Iardang (colina)..........................................................................................................................................................................................................................................................Yardang
Iardangue / Yardang / Yardang / 雅丹地貌 / Ярданг / Yardang (collina)
Ride esculpida pelo vento nos ambientes desértico. Os iardangues são estruturas alongados, tipicamente, com três ou mais vezes mais longas do que largas, que quando são vistas de cima, lembram o casco de um barco.
Ver: « Deserto »
&
« Erosão »
&
« Duna »
Os iardangues são cristas com cerca de 15 metros formadas pela erosão das camadas de rocha, alternadamente, resistentes e tenras. Os iardangues podem ser encontrados na maioria dos desertos. Dependendo dos ventos e da composição dos depósitos, os iardangs podem ter formas muito estranhas (algumas se assemelham a diversos objectos e mesmo pessoas). Nos iardangues, o lado barlavento (exposto ao vento) é abrupto e a estrutura torna-se cada vez mais baixa e estreita à medida que nos afastemos do vento. Como dito acima, ao contrário da maioria dos montes esculpidos pela água e por perda de massa, os iardangues são, tipicamente, três ou mais vezes mais longos que largos. Individualmente, os iardangues variam de poucos centímetros até vários quilómetros de comprimento e de poucos centímetros até 30 m ou mais de altura. Ao longo da base de cada flanco dos iardangues, especialmente, nos grandes iardangues, sulcos significativos são muito comuns. Esses sulcos, cortados por abrasão, marcam a localização da parte mais densa da carga dos sedimentos transportados pelo ar. Os iardangs são, normalmente, mais altos e largos no flanco que enfrenta o vento, e mais pequenos e estreitos a catavento (flanco orientado no sentido do vento). Os iardangues podem ser isolados, ou podem ocorrer em grupos, chamados campos (ou frotas, uma vez que eles se assemelham aos cascos de embarcações invertidas). Os pequenos iardangues com cerca de 2-4 m de altura são geralmente esculpidos nos sedimentos semiconsolidados das "playas" ou e outros sedimentos, relativamente, macios ou materiais granulares. Nas regiões áridas e com fortes ventos soprando quase sempre na mesma direcção, iardangues com vários quilómetros de comprimento podem ser esculpidos em siltitos, arenitos, argilitos e calcários e, raramente, nas rochas cristalinas, como xisto e gneiss. A maioria destes grandes iardangues fazem parte de uma grande área de terreno sulcado, embora frotas ou campos de iardangues sem sulcos associados também se encontrem em afloramentos, mais ou menos, isolados.
Icebergue............................................................................................................................................................................................................................................................................Iceberg
Iceberg / Iceberg / Eisberg / 冰山 / Айсберг / Iceberg
Grande bloco de gelo, de água doce, que se partiu de um glaciar, construído pela acumulação de neve, ou de uma plataforma de gelo (zona de escoamento do glaciar sobre a superfície do oceano) e que flutua no mar aberto.
Ver: « Glaciar »
&
« Criosfera »
&
« Glacioeustasia »
Em geral, os icebergues são classificados segundo o tamanho. Na classificação da "Patrulha Internacional do Gelo" distinguem-se seis grandes famílias: (i) Bloco de gelo, menos de 5 m de altura e menos de 5 m de comprimento ; (ii) Grande bloco de gelo, entre 1 e 5 metros de altura e com um comprimento entre 5 e 15 metros ; (iii) Icebergue pequeno, entre 5 e 15 metros de altura e um comprimento entre 15 e 60 metros ; (iv) Icebergue médio, entre 15 e 45 metros de altura e um comprimento entre 60 e 120 metros ; (v) Icebergue grande, entre 45 e 75 metros de altura e um comprimento entre 120 e 200 metros e (vi) Icebergue muito grande, altura superior a 75 m e comprimento maior que 200 metros. Existe também uma classificação baseada na forma. Assim podem distinguir-se: (A) Icebergues tabulares (relação comprimento-altura superior a 5:1 e uma superfície plana no topo) e (B) Icebergues não-tabulares, que podem ter várias formas (doma, pináculo, cunha, vale, cubo, etc.). A densidade do gelo puro é cerca de 920 kg/m3. A densidade da água do mar é cerca de 1025 kg/m3. Assim, como ilustrado nesta figura, unicamente, um décimo do volume de um icebergue está acima da água. A forma da parte do icebergue que resta dentro da água é difícil de deduzir a partir da parte visível. É por isso que se diz "a ponta do icebergue" para designar um problema ou dificuldade, o que significa que o problema visível é, unicamente, uma pequena parte de um problema muito maior. A presença de icebergues é um grande problema para a pesquiza petrolífera. Os navios de perfuração não podem ser ancorados no fundo do mar. Eles têm que ter um posicionamento dinâmico para poderem evitar, rapidamente, um icebergue. Quando trabalhamos nos navios de perfuração no offshore do Labrador, desde que o radar assinalava um icebergue a 10 km, a luz de segurança virava a amarelo e se o icebergue se aproximava a 4 km, a sonda de perfuração era desconectada e o navio afastava-se para deixar passar o icebergue. Em certos casos, um icebergue pode ser desviado por um navio-reboque.
Icnofóssil......................................................................................................................................................................................................................................................................Icnofossil
Ichnofossile / Icnofósil / Ichnofossil (Spur fossil) / 追踪 / След жизнедеятельности / Fossil di traccia
Fóssil do traço (passagem de um animal) ou túnel ou buraco escavado por um organismo.
Ver: « Fóssil »
&
« Fóssil Guia »
&
« Glossifungito »
Os icnofósseis são vestígios de actividade vital (actividade biológica) de organismos do passado. Como exemplo de icnofósseis pode citar-se os fósseis de pegadas, de pistas de deslocação, de marcas de dentadas, de excrementos, de ovos, de túneis, de galerias de habitação, etc. Várias actividades biológicas podem produzir icnofósseis: (i) Deslocamento, pegadas, pistas, trilhos, etc ; (ii) Alimentação, marcas de dentadas, gastrólitos, coprólitos, etc ; (iii) Habitação, galerias, tocas, túneis, etc. e (iv) Reprodução, ovos, posturas, ninhos, etc. Os traços fósseis sugerem as mais antigas evidências de vida animal na Terra. Os primeiros traços de artrópodes, por exemplo, são do Câmbrico-Ordovícico e as pistas nas areias do Ordovícico permitem determinar o comportamento destes organismos. Os icnofósseis podem dar diversos tipos de informações, contudo, como fósseis idênticos podem ser criados por uma série de organismos diferentes, os traços fósseis só nos podem informar, de maneira segura sobre duas coisa: (a) A consistência dos sedimentos no momento da sua deposição e (b) O nível de energia do ambiente de deposição. Os traços fósseis são, geralmente, difíceis de correlacionar com um horizonte específico. A taxonomia convencional não é aplicável, e por isso um outro tipo de taxonomia foi proposta. No nível mais alto da classificação, cinco modos de comportamento são reconhecidos: (1) Domichnia, estruturas de habitação que reflectem a posição do organismo que o criou ; (2) Fodinichnia, estruturas tridimensionais deixadas por animais que comem através dos sedimentos, como, por exemplo os litofagos ; (3) Pascichnia, são os traços deixados por herbívoros na superfície de um sedimento mole ou de um substrato mineral ; (4) Cubichnia, vestígios de traços, sob a forma de uma impressão deixada por um organismo num sedimento mole ; (5) Repichnia, vestígios rastejamento na superfície dos sedimentos. Muitos destes fósseis são classificados em géneros, alguns dos quais são ainda subdivididas em uma espécie. A classificação é baseada na forma e modo de comportamento implícitos. Entre os mais comuns géneros de icnofósseis pode citar-se: Asteriacites, Chondrites, Climactichnites, Cruzianas, Entobia, Gastrochaenolites, Petroxestes, Protichnites, etc.
Idade..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................Age
Âge / Edad / Alter / 年龄 / Возраст / Età
Divisão do tempo geológico inferior a uma Época. O Valanginiano é uma época do Neocomiano, que é pertence ao período Cretácico, o qual pertence a era Mesozóica, a qual faz parte do Éon Fanerozóico.
Ver: " Tempo Geológico "
&
" Éon "
&
" Escala do Tempo (geológico) "
O tempo geológico divide-se em Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades. Nesta escala, por falta de espaço, estão representados, unicamente, e a titulo de exemplo, algumas Épocas e Idades. Na última coluna, está dada, em percentagem, o tempo desde o começo de cada Período até hoje. O tempo geológico desde o inicio do Ordovícico até hoje representa cerca de 13% do tempo geológico total (Arcaico, 100%). Esta coluna sublinha, perfeitamente, que aquilo que os geocientistas conhecem da história da Terra representa apenas a "ponta do icebergue". O Pré-Câmbrico representa 80% da história do nosso planeta. Como ilustrado, os equivalentes estratigráficos, isto é, as rochas, das divisões temporais são, respectivamente: Enotemas, Eratemas, Sistemas, Séries e Andares. Por isso, não se deve dizer, por exemplo, que: "as rochas deste intervalo sedimentar depositaram-se durante o Cretácico Superior", mas sim "as rochas deste intervalo sedimentar depositaram-se durante o Cretácico Tardio". O Cretácico Superior é um sistema geológico (conjunto de rochas) e não um período geológico (intervalo de tempo da historia da Terra). Da mesma maneira, não se devem confundir Idades e Andares. O Valanginiano Inicial (idade geológica) é o período geológico durante o qual se depositaram as rochas do Valanginiano Inferior (andar geológico). Segundo a carta cronostratigráfica do Mesozóico e Cenozóico (Hardenbol J. et al., 1998), no Cenozóico, há 20 idades, enquanto que no Mesozóico há 30 e no Cretácico, unicamente, 12. No Cretácico, da mais recente para a mais antiga, as idades foram denominadas : (i) Maastrichiano (65,0 - 71,3 Ma) ; (ii) Campaniano (71,3 - 83,5 Ma) ; (iii) Santoniano (83,5 - 85,8 Ma) ; (iv) Coniaciano (85,8 - 89,0 Ma) ; (v) Turoniano (89,0 - 93,5 Ma) ; (vi) Cenomaniano (93,5 - 98,9 Ma) ; (vii) Albiano (98,9 - 112,2 Ma) ; (viii) Apciano (112,2 - 121,0 Ma) ; (ix) Barremiano (121,0- 127,0 Ma) ; (x) Hauteriviano (127,0 - 132,0 Ma); (xi) Valanginiano (132,0 -137,0 Ma) e (xii) Berrisiano (137,0 - 144 Ma). Os tempos que limitam estas diferentes idades estão referenciados à magnetostratigrafia (Cande and Kent, 1992, 1995; Gradstein et al., 1994).
