Crioclastia ............................................................................................................................................................................................................................................................Cryoclasty

Cryoclastie / Crioclastía, Gelifracción / Verwitterung / 风化, 弗罗斯特楔入 / Морозное выветривание / Meteorizzazione (ciclo disgelo-congelamento)

Acção erosiva devido à formação de gelo, uma vez que o volume do gelo é cerca de 10% superior ao volume de água líquida inicial. Assim, quando a água que preenche as zonas de falha ou fissuras de uma rocha gela, ela fractura a rocha em diferentes blocos. É este ciclo de gelo e degelo da água dentro de uma rocha que se chama crioclastia.

Ver: " Erosão "
&
" Sedimento Terrígeno "
&
" Corração "

Como ilustrado nesta figura, apesar da grande aridez do solo do Sahara Argelino, a água é o principal agente de modelação da paisagem. Na realidade, a haloclastia e crioclastia são processos muito importantes na demolição das cadeias de montanha. A haloclastia é o processo de fragmentação mecânica das rochas devido à cristalização de sais provenientes da água salgada e salsugem, no qual as fissuras das rochas impregnadas de soluções concentradas e sais minerais, aumentam de volume por evaporação. Na haloclastia os sais contidos nas rochas absorvem a humidade atmosférica e incham fracturando as rochas. No segundo caso, a humidade, absorvida pelas rochas congela durante a noite, quando as temperaturas são muito baixas. Em ambos os casos, o aumento de volume faz com que mesmo as formações geológicas muito resistentes se desintegrem. Pode dizer-se que a crioclastia, gelifracção (ou mesmo gelivação), como certos geocientistas lhe chamam, produz a ruptura das rochas em pequenos blocos, mais ou menos lamelares função da estrutura interna inicial. A amplitude da crioclastia depende menos da intensidade do frio que da alternância de congelação e descongelação. As formas de crioclastia encontram-se, principalmente, nas cavernas de altitude e nas lápiaz, assim como nas regiões onde existem variações climáticas, mais ou menos, importantes, à volta de zero graus Celsius. Este modo de alteração das rochas existe também nas regiões periglaciares. Os monumentos de pedra que se encontramos em muitas cidades sofrem também, alterações crioclásticas, que sem manutenção, se deterioram ou mesmo, são destruídos. A crioclastia parece ter modelado, a Serra da Cabreira, em Portugal, onde existe uma disparidade morfológica, entre as vertentes ocidental e oriental, onde a vertente ocidental apresentam um modelado de gelifracção intensa, com grandes lajes graníticas (macrogelifracção) com uma espessura entre 1 e 2 cm, algumas das quais com mais de 1 m de comprimento (observam-se nos topos aplanados de Talefe-Chã de Lousas e do Toco).

Criosfera..................................................................................................................................................................................................................................................................Cryosphere

Cryosphère / Criósfera / Kryosphäre / 冰冻圈 / Криосфера (ледовый покров земли) / Criosfera

Parte da superfície da Terra que é congelada permanentemente.

Ver: " Glaciação "
&
" Glacio-eustasia "
&
" Teoria Astronómica dos Paleoclimas "

Para certos geocientistas, a criosfera é a parte da Terra que está, permanentemente, coberta de gelo e que interactua com os outros componentes, particularmente, com a atmosfera, hidrosfera e litosfera. As mudanças climáticas alteram de maneira significativa as dimensões da criosfera. As variações de temperatura podem produzir a acumulação de milhares de quilómetros quadrados de neve ou de gelo. Estas acumulações afectam não só a temperatura do ar, mas também o nível do mar, correntes oceânicas e tempestades. A neve e o gelo ajudam a Terra a arrefecer uma vez que eles reflectem entre 60% e 90% da energia solar que elas recebem. A neve e gelo aumentam o albedo da superfície terrestre, isto é, a quantidade da reflectividade, a qual varia entre 0 e 1 (0 indica uma reflectividade nula, o que quer dizer, que toda a energia solar é absorvida e 1 indica uma reflectividade perfeita, o que significa que toda a energia recebida pela terra é reflectida). Uma redução significativa da superfície coberta de neve ou do gelo provoca um aumento da temperatura, uma vez que mais energia solar é recebida. Os modelos climáticos, os quais devem ser sempre considerados como simples conjecturas ("purgamentorum init purgamentorum exit"), sugerem que o aquecimento global (se ele existe) deve sentir-se mais nas zonas árcticas, onde, parece que os geocientistas observam já várias mudanças climáticas (não antropogénicas). O estudo da criosfera permite aos geocientistas de avançar hipóteses sobre as mudanças climáticas do passado geológico, assim como é que o clima está a mudar presentemente. O gelo dos glaciares dos pólos contém informações que podem ser utilizadas para compreender o clima do passado, à condição que elas sejam bem utilizadas e os resultados submetidos a testes de refutação, os quais, em certos casos, não tem sido feitos pelo IPCC ("Intergovernmental Panel on Climatic Changes"). O gelo formado nos lagos e rios, em função do arrefecimento provocado pelas estações, é muito pequeno para exercer uma qualquer influência no clima global. Os processos de gelo e degelo, mesmo nestes casos, são respostas a factores climáticos globais, que existem desde a formação da Terra e não unicamente desde o Quaternário.

Criptozóico..........................................................................................................................................................................................................................................................Cryptozoic

Criptozoïque / Criptozóico / Cryptozoic / 隐生宙[的] / Докембрий/ Criptozoico

Tempo entre a formação do sistema solar (fim do Gamowiano ± 4,7 10^9 anos atrás) até ao começo do Câmbrico (570 Ma). O criptozóico é dividido em três éons (hierarquia superior à era): (i) Hadeano, entre 4,7 e 3,8 Ga ; (ii) Arqueano, entre 3,8 e 2,7 Ga e (iii) Proterozóico, entre 2,7 e 0,57 Ga.

