Discordância...................................................................................................................................................................................................Discordance, Unconformity
Discordance / Discordancia / Diskordanz / 不整合 / Несоответствие, несогласное залегание / Discordanza
Superfície de erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar, a qual pode produzir uma ausência de paralelismo dos estratos em relação aos limite dos ciclos estratigráficos. As terminações somitais (truncaturas e biséis superiores) ocorrem nos limites superiores dos ciclos (discordância superior), enquanto que as terminações basais (biséis de agradação e progradação) ocorrem ao longo da discordância inferior.
Voir: " Descida Relativa (do nível do mar) "
&
" Erosão "
&
" Desconformidade "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do lago de Maracaibo (Venezuela), uma discordância, isto é, uma superfície de erosão, induzida por uma descida relativa do mar, é, facilmente, reconhecida pelas terminações dos reflectores subjacentes, que foram truncados (biséis superiores por truncatura). Os reflectores sobrejacentes à discordância, aparentemente, nesta área, são paralelos à discordância. Estas relações geométricas entre os reflectores indicam, que a discordância foi, localmente, reforçada pela tectónica. O contexto geológico regional da área, onde esta linha foi tirada, é compressivo. Vários regimes tectónicos compressivos ocorreram, particularmente, durante o Cenozóico. Os sedimentos foram encurtados e levantados produzindo inversões tectónicas. A superfície de erosão associada à discordância (Miocénico Superior) truncou os sedimentos pré-Miocénicos criando evidentes terminações por truncatura dos reflectores. Durante o Mio-Pliocénico, um outro regímen tectónico compressivo, dobrou sedimentos. Em certas áreas, como é o caso aqui, o dobramento não foi suficiente para acomodar os sedimentos às novas condições de volume. Por isso, desenvolveram-se falhas inversas para encurtar mais os sedimentos, afim que os problemas de volume sejam respeitados (lei de Goguel). Na interpretação geológica das discordâncias, o problema é de saber quem tem o papel preponderante, se é a eustasia ou tectónica. Um encurtamento dos sedimentos produz um levantamento, mas não uma erosão. A erosão dos sedimentos levantados só existirá, se eles forem expostos à superfície. Para isso, o nível do mar tem que descer. A taxa das variações eustáticas é muito mais grande do que a taxa das variações tectónicas, o que quer dizer (para os adeptos da estratigrafia sequencial, que, basicamente, todas as discordância são eustáticas embora certas possam ser reforçadas pela tectónica.
Discordância por Afogamento(carbonatos).........................................................................................Drowning Unconformity
Discordance par submersion (carbonates) / Discordancia por ahogamiento (carbonatos) / Ertrinken Diskordanz / 溺水的不整合 / Обводненное несогласное залегание / Discordanza per annegamento
Tipo particular de superfícies de inundação, que existe nos sistemas de deposição carbonatada, quando o fundo do mar se afunda para além da zona fótica. O termo discordância (como definido na estratigrafia sequencial, é aqui mal utilizado.
Ver: " Discordância "
&
" Deposição (carbonatos) "
&
" Descida Relativa (do nível do mar) "
Nesta linha sísmica, é, provável, que o limite superior do ciclo-sequência, formado por carbonatos, corresponda a uma discordância por afogamento, quer isto dizer, que uma subida relativa do mar importante tenha colocado o fundo do mar para além da zona fótica, o que, evidentemente, provocou o fim da formação de carbonato e a morte da plataforma carbonatada. As discordâncias por afogamento estão, a maior parte das vezes, associadas a uma interface entre carbonatos (debaixo) e siliciclásticos, o que é típico das plataformas carbonatadas ligadas ao continente, isto é, plataforma,s que tem um aporte terrígeno importante depois do afogamento. Nas plataformas isoladas, como parece ser o caso do exemplo ilustrado nesta linha sísmica, que estão desconectadas do continente, depois do afogamento o aporte terrígeno é fraco, o que permite que a sedimentação carbonatada possa voltar depois do afogamento, se o fundo do mar atingir outra vez a zona fótica. Em tais condições, as discordâncias por afogamento podem ocorrer, igualmente, entre interfaces carbonatadas. Nestes casos, elas caracterizam-se por superfícies endurecidas, depositadas durante os períodos em que a taxa de sedimentação é muito fraca. Pode dizer-se, que todas as superfícies de inundação de uma plataforma carbonatada são discordâncias por afogamento e não, unicamente, as associadas com as rápidas e importantes transgressões. Na estratigrafia sequencial, uma discordância por afogamento é considerada, como qualquer outra discordância, um limite de ciclo estratigráfico, isto é, uma superfície de erosão. Contudo, para certos geocientistas, a utilização de discordâncias por afogamento, que eles consideram como superfícies de inundação, como limites de ciclos estratigráficos corresponde ao método utilizado na estratigrafia genética e não na estratigrafia sequencial, à excepção de que nem todas as superfícies de inundação máxima são discordâncias por afogamento, mas, unicamente, as induzida pelas transgressões rápidas.
Discordância Angular............................................................................................Enhanced Unconformity, Angular Unconformity
Discordance angulaire / Discordancia angular / Schräg-Diskordanz / 角度不整合 / Угловое несогласие / Discordanza angolare
Discordância na qual as camadas sobrejacentes tem uma inclinação diferente da das camadas subjacentes, isto é, que existe uma fase tectónica entre os dois ciclos estratigráficos que a discordância limita. Sinónimo de Discordância Reforçada.
Ver: " Descida Relativa (do nível do mar) "
&
" Truncatura "
&
" Desconformidade "
Duas discordâncias angulares são reconhecidas nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da China. Este offshore corresponde à sobreposição de três tipos de bacias sedimentares: (i) Cintura Dobrada Paleozóica ; (ii) Bacias do Tipo-Rifte e (iii) Margem Continental Divergente do tipo não-Atlântico, de idade Cenozóico. Por cima do soco, que, provavelmente, é constituído por rochas de idade pré-câmbrica, depositou-se um grande pacote sedimentar paleozóico que, mais tarde, devido aos sucessivos regimes tectónicos compressivos, se transformou numa cadeia de montanhas, a qual, no fim da Era Paleozóica, se transformaram numa peneplanície. Dois grandes intervales paleozóicos, separados por uma discordância angular, isto é, uma discordância que foi reforçada pela tectónica, são fáceis de reconhecer, tendo em conta as terminações dos reflectores sísmicos, particularmente, os biséis somitais (ou superiores) por truncatura. Acima e abaixo das discordâncias, a inclinação das camadas é muito diferente. A discordância superior, entre os sedimentos paleozóicos e sedimentos meso-cenozóicos da margem divergente não-Atlântica, é, também, uma discordância angular, embora os intervalos sobrejacentes sejam paralelos à discordância e tenham uma configuração interna paralela. Em termos sísmicos, o perfil da impedância acústica, associado com todas estas discordâncias angulares, varia lateralmente, uma vez que as interfaces que as definem mudam lateralmente. Por conseguinte, estas discordâncias, contrariamente, às discordâncias não reforçadas pela tectónica, não são sublinhadas por um reflector sísmico homogéneo (amplitude, mais ou menos, constante) e contínuo, mas por uma associação lateral de vários reflectores com características diferente função do perfil de impedância acústica. Este tipo de discordâncias, não pode ser seguido ou ponteado (‘picking” em inglês) em continuidade. O geocientista interpretador é obrigado a saltar das cristas para as depressões das reflexões ou o contrário, todas as vezes que contraste de impedância acústica muda. Como dizia Anstey (1978), é na interpretação das discordâncias que se vêem as qualidades do interpretador.
Discordância da Base (Inferior)............................................................................................................................................................Base-Discordance
Discordance da la base (inférieur) / Discordancia de base / Niedrigere-Diskordanz / 较低的差异 / Подошвенное угловое несогласие / Discordanza inferiore, Superficie di deposizione iniziale
Limite inferior de um ciclo-sequência a montante da conformidade correlativa, isto é, na área onde a descida relativa do nível do mar provocou, pelo menos localmente, uma superfície de erosão.