Idade Relativa......................................................................................................................................................................................................................................Relative Age
Âge relatif / Edad relativa / Relative alter / 相对年龄 / относительный возраст / Età relativa
Idade aproximada das rochas, fósseis ou minerais determinada por comparação, isto é, se elas ou eles são mais novos ou mais velhos do que os circunvizinhos.
Ver: " Tempo Geológico"
&
" Éon "
&
" Escala do Tempo (geológico )"
Actualmente a idade relativa das rochas ou dos fósseis é para a maioria dos geocientistas uma evidência. Há 200 anos, este conceito foi uma das grandes descobertas da Geologia. De qualquer maneira, nenhuma taxa de deposição pode ser determinada, de maneira exacta. O verdadeiro tempo geológico representado por uma camada é desconhecido ou uma matéria de opinião. A idade relativa é estimada a partir das relações estratigráficas e estruturais, como, por exemplo, a sobreposição ou tipo de fósseis, uma vez que as idades relativas e as sucessões dos fósseis foram desde há muito tempo determinadas pelos paleontologistas. As medidas de desintegração dos isótopos radioactivos, como, por exemplo, o urânio, rubídio, árgon e carbono, que permitiram aos geocientistas de determinar com precisão a idade, em anos, das formações geológicas, são conhecidas como determinações da idade absoluta. Estas determinações sejam conhecidas como absolutas é preciso não esquecer que elas implicam um erro potencial (erro do método) e que, por conseguinte, elas não são exactas. Ao contrário, certas acumulações sazonais, relativamente, recentes, como as varvas, podem ser contadas e, assim, dar a idade absoluta da acumulação. Nesta figura estão ilustrados dois exemplos de determinação de idades relativas. No primeiro (Dobras, Discordâncias) está representada um discordância (superfície de erosão) induzida por uma descida relativa do mar significativa que foi, localmente, reforçada pela tectónica (discordância angular, como dizem certos geocientistas). Neste exemplo, o intervalo 11 é mais antigo do que o intervalo 12 e mais recente que o intervalo 5. A idade relativa da discordância é entre 5 e 11. Se eu disser que a idade da discordância é de 65,0 Ma (Maastrichiano) é porque eu sei que a idade relativa da discordância é 8, ela é a idade relativa dos cones submarinos de bacia associados (não representados no esquema). Esta idade indica, de maneira relativa, a idade da descida relativa do nível do mar e hiato mínimo entre os sedimentos subjacentes e sobrejacentes à discordância, a qual foi datada de maneira, mais ou menos, absoluta pela magnetostratigrafia. O mesmo raciocínio pode ser utilizado no exemplo da direita para discordância que marca a base do intervalo 11.
Iehmu, Uade, Uadi, Wadi (ouede).......................................................................................................................................................................................................................................Wadi
Wadi (ouede) / Wadi (oued, río), Uadi / Oued / 干谷 / Вади (пересыхающее русло реки в Африке) / Uadi
Vale com um fundo subhorizontal e paredes abruptas, escavado pelas torrentes em regiões áridas. Um wadi mantêm-se seco, excepto, quando ocorre uma forte precipitação. O termo wadi vem do árabe. Desta palavra derivam os prefixos "guad" e "oed" (como, por exemplo, em Guadiana, Guadalquivir, Odeleite, etc.).
Ver: « Corrente »
&
" Fluvial »
&
“ Lago Temporário »
Esta fotografias ilustram o vale de Degla, o qual está localizado na parte norte do Deserto Oriental do Egipto, não longe da cidade do Cairo. Este vale particular, uma vez que a corrente do Degla só está presente a quando das grandes chuvas, tem um comprimento de cerca de 30 quilómetros e orienta-se, mais ou menos, perpendicularmente ao vale do rio Nilo, onde ela termina, ao sul da cidade de Maadi. Toda corrente é um curso de água, que canaliza as enxurradas. Convencionalmente, a linha mediana de uma corrente, onde os dois lados do vale se intersectam é o talvegue. Embora a corrente não existisse quando estas fotografias foram tiradas, é, relativamente, fácil adivinhar a posição do talvegue. As correntes de água, quando permanentes, têm diferentes nomes de acordo com o tamanho e comportamento. Um rio é uma corrente importante, enquanto que uma ribeira é uma corrente mais pequena, mas maior do que um riacho. As correntes não permanentes são as torrentes (corrente de água rápida e impetuosa que provém das grandes chuvas ou do súbito derretimento das neves) que desaparecem durante as estações secas. Nas áreas desertas, como, por exemplo, na área ilustrada nestas fotografias, as torrentes cavam fundos subhorizontais e vales abruptos formando o que os espanhóis chamam "arroyos" e os árabes "widian" (plural de "wadi"). A deposição num wadi é muito rápida devido à perda repentina de velocidade da torrente e da infiltração da água no substrato poroso. Sobre este assunto, recordamo-nos de ter atravessado, dificilmente. um wadi, de jeep, na região de Keruam (Tunísia), para ir para o hotel dormir, mas, no dia seguinte, quando nos levantamos, a sua travessia foi muito mais fácil, uma vez, que durante a noite, uma enxurrada preencheu-o, completamente, de sedimentos. Os depósitos de wadi são, quase sempre, formados de areia e blocos mal calibrados, que mais tarde são retrabalhados pelo vento.
Ilha de Areia................................................................................................................................................................................................................................................Sand Island
Île de sable / Isla de arena / Sand Insel / 桑迪岛 / Искусственный остров / Isola di sabbia
Superfície de terra emersa das águas do mar ou de um lago, isolada da área continental. Uma ilhota é uma ilha pequena e um ilhéu uma superfície de terra mais pequena do que uma ilhota.
Ver: « Leixão »
&
« Ilhota (rocha) »
&
« Ilha Lagunar »
Nestes esquema estão representados os principais elementos morfológicos costeiro. Assim, para além da ilha indicada pela flecha e que neste caso representa a parte superior de um depósito de areia formado próximo la linha da costa, pode distinguir-se: (i) Praia, que é um tipo de costa baixa com estrão constituído por materiais detríticos, terrígenos, areno-siltosos e grosseiros (calhaus e blocos), por outras palavras uma acumulação de areia ou calhau ao longo da linha da costa ; (ii) Penhasco ou Arriba, que é uma parede rochosa, muito íngreme, que enfrenta o mar ; (iii) Promontório, que é o cabo ou a extremidade de um penhasco ou ponta rochosa (saliência afilada do traçado da costa, avançada em direcção do mar) ; (iv) Caverna, que é uma cavidade subterrânea natural criada por uma lenta dissolução e erosão das rochas pelo mar ; (v) Arco natural, que é uma arco perfurado pelo mar num penhasco perto do promontório ; (vi) Leixão, que é o esporão rochoso, alto e estreito, que emerge de uma plataforma de erosão e que, muitas vezes, é o resultado do colapso de um arco natural, o que testemunha um recuo da arriba ; (vii) Escolho, que é uma saliência rochosa que emerge ou, que fica quase a descoberto na baixa-mar e, que durante a preiamar, em regra, é submersa ; geneticamente, como ilustrado neste esquema, um escolho testemunha o recuo da plataforma de abrasão e corresponde a degradação última de um arco natural e de um leixão ; (viii) Restinga, que é um cordão litoral, que se forma pelo crescimento das cristas prelitorais, com uma extremidade livre, a ponta da restinga e, a outra, apoiada na costa ; (ix) Ilhota, que é uma pequena ilha, isto é, uma superfície de terra emersa e isolada do continente (um ilhéu é mais pequeno que uma ilhota) ; (x) Laguna, que é um corpo de água do mar, pouco profundo, separado do mar por um cordão litoral arenoso ou por uma ilha barreira ; (xi) Dunas, que são acumulações de areia modeladas pelo vento ; (xii) Estuário, que é uma desembocadura de um rio influenciada pelas marés ; (xiii) Tômbolo, que é uma extensão de areia que junta ilha a costa, e que podem ser simples ou compostos (duplos ou triplos), consoante são formados por um ou mais cordões. Os tômbolos compostos formam-se, por vezes lagunas entre os cordões (costa de tipo lido).
Ilhota (rochosa)..........................................................................................................................................................................................................................................................Rocky Islet
Îlot / Islota / Eiland / 洛基胰岛 / Скалистый островок / Isolotto
Pequena ilha rochosa maior do que um ilhéu, quer isto dizer, que têm dimensões que permitem a construção de habitações definitivas.
Ver: « Ilha (areia) »
&
« Ilha lagunar »
&
« Cordão litoral »
No offshore oeste de Portugal, a cerca de 9 quilómetros de distância do Cabo Carvoeiro, o arquipélago das Berlengas é composto por uma ilhota e dois ilhéus, Berlenga Grande (recifes adjacentes), Estelas e Farilhões-Forcadas, todas de natureza geológica diferente da costa portuguesa. A Berlenga Grande, ilustrada nesta figura, tem cerca de 1500 metros de comprimento por 800 metros de largura e 85 metros de altura. A Berlenga Grande tem uma área de 78,8 ha é única onde se pode viver. Por isso o nome de ilhota é o mais adequado. No esquema inferior estão representados os principais elementos morfológicos costeiro: (i) Ilha de areia, que a parte superior de um depósito de areia formado próximo la linha da costa ; (ii) Praia, costa baixa com estrão constituído por materiais detríticos, terrígenos, areno-siltosos e grosseiros ; (iii) Penhasco ou Arriba, parede rochosa, muito íngreme, que enfrenta o mar ; (iii) Promontório, cabo ou extremidade de um penhasco isto é, uma saliência afilada do traçado da costa, avançada em direcção do mar ; (iv) Caverna, cavidade subterrânea natural criada por uma lenta dissolução e erosão das rochas pelo mar ; (v) Arco natural, arco perfurado pelo mar num penhasco perto do promontório ; (vi) Leixão, o esporão rochoso, alto e estreito, que emerge de uma plataforma de erosão e que, muitas vezes, é o resultado do colapso de um arco natural ; (vii) Escolho, saliência rochosa que emerge ou, que fica quase a descoberto na baixa-mar e, que durante a preiamar, em regra, é submersa ; (viii) Restinga, cordão litoral, que se forma pelo crescimento das cristas prelitorais, com uma extremidade livre, a ponta da restinga e, a outra, apoiada na costa ; (ix) Ilhota, pequena ilha, isto é, uma superfície de Terra emersa e isolada do continente (um ilhéu é mais pequeno que uma ilhota) ; (x) Laguna, corpo de água do mar, pouco profundo, separado do mar por um cordão litoral arenoso ou por uma ilha barreira ; (xi) Dunas, acumulações de areia modeladas pelo vento ; (xii) Estuário, desembocadura de um rio influenciada pelas marés ; (xiii) Tômbolo, que é uma extensão de areia que junta ilha a costa.
