embora, a posição do dique vertical de alimentação do material vulcânico seja especulativa, a morfologia e estrutura interna (configuração dos reflectores) do monte submarino são óbvios. A cratera corresponde à depressão central, na parte superior do monte submarino. Esta cratera construiu-se, pouco a pouco (construção vertical), à medida que as lavas subaéreas se escoavam em direcções, mais ou menos, opostas. Nas partes superiores e espessas do monte submarino (partes centrais contíguas à cratera) as inclinações dos reflectores são muito mais fortes do que nas parte inferiores mais afastadas da cratera. Este comportamento estrutural indica, grosso modo, o sentido de escoamento e da agradação das lavas subaéreas, uma vez que debaixo de água, o material vulcânico não flui. Como o escoamento pode ser seguido sobre vários quilómetros, é evidente que as lavas se escoram ao ar livre ou pelo menos, de maneira subaérea. Esta conjectura é, perfeitamente, corroborada não só pelos resultados do poço DSDP ≠ 163/6-1 (localizado na extremidade esquerda desta linha sísmica), mas também pela morfologia em degraus (deltas de lava) do monte submarino. Nos detalhes de esta linha (como se vê, também, no grande degrau que marca a extremidade SE do monte submarino), os reflectores internos correspondem a biséis de progradação fortemente inclinados. O mecanismo geológico, mais provável, para explicar a morfologia e configuração interna deste intervalo vulcânico, é uma construção do monte submarino progressiva, num ambiente subaéreo (entre mares epicontinentais ou outros grandes corpos de água), no qual as lavas se escoam, normalmente, em direcção oposta da cratera. Não esqueça que, deste que as lavas entram num corpo de água, elas se solidificam, rapidamente, criando falésias abruptas, como as ilustradas acima, que certos geólogos chamam deltas de lava (ou degraus de lava).
Cratonização (formação de um cratão)............................................................................................................................................................................Cratonisation
Cratonisation / Cratonización / Bildung einer Kraton / 克拉通的形成 / Кратонизация / Formazione di un craton
Formação de uma grande e estável porção da crusta continental. Os cratões são as regiões centrais dos grandes continentes, com topografia suave, que formam a maior parte das áreas continentais.
Ver: " Subducção do tipo-A (Ampferer) "
&
" Cratão "
&
" Granito "
Nesta figura pode ver-se o cratão Slave localizado no NO do Canadá, perto de Yellowknife, que constitui o segmento NO do Escudo Canadiano do grande cratão da América do Norte. O cratão Slave é um simples fragmento antiga de crusta continental, rodeada por margens continentais divergentes do Paleoproterozóico. Os cratões, como o Slave são vestígios, que testemunham segmentos de antigos sistemas pré-tectónicos e tectónicos nos quais eles se formaram. O cratão de Slave formou-se pela ruptura de uma enorme massa continental Arcaica e testemunha um complexo, espacialmente, heterogéneo da crusta terrestre, cuja acreção (crescimento) durou cerca de 1,5 Gy. A massa terrestre original poderia ter sido o especulativo super-continente Kenorland (Arcaico Tardio) ou, mais provavelmente, uma massa terrestre, mais pequena, referida, muitas vezes, como o super-cratão Sclavia. De maneira geral, a cratonização da Terra pode resumir-se assim : (i) No início do Pré-Câmbrico, bombardeamento intenso da Terra por meteoritos até, mais ou menos, 3,8 Ga ; (ii) Os primeiros blocos da crosta continental formaram-se a partir do manto ; (iii) Os primeiros blocos continentais cresceram pela acreção de novos terrenos metamórficos produzidos pela orogenias ; (iv) Inicialmente, os blocos continentais estavam mais ou menos, dispersos ; (v) Pouco a pouco, os blocos continentais primitivos foram erodidos ; (vi) O material detrítico, resultante da erosão dos blocos continentais primitivos, depositaram-se nas plataformas continentais adjacentes ; (vii) A formação de cadeias de montanhas e o metamorfismo associado deformaram e transformaram os sedimentos marinhos que serviram de cimento a quando da aglutinação desses blocos (supercontinentes), que servem de ossatura dos continentes actuais ; (viii) Estes conjuntos continentais estáveis constituem os cratões, que são, principalmente formados de granitos e gneiss ; (ix) Vários ciclos de fracturação dos super-continentes e aglutinação dos continentes formados por fracturação parece terem existido na história da Terra.