Ver: " Tempo Cosmológico "
&
" Universo (idade) "
&
" Tempo Geológico "

O criptozóico engloba todo o tempo entre a formação do sistema solar, isto é, desde o fim do Gamowiano (4,7 10^9 de anos atrás ou 4,7 Ga), até ao início do Câmbrico, i.e., até cerca de 570 Ma. Ao de contrário My, que sublinha um intervalo de tempo de 1 milhão de anos, que ele seja do Cretácico ou do Devónico, Ma representa uma idade. Assim 65 Ma, quer dizer uma idade geológica de 65 milhões de ano. O criptozóico, como ilustrado nesta figura foi dividido em três Éons (uma rank mais alto do que a Era): (i) Hadeano; (ii) Arcaico e (iii) Proterozóico. O Criptozóico é também chamado Pré-câmbrico, mais estritamente falando. O nome Pré-Câmbrico inclui todo o tempo antes do Câmbrico, quer isto dizer, o Gamowiano e o Planckiano. O Hadeano (entre 4,7 e 3,8 Ga), engloba a formação e diferenciação da Terra assim como a evolução das bactérias. O Arcaico (entre 3,8 e 2,7 Ga) é o tempo da formação da crusta estromatólita e dos estromatólitos em forma de domo. O Proterozóico Inicial (entre 2,7 e 1,7 Ga) é o tempo dos estromatólitos cilíndricos. O Proterozóico Terminal (entre 1,7 e 0,54 Ga) é o tempo dos estromatólitos ramificados, da evolução dos eucariontes e do aparecimento da fauna Ediacara. O Fanerozóico (entre 540 Ma e hoje) é o tempo do aparecimento da Archaeociatha, e desenvolvimento dos metazoários e metafitas. Os metazoários formam o sub-reino que incluí todas as espécies de animais multicelulares caracterizadas por sistema digestivo e células diferenciadas em vários tecidos (únicos animais que não são considerados metazoários compreendem os três filos de posição sistemática incerta: Rhombozoa, Orthonectida e Placozoa, que por vezes são agrupados no sub-reino Agnotozoa (que significa "animais desconhecidos"). Os metafitas constituem o reino vegetal e incluem todos os eucariontes multicelulares, plantas fotossintetizadoras encontradas nesta biosfera e que é composto por três grandes grupos: (i) Algas, (ii) Briófitas e (iii) Traqueófitas.

Crista (de onda)........................................................................................................................................................................................................................................................Wave-crest

Crête / Cresta / Wellenkamm, Wellenberg / 波峰 / Гребень (волны) / Cresta

Parte convexa de uma onda, quer ela seja uma onda do mar ou uma onda acústica.

Ver : "Comprimento de Onda "
&
" Crista de Praia "
&
" Altura (de onda) "

Nesta fotografia, as cristas das ondas são bem visíveis. Elas são, mais ou menos, equidistantes umas das outras e as linhas das cristas são, praticamente, paralelas entre elas, mas oblíquas à linha da costa. Nestas condições forma-se uma corrente litoral, uma vez que a direcção das correntes de afluxo (perpendicular é direcção das linhas das cristas) e refluxo (segundo o declive do fundo mar) são diferentes. Em termos científicos uma onda é uma perturbação que se propaga no espaço e tempo e que, normalmente, transfere energia. Contudo, enquanto que uma onda mecânica se propaga num meio (que quando deformado é capaz de produzir forças elástica de restauração), uma onda de radiação electromagnética (e provavelmente também uma ondas de radiação da gravidade) viajam no vácuo, isto é, elas não necessitam de um meio qualquer para se propagarem. As ondas do mar viajam e transferem energia de um ponto para outro através de oscilações à volta de pontos fixos e, muitas vezes, com pouco ou mesmo sem nenhum deslocamento das partículas do meio. As ondas periódicas são caracterizadas por cristas (pontos altos) e cavas (pontos baixos) e podem normalmente ser classificadas em ondas transversais e longitudinais. As ondas transversais têm vibrações perpendiculares à direcção de propagação, enquanto que as longitudinais vibram paralelamente à direcção de propagação. Quando um objecto se desloca para cima e para baixo nas onda de um lago ou do mar, ele segue uma trajectória orbital, uma vez que as ondas não são ondas transversas sinusoidais, mas uma combinação de ondas transversas e longitudinais. O comprimento de onda (∂), que é a distância entre duas cristas ou cavas consecutivas, é geralmente determinado em metros. O número de ondas (k) está associado ao comprimento de onda (∂) pela relação matemática k= 2π/∂. O período T é o tempo de um ciclo completo de oscilação de uma onda, isto é, o tempo entre duas crista consecutiva. A frequência f (ou v), que é o número de períodos por unidade de tempo (geralmente um segundo), exprime-se em hertzes: f = 1/T. O comprimento de onda, isto é, a distância entre duas cristas consecutiva é função da profundidade do mar, a qual corresponde grosso modo a metade do comprimento de onda.

Crista da Berma (da praia)..........................................................................................................................................................Berm-Ridge, Storm beach

Crête de la Berme / Cresta de la playa / Strandwälle / 护堤-脊 / Гребень откоса / Cresta di spiaggia

Limite da berma, que na ante-praia, parece um pequeno terraço com um baixo talude no lado do mar.

Ver: " Praia "
&
" Berma (de praia) "
&
" Zona de Espraiamento "

Nesta fotografia aérea da Ilha de Plum (EUA), tirada durante a maré baixa, reconhece-se facilmente uma praia barreira ou cordão litoral, isto é, uma ilha de areia alongada, mais ou menos, paralela à costa e separada desta por um pântano (baías ou lagunas existem por vezes entre a costa e os cordões litorais). Nesta caso particular, de jusante para montante, podem distinguem-se: (i) A Praia Intramareal, que engloba a pré-praia, praia baixa e praia média; (ii) A Praia-Alta ; (iii) A Ante-praia ; (iv) As Dunas Transversais ; (v) A Vegetação da Zona de Galgamento ; (vi) Uma Vegetação mais densa do tipo floresta ; (vii) Um Antigo Leque de Galgamento ; (viii) O Pântano Alto e (ix) O Pântano Baixo. A crista da berma, indicada nesta figura, corresponde, evidentemente, à linha de inflexão entre o primeiro degrau e a primeira berma da praia. Sobre este assunto pode dizer-se (Moreira, 1984): (a) A superfície atingida pelas ondas é modelada em degraus, chamados degraus da praia ; (b) Os degraus da praia são formados por um patamar ou berma da praia e um abrupto ; (c) A linha de inflexão entre a berma e o abrupto de cada degrau é a crista da berma ; (d) A crista da berma mais alta é a crista da praia ; (e) Estas formas modificam-se consoante a situação da maré e altura das ondas ; (f) O degrau mais baixo constitui o limite entre a praia-média e a praia-alta ; (g) O degrau mais baixo, por vezes, aparece recortado em crescentes sucessivos, os chamados crescentes de praia, que são semicirculares com a cavidade voltada para mar e separados entre si por pontas afiladas, corniformes, chamadas asas ou pontas do crescente ; (h) A parte mais côncava, abrupta, é a cabeça do crescente, que tem um pequeno escavamento na base chamado o alvéolo do crescente ; (i) Os crescentes formam-se durante a enchente, devido aos movimentos de inversão e interferência das correntes de ressaca. Os cordões litorais normalmente ocorrem em cadeias, nas quais cada cordão (ilha barreira) está separado dos seus vizinhos por uma barra (entrada). O comprimento de um cordão litoral varia ente 3 e 100 km e a largura entre pode atingir 3 km. O número de barras de uma cadeia de cordões litorais é função das ondas e marés. Ondas com energia forte tem tendência a fechar as barras enquanto que o fluxo das marés tem tendência a abrir as barras.