Iluvial.............................................................................................................................................................................................................................................................................................Illuvial
Illuvial / Illuvial / Illuvial (Nachdem unterzogen Illuviation) / IIluvial (在经历了淀积作用) / Иллювиальный / Illuvial (che hanno subito illuviation)
Que sofreu uma iluviação, quer isto dizer, que sofreu uma deposição de coloides (substância semelhante à cola, que não se cristaliza e que se difunde lentamente), sais solúveis e partículas minerais lixiviadas vindas de uma camada do solo sobrejacente. Sinónimo de Iluvião.
Ver: « Solo »
&
« Lixiviação »
&
« Eluviação »
Como ilustrado nestes esquema, um material iluvial ou iluvião, é o material deslocado através de um perfil de solo (conjunto dos horizontes que formam um solo), de uma camada para outra, pela acção da água da chuva. Num solo, de cima para baixo, podem distinguir-se sete horizonte: O, P, A, E, B, C, D e a rocha firme. A remoção de material de uma camada de solo chama-se de eluviação. O transporte do material pode ser mecânico ou químico. O processo de deposição de um illuvião é a iluviação, a qual corresponde a um transporte assistido pela água no sentido vertical (não confunda com a aluviação que é um transporte assistido pela água que se escoa, mais ou menos, horizontalmente). Em geral os solos são classificados em função da granulometria das suas partículas. Podem distinguir-se : (i) Solos Arenosos, que tem grande parte de suas partículas classificadas na fracção areia, de tamanho entre 2mm e 0,05mm, formado, principalmente, por cristais de quartzo e minerais primários, que têm boa aeração e a capacidade de infiltração de água ; (ii) Solos Siltosos, que tem grande parte das suas partículas classificadas na fracção silte, de tamanho entre 0,05 e 0,002mm, geralmente, são muito erosíveis ; (iii) Solos Argilosos, que tem grande parte de suas partículas classificadas na fracção argila, de tamanho menor que 0,002mm (tamanho máximo de um colóide) e que não são tão arejados, mas armazenam mais água quando bem estruturados ; (iv) Latossolos, que possuem uma baixa capacidade de troca de catiões , menor que 17 mol, presença de argilas de baixa actividade e que, geralmente, são solos muito profundos (mais que 2 m), bem desenvolvidos, localizados em terrenos planos ou pouco ondulados, tem textura granular e coloração amarela a vermelha escura ; (v) Solos lixiviados, que uma grande quantidade de chuva carrega de nutrientes, tornando o solo pobre (pobre de potássio, e nitrogénio) ; (vi) Solos Negros, uma vez que são ricos em matéria orgânica ; (vii) Solos áridos, que pela ausência de chuva, que não desenvolvem o seu solo ; (viii) Solos de montanhas, aqueles nos quais que o solo é jovem.
Imbricação (clastos).......................................................................................................................................................Imbrication, Overlapping, Shingling
Imbrication / Imbricación / Schuppenlagerung / 重叠/ Взаимное чешуйчатое наложение (пород) / Sovrapposizione
Deposição primária dos clastos com uma orientação preferencial como as telhas num telhado de ripas ou como uma série de dominós derrubados.
Ver: « Sedimento »
&
« Transporte (sedimentos) »
&
" Deposição (clásticos) »
Em sedimentologia, como sugerido nesta figura, a imbricação refere-se a um padrão de deposição primária constituída por uma orientação preferencial dos clastos de tal forma que se sobrepõem uns aos outros de maneira, mais ou menos, consistente, um pouco como uma série de dominós derrubados. Este tipo de orientação dos clastos permite aos geocientistas de determinar a direcção das correntes originais. A imbricação dos clastos é, sobretudo, observada nos conglomerados e, em certos, depósitos vulcanoclásticos. Ela pode, também, ser observada em determinados depósitos eólicos. Como nos conglomerados a forma de muitos clastos é, aproximadamente, a de um elipsóide. Três eixos principais podem pôr-se em evidência: (i) O eixo principal, também chamado eixo maior ou eixo A ; (ii) O eixo intermediário ou eixo B e (iii) O eixo pequeno ou eixo C. Muitos geocientistas consideram dois tipos principais de imbricação: (A) Imbricação segundo o eixo A, na qual os eixos principais (mais longos) dos clastos são orientadas paralelamente à direcção do escoamento da corrente e (B) Imbricação segundo o plano AB, no qual os eixos maiores dos clastos são orientadas perpendicularmente à direcção do fluxo e (C) Imbricação apoiada no plano AB, com os eixos intermediários dos clastos na direcção do escoamento da corrente. A imbricação segundo o eixo A é característica de clastos transportados em suspensão e, por isso, ela só é preservada no caso de um escoamento rápido no qual os clastos são depositados sem qualquer rolamento significativo. Este padrão é típico dos conglomerados na base de camadas turbidíticas dos cones submarinos de bacia (camada A), mas também é, ocasionalmente, observado nos depósitos de leques aluviais retrabalhados pelas enxurradas. A imbricação segundo o plano AB é característica de clastos transportados por arrastamento. Essa imbricação forma-se, por exemplo, quando os clastos rolam na base de um canal. Como ilustrado no esquema inferior, os clastos achatados rolam sobre os clastos mais a jusante e depositam-se contra eles com sua extremidade jusante apoiada contra o clastos inferior, o que pode pode ser utilizado para diagnosticar as direcções de escoamento originais.
Impacto (asteróides e cometas)..........................................................................................................................................................................................................................Impact
Impact (astéroïdes et comètes) / Impacto (asteróides y cometas) / Impakt / 撞擊事件 / Столкновение (астероидов и комет) / Impatto astronomico
Estrutura formada na superfície da Terra pela queda de um asteróide ou de um cometa. Os impactos de asteróides e cometas ocorreram com particular frequência durante o Quaternário. Um desses impactos criou uma importante cratera, no Arizona, com cerca de 1200 metros de diâmetro e 180 metros de profundidade
Ver: « Catastrofismo (princípio) »
&
« Quaternário »
&
« Big Bang (teoria) »
Os impactos ou melhor as crateras de impacto são estruturas geológicas formadas quando um meteoróide, um grande asteróide ou cometa colide contra um planeta ou um satélite. Todos os corpos internos do sistema solar foram, fortemente, bombardeados por meteoritos durante sua história. As superfícies da Lua, Marte e Mercúrio, onde a maior parte dos processos geológicos pararam desde há muitos milhões de anos, o registo de tal bombardeio é muito evidente. Na Terra, contudo, que foi muito mais bombardeada do que a Lua, as crateras de impacto desapareceram de maneira mais ou menos contínua pela erosão e deposição, mas também pela actividade vulcânica e tectónica. Unicamente 120 crateras de impacto foram até hoje reconhecidos na superfície terrestre. A maioria foi encontrada nos cratões, geologicamente, estáveis da América do Norte, Europa e Austrália. Esta figura ilustra a Cratera Meteor (ou cratera de Barringer), no Arizona, que foi talvez a primeira cratera de impacto reconhecida na Terra. Ela foi identificada em 1920 por trabalhadores que descobriram fragmentos do meteorito dentro da cratera que ele provocou. Várias outras crateras, relativamente, mais pequenas, com fragmentos do meteorito no seu interior, foram durante muitos anos a única evidência para corroborar a hipótese de um impacto. Os geocientistas realizaram que a maior parte das vezes os resíduos do meteorito, não sobrevivem à colisão. Nas colisões causadas por grande meteoritos, enormes pressões e temperaturas são criadas, o que pode, completamente, vaporizar o meteorito, ou derrete-lo, totalmente, ou formar uma mistura com as rochas derretidas. Depois de alguns milhares de anos, qualquer componente detectável de um meteoritos pode desaparecer completamente. Em certos casos, uma abundância, relativamente, importante de elementos ferruginosos não-terrestres pode ser detectada nas rochas fundidas pelo impacto.
Impedância (acústica) ......................................................................................................................................................................................................................Impedance
Impédance (acoustique) / Impedancia (acústica) / Schallkennimpedanz / 声阻抗 / Акустический импеданс / Impedenza acustica
Produto da velocidade das ondas sísmicas pela densidade do meio onde elas se propagam. Uma reflexão sísmica é induzida por uma variação da impedância acústica. As ondas sonoras viajam em todas as direcções. Unicamente, as ondas que viajam em direcção ao centro da Terra podem ser reflectidas pelas estruturas (interfaces) subjacentes às explosões, que os geofísicos produzem em superfície.