Crescente de Praia.....................................................................................................................................................................................................................Beach Cusp
Croissant de plage / Creciente de playa / Strandhörner / 海滩上风口浪尖 / Пляжевый фестон / Crescente de spiaggia
Acumulação de areia ou de material mais grosseiro, com uma estrutura em arco, que se formam nas praias. O arco é composto pelo material mais grosseiro, enquanto que a parte interna (debaixo do arco) é formada pelo material mais fino. Este tipo de acumulações encontram-se em quase todas as praias do mundo, mas elas são, particularmente, frequentes nas praias onde o material grosseiro é predominante. Elas aparecem quase sempre em padrões regulares. O tamanho e a distância entre os crescentes, ao longo da praia, é, mais ou menos, constante.
Ver: " Praia-Baixa "
&
" Litoral "
&
" Ambiente de Deposição "
As duas teorias menos refutáveis para explicar os crescente de praia são: (i) Teoria da Onda Perpendicular Marginal e (ii) Teoria de Auto-Organização. A primeira é baseada na interacção, próximo da linha da costa, entre as ondas que se aproximam da costa (entrantes) e as ondas que se formam paralelamente a linha da costa (perpendiculares marginais). A chegada das ondas entrantes nas águas próximo da linha da costa, cria ondas perpendiculares (ondas transversais) ao sentido das ondas entrantes. Quando duas ondas transversais com direcções opostas se encontram elas formam uma corrente perpendicular, chamada perpendicular marginal. Os movimentos de estas ondas são, mais ou menos constantes, o que permite de definir duas regiões: (a) O ponto nodal (ii) O ponto antinodal. As interferências entre as ondas acabam por gerar um padrão de onda estacionária com um ou mais nodos (onde não há movimento vertical), e dois ou mais antinodos (onde o movimento vertical é máximo, cristas e cavas). O ponto antinodal é o ponto onde todo o movimento se forma quando a água sobe ou desce e que cria uma série de cristas e cavas. Entre os pontos antinodais existem os pontos nodais, onde não existe nenhum movimento. A segunda teoria, que foi abandonada, numa primeira fase, foi ressuscitada pela utilização de computadores na geologia marinha. Dois fenómenos principais permitem explicar as crescentes de praia. Uma retroacção positiva entre a morfologia da praia e o escoamento da água cria um padrão topográfico. O espaço entre entre as pontas dos crescentes de praia parece corresponder a uma retroacção negativa entre a quantidade de erosão e deposição de uma crescente.
Crescimento Exponencial.............................................................................................................................................................Exponential Growth
Croissance exponentielle / Crecimiento exponencial / Exponentielles Wachstum / 指數增長 / Экспоненциальный рост / Crescita esponenziale
Quando a taxa de crescimento de uma função matemática é proporcional ao valor da função. No caso de um domínio discreto de definição, com intervalos iguais é, também, chamado de crescimento geométrico ou decaimento geométrico (função dos valores forma uma progressão geométrica).
Ver: " Curva Logística "
&
" Curva de Hubbert "
&
" Deposição (carbonatos) "
Existe uma antiga lenda persa sobre um cortesão muito cultivado que inventou um jogo sobre um tabuleiro com 32 quadradinhos brancos e 32 pretos (mais o menos o tabuleiro do actual xadrez). Quando o cortesão ensinou ao rei como jogar, este não só gosto muito do tabuleiro, mas, e sobretudo, da maneira de jogar, uma vez que jogo traduzia, na realidade, uma batalha entre dois reis, suas cortes e exércitos. Para agradecer ao cortesão, o rei disse-lhe podes pedir-me o que quiseres. O cortesão disse ao rei, ponha-me um grão de arroz no primeiro quadrado do tabuleiro, dois grãos de arroz na segunda casa, 4 grãos na terceiro, e assim por diante. O rei prontamente concordou, mas disse-lhe, porque queres tão pouco, quando me deste tanto prazer. Não é bem assim majestade, mande colocar os grãos e depois falamos. Na realidade, no quadragésimo quadrado do tabuleiro (não esqueça que o tabuleiro tem 64 quadrados, isto é, 32 brancos e 32 pretos), um milhão de milhões de grãos de arroz tiveram que ser trazidos das arrecadações reais. E assim todas as reservas de arroz do reino foram esgotadas antes de chegar à casa 64. Tudo isto quer dizer que um crescimento ou aumento exponencial engana muito, porque gera uma imensa quantidade muito rapidamente. No momento em que preenche o trigésimo segundo quadrado do tabuleiros, o número de grãos de arroz já é um número enorme. Da mesma maneira, se uma população qualquer tem uma taxa de natalidade constante ao longo do tempo e nunca é limitada por falta de alimento ou doenças, ela tem um crescimento exponencial. Com um crescimento exponencial, a taxa de natalidade controla, unicamente, a velocidade à qual a população cresce. Imagine dois peixes, uma taxa de natalidade de 1,5 e um segundo para cada geração. Ao fim de 10 gerações existem 115 e ao fim de 20 existem 6650 peixes.