Crista da Praia............................................................................................................................................................................................Berm-Ridge, Storm Beach

Criête de plage / Cresta de la playa / Strandwälle / 滩脊 / Гребень косы (береговой вал) / Spiaggia cresta

A crista da berma mais alta, isto é, o limite a montante das bermas, que na antepraia, parecem pequenos terraços com baixos taludes no lado do mar.

Ver: " Praia "
&
" Berma (de praia) "
&
" Zona de Espraiamento "

Nesta fotografia aérea da Ilha de Plum (EUA), tirada durante a maré baixa, reconhece-se facilmente um cordão litoral ou praia barreira, isto é, uma ilha de areia alongada e, mais ou menos paralela, à costa, da qual ela está separada por um pântano (baías ou lagunas existem, por vezes, entre a costa e os cordões litorais). Nesta caso particular, de jusante para montante, distinguem-se facilmente: (a) A Praia Intramareal, que engloba a pré-praia, praia baixa e praia média; (b) A Praia-Alta; (c) A Antepraia; (d) As Dunas Transversas (dunas, cuja direcção é, mais ou menos perpendicular a linha da costa) perpendiculares; (e) A Vegetação da Zona de Galgamento. A crista da praia indicada nesta figura corresponde à linha de inflexão entre o último degrau e a última berma da praia. Na realidade, na praia-alta, a superfície atingida pelas ondas é modelada em degraus, chamados degraus da praia, os quais são formados por um patamar ou berma da praia e um abrupto. A linha de inflexão entre a berma e o abrupto de cada degrau chama-se a crista da berma. A crista da berma mais alta é a crista da praia. O degrau da berma mais baixo marca o limite entre a praia média e a praia-alta. Um cordão litoral pode ter um comprimento entre 3 e 100 km e a sua largura pode atingir 3 km. Normalmente, os cordões litorais formam-se em cadeias, nas quais cada um (ilha barreira) está separado dos outros por uma barra (também chamada entrada). O número de barras de uma cadeia de cordões litorais é função das energia das ondas e marés. As ondas muito altas, isto é, com muita energia têm tendência a fechar as barras, enquanto que o fluxo das marés tem tendência a abrir as barras. A largura de um cordão litoral reflecte fundamentalmente o aporte terrígeno e as variações relativas do nível do mar. Uma subida relativa do nível do mar causa erosão e um deslocamento para montante dos cordões, isto é, uma transgressão. Contudo, se o aporte terrígeno for muito forte, mesmo com uma subida relativa do nível do mar significativa, o cordão litoral pode progradar em direcção do mar, o que quer dizer, que se pode desenvolver uma regressão.

Crista Pré-litoral..............................................................................................................................................................Longshore Ridge, Longshore Bar

Crête pré-littorale / Cresta prelitoral / Strandwälle / 沿岸脊 / Береговой хребет / Prelitorale cresta

Ponto alto das ondulações de praia de grande amplitude (até 1 metro), as quais se formam no limite externo da praia-baixa (os geocientistas ingleses não fazem diferença entre praia-média e praia-baixa, conjunto que eles denominam "foreshore"). Os pontos baixos ou cavas são chamados sulcos prélitorais. Estas ondulações são induzidas pelo escoamento das correntes da ressaca e particularmente pela corrente de refluxo que é a corrente de ressaca que se dirige para o mar.

Ver: " Carso "
&
" Litoral "
&
" Praia Intramareal (entre marés) "

As cristas pré-litorais formam-se na praia-baixa, isto é, na parte inferior do espraiado que compreende o espaço que se estende entre os limites atingidos pela baixamar, em águas mortas e em águas vivas. O declive é, em geral, muito fraco e o material é fino, podendo, no entanto, encontrarem-se materiais grosseiros transportados longitudinalmente. Na superfície da praia-baixa aparecem marcas de bioturvação (marcas de seres vivos, como covas e dejectos de caranguejos ou arenículas, patas de aves, etc.) e marcas de ondulações de fraca amplitude (3-15 cm), mais ou menos, lineares e paralelas entre si e à linha de rebentação, que podem simétricas ou assimétricas e que se chamam ondulações da praia. Estas ondulações, como sugerido nesta figura, são criadas pelo escoamento das correntes de ressaca, em especial pelo escoamento da corrente de refluxo, que se dirige para o mar. No limite externo da praia-baixa podem aparecer ondulações de maior amplitude (até 1 metro) que se chamam as cristas pré-litorais ou caneiros. Nesta fotografia, tendo em conta a amplitude das ondulações pode dizer-se que a corrente de refluxo criou pequenas cristas e sulcos pré-litorais. Como as cristas pré-litorais são teoricamente criadas pela erosão das correntes de refluxo, elas devem ser orientadas mais ou menos perpendicularmente à linha da costa, uma vez que uma das características das correntes de refluxo é que elas se escoam ao longo do declivo da praia. Estas estruturas não devem ser confundidas com os crescentes de praia (semicirculares com a cavidade voltada para mar e separados entre si por pontas afiladas, corniformes, chamadas asas ou pontas do crescente), que se formam-se durante a enchente, devido aos movimentos de inversão e interferência das correntes de ressaca.