Ver: « Coeficiente de Reflexão »
&
« Reflexão Sísmica »
&
« Sísmica de Reflexão »
A lei de Snell exprime a relação entre os ângulos de incidência e refracção para uma onda que atinge uma interface entre dois meios com diferentes impedâncias. Esta lei tem uma condição limite: a onda deve ser contínua através da interface, isto é, a fase da onda incidente deve ser constante em não importa que plano. A lei de Snell é formulado como: n1sinθ1=n2sinθ2, onde θ1 e θ2 são os ângulos, medidos em relação à perpendicular da interface, da onda de incidência e de refracção, respectivamente. Esta lei controla todas as reflexões dentro do ângulo crítico, a partir do qual ocorre a refracção. Uma reflexão sísmica é função do coeficiente de reflexão (R= {(v2 .dv2) (v1.d1)} / {(vv2.dv2) (v1.d1)}, o qual corresponde à relação entre a amplitude da onda reflectida e incidente (reflectividade). A relação entre a energia reflectida e incidente é o quadrado do coeficiente de reflexão. Quanto maior for a diferencia entre as impedância dos intervalos, que definem a interface, maior será a amplitude da reflexão. Quando a impedância do intervalo superior e a do intervalo inferior forem iguais, não há reflexão associada à interface sedimentar, o que quer dizer, que para que haja uma reflexão sísmica é necessário que exista um contraste de impedância acústica. Contudo, várias vezes observamos reflexões sísmicas (descontínuas, isto é, com um polaridade que varia lateralmente) entre dois intervalos adjacentes com a mesma impedância acústica, quando todos os registos eléctricos dos poços de pesquiza que atravessaram a interface (potencial espontâneo, raio gamma, sónico, neutrão, densidade) são semelhantes. Notamos, contudo, que a diagrafia da inclinação sugeria, fortemente, a presença de uma discordância reforçada pela tectónica (discordância angular), o que quer dizer, que uma mudança do comportamento estrutural dos reflectores pode, provavelmente, produzir uma reflexão.
Incarbonização..................................................................................................................................................................................................................................Coalification
Carbonisation / Carbonización / Inkohlung / 煤化 / Карбонизация / Carbonificazione
Aumento do teor em carbono e valor calorífico, assim como a diminuição de teor de humidade da matéria volátil e do oxigénio do material carbonoso, quando este é transformado de turfa em lenhite, carvão betuminoso e, finalmente, em antracite.
Ver: " Carvão "
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" Diagénese "
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" Gás do Carvão "
Com o tempo (geológico), os restos das plantas acumulam-se na base dos pântanos (folhas, galhos, ramos, raízes, etc). Esta acumulação (turfa) sofre uma incarbonização em três fases: (i) Decomposição Aeróbica (em presença de oxigénio) ; (ii) Decomposição Anaeróbica (sem oxigénio) e (iii) Betuminização. A primeira, aparece nos primeiros centímetros de enterramento, onde uma activa decomposição aeróbica reduz o volume cerca de 50%. Como a água é estagnante e a turfa impermeável, as bactérias utilizam todo o oxigénio disponível e morrem terminando a primeira fase. Na segunda fase, um outro tipo de bactérias (que não necessitam de oxigénio) continuam a decomposição reduzindo ainda mais o volume da turfa. Esta decomposição produz ácidos, o que significa que durante as duas primeiras fases a acidez aumenta. Quando o pH (medida da acidez e basicidade de uma solução, que é definida como o cologaritmo da actividade dos iões de hidrogénio dissolvidos) atinge cerca de 4, todas as bactérias anaeróbicas morre. Atingindo este ponto, a turfa transforma-se numa massa gelatinosa de cor escura, a qual continua a aumentar, enquanto as bactérias continuam o seu trabalho nos níveis superiores. É este material que será, eventualmente, transformado em carvão. Na terceira fase (betuminização), a decomposição é térmica, o que requere, que o material gelatinoso da turfa seja enterrado várias dezenas de metros (função do grau geotérmico da região). Desde que a temperatura atinge cerca de 100° C, o processo de betuminização começa. As reacções químicas eliminam a água, oxigénio e hidrogénio, o que aumentam a porcentagem de carbono. O grau atingido pela betuminização determina o "rank" do carvão. Quando o carbono atinge 85%, a turfa inicial transforma-se num carvão subbituminoso. A 90%, ela transformou-se num carvão betuminoso e em antracite quando a percentagem de carbono é de 95%. Durante a betuminização, os restos de plantas são invisíveis a olho nu, e os macerais (constituintes orgânicos dos carvões) pretos brilhantes são preponderantes.
Inclinação.............................................................................................................................................................................................................................................................................Dip
Inclinaison / Inclinación / Inklination / 地质浸 / Искривление скважины /Inclinazione
Ângulo máximo pelo qual uma camada ou outro objecto sedimentar, plano, desvia da vertical. A inclinação de uma camada é medida no plano perpendicular à sua direcção.
Ver : « Diagrafia da Inclinação (dipmeter) »
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« Anticlinal »
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« Inclinação Deposicional »
A inclinação de uma camada ou grupo de camadas pode ser deposicional ou estrutural. A inclinação deposicional é original. Ela corresponde ao ângulo com a qual uma camada ou um grupo de camadas se depositaram. A escala macroscópica (isto é, à escala duma bacia sedimentar), a inclinação deposicional é sempre em direcção da parte mais profunda da bacia. A inclinação estrutural, é a inclinação de uma camada ou de um grupo de camadas obtida em resultado de uma deformação tectónica, quer ela seja induzida por um regime tectónico em extensão (alargamento) ou "compressão" (encurtamento). O termo "compressão" pode enganar, uma vez que pode haver alargamento com um esforço tectónico positivo. Num regime em extensão (σ_1 vertical, isto é, com o esforço efectivo principal vertical), as rochas são alargadas por falhas normais (não existem falhas normais verticais) e as camadas inclinam, quase sempre, na direcção da zona de subsidência criada pela extensão. É por isso que quando o regime extensivo é contemporâneo da deposição, a espessura das camadas, e consequentemente a inclinação, aumenta em direcção da zona de subsidência criada pela extensão. Nos regimes em compressão (σ1 horizontal), as rochas são encurtadas, o que implica um levantamento, quer isto dizer, que, provavelmente, vai haver uma superfície de erosão associada e não uma subsidência, como é o caso num regime extensivo. O encurtamento pode fazer-se pela formação de dobras (anticlinais e sinclinais) ou pelo desenvolvimento de falhas inversas. Em ambos os casos, quase sempre, as camadas inclinam em direcção oposta à zona levantada. Contudo, num anticlinorium (grande anticlinal com pequenos anticlinais e sinclinais nos flancos), globalmente, as camadas inclinam em direcção oposta ao levantamento, embora nos flancos se encontrem inclinações com polaridade diferente. Estas inclinações, aparentemente, anómalas, em relação à estrutura macroscópica, respeitam a mesma regra, mas a uma escala mesoscópica (escala do afloramento ou da em continuidade), uma vez que os anticlinais e sinclinais localizados nos flancos do anticlinorium têm uma outra ordem de grandeza.
Inclinação Deposicional..........................................................................................................................................................................Depositional Dip
Inclinaison de déposition / Inclinación deposicional / Ablagerungprozesse Inklination / 沉积底 / Осадочный уклон / Inclinazione di deposizione, inclinazione deposizionale
Inclinação de uma camada, ou grupo de camadas, no momento de deposição. Ao contrário da inclinação estrutural, que é posterior à deposição, a inclinação deposicional é original. A inclinação deposicional é quase sempre em direcção das partes profundas da bacia.
Ver: « Diagrafia da Inclinação (dipmeter) »
&
« Anticlinal »
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« Superfície de Deposição »
Ao contrário do que se pensava há uns anos atrás, nem todas as camadas sedimentares se depositam horizontalmente. Há escala macroscópica (escala das cartas geológicas e linhas sísmicas), todas as superfícies de deposição têm uma geometria sigmóide. Estas superfícies, que têm um valor cronostratigráfico e que correspondem, quase sempre a reflectores sísmicos (o contrário nem sempre é verdade), são muito mais fáceis de seguir nas linhas sísmicas (regionais) do que no campo (escala mesoscópica ou do afloramento). Quatro rupturas inclinação são visíveis ao longo de uma superfície de deposição: (i) Ruptura da Linha de Baía, que é a ruptura entre a superfície aluvial e a planície costeira (corresponde à linha de baía, que marca o limite entre os depósitos fluviais (depositados com uma inclinação em direcção da planície costeira) e os depósitos costeiros sub-horizontais ; (ii) Ruptura Costeira, que é a ruptura entre a planície costeira/deltaica e o talude deltaico (sobretudo nas linhas sísmicas, ela corresponde à linha da costa que é, mais ou menos, coincidente com a ruptura da superfície de deposição costeira), que marca o limite entre os depósitos costeiro/deltaicos sub-horizontais e os argilitos do prodelta (inclinados para o mar) ; (iii) Ruptura Continental, entre a plataforma e o talude continental (corresponde por vezes ao rebordo da bacia), que marca o limite entre os depósitos sub-horizontais da plataforma e depósitos inclinados do talude continental e (iv) Ruptura da Base do Talude Continental, que marca o limite entre os depósitos inclinados ou caóticos do talude continental e depósitos pelágicos da planície abissal (os cones submarinos, os quais pertencem a uma outra superfície de deposição que não tem equivalente nem no talude, nem na plataforma duma bacia). Na tentativa de interpretação geológica ilustrada nesta figura, dentro da bacia de tipo-rifte do Cretácico, a ruptura da base do talude deltaico isto é, o limite entre os depósitos inclinados do prodelta e os depósitos sub-horizontais da base do edifício deltaico é bem visível. A presença de cones submarinos proximais é possível na base do prodelta.
Incrementação Genética (dos estratos).............................................................................................................Genetic Increment Strata
Incrémentation génétique (des strates) / Incremento genético (de los estratos) / Genetische Inkrement (Schichten) / 遗传增量(地层) / Генетические прирост (страты) / Incremento genetico (strati)
Conjunto de litologias geneticamente associadas dentro de um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência. Corresponde, mais ou menos, aos cortejos e conjunto de cortejos de fácies sedimentares.