Ver: " Ciclo-Sequência "
&
" Truncatura "
&
" Discordância "
Um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, isto é, por um ciclo eustático com um tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My (milhões de anos). Como cada ciclo eustático é limitado entre duas descidas relativas do nível do mar, o ciclo estratigráfico associado é limitado por duas superfícies de erosão, quer isto dizer, por duas discordâncias. Contudo, isto só é verdade nas áreas em que há erosão. Nas partes profundas do talude continental e planície abissal, não há erosão (quando há erosão ela não está associada, directamente, as variações relativas do nível do mar). Nas áreas profundas, os limites dos ciclos estratigráficos são as conformidades que correlacionam a montante com as discordâncias, com ilustrado neste esquema. Em relação a um determinado ciclo-sequência, a discordância de base é a discordância inferior que, evidentemente, é, ao mesmo tempo, a discordância superior do ciclo subjacente. Dentro de um ciclo-sequência completo, como o ilustrado acima, todos os cortejos sedimentares (conjuntos de cadeias laterais de sistemas de deposição contemporâneos e geneticamente relacionados) se depositaram: (i) Prisma de Nível Alto (PNA), que se podem também chamar cortejo de nível alto progradante ; (ii) Cortejo Transgressivo (CT), que também se pode chamar cortejo de nível alto retrogradante e (iii) Cortejo de Nível Baixo, o qual quando completo é formado por três membros: (a) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (b) Cones Submarinos de Talude (CST) e (c) Prisma de Nível Baixo (PNB). Como ilustrado no esquema da direita, a discordância de base reconhece-se sem grande dificuldade na base dos cortejos de nível alto (prisma de nível alto e cortejo transgressivo) e na parte superior do prisma de nível baixo. Ao contrário, na parte inferior do prisma de nível baixo e nos cones submarinos (bacia e talude), a discordância de base do ciclo não existe e por isso o limite inferior do ciclo é dado pela conformidade correlativa, isto é, pela a conformidade que tem a mesma idade que a discordância e sobre a qual os cones submarinos de bacia e talude repousam. Note, que as terminações dos reflectores associados aos cones submarinos não são verdadeiros biseis de agradação, uma vez que eles correspondem a biséis de progradação locais ("asas de gaivota).
Discordância Críptica.........................................................................................................................................................................Cryptic Unconformity
Discordance cryptique / Discordancia críptica / Schräg-Diskordanz / 角度不整合 / Скрытое несогласие / Discordanza angolare
Discordância que não está, pelo menos localmente, exagerada pela tectónica e que é difícil de reconhecer. Este tipo de discordância é muito frequente nas bacias onde os regimes tectónicos extensivos são predominantes. Isto é particularmente verdadeiro a montante do rebordo da bacia e em água profunda. As discordâncias são crípticas, visto que a erosão, que as caracteriza é difícil de pôr em evidência. A montante do rebordo da bacia, unicamente, os preenchimentos dos vales cavados sublinham a superfície de erosão, que acompanha a descida relativa do mar. A jusante do rebordo da bacia, os canhões e vales submarinos são particularidades que permitem a identificação dos limites dos ciclos estratigráficos, isto é, das discordâncias e suas conformidades correlativas.
Ver: " Ciclo Sequência "
&
" Truncatura "
&
" Discordância "
Todas as discordâncias não reforçadas pela tectónica, isto é, todas as discordâncias que não são angulares, são crípticas. Elas são difíceis de reconhecer e sobretudo de seguir, quer nas linhas sísmicas, quer no campo. Isto é, particularmente, verdadeiro na ausência de vales cavados e canhões submarinos, como ilustrado no modelo geológico da parte inferior direita desta figura. Isto é, perfeitamente, corroborado nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional do offshore de Nova Jersey (Este dos EUA). Na parte central-oeste desta linha, uma intrusão vulcânica (confirmada por poços de pesquiza e estudos de magnetismo), bem visível nas linhas paralelas, deformou os sedimentos sobrejacente criando um estrutura antiforma (estrutura extensiva e não compressiva como é um anticlinal). Mais tarde, ela foi, parcialmente erodida, devido a uma descida relativa do nível do mar, que exumou a plataforma continental e criou uma superfície de erosão, isto é, uma discordância regional, que sublinha o topo do Triásico. Pode dizer-se, que regionalmente, a discordância associada a essa descida do nível do mar é críptica, como se pode constatar na linha sísmica, fora da área onde a discordância não foi reforçada pela tectónica, isto é, pela intrusão vulcânica. O intervalo progradante superior, que corresponde ao Cenozóico, é muitas vezes utilizado para mostrar a importância da eustasia na estratigrafia, uma vez que a subsidência induzida pela tectónica é aqui insignificante: todo o espaço disponível para os sedimentos (acomodação) foi criado pela eustasia.
Discordância Inter-regional (Sloss).......................................................................................................Interregional Unconformity
Discordance interrégionale (Sloss) / Discordancia inter-regional (Sloss) / Interregionale Diskordanz / 区域间的不整合 / Межрегиональное несогласие / Discordanza interregionale
Discordância que pode ser mapeada em toda a bacia e que por vezes pode ser reconhecida noutras bacias. Este tipo de discordância foi, pela primeira vez, reconhecida nas bacias cratónicas dos Estados Unidos da América do Norte.
Ver: " Discordância "
&
" Discordância Planetária "
&
" Estratigrafia Sequência "
Na análise sequencial é importante diferenciar as discordâncias, isto é, as superfícies de erosão induzidas por descidas relativas do nível do mar induzidas pela acção combinada da eustasia e da tectónica (subsidência ou levantamento) que, em geral, se podem seguir em toda a extensão da bacia e mesmo em bacias diferentes, das descontinuidades localizadas nos bordos da bacias. A grande maioria dos geocientistas reserva o termo discordância para as superfícies de erosão induzida pelas descidas relativas do nível do mar, qualquer que seja preponderância das componentes eustática e tectónica. A erosão tem que ser regional e não local e não pode haver deposição, excepção feita nas partes profundas da bacia onde há deposição de turbiditos (cones submarinos de bacia e ta de talude é possível). Num meandro, onde a erosão e deposição são síncronas, as superfícies de erosão não são consideradas como discordâncias. Embora uma discordância limite sempre um ciclo estratigráfico, a sua identificação nem sempre é fácil, sobretudo se elas não foram reforçadas pela tectónica. Uma discordância reforçada, tectónicamente, é o que muito geocientistas chamam discordância angular. À escala de uma carta geológica ou de uma linha sísmica regional uma discordância reforçada pela tectónica passa lateralmente, quase sempre, a uma discordância normal que muitos geocientistas chamam discordâncias eustática para sublinhar o facto que é a eustasia a responsável da ciclicidade sedimentar e não a tectónica (note que não há consenso sobre este assunto, em particular em certas bacias sedimentares como por exemplo nas bacias de antepaís). Existem unicamente duas regiões onde as discordâncias não reforçadas pela tectónica são fácies de identificar: (i) A jusante do rebordo da bacia, onde o acunhamento dos depósitos de nível baixo é bem visível e em particular junto da base do talude continental, devido ao acunhamento doa cones submarinos da bacia e (ii) Perto do rebordo continental onde o preenchimento de canhões submarinos e vales cavados fossiliza a discordância de base do ciclo-sequência sobrejacente.
Discordância Menor..................................................................................................................................................................................................................Interthem
Discordance mineure / Discordancia menor / Kleine-Diskordanz / 轻微差异 / Меньшее несогласие / Discordanza minore
Discordância que limita uma unidade estratigráfica com uma espessura comparável à de uma formação geológica ou comparável ao tempo e espessura de um andar (geológico). Vários discordâncias menores podem ser reconhecidos dentro de um sintema. Sinónimo de Intertema.