Crista Oceânica Média, Dorsale Oceânica Média (dorsale)....................................................................................Mid-Oceanic Ridge

Ride médio-océanique / Dorsale centro-oceánica / Mittelozeanischer Rücken / 中 洋脊 / Срединно-океанический хребет / Dorsale oceanica

Complexo de montanhas submarinas adjacentes a linha mediana do assoalho oceânico. O sistema de uma dorsal oceânica é essencialmente um vulcão linear segmentado. Há um grande número de dorsais oceânicas principais: (i) A Dorsal Atlântica, que funciona como o centro do Atlântico ; (ii) A Dorsal do Pacífico Este ; (iii) A Dorsal Índica (sudoeste), etc. Estas dorsais são centros de oceanização das margens divergentes, onde as placas litosféricas se afastam mutuamente. As dorsais oceânicas elevam-se milhares de metros acima do fundo do mar e podem ter uma extensão superior a 60.000 km.

Ver: « Crusta »
&
« Zona de Subducção »
&
« Expansão Oceânica »

Em Thingvellir, na Islândia, a crista oceânica média (Atlântica) é visível em afloramento como ilustrado nesta fotografia. Neste lugar, a placa litosférica da América do Norte e Europa afastam-se mutuamente para permitir a formação de nova crusta vulcânica no vale central (rifte) que é o centro de expansão ou de alastramento (bem visível nesta figura). Antes da ruptura da litosfera, isto é, durante a fase de rifting (alargamento), a crusta continental é alongada por falhas normais formando bacias de tipo-rifte, as quais são preenchidas por sedimentos sobretudo não-marinhos. À medida que estas bacias se formam, a crusta continental adelgaçasse e é injecta por material vulcânico. Com o tempo e com a diminuição de espessura da crusta continental, as intrusões vulcânicas tornam-se preponderantes e a litosfera acaba por romper-se criando duas placas litosféricas separadas por um cento de expansão que não é outra coisa que um vulcão, mais ou menos, linear. A partir deste momento, todo o material da astenosfera que chega à superfície (ambiente aéreo ou subaéreo) escoa-se de cada lado do centro de expansão em direcção do continente. A espessura das lavas diminui na direcção do escoamento, o qual pode atingir várias dezenas de quilómetros. A sobreposição das lavas produz uma sobrecarga que, pouco a pouco, força os centros de expansão subaéreos a imergir. A partir desse momento (quando a imersão é total) todo o material vulcânico que chega a superfície encontra-se sob uma lâmina de água significativa e, por isso, ele é obrigado a consolidar-se rapidamente (formação da crusta oceânica) uma vez que o material vulcânico não pode fluir debaixo de água.

Critério de Beleza (de uma teoria)...................................................................................................................................................................Beauty Criterion

Critère de beauté (d'une théorie) / Criterio de belleza (de una teoría) / Kriterium der Schönheit (eine Theorie) / 美的标准(理论) / Критерий красоты (теория) / Criterio di bellezza (una teoria)

Um teoria científica é, muitas vezes, julgada pela estética, simplicidade e critérios pragmáticos, o que quer dizer, que ela deve ser apreciada como uma obra de arte, pela sua natureza explicativa e simplicidade. O público, em geral, descobriu, com uma certa surpresa, que a grande maioria dos cientistas não são teimosos racionalistas, mas que como qualquer outra pessoa, apreciam a beleza e elegância (J. Trefil, 2003).

Ver: " Teoria da Evolução "
&
" Teoria de Milankovitch "
&
" Princípio de Ockham "

Na pesquisa científica, os cientistas enfrentam um problema fundamental, isto é, descrever o mais exactamente possível o mundo (não esqueça que a verdade não existe em ciência). A fim de o fazer, os cientistas são obrigados generalizar para além das suas experiências (dados de observação) para esclarecer qualquer outra experiência possível. A razão pela qual eles necessitam de generalizar para além dos dados de observação é porque há um número muito grande de hipóteses alternativas consistentes (difíceis de refutar) para os mesmos dados de observações. Embora cada hipótese alternativa esteja de acordo com os dados observados, elas implicam diferentes previsões para os dados ainda não observados. A questão é de saber como é que um cientista e, particularmente, um geocientista deve escolher a hipótese mais correcta entre todas as alternativas. O primeiro critério é a refutabilidade: a hipótese que aparentemente é mais facilmente refutável é, certamente, a mais consistente. Por exemplo, se um geocientista diz : (i) Uma rocha-mãe é uma rocha argilosa ; (ii) Uma rocha-mãe é uma rocha argilosa de cor negra ; (iii) Uma rocha-mãe é uma rocha argilosa de cor negra rica em matéria orgânica ; (iv) Uma rocha-mãe é uma rocha argilosa de cor negra rica em matéria orgânica depositada num cortejo transgressivo, é óbvio que a hipótese (iv) é muito mais fácil de refutar do que (i). O segundo critério é a resistência aos testes de refutação. A hipótese que melhor resiste aos testes de refutação é, certamente, a mais consistente. O terceiro critério é a navalha de Ockham ou critério de simplicidade: entre as várias hipóteses que satisfazem os critérios de refutabilidade, a mais provável é a mais simples. Devido à sua natureza qualitativa, o critério de beleza não é, claramente, definido. Não existe uma definição do que significa beleza numa teoria científicas, contudo a hipótese ou teoria mais geral é a considerada mais bela.

Crono.................................................................................................................................................................................................................................................................................................Chron

Chron / Crono / Chron专栏 / Крон / Chron

Unidade geocronológica correspondente a uma cronozona, quer isto dizer, um conjunto de rochas que se formaram, em qualquer parte, durante um determinado intervalo de tempo de qualquer unidade estratigráfica ou evento geológico. As rochas formadas durante os intervalos de polaridade (magnética) normal, ou inversa, os quais, em geral, duram entre 10 k (mil) e 10 M (milhões) de anos, definem-se por cronos. Ex: intervalo estratigráfico entre polaridade cronos C33n to C29r (Campaniano Tardio até ao Maastrichiano). Note que, r quer dizer inversa, e n normal.