Ver: « Fácies »
&
« Fácies vs Ambiente »
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« Ciclo Estratigráfico »
Uma incrementação genética de estratos corresponde a uma sucessão vertical de estratos na qual cada componente litológico está relacionado, geneticamente, com todos os outros, o que quer dizer, que se um componente litológico não se deposita os outros também não. Por outras palavras, a presença de um componente implica, necessariamente, a presença dos outros. Uma incrementação genética de estratos corresponde, mais ou menos, a um cortejo sedimentar (estratigrafia sequencial), isto é, uma associação lateral de sistemas de deposição (litologia com uma fauna associada) geneticamente relacionados. Como ilustrado neste esquema, o exemplo típico de uma incrementação genética de estratos (IGE), com, aliás, de um cortejo sedimentar, é um delta. Os componentes litológicos (sistemas de deposição) de um delta : (i) Planície Deltaica ; (ii) Frente do Delta e (iii) Prodelta estão, geneticamente inter-relacionados e, assim, definem uma incrementação genética de estratos. É importante não confundir um delta, cuja espessura é de dezenas de metros com um edifício deltaico cuja espessura podem atingir vários quilómetros. Um delta corresponde a uma IGE, enquanto que um edifício deltaico corresponde a uma sucessão de IGE. O esquema ilustrado acima corresponde a um edifício deltaico (sucessão de três IGE). Em cada delta, isto é, em cada IGE (1, 2 e 3), distinguem-se três sistemas de deposição (litologias) a, b e c, que se depositaram em três ambientes sedimentares diferentes A, B, C (planície deltaica e frente do delta, prodelta e base do prodelta) O topo de uma IGE pode ser definido por uma camada de referência tempo (como, por exemplo, um calcário ou uma bentonite) associada com uma subida relativa do nível do mar ou por uma discordância (superfície de erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar). A base pode corresponder à uma camada de referência tempo, discordância ou mudança de fácies (argilitos marinhos para arenitos não-marinhos). Uma IGE deposita-se durante um período de estabilidade relativa do nível do mar e preenche o espaço disponível criado pela subida relativa do nível do mar que precedeu o período de estabilidade.
Incrustação.............................................................................................................................................................................................................................................Incrustation
Incrustation / Incrustación / Finkrustung / 结壳 / Инкрустация (накипеобразование) / Incrostazione
Preenchimento de espaços vazios (fendas fracturas, cavidades, etc.) ou superfícies por uma substância em solução (carbonato de cálcio, cloreto se sódio, sílica, etc.) que precipita por saturação ou evaporação do líquido (Moreira, 1984).
Ver: « Calcite »
&
« Dissolução »
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« Estilólito »
Como ilustrado nesta figura a incrustação é o processo de fossilização, que, geralmente ocorre, em depósitos sedimentares, relativamente, recentes ao contacto com uma fonte calcária. Quando uma água carregada de sais minerais se escoa sobre um organismo, as substâncias minerais podem depositar-se por incrustação e formar um fóssil por impressão negativa. Existem outros casos de fossilização nas rochas calcárias com grão fino, que têm uma consolidação tão rápida que conserva as partes mais delicadas dos organismos, como os famosos depósitos fossilíferos de Solnhofen, na Alemanha, ou as célebres camadas de argilitos carbonatados de Burgess, no Canadá. Os depósitos de Solnhofen (Jurássico) preservaram uma das mais ricas faunas fósseis no mundo. Os argilitos carbonatos de Burguess conservaram organismos do Câmbrico Médio que permitiram melhor compreender a evolução da vida na Terra. Durante o enterramento das rochas fossilíferas, muitas vezes, os elementos iniciais dos restos dos organismos podem ser substituídos por outros elemento. É o que os geocientistas chamam épigenização, isto é, a transformação de um mineral pré-existente em de uma rocha (ou de um elemento rochoso) noutro mineral com a mesma composição mesma composição química, por um rearranjo da estrutura cristalina, criando uma forma mais estável. Basicamente, função da natureza da fossilização podem distinguir-se três grandes famílias de fósseis: (i) Fósseis por Compressão ; (ii) Fósseis por Petrificação e (iii) Fósseis por Incrustação. Os primeiros são talvez os mais comuns e formam-se como um resultado dos organismos ou as suas partes nos sedimentos, que com o enterramento e tornam-se achatados devido à pressão geostática (peso dos sedimentos). Os segundo são os fósseis que guardam tanto a forma externa e estrutura interna por um processo de mineralização que preserva a grande maioria das células do tecidos. Nos fósseis por incrustação, a forma externa do organismo é preservado como um molde, mas a estrutura interna é destruído, uma vez que deposição ocorre na forma de um revestimento duro em torno do organismo.
Índice de Estratificação..................................................................................................................................................................Stratification Index
Índice de estratificação / Índice de estratificación / Index Schichteinteilung / 分层索引 / Индекс слоистости / Indice di stratificazione
Número de camadas numa unidade estratigráfica definido como o número de camadas multiplicado por cem e dividido pela espessura total : (n° de camadas x 100) / espessura.
Ver: «Estratificação (sedimentos) »
&
« Estratos »
&
« Formação (geológica) »
O índice de estratificação é significativo quando cada camada sublinha um evento geológico particular e independente das variações relativas do nível do mar, isto é, da acomodação, o que é o caso dos depósitos turbidíticos. Cada lóbulo turbidítico representa uma corrente de turbidez induzida ou não por uma descida relativa do mar (existem depósitos turbidíticos depositados durante condições geológicas de nível alto do mar). Nos depósitos de plataforma, o índex de estratificação é dependente da criação do espaço disponível para os sedimentos, isto é, das subidas relativas do nível do mar e não do tempo geológico. Nos sistemas estratigráficos, como, por exemplo, no Silúrico ou Cretácico, os depósitos são episódicos, incompletos, com numerosos hiatos de erosão e de sem-depósito e não traduzem a duração equivalente do tempo geológico. O hiato da grande maioria das secções estratigráficas é, em geral, mais importante do que o tempo total de deposição efectiva dos sedimentos preservados. O tempo de deposição é, inversamente, proporcional à velocidade de sedimentação, quer isto dizer, que maior é velocidade de sedimentação, mais curto é o período de deposição. A maioria dos períodos de sem-deposição passam despercebidos. Isto levou certos geocientistas a considerar os registos sedimentares como curtos períodos de "terror" separados por longos períodos de "calma" onde nada ou quase nada se passa. A validade do índex de estratificação depende, também, da preservação dos depósitos. Alguns, como os fluviais e, particularmente, os depósitos de transbordo, têm uma preservação fraca (depositam-se acima do nível de base). Outros, como, os depósitos turbidíticos, ilustrados nesta figura, que sublinham eventos geológicos episódicos têm uma preservação excelente. Finalmente: (i) As superfícies de estratificação representam um hiato pequeno ; (ii) Se o hiato for grande, a superfície é considerada uma discordância (o termo grande é relativo e depende da escala tempo considerada) ; (iii) O termo discordância é usado quando o hiato é de erosão ; (iv) O hiato varia ao longo de uma superfícies de estratificação e (v) O conceito de estratificação é dependente da escala tempo e das rochas consideradas.
Ingressão (marinha)..................................................................................................................................................................................................................................Ingression
Ingression (marine) / Ingresión / marine-Ingression / 海洋侵入 / Ингрессия (мосркая) / Ingressione marina
Migração da linha da costa para o continente devido a uma subida relativa do nível do mar. Sinónimo de Transgressão.
Ver: « Variação Relativa (do nível do mar) »
&
« Transgressão »
&
« Regressão »
Muitos geocientistas preferem o termo ingressão ao termo transgressão, na medida em que durante uma ingressão, o nível relativo do mar sobe o que implica um deslocamento da linha da costa para o continente assim como um deslocamento global dos depósitos costeiros também para o continente, uma vez que o acarreio sedimentar torna-se, relativamente (em relação à extensão da plataforma continental), fraco. Desde que o nível relativo do mar sobe, a lâmina de água da plataforma aumenta o que implica um deslocamento da linha da costa para o continente. Durante a subida relativa do nível do mar, não há, imediatamente, deposição sedimentar, mas sim uma pequena erosão que forma uma superfície de ravinamento. A deposição faz-se durante a fase de estabilização do nível do mar que segue a subida relativa, sem que nenhuma descida relativa do nível do mar ocorra, e que precede uma nova subida relativa. É por isso que na estratigrafia sequencial se fala de paraciclo eustático (subidas relativas do nível do mar sem descida relativa entre elas) e não de ciclo eustático (subida relativa do nível do mar seguida de uma descida relativa que anuncia uma nova subida relativa). À medida que os sedimentos se depositam, a linha da costa desloca-se para o mar, sem no entanto atingir a posição que tinha antes da última subida relativa, uma vez que há deficiência de acarreio sedimentar (em relação ao aumento de extensão da plataforma continental induzido pela subida relativa do nível do mar). Isto quer dizer, que o que se denomina uma ingressão ou transgressão sedimentar corresponde, na realidade, a um conjunto de regressões sedimentares, i.e., a uma sucessão vertical de intervalos progradantes, cada vez mais pequenos, o que globalmente dá a impressão de um deslocamento contínuo dos depósitos costeiros para o continente. Por outras palavras, globalmente, uma transgressão ou ingressão sedimentar tem uma geometria retrogradante, uma vez que ela corresponde a um superposição de pequenas intervalos progradadantes em direcção do mar (regressões), separados por superfícies de ravinamento. Estas superfícies sublinham as subidas relativas do nível do mar, as quais são cada vez mais importantes (subida em aceleração) antes que uma descida relativa significativa ocorra. A deposição faz-se, unicamente, durante os períodos de estabilidade relativo do nível do mar.
Inlandsis, Manto de Gelo,............................................................................................................................................................................................................................Inlandsis
Inlandsis / Indlandsis, Calota de hielo, Casquete polar / Eisschild / Inlandsis (冰盖) / Ледниковый купол, покровный ледник / Calotta di ghiaccio
Manto de gelo de grande espessura e extensão (mais de 50000 km2), como, por exemplo, os que cobrem parte do continente Antárctico e da Groenlândia.