Crescimento dos Recifes (latitude)................................................................................................................................................................Reef Growth
Croissance des récifes (latitude) / Crecimiento de arrecife (latitud) / Riff Wachstum / 珊瑚礁的生长 / Рост рифов / Scogliera crescita (latitudine)
O crescimento de um recife depende das condições climáticas e da estabilidade da profundidade de água. Para que um recife possa crescer é necessário que a taxa de subida relativa do nível do mar (subsidência mais eustasia) seja compensada pelo crescimento (agradação) do recife. Em outros termos, para que a profundidade de água ideal (para o crescimento de um recife) se mantenha, mais ou menos, constante é necessário que o espaço disponível criado pelas subidas relativas do nível do mar seja ocupado pelo crescimento vertical do recife.
Ver: " Recife "
&
" Produção Orgânica (carbonatos) "
&
" Cortejo Transgressivo "
Este modelo geológico, construído com uma curva de produção das algas e do recife, que está ilustrada no canto superior direito desta figura, é fácil de compreender. Dois ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência, os quais foram induzidos por dois ciclos eustáticos de 3a ordem (tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My) estão ilustrados. O ciclo-sequência inferior está incompleto, uma vez que ele é, unicamente, constituído por um prima de alto nível (PNA). O ciclo-sequência superior, que está separado do ciclo subjacente por uma discordância, a qual foi criada por uma descida relativa do nível do mar, também está incompleto visto que o prisma de nível alto não se depositou. Os cones submarinos da bacia e talude (CSB e CST) estão condensados. O prisma de nível baixo (PNB), que é o membro superior do cortejo de nível baixo nível (CNB), está bem desenvolvido, assim como o cortejo transgressivo sobrejacente (CT). Neste cortejo, como as condições climáticas eram favoráveis, a partir de uma certa altura, o espaço disponível criado pelas subidas relativas do nível do mar junto do rebordo da bacia foi preenchido pela a agradação vertical de construções orgânicas. Isto quer dizer, que perto do rebordo da plataforma, a lâmina de água se conservou, mais ou menos, constante, entre 20 e 30 metros, o que favoreceu a produção de matéria orgânica carbonatada. A montante desta área, o espaço disponível não foi preenchido pelas construções orgânicas. A lâmina de água aumentou criando o espaço disponível para os sedimentos regressivos que, certamente se depositaram, pouco a pouco, desde que a subida relativa do nível do mar entrar em desaceleração ou começar mesmo a descer lentamente.
Cretácico...................................................................................................................................................................................................................................................................Cretaceous
Crétacé / Cretácico, Cretáceo / Kreide / 白垩纪 / Меловой период / Cretacico
Uma das maiores divisões do tempo geológico, limitada entre o fim do Jurássico (cerca de 144,2 milhões de anos atrás) e o começo da Época Paleocénica (cerca de 65 Ma). O Cretácico é o período geológico mais longo do Mesozóico.