Ver: " Magnetostratigrafia "
&
" Cronozona "
&
" Estratigrafia "

Como ilustrado nesta figura a cronostratigrafia é o ramo da estratigrafia que trata das relações temporais entre as diferentes rochas. As unidades cronostratigráficas são definidas pelas rochas, estratificadas ou não, que se formaram durante um certo intervalo de tempo geológico. Numa certa medida, estas unidades são conceptuais. Elas podem ser consideradas como subconjuntos rochosos formados durante um tempo geológico específico. Por exemplo, o sistema Devónico é um conjunto de rochas sedimentares, metamórficas e ígneas que se formaram durante o Período (geológico) Devónico e em qualquer parte do mundo. Os limites deste conjunto conceptual de rochas são síncronos (com a mesma idade) e o Sistema Devónico é isócrono (mesma idade e mesma duração em qualquer parte). Quando escrito como um nome próprio, como, por exemplo, Sistema Devónico, ambas as partes do nome de uma unidade cronostratigráfica são em letras maiúsculas. As unidades cronostratigráficas, como os sistemas, são a base da escala tempo do Fanerozóico. Estas unidades têm uma hierarquia: (i) Eratema, que corresponde a um Éon, como Fanerozóico ; (ii) Enotema, que corresponde a uma Era, como Paleozóico ; (iii) Sistema, que corresponde a um Período, como Devónico ; (iv) Séries, que corresponde a uma Época, como Devónico Tardio ; (v) Andar, que corresponde a uma Idade, como Frasniano ; (vi) Subandar (não ilustrado nesta figura), que corresponde a uma Subidade. O sistema é a unidade cronostratigráfica fundamental, quer isto dizer, que ela é a mais frequentemente utilizada e referenciada como unidade cronostratigráfica.

Cronologia da Tefra..........................................................................................................................................................................................Tephrochronology

Chronologie utilisant les tefras / Cronología de tefra / Chronologie mit tefras / 年表使用tefras / Тефрохронология (геохронологическая методика) / Cronologia utilizzando tefras

Colecção, preparação, descrição petrográfica e datação da tefra (termo geral utilizado para exprimir os piroclásticos de um vulcão).

Ver: " Tefra "
&
" Vulcanismo "
&
" Estratigrafia "

Nesta figura, está ilustrada uma margem continental divergente do tipo-Atlântico, isto é, uma margem divergente, que se formou fora de uma megassutura, em associação com a formação de crusta oceânica nova. As bacias do tipo-rifte, que se formaram antes da ruptura da litosfera (crusta continental), quando esta sofreu um alargamento e um adelgaçamento importante (causa ou efeito?), são visíveis na extremidade direita do corte geológico. Quando a litosfera não pode mais ser alargada por falhas normais (espessura da litosfera cerca de 10-15 km), ela rompe-se onde a quantidade de material vulcânico injectado (onde litosfera era menos espessa) é superior ao material continental. A partir desse momento, ao longo da linha de fractura, o material extrusivo vindo da astenosfera, quando chega à superfície, fluí lateralmente, uma vez que o ambiente sedimentar é aéreo ou subaéreo (derrames de lavas e delta lavas). À medida que os derrames de lava se sobrepõem uns sobre os outros a carga aumenta de tal maneira que, pouco a pouco, os centros de expansão subaéreos são imersos e transformam-se em centros de expansão submarinos. A partir desse momento, o material vulcânico que chega ao fundo do mar solidifica-se muito rapidamente, uma vez que ele não pode escoar-se dentro da água, formando a crusta oceânica. Como ilustrado neste corte geológico, a cronologia da tefra associada com a formação de uma margem divergente do tipo-Atlântico é, mais ou menos a seguinte: (i) Derrames de Lavas Subaéreas, imediatamente depois da ruptura da litosfera, quando os centros de expansão são ainda continentais ou subaéreos ; (ii) Deltas de Lava, quando a lâmina de água acima dos centros de expansão varia entre 0 e 50 metros ; (iii) Vulcanismo Explosivo, quando a profundidade de água é de cerca de 200 metros e (iv) "Pillow" lavas ou Lavas em Travesseiro, quer isto dizer, a crosta oceânica, quando os centos de expansão estão a grande profundidade (mais 200 metros). A sucessão "crusta siálica, derrames de lavas, deltas de lava, vulcanismo explosivo e lavas em travesseiro" é visível nas linhas sísmicas, em particular nas linhas sísmicas regionais do Golfo do México e do Mar do Norte.

Cronostratigrafia.........................................................................................................................Chronostratigraphy, Time rock stratigraphy

Chronostratigraphie / Cronoestratigrafía / Chronostratigraphie年代地层 / Хроностратиграфия / Cronostratigrafia

Estratigrafia que subdivide uma secção sedimentar em diferentes unidades compostas de todos os sedimentos depositados durante um determinado intervalo de tempo geológico. A cronostratigrafia implica que: (i) Os planos de estratificação representem diferentes períodos de tempo ; (ii) Os planos de estratificação representem, pelo menos, uma pequena unidade de tempo que se aplica a toda a extensão da superfície de estratificação e (iii) O conceito de plano de estratificação seja dependente da escala e do tempo geológico considerado.

Ver: " Tempo Geológico "
&
" Magnetostratigrafia "
&
" Estratigrafia "

Nesta cronostratigrafia do Meso-Cenozóico, que foi proposta por Haq et al (1987), as séries do Pliocénico até ao Triásico são correlacionadas com o tempo absoluto (Ma), cronozonas e polaridade. A cronostratigrafia é baseada, principalmente, em intervalos de tempo paleontológicos definidos por um conjunto de fósseis e na lei da superposição (numa série sedimentar não ou ligeiramente deformada, as camadas mais antigas estão na base e as camadas mais recentes sucessivamente acima). As principais unidades cronostratigráficas são: (i) Enotema (e.g. Fanerozóico) ; (ii) Eratema (e.g. Mesozóico) ; (iii) Sistema (e.g. Cretácico) ; (iv) Série (e.g. Cretácico Tardio) ; (v) Andar (e.g. Maastrichiano). É importante não confundir as unidades cronostratigráficas com as unidades geocronológicas. As primeiras são um material geológico e as segundas, isto é, as unidades geocronológicas são unidades de tempo. Por exemplo, deve dizer este fóssil é característico do Sistema Cretácico (unidade cronostratigráfica) ou este fóssil viveu durante Período Cretácico (unidade geocronológica) e não este fóssil é característico do Período Cretácico ou este fóssil viveu no Sistema Cretácico. A cronostratigrafia é um ramo muito importante da estratigrafia, uma vez que uma boa correlação entre as idades das diferentes rochas é uma condição, sina qua non, para propor cortes geológicos e reconstruções paleogeográficas consistentes, isto é, difíceis de refutar e não necessariamente verdadeiras, uma vez que em ciência a verdade não existe. Em geologia uma hipótese pode ser refutada, corroborada, mas nunca verificada. Actualmente, a cronostratigrafia baseia muito na geologia isotópica e geocronologia para datar as unidades rochosas que são caracterizadas por um conjunto de fósseis guias.