Ver: « Glaciar »
&
« Glaciação »
&
« Linha de Neve »
Um manto de gelo ou inlandsis é uma massa de gelo glaciar que cobre mais de 50 000 km² de terreno. Os mantos de gelo são maiores que as plataformas de gelo (massa de gelo plana, espessa e flutuante, que se forma onde um glaciar ou manto de gelo descarrega na superfície do oceano) e glaciares. Massas de gelo com área menor que 50000 km² são designadas calotas de gelo, que, tipicamente, alimentam um conjunto de glaciares. Actualmente, existem apenas dois mantos de gelo, um na Antárctica e outro na Gronelândia. Contudo, durante o último máximo glaciar, o manto de gelo Laurenciano cobria grande parte do Canadá e da América do Norte e Weichseliano cobria o norte da Europa. O manto de gelo da Patagónia cobria a extremidade meridional da América do Sul. O inlandsis da Antárctica é o nome do manto polar, que cobre maior parte da Antárctica, o qual, em alguns lugares, se prolonga-se para o mar (Oceano Austral) por um plataforma de gelo, como, a plataforma de gelo de Ross. O inlandsis da Antárctica, cuja espessura atinge 4000 m tem uma superfície de 13,3 x 106 km², uma espessura média de 1,8 km e um volume de 24 x 106 km3. Este inlandsis formou-se como uma pequena calota de gelo (ou várias) no início do Oligoceno, engrossando-se e adelgaçando-se, sucessivamente, até ao Pliocénico, altura em que passou a ocupar a quase totalidade da Antárctica (para evitar mal entendidos é bom evitar as expressões avanço e recuo do gelo). Como ilustrado nesta figura, actualmente o inlandsis da Gronelândia cobre mais de 80% da superfície emersa. Este inlandsis, só se desenvolveu depois do Pliocénico, mas, aparentemente, com o advento da primeira glaciação, o seu desenvolvimento foi tão rápido que permitiu que os fósseis das plantas que cresciam na Gronelândia, sejam muito melhor preservados do que os seus congéneres da Antárctica. O inlandsis da Gronelândia é muito mais pequeno do que o da Antárctica. Ele tem uma superfície de 1,7 x 106 km2, uma espessura média de 1,6 km e um volume de 2,7 x 106 km3). Se todo gelo derrete-se, o nível do mar subiria 77 m (54 m com o reajustamento isostático. Durante a última idade glaciar o nível do mar estava mais baixo do que hoje 120 m.
Inselbergue (monadock)............................................................................................................................................................................................................................Inselberg
Inselberg / Inselberg / Inselberg (Ein kleiner Hügel oder Berg) / Inselberg (一个小山坡或山) / Останец выветривания / Monadnock, Inselberg
Monte proeminente e escarpado formado por rochas duras e consistentes, elevando-se de maneira abrupta de uma planície de baixo relevo (Whittow, 1984). Os inselbergues são característicos das paisagens tropicais, particularmente das zonas de savana, como, por exemplo, o celebre Pão de Açúcar no Rio de Janeiro (Brasil). No deserto da Namíbia que é muito árido, inselbergues graníticos com centenas de metros de altura são muito frequentes.
Ver: « Granito »
&
« Deserto »
&
« Monadnock »
Nas planícies de erosão tropicais, os relevos importantes, com vertentes abruptas, que não estão conectados com a superfície da peneplanície, são os inselbergues. Este termo deriva do alemão e quer dizer ilha montanha ("insel" e "berg") e foi utilizado, pela primeira vez, pelos exploradores alemães para designar os montes isolados (graníticos ou não), que sobressaem das planícies da África do Sul. Muitos inselbergues são relíquias geológicas. Eles conservaram o seu relevo, enquanto que as áreas circunvizinhas foram desgastadas pelos agentes de erosão, o que é corroborado pela presença de pedimentos (superfícies de erosão que muitos geocientistas confundem com leques aluviais) na base de muitos inselbergues. A ocorrência de inselbergues implica variações na taxa de degradação da superfície terrestre. Os inselbergues são uma das paleoformas que pode sobreviver, com pouca modificação, durante dezenas de milhões de anos, uma vez que, nessas paisagens, os processos activos de erosão estão limitados ao fundo e paredes dos vales. Um inselbergue não tem, necessariamente, um topo arredondado como, por exemplo, o Pão de Açúcar no Rio de Janeiro. Eles podem ter vários perfis: (i) Inselbergue em Pão de Açúcar com vertentes em sobreinclinação ; (ii) Inselbergue em Pão de Açúcar Clássico ; (iii) Inselbergue em Pão de Açúcar Dissimétrico ; (iv) Inselbergue com um Pão de Açúcar dominante num mar de colinas do tipo equatorial ; (v) Inselbergue com Topo Plano (testemunho de uma peneplanície) ; (vi) Inselbergue com Topo Irregular ; (vii) Inselbergue com Pedimento e (viii) Maciço em Inselbergue, como o que está ilustrado nesta figura (Montanha Granítica de Mulanje, no sul do Malawi). Para os geomorfologistas franceses um inselberg é : (i) Um terreno rochoso residual íngreme ou (ii) Montanhas em miniatura isoladas de maciço rochoso em encostas calcárias ou em rochas cristalinas em climas tropicais.
Integralidade Sedimentar..................................................................................................................................................................................Completness
Integralité sédimentaire / Integralidad sedimentaria / Vollständigkeit / 完整性 / Осадочная целостность / Completezza
Relação entre o tempo real de deposição e tempo geológico total. Se o tempo entre duas discordâncias consecutivas é de 10 My e o tempo real de deposição é 1 My, a integralidade sedimentar é de 0.1. Nos sistemas turbidíticos, a integralidade dos depósitos é muito pequena, mas a preservação é grande. O tempo de deposição de um lóbulo turbidítico profundo (cones submarino de bacia) é, praticamente, instantâneo (em termos geológicos), enquanto que o tempo entre dois lóbulos consecutivos, durante o qual, praticamente, nada se passa (ao ponto de vista da deposição), pode ser de milhares de anos ou mais.
Ver: « Cone Submarino da Bacia »
&
« Delta »
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« Tempo Geológico »
Como todo o geocientista sabe, em todos os sistemas estratigráficos, quer eles sejam do Silúrico ou Cretácico, os depósitos são episódicos, incompletos e com numerosos hiatos de erosão e de sem-depósito. Eles não traduzem, de maneira nenhuma, a duração equivalente do tempo geológico. Nas secções estratigráficas, quer elas sejam de água profunda ou não, o tempo de sem-deposição e erosão é, quase sempre, maior do que o tempo total de deposição efectiva dos sedimentos preservados. Como muitos geocientistas pensam, o tempo de deposição é, inversamente, proporcional à velocidade de sedimentação (maior é a velocidade de sedimentação mais curto é o período de deposição), a grande maioria dos períodos de sem-deposição passam despercebidos. Isto levou certos geocientistas a considerar os registos sedimentares como curtos períodos de "terror" separados por longos períodos de "calma" onde nada ou quase nada se passa. Como ilustrado nesta figura, isto é, particularmente verdadeiro, nos depósitos turbidíticos. Na parte superior destes modelos sedimentares, o tempo dos períodos de sem-depósito (em raiado) é maior que o tempo dos períodos de deposição (em cores). A integralidade de um depósito é dada pela relação entre o tempo de deposição e o tempo total (tempos de deposição mais hiatos). Os turbiditos têm uma integralidade pequena. O tempo de deposição de cada lóbulo turbidítico é, geologicamente, instantâneo, mas o tempo entre duas correntes turbidíticas consecutivas é muito grande. A maior parte dos sedimentos associados aos diferentes acontecimentos geológicos, que ocorrem durante os períodos de deposição, não são preservados.
Intertema..................................................................................................................................................................................................................................................................Interthem
Interthème / Intertema / Interthem (zwischen zwei Diskordanzen) / Interthem(两种不整合) / Интертема / Interthem (tra due discordanze)
Discordância menor que limita uma unidade estratigráfica com uma espessura comparável à da uma formação ou comparável ao tempo e espessura de um andar. Vários intertemas podem ser reconhecidos dentro de um sintema (AGI, 1999).
Ver: « Discordância »
lo&
« Sintema »
&
« Ciclo Estratigráfico »
Desde o advento da estratigrafia sequencial, os termos intertema e sintema (intervalo discordante limitado por discordância do tipo I ou II) caíram em desuso. O significado dos termos discordância menor e maior são relativos. Eles são dependentes da escala tempo considerada. Quando se reconhece no campo, isto é, num afloramento, uma discordância (superfície de erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar significativa), ela pode ser uma discordância menor ou mesmo uma discordância invisível numa linha sísmica regional. Numa linha sísmica convencional, tirada numa área com uma taxa de sedimentação normal (como, por exemplo, 8 metros todos os 100000 anos), é difícil de reconhecer as discordâncias que separam os ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência (ciclos estratigráficos induzidos por ciclos eustáticos de 3a ordem cujo tempo de duração varia entre 0,5 e 3-5 milhões de anos). Estas discordâncias podem ser consideradas como intertemas, uma vez que elas separam unidades estratigráficas com uma espessura comparável à espessura das formações geológicas. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional do Mar do Norte, todas as discordâncias do Jurássico Superior e Cretácico Inferior podem ser reconhecidas pelas terminações dos reflectores (biséis de agradação, progradação e somitais) e pela identificação das superfícies sísmicas de agradação e progradação. Nesta tentativa de interpretação, que foi calibrada em termos geológicos pelos resultados dos poços de pesquiza petrolífera, a diferença de idade entre duas discordâncias consecutivas (como, por exemplo entre SB. 138 Ma e SB. 128,5 Ma) é sempre inferior a 3-5 My, o que quer dizer, que elas limitam ciclos-sequência (SB significa limite de ciclo estratigráfico, i.e., "sequence boundary" em inglês). Pode dizer-se que, em geral, uma intertema corresponde a uma discordância que limita um ciclo-sequência, enquanto que um sintema corresponde a uma discordância que limita um subciclo de invasão continental.
Intervalo Estratigráfico Discordante.........................................................................................................................................Synthem
Intervalle stratigraphique discordant / Sintema, Intervalo estratigráfico discordante / Synthem (diskordant Intervall) / Synthem(不和谐的间隔) / Несогласно залегающий стратиграфический интервал / Sintema (intervallo discordante) /
Intervalo sedimentar limitado entre duas discordâncias do Tipo I ou Tipo II. É importante não confundir os intervalos estratigráficos discordantes com os ciclos estratigráficos ditos ciclo-sequência. Os ciclos-sequência são limitados por discordâncias ou pelas suas correlativas conformidades. Eles podem ser identificados a jusante do rebordo da bacia, isto é, nas partes profundas da bacia, enquanto que os intervalos estratigráficos discordantes são limitados à planície costeira e à parte superior do talude continental onde a erosão é significativa. Sinónimo de Sintema.