Ver: " Tempo Geológico"
&
" Mesozóico "
&
" Eustasia "
O Cretácico marca o limite entre a era Mesozóica e Cenozóica. Ele é subdividido em Cretácico Inferior e Superior. Da base para o topo, e segundo J. Hardenbol et al., 1998, o Cretácico Inferior é subdividido em: Berriasiano (144,2 ± 4,0 a 137,0 ± 3,0) ; Valanginiano (137,0 ± 3,0 a 132,0 ± 2,0 Ma) ; Hauteriviano (132,0 ± 2,0 a 127,0 ± 1,5 Ma) ; Barremiano (127,0 ± 1,5 a 121,0 ± 1,0 Ma) ; Apciano (121,0 ± 1,0 a 11,2 ± 1,0 Ma) ; Albiano (112,0 ± 1,0 a 98,9 ± 0,9 Ma). O Cretácico Superior é constituído por : Cenomaniano (98,9 ± 0,9 a 93,5 ± 0,8 Ma) ; Turonian (93,5 ± 0,8 a 89,0 ± 1,0 Ma) ; Coniaciano (89,0 ± 1.0 a 85,8 ± 0,7 Ma) ; Santoniano (85,8 ± 0,7 a 83,5 ± 0,7 Ma) ; Campaniano (83,5 ± 0.7 a 71,3 ± 0,6 Ma) e Maastrichtiano (71,3 ± 0,6 a 65,0 ± 0,3 Ma). O limite entre o Cretácico e o Terciário é um dos eventos mais dramáticos da Geologia. A análise estatística dos fósseis marinhos sugere que a grande diminuição na diversidade foi, provavelmente, causada por extinções e não por uma diminuição da especificação das espécies. Várias teorias foram avançadas para explicar as extinções entre o Cretácico e o Terciário. Elas baseiam-se, principalmente, no impacto de um meteorito ou num aumento importante de vulcanismo. Algumas delas entram em linha de conta com estes dois elementos. Contudo, um outro cenário entra em linha de conta com: (i) Um impacto com um corpo extraterrestre ; (ii) O vulcanismo e (iii) Uma regressão, o que quer dizer, que as comunidades terrestres e marinhas sofreram as consequências das mudanças ou perdas dos seus ambientes naturais. Assim, por exemplo, os dinossauros, que eram os maiores vertebrados da época, foram, certamente, os primeiros a ser afectados pelas mudanças ambientais ao mesmo tempo, que a extrusão do material vulcânico esterilizou importantes áreas do globo. A diferença entre esta última hipótese, que invoca várias causas, e as que invocam unicamente uma causa é que estas não explicam por si só a amplitude das extinções.
Crevasse, Fissura, Fenda (glaciar)................................................................................................................................................................................................................Crevasse
Crevasse (glacier) / Fisura (grieta glaciar) / Gletscherspalte / 冰隙 / Ледниковая расщелина / Crepaccio
Fissura, mais ou menos, vertical num glaciar ou num campo de neve, causada por forças resultantes do movimento diferencial do gelo sobre uma superfície rugosa. As fendas podem desenvolver-se debaixo de pontes de neve e, algumas delas, podem ter mais de 100 m profundidade. Em geomorfologia, este termo é, também, utilizado para descrever largas rupturas nos bancos de um rio, canal ou dique marginal natural ou artificial.
Ver: " Glaciar "
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" Moreia "
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" Ablação "
Como ilustrado nesta fotografia uma crevasse, fenda ou fissura glaciar é uma fractura, mais ou menos, vertical num glaciar. A profundidade de uma crevasse glaciar é muito variável e pode, por vezes, ultrapassar 100 metros. Existem quatro tipos de fissuras glaciares: (i) Fissuras Transversais, que se formam na zona de extensão ou de alargamento (zona onde o glaciar acelera o seu movimento vertente abaixo) e que são perpendiculares à direcção do movimento do glaciar (em geral, são fissuras abertas) ; (ii) Fissuras Marginais, que se orientam em diagonal, a partir da extremidade do glaciar para montante, uma vez que a velocidade do glaciar é maior na parte central do que nas margens ; (iii) Fissuras Longitudinais, que se formam paralelamente ao movimento do glaciar, onde a largura do glaciar é em expansão e (iv) Fissuras de Despego, que separam a parte do glaciar em movimento da parte estagnada e que podem prolongar-se até ao substrato rochoso (profundidade, por vezes, superior a 100 m). Num circo glaciar, a fissura de despego está localizada atrás do glaciar e é paralela à parede rochosa. Este tipo de fissura parece ser induzida pelo movimento de rotação do glaciar. No inverno, as fissuras de despego são preenchidas pela neve das avalanches que vêm da parte de cima da montanha. No verão, devido a fusão da neve, as fissuras de despego ficam abertas e podem ser muito perigosas para os alpinistas. Qualquer fissura glaciar pode ser coberta por uma ponte de neve e, assim, não estar totalmente preenchida. Isto quer dizer, que utilizar uma fissura coberta de neve para passar de um lado para o outro, pode ter consequências muito graves, na medida em que é muito difícil de prever se ela está ou não preenchida. É a interacção dos esforços na superfície do glaciar que determina, em parte, a distribuição, orientação, densidade e extensão de propagação das fendas.