Ver: " Intertema "
&
" Unidade Litostratigráfica "
&
" Sintema "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Indonésia (este da ilha de Bornéu), três ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência (ciclos estratigráficos induzidos por ciclos eustáticos de 3a ordem, isto é, com um tempo de duração que varia entre 0,5 e 3-5 My) podem, facilmente, pôr-se em evidência. Estes ciclos estratigráficos são limitados por discordâncias (SB. 8,2 Ma, SB. 6,2 Ma e SB. 5,5 Ma), que foram criadas por descidas relativas do nível do mar, que puseram o nível do mar mais baixo que o rebordo da bacia, uma vez que os biséis de agradação costeiros foram deslocados, de maneira abrupta, para o mar e para baixo (agradação negativa). Cada uma destas discordâncias foi datada utilizando os estudos paleontológicos dos testemunhos de sondagem de poços de pesquiza e as cartas cronostratigráficas (Haq et al., 1986), uma vez que os poços, efectuados nesta região, nunca alcançaram os cones submarinos de bacia associados às discordâncias, os quais permitem de a datar correctamente (a idade da camada pelágica dos cones submarinos de bacia dá a idade da discordância, isto é, o hiato mínimo entre os sedimentos subjacentes e sobrejacentes à discordância). A diferença de idade entre as elas (SB. 8,2 Ma, SB. 6,2 Ma e SB. 5,5 Ma) é sempre inferior a 3-5 My e superior a 0,5 My. Contudo, dentro dos intervalos sedimentares, que elas definem, que correspondem efectivamente a ciclos-sequência, várias discordâncias menores, que permitem de considerar ciclos estratigráficos de hierarquia inferior, que são induzidos por a ciclos eustáticos de 4a ou 5a ordem. Alguns destes ciclos estratigráficos de alta frequência (as variações relativas do nível do mar são muito rápidas) são completos, isto é, são compostos por todos os cortejos sedimentares: (i) Cortejo de Nível Alto (cortejo transgressivo e prisma de nível alto); (ii) Cortejo de Nível Baixo, o qual, em geral, é formado por um (a) Prisma de Nível Baixo ; (b) Cones Submarinos do Talude e (c) Cones Submarinos da Bacia. Contudo, na maioria dos casos, os ciclos estratigráficos de alta frequência são incompletos.
Discordância Planetária.................................................................................................................................................................Global Unconformity
Discordance planétaire / Discordancia planetaria / Globale Diskordanz / 全球不整合 / Глобальное несогласие / Discordanza globale
Discordância induzida por uma descida relativa do nível do mar, que se observa em toda as partes da Terra. Aparentemente, pare muitos geocientistas, este tipo de discordância parece estar associado, de preferência, às variações de volume das bacia oceânicas e não à glacio-eustasia.
Ver: " Global (evento geológico) "
&
" Discordância "
&
" Discordância Menor "
Como indicado por diversos geocientistas, a realidade das rupturas de sedimentação à escala global continua a ser muito controversa. Recentemente, Svetlana et al., 2008, compilaram todos os dados sobre a discordância entre o Jurássico e Cretácico, num certo número de regiões, com estilos tectónicos e sedimentares diferentes. Eles concluíram que a correlação entre a discordância Jurássico-Cretácico e a curva eustática não é evidente e pensam, que a definição de uma discordância global passa antes de mais por uma clarificação da curva eustática. Nós, como um grande parte dos geocientistas que trabalham nas companhias petrolífera, pensamos que existem discordâncias globais, i.e., discordâncias que se reconhecem, praticamente, em todas as bacias sedimentares do mundo. Uma dessas discordâncias está, perfeitamente, ilustrada nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore convencional do Camarão. Nesta tentativa de interpretação é fácil constatar uma importante descida do nível do mar entre os depósitos profundos do Cretácico (cones submarinos de talude) e os depósitos do Oligocénico superior, que para muitos geocientistas foi induzida pela formação da calote glaciar do Antárctico. Esta descida relativa do nível do mar induziu uma importante superfície de erosão (aérea e subaquática), isto é, uma discordância, que se encontra não só nas margens divergentes do tipo-Atlântico, mas também nas margens divergentes não-Atlânticas (formadas em associação com a formação de megasuturas). Com esta discordância, estão associados, na parte profunda das bacias, depósitos turbidíticos profundos (cones submarinos da bacia e do talude), o que permitem de afirmar, que a idade, mais provável. da discordância é de cerca de 30 Ma. A idade de uma discordância é dada pela idade do hiato mínimo entre os depósitos dos ciclos estratigráficos, que a discordância individualiza. A idade das camadas pelágicas dos cones submarinos da bacia dá idade da discordância. Neste exemplo, o poço de pesquiza atravessou o preenchimento de um canhão submarino, mas outros atravessaram os cones submarinos associados com discordância.
Discordância Reforçada.................................................................................Enhanced Unconformity, Angular unconformity
Discordância reforçada / Discordancia reforzada / Verbesserte Diskordanz / 不一致增强 / Увеличенное несогласие / Discordanza rinforzata
Discordância, localmente, reforçada pela tectónica. À medida que nos afastamos das regiões tectonicamente activas, é possível constatar, que as discordâncias reforçadas (discordâncias angulares) passam, lateralmente, a desconformidades, que geralmente são discordâncias, induzidas pelo eustatismo, que limitam os ciclos estratigráficos. A maioria dos geocientistas considera a eustásia como a causa principal das discordâncias. As variações eustáticas têm um grande frequência e pequena amplitude, enquanto que as variações tectónicas tem uma pequena frequência e uma grande amplitude.
Ver: " Discordância "
&
" Discordance Angulaire "
&
" Truncatura "
Nesta tentativa de interpretação geológica de um linha sísmica do offshore de Nova Jersey (EUA), é fácil de conjecturar que uma discordância, isto é, uma superfície de erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar criada pela acção combinada da eustasia e tectónica (subsidência ou levantamento) foi, localmente, reforçada por uma intrusão vulcânica. Na parte direita da linha, a cerca de 2,2 segundos (tempo duplo) de profundidade, a discordância angular se reconhece facilmente, pelas terminações os reflectores (biséis somitais por truncatura). Contudo, lateralmente, esta mesma discordância, reforçada pela tectónica, passa a uma discordância críptica, na qual a superfície de erosão não é evidente. A correlação entre estas duas discordâncias é corroborada pelas outras linhas sísmicas da região que não são influenciadas nem pela intrusão vulcânica nem pela intrusão salífera (diapiro de sal). Note que a presença de uma anomalia magnética importante e os resultados dos poços de pesquiza corroboram a presença da intrusão vulcânica, cuja implantação deformou, isto é, alongou os sedimentos à sua volta, o que criou uma discordância angular (discordância reforçada pela tectónica). Excluindo as cadeias de montanhas e bacias de ante-país, onde os regimes tectónicos compressivos são predominantes, as discordâncias (limites dos ciclos estratigráficos) são consideradas na estratigrafia sequencial como induzidas por descidas relativas do nível do mar, mas nas quais a eustasia desempenha o papel principal. Uma das razões, muitas vezes, avançadas é que a taxa das variações eustáticas é, em geral, muito mais rápida do que a taxa das variações tectónicas. A subsidência (tectónica) cria a maior parte do espaço disponível, para os sedimentos, mas é a eustasia que é a responsável pela ciclicidade dos depósitos.
Discordância Superior (de topo)............................................................................................................................................................Top-Discordance
Discordance supérieure / Discordancia del tope, Discordancia superior / Top Diskordanz / 首页-不一致 / Угловое несогласие в кровле / Discordanza sottostante, Discordanza superiore
Discordância que limita superiormente um ciclo estratigráfico, em geral um ciclo-sequência, o qual é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, isto é, um ciclo eustático cujo tempo de duração varia entre 0,5 e 3-5 milhões de anos. Os ciclos eustáticos são os responsáveis principais da ciclicidade de criação de espaço disponível para os sedimentos (acomodação).
Ver: " Discordância"
&
" Limite do Ciclo Sequência "
&
" Truncatura "
Na estratigrafia sequencial, todos os ciclos estratigráficos, isto é: (i) Ciclos de Invasão Continental, (ii) Subciclos de Invasão Continental, (iii) Ciclos-Sequência, são limitados, no topo e na base, por discordâncias uma vez que eles são induzidos por ciclos eustáticos. As discordâncias correspondem aos limites entre os ciclos eustáticos, os quais são definidos entre duas descidas relativas consecutivas do nível do mar. Uma discordância, quer ela seja de topo ou de base (a discordância do topo de um ciclo, é necessariamente a discordância da base do ciclo sobrejacente), corresponde a uma superfície de erosão. Os paraciclos-sequência, que não devem ser considerados ciclos, como certos geocientistas os consideram, são limitados por superfícies de inundação sem descidas relativas do nível do mar entre elas. As discordâncias, são caracterizadas, quer por biséis de agradação dos sedimentos sobrejacentes, quer por biséis somitais ou superiores (truncatura ou sem-depósito) dos sedimentos subjacentes. Estas terminações dos reflectores não se encontram ao longo de toda a superfície de erosão, mas sim em lugares privilegiados como sejam os vales cavados, rebordo da bacia e parte superior do talude continental. Quando o nível relativo do mar desce, em geral, ele fica mais baixo do que rebordo da bacia (discordância do tipo I), o que quer dizer que a linha da costa, onde os rios desaguavam, desloca-se para o mar, por vezes, várias dezenas de quilómetros. Este deslocamento da linha da costa para jusante rompe o perfil de equilíbrio provisório dos rios, os quais são obrigados a cavar (erosão) os seus leitos para que um novo perfil de equilíbrio provisório seja alcançado, o que quer dizer, que a erosão se faz de preferência ao longo das correntes. Em associação com a descida relativa do nível do mar, deslizamentos e canhões submarinos ocorrem, naturalmente, perto do rebordo da bacia. É por isso que é nesta área, que, normalmente, as discordâncias são mais evidentes.
