Datação Radiométrica (radiocronologia)...............................................................................................................................Radiometric dating

Datation radiométrique / Datación radiométrica / Radiometrische Datierung / 放射测年法 / Радиометрическое датирование / Datazione radiometrica

Determinação da idade em anos de uma rocha ou mineral medindo as proporções de um material radioactivo e do seu produto de desintegração.

Ver: " Tempo Geológico "
&
" Idade Relativa "
&
" Cronostratigrafia "

Um elemento químico é composto de átomos com um certo número de protões (número atómico, Z) no seu núcleo. Ele pode ter pesos atómicos (A) diferentes função do número de neutrões (N). Átomos do mesmo elemento com diferentes pesos atómicos chamam-ase isótopos. No caso do elemento Oxigénio (O), por exemplo, todos os átomos têm 8 protões (Z = 8) mas podem ter 8, 9 ou 10 neutrões (N = 8, N = 9 ou N = 10, respectivamente). O isótopo 16O, tem um número atómico (Z) igual a 8, um número de protões igual a 8 e um peso atómico igual a 16. A desintegração radioactiva (decaimento) é o processo pelo qual um isótopo (isótopo pai) perde partículas do seu núcleo para formar um isótopo de um novo elemento (isótopo filho). A taxa de desintegração é, normalmente, exprimida em meia-vida, isto é, o período de tempo necessário para que a metade dos átomos presentes num elemento radioactivo se desintegre. O tempo de meia-vida é uma característica de cada isótopo radioactivo e não depende da quantidade inicial do isótopo nem de factores como pressão e temperatura. O número de moles (quantidade de substância) de átomos não desintegrados pode ser calculado pela seguinte relação: n= n°/2x onde: n° = nº inicial de moles, n = nº final de moles e x= nº de períodos de meia vida. O tempo de decaimento ou transmutação radioactiva pode ser calculado: t = x P. A maioria dos isótopos radioactivos têm taxas de desintegração muito rápidas (pequenas meias-vidas) e perdem a sua radioactividade em poucos dias ou anos. Certos isótopos têm um decaimento muito lento e alguns deles são utilizados como relógios geológicos. Os isótopos pais e os correspondentes isótopos-filhos, normalmente, utilizados para determinar a idade das rochas são: (i) Urânio238(Chumbo206) com 4,5 Gy de meia-vida; (ii) Urânio235 (Chumbo207) com 704 My de meia-vida; (iii) Tório232 (Chumbo208) com 14 Gy de meia-vida; (iv) Rubídio187 (Estrôncio87) com 48,8 Gy de meia-vida; (v) Potássio40 (Árgon40) com 1,25 Gy de meia-vida; (vi) Samário147 (Neodímio143) com 106 Gy de meia-vida. O C14 degrada-se em N14; U-238 em Pb206; K40 em Ca40 e depois em Ar40, etc.

Decaimento radioactivo....................................................................................................................................................................Radioactive Decay

Décroissance radiocative / Decaimiento radioactivo / Radioaktivität / 放射性 / Спад радиоактивности / Radioattività, Decadimento radioattivo

Processo no qual um núcleo atómico instável, espontaneamente, perde energia emitindo partículas e radiações ionizantes. A perda de energia resulta em um nucleído, chamado nuclídeo-pai, (espécie de átomo que existe por um período de tempo mensurável, caracterizado pelo seu peso atómico, número atómico e estado de energia) que se transforma em um átomo de outro tipo chamado nuclídeo-filho.

Ver: " Datação Radiométrica "
&
" Tempo Geológico "
&
" Tempo Relativo "

Os protões e neutrões, bem como outras partículas próximas deles, são regidos por interacções. A força nuclear forte, não observada na escala macroscópica familiar, é a mais poderosa nas distâncias subatómicas. A força electrostática é quase sempre importante, e, no caso de decaimento beta, a força nuclear fraca também está envolvida. A interacção dessas forças produz uma série de diferentes fenómenos nos quais energia é liberada pelo novo arranjo das partículas. Certas configurações das partículas no núcleo, se mudarem mesmo só um pouco, podem reorganizar-se num arranjo de menor energia com uma libertação de energia. Imagine um campo de neve: enquanto o atrito entre os cristais de gelo suportar o peso da neve, o sistema é, naturalmente, instável em relação a um estado de menor energia potencial. Uma perturbação facilita a mudança para um estado de maior entropia, isto é, o sistema vai passar para um estado de menor energia (estado de base), produzindo calor (a energia total será distribuída por um maior número de estados quânticos). O resultado é uma avalanche. Neste processo, a energia total não muda, mas devido da lei da entropia, as avalanches fazem-se em direcção do estado de base (menor energia), que é o estado com o maior número de maneiras pelas quais a energia disponível pode ser distribuída. Um tal colapso (decaimento) requer uma energia de activação específica. No caso de uma avalanche de neve, essa energia é, em geral, uma perturbação de fora do sistema, embora tais perturbações podem ser, arbitrariamente, pequenas. No caso de um núcleo atómico excitado, a perturbação, arbitrariamente pequena, vem das flutuações do vácuo quântico. Um núcleo radioactivo (ou qualquer sistema excitado na mecânica quântica) é instável, e pode, assim, espontaneamente, estabilizar-se num sistema de menor excitação. A transformação resultante altera a estrutura do núcleo e a emissão de um fotão ou qualquer outra partícula de alta velocidade (electrão, partícula alfa, etc).

Decantação..................................................................................................................................................................................................................................................................Settling

Décantation / Decantación / Dekantieren, Klärung, Läuterung / 解决 / Декантация (отмучивание) / Decantazione

Deposição por gravidade das partículas que se encontram em suspensão num corpo de água quando este não está muito agitado. A velocidade de decantação de uma partícula, isto é, a taxa à qual ela se deposita, depende da granulometria, da sua forma e densidade e da viscosidade do fluido.

Ver: " Sedimentação "
&
" Deposição (clásticos) "
&
" Deposição (carbonatos) "

Embora em português corrente o termo decantação seja usado para a designar a passagem lenta de um líquido de um recipiente para outro, a fim de o separar a parte clara, que é em cima, da que é precipitada, em geologia, ele é utilizado para exprimir a deposição por gravidade de uma partícula sedimentar que se encontra em suspensão num corpo de água. A sedimentação não é outra coisa que a deposição por decantação do material transportado em suspensão (sedimentos) por uma corrente. Para as suspensões diluídas, a lei de Stokes diz que a velocidade de deposição de pequenas esferas num fluído (ar ou água) é dada pela formula w= 2(ρp-ρf)gr2/9μ, onde ρp é a densidade da partícula, ρf a densidade do fluído, g a aceleração da gravidade, r o raio da partícula e μ a viscosidade dinâmica do fluído. Os sedimentos terrígenos formam-se no continente, mas podem depositar-se em terra (depósitos terrestres), no mar (depósitos marinhos) ou lagos (depósitos lacustres) e por diagénese (mudanças químicas, físicas ou biológicas que sofrem os sedimentos depois de se terem depositado) eles transformam-se em rochas sedimentares. Uma bacia de decantação é um lugar (natural ou artificial) onde as partículas finas em suspensão num líquido, em geral a água, são depositadas por gravidade. Elas são utilizadas para separar sólidos e/ou petróleo de de um outro líquido. Quando uma corrente água turva atravessa uma bacia de decantação, ela sai muito mais clara, porque a grande maioria das partículas que ela transportava em suspensão depositaram-se no fundo da bacia. A corrente de água turba deve permanecer na bacia de decantação o tempo necessário para que as partículas se depositem, uma vez que quando mais finas forem as partículas em suspensão mais tempo elas gastam para se decantar. A presença de um coagulante obriga as partículas mais finas a colarem-se umas contra as outras, o que reduz de maneira significativa o tempo necessário para a decantação. A formula de Stokes pode ser utilizada para calcular as dimensões de uma bacia de decantação necessárias para decantar um determinado tamanho de partículas.

Decompositor(organismo, saprotrófago)....................................................................................................................................................................Decomposer

Décomposeur (organisme, saprophyte) / Descompositor (organismo) / Destruent / 分解者 / Редуцент / Decompositori

Organismo que decompõe organismos mortos ou em decomposição e que contribui ao processo natural de decomposição. Como os herbívoros e predadores, os decompositores ou saprótrofos são heterotróficos. Eles usam os substratos orgânicos para obter energia, carbono e nutrientes para o seu crescimento e desenvolvimento.

Ver: " Fotossíntese "
&
" Rocha-mãe "
&
" Matéria Orgânica (tipos) "

Quando as plantas e animais morrem, elas tornam-se o alimento dos decompositores, como, por exemplo, das bactérias e vermes. Os decompositores reciclam as plantas e animais mortos em nutrientes químicos, como o carbono e azoto, que são liberados de volta para o solo, ar e água. As bactérias, que são pequenas células, encontram-se em todas partes da terra e mesmo a profundidades consideráveis. Elas vivem na água, no ar e em terra. As bactérias são entre as mais pequenas formas de vida na Terra. O tamanho de cada célula bacteriana é variável, mas em média pode dizer-se, que é cerca de 1 milionésimo do metro, isto é, 1 mícron. Qualquer ser humano pode conter até cerca de 100 milhões de bactérias no corpo. Algumas bactérias são prejudiciais e causam doenças, mas outras são, particularmente, úteis. Felizmente que todos nós temos bactérias no tubo digestivo, que matam as bactérias prejudiciais e digerem a comida. As bactérias são necessárias para transformar o leite em queijo, pepino em pickles, repolho em chucrute, etc. Certas bactérias ajudam a decompor as plantas e animais mortos e, assim, são responsáveis da reciclagem de nutrientes de volta para a cadeia alimentar. Sem elas os nutrientes úteis ficariam enterrados nos sedimentos e perdidos para sempre. Os fungos são os principais e mais comum decompositores do lixo e sobras de muitos ecossistemas. Ao contrário das bactérias (organismos unicelulares), os fungos saprotróficos crescem com ramificações das hifas, cujo conjunto emaranhado forma o micélio. Embora as bactérias sejam restritas a um crescimento e alimentação sobre as superfícies expostas de matéria orgânica que elas habitam, os fungos usam as hifas para penetrar a matéria orgânica e assim melhor alimentar-se. Além disso, unicamente os fungos têm as enzimas necessárias para decompor a linhite. Esses dois factores tornam os fungos os decompositores principais nas florestas.

Deflação.....................................................................................................................................................................................................................................................................Deflation

Déflation / Deflación / Deflation, Auswehung, Abblasung, Windablation / 通货紧 / Дефляция (выдувание) / Deflazione

Triagem, lavagem e deslocamento das partículas soltas, secas e finamente granuladas (tamanho da argila e limo) pela acção turbulenta do vento, como, por exemplo, nas dunas de areia, quer ao longo da linha de costa, quer nos desertos.

Ver: " Bacia por Deflação "
&
" Deserto"
&
" Bacia (sedimentar) "

A grande escala, a deflação pode produzir, o que certos geocientistas chamam bacias por deflação, quer isto dizer, grandes depressões topográficas escavadas e mantidas pela erosão do vento, que remove o material não consolidado deixando um anel de rochas resistentes à volta das depressões. A génese das bacias por deflação, que em inglês são, por vezes, designadas “wind-scoured basins” é associada à turbulência do vento, que erode, calibra e transporta as partículas soltas para um lóbulo de deposição, ao mesmo tempo, que cria uma depressão (bacia por deflação), na qual, certas vezes, na parte mais profunda se forma um lago. A localização e geometria do lóbulo de deposição em relação à bacia por deflação permite determinar a direcção, amplitude e sentido do vento. Embora este tipo de bacia se forme, sobretudo, em áreas áridas ou semiáridas, um lago, chamado lago de deflação, em geral pouco profundo, pode ocupar a parte central da bacia, durante certas estações do ano. Uma característica importante das bacias de deflação é que elas são fechadas e pouco profundas. Contudo, elas podem colectar água ou intersectar, no seu fundo, um nível de água subterrânea. Certos geocientistas, utilizam o termo bacia por deflação, unicamente, quando as dimensões destas depressões ultrapassam as dezenas de metros de comprimento e uma profundidade maior que 2-3 metros. Nos outros casos, eles falam de cavidades por deflação. Como no caso de uma barra de meandro, onde a erosão e deposição são síncronas, nas bacias por deflação, a superfície de erosão induzida pelo vento não corresponde uma discordância, visto que a erosão não só é local, mas também contemporânea da deposição do lóbulo, que lhe é associado. Este tipo de bacia é, totalmente, independente das variações relativas do nível do mar. A deflação existe, também, nos ambientes glaciares, o que quer dizer, que as bacias por deflação podem também formar-se em associação com a neve. Nas regiões alpinas cobertas de neve, a redistribuição da neve pelo vento é de uma grande importância para a compreensão das avalanches, fonte de água e clima.

Degradação da praia, Degradação da costa...............................................................................................................................................Degradation

Dégradation /de la plage, de la côte) / Degradación / Degradierung / 退化的海滩 / Смыв (снос) / Degradazione (spiaggia, costa)

Desgaste (erosão e transporte) das rochas do litoral por agentes naturais ou pelo homem. A degradação opõe-se à deposição. Quando há equilíbrio entre a degradação e acumulação (deposição) fala-se de regradação.