Cronostratigrafia (exemplo).....................................................................................................................................................................Chronostratigraphy

Chronostratigraphie (exemple) / Cronostratigrafía (ejemplo) / Chronostratigraphie / 年代地层 / Хроностратиграфия / Cronostratigrafia

Estratigrafia que subdivide uma secção sedimentar em diferentes unidades compostas de todos os sedimentos depositados durante um determinado intervalo de tempo geológico. A cronostratigrafia implica que: (i) Os planos de estratificação representem diferentes períodos de tempo ; (ii) Os planos de estratificação representem, pelo menos, uma pequena unidade de tempo que se aplica a toda a extensão da superfície de estratificação e (iii) O conceito de plano de estratificação seja dependente da escala e do tempo geológico considerado.

Ver: " Tempo Geológico "
&
" Magnetostratigrafia "
&
" Estratigrafia "

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Indonésia (Mahakam, Bornéu), é fácil de constatar uma sobreposição de vários intervalos sedimentares que foram interpretados como ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência. Estes ciclos são limitados por discordâncias (superfícies de erosão induzidas por descidas relativas do nível do mar significativas) e depositaram-se em associação com ciclos eustáticos de 3a ordem, isto é, ciclos eustáticos que duram entre 0,5 e 3-5 My (entre 0,5 e 3 My para Vail). Isto quer dizer, que a diferença de idade entre a discordância superior e inferior que limitam um ciclo-sequência, não pode ser superior a 3-5 My. Se a diferença for superior a 3-5 My, o ciclo estratigráfico não é um ciclo-sequência, mas um subciclo de invasão continental. Nesta tentativa, entre as discordâncias SB 8,2 Ma, SB 6,2 Ma e SB 5,5 Ma (SB significa limite de ciclo, "Sequence Boundary" em inglês), é possível reconhecer, pelo menos localmente, descidas relativas do nível do mar, e assim considerar, ciclos-sequência que não existem regionalmente, e em particular nas cartas dos biséis de agradação propostas por Exxon (P. Vail). Como se pode constatar, esta tentativa de interpretação é cronostratigráfica. As unidades cronostratigráficas consideradas são intervalos sísmicos correlacionados a um conjunto de rochas, que se depositaram durante um intervalo específico de tempo geológico, o que implica que esses intervalos sejam limitados por horizontes da mesma idade. À escala do tempo geológico (durante o Fanerozóico, por exemplo, que durou cerca de 600 My), uma discordância e um ciclo-sequência são eventos geológicos instantâneos (tempo de duração 1/100 do tempo total).

Cronozona........................................................................................................................................................................................................................................................Chronozone

Chronozone / Cronozona / Chronostratigraphischen Zone / 年代地层区 / Хронозона / Cronozona

Unidade cronostratigráfica sem hierarquia definida, isto é, um conjunto de rochas sedimentares ou não, que se formaram, em qualquer parte, durante um determinado intervalo de tempo de uma qualquer unidade estratigráfica ou evento geológico. A unidade geocronológica correspondente é o crono. Uma cronozona é, em geral, baseada numa biozona (unidade estratigráfica). Ela pode ser utilizada como: (i) Um valor cronológico relativo (anterior ou posterior em relação a uma outra cronozona) ou (ii) Um valor cronológico absoluto, o que quer isto dizer que os seus limites são definidos por datações numéricas.

Ver: " Tempo Geológico "
&
" Fácies "
&
" Cronostratigrafia (exemplo) "

O intervalo tempo de uma cronozona é o intervalo de tempo da unidade estratigráfica escolhida quer ela seja litostratigráfica, biostratigráfica ou magnetostratigráfica (polaridade). A unidade estratigráfica, na qual uma cronozona se baseia, estende-se geograficamente até que as suas próprias características desapareçam. A cronozona correspondente inclui todas as rochas formadas (não importa aonde) durante o período de tempo representado para designar a unidade estratigráfica. Uma cronozona baseada no intervalo de tempo de uma biozona, inclui todos as camadas equivalentes à idade do intervalo de tempo máximo da biozona, não obstante a presença ou a ausência de fósseis típicos da biozona. As cronozonas podem ter intervalos de tempo muito diferentes. Os limites de uma cronozona e intervalo de tempo podem ser determinados de diversas maneiras dependendo da natureza da unidade estratigráfica na qual a cronozona é baseada. Se a unidade tiver um determinado estratotipo, os limites e o intervalo de tempo da cronozona podem corresponder aos da unidade estratigráfica do seu estratotipo ou ao intervalo de tempo total da unidade, que pode ser mais longa do que a do estratotipo. Neste segundo caso, os limites e intervalo de tempo da cronozona variam com o conhecimento dos limites e intervalo de tempo da unidade estratigráfica. Se a unidade em que a cronozona é baseada não poder ser designada como um estratotipo, mas como uma unidade biostratigráfica, os limites e intervalo de tempo não podem ser definidos, uma vez que o intervalo de tempo da unidade de referência muda à medida que as informações geológicas aumentam.

Crusta .................................................................................................................................................................................................................................................................................................Crust

Croûte / Corteza / Kruste / 地壳 / Кора / Crosta

Parte superior da litosfera. A crosta ou crusta pode ser vulcânica (subaérea ou oceânica) ou continental. Sinónimo de Crosta.