Discordância de Tipo I ........................................................................................................................................................................Type I Unconformity
Discordance type I / Discordancia de tipo I / Typ I Diskordanz / 整合I型, 键入我不整合 / Несогласие типа I / Discordanza di tipo I
Superfície de erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar (eustasia mais tectónica) que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (quando a bacia tem uma plataforma continental, isto é, em condições geológicas de nível alto) ou do rebordo continental (quando a bacia não tem plataforma continental, isto é, quando o rebordo continental e rebordo da bacia são coincidentes). Nas partes profunda da bacia, onde não há, praticamente, erosão, uma discordância do tipo I passa a uma conformidade correlativa. Os cones submarinos de bacia e de talude depositam-se em associação com este tipo de discordância.
Ver: " Discordância "
&
" Discordância do Tipo II "
&
" Descida Relativa (do nível do mar) "
Neste esquema, uma discordância do Tipo I separa dois ciclos-sequência. O ciclo-sequência inferior está representado, unicamente, pelo o prisma de nível alto, o qual, na base, é limitado pela superfície de inundação máxima (o cortejo transgressivo subjacente não está representado). Dentro do prisma de nível alto, as linhas cronostratigráficas (planos de estratificação ou reflectores sísmicos) são sigmóides e cortam as linhas fácies (litologia) dos diferentes ambientes sedimentares, isto é: (i) Planície Aluvial ; (ii) Planície Costeira ; (iii) Litoral e (iv) Marinho. Durante o prisma de nível alto, que se deposita quando o nível relativo do mar sobe em desaceleração, o rebordo da bacia, que a partir de um determinado momento (bacia sem plataforma continental) coincide, mais ou menos, com a linha da costa deslocava-se para cima e para jusante, i.e., prograda para o mar. Desde que o nível relativo do mar relativo parou de subir e começou a descer, a planície costeira e a parte superior do talude continental foram exumadas criando uma superfície de erosão, i.e., uma discordância do Tipo I. A erosão aumentou, drasticamente, o aporte terrígeno, que chega ao talude continental e é transportado por correntes de gravidade para o fundo do mar, onde os sedimentos se depositam sob a forma de cones submarinos (os únicos intervalos sedimentares que se depositam durante descidas relativas do nível do mar), começando assim um novo ciclo-sequência. Desde que o nível relativo do mar começa a subir, os biséis de agradação costeira fossilizam, pouco a pouco, a discordância do Tipo I.
Discordância de Tipo II..................................................................................................................................................................Type II Unconformity
Discordance type II / Discordancia de tipo II / Typ II Diskordanz / 二,不整合型, 不整合型II / Несогласие типа II / Discordanza di tipo I
Superfície de erosão criada por uma descida relativa do nível do mar que não pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (quando a bacia tem uma plataforma continental, isto é, em condições geológicas de nível alto) ou do rebordo continental (quando a bacia não tem plataforma continental, isto é, quando o rebordo continental e rebordo da bacia são coincidentes). Unicamente uma parte da plataforma ou da planície costeira são exumadas, o que quer dizer, que parte superior do talude continental fica debaixo de água. Como numa discordância do Tipo I, para jusante ela passa a uma conformidade correlativa. Na parte profunda da bacia, não há cones submarinos associados com uma discordância do Tipo II.
Ver: " Discordância "
&
" Discordância do Tipo I "
&
" Descida Relativa (do nível do mar) "
Este tipo de discordância, que actualmente, praticamente, desapareceu da terminologia da estratigrafia sequencial (hoje fala-se sobretudo de regressões forçadas) não limita um ciclo estratigráfico, uma vez que a descida relativa do mar a que ela está associada não é suficientemente importante para individualizar um ciclo eustático. Neste esquema, está ilustrado uma prisma de nível alto, que se depositou por cima da superfície de inundação máxima, que o individualiza do cortejo transgressivo (não representado). No prisma de nível alto (do mar), os planos de estratificação ou os reflectores (no caso de uma linha sísmica) são sigmóides e cortam as linhas de fácies (litologia). À medida que o nível relativo do mar sobe em desaceleração, a linha da costa (limite jusante da planície costeira), que, provavelmente, coincide com o rebordo da bacia, desloca-se para o mar e para cima (progradação e agradação). A partir de um determinado momento, o nível do mar deixa de subir e começa a descer, lentamente, exumando, unicamente, uma pequena parte do litoral, antes recomeçar a subir. Esta pequena descida relativa cria uma discordância do Tipo II, isto é, ela provoca um pequeno deslocamento para o mar e para baixo dos biséis de agradação costeiros, que não atingem o talude continental. O intervalo sedimentar depositado entre uma discordância do tipo II e a discordância do tipo I seguinte chama-se cortejo de rebordo ou descendente e faz parte integral do ciclo-sequência subjacente.
Discordâncias (ciclos estratigráficos)........................................................................................................................................................................Unconformities
Discordâncias (ciclos estratigráficos) / Discordancias (ciclos estratigráficos) / Diskordanzen (stratigraphische Zyklen) / 不整合面(地层旋回) / Несогласие (стратиграфических циклов) / Discordanze (cicli stratigrafici)
Uma discordância do Tipo I e II, assim como as suas superfícies conformes equivalentes, são os limites dos ciclos estratigráficos. As discordâncias do Tipo I estão associadas com as descidas relativas do nível do mar significativas, as quais põem o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. As discordâncias do Tipo II estão associadas a pequenas descidas relativas do nível do mar, as quais, normalmente, não exumam a plataforma, ou unicamente uma parte dela. Uma discordância do Tipo I correlaciona, a jusante, isto é, na planície abissal, com a base dos cones submarinos da bacia (CSB), o que não é o caso das discordâncias do Tipo II. As superfícies basais de progradação só são limites dos ciclos estratigráficos na parte distal da planície abissal onde as progradações dos prismas de nível alto (PNA) repousam em concordância sobre os limites dos ciclos.
Ver: " Discordância "
&
" Ciclo Estratigráfico "
&
" Cortejo Sedimentar "
Neste modelo matemático (Marco Polo Software) estão ilustrados três ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência, induzidos por ciclos eustáticos de 3a ordem, isto é, com um tempo de duração que varia entre 0,5 e 3-5 My. Os ciclos estratigráficos estão limitados por discordâncias, uma vez que estas marcam as superfícies de erosão criadas pelas descidas relativas do nível do mar. As descidas relativas têm que ser suficientemente importantes para que o nível do mar fique mais baixo do que o rebordo da bacia (discordância do tipo I). Quando o nível do mar não fica mais baixo do que o rebordo da bacia, a discordância associada (discordância do tipo II) não é um limite de ciclo. Neste modelo, unicamente o ciclo-sequência intermediário (ciclo-sequência 2) está completo. Da base para o topo, reconhece-se: (i) Uma discordância do tipo I ; (ii) Os cones submarinos de bacia (CSB) ; (iii) Os cones submarinos de talude (CST); (iv) O prisma de nível baixo (PNB) ; (v) O cortejo transgressivo (CT) e (vi) O prisma de nível alto (PNA). Os três primeiros intervalos (CSB, CST e PNB) formam o cortejo de nível baixo (CNB). O cortejo transgressivo e o prisma de nível alto, para alguns geocientistas, formam o cortejo de nível alto (CNA). Uma discordância do tipo II, desenvolveu-se na parte superior do ciclo-sequência inferior, acima da qual se depositou-se um prisma de bordadura de bacia (PBB).