Ver: " Deposição (clásticos) "
&
" Regradação "
&
“ Erosão ”

Esta figura ilustra a degradação da montanha monolítica de “Ayers Rock” na Austrália (350 metros de altura e 3600 metros de comprimento) pelos agentes naturais (principalmente vento e chuva). A degradação opõe-se à sedimentação. Não há sedimentação sem degradação (erosão e transporte) ou, por outras palavras, a sedimentação e, em particular, a sedimentação clástica, necessita uma fase de degradação anterior, para que se formem os sedimentos. A definição do termo degradação, proposta aqui, é utilizado em relação à matéria mineral e, sobretudo, às rochas, quer elas sejam sedimentares, ígneas ou metamórficas. O termo degradação é, muitas vezes, utilizado em relação à matéria orgânica (biodegradação), a qual, como todos sabem, pode ser degradada aeróbica (em presença de oxigénio) ou anaerobicamente (ausência de oxigénio). Igualmente, o termo degradação é, muitas vezes, utilizado para traduzir a deterioração do ambiente por depleção de recursos como, por exemplo, o ar, água, solo, assim como à destruição de ecosistemas e extinção dos animais selvagens. Para os geocientistas a degradação seja muito útil. Contudo, ela têm consequências muito graves. A degradação do solo afecta, directamente, a agricultura, uma vez que ela reduz de maneira dramática a produtividade do solo (desaparição progressiva da camada superior, que é a mais fértil). A sedimentação (todos processos relacionados com o movimento e deposição do material resultante da degradação dos solos) dentro do sistema hidrológico, provoca mudanças importantes como, o aumento de turbidez, cor, e outras, que são estritamente de natureza mecânica, como a erosão, assoreamento dos rios e outros corpos de água, assim como das zonas costeiras. Igualmente, os processos de sedimentação tornam as águas dos rios túrbidas, o que impede a penetração da luz solar e limita a produção dos produtores primários (plantas) para a vida aquática. Isto afecta a reprodução e a sobrevivência de certas espécies com valor económico. Junto da costa, a sedimentação do material resultante da degradação rochas e dos solos afecta os recifes, que têm uma importância crucial para a reprodução das espécies marinha com valor económico.

Degrau de praia, Escarpa de praia..................................................................................................................................................................................................................Berm

Nome dado, em geral, ao patamar (a parte, mais ou menos, horizontal) de um socalco ou escarpa de praia, formado na parte superior da praia alta pela acção das vagas.

Ver: " Praia "
&
" Delta ”
&
" Zona de Rebentação "

Quando a superfície da praia-média é atingida pelas ondas (durante os períodos de preiamar viva), ela é modelada em socalcos chamados degraus da praia (3), os quais são formados por um patamar ou berma da praia (5) e um abrupto (7). A linha de inflexão entre a berma e o abrupto de cada degrau é a crista de berma (6). A crista de berma mais alta é a crista de praia-alta (4). Os degraus de praia (praia-média) têm, em geral, dimensões inferiores à resolução das linhas sísmicas convencionais. Nas linhas sísmicas de alta resolução, os degraus de praia podem ser visíveis, mas não devem ser interpretados como retrogradações da ruptura costeira da superfície de deposição, como, muitas vezes, é o caso. Durante um episódio transgressivo (geometria retrogradante), a cada subida relativa do nível do mar, a ruptura costeira da superfície de deposição é deslocada para montante (função da morfologia da discordância inferior do ciclo-sequência associado) afastando-se cada vez mais do novo rebordo da bacia, isto é, aumentando cada vez mais a extensão da plataforma continental recém-formada e a lâmina de água. Pode dizer-se, que as retrogradações sucessivas da ruptura costeira da superfície de deposição são induzidas pelas subidas relativas do nível do mar, enquanto que a formação das bermas de praia-média são criadas pela acção erosiva das vagas, durante os períodos de preiamar viva. Da mesma maneira, a berma de praia que alguns geocientistas chamam patamar, devido à sua geometria, mais ou menos, horizontal, não deve ser confundida (no campo e linhas sísmicas) com uma superfície de ravinamento, a qual é produzida pela acção erosiva do nível de base do mar, a quando de uma subida relativa, isto é, a quando de uma inundação da planície costeira. No esquema ilustrado acima, é interessante notar que aquilo que certos geocientistas, geralmente, chamam o ambiente litoral (caracterizado por uma profundidade de água inferior à do ambiente nerítico) corresponde ao conjunto da praia-média e praia-baixa, visto que ele engloba a zona intramareal, isto é, a zona limitada entre o nível de preiamar viva e de baixamar viva.

Degrau de Praia (Berma de praia).......................................................................................................................................................................................................Berm

Berme de plage, Gradin de plage / Terraza de la playa / Stuffe / 比亚陡峭 / Уступ (надводная береговая терраса) / Ripida spiaggia

Corpo sedimentar arenoso da praia situado na parte superior da zona da batida pela ondulação do mar. O degrau de praia é criado durante os períodos de espessamento da praia pelas ondulações do mar calmas e regulares. Um degrau de praia é composto por um patamar (berma de praia) e um abrupto. A linha de inflexão entre a berma e o abrupto de cada degrau é chamada a crista de berma. Vários degraus podem se suceder num perfil de praia.

Ver: " Praia "
&
" Delta "
&
" Zona de Rebentação "

Neste esquema estão ilustrados os elementos principais, que determinam a morfologia do litoral e, em particular, das praias. Sobre este assunto, Moreira (1984) diz: (i) A superfície atingida pelas ondas é modelada em degraus, chamados Degraus de Praia ; (ii) Os degraus de praia são formados por um Patamar ou Berma da Praia e um Abrupto ; (iii) A linha de inflexão entre a berma e o abrupto de cada degrau é a Crista de Berma ; (iv) A mais alta crista da berma é a Crista de Praia ; (v) Estas formas modificam-se consoante a situação da maré e a altura das ondas ; (vi) O degrau mais baixo marca o limite entre a praia-média e a praia-alta ; (vii) O degrau mais baixo, por vezes, aparece recortado em crescentes sucessivos chamados Crescentes de Praia, que são semicirculares (com a cavidade voltada para mar) e separados entre si por pontas afiladas, corniformes, chamadas Asas ou Pontas de Crescente ; (viii) A parte mais côncava e abrupta de um crescente de praia, é a Cabeça do crescente, a qual tem, em geral, um pequeno escavamento na base, chamado Alvéolo de Crescente ; (ix) Os crescentes formam-se durante a enchente, devido aos movimentos de inversão e interferência das correntes de ressaca (corrente de afluxo e refluxo). Embora os degraus de praia sejam, sobretudo, bem visíveis na praia-média (parte da praia que se estende no espaço atingido pelas correntes da ressaca, entre os níveis da preiamar e de baixamar de águas mortas), eles também existem na praia-alta, mas na praia-baixa, os degraus são, rapidamente, erodidos pela acção das vagas, uma vez que a praia-baixa corresponde à parte inferior do espraiado (espaço que se estende entre os limites atingidos pela baixamar, em água morta e em água vivas). Da mesma maneira, o escoamento, mais ou menos, turbulento das correntes da ressaca (corrente de afluxo escoa-se segundo a direcção perpendicular a linha de rebentação e a corrente de refluxo, que se escoa para o mar, segue o declive da praia-baixa) e, em particular, a corrente de refluxo impede a formação ou a preservação dos degraus.

Delta...............................................................................................................................................................................................................................................................................................Delta

Delta / Delta / Delta / 三角洲 / Дельта / Delta

Sedimentos acumulados quando uma corrente entra no mar ou num lago e a sua velocidade e competência são rapidamente reduzidas. Três sistemas de deposição formam um delta: (i) A Planície Deltaica, que é a parte superior do delta ; (ii) A Frente do Delta, que é a parte distal do delta onde se depositam os sedimentos arenosos e (iii) O Prodelta, que é a parte do delta que está debaixo da acção erosiva das vagas. O prodelta é localizado para além da frente do delta e inclina para a parte profunda da bacia na qual o delta prograda e onde os sedimentos clásticos grosseiros, transportados pela corrente, não são mais preponderantes. Há vários tipos de deltas : (a) Delta Lobado ; (ii) Delta Digitado ; (iii) Delta em Crescentes ; (iv) Delta Atrofiado ; (v) Delta Arredondado ; (vi) Delta Fechado ; (vii) Delta complexo ; (viii) Delta Árctico ; (ix) Delta Abandonado ; (x) Delta de Maré ; (xi) Delta Submarino ; (xii) Delta de Tempestade ; (xiii) Delta aluvial, etc.

Ver: " Planície Deltaica "
&
" Frente do Delta "
&
" Prodelta "

Como ilustrado nesta figura, que mostra o edifício deltaico do rio Zambeze (Moçambique), um delta é um depósito geológico (sub-horizontal) localizado na desembocadura de uma corrente, que tem uma morfologia triangular ou em forma de leque e, que é atravessado por numerosos rios distributivos, os quais, por vezes, se estendem ao de lá da linha da costa. Um delta é o resultado da acumulação do acarreio sedimentar transportado por um rio e, que não foi removido pelas marés, ondas ou correntes marinhas. Neste exemplo, reconhece-se facilmente: (i) Ápice do Delta ; (ii) Planícies Deltaicas (superior e inferior) ; (iii) Plataformas de Preiamar, assim como (iv) Uma série de Praias, Restingas, Cordões litorais, Bancos de Areia e Cones de Dejecção Submarinos. É importante não confundir um delta com um edifício deltaico. Por outras palavras, não confunda um andar com um edifício. Um delta tem uma espessura que varia entre alguns metros e várias dezenas de metros, enquanto que um edifício deltaico (sobreposição de vários deltas), como o do Niger, pode atingir milhares de metros. Na estratigrafia sequencial, um delta é um cortejo de fácies formado por três sistemas de depósito (planície deltaica, frente do delta e prodelta) síncronos e geneticamente relacionados.

Delta Abandonado (subdelta).....................................................................................................................................Abandoned Delta, Dry Delta

Delta abandonné (sous-delta)/ Delta abandonado / Unterdelta / 被抛弃的三角洲 /Заброшенная (сухая) дельта / Delta abbandonato

Quando a parte superior da planície deltaica deixa de estar sujeita à influência fluvio-marinha devido a progradação do delta par o mar.

Ver: " Delta "
&
" Frente do Delta "
&
" Progradação "

Esta imagem ilustra uma grande parte do delta abandonado (Noroeste) e do delta de maré do Ganges / Bramaputra. Durante o Pleistocénico, a actividade deltaica dos rios Ganges e Bramaputra deslocou-se, várias vezes, antes que os dois rios fusionem. A área de sedimentação activa é localizada no sector Este. A parte norte, representa a planície deltaica abandonada, onde os traços de canais abandonados dominam a morfologia da região. A forma e abundância desses traços, que foram, provavelmente, o leito do rio Ganges e de muitos dos seus distributivos, sugere a existência de uma antiga planície de meandros, que, recentemente, foi tremendamente modificada pela actividade humana. O tamanho dos traços de canais fósseis é semelhante ao dos canais actualmente activos ao longo do Ganges e seus distributivos. Muitos desses antigos canais fluviais são, presentemente, dominados pela água das marés. Os rios Hooghly e Pusar são perfeitos exemplos de antigos leitos do Ganges, que hoje são dominados pelas marés. Lagos de meandros abandonados e restos de meandros são muito frequentes na área do delta abandonado. A parte interna da planície de maré foi protegida por diques e as antigas terras salgadas foram convertidas em terras agrícolas. Esta região, que, originalmente, era um imensa floresta de mangal ("Sunderbans" em inglês), ainda conserva um pouco da morfologia deltaica inicial, embora esta esteja já muito mascarada pela rede de drenagem das marés. Os grandes canais de maré, bem visíveis ao sul da área do delta abandonado, formam estuários em forma de sino que têm uma profundidade suficiente para que alguns deles sejam utilizados com artérias de transporte. Costa adentro, os canais de estuário são muito sinuosos. Eles são relativamente estáveis, uma vez que as migrações laterais são raras. A comparação de antigas fotografias aéreas com as modernas imagens de satélite sugere a estabilidade dos trajectos dos grandes canais, pelo menos durante os últimos 20 anos. No offshore profundo e, em associação com Ganges /Bramaputra, depositaram-se cones submarinos do talude, nos quais as "asa de gaivota" (diques marginais naturais e o preenchimento das depressões entre eles) ultrapassam mais de 1-2 quilómetros de espessura.

Delta Aluvial, Leque aluvial (que chega ao mar).........................................................................................................................................................................Fan Delta

Éventail alluvial (aboutissant à la mer) / Delta aluvial, Abanico aluvial / Schwemmkegel (zum Meer, See) / 冲积扇(海) / Веерообразная дельта / Conoide alluvionale (che porta al mare, lago)

Sedimentos aluviais depositados directamente no mar (quando a linha da costa está situada perto da linha de baía) que formam corpos geológicos progradantes, que certos geocientistas chamam deltas de tipo aluvial. Sinónimo de Delta tipo-Gilbert.