Ver: « Discordância »
&
« Intertema »
&
« Ciclo-sequência »
Antes do advento da estratigrafia sequencial, praticamente, antes dos anos 70, um intervalo estratigráfico discordante ou sintema, o qual podia ser dividido em subsintemas, era uma unidade da classificação alostratigráfica, isto é, uma unidade definida e identificada na base das descontinuidades que a limitam. Pode dizer-se, que uma unidade discordante (sintema) corresponde, na maioria dos casos, a um ciclo estratigráfico limitado por duas discordâncias, isto é, por duas superfícies de erosão induzidas por descidas relativas do nível do mar. As superfícies da base das progradações não são superfícies de erosão. Os intervalos limitados por elas são utilizados, de preferência, na estratigrafia genética, mas pouco na estratigrafia sequencial, onde os intervalos, qualquer que seja a sua hierarquia, são limitados por superfícies de erosão ou equivalentes profundos. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Namíbia, um intervalo estratigráfico discordante (sintema) é limitado entre duas discordância do Tipo I. A diferença de idade entre as duas discordâncias é inferior a 3-5 My e o intervalo entre elas é um ciclo-sequência que se depositou em associação com um ciclo eustático de 3a ordem (com um tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My). A discordância inferior é caracterizada por biséis de agradação e de truncatura, e a superior é caracterizada por vales cavados e canhões submarinos. Dentro deste ciclo-sequência, reconhece-se: Cortejo de Nível Baixo (CNB), no qual, de baixo para cima, se identificam os três membros que o compõem : (i) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (ii) Cones Submarinos de Talude (CST) e (iii) Prisma de Nível Baixo (PNB). Os cortejos de nível alto (transgressivo e prisma de nível alto) não se depositaram.
Intervallo de Recorrência................................................................................................................................................................Recurrent Interval
Intervalle de récurrence / Intervalo de recurrencia / Wiederholungsintervall / 重复间隔 / Интервал повторения / Intervallo di ricorrenza
Intervalo de tempo médio entre as ocorrências de um certo evento geológico, como uma inundação, regressão, corrente de turbidez, terramoto, etc.
Ver: «Acontecimento (geológico ) »
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« Inundação »
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« Ciclo Estratigráfico »
Como ilustrado nesta figura, um dos melhores exemplos de recorrência são as idade glaciares, cujo intervalo de recorrência é aproximadamente de 90 mil anos. Nesta figura estão ilustrados os teores do isótopo do oxigénio 18 determinados a partir de um testemunho de perfuração de gelo (com cerca 16 m de comprimento) tirado de um poço perfurado no oceano Pacífico equatorial (cerca de 1° N e 160° E). No topo deste diagrama, o eixo horizontal, entre Recente (à esquerda) e Presente (à direita) indica a idade dos sedimentos. O testemunho cobre um período de cerca de 900 mil anos. Os períodos "quentes", que são associados com os fortes teores isotópicos, estão sublinhados pelas colunas de cor laranja. Os períodos "frios", que são associados com os teores isotópicos fracos, estão sublinhados pelas colunas de cor azul. Os números (de 1 a 23) marcam os diferentes estágios isotópicos. Os números pares indicam os períodos frios e os ímpares os períodos quentes. Tendo em linha de conta, que um tal cálculo é, relativamente, delicado, os geólogos, geoquímicos, paleontologistas e sedimentologistas, de uma maneira geral, recensearam 28 épocas (ou idades) glaciares para o intervalo de tempo compreendido entre 3,25 Ma e 650 ka. Por conseguinte, pode dizer-se, que o intervalo de recorrência das épocas glaciares, isto é, a sua periodicidade, é cerca de 93 ky. Contudo, é importante notar, que uma época glaciar não significa, necessariamente, uma glaciação. É necessário, também, entrar em linha de conta com a intensidade do frio e amplitude das precipitações. Existe uma certa incerteza (da ordem de 1 000 anos) entre a diferença da idade do gelo e das bolhas de ar (de onde o oxigénio é amostrado) (Caillon et al., 2003). Tudo isto põem em causa e pode mesmo refutar a conjectura do aquecimento global, i.e, do aumento antropogénico da temperatura desde 1990. Isto significa, que as mudanças climáticas naturais, que existem desde a formação da Terra, são mais que evidentes, do que o teoria do aquecimento global, a qual deve ser testada por dados científicos não fraudulentos, que certos alarmistas utilizam numa tentativa de provar a sua existência. Por outro lado, como sugerido por K. Popper (problema da demarcação), não se pode esquecer que uma teoria faz parte da ciência empírica se, e apenas se for contraditória com possíveis experiência e for por isso, em princípio, falibilizável por meio de experiências.
Intervallo Sedimentar Condensado...............................................................................................................Starvation Interval
Intervalle sédimentaire condensé / Intervalo estratigráfico condensado / Verhungern Intervall, Sediment-Intervall kondensierten / 饥饿的时间间隔, 泥沙间隔简明 / Сжатый осадочный интервал / Intervallo difame, Intervallo sedimentario condensato
Intervalo estratigráfico marinho, geralmente, pouco espesso, caracterizado por uma taxa de sedimentação muito baixa, entre 1 e 10 milímetros por 1000 anos. Este intervalo é composto de sedimentos hemipelágicos e pelágicos (quase sem influência terrígena), depositados, em geral, na parte distal da plataforma, talude ou planície abissal, durante períodos do nível alto do mar (máximo de transgressão da linha da costa). Um intervalo sedimentar condensado pode ser reconhecido pela abundância de fósseis pelágicos, minerais autigénicos e um limite superior, por vezes, endurecido.
Ver: « Superfície da Base das Progradações »
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« Pelágico (depósito) »
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« Nível Alto (do mar) »
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Alasca, duas superfícies da base das progradações, que inclinam em direcções opostas, são bem visíveis. Elas são definidas por biséis de progradação com polaridade (vergência) oposta e caracterizam um intervalo estratigráfico condensado, cuja condensação aumenta para jusante, isto é, em direcção das partes profundas das bacias. A superfície da base das progradações inferior, ao longo da qual os biséis de progradação se orientam para o sul (a condensação também) sugere um antigo continente ao norte e um oceano ao sul. Ao contrário, a superfície da base das progradações superior e as progradações que a definem têm uma polaridade norte, o que sugere um antigo continente ao sul e um oceano ao norte. Pode dizer-se que, esta tentativa de interpretação ilustra a colisão entre duas margens divergentes continentais de tipo Atlântico (formadas num contexto geológico, globalmente, extensivo, isto é, no exterior da megassutura Meso-Cenozóica) ou, por outras palavras, uma colisão entre dois continentes. Esta colisão, não só fechou, completamente, o oceano, que separava as margens divergentes, mas também produziu um encurtamento importante dos sedimentos. Como ilustrado, o encurtamento parece mais importante na placa litosférica cavalgante (margem divergente localizada ao Sul) do que na placa litosférica descendente. A identificação e profundidade dos intervalos condensados é muito importante na da pesquiza petrolífera, uma vez que eles sugerem a localização, mais provável, das rochas-mães marinhas. Esta tentativa de interpretação, sugere, que nesta região, existem, certamente, dois níveis de rochas-mães marinhas potenciais, com uma maturação da matéria orgânica diferente.
Inundação (curso de água)..............................................................................................................................................................................................................................Flood
Inondation / Inundación / Überschwemmung (Flüsse) /洪水(河流)/ Наводнение (реки) / Inondazioni (fiumi)
Cobertura dos terrenos, mais ou menos horizontais, pela água do mar ou de um rio.
Ver : « Subida Relativa (do nível do mar) »
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« Cortejo Transgressivo »
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« Transgressão »
As inundações são eventos naturais. Elas acontecem, sobretudo, quando a área de captação do rio, isto é, a área da superfície terrestre e correntes que alimentam o rio, recebe muito mais água do que é normal. Em tais condições, o rio não pode conter o excesso de água e, por conseguinte, ela transborda para a planície de inundação. Uma inundação pode ocorrer em qualquer ponto do trajecto de um rio e não, necessariamente, onde o excesso de água entrou. Regularmente, durante a monção, (mudança sazonal da direcção do vento acompanhada por uma mudança da precipitação que, actualmente, é utilizado para descrever as mudanças sazonais de circulação e precipitação atmosférica) inundações catastróficas ocorrem no este da Índia, Nepal e Bangladesh, matando centenas de pessoas e deixando milhões de pessoas sem abrigo. As causas principais das inundações nesta região são : (i) A monção, que traz anualmente chuvas muito intensas e neve de tal maneira que os solos são lixiviados produzindo um escoamento muito forte, o qual provoca uma erosão do solo muito grande ; (ii) A fusão da neve, que provoca a erosão dos solos e um aumento muito rápido da descarga dos rios ; (iii) O desflorestamento do antepaís (consequência do aumento de população no Nepal e Tibete), na qual uma grande quantidade de árvores são abatidas para serem utilizadas como combustível e para aumentar as áreas de pastagem, o que diminui a evaporatranspiração, aumenta o escoamento das águas e erosão, e produz frequentes deslizamentos de terreno ; (iv) Aumento da carga dos rios (devido à erosão do solo), em particular em material siltoso, levanta o leito dos rios, o que reduz fortemente a capacidade dos canais e aumenta a probabilidade de ocorrência das inundações ; (v) Topografia, uma vez que a grande maioria desta área está localizada numa planície deltaica e delta, cujas altitudes raramente ultrapassam 1 m (acima do nível do mar) ; (vi) Irrigação, visto que em muitos lugares o rio Ganges foi desviado para a irrigação, o que retém muito do material siltoso e impede a construção da planície de inundação a jusante ; (vii) Ciclones, que são muito frequentes nesta região, o que aumenta a probabilidade de ocorrência das inundações e (viii) A subsidência do terreno induzida pela sobrecarga sedimentar. As duas fotografias ilustradas acima, do rio Mississipi e seus afluentes (Missouri e Illinois), uma tirada dia 14 de Agosto de 1991 e outra dia 19 de Agosto de 1991, ilustram a extensão de uma das muitas inundações do vale do Mississipi.
Inundação-Regressão.................................................................................................................................................................Flooding & Forestepping
Inondation-régression / Iundación-regresión / Überschwemmungen - Rückbildung / 洪水 - 回归 / Наводнение-регрессия / Inondazioni-Regressione
Intervalo sedimentar formado por uma alternância de depósitos regressivos (geometria progradante) e superfícies de inundação (superfícies de ravinamento). Estes intervalos podem estar associados a um intervalo transgressivo ou regressivo, visto que ambos implicam uma subida relativa do nível do mar (em aceleração para uma transgressão, em desaceleração para uma regressão). Note que não há descidas relativas do nível do mar entre estas subidas relativas (paraciclos-sequência).