Discrepância (desigualdade de Koksma)......................................................................................................................................................................Discrepancy
Inconsistance (inégalité Koksma) / Discrepancia (desigualdad de Koksma) / Diskrepanz / 差异 / Неустойчивость (горной породы) / Discrepanza /
Divergência ou desacordo, entre os factos ou alegações. Diferença entre coisas que deveriam ser iguais. Em geologia, o termo discrepância é utilizado para exprimir a diferença entre o que é esperado e o que realmente ocorre, como por exemplo para exprimir a diferença entre a interpretação geológica de uma linha sísmica (tentativa) e a realidade.
Ver: « Linha Sísmica »
&
« Corte Geológico »
&
« Calibração Sísmica »
O termo discrepância é, por vezes, erradamente utilizado em vez de disparidade (grande diferença entre as coisas mensuráveis, tais como idade geológica de uma rocha, velocidade de escoamento de uma corrente, etc). Uma discrepância existente entre as coisas que deveria ser o mesmo, ela pode ser pequena, mas, geralmente, ela é significativa. Nesta figura está ilustrada a discrepância entre uma tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica em tempo do offshore de Angola e o mais provável modelo geológico (construído a partir dos resultados dos poços de pesquiza e de uma linha sísmica migrada e convertida em profundidade). Os geocientistas quando interpretam dados sísmicos nunca podem esquecer que uma linha sísmica é um perfil em tempo e não em profundidade. Desde que os intervalos sísmicos mostram variações laterais de velocidade de propagação das ondas acústicas ou variações de espessura toda uma série de artefactos sísmicos aparecem que mascaram muito a realidade geológica. Neste caso particular, o horizonte sísmico que sublinha o topo do soco tem na linha sísmica uma geometria muito diferente da do modelo. Na linha sísmica, o soco mostra um alto bem marcado, enquanto que no modelo, ele inclina regularmente para Este. A razão desta discrepância é, em parte, devida a variação lateral de espessura do sal (na linha sísmica, este intervalo que é limitado entre o segundo e terceiro reflector (a contar de baixo) é pouco espesso porque as ondas acústicas atravessam este intervalo muito rapidamente, 5000 m/s) e, em parte, devido a variação lateral da fácies do intervalo sedimentar sobrejacente ao sal. No sector Este a fácies é carbonatada (v= 4500 m/s) e no sector oeste ela é argilosa (v = 2000 m/s). Assim, na parte Este da linha sísmica, as ondas acústicas gastam menos tempo a atravessar os intervalos sedimentares e o reflector associado ao topo do soco é baixado. O contrário sucede com os reflectores associados com à base do sal e intervalo sobrejacente.
Dissolução (solução)....................................................................................................................................................................................................................................Dissolution
Dissolution / Disolución / Lösung, Auflösung / 解散 / Разложение (растворение) / Dissoluzione
Reacção química em que um material contínuo é dispersado como iões em um líquido. A halite (NaCl) dissolve-se quando colocada na água.
Ver: " Diagénese "
&
" Subsidência Compensatória "
&
" Lei de Goguel "
Nas montanhas do Jura, na Suíça, onde a fácies é, sobretudo, carbonatada, a dissolução é, por vezes, um fenómeno importante, como ilustrado nesta figura (as áreas pintadas a branco são as áreas dissolvidas). À escala mesoscópica (escala do afloramento, i.e., da continuidade) as estruturas anticlinais são, perfeitamente, concêntricas e sem grandes perdas por dissolução, como se pode constatar no canto direito inferior deste esquema. Em certos casos, a dissolução pode atingir mais de 30% do volume total da rocha, o que quer dizer, que a lei de Goguel, que diz que durante a deformação, o volume das rochas é, mais ou menos, constante (tendo em conta a diminuição do volume induzida pela compactação), tem que ser utilizada com muito cuidado. O volume de material carbonatado perdido, por dissolução, durante a estilolitização (formação de estilólitos) pode também ser muito importante. Qualquer movimento diferencial, sobre pressão, é acompanhado, quase sempre, por dissolução e formação (diagenética) de estilólitos. Nas formações carbonatadas, mas também, embora mais raramente, em formações arenosas e quartzíticas, os geocientistas calculam, mais ou menos, o volume de rocha perdido por estilolitização (por vezes a partir da deformação dos fósseis), a qual aparece como um evento da fase inicial de deformação. Como a direcção dos estilólitos é paralela ao σ_1 (esforço efectivo máximo) do regime tectónico que deformou a rocha, para calcular o volume perdido por dissolução os cortes geológicos ortogonais ao σ_1 são, absolutamente, indispensáveis (para transformar uma lei tridimensional em bidimensional). Os fenómenos de dissolução são, também, muito frequentes e importantes nas bacias evaporíticas, onde a dissolução do sal pode produzir estruturas muito complicadas, como as descritas por Arbenz (1968) na bacia de Williston (EUA), que foram criadas por dissolução selectiva do sal dos evaporitos dévónicos, a qual criou uma subsidência compensatória. Este mecanismo, na sua forma mais simples, corresponde a uma lexiviação selectiva de uma parte do intervalo salífero com um colapso do teto o que cria espaço disponível (acomodação) para os sedimentos.
Distributário, Distributivo (Braço, Canal)...............................................................................Distributary Channel, Arm, Fork
Défluent (distributaire) / Canal distributario, Brazos / abzweigender Arme / 分流河道 / Рукав (реки) / Canale emissario
Qualquer dos numerosos braços nos quais um rio se divide para atingir o seu delta.
Ver: " Rio "
&
" Delta "
&
" Corrente (curso de água) "
Um distributário ou canal distributivo é uma corrente de água, que se ramifica ou que se escoa para fora do canal principal. Este fenómeno é conhecido por bifurcação de um rio. Os distributivos, como ilustrado nesta figura, são muito comuns nos deltas associados aos rios. O oposto de um distributivo (ou distribuidor) é um tributário ou afluente de um rio. Os distribários, normalmente, ocorrem como correntes de água próximo dos lagos ou do mar. Eles ocorrem também no onshore, como, por exemplo, nas bacias fechadas ou endorreicas (bacia de drenagem fechada, que retêm a água e não permite nenhum escoamento para outras massas de água) ou quando uma corrente distributiva se bifurca ao aproximar-se da confluência com uma corrente mais importante. Em alguns casos, um distributivo menor pode roubar tanta água ao canal principal, que ele pode tornar-se o trajecto principal da corrente. O estudo dos deltas mostra, claramente, que os canais distributários controlam o fluxo dos sedimentos para o oceano. Uma relação existe, por vezes, entre o número de canais distributários, o comprimento do rio e o gradiente do delta. Estas relações são válidas para os delta controlados ou fortemente influenciados, pelas ondas do mar, descarga dos rios, marés ou pelo gelo. Muitas vezes, os distributivos de um delta resultam do efeito de pêndulo dos lóbulos deltaicos, o que quer dizer, que as correntes são obrigadas a deslocar-se, lateralmente, desde que se forma um lóbulo. Os deltas controlados naturalmente, em contraste com os deltas controlados pelos homem, como o Klinaklini (Canadá, Colômbia Britânica), têm canais distributivos, que actuam como fontes de transbordo durante os períodos de cheia. Os deltas controlados antropogenicamente, como, por exemplo, o delta do Pó, têm canais distributivos, que controlam as cheias e, também, um baixo escoamento. Os controles antropogénicos influenciam, fortemente, a taxa de progradação natural do delta induzida pelas mudanças do acarreio terrígeno. Eles controlam a posição dos canais distributários, mas também a subsidência induzida pela extracção do gás natural e água subterrânea. Mesmo nestas condições de controlo, o delta do Pó retém cerca de 16% dos sedimentos transportados pelos canais, os quais se sobrelevam à uma taxa anual de 4-10 cm em relação a planície de inundação.
Divagação (canal).....................................................................................................................................................................................................................................................Shifting
Divagation (course d'eau) / Divagación / Streifzug / 徘徊 (频道 ) / Блуждание (отклонение русла) / Divagazione (canale)
Deslocamento lateral de um curso de água, quer por mecanismo de formação de meandros abandonados, quer por mecanismos mais regionais que obrigam as correntes a mudar de bacia hidrográfica.