Ver: « Aluvial »
&
« Delta »
&
« Progradação »

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore norte de Angola, próximo do canhão do Congo, é possível associar o preenchimento progradante da parte superior de um canhão submarino a um delta tipo aluvial, que certos geocientistas consideram como um delta tipo-Gilbert. As terminações e configurações geométricas dos reflectores, visíveis nesta tentativa, sugerem, fortemente, que a parte superior do canhão submarino foi exumada e preenchida por sedimentos, praticamente, de natureza fluvial. A incisão do canhão está associada a uma erosão, que foi induzida por uma descida relativa do mar importante, que criou condições geológicas de baixo nível marinho (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia, que pode coincidir ou não com o rebordo continental), as quais foram, provavelmente, reforçadas pelo levantamento da costa norte de Angola, que ocorreu durante o Terciário Tardio. A parte superior do canhão foi em seguida preenchida directamente (ou quase) por sedimentos fluvio-aluviais. É possível avançar a hipótese que uma corrente fluvial, com uma densidade semelhante a do mar, tenha desaguado na parte superior do canhão, já coberto de água e, que um escoamento homopicnal (com a mesma densidade) tenha induzido o depósito das camadas basais, frontais e somitais, que caracterizam a maior parte dos deltas, mas sobretudo os do tipo Gilbert. Teoricamente, quando a densidade de uma corrente fluvial é igual à densidade da água da bacia de recepção (em geral o mar), ou por outras palavras, quando o fluxo do rio é homopicnal, os sedimentos depositam-se logo à entrada do mar formando bancos de desembocadura e deltas de tipo-Gilbert, em particular, quando a corrente do rio transporta uma carga arenosa importante. Se a densidade da água do rio é maior do que a densidade da água da bacia de recepção, o escoamento da água do rio é hiperpicnal, o quer dizer, que a água do rio mergulha para o fundo da bacia de recepção, mais ou menos, como uma corrente de turbidez, depositando cones submarinos desde que a corrente começa a desacelerar.

Delta Árctico................................................................................................................................................................................................................................................Arctic delta

Delta arctique / Delta boreal, Delta Ártico / nördlich Delta / 北极三角洲 / Арктическая дельта / Delta artico

Quando a planície de um delta está sujeita à mudanças climáticas anuais induzidas pelas cheias provocadas pelo degelo e, em particular, pela fusão parcial dos glaciares.

Ver: " Delta "
&
" Planície Deltaica "
&
" Camada Superior (de um delta) "

O rio Lena é um dos dez maiores rios do mundo. Ele começa a oeste do lago Baikal (o lago da terra com maior volume de água doce) e escoa-se, para norte, durante cerca de 4 400 quilómetros, ao longo dos quais ele é alimentado por mais de 2 500 tributários. Como se pode constatar nesta figura, o seu trajecto termina no mar de Laptev (Oceano Árctico), onde ele desagua e onde os sedimentos, que ele transporta criaram um importante edifício deltaico. Os principais rios tributários do Lena são : (i) Aldan com 2 273 km de comprimento ; (ii) Vitin com 1 837 km ; (iii) Olekma com 1 436 km ; (iv) Vilui com 2 650 km ; (v) Linde 804 km e (vi) Nyuja com 798 km. Os primeiros três tributários vêm de Oeste, enquanto que os outros vêm de Este. Na parte sul da bacia hidrográfica, a chuva e a água subterrânea são as principais fontes de alimentação em água. Na parte norte da bacia, ao contrário, a importância da neve é preponderante. À medida que o rio se aproxima do Árctico, a influência do acarreio em água (água subterrânea incluída) é quase nula. Durante a primavera e verão as inundações controlam o nível da água, o qual é muito mais baixo durante o Outono. O rio Lena descarrega no mar de Laptev, em média e, por ano, cerca de 540 km^3 de água. Ele transporta, para o mar, cerca de 12 milhões de toneladas de aluvião e cerca de 40 milhões de toneladas de material dissolvido. A sedimentação do edifício deltaico, cuja espessura ultrapassa vários milhares de metros, depende das condições climáticas e, principalmente, do degelo. O rio gela a partir de meados de Outubro até meados de Abril. Em meados de Junho, o rio corre, livremente, para a sua foz, onde os sedimentos que ele transporta, quer por tracção, saltação, suspensão ou dissolução, são depositados e formam um enorme edifício deltaico de vários quilómetros de espessura. Não obstante, a espessura do edifício deltaico do Lena, o qual pode atingir várias de milhares de metros, a espessura média dos deltas que o compõem é de cerca 30-50 m, quer isto dizer, que não se deve confundir um delta com um edifício deltaico, assim como, um prodelta (ligado ao delta) com talude continental (ligado ao edifício deltaico).

Delta Arredondado.............................................................................................................................................................................................................Arcuate Delta

Delta arrondi / Delta redondeado / gerundt Delta / 弓状三角洲 / Дугообразная дельта / Delta arrotondato

Quando o limite distal da planície deltaica, modelado pelas correntes litorais, tem uma geometria arqueada, o que sugere um balanço entre a deposição e erosão.

Ver: " Delta "
&
" Frente do Delta "
&
" Corrente de Deriva Litoral "

Geralmente, um delta arredondado ou arqueado, como o ilustrado nesta figura, forma-se quando uma corrente de água, em geral, um rio entra no mar numa área onde as ondas do mar, as correntes e marés são muito fortes. Uma das características de este tipo de delta é, que ele é, quase sempre, atravessado por numerosos distributivos (corrente que se escoa para fora do canal principal do rio). O delta ilustrado nesta figura é o delta do Ganges, que é também conhecido como o delta do Bengal, Sunderban ou Ganges-Bramaputra e, que na realidade resulta da confluência de três rios principais : (i) Padma (Ganges inferior) ; (ii) Jamuna (Bramaputra inferior) e (iii) Meghna. Os rios provenientes do Butão, China, e Nepal contribuem, também, de maneira significativa ao desenvolvimento e à progradação do delta. Este delta cobre uma superfície superior a 105 000 km^2, principalmente, no Bangladeche e Índia. A parte oriental do delta é muito activa, mas a parte ocidental já foi abandonada ou é pouco activa. A maior parte do delta é composta por aluviões, que têm uma grande quantidade de minerais e nutrientes, o que torna o solo muito apropriado para a agricultura. É por isso que dois terços da população do Bangladesh (cerca de 100 milhões de pessoas) vivem, neste delta, da agricultura, o que aliás cria um grande problema. Nesta região, o nível relativo do mar está a subir. Esta subida relativa não é devida a nenhuma espécie de aquecimento global (aumento da temperatura média medida à superfície da terra e oceanos desde o meados do século 20 e, particularmente, desde 1990), como certos "alarmistas" dizem, mas única e, simplesmente, provocada pelo peso dos sedimentos que induz uma subsidência do fundo do mar. Se o nível relativo do mar subir nos próximos anos de cerca de meio metro, o que é muito provável, mais de seis milhões de pessoas perderão as suas habitações e os seus campos. Felizmente, que certos geocientistas, prognosticam que nos próximos anos a temperatura global vai descer, visto que já entramos no ciclo solar n° 24 e, que um aumento da fusão da neve e do gelo dos glaciares dos Himalaias, que provocaria enormes inundações e amplificaria o efeito desastroso da subida relativa do nível do mar induzida pela subsidência, é pouco provável.

Delta Atrofiado........................................................................................................................................................................................................................Atrophied Delta

Delta atrophié / Delta atrofiado / geschwund Delta / 萎缩三角洲 / Истощенная дельта / Delta atrofizzato

Quando a erosão e o transporte sedimentar se equilibram, reduzindo, substancialmente, a planície deltaica, a qual, muita vezes, não é que uma pequena saliência.

Ver: " Delta "
&
" Frente do Delta "
&
" Camada da Base (de um delta) "

O delta do Guadalquivir, ilustrado nesta imagem satélite, está localizado na costa sudoeste da Espanha (Andaluzia), perto do Golfo de Cadiz. O rio Guadalquivir (Wadi Al-Kabir) é o segundo maior rio de Espanha. Ele nasce na Serra de Cazorla e escoa-se para SO, passando pela cidade de Córdoba e Sevilha, para desaguar no Golfo de Cadiz, perto de Sanlúcar de Barrameda, onde ele construiu um delta do tipo atrofiado, uma vez que a erosão e transporte dos agentes marinhos reduziram a planície deltaica a uma pequena saliência. Com cerca de 660 km de comprimento e uma área de drenagem de, mais ou menos, 57 527 km^2, o Guadalquivir desagua no Oceano Atlântico, com uma descarga média por segundo de cerca de 230 m^3. A sua bacia hidrográfica é um dos mais variados ambientes naturais da Europa. Ela contém quase metade das espécies vegetais do continente e quase todas as do Norte de África. Esta região nos antigos mapas do século XV e, particularmente, no mapa de Ibn Ben Zara, o delta do Guadalquivir não existe. O mapa de Ibn Ben Zara (cerca de 1487 DC) mostra uma grande baía na foz do Guadalquivir, enquanto que os mapas menos antigos, assim como, as actuais fotografias de satélite, como a ilustrada nesta figura, mostram um delta que, embora atrofiado, tem cerca de 80 km de comprimento por cerca de 50 km de largura. A baía no mapa de Ibn Ben Zara deve, provavelmente, representar a linha da costa anterior a formação do delta. Se isto for verdade, a formação do delta deve estar relacionada com variações relativas do nível do mar recentes, isto é, com a glacio-eustasia induzida pelo degelo das calotes glaciares. Esta conjectura é sustentada, mas não verificada (em ciência, uma conjectura ou hipótese pode ser corroborada ou refutada, mas nunca verificada) pelas hipóteses avançadas por certos geocientistas, que pensam que Ibn Ben Zara, tinha na sua posse, cartas mais antigas da Europa Central e Sul que ilustravam, as condições geográficas da época em que as calotes glaciárias começaram a fundir, isto é, mais ou menos, entre 11,5 k e 10 k anos atrás.

Delta Complexo (delta polimorfo)...........................................................................................Complex Shaped Delta, Polimorphic Delta

Delta complexe/ Delta complejo / verwickelt Delta / 复杂形三角洲 / Дельта со сложным строением / Delta complesso

Delta caracterizado por uma grande extensão da planície deltaica, na qual as irregularidades dinâmicas produzem uma grande variedade de morfologias, quer isto dizer, que localmente, se podem desenvolver-se sectores em que o delta é lobado, arredondado, atrofiado, em crescente, etc.

Ver: " Delta "
&
" Planície Deltaica "
&
" Camada Frontal (de um delta) "

O delta do Nilo está localizado no Norte do Egipto, onde o rio Nilo depositou um enorme delta, à medida, que a sua foz avança par o mar. Este edifício deltaico é um dos maiores do mundo. Ele começa um pouco ao sul da cidade do Cairo e estende até ao mar Mediterrâneo sobre uma distância de cerca de 160 km e com uma espessura de vários quilómetros. A linha da costa deltaica é de cerca de 240 km, mais ou menos, entre as cidades de Alexandria, a oeste, e Porto Said a Este. O edifício deltaico é, basicamente, do tipo complexo, uma vez que, localmente, em associação com os diferentes distributivos (corrente que se escoa para fora do canal principal do rio), que o compõem, várias morfologias podem observar-se, como o sugere a geometria da linha da costa. As flutuações do rio exerceram sempre uma forte influência no desenvolvimento e morfologia do edifício deltaico e, subsequentemente, na localização das povoações e plantações. Durante milhares de anos, as povoações do Baixo-Egipto protegiam-se das cheias e variações do fluxo do Nilo, instalando-se nos montes de areia (carapaças de tartaruga dos egípcios), os quais são vestígios geológicos, que o pré-Nilo formou há cerca de, mais ou menos 15 000 anos. Infelizmente, desde que a barragem de Assuão foi construída, não só as variações do fluxo são controlados, mas o delta não recebe mais nenhum aporte de nutrientes e sedimentos das correntes a montante da barragem. Os solos das superfícies de inundação tornaram-se quase estéreis, o que obriga as populações a utilizar quantidades enormes de fertilizantes com todas as consequências, que isso implica. A camada arável do solo, que antes da barragem podia atingir uma espessura de cerca de 2 metros, é, actualmente, muito mais pequena, o que, inevitavelmente, produziu uma subida e contaminação do nível freático. A erosão do delta aumentou de maneira assustadora (várias dezenas de km^2 por ano), o que leva certos geocientistas a pensar que, provavelmente, o delta do Nilo não resistirá a este milénio.

Delta em Crescentes....................................................................................................................................................................Cuspate Delta, Blunt Delta

Delta en croissant (delta obtus) / Delta en media-luna / Stumpfdelta / 尖头三角洲 / Фестончатая (невыдвинутая) дельта / Delta mezzaluna (delta ottuso)

Quando a planície deltaica, devido à acção de desgaste das ondas do mar (ou de um lago) tem uma geometria côncava para o lado da água.