Ver: " Litosfera "
&
" Astenosfera "
&
" Terra "

Como ilustrado neste esquema, a espessura da crusta terrestre, quando comparada com a espessura das outras camadas (manto e núcleo), é muita pequena. Ela representa menos de um 1% do volume total da Terra. A crusta flutua sobre o manto, que é mais maciço e denso. A crusta é constituída por material sólido, mas este material não é sempre o mesmo. Ela pode ser continental ou oceânica. A crusta continental, que tem uma espessura que varia entre mais ou menos 5 e 10 km, é, principalmente, constituída por rochas basálticas. A crusta continental, que é mais espessa do que a crusta oceânica, tem uma espessura média de cerca de 30 km e é composta, principalmente, por rochas graníticas que são menos densas do que as rochas basálticas. Como o nome indica, a crusta oceânica encontra-se sobretudo debaixo dos oceanos. Ela tem uma densidade média de cerca de 3 g/cm^3. As rochas que a constituem são, em geral, mais jovem do que as rochas que constituem a crusta continental, uma vez que não existe crusta oceânica mais antiga que 200 Ma. Há rochas, que formam a crusta continental que têm uma idade superior a 3,8 Ga. A crusta continental é mais espessa debaixo dos continentes (em média 30-40 km), mas pode atingir cerca de 70 km nas cadeias de montanhas (Himalaia e Andes, principalmente). A crusta continental que é, principalmente, constituída por rochas ígneas (as rochas sedimentares representam uma percentagem muito pequena), divide-se em duas camadas. A camada superior é composta por rochas graníticas, enquanto que a camada inferior é composta por basaltos (rocha extrusiva de grão fino resultante de um rápido arrefecimento das lavas) e dioritos (rochas com a mesma composição que o granito, mas de grão mais finos e com impureza frequentes). A densidade média da crusta continental é cerca de 2,7 g/cm3. A crusta por ela mesmo não tem grande influência na Terra, mas o seu constante movimento, que é causado pelas correntes de convecção do manto, para nós, é fundamental. É o movimento da crusta que produz os terramotos, vulcões, cadeias de montanha e forma o nosso habitat (zona ou região onde vive e se desenvolve qualquer ser organizado).

Crusta Terrestre (continental) ................................................................................................................................................................................................................Crust

Croûte terrestre / Corteza continental / Kontinentale Erdkruste / 大陆地壳 / Континентальная кора / Crosta continentale

Parte superior da litosfera. A crosta ou crusta terrestre pode ser vulcânica (subaérea ou oceânica) ou continental. Sinónimo de Crosta Terrestre.

Ver: " Litosfera "
&
" Astenosfera "
&
" Terra "

Neste diagrama, não se devem confundir as divisões petrográficas (baseadas na composição) e as divisões reológicas (baseadas comportamento, isto é, na reologia, o que quer dizer no modo como a matéria fluí ou como se deforma). A crusta ou crosta é uma divisão petrográfica. A crosta pode ser continental, quando as rochas que a formam têm uma composição siálica (abundância de rochas graníticas) ou oceânica, quando as rochas que a formam tem uma composição máfica (abundância de rochas basálticas). A crosta está separada do manto pela descontinuidade de Mohorovicic, que marca um abrupto aumento da velocidade das ondas sísmicas. A litosfera é uma divisão reológica. Ela engloba a parte mais superior do manto, acima da isotérmica 1350° (início da zona de baixa velocidade das ondas sísmicas) e a crosta. Na astenosfera, que podem atingir uma profundidade de, mais ou menos, 350 km, existem lentos movimentos de convecção que explicam a deriva dos continentes (Tectónica das Placas). O basalto da astenosfera flui por extrusão ao longo das dorsais oceânicas médias, o que renova, constantemente, o assoalhado oceânico e força também a velha e densa crosta oceânica a mergulhar na astenosfera (subducção) ao longo das margens convergentes. O manto, que é sobretudo sólido, tem uma espessura média de cerca de 2900 km e corresponde a cerca de 70% do volume total da Terra. O manto engloba o núcleo que é muito rico em ferro e representa os restantes e 30% do volume da terra, o que quer dizer, que a crosta representa, menos de 1% do volume da Terra. O núcleo parece ser constituído por ferro e níquel. O núcleo é menos denso do que o ferro. Cerca de 10% do núcleo deve ser composto por qualquer material menos denso do que o ferro. Enxofre e oxigénio parecem ser os candidatos mais evidentes. Contudo o hidrogénio também tem sido proposto. Provavelmente, a parte interna do núcleo é sólida, enquanto que a parte externa parece ser líquida, uma vez que o núcleo externo reflecte as ondas S e desvia as onda P (as ondas S são reflectidas porque elas não podem viajar através dos líquidos e fazem mais sombra do que as ondas P desviadas).

Cuesta.............................................................................................................................................................................................................................................................................................Cuesta

Cuesta / Cuesta / Abhang / / наклон / Cuesta

Ride assimétrica, isto é, com um lado inclinando, relativamente, pouco e conforme aos estratos subjacentes e o outro lado com uma inclinação maior devido, sobretudo, à resistência dos estratos.

Ver: " Estratos "
&
" Erosão "
&
" SDR (reflector que inclina para o mar) "

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Golfo do México, as cuestas propostas na base do horizonte salífero e, sobretudo nas suturas salíferas (quando o sal desaparece completamente por escoamento ou quando ele tem uma espessura inferior à resolução da linha sísmica) são cuestas vulcânicas associadas a deltas de lava. As margens continentais divergentes do tipo Atlântico são, fundamentalmente, margens divergentes vulcânicas, uma vez que os prismas sedimentares repousam directamente sobre um substrato formado, principalmente, por lavas subaéreas. As dimensões de um tal substrato são impressionantes. Na realidade, as lavas subaéreas, que inclinam para o mar e se adelgaçam em direcção do continente (SDRs, isto é, "Seaward Dipping Reflectors", em inglês), como as ilustradas nesta tentativa, podem seguir-se, em continuidade, desde os offshores do Norte da Europa e América do Norte até aos offshores da África do Sul, Brasil e Argentina. A espessura total das lavas, que se sobrepõem, parcialmente, é variável, mas pode ultrapassar a dezena de quilómetros. As lavas subaéreas escoam-se dos centros de expansão subaéreos (vulcões, mais ou menos rectilíneos, que se formaram a quando da ruptura da litosfera) em direcção do continente. Não só elas se adelgaçam em direcção do continente, mas elas são posteriores à discordância, que separa as bacias do tipo-rifte das margens sobrejacentes. O substrato vulcânico subaéreo faz parte integral das margens. Se não houver nenhum obstáculo ao escoamento, as lavas adelgaçam-se em direcção do continente e desaparecem progressivamente. Se existir uma barreira ao escoamento, como, por exemplo um lago ou mar epicontinental, as lavas ao entrar na água arrefecem, rapidamente, e solidificam-se formando deltas de lava, isto é, construções progradantes sigmoidais (com crescimento vertical e lateral) na direcção do escoamento, que lembram a progradação de um delta para o mar. São estas estruturas que formam as cuestas vulcânicas propostas nesta tentativa de interpretação. Este tipo de lavas e os delta de lava foram reconhecidos por vários poços de pesquiza e DSDP nos offshores Atlânticos.