Ver: " Rio "
&
" Meandro Abandonado "
&
" Difluência "
O rio Kosi é um rio transfronteiriço que flui através do Nepal e da Índia. Alguns dos seus afluentes, como por exemplo, o rio Arun, Sol Kosi e Koshi Bhote, são originários da região autónoma do Tibete da China. Como ilustrado nesta figura, o rio Kosi é um dos maiores afluentes do rio Ganges. Junto com os seus afluentes, o rio Kosi drena 29400 km^2 na China (principalmente no norte da bacia superior do Arun, na do Monte Everest), 30700 km^2 no Nepal e cerca de 9200 km^2 na Índia. A bacia hidrográfica é rodeado pelos cumes, que o separam do rio Yarlung Zangbo, ao Norte, do Gandaki a oeste, do Mahananda a Este, e do Ganges, ao Sul. O rio é alimentado por série de afluentes importantes nas montanhas de Mahabharat, cerca de 48 km ao norte da fronteira entre a Índia e o Nepal. Mais baixo do que sopé dos contrafortes (Siwaliks) o rio construiu um enorme leque aluvial com mais de 15000 km^2 de extensão, e ramifica-se em mais de doze canais, mais ou menos, distintos que mostram importantes divagações induzidas pelas inundações. Ao longo dos últimos 250 anos, como ilustrado nesta figura, o rio Kosi mudou o seu curso cerca de 120 quilómetros de Este a Oeste. A sua natureza instável deste rio é atribuída à forte carga de lodo que ele transporta durante as monções. As inundações na Índia tem efeitos extremos. O país é o segundo no mundo depois de Bangladesh em mortes provocadas pelas enchentes, o que representa um quinto das mortes por inundações em todo o mundo. O leque aluvia do rio Kosi é um dos maiores do mundo. Ele estende-se desde Barāhkṣetra através de todo o território do Nepal, em seguida, a nordeste de Mithila Bihar e Este do Ganges. Ele tem 180 km de comprimento e 150 km de largura e mostra mostra uma evidente divagação lateral do leito que excede 120 km ao longo dos últimos 250 anos, através de pelo menos doze canais principais. O rio, que corria perto Purnea no século 18, escoa-se agora a oeste de Sahar (http://en.wikipedia.org/wiki/Koshi_River).
Dolina.........................................................................................................................................................................................................................................................................................Sinkhole
Doline / Dolina / Doline, Karsttrichter / 沉洞 / Карстовая воронка / Dolina, Lavello, Sinkhole
Depressão natural ou buraco na superfície topográfica causada pelo remoção do solo ou da rocha subjacente ou de ambos pela água. As dolinas variam muito em tamanho (de alguns centímetros até várias centenas de metros) quer em diâmetro quer em profundidade. A forma das dolinas depende sobretudo da estrutura do solo e rochas em que ela se formam.
Ver: " Caverna (gruta)"
&
" Gruta "
&
" Dissolução "
Vários mecanismos de formação de uma dolina são possíveis: (i) Remoção gradual das partes solúveis de uma rocha (em geral calcários) por infiltração de água ; (ii) Colapso do tecto de uma gruta ; (iii) Abaixamento da nível freático (nível ao qual à pressão da água é igual à pressão atmosférica), etc. Por vezes, debaixo da abertura de uma dolina pode encontrar-se uma caverna, e mesmo rios como é o caso na dolina de Cedar (Parque National, EUA). As dolinas estão, muitas vezes, associadas com as morfologias de carso. Em tais regiões, pode haver centenas ou mesmo milhares de dolinas em áreas, relativamente, pequenas, de tal modo que a superfície do terreno é, totalmente, alterada e nenhuma corrente água é possível, em superfície, uma vez que toda água se escoa em profundidade. Com o tempo, as cavernas nos calcários aumentam de volume, os tectos colapsam e formam dolinas. Estas formam-se muito rapidamente e podem ter consequências catastróficas, destruindo, casas, carros e outras propriedades. As dolinas encontram-se com muita frequência nas Montanhas do Jura, assim como na Florida e, como ilustrado nesta fotografia, também no norte de Espanha. Quando os aquíferos estão a pouca profundidade, por vezes, as dolinas são preenchidas por água e formam lagos cujas dimensões podem ser importantes. Infelizmente durante séculos, as dolinas foram utilizadas para armazenar o lixo, o que evidentemente poluiu as água subterrâneas, e tem, consequências muito graves para a saúde das populações que habitam as regiões afectadas. As dolinas podem ser enterradas nos sistemas aquíferos e fossilizadas por sedimentos, quando a pressão dos aquíferos, ajuda a estabilizar os sedimentos de cobertura. Contudo, se a água é bombeada para usos urbanos ou irrigação, o que sucede frequentemente, as dolinas reaparecem uma vez que o nível freático desce. As dolinas que se formam nos recifes e ilhas de coral, que têm grandes profundidades: são os "buracos azuis" dos mergulhadores.
Dolomitização.................................................................................................................................................................................................................................Dolomitization
Dolomitisation / Dolomitización / Dolomitization, Dolomitisierung/ 白云石化 /Доломитизация / Dolomitizzazione
Processo pelo qual os calcários são total ou parcialmente convertidos em calcários dolomíticos por substituição do carbonato de cálcio (calcite) original por carbonato de magnésio (dolomite). Este processo, faz-se, normalmente, através de água carregada de magnésio. A dolomitização pode ser sincrónica ou ligeiramente posterior à sedimentação, ou fazer-se durante a litificação (diagénese).
Ver: " Diagénese "
&
" Calcário "
&
" Litificação"
A dolomitização é um processo pelo qual um calcário é alterado em dolomito (rocha organogenética sedimentar constituída por dolomite, calcite, com vestígios de argila, quartzo, pirite e marcassite). Quando um calcário é posto em contacto com uma água rica em magnésio, a dolomite, mineral de carbonato de cálcio e magnésio, CaMg (CO3)2, substitui a calcite (carbonato de cálcio, CaCO3) na rocha, volume por volume. A dolomitização implica uma recristalização a larga escala. Os grãos de dolomite (mineral), que muitas vezes mostram faces cristalográficas muito distintas, têm, mais ou menos, um tamanho uniforme que é mais pequeno do que os grãos da calcite. Quando a recristalização não é completa, os cristais de dolomite estão disseminados numa matriz de calcite. Certas rochas calcárias exibem manchas de dolomite (diferente cor), que os geocientistas interpretam como o resultado de uma contaminação local por águas ricas em magnésio. As manchas de dolomite que são, totalmente, independentes da estratificação, podem também ser o resultado de uma simples separação, a partir de uma mistura cristalina, de carbonatos de cálcio e de magnésio assim como de carbonato de magnésio, isto é, de uma precipitação local de dolomite (CaMg(CO3)2). A dolomitização é muito frequente nas sabkhas supramareais onde os iões de magnésio resultantes da evaporação da água substituem os iões de c álcio na calcite e formam a dolomite. Como o volume da dolomite é inferior ao da calcite uma dolomitização implica um aumento de porosidade de certa de 13%. Nesta figura, nota-se a dolomitização parcial da calcite, numa amostra do Câmbrico-Ordovícico da Ilha aos Ursos (Spitzberg). Os oóides foram substituídos por euhedros de dolomite. A retenção do carácter original da textura dos oóides dentro da dolomite é evidente. Nesta lâmina delgada a dolomite foi colorida com o vermelho de alizari (nome comercial da raiz da ruiva), o que lhe dá, em preto e branco, tonalidades mais escuras.
Doma Abissal......................................................................................................................................................................................................................................Abissal Dome
Dôme abyssal / Domo abisal / Abyss-Kuppel / 深海穹顶 / Абиссальный купол / Dome abissale
Relevo saliente e isolado, de origem vulcânica, com a forma de um doma que se encontra com muita frequência na planície abissal do assoalhado oceânico.