Ver: " Delta "
&
" Frente do Delta "
&
" Acção das Vagas (mar agitado) "

Os sedimentos transportados por um rio depositam-se quando a corrente entra numa massa de água sem correntes fortes, como um lago, laguna, mar ou oceano. Os deltas resultam de processos fluviais e marinhos. A deposição dos sedimentos é reforçada quando a água é salgada, uma vez que as partículas mais finas e, sobretudo, as argilosas, se aglutinam na água salgada, formando partículas de maiores dimensões. Outros factores influenciam a deposição: (i) Tipo de Sedimentos ; (ii) Contexto Geológico Local ; (iii) Mudanças Eustáticas e Relativas do Nível do Mar ; (v) Crescimento das Plantas ; (vi) Impacto Humano, etc. Os exemplos típicos de grandes edifícios deltaicos são associados aos rios Mississipi, Ganges, Bramaputra, Ródano, Reno, Pó, Danúbio, Nilo. O delta do Tonogowa (Japão), ilustrado nesta figura, é um delta em crescentes (ou delta em ponta de flecha). De uma maneira geral, este tipo de delta forma-se quando um rio deposita os sedimentos, que ele transporta, num linha da costa, mais ou menos, rectilínea, mas dominada por vagas muito fortes. A energia das vagas obriga os sedimentos a espalharem-se, perpendicularmente, à desembocadura do rio, mas em direcções opostas, o que cria uma ponta de terra aguçada com ambos os lados curvos, como se pode constatar nesta figura. Um outro delta em crescentes muito conhecido é o delta do Tibre (Itália), o qual começou a formar-se entre 13000 e 7000 anos antes de Cristo, quando o vale fluvial e profundo (vale cavado), que o rio cavou durante a glaciação Wurmiana (caracterizada por ter produzido uma importante descida do nível do mar, pelo menos no hemisfério norte), foi, parcialmente, inundado pelo mar (subida do nível do mar). Inicialmente, durante a transgressão, o delta era de fundo de baía e a sua geometria retrogradante. Cerca de 8000 AC, o delta começou a progradar em direcção do mar (regressão) e transformou-se, pouco a pouco, à cerca de 6000 AC, num delta em crescentes (ou em ponta), principalmente, devido a acção das vagas. A interacção entre a subida do nível do mar induzida pela fusão das calotes glaciares, transporte terrígeno e energia das ondas, explica a evolução da região durante os últimos 18 000 anos.

Delta Digitado.......................................................................................................................................................................................Finger Delta, Digitated Delta

Delta digité / Delta digitado / fingert Delta / 手指三角洲 / Пальчатая дельта / Delta dita

Quando a planície do delta se estende por vários lobos estreitos e compridos em forma de dedos.

Ver: " Delta "
&
" Delta em Pata de Ave "
&
" Distributivo "

Como ilustrado nesta fotografia, o edifício deltaico do Mississípi é um exemplo típico de delta digitado. O delta, propriamente dito (termo geral), foi construído, principalmente, pelo aluvião depositado pelo rio quando este perde competência ao entrar no Golfo do México. O edifício deltaico do Mississípi, corresponde a uma sobreposição progradante de um grande número de deltas de espessura média entre 30-50 metros, da mesma maneira, que um arranha-céu (edifício deltaico) é uma sobreposição de andares (deltas) de 2,4 metros de altura. O edifício deltaico do Mississípi é caracterizado por: (i) Uma acção das ondas de tal maneira fraca, que a quantidade de areia, que é transportada para a praia é muito inferior à areia dispersa no offshore pelas tempestades ; (ii) Uma diferença entre a maré baixa e maré alta de cerca de 30 cm, mas que é suficiente para ter um papel importante na sedimentação, uma vez que o gradiente do delta (inclinação) é muito pequeno ; (iii) Uma forte subsidência, induzida pela compactação dos sedimentos recentes (cerca de 30 a 60 cm todos os 100 anos). Os processos de sedimentação recentes (desde há 5000 - 7000 anos), deslocaram a linha da costa para jusante, entre 30 e 80 km. Várias vezes (mais ou menos todos os 1000 anos), a corrente principal do rio Mississipi mudou de leito criando diferentes conjuntos de lóbulos deltaicos. Cada conjunto parece ter sido iniciado pela captura gradual da corrente principal por um dos seus distributivos. Durante a construção do edifício deltaico, seis lóbulos principais se podem pôr em evidência: (a) Maringoiun ; (b) Teche ; (c) St. Bernardo ; (d) Lafourche ; (e) Achafalaya e (vi) O lóbulo actual. O deslocamento lateral destes lobos deltaicos, provavelmente, associados a um efeito de pêndulo, criou, localmente, episódios transgressivos significativos, que não devem ser confundidos com os dois episódios transgressivos globais criados pela glacio-eustásia: (1) Transgressão Salobra, quando lagos, baías e lagunas cobriram os sedimentos aluviais da planície deltaica e (2) Transgressão Marinha, quando a pré-praia dos cordões litorais avançou para o continente. A primeira fez-se, praticamente, sem ravinamento, o qual, na transgressão marinha é importante.

Delta Digitado (em pata de ave)......................................................................................................................................Finger Delta, Digitated Delta

Delta em patte d'oiseau / Delta digitado / fingert Delta / 手指三角洲 / Пальцевидная дельта / Delta del piede di uccello

Quando a planície do delta se estende por vários lobos estreitos e compridos em forma de dedos. Sinónimo de Delta em Pata de Ave.

Ver: " Delta "
&
" Delta Digitado "
&
" Planície Deltaica "

A forma de um delta depende da: (i) Quantidade de água e sedimentos transportadas pelo rio ; (ii) Velocidade da água do rio ; (iii) Velocidade e força das ondas do mar (ou de um lago), correntes e marés. Quando uma quantidade importante de sedimentos é transportada para um massa de água calma (mar ou lago) forma-se um delta em pata de ave (ou digitado), porque os distributivos podem transportar e formar através da massa de água longos “dedos” (das patas) de sedimentos, como ilustrado nesta fotografia do delta Scotts Brooks (Canadá). O mais celebre delta em pata de ave é, evidentemente, o delta do Mississípi, o qual sublinha a invasão do Golfo do México por restos de depósitos glaciares (canto superior esquerdo desta figura). Os sistemas hidrográficos do rio Mississipi e Missouri colectam os fragmentos erodidos de quase metade dos Estados Unidos e transportam-os para Golfo do México. Desde que as correntes entram no Golfo do México, a velocidade de escoamento diminui, reduzindo, de maneira abrupta, a capacidade que elas tinham de transportar, em suspensão, lama e areia, provocando a sua deposição. A formação deste delta é bem conhecida de todos os geocientistas e pode ser resumida assim: (a) Quando a calote glaciar cobria a maior parte da América do Norte (cerca de 18 ka), a região do Mississípi estava exposta ; (b) Com as glaciações e deglaciações, que provocaram variações eustáticas, o Mississípi e os seus distributivos criaram vales cavados (durante as glaciações) e planícies de inundação (durante as deglaciações) ; (c) O rápido escoamento e o importante acarreio sedimentar proveniente dos depósitos glaciares, criou uma rede de rios entrelaçados e depósitos associados ; (d) Desde que a descarga diminuiu, o escoamento tornou-se meandriforme com formação de uma cintura de meandros ; (e) Os sedimentos ainda transportados pelas correntes, particularmente, sob a forma de loess (variedade de limo proveniente do transporte de sedimentos diluviais pela acção do vento) vindos do norte e oeste da região, foram redepositados no Golfo do México, em camadas (deltas) de alguns metros de espessura, o que quer dizer, que o edifício deltaico do Mississipi é uma sobreposição de camadas (deltas) que não são outra coisa que a resedimentação de antigos depósitos glaciares.

Delta de Enchente, Delta de maré..................................................................................................................................................................................Flow delta

Delta de Flôt, Delta de marée / Delta de inundación / Flutdelta / 流三角 / Дельта потока / Delta del flusso, Delta alta marea

Pequeno delta formado no lado interior das aberturas das lagunas ou praia-barreiras devido à corrente enchente das marés. O delta que se forma no lado exterior é o delta de vazante.

Voir: " Delta "
&
" Deltas de Maré "
&
" Delta de Vazante "

Ao longo dos cordões litorais (formas de acumulação de areia e calhaus, que se desenvolvem na antepraia, devido à acumulação de sedimentos pelas ondas), em associação com as marés, podem formar-se conjuntos de pequenos deltas subaquáticos, que se formam em posição simétrica, nas aberturas das lagunas ou estreitos. Os deltas, que se formam no lado interior são os deltas de enchente, como os ilustrados nesta figura. Os deltas, que se desenvolvem para o exterior e que, em geral, são de menores dimensões e mais irregulares (devida a ondulação das ondas) são os deltas de vazante. A presença e tamanho destas deltas são determinadas por vários factores: (i) Acarreio sedimentar ; (ii) Interacção entre as ondas e marés e (iii) Fluxo das correntes durante um ciclo de maré. Estes deltas formam uma grande parte dos corpos de areia, que constituem as costas do Atlântico e Golfo do México. Ao longo da costa dos Estados Unidos, por exemplo, os deltas de enchente têm, geralmente, uma fácies arenosa e, normalmente, desenvolvem-se com duas morfologias diferentes e muito características: (a) Em forma de leque (em geral em grupos) e (b) Em forma de ferradura, com a parte aberta voltada para o mar. Os deltas de enchente em leque encontram-se, sobretudo, nas áreas onde a diferença entre as marés não ultrapassa 1,5 metros. Os depósitos associados são, tipicamente, inframareais e o fluxo das marés passa para a frente e para trás e, também, por cima do delta, praticamente, sem o influenciar. Este tipo de delta de enchente tem, em geral 1-2 metros de espessura. A lama que o forma é, tipicamente uma combinação de minerais argilosos e partículas orgânicas finas. Os deltas de enchente em forma de ferradura encontram-se, sempre nas áreas onde a diferença entre as marés é superior a 1,5 metros. Os depósitos arenosos associados são intramareais e modelados pela combinação das correntes de maré, o que não é o caso dos deltas de enchente em leque. Quando a maré desce, as correntes descendentes são desviadas à volta das acumulações de areia, emergindo o delta. Este tipo de deltas pode conter centenas de milhares de metros cúbicos de sedimentos.

Delta Fechado.........................................................................................................................................................................................................................................Closed Delta

Delta fermé / Delta cerrado / Haffdelta / 封闭三角洲 / Закрытая дельта / Delta chiuso

Quando a acumulação dos sedimentos induzida pelas correntes marinhas é muito activa e as aberturas do delta se fecham obrigando os distributivos principais a inverterem o sentido da corrente e, por vezes, a fecharem-se, o que cria uma linha da costa quase rectilínea.

Ver: " Delta "
&
" Planície Deltaica "
&
" Delta Atrofiado "

O delta do rio Senegal é um dos exemplos típicos de delta fechado. Durante a última grande transgressão marinha, que ocorreu há cerca de 5000 anos atrás, o actual delta do rio Senegal, ilustrado nesta figura, era uma grande baía marinha, com mais de 50 km de largura (na embocadura do rio) e que invadia o continente até cerca de 100 km a oeste da linha da costa actual. À medida que o nível do mar desceu, os sedimentos transportados pelo rio acumularam-se preenchendo canais ou depositaram-se nas planícies de inundação formando barras de areia (ilhas), mais ou menos, importantes. Sob a influência de uma acção das ondas muito forte e de uma corrente de deriva de praia importante (corrente longitudinal, que se forma nas praias, na área de rebentação atingida pelas correntes da ressaca, em consequência da acumulação da água e sedimentos pelas correntes de afluxo e refluxo, quando a rebentação é oblíqua à costa), formou-se uma barra litoral da areia que evoluiu numa duna litoral e, que fechou, pouco a pouco, a baía. A montante desta barra formou-se uma planície de inundação, mais baixa que o nível do mar (cerca de 1,4 m), salífera, mal drenada, na qual se formaram várias dunas. As depressões na planície de inundação encontram-se, muitas vezes, debaixo do nível do mar, sobretudo quando a superfície dos sedimentos salgados, que perdem coesão durante a estação seca é, pouco a pouco, erodida pelo vento. Estas depressões retêm uma certa quantidade de água (durante vários meses) mesmo depois, que o escoamento das correntes, em não importa que sentido, tenha parado. A foz das correntes (principal e secundárias) variou em função do equilíbrio entre o escoamento dos rios e as forças oceânicas. Pode dizer-se, que este tipo de delta forma-se quando a acção das correntes marinhas é tão forte que os cordões litorais que se depositam, pouco a pouco, e fecham, parcialmente ou totalmente, a embocadura do rio principal e distributivos, o que dá uma a geometria quase rectilínea à linha da costa, o que obriga, por vezes, os distributivos a inverter o sentido do escoamento.

Delta Lobado.................................................................................................................................................................................................................................Lobated Delta

Delta lobé / Delta lobado / gelappt Delta / 叶状三角洲 / Лопастная дельта / Delta lobate

Quando a planície deltaica tem uma geometria convexa par o mar. Este tipo de delta pode ser mono ou multilobado.

Ver : " Delta "
&
" Camada da Base (de um delta) "
&
" Delta das Ondas "

Os deltas dominados pela influência dos rios podem ter uma geometria alongada ou lobular. Os deltas lobados, como o delta do Yukon, ilustrado nesta figura, têm, em geral, muitos distributivos (corrente que se escoa para fora do canal principal do rio), alguns dos quais podem ser inactivos durante um certo tempo. As baías entre os distributivos são muito pequenas ou podem mesmo não existir. Ao contrário, pântanos e turfeiras (jazigos de turfa, que é o combustível formado por matérias vegetais, mais ou menos, carbonizadas) existem, quase sempre, entre os canais. A areia é depositada na embocadura dos distributivos, à volta da frente do delta, o que cria um corpo arenoso planar, mais ou menos contínuo, o qual, a jusante, passa a um cordão siltoso e depois aos argilitos do prodelta. A progradação (deslocamento para o mar e, em geral, para cima, isto é com agradação) de um delta lobado é, relativamente, lenta. Este tipo de delta era, predominante, no antigo delta do Mississipi, com frentes de delta arenosos e bastante espessos (20 - 30 metros). Depois de um período, mais ou menos, longo de crescimento, a corrente principal do Mississipi, desviou-se lateralmente e criou um outro delta lobado. Este efeito de pêndulo permitiu a formação de vários lóbulos deltaicos até cerca de 1500 anos AC, quando o moderno delta, em pata de ave, começou a formar-se. A progradação e sobretudo a enorme espessura do delta do Mississípi moderno foi possível devido à forte subsidência criada pela compactação, que provocou, várias vezes, a inundação do delta pelas águas marinhas. Um grande número de intervalos sedimentares granocrescentes, para cima, se formam pelo crescimento e abandono sucessivos dos deltas lobados. Esta fotografia, ilustra a geometria lobular do delta de Yukon, no Alasca (EUA), que é um dos maiores deltas do mundo. Ele desenvolveu-se onde os rios Yukon e Kuskokwima (ou Kusko, ao sul do Yukon) se descarregam no frígido mar de Bering (extremo norte do oceano Pacífico limitado a norte pelo Alasca, estreito de Bering e noroeste da Sibéria e a sul pela península do Alasca e Ilhas Aleutas). A geometria do delta sugere, que a influência do aporte terrígeno do rio é predominante, embora, o clima árctico jogue um papel importante na construção e geometria lobular do delta.