Cunha Clástica.............................................................................................................................................................................................................................Clastic Wedge

Coin clastique / Cuña clástica / Klastische Keil / 碎屑岩楔 / Обломочный клин / Cuneo clastico

Cunha de sedimentos depositada em direcção do antepaís de uma cadeia de montanhas activa. Para certos geocientistas a cunha clástica  é sinónimo de Bacia de Antepaís.

Ver: " Bacia de Antepaís "
&
" Subducção do Tipo-A (Ampferer) "
&
" Subsidência por Flexura "

As cunhas clásticas correspondem ao que certos geocientistas chamam bacias de antefossa, ou antepaís, nas quais a subsidência é controlada por processos geológicos mecânicos mais do que por processos térmicos. Nas bacias de antepaís e, sobretudo, quando o acarreio sedimentar proveniente das montanhas é preponderante, a eustasia tem pouca influência no processo de criação de espaço disponível para os sedimentos (acomodação). Numa margem divergente, a acomodação, que é o resultado da combinação da subsidência e eustasia, é controlada pela eustasia, uma vez que é ela que cria as subidas e descidas, mais ou menos, cíclicas, do nível do mar. Nas margens continentais divergentes e também nas convergentes, as variações eustáticas, sobretudo quando induzidas pela glacio-eustasia, são muito mais rápidas do que as variações da subsidência (tectónica). Contudo, para certos geocientistas, isto parece não ser o caso nas bacia de antefossa. Nas bacias de antepaís, a subsidência do substrato é, principalmente, induzida pela carga das falhas cavalgantes da cadeia de montanhas, a qual é reforçada pelo peso dos sedimentos (a rigidez do substrato à flexão e a espessura elástica da litosfera subjacente devem ser tomada em linha de conta). Como se pode constatar neste esquema (sem escala), a cunha clástica, que se deposita na base da cadeia de montanha diminui de espessura na direcção do cratão, quer isto dizer, que ela começa na frente das montanhas, aumenta de espessura em direcção oposta para, rapidamente, se adelgaçar progressivamente em direcção do cratão. A história geológica das cunhas clásticas resume-se a dois processos geológicos: (i) Uma subsidência inicial muito rápida, seguida por (ii) Um preenchimento sedimentar da bacia. O preenchimento não é agradante, mais sim progradante. Junto das montanhas o preenchimento é do tipo proximal (cones aluviais, depósitos fluviais e de plataforma), enquanto que longe das montanhas, ele é distal, isto é, depósitos de plataforma, talude (cones submarinos) e planície abissal (cones submarinos da bacia) até entrar num mar epicontinental. Ao princípio, o aporte sedimentar vem do cratão, mas, rapidamente, à medida do levantamento, o aporte vindo das montanhas torna-se predominante.

Curso de Água..................................................................................................................................................................................................................................................Stream

Cours d'eau / Curso de agua / Strom / / Поток / Corso d'acqua

Termo geral para qualquer corpo de água, grande ou pequeno, que canaliza correntes e enxurradas, sob a acção da gravidade. Corpo de água, que flui de maneira confinada, ou seja, em um leito (canal) definido por bancos laterais. Dependendo da sua localização e certas características de um curso de água pode ser um córrego, ribeira , riacho, corgo, etc. Sinónimo de Corrente.

Ver: " Rio "
&
" Aporte Terrígeno "
&
" Corrente de Turbidez "

Num curso de água ou corrente podem distinguir-se várias partes: (i) A Nascente da Corrente, isto é, o ponto em que a corrente começa ou emerge de um trajecto subterrâneo através de sedimentos pouco consolidados ou de cavernas (este último caso é particularmente frequente nas regiões calcárias, onde a carsificação é abundante e onde uma corrente pode ter um percurso subterrâneo, mais ou menos, longo antes de emergir ; (ii) A Fonte da Corrente, a nascente de que a corrente é originada, ou outro qualquer ponto que originou a corrente ; (iii) A Remontante, a parte da corrente próxima da fonte (termo usado, principalmente, quando a corrente tem várias fontes) ; (iv) A Confluência, o ponto que duas correntes se juntam (quando duas correntes de água distributivas têm aproximadamente a mesma importância, a confluência diz-se que é um ponto de união) ; (v) A Levada, segmento rectilíneo onde a corrente se escoa sem agitação ; (vi) A Poça, que é a área onde a corrente é mais profunda e se escoa mais devagar ; (vii) O Baixio, segmento ou área onde a profundidade da água é mais baixa e mais turbulenta ; (viii) O Canal, que é a depressão criada pela erosão que produz o escoamento da corrente ; (ix) A Planície de Inundação, região adjacente à corrente e que é sujeita a ser inundada quando a corrente transborda ; (x) O Talvegue, a secção longitudinal do rio ou a linha que une o ponto mais baixo do canal desde a fonte até à embocadura ; (xi) O Perímetro Húmido, ponto em que superfície da corrente encontram as paredes do canal ; (xii) A Ruptura de Pendor, ponto do perfile da corrente em que há uma mudança brusca da inclinação ; (xiii) A Cascata, queda de água associada a uma ruptura de declive ; (xiv) A Desembocadura, o ponto em que a corrente se descarrega e que, geralmente. corresponde a linha da costa ; (xv) A Estação de Controle, ponto de demarcação ao longo do trajecto da corrente que é utilizado como marca de referência e onde estão instalados os aparelhos de controlo. Função do tamanho e comportamento, uma corrente de água pode chamar-se rio, ribeira, riacho, corgo, etc.


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Ultima actualização : Febreiro, 2015