Ver: " Assoalhado Oceânico "
&
" Colina Abissal "
&
"Cronologia da Tefra"
Neste mapa do ponto triplo dos Açores, construído a partir dos dados de D.T. Sandwell, é fácil de reconhecer as principais morfologias existentes na planície abissal, em particular, os domas abissais. Esta figura ilustra, claramente, a influência que pode ter a morfologia da planície abissal nas variações globais (eustáticas) do nível do mar. A grande maioria dos cientista admite a hipótese que a quantidade de água (sob todas as suas formas) é constante desde a formação da Terra, isto é, desde à cerca de 4,5 Ga (109 anos). Quando o volume das bacias oceânicas diminui, o que é o caso durante a dispersão dos continentes, individualizados pela ruptura dos supercontinentes (Protopangéia e Pangéia), o nível do mar vai subir e inundar, parcialmente, as bordaduras dos continentes. Ao contrário, desde que os continentes começam a aproximar-se uns dos outros (como a Terra é finita e, mais ou menos, redonda, a oceanização tem que ter uma contrapartida, que é a subducção), o nível do mar vai começar a descer, uma vez que o volume das bacias oceânicas aumenta. O máximo de volume das bacias oceânicas é atingido quando toda a crusta continental é aglutinada num pequeno grupo de placas litosféricas e forma um supercontinente, como, por exemplo, a Pangéia. A relação entre o volume das bacias oceânicas e a oceanização, isto é, a formação de nova crusta oceânica é fácil de compreender, uma vez que quanto maior forem as montanhas oceânicas (nova crusta oceânica) menor será o volume das bacias oceânicas. Basta imaginar um aquário em plástico deformável e transparente no qual se deita uma certa quantidade de água. Desde que a base do aquário é deformada por um pistão, por exemplo, o nível da água no aquário vai subir porque, para a mesma quantidade de água, o volume do aquário diminuiu devido a deformação imposta pelo pistão. Quando a expansão oceânica é muito rápida, a crusta oceânica nova, que forma as dorsais oceânicas não tem tempo suficiente para arrefecer (ficar mais densa) e a sua morfologia é muito acentuada. Ao contrário, quando a expansão é lenta, a crusta arrefece, aumenta de densidade e a morfologia é menos acentuada, assim o nível eustático será mais baixo.
Dorsal Médio-Oceânica.........................................................................................................................................................................Mid-Oceanic Ridge
Dorsale mid-océanique / Dorsal medio-oceánica / Mid-ozeanischen Rücken / - 中洋脊 / Срединноокеанический хребет / Dorsale mid-oceanica
Complexo de montanhas submarinas adjacentes à linha mediana assoalhado do oceano. O sistema de uma dorsal oceânica é essencialmente um vulcão linear segmentado. Há um grande número de dorsais oceânicas: (i) A dorsal Atlântica, que funciona como o centro do Atlântico ; (ii) A dorsal do Este Pacífico ; (iii) A dorsal do sudeste Indico, etc,. As dorsais são centros de oceanização, onde as placas litosféricas se afastam mutuamente. Elas elevam-se milhares de metros acima do fundo do mar regional e podem ter uma extensão de mais de 60000 km.
Ver: " Crista Oceânica Média "
&
" Expansão Oceânica "
&
" Cronologia da Tefra "
A parte central da dorsal oceânica média pode observar-se na Islândia (Thingvellier), como ilustrado na pequena fotografia em cima à esquerda desta figura. À medida que as placas litosféricas (Europa e América do Norte) se afastam criam-se vales de tipo-rifte que formam a dorsal oceânica média Atlântica. É interessante notar o deslocamento da dorsal oceânica média pelas falhas de transformantes. Estas falhas não têm nada a ver com as falhas de cisalhamento, como pensam certos geocientistas, uma vez que elas são, unicamente, activas entre a dorsal oceânica média e individualizam diferentes placas litosféricas. O deslocamento, quer ele seja dextro ou senestro, é aparente. Da mesma maneira, e ao contrário duma outra ideia muito espalhada entre certos geocientistas, as falhas transformantes não se prolongam para o continente. São as linhas de fractura continentais que condicionam a localização das falhas transformantes. Isto quer dizer, que os sectores da dorsal média, ao norte e sul de uma falha transformante, são totalmente independentes uns dos outros. Não se pode dizer, que inicialmente, existia uma única dorsal que foi partida e deslocada lateralmente por falhas de cisalhamento. Ao longo das margens Atlânticas, as direcções das falhas transformantes (recentes) correspondem, exactamente,às direcções das linhas de fractura da Pangéia, isto é, do supercontinente (antes da expansão). Foram estas linhas de fractura, que condicionaram não só a localização das bacia de tipo-rifte, formadas durante a alargamento da litosfera, mas também a localização dos locais de fractura da litosfera, das direcções da expansão oceânica e dos pontos quentes.
Drumlin................................................................................................................................................................................................................................................................................Drumlin
Drumlin / Drumlin / Drumlin / 鼓丘 / Друмлин (невысокий продолговатый холм) / Drumlin
Colina mais ou menos perfilada, em grande parte, composta por tilo e com a extremidade mais suave orientada na direcção segundo a qual o glaciar se deslocou. Os drumlins podem aparecem em pequenos conjuntos formando campos de drumlin.
Ver: " Ambiente de Deposição "
&
“ Glaciar ”
&
" Tilo "
Um drumlin é um pequeno montículo formado pela acção glaciar. O eixo maior é paralelo ao movimento do gelo e a face mais abrupta do montículo é orientada contra o sentido do movimento (talude a jusante). Estas estruturas podem ter mais de 50 metros de altura e mais de 1 quilómetro de de comprimento. Elas são formadas por várias camadas que se sobrepõem a um núcleo fundamentalmente formado por um tilo glaciar. Existem várias teorias par explicar a formação dos drumlin. Certas teorias consideram os drumlins como formados directamente pelo gelo, enquanto que outras consideram que os drumlins são o resultado de inundações catastróficas da água altamente pressurizada que flui debaixo do ice. De qualquer maneira, os drumlins são interpretados, basicamente, como uma ondulação de uma corrente. Contudo, contínua sem se compreender porque é que certos glaciares têm drumlin associados e não outros. Os drumlins são, muitas vezes, associados com moreias arqueadas (ou moreias Rogen, quer isto dizer, moreias formadas debaixo dos glaciares), as quais que têm uma morfologia semelhante as ondulações das areia das praias. Este tipo de moreia, que como dito antes ocorre em grupos ou campos são orientados transversalmente ao escoamento inicial do gelo, o que não é o caso dos drumlins que se orientam paralelamente ao escoamento do gelo (no sentido do escoamento). Pode dizer-se que morfologia assimétrica dos drumlins indica a direcção do movimento do gelo. O lado menos inclinado (jusante), em oposição ao talude montante, é no sentido do movimento. A altura de um drumlin pode variar entre 8 e 60 metros e o comprimento ultrapassar largamente o quilómetro. Em certos casos, os drumlins dispõem-se em grupos, mais ou menos, paralelos ao movimento do glaciar como é o caso no esquema ilustrado nesta figura. Não esqueça, que actualmente, é ainda difícil de compreender se os sedimentos se depositaram directamente com a forma de um drumlin ou se essa forma é o resultado de modificações posteriores.
Duna.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................Dune
Dune / Duna / Düne / 沙丘 / Дюна / Duna
Monte de areia construído por processos eólicos.
Ver: " Areia "
&
" Duna da Praia-Alta "
&
" Deserto "
A origem das dunas de areia é muito complexa. Existem três pré-requisitos essenciais: (1) Um abundante acarreio de areia solta numa região, mais ou menos, desprovida de vegetação ; (2) Uma energia eólica suficiente importante para movimentar os grãos de areia, e (3) Uma topografia na qual as partículas de areia possam perder sua energia e se depositem. Vários de objectos, como, por exemplo, arbustos, pedras ou mourões, podem opor-se à força do vento e provocar o empilhamento da areia em pequenos montículos e finalmente em dunas de grandes dimensões. Certos geocientistas mencionam a presença de formigueiros que formam o núcleo sobre o qual as dunas de areia se desenvolvem. A direcção e velocidade do vento, além do acarreio local de areia, produzem uma grande variedade de formas e tamanhos das dunas. O vento desloca individualmente os grãos ao longo da superfície inclinada de barlavento até atingir a crista, que deslizam no o lado de sotavento (face de deslizamento), acumulando-se na base invadindo, lentamente, novas áreas. Algumas dunas com cristas de apenas 30 metros de altura podem avançar 50 metros por ano, o que é uma grande ameaça para as habitações, quintas e estradas doa arredores. Se a direcção do vento é suficientemente uniforme ao longo dos anos, as dunas, gradualmente, mudam na direcção do vento predominante. A vegetação pode estabilizar uma duna, impedindo seu movimento com o vento predominante. Ao longo da costa de certas áreas dos Estados Unidos da América do Norte, florestas inteiras poderão crescer em áreas de dunas. Às vezes, grandes tempestades ou outros distúrbios podem destruir a copa das floresta permitindo que a areia de dunas próximas entre na área perturbada. A estrutura e composição mineral de grãos de areia que formam uma duna depende da geologia das montanhas que foram erodidas pelo vento e água. Embora a maioria das dunas seja composta de grãos de quartzo e feldspato, as dunas brancas White Sands, no Novo México, são formadas de grãos de gesso. As famosas dunas de areia negra das praias das ilhas tropicais do Pacífico Sul são feitas de pequenas partículas vulcânicas. As dunas de areias brancas das praias tropicais (corais e atóis) são compostas de uma variedade muito brilhando de animais microscópicos, algas, fragmentos de corais, foraminíferos, etc. (http://waynesword.palomar.edu/ww0704.htm #Introduction).