Delta de Maré (Delta de Enchente)...................................................................................................................................................................................Tidal Delta

Delta de marée / Delta de marea / Flutdelta / 潮汐三角洲 / Приливно-отливная дельта / Delta di marea

Delta formado nas aberturas das lagunas, praias-barreira ou cordões litorais devido à circulação das correntes de maré. Há dois tipos de delta de maré: (i) Delta de Enchente, que se forma no lado interior (voltado para a laguna) e (ii) Delta de Vazante, que se forma no lado exterior (lado do mar).

Ver: " Delta "
&
" Delta de Enchente "
&
" Camada frontal (de um delta) "

Neste exemplo da costa portuguesa, actualmente, reconhece-se um delta criado pela corrente de um rio. Contudo, antes que a corrente de deriva litoral (corrente longitudinal, que se forma nas praias, na área de rebentação atingida pelas correntes da ressaca, em consequência da acumulação da água e sedimentos pelas correntes de afluxo e refluxo, quando a rebentação é oblíqua à costa) tivesse construído a barreira da ria (cordão litoral), o material depositado era largamente dominado e controlado pelas correntes de maré. À medida que a corrente de deriva litoral construía o cordão litoral, o efeito das correntes de maré era cada vez menos predominante e o delta de vazante foi, pouco a pouco, erodido. A partir do momento em que o cordão litoral isolou, completamente, a ria, o delta de vazante foi totalmente erodido e a acção das corrente de maré tornou-se insignificante. A partir desse momento, começou a construir-se um delta fluvial que, em grande parte, remobilizou e substituiu o delta de enchente. Os antigos delta de maré transformaram-se num delta fluvial. A presença de deltas de maré, assim com as suas forma e dimensões, dependem, fundamentalmente, de três factores principais: (i) Acarreio sedimentar ; (ii) Interacção das Ondas e Processos de Maré e (iii) Fluxo das Marés durante o ciclo de maré. Actualmente, como, provavelmente, antes da construção do cordão litoral, a direcção das ondas do mar é oblíqua à linha da costa. Neste caso, quando as ondas rebentam, produz-se uma corrente de afluxo (em direcção da praia), que se desloca perpendicularmente à linha de crista das ondas. Desde que a onda de afluxo perde energia, ela inverte o seu sentido, e começa a escoa-se para o mar (corrente de refluxo) segundo a direcção da linha de maior declive da praia. O resultado é, que a interacção das correntes da ressaca (afluxo e refluxo) induz a formação de uma corrente em ziguezague ou corrente de deriva litoral, que vai depositar os sedimentos, que elas erodiram nas áreas de menor energia), construindo um cordão litoral de maneira que a linha da costa seja o mais rectilíneo possível.

Delta Submarino........................................................................................................................................................................................................Submarine Delta

Delta sous-marin / Delta submarino / Submarin delta / 水下三角洲 / Подводная дельта / Delta sottomarino

Quando o cone de dejecção é submarino, de fraco declive e se forma na parte externa dos estuários, o que o individualiza dos cones submarinos de talude ou de bacia (turbiditos). Este tipo de delta é, em geral, o resultado da submersão de um delta evoluído.

Ver: " Delta "
&
" Cone de Dejecção Submarino"
&
" Prisma de Nível Baixo"

Este mapa mostra um antigo delta submarino no Mar Negro, que, provavelmente, se formou durante a última grande glaciação. Quando o nível do mar desceu devido a formação dos grandes glaciares e calotes glaciares, o Mar Negro deixou de estar em comunicação com o Mediterrâneo e transformou-se num grande lago. A descida do nível do mar rompeu o perfil de equilíbrio provisório dos rios, uma vez que as desembocaduras dos rios se deslocaram para jusante, e para baixo, assim como os biséis de agradação costeiros .Os rios foram obrigados a erodir mais os seus leitos para restabelecer os perfiles de equilíbrio provisórios, o que, naturalmente, aumentou o acarreio sedimentar. Nestas condições geológicas de nível baixo do mar, as margens do lago do Mar Negro eram abruptas (talude continental) e a lâmina de água aumentou muito rapidamente, uma vez que a bacia não tinha plataforma continental. Desde que o rios entram no lago, as correntes perdem toda a capacidade de transportar os sedimentos e estes depositaram-se na parte superior do talude continental formando um leque ou delta submarino. Como ilustrado na figura, a geometria dos distributivos, na parte superior do delta, sugere a presença de vários lóbulos e, também, que eles se depositaram de maneira pendular. Isto quer dizer, que um lóbulo deltaico cresce durante um certo tempo, mas que a determinada altura, quando a acomodação começa a ser reduzida, ele é abandonado e, que outro lóbulo começou a formar-se (lateralmente), onde a lâmina de água era maior e assim espaço disponível para os sedimentos. Este movimento pendular observa-se em quase todos os tipos de delta. Quando o nível do mar subiu, em consequência da deglaciação, a comunicação com o Mediterrâneo restabeleceu-se e, a lâmina de água aumentou muito, o acarreio sedimentar diminuiu, fortemente, e a ruptura da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa) foi deslocada dezenas de quilómetros para montante, o que pôs o delta sob uma grande profundidade de água, isto é, o delta transformou-se num delta submarino localizado numa bacia subalimentada de sedimentos.

Delta de Tempestade...................................................................................................................................................................Storm Delta, Wave Delta

Delta de tempête / Delta de tempestad / Sturmdelta / 风暴三角洲 / Дельта, образованная волнами при шторме / Delta di tempesta

Delta de dimensões, relativamente, pequenas formado na parte interna (montante) da abertura da lagunas, barras ou barreiras, devido a acumulação de materiais transportados pelas ondas de tempestade. Sinónimo de Delta das Ondas.

Ver: " Delta "
&
" Delta de Ondas "
&
" Acção das Vagas (mar muito agitado) "

Esta fotografia ilustra dois pequenos deltas de tempestade, que, como o seu nome sugere, foram formados durante uma tempestade ou durante as marés equinociais. Certos geocientistas chamam, também, a este tipo de delta, delta das ondas. Nesta fotografia vê-se muito bem as ondas do mar que se propagam perpendicularmente a um cordão litoral (ou ilha barreira), o qual marca o limite externo de uma laguna. Nestas condições, é pouco provável, que uma corrente de deriva de praia ou corrente em ziguezague significativa exista nesta área. No lado interno do cordão litoral, onde, provavelmente, existia uma antiga barra, isto é, uma entrada para a laguna, notam-se pelo menos dois deltas de tempestade recentes, que se formaram por galgamento (transbordo) das ondas, durante um período em que a altura das vagas era muito grande, como durante as tempestades, ciclones ou tsunamis. É muito provável, que a área onde certas habitações foram construídas corresponda também a um antigo delta de tempestade. A evolução e características sedimentológicos dos depósitos de galgamento associados com o ciclone Ivan (Florida, 2004) podem ser aplicadas, de maneira geral, a todos os deltas de tempestade: (i) A primeira resposta a um transbordo das ondas do mar sobre um cordão litoral é uma erosão importante da pré-praia, praia e dunas ; (ii) Os sedimentos erodidos são transportados e redistribuídos, sobretudo, no lado interno do cordão litoral ; (iii) Na praia, os depósitos são limitados por uma superfície basal de erosão e inclinam para o mar ; (iv) Na parte interior do cordão litoral, a presença, de vegetação debaixo dos depósitos por galgamento, sugere pouca ou nenhuma erosão antes da deposição atrás da duna frontal ; (v) Na plataforma da laguna (área junto ao cordão litoral), os depósitos têm uma estratificação horizontal ou sub-horizontal ; (vi) À medida que a lâmina de água aumenta, os depósitos são mais espessos e caracterizados por progradações sigmoidais em direcção da parte mais profunda da laguna.

Delta Tipo-Gilbert............................................................................................................................................................................................................Gilbert Delta

Delta type-Gilbert / Delta tipo Gilbert / Gilbert Typ Delta / 吉尔伯特型三角洲 / Дельта Гильбертова типа / Delta tipo-Gilbert

Corpo geológico progradante formado por sedimentos aluviais, de origem glaciar ou não, que se depositam, directamente, no mar (ou num lago) quando a linha da costa (equivalente, mais ou menos, à ruptura da superfície de deposição costeira) está situada perto da linha de baía. Certos geocientistas chamam estes depósitos Delta Aluvial ou Leque Aluvial.

Ver: "Delta"
&
" Delta Aluvial "
&
" Camada da Base (de um delta) "

Os deltas glaciares do Maine (EUA), quer os marinhos, quer os lacustres, são os mais característicos deltas do tipo-Gilbert. Eles foram descritos, pela primeira vez no fim do século XIX, por G. K. Gilbert dos Serviços Geológicos dos EUA. Estes deltas são compostos por material muito grosseiro e têm progradações muito inclinadas, como sugerido nesta figura. O interior de um delta do tipo Gilbert é constituído, pelos três componentes estratigráficos típicos, embora eles não sejam muito marcados e, por vezes mal visíveis: (i) Camadas Superiores, que são, mais ou menos, horizontais ; (ii) Camadas Inclinadas, que neste tipo de delta, têm uma inclinação muito forte e (iii) Camadas Inferiores, que são horizontais ou muito pouco inclinadas para jusante. É a forte inclinação das camadas inclinadas e a granulometria, que caracteriza os deltas de tipo-Gilbert dos deltas lamacentos, como, por exemplo, o delta do Mississípi. A inclinação das camadas inclinadas de um delta do edifício deltaico do Mississípi (não confundir delta e edifício deltaico) é muito pequena, o que quer dizer, que numa linha sísmica convencional, as camadas inclinadas não se podem identificar. A sua espessura é quase sempre inferior a resolução das linha sísmica. Quando um geocientista encarregado da interpretação diz, que numa determinada linha, existe um delta, uma vez que ele reconheceu progradações deltaicas (camadas inclinadas ou frontais), o mais provável, é que ele esteja a interpretar um talude continental como um prodelta (talude do delta) e, que ele está a confundir um delta com um edifício deltaico ou, então, o delta é certamente do tipo-Gilbert, sobretudo, se a espessura do intervalo progradante é da ordem dos 100-200 milisegundos (tempo duplo). A espessura de um delta típico quase nunca ultrapassa 30-60 m. Ao contrário, a espessura de um edifício deltaico, o qual corresponde a uma sobreposição de deltas, pode atingir uma espessura de vários quilómetros.

Delta das Vagas (Delta de Tempestade, Delta das Ondas)........................................................................................Wave Delta, Storm Delta

Delta des vagues / Delta de tempestad, Delta de olas / Sturmdelta, Wave- Delta / 波三角洲 / Дельта, образованная волнами / Delta di onde

Delta de dimensões, relativamente, pequenas formado no lado interno (a montante) da abertura de lagoas, barras e barreiras, devido ao acúmulo de material transportado pelas ondas de tempestade. Sinónimo de Delta de Tempestade

Ver: " Delta "
&
" Delta das Ondas "
&
" Acção das Vagas (mar muito agitado) "

Vários pequenos deltas das ondas são visíveis nesta fotografia e assinalados pelas flechas. A formação destes delta é fácil de adivinhar, uma vez que os leques deltaicos estão depositados no interior da parte externa da abertura de uma laguna no sentido das ondas do mar. Durante as tempestades e marés equinociais (marés que ocorrem durante as sizígias, isto é, durante a lua nova e cheia, perto dos equinócios), as ondas transbordam a ilha barreira (ou cordão litoral) e depositam no outro lado (lado da laguna) os sedimentos, que elas transportam e que sobretudo, os que elas erodiram durante o transbordo (como ilustrado no esquema da parte superior desta figura). O lugar mais fácil para que este deltas se formem é onde o cordão litoral é mais estreito e, particularmente, nas enseadas de maré, que separam os cordões litorais. Na grande maioria dos casos, os cordões litorais estão associado em cadeias, mais ou menos, longas onde cada um deles é limitado entre duas barras (entradas por onde se pode navegar), que marcam as enseadas de maré. Um transbordo das ondas do mar sobre o cordão litoral provoca, acima de tudo, uma erosão importante da pré-praia, praia e dunas. Os sedimentos assim libertados são transportados e redistribuídos, sobretudo, no lado interno do cordão litoral. Na praia, os depósitos de transbordo são limitados por uma superfície basal de erosão, que inclina para o mar. Na parte interior do cordão litoral, a presença, de restos de vegetação debaixo dos depósitos por galgamento, indica pouca ou nenhuma erosão antes da deposição atrás da duna frontal. Na frente da laguna, que certos geocientistas chamam a plataforma externa da laguna (junto ao cordão litoral), onde a profundidade de água é muito pequena, os depósitos por galgamento acumulam-se, mais ou menos, horizontalmente, uma vez que a estratificação é horizontal ou sub-horizontal. À medida que a lâmina de água aumenta, os depósitos de transbordo são mais espessos e caracterizados por progradações sigmoidais (em S), orientadas em direcção da parte mais profunda da laguna.