Ver: « Subida Relativa (do nível do mar) »
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« Cortejo Transgressivo »
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« Ciclo-sequência »
Estes intervalos fazem parte dos cortejos sedimentares de um ciclo-sequência ou formam, por eles mesmo, um ciclo-sequência incompleto quando depositados entre duas discordância (superfícies de erosão) com uma diferença de idade é inferior a 3-5 My, como é o caso ilustrado nesta figura. Neste esquema, as condições geológicas são de nível baixo do mar, o que quer dizer, que a SB. 5,5 Ma têm uma grande ruptura de inclinação a jusante desta área (rebordo da bacia). A evolução geológica pode ter sido a seguinte: (i) Descida relativa do nível do mar importante 5,5 Ma, que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (não visível neste esquema) ; (ii) Erosão parcial dos sedimentos do substrato expostos aos agentes de erosão ; (iii) Subida relativa do nível do mar (SRNM) (primeira flecha vertical no substrato), inundação do substrato e deslocamento da linha da costa para terra (montante) ; (iv) Deposição de sedimentos e deslocamento da linha da costa para jusante durante um período de estabilidade do nível do mar ; (v) Nova SRNM (mais pequena do que a anterior) e novo deslocamento da linha da costa para montante ; (vi) Deposição e deslocamento da linha da costa para jusante (círculos com interior branco) que ultrapassou a posição anterior (progradação) ; (vii) Nova SRNM e deslocamento da linha da costa para montante e nova deposição de sedimentos com um deslocamento da linha da costa mais importante que o anterior ; (viii) Nova SRNM, mas desta vez muito mais importante do que as duas últimas, o que desloca muito mais para montante a linha da costa (com um grande aumento da lâmina de água) e a história repete-se, até que uma descida relativa do mar significativa crie uma superfície de erosão (discordância). Como não há descidas relativas entre as sucessivas subidas, cada incremento marca um paraciclo eustático durante o qual se deposita um paraciclo-sequência.
Invasão Continental...............................................................................................................................................................................................Encroachment
Empiétement continental / Invasión continental / Eingriff, Continental Übergriff / 大陆侵占 / Континентальное затопление / Invasione continentale
Distância horizontal entre dois biséis de agradação consecutivos. Ela indica a morfologia da discordância que os biséis fossilizam. Mais plana é a morfologia da discordância, maior é a invasão continental. Ela pode ser positiva (subida relativa do nível do mar) ou negativa (descida relativa do nível do mar). Função dos biséis de agradação, ela pode ser costeira ou marinha.
Ver: « Subida Relativa (do nível do mar) »
&
« Agradação »
&
« Ciclo Eustático de 1a Ordem »
Nesta tentativa de interpretação de uma linha sísmica do onshore da ilha de Sumatra (bacia atrás do arco induzida por uma subducção do tipo B), os biséis de agradação dos sedimentos da fase cratónica fossilizam a discordância, que limita, superiormente, o substrato (sedimentos Paleozóico ou Pré-Câmbricos). Esta fossilização do substrato é o resultado de uma subida relativa do nível do mar, a qual a cada incremento deslocou a linha da costa para montante (Este), isto é, em direcção do continente. Considerando dois reflectores consecutivos, como ilustrado neste esquema, é fácil de verificar, que a terminação do reflector inferior está mais baixa e mais a jusante do que a terminação do reflector seguinte (superior). A distância entre as duas terminações, medida horizontalmente, dá a invasão continental em metros (a escala horizontal das linhas sísmicas é métrica), enquanto que a distância vertical entre as terminações dá a agradação continental em milisegundos, uma vez que a escala vertical das linhas sísmicas é em tempo. Neste caso, a agradação continental é positiva uma vez que a terminação do reflector mais recente está por cima da terminação do reflector precedente. Se a terminação do reflector mais recente estiver mais baixo do que a do reflector precedente, a agradação continental é negativa, o que sugere uma discordância entre os dois reflectores, uma vez que uma parte da bacia foi submetida aos agentes de erosão. Conhecendo a velocidade das ondas sísmicas no intervalo sedimentar limitado entre os dois reflectores, o cálculo da agradação continental é fácil de determinar. Quando a invasão continental é muito grande (como, por exemplo, 100 km), para uma subida relativa do nível do mar, por exemplo, de 10 metros, a topografia da bacia (geometria da discordância que limita, inferiormente, o ciclo sequência considerado) é muito planar, isto quer dizer, que a lâmina de água é muito pequena e, que nas linhas sísmicas, é impossível diferenciar a plataforma continental.
Invasão Costeira.......................................................................................................................................................................................Coastal Encroachment
Empiétement côtier / Invasión costera / Coastal Übergriff / 海岸侵蚀 / Затопление берега / Invasione Costiera
Distancia horizontal entre dois biseis de agradação costeira consecutivos. Ela indica a morfologia da discordância que os biséis definem. Mais plana é a morfologia da discordância, a montante do rebordo da bacia, maior é a invasão continental que neste caso é costeira. Ela pode ser positiva (subida relativa do nível do mar) ou negativa (descida relativa do nível do mar).
Ver: «Subida Relativa (do nível do mar) »
&
« Agradação »
&
« Invasão Continental »
Uma invasão costeira é um caso particular de invasão continental. Ela corresponde à distância horizontal (em metros) entre dois biséis de agradação costeiros consecutivos. Uma invasão marinha corresponde a distância horizontal (em metros) entre dois biséis de agradação marinhos. A combinação da invasão e agradação costeira (distância vertical em milisegundos entre dois biséis costeiros consecutivos) sugere a topografia da discordância contra a qual os sedimentos repousam. Se agradação costeira é pequena (digamos, 50 milisegundos) e a invasão muito grande (digamos, superior a 50 km), a morfologia da superfície de erosão, criada pela descida relativa do nível do mar, é muito plana e nas linhas sísmica será difícil de separar a ruptura costeira de deposição do rebordo da bacia (durante os cortejos de nível alto, isto é cortejo transgressivo e prisma de nível alto). No prisma de nível alto (episódio regressivo, uma vez que o nível do mar sobe em desaceleração), a partir de um certo momento, a ruptura costeira coincide com o rebordo da bacia, uma vez que a bacia deixa de ter uma plataforma continental. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore oeste da Índia, na parte superior do prisma de nível baixo (o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia) a invasão costeira, é de cerca 6 km e a agradação cerca de 200 milisegundos (mais ou menos 100 m a esta profundidade). Desde que a subida relativa do nível do mar mudou as condições geológicas para alto nível, a invasão costeira da primeira superfície de inundação é, provavelmente, superior a 100 km e a agradação inferior a 100 milisegundos. Este enorme aumento da invasão costeira (para valores poucos diferentes da agradação) sublinha, perfeitamente, a morfologia da discordância subjacente e a localização do antigo rebordo da bacia. Note, que o primeiro bisel de agradação do prisma de nível baixo marca uma agradação negativa induzida pela descida relativa do nível do mar que criou a discordância.
Inversão Magnética.......................................................................................................................................................................................Magnetic reversal
Inversion magnétique / Inversión magnética / Ummagnetisierung / 磁性逆转 / Перемагничивание (инверсия намагниченности) / Inversione magnetica
Processo pelo qual o pólo norte é transformado em um pólo sul e o pólo sul se torna um pólo norte. O campo magnético terrestre submete-se a uma simples excursão mais do que uma inversão, uma vez que se regenera por ele mesmo com a mesma polaridade.
Ver: « Magnetismo »
&
« Magnetostratigrafia »
&
« Expansão Oceânica »
A Terra comporta-se como um íman gigante. A parte mais interna da Terra, conhecida sob o nome de núcleo, é constituída por minerais muito pesados (ferro e níquel) e está, em grande parte, no estado líquido. Parece que são os movimentos da parte líquida, que geram o campo magnético, que se inverteu várias vezes ao longo da história da Terra, como certas rochas o sugerem. No momento de deposição de certas rochas, os minerais ferruginosos que elas contém, orientam-se segundo o campo magnético terrestre desse momento. A magnetização das rochas cria um campo magnético remanescente fóssil, o qual pode ser utilizado como uma bússola fóssil para determinar a direcção do campo magnético antigo (paleomagnetismo). Para isso basta medir, numa amostra orientada, com um magnetómetro sensível, o ângulo da declinação (D) e inclinação (I) magnéticas. A latitude (L) é determinada a partir da inclinação pela equação: Tan L = 1/2 Tan I (tangente da latitude é igual a metade da tangente da inclinação). As medidas do campo magnético fóssil mostraram que no curso da história da Terra, os pólos magnéticos, por razões ainda mal conhecidas, se inverteram várias vezes. O intervalo de tempo entre as inversões magnéticas varia muito, contudo, pode dizer-se, que durante o Cenozóico, o intervalo entre cada inversão é cerca de 500 ky. Os intervalos de tempo durante os quais a polaridade é a mesma que actualmente são chamados normais ou de polaridade normal, no caso contrário, eles são inversos ou de polaridade inversa. O campo magnético terrestre, que está dentro da magnetosfera criada pela acção do vento solar, parece mostrar sinais de diminuição de intensidade. Não obstante, actualmente, a intensidade magnética é, praticamente, a mesma que há 50000 anos, embora a última inversão já tenha ocorrido à cerca de 800 000 anos. As determinações feitas em antigas jarras da época romana sugerem que a intensidade magnética era nessa altura o dobro da de hoje. É muito provável que num futuro próximo (tempo geológico) a polaridade magnética mude.
Isóbara.................................................................................................................................................................................................................................................................................Isobar
Isobare / Isobara / Isobare / 安索帕 / Изобара / Isobara
Linha que une pontos com mesmo valor de pressão atmosférica (em referência ao nível do mar).
Ver: « Mapa »
&
« Nível Médio do Mar »
&
« Célula de Hardley »
Como ilustrado nesta figura, uma isóbara é uma linha, sobre um gráfico ou mapa, que liga pontos de igual pressão. No espaço a três dimensões que forma a atmosfera terrestre, as linhas de superfície isobára que ligam, num instante dado, os pontos de igual pressão atmosférica servem para delimitar nas cartas de análise e de previsão meteorológica os sistemas meteorológicos como, por exemplo : (i) Depressões, isto é, zonas onde a pressão atmosférica, ajustada ao nível do mar