Duna de Praia Alta (Nebka litoral)................................................................................................................................................Foredune, Tail - Dune
Dune d'estran (avant dune)/ Ante-Duna / Verdünen, Stranddünen, Primärdünen / 滨沙丘 / Передовая дюна, хвостовая дюна / Dune battigia (prima duna)
Dunas encostadas ao cordão litoral ou à arriba e formadas pela acumulação de areia da praia transportada pelo vento contra um obstáculo, geralmente, contra um tufo de vegetação halopsamófila (que vive nas areias salgadas das praias). Estas dunas começam por ter a forma de uma cauda, mas rapidamente adquirem a forma característica de um domo (quase sempre com menos de um metros de altura). Quando, as dunas da praia-alta têm mais de um metro de altura, alguns geocientistas chamam-lhes, dunas de "rebdu", as quais podem aparecer isoladas ou associadas. (De Albergaria Moreira, 1984).
Ver: " Berma de Praia "
&
“ Arriba ”
&
" Praia-Baixa "
As dunas da praia-alta formam-se atrás da praia-média nas cristas das bermas, onde a vegetação ou outros obstáculos prendem os grãos de areia transportada pelo vento. As dunas da praia-alta são tanto maiores quanto mais a acreção de areia continua. O vento, com uma velocidade suficiente, erode os grãos de areia da praia-média e baixa e transporta-os para montante. A saltação é o meio de transporte principal pela qual a areia se desloca. É um processo onde cada grão de areia é transportado pelo vento perto da superfície por uma série de pequenos saltos. Pela acção do vento os grão de areia são calibrados. A vegetação tem um papel preponderante no tamanho, forma e estabilidade das dunas de praia-alta. As primeiras plantas que colonizam as dunas da praia-alta são ervas resistentes à seca e capazes de resistir ao enterramento provocado pelo movimento lateral das dunas. À medida que essas plantas crescem através da areia, elas contribuem à prisão de mais areia e assim as dunas aumentam de tamanho. Estas dunas podem atingir mais de 5 metros de altura, mas, em geral, elas, raramente, ultrapassam um metro. De qualquer maneira, estas dunas actuam como barreiras contra a acção destrutivas das vagas e marés e são fontes de areia para as praias durante os períodos de erosão. Elas também protegem as áreas a montante atrás da acção das vagas e da água salgada durante as tempestades. Como estas dunas têm uma grande proporção de areia visível (20%), delas são dunas amarelas.
Duração de um Ciclo-Sequência.................................................................................................................................................................Sechron
Durée d'un Cycle-Séquence / Duración de un ciclo secuencia / Sechron, Zykluszeit Reihenfolge / 周期时间序列 / Продолжительность цикла-последовательности / Secrona
Intervalo de tempo máximo ocupado por um ciclo-sequência. Este intervalo é medido entre os pontos onde as discordâncias passam, lateralmente, às superfícies conformes, quer isto dizer, nos pontos onde os hiatos de erosão são insignificantes.
Ver: " Ciclo de Invasão Continental "
&
“ Ciclo Estratigráfico ”
&
" Ciclo Sequência "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do onshore dos Estados Unidos, é fácil de constatar que ela foi feita ao nível hierárquico dos ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência, uma vez que a diferença de idade entre as discordâncias que limitam cada ciclo é inferior a 3-5 My (milhões de anos) e superior a 0,5 My. Na estratigrafia sequencial, cada ciclo estratigráfico é induzido por um ciclo eustático, cujo tempo de duração permite de classificar os ciclos estratigráficos em: (i) Ciclos de invasão continental, que são induzidos por ciclos eustáticos de 1a ordem, isto é, por ciclos eustáticos que têm um tempo de duração entre superior a 50 My ; (ii) Subciclos de invasão continental, que são induzidos por ciclos eustáticos com um tempo de duração que varia entre 3-5 e 50 My (ciclos eustáticos de 2a ordem) ; (iii) Ciclos-sequência, que são associados a ciclos eustáticos com têm um tempo de duração entre entre 0,5 e 3-5 Ma, (ciclos eustáticos de 3a ordem) ; (iv) Paraciclos-sequência, que certos geocientistas chamam ciclos parasequência, mas que são associados a subidas relativas do nível do mar com um tempo de duração entre 0,1 e 0,5 My, mas sem descida relativa entre elas e finalmente (v) Ciclos de alta frequência, que são induzidos por ciclos eustáticos de curta duração, em geral, inferior a 0,1 My. Nas linhas sísmicas convencionais, que têm uma resolução sísmica cerca de 30-50 metros, um interpretação em ciclos-sequência, só é possível se a área em que a linha sísmica foi tirada corresponder a um grande centro de deposição, isto, uma área com uma taxa de deposição muito importante, para que os ciclos-sequência tenha uma espessura acima da resolução sísmica, como é o caso ilustrado nesta figura. Isto é, particularmente, importante uma vez em que unicamente nas tentativas de interpretação feitas ao nível hierárquico dos ciclos-sequência, i.e., quando os cortejos sedimentares, se podem por em evidência, é que se podem prognosticar litologias. Em todos os outros casos, quando um interpretador prognostica litologias, é certamente um erro de "jeunesse" como dizem os nossos amigos franceses.
Duripan................................................................................................................................................................................................................................................................................Duripan
Duripan / Duripan / Duripan (Boden-Horizont) / Duripan (土层) / Дюрипэн (плотный горизонт почвы) / Duripan (Orizzonte del suolo)
Horizonte de um solo endurecido pela cimentação de sílica illuvial.
Ver: " Solo "
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" Iluvial "
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" Fragipan"
Um duripan é um horizonte do solo de diagnóstico que é cimentado por sílica de iluviação num endurecimento do subsolo. O duripan é semelhante a um fragipan, um horizonte petrocálcico e a um horizonte petrogessificado, os quais estão, firmemente, cimentados. Nas descrições dos solos os duripans são, frequentemente, indicadas pela símbolo Bqm. O equivalente mais próximo no sistema de classificação dos solos do Canadá é o chamado de horizonte Duric, embora isso não significa exactamente a mesma coisa que um duripan nos Estados Unidos. Os duripans formam-se quase que exclusivamente em regiões áridas ou nos climas mediterrânicos, e podem ser tão duro como o cimento, o que os torna muito difícil senão impossível de lavrar com um arado ou charrua. Os solos que contém duripans são, geralmente, utilizados para pastoreio ou habitat dos animais selvagens e são, raramente, cultivados. Segundo a taxonomia dos solos dos Estados Unidos da América do Norte proposta em 2006, as características requisitadas para que um solo seja considerado como um duripan são: (i) Estar cimentado ou endurecido em mais de 50 por cento do volume do horizonte ; (ii) Mostrar evidências de acumulação de opala e outras formas de sílica, tais como, revestimentos, lentes, interstícios parcialmente cheios ; (iii) Menos de cinquenta por cento dos fragmentos (secos) são efervescentes ácido clorídrico (HCl), mas mais de 50 por cento são efervescentes KOH (hidróxido de potássico ou potassa cáustica) ou NaOH (hidróxido de sódio ou soda cáustica) concentrados ; (iv) Devido à sua continuidade lateral, as raízes podem penetrar no duripan apenas ao longo de fracturas verticais espaçadas horizontalmente de 10 cm ou mais. Os duripans ocorrem, principalmente, em climas áridos ou semiáridos, onde o solo é geralmente seco ou sazonalmente seco. Os solos com duripans são, muitas vezes, geograficamente, associados às áreas de forte actividade vulcânica, e mostram evidências de carbonato de sódio ou de deposição de vidro vulcânico. O vidro vulcânico altera-se, rapidamente, proporcionando uma ampla oferta de sílica solúvel, para cimentar o solo subjacente. Outras fontes frequentes de sílica (agente de cimentação) são os minerais é de ferromagnesianos e os feldspatos.