Delta de Vazante..............................................................................................................................................................................................................................Ebb Delta

Delta de Jusant / Delta de reflujo / Ebbedelta / 大浪淘沙三角洲 / Отливная дельта / Delta di riflusso

Um dos dois deltas de maré. O delta de vazante é o mais pequeno e forma-se no lado exterior (voltado para o mar) das aberturas das lagunas ou nas enseadas de maré. O delta que se forma no lado interior é o delta de enchente, que, em geral, é mais bem desenvolvido e menos irregular que o delta de vazante.

Ver: " Delta "
&
" Delta de Maré "
&
" Delta de Enchente "

Os grandes corpos arenosos, que se acumulam no mar aberto na extremidade de uma enseada de maré, como o ilustrado nesta figura, chamam-se deltas de vazante, em oposição aos deltas de enchente, que se formam no lado interior dos cordões litorais, isto é na, na laguna. Os delta de vazante são, em geral, compostos de areia e finos fragmentos de conchas. As características dos sedimentos fazem dos deltas de vazante um dos sítios preferidos para obtenção de material de enchimento e substituição, que é muito utilizado para aumentar as praias, quando estas são muito erodidas pelas correntes litorais e de deriva de praia (corrente longitudinal, que se forma nas praias, na área de rebentação atingida pelas correntes de afluxo e refluxo, quando a rebentação é oblíqua à costa). Os deltas de vazante estão submetidos a um interacção constante entre as ondas do mar e os processos de maré. A maior parte das vezes, as suas formas reflectem essas interacções. Se as ondas do mar dominam o ambiente de deposição, naturalmente, os deltas de vazante são mais pequenos e distribuem-se ao longo dos cordões litorais de um lado e doutro da enseada de maré. Os maiores deltas de vazante formam-se ao longo das linhas das costa, onde as marés são fortes, isto é, quando a energia das marés é mais importante do que a energia das ondas. Os corpos arenosos depositados podem estender-se por vários quilómetros. Se a energia do ambiente é mista, isto é, proveniente das marés e ondas, os deltas de vazante têm a parte externa, relativamente, mal marcada e rectilínea, enquanto que do outro lado da enseada a geometria do delta é ramificada. Os deltas de vazante dominados pela energia das marés formam corpos alongados, mais ou menos, perpendiculares à enseada e com pequenos altos fundos de cada lado. Os deltas de vazante podem conter milhões de metros cúbicos de sedimentos, os quais são muito propícios para alimentação das praias. Certos geocientistas pensam que o facto de retirar grandes quantidades de sedimentos do fundo da pré-praia, pode, localmente, criar situações perigosas.

Deltas de Maré.............................................................................................................................................................................................................................Tidal Deltas

Deltas de marée (deltas de flôt) / Deltas de marea / Geneigte Schichtein / 潮流三角洲 / Приливно-отливные дельты / Deltas di marea

Pequenos deltas subaquáticos, mais ou menos, simétricos, formados nas aberturas das lagunas ou nos estreitos devido à circulação das correntes de maré. O delta que se forma no lado interior é o delta de enchente e o que se forma no lado exterior é o delta de vazante.

Ver: " Delta "
&
" Delta de Enchente"
&
" Delta de Vazante "

Os corpos sedimentares, por vezes, de dimensões significativas, que se depositam quer no lado interno, quer no lado externo das enseadas de maré, chamam-se deltas de maré, porque se eles parecem, a pequena escala, com os deltas depositados na desembocadura dos rios. A presença de deltas de maré, assim como, a sua forma e dimensões depende fundamentalmente de três factores: (i) Influxo Terrígeno ; (ii) Interacção das Ondas e Processos de Maré e (iii) Fluxo das Marés. Os deltas de maré são excelentes reservatórios de material arenoso de substituição, quer isto dizer, que os sedimentos, em geral, as areias destes deltas são, muito vezes, utilizados para restabelecer a dimensões das praias, em particular, das praias sujeitas à erosão das correntes litorais e, sobretudo, da corrente de deriva de praia, também, chamada corrente em ziguezague (corrente da resultante longitudinal, que se forma nas praias, na área de rebentação atingida pelas correntes da ressaca, em consequência da acumulação da água e sedimentos pelas correntes de afluxo e refluxo, quando a rebentação é oblíqua à costa). Os delta de maré localizados no lado interno das enseadas chamam-se delta de enchente e os localizados no lado externo (voltados para o mar) chamam-se deltas de vazante. Os primeiros, podem ter uma forma em leque (geralmente em grupos), quando a diferença entre as marés é inferior a 1,5 m ou uma forma em ferradura (abertura para o mar), quando a diferença entre as marés é superior a 1,5 m. Os deltas de enchente, que se formam do lado do mar aberto, estão submetidos à interacção entre as ondas do mar e processos de maré. A sua geometria e extensão depende da energia preponderante. Se a energia das ondas é preponderante, os deltas são mais pequenos e distribuem-se ao longo dos cordões litorais de um lado e outro da enseada de maré. Se a energia das marés é preponderante, eles são grandes, com vários quilómetros e distribuem-se perpendicularmente a enseada de um e outro lado da entrada. Se nenhuma das energia é preponderante, os deltas na parte externa são rectilíneos e ramificados na parte interna.

Densidade Crítica (Universo)............................................................................................................................................................................Critical Density

Densité critique (Univers) / Densidad crítica (Universo) / Kritische Dichte / 临界密度 / Критическая плотность / Densità critica

Número para a densidade média do Universo, que determina se o Universo é fechado ou aberto. Se a densidade do Universo é maior do que a densidade crítica, o Universo é fechado e a sua expansão, eventualmente, parará. Se a densidade do Universo é menor do que a densidade crítica, o efeito retardador da gravidade será insuficiente para parar a expansão do Universo, a qual continuará eternamente.

Ver : " Universo (idade)"
&
" Big Bang (teoria) "
&
" Big Crunch "

Não se sabe se a expansão do Universo, com o tempo, começará a desacelerar e mesmo a inverter-se. Se por acaso isso acontecer, uma fase de contracção ocorrerá e o Universo, eventualmente, será destruído por um evento análogo ao "Big Bang", que os geocientistas denominaram "Big Crunch". Como ilustrado nesta figura, três possibilidades podem acontecer na evolução de um universo: (i) Universo Fechado; (ii) Universo Plano e (iii) Universo Aberto. Na hipótese do Universo fechado, o Universo é finito, mas não tem limites. Num tal Universo, a expansão deve, eventualmente, cessar e ser seguida por uma fase de contracção. Na hipótese de um Universo plano, a curvatura do Universo deve ser zero. Um tal Universo estaria no limite entre um Universo fechado e universo aberto (pensa-se que o nosso universo é relativamente plano). Na hipótese de um Universo aberto, a curvatura do espaço é tal que o Universo não se fecha sobre ele mesmo. Um universo aberto é infinito. Ele difere de um universo fechado, uma vez que a expansão nunca desacelera. Certos geocientistas dizem que se o nosso Universo (a possibilidade que haja outros universos que o nosso não pode ser cientificamente excluída) fosse infinito e eterno, qualquer que fosse a direcção de observação, nós veríamos sempre a luz de uma estrela e todo o céu seria tão brilhante (quer de noite quer de dia) como a da superfície do Sol. Quer isto dizer, que mesmo durante o dia seria difícil de distinguir o Sol do brilho do fundo do Universo. Contudo, como todos nós sabemos, de noite, o céu é negro e existe um meio que separa as estrela (ou galáxias), o que, provavelmente, quer dizer que o Universo, pelos menos, actualmente, não é infinito e eterno. Parece que a densidade do Universo, que é difícil de determinar, condiciona se um Universo será fechado, aberto ou plano.

Densidade de Drenagem....................................................................................................................................................................Drainage Density

Densité de drainage / Densidad de drenaje / Flussdichte, Drainage Dichte / 排水密度 / Плотность речной сети / Densità di drenaggio

Comprimento total dos canais de escoamento dividido pela área de drenagem. Indica se a bacia é bem ou mal drenada. A densidade de drenagem exprime-se em km/km2. A densidade de drenagem é o inverso de uma manutenção constante dos canais e igual ao recíproco de duas vezes o comprimento do escoamento superficial.

Ver: " Bacia de Drenagem "
&
" Corrente "
&
" Rio "

A densidade de drenagem depende da geologia (estrutura e litologia), das características topográficas da bacia de drenagem e, numa certa medida , das condições climáticas  e antrópicas. Na práctica, os valores de densidade de drenagem variam de 3 a 4 para as regiões onde o escoamento não atinge que um desenvolvimento limitado e está centralizado. Eles ultrapassam 1000 par certas zonas onde o escoamento é muito ramificado com pouca infiltração. Segundo Schumm, o valor inverso da densidade de drenagem, C=1/Dd, chama-se « constante de estabilidade do curso de água». Fisicamente, ele representa a superfície da bacia necessária para manter condições hidrológicas estáveis num vector  hidrográfico unitário (secção da rede). A produção de sedimentos e densidade de drenagem são máximas nas regiões semiáridas. A mesma mudança climática tem efeitos muito diferentes nas regiões áridas, semiáridas e húmidas. Um aumento de precipitação numa região árida aumenta a densidade de drenagem e a exportação de sedimentos nessa área. A mesma mudança na precipitação numa região semiáridas (aumento da cobertura vegetal), produzirá menos sedimentos e a densidade de drenagem e diminuirá à medida que a vegetação elimina os canais de drenagem. Da mesma maneira, um aumento de energia (aumento da descarga ou da inclinação da base do vale fluvial induzido por uma actividade tectónica) pode causar que um escoamento rectilíneo se transforme num escoamento com um padrão sinuoso, que um escoamento pouco meandriforme se transforme num escoamento meandriforme ou pode não causar qualquer efeito quando o escoamento é entrançado. As mesmas mudanças da energia ou do material introduzido no sistema podem produzir efeitos muito diferentes, o que implica um bom conhecimento das condições iniciais antes de fazer extrapolações. Os diagramas ilustrados nesta figura mostram como é que a densidade de drenagem ou a produção de sedimentos varia com a precipitação média anual (esquema superior) e como sinuosidade (comprimento do canal dividido pelo comprimento do vale) varia com o a energia do escoamento (força de tracção multiplicada pelo velocidade de fluxo). Com um aumento da precipitação, a densidade de drenagem aumenta até um máximo (de a para b, no diagrama superior), nas regiões semiáridas, diminui (b a c) e depois permanecer relativamente constante (c para d) nas regiões húmidas, quando todas as outras variáveis são iguais. Com um aumento da força da corrente ou velocidade, a sinuosidade permanece constante com baixos valores (de a para b), aumenta com formação de meandros (de b para c), diminui com a transição de meandros para rios entrelaçados (de c para d) e depois é, mais ou menos, constante quando o sistema fluvial é tipicamente entrançado (de d para e).

Deposição (carbonatos)........................................................................................................................................................................................................................Deposition

Déposition (carbonatos) / Depositación (carbonatos) / Ablagerung (Karbonate), Karbonatsedimentation / 沉积(碳酸盐岩) / Отложение (карбонаты) / Deposizione (carbonati)

Os carbonatos e, sobretudo, os carbonatos de água pouco profunda, raramente, se acumulam de uma maneira constante e uniforme. A grande maioria dos afloramentos sugere uma hierarquia de ritmos (entre milhares e centenas de milhões de anos). Estes ritmos são pontuados por eventos singulares (ciclos de Milankovitch, autociclos, etc.) e pelas mudanças da evolução orgânica e química.

Ver: " Deposição (clásticos) ”
&
" Ciclo de Milankovitch "
&
" Autociclo (carbonatos) "

O esquema superior mostra o afogamento (plataforma carbonatada sob uma lâmina de água superior à zona fótica) e exposição de uma plataforma carbonatada devido a glacio-eustasia, produzida pela sobreposição dos ciclos de 20 ky e 200 ky de Milankovitch. As pequenas variações na amplitude do ciclo de 100 ky, produzem um conjunto de cinco ciclos de depósitos de planície de maré. Durante as grandes variações no ciclo de 100 ky, como, por exemplo, no Pleistocénico, a deposição nas plataformas carbonatadas é muito mais errática e o controlo pelos ciclos de Milankovitch não é evidente. Nos últimos milhões de anos, os episódios glaciares e interglaciares, que a Terra sofreu são causados por variações cíclicas do movimento da Terra à volta do Sol. Os ciclos de Milankovitch correspondem ao conjunto das variações cíclicas da excentricidade da órbita, inclinação e precessão do eixo de rotação da Terra. As variações de estes três ciclos criam diferenças na radiação solar que atinge a superfície terrestre, o que influência o clima e, assim, o espessamento e adelgaçamento dos glaciares. O primeiro ciclo de Milankovitch, que é induzido pela excentricidade (entre 0 e 5 % de elipticidade) da órbita da Terra, tem uma periodicidade de 100 ky. As oscilações ligadas à excentricidade são cruciais para as glaciações. A energia solar recebida à superfície da terra, durante as estações, varia. O segundo ciclo é induzido pela inclinação do eixo de rotação em relação ao plano da órbita. Este ciclo produz oscilações de 41 ky para ângulos de inclinação entre 21,5° e 24,5°. Menor é a inclinação, mais uniforme é a distribuição da radiação solar entre o inverno e verão. O último ciclo de Milankovitch (± 20 ky) é induzido pela precessão do eixo de rotação, isto é, o movimento cónico (como o de um pião) do eixo de rotação à medida de a Terra gira à sua volta. Evidentemente, que na deposição dos carbonatos, outros factores entram em linha de conta, como o clima e lâmina de água, etc.

Deposição (clásticos)..............................................................................................................................................................................................................................Deposition

Déposition (clastiques) / Depositación (clásticos) / Ablagerung (klastischen) / 碎屑岩沉积 / Обломочные отложения / Deposizione clastica

Processo pelo qual os sedimentos transportados pelos agentes de transporte associados à erosão (principalmente água, vento e gelo), tombam do meio de transporte e se depositam, em geral, perto da ruptura costeira de uma superfície de deposição.

Ver: " Deposição (carbonatos) "
&
" Ciclo de Davis "
&
" Deposição Fluvial "

Nesta imagem da região do Vale da Morte na Califórnia (EUA) reprocessada (MED, Modelo de Elevação Digital), é fácil de ver os efeitos da erosão e deposição. A esquerda, nas áreas altas, a erosão (destacamento, arrastamento e transporte) é preponderante, enquanto que à direita, nas áreas baixas, é a deposição que é preponderante. Desde que o processo de erosão pára, os sedimentos deixam os meios de transporte e depositam-se. Na estratigrafia sequencial, ao longo de uma superfície de deposição (superfície cronostratigráfica), que inclina sempre para o mar, mas com inclinações diferentes, várias rupturas da inclinação podem ser reconhecidas. Estas rupturas de inclinação delimitam ambientes de deposição diferentes. De montante para jusante, as rupturas de uma superfície de deposição são: (i) Ruptura da Superfície de Deposição Fluvial ou Linha de Baía, que limita os depósitos fluviais (a montante) dos depósitos deltaicos e costeiros (é esta ruptura que é visível nesta fotografia) ; (ii) Ruptura Costeira da Superfície de Deposição, que corresponde, mais ou menos, à linha da costa e marca o limite entre os depósitos deltaicos/costeiros e marinhos ; (iii) Ruptura da Superfície de Deposição de Água Pouco Profunda, que corresponde sempre ao rebordo da bacia (quando a bacia não tem plataforma continental, ela coincide com ruptura de deposição costeira), o que quer dizer, que ela marca o limite entre os depósitos de talude continental quer com os da plataforma quer com os da planície costeira, quando as condições geológicas são de baixo nível do mar, isto é, quando a bacia não tem plataforma continental) ; (v) Ruptura da Superfície de Deposição Abissal, que marca o limite entre os depósitos de talude continental e da planície abissal. Esta ruptura corresponde, muitas vezes, ao limite entre os cones submarino de talude (CST) e os cones submarinos de bacia (CSB). Nem todos os geocientistas concordam com a definição de linha de baía de Vail (limite entre os depósitos fluviais e parálicos (influência das variações relativas do nível do mar).

Deposição Fluvial.................................................................................................................................................................................................Fluvial Deposition

Déposition fluviale / Depositación fluvial / Fluvial Ablagerung / 河流沉积 / Речные отложения / Deposizione fluviale

Processo pelo qual os sedimentos se depositam a montante da linha de baía. Os processos, que permitem a deposição dos sedimentos costeiros e da planície deltaica, são excluídos da deposição fluvial visto que neles a influência marinha é preponderante, enquanto que na deposição fluvial as variações relativas do nível do mar não têm, praticamente, nenhuma influência.

Ver : " Deposição (clásticos) "
&
" Linha de Baía "
&
" Ambiente de Deposição "

Não há consenso no limite jusante dos depósitos fluviais. Posamentier e Vail (1988) consideram a linha de baía como limite jusante, mas para Miall (1997), o conceito de linha de baía é muito questionável. Para E. Mutti, como ilustrado neste esquema, um sistema fluvial e um sistema turbidítico têm muitas características comuns. Ambos os sistemas são compostos por uma: (i) Zona de Fonte (Zf) ; (ii) Zona de Transporte (ou transferência) sedimentar (Zt) e (iii) Zona de deposição (Zd). Em certos casos, os dois sistemas de deposição estão interconectados. Mutti considera três possibilidades: a) Sistemas Fluviais, que se desenvolvem a montante da linha de baía, com leques aluviais importantes e depósitos deltaicos (a jusante da linha de baía, em geral, entre a linha da costa e o rebordo da bacia) associados ou não, mas sem depósitos turbidíticos ; b) Sistemas Mistos, que se formam quando a bacia, quase não tem plataforma continental e, por isso, a linha da baía está muito próxima da linha da costa, o que implica a formação de deltas aluviais (quando a parte distal dos deltas aluviais ou delta tipo-Gilbert, atinge o rebordo da bacia, deslizamentos gravitários produzem correntes de turbidez que depositam os sedimentos transportados em cones submarinos) ; c) Sistemas Turbidíticos, que se formam quando instabilidades do rebordo da bacia produzem deslizamentos gravitários de grandes dimensões, que põem em movimento grandes quantidades de sedimentos, que são transportados, durante grandes distâncias, para as partes mais profundas da bacia e depositados sob a forma de cones submarinos. Para Mutti, nos sistemas mistos e turbidíticos, as condições geológicas são sempre de nível alto do mar (nível do mar mais alto do que o rebordo da bacia), o que quer dizer, que estes depósitos não estão associados com descidas relativas do nível do mar, como é o caso dos cones submarinos de bacia e talude de P. Vail.

Depósito Costeiro não-Marinho...........................................................................................................Costal Non-Marine Deposit

Dépôt côtier non-marin / Depósito costero no-marino / Coastal nicht - marinen Ablagerung / 沿海非 - 海相沉积 / Прибрежные не-морские отложения / Deposito costiero no-marino

Depósito localizado a montante da ruptura costeira da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa) e a jusante da linha de baía. Os depósitos da planície costeira e de inundação (dos rios) são os mais frequentes depósitos costeiros não-marinhos, visto que eles são, parcialmente, controlados pelas variações relativas do nível do mar, mas depositados num ambiente sedimentar que não é propriamente marinho.

Ver : " Deposição Fluvial "
&
" Linha da Costa "
&
" Planície Costeira "

Os depósitos das planícies de inundação dos rios, como, por exemplo, o ilustrado nesta fotografia (Rio Segres, Espanha) podem ser considerados como depósitos costeiros não-marinhos. Eles são compostos, principalmente, por areias maciças, de granulometria fina a média e com laminações paralelas (os mais finos intervalos reconhecidos nas rochas sedimentares que diferem um dos outros pela cor, composição ou granulometria), oblíquas ou entrecruzadas. As laminações ascendentes (ou remontantes) indicam um escoamento para montante, isto é, numa zona de escoamento pouco energético, que se afasta da corrente principal. As mudanças de cor observadas, frequentemente, nestes sedimentos indicam, que estes têm proveniências diferentes. Na estratigrafia sequencial, o conceito de ambiente sedimentar não-marinho é baseado no nível de base de deposição (posição relativa do nível de mar, a qual é controlada pela acção conjunta da eustasia e tectónica, uma vez que a acção das ondas do mar, isto é, a profundidade da acção erosiva das vagas, é, quase sempre, tomado como insignificante). O nível de base, que na planície costeira está situado, mais ou menos, próximo do nível do mar e o acarreio sedimentar são os principais parâmetros, que controlam a distribuição dos depósitos não-marinhos. Os depósitos litorais e as área localizadas acima do limite máximo da maré alta são considerados como ambientes não-marinhos costeiros. Vários sistemas de deposição não-marinha podem ser considerados: (i) Sistemas Fluviais Baixos, (ii) Sistemas Eólicos, (iii) Sistemas Deltaicos (certas partes), (iv) Sistemas Litorais (cordões litorais), (v) Sistemas de Praia (certos sistemas). Como todos estes sistemas de deposição estão localizados próximo da linha da costa, eles são, directamente, influenciados pelas variações relativas do nível do mar, as quais são o principal factor da ciclicidade dos depósitos parálicos.

Depósito de Galgamento................................................................................................................................................................................................Washover

Dépôt de debordement (ligne de virage) / Depósito de desbordamiento / Washover Anzahlung / Washover存款 / Намывное отложение / Doratore, Deposito di onde che oltrepassano il ripiano littorale

Sedimentos depositados pela acção de galgamento, quer isto dizer, que o meio de transporte dos sedimentos os obrigou a saltar por cima de um obstáculo (como o fazem os galgos ou cães gauleses). O obstáculo é, em geral, um cordão litoral, que limita a parte externa (lado do mar) de uma laguna.

Ver: " Delta "
&
" Delta de Tempestade"
&
"Acção da Vagas (mar muito agitado)"

Nesta fotografia, um grande leque de areia (delta de tempestade), construiu-se no lado do continente de um cordão litoral, que separa o oceano de uma laguna de dimensões importantes. Esta construção sedimentar foi induzida pelo galgamento das ondas, quer isto dizer, que durante uma ou várias tempestades, as ondas do mar passaram por cima do cordão (erodindo-o parcialmente) e depositaram os sedimentos erodidos e outros (transportados de mais longe) na parte de trás da laguna (área com um lâmina de água pequena) em acumulações de areia em forma de leque (semelhantes a pequenos deltas fluviais), que os geólogos chamam deltas de tempestade ou deltas das ondas. A espessura destes depósitos pode variar entre alguns centímetros e vários metros. As tempestades com a sua grande energia e ventos, muito fortes, que normalmente lhe estão associados, são capazes de deslocar grandes quantidades de água. É necessário ter em linha de conta, que como a gravidade é a lei principal, a água desloca-se rapidamente, quando sob a acção de uma força, mas volta ao seu estado normal desde que a força é retirada. O movimento da água é uma das grandes forças de erosão, o que quer dizer, que grandes quantidades de água podem destruir corpos de areia muito facilmente, incluindo os cordões litorais. Se uma tempestade for suficientemente forte, a pré-praia de um cordão litoral pode ser erodida substancialmente de maneira que as dunas e florestas litorais são obrigadas a recuar ou ser total ou parcialmente destruídas. Um tal erosão, expõem, também, a parte interna dos cordões litorais à erosão. Os depósitos de galgamento obedecem, naturalmente, às regras da sedimentologia. Por cima dos cordões litorais, os depósitos de galgamento exibem uma configuração interna paralela, mas à medida que a profundidade de água da bordadura da laguna aumenta, eles exibem configurações internas sigmoidais, que caracterizam os chamados delta de tempestade, como ilustrado no esquema da parte superior direita desta figura

Depósito Fluvioglaciar (côte)...............................................................................................................................................................................Drift Deposit

Dépôt fluvio-glaciare (côte) / Depósito fluvioglaciar / Glaziofluvialer Anzahlung (auf dieser Seite) / 冰水存款(边) / Флювиогляциальное отложение / Depositi fluvioglaciali (costa)

Corpo geológico depositado num lago, oceano ou rio em consequência directa da actividade glaciar.

Ver: " Glaciar "
&
" Cone Fluvioglaciar "
&
" Ambiente de Deposição "

Todos os materiais rochosos (argila, silto, areia cascalho, blocos, etc.) transportados por um glaciar e depositados directamente pelo gelo ou correntes de água, que se formam devido à fusão do glaciar, são depósitos fluvioglaciares. Nestes depósitos, estão incluídos todos os sedimentos não-estratificados, que formam as moreias (depósitos do material de um glaciar, que são expostos desde que o glaciar se adelgaça) e depósitos estratificados que constituem as planícies fluvioglaciares, eskers (longos e sinuosos cordões de areia e cascalho estratificados), kames (montículos de areia, cascalho e tilo, isto é, sedimentos não trabalhados e não estratificados depositados directamente por ou sob um glaciar e que não são reactivados pelas águas de fusão) com forma irregular que se acumulam nas depressões quando o glaciar retrograda, varvas (níveis de sedimentos ou de uma rocha sedimentar que se depositam durante um ano), etc. Nesta fotografia, a jusante de um glaciar na ilha de Bylot, no Canadá, os sedimentos fluvioglaciares, sobretudo, cascalho e areia, depositaram-se em barras entrançadas. Na fotografia mais pequena (canto esquerdo superior da figura), o glaciar é perfeitamente visível, assim como as barras de areia e cascalho, que formam um sistema de canais entrançados (ou anastomosados). Na fotografia maior, tirada mais a jusante do que a primeira, os canais entrançados são mais nítidos e padrão observado em baixo e à esquerda (em tons mais escuros) é o resultado do gelo e degelo de uma camada activa na zona de pergelissolo. Em geologia, o pergelissolo ou solo de permafroste é o solo que está à temperatura de congelação ou mesmo mais baixo durante um período de, pelo menos, dois anos. O gelo não está sempre presente, como é, muitas vezes, o caso quando o substrato não é poroso, mas ele, de maneira geral, está presente e pode existir em quantidades, que excedem o potencial de saturação hidráulica do terreno. Os perigelissolos estão localizados a altas latitudes, próximo do pólo norte e sul, mas eles, também, podem existir a altas altitudes nas áreas de baixa latitude, como, por exemplo, nas regiões alpinas. Em inglês, a expressão "drift deposits" pode ser utilizada para designar outros depósitos sedimentares, que não estão necessariamente depositados num ambiente glaciar.

Depósito de Nível Alto (do mar)........................................................................................................................................................Highstand Deposit

Dèpôt de haut niveau (de la mer)/ Depósito de nivel alto (del mar) / Anzahlung auf hohem Niveau (meer) / 存款高级别(海) / Отложение в условиях высокого уровня моря / Deposito di alto livello (mare)

Sedimentos depositados na planície costeira, plataforma, talude continental, ou mesmo na planície abissal, quando o nível de mar está mais alto do que o rebordo da bacia e quando o ponto de equilíbrio e a linha da baía estão a montante da ruptura da superfície de deposição costeira. Desde que a linha da baía e o ponto do equilíbrio estão a jusante do rebordo da bacia, os depósitos são de nível baixo: (i) Cones submarinos quando o ponto do equilíbrio está a jusante da linha de baía e (ii) Depósitos de prisma de nível baixo quando ele está a montante.

Ver: " Depósito de Nível Baixo (do mar) "
&
" Variação Relativa (do nível do mar) "
&
" Nível Alto (do mar)"

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Austrália, três ciclos-sequência incompletos, induzidos por três ciclos eustáticos de 3a ordem (duração inferior a 3-5 My) são óbvios. Estes ciclos estratigráficos estão separados por duas discordâncias, que se reconhecem sem grande dificuldade pelas terminações dos reflectores: (i) Biséis de Agradação e (ii) Biséis Superiores por Truncatura. À excepção do prisma de nível baixo (PNB) do ciclo-sequência mais recente, que é visível no canto inferior direito da interpretação e dos preenchimentos de dois vales cavados, que sublinham a discordância basal do ciclo-sequência superior, todos os cortejos sedimentares, visíveis nesta linha, são de nível alto do mar, quer isto dizer, que eles se depositaram quando o nível do mar estava mais alto do que o rebordo da bacia (não confundir com rebordo continental). Nesta tentativa, os cortejos transgressivos (CT) e os prismas de nível alto (PNA) são predominantes. Os cortejos transgressivos (CT), que se depositam durante subidas relativas do nível do mar em aceleração, têm uma geometria globalmente retrogradante e uma configuração interna paralela. Os prismas de nível alto, que se depositam durante as subidas relativas do nível do mar em desaceleração, têm uma geometria progradante e uma configuração interna sigmoidal (agradação é significativa, embora, pequena, em relação à progradação, como no ciclo sequência superior) ou oblíqua (quando a agradação é insignificante, como no ciclo sequência intermediário). Muitos autores agrupam o cortejo sedimentar transgressivo e o prisma de nível alto num só cortejo chamado cortejo de nível alto (CNA). Note que tendo em conta a escala vertical e o ângulo das progradações, a fácies predominante dos ciclos inferior é, provavelmente, carbonatada.

Depósito de Nível Baixo (do mar)................................................................................................................................................Lowstand Deposit

Dépôt de bas niveau (de la mer) / Depósito de nivel bajo (del mar) / Ablagerung von Low-Level (Meer) / 低层次的存款(海) / Отложение в условиях низкого уровня моря / Deposito di basso livello (mare)

Sedimentos depositados quando o nível do mar é baixo. Eles são localizados a jusante da ruptura da superfície de deposição costeira do intervalo precedente de nível alto (rebordo da bacia). Eles podem ser da bacia, talude ou litorais dependendo das posições relativas da linha de baía e do ponto de equilíbrio com respeito à ruptura da superfície costeira e rebordo da bacia. Não é correcto associar os depósitos do nível baixo com sedimentos de água profunda. Muitos dos sedimentos do prisma de nível baixo depositam-se sob pequena profundidade de água. Em casos particulares, os depósitos de nível baixo podem depositar-se quando o nível de mar está acima do rebordo da bacia, mas mais baixo que a ruptura costeira da superfície de deposição (a linha de baía e o ponto do equilíbrio estão a jusante da ruptura da superfície de deposição costeira).

Ver: " Depósito de Nível Alto (do mar)"
&
" Variação Relativa do Nível do Mar "
&
"Nível Baixo (do mar)"

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Namíbia, é fácil de reconhecer um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência, induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, isto é, com um tempo de duração inferior a 3-5 My. Este ciclo-sequência, como aliás todos os ciclos sequência, é limitado entre duas discordâncias (superfícies de erosão criadas por descidas relativas do nível do mar). Contudo, este ciclo-sequência está incompleto. Os cortejos sedimentares de nível alto (do mar), isto é, o cortejo transgressivo (CT) e o prisma de nível alto (PNA) não se depositaram. Unicamente os depósitos de nível baixo (do mar) se depositaram. Assim, de baixo para cima, os três membros que formam o cortejo de nível baixo (CNB), reconhecem-se facilmente : (i) Cones Submarinos da Bacia (CSB) ; (ii) Cones Submarinos do Talude (CST) e (iii) Prisma de Nível Baixo (PNB). Por outro lado, em associação com o prisma de nível baixo, reconhece-se, na parte superior Este, o preenchimento de um vale cavado e, na parte inferior Oeste, um conjunto de turbiditos com geometria em telhado de ripas. O preenchimento do vale cavado é síncrono da deposição da parte superior do prisma de nível baixo (PNB) e os turbiditos em telhado de ripas depositam-se na base das progradações do prisma de baixo nível. A geometria ondulada ("asas de gaivota") dos cones submarinos do talude (CST) contrasta com a geometria paralela dos CSB.

Depósito de Planície de Inundação.....................................................................................................................Flood-Plain Deposit

Dépôt de plaine de inondation / Depósito de planicie de inundación / Ablagerung von Aue / 漫滩存款 / Пойменные отложения / Deposito della golena

Um dos sedimentos arenosos e argilosos depositados pela água de um rio que desbordou sobre a planície de inundação.

Ver: " Depósito de Transbordo"
&
" Meandro "
&
" Planície de Inundação "

Embora os depósitos da base dos vales resultem de uma série de processos sedimentares de diversos ambientes, os mais importantes depósitos das planícies de inundação são os que se formam perto dos canais dos rios. Estes depósitos referem-se normalmente a: (i) Depósitos de Acreção Lateral, que se formam dentro dos canais, à medida que o rio migra para trás e para a frente, na base do vale e (ii) Depósitos de Acreção Vertical, que se acumulam na planície de inundação quando os rios transbordam os bancos dos canais. Os depósitos de acreção vertical ou de planície de inundação ocorrem quando os rios deixam os canais, onde eles se escoam normalmente, durante as épocas das cheias e depositam os sedimentos no topo das superfícies das planícies de inundação. A altitude das superfícies de inundação aumenta durante as inundações, como ilustrado nesta figura. A deposição por transbordo varia de uma inundação a outra. Quando a deposição é fraca, isto significa, que o máximo de concentração do material transportado em suspensão ocorreu durante a subida do nível da inundação, o que quer dizer, que muito do potencial dos sedimentos de transbordo é removido do sistema antes que o nível do rio atinja o ponto máximo. Uma vez que os processos de acreção lateral e vertical ocorrem ao mesmo tempo, o aluvião debaixo da superfície da planície de inundação é formado, normalmente, por estes dois tipos de depósito, os quais diferem fundamentalmente na granulometria (os depósitos de acreção lateral são mais grosseiros). Os depósitos de planície de inundação, também, se formam em associação com rios entrelaçados (ou entrançados como dizem certos autores), mas os processos fluviais associados são mais dinâmicos e menos regulares. A erosão dos cordões e bancos não está confinada a um lado particular do canal e o rio muda muitas vezes a sua posição sem erodir os erodir. Nesta fotografia, tirada por J. S. Shelton, os diferentes terraços do rio de San Juan (Novo México) são perfeitamente visíveis. Cada um destes terraços corresponde a depósitos antigos de inundação que foram abandonados e que onde, mais tarde, o rio cavou um profundo canal.

Depósito Residual (fundo de canal) ...........................................................................................................................................................Channel Floor Lag

Dépôt résiduel (fond de chenal) / Depósito residual (fondo de canal) / Kanalboden Lag / 频道落地滞后 / Остаточные отложения (дно канала) / Deposito residuo di canale

Depósito, de espessura variável, por vezes lenticular, formado pelo material mais grosseiro que uma corrente transporta e que se acumula nas partes mais profunda do leito da corrente.

Ver: " Preenchimento de Canal "
&
"Barra de Meandro (modelo)"
&
" Vale Cavado (inciso)"

Depósitos residuais, como os ilustrados nestes afloramentos, são formados por triagem e abandono das partículas mais grandes e pesadas de uma corrente, enquanto que as mais leves e pequenas continuam a ser transportadas para jusante. Muitos depósitos residuais são, por vezes, englobados nos sedimentos, que transitam ao longo dos canais e são removidos por correntes laterais. Outros, ao contrário, são relativamente estáveis e duráveis. Todos os geocientistas sabem, que, por exemplo, o ouro ou outros minerais pesados são frequentes nos depósitos residuais, mas infelizmente eles não são tão frequentes como o cascalho ou blocos dos bancos de areia. O cascalho e blocos relativamente grandes, que se observam, muitas vezes, na base de muitos depósitos de vale, imediatamente acima do substrato rochoso, são aparentemente depósitos residuais concentrados pela repetitiva e contínua remoção das partículas mais pequenas. Um partícula bloco ou cascalho (partícula) pode ser transportado pela corrente, pelo menos, durante as cheias ou inundações, embora os depósitos de que fazem parte essas partículas sejam globalmente estáveis. Assim, é necessário distinguir entre um depósito residual de uma corrente (actual) e os depósitos grosseiros acumulados anteriormente durante períodos em que a corrente tinha uma competência maior ou quando ela transportava um quantidade maior de sedimentos (quando ela tinha maior carga). Este tipo de depósitos não é exclusivo dos ambientes fluviais. Ele encontra-se, muitas vezes, nos sistemas de deposição turbidítica e em particular com os cones submarinos da bacia, quando estes estão desconectados da ruptura inferior do talude continental. Desde que uma corrente de turbidez entra na planície abissal, ela começa a desacelerar e perder competência, o que permite, que as partículas mais grossas, que elas transportam se depositem, em geral, em pequenas anomalias negativas do substrato, que favorecem a desaceleração e formam depósitos residuais a várias centenas de metros ou mesmo quilómetros a montante do lóbulo principal. Este tipo de depósitos é muito conhecido no fliche dos Alpes suíços, onde eles são muito ricos em minerais pesados que, por vezes, podem ser explorados economicamente.

Depósito Residual (turbidites)..........................................................................................................................................................................................Lag Deposit

Dépôt residual (turbidites) / Depósito residual (turbiditas) / Residual Anzahlung (Turbiditen) / 剩余的存款(浊流)/ Задержанные наносы / Concentrazioni residue (di frammenti grossolani), Deposito residual (torbiditi)

Acumulação de material grosseiro na parte inferior do talude continental, perto da ruptura da inclinação, isto é, ligeiramente a montante dos cones submarino da bacia. Os depósitos residuais depositam-se quando uma corrente turbidítica começa a perder competência. Em qualquer corrente, quer ela seja turbidítica ou não, o material mais grosseiro é transportado na base da corrente com uma velocidade inferior à do material mais fino. Quando a corrente começa a desacelerar, naturalmente, o material mais grosseiro é deixado para trás e deposita-se, em geral, preenchendo pequenas anomalias batimétricas.

Ver: " Cone Submarino da Bacia "
&
" Turbidito "
&
" Vale Cavado (inciso)"

O esquema superior representa uma carta geológica de um Sistema Turbidítico Grande (STG), que E. Mutti chamou do Tipo I. O esquema inferior representa o perfil geológico A'A do sistema representado no esquema superior (o perfil está localizado pela linha horizontal A'A). As características principais de um sistema turbidítico grande (STG), no qual os depósitos residuais são frequentes, são as seguintes: (i) Ele desenvolve-se em condições geológicas de nível alto do mar (nível do mar acima ou ao nível do rebordo da bacia), mas de preferência quando o reborda da bacia coincide com a ruptura da superfície de deposição costeira, isto é, quando a bacia não tem plataforma continental ; (ii) As correntes de turbidez são, normalmente, induzidas por instabilidades do rebordo da bacia que coincide com o rebordo da planície costeira (rebordo continental) e (iii) As correntes de turbidez são muito importantes e transportam, para as partes profundas bacia, uma grande quantidade de sedimentos. Nestas condições, quando as correntes de turbidez atingem a ruptura de inclinação do talude continental, elas têm uma competência tão grande que os sedimentos são transportados, por vezes, durante várias dezenas de quilómetros dentro da planície abissal. Uma zona de transporte importante (Zt) permite, que as partículas mais grossas se depositem em pequenas anomalias negativas do substrato, provavelmente, criadas pela erosão das correntes e formem os chamados depósitos residuais, os quais são, mais ou menos distantes, do lóbulo principal. Note que, obviamente, a zona de transporte (Zt) é a jusante da zona da fonte dos sedimentos (ZF), e a montante da zona de deposição (Zd).


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Ultima actualização : Febreiro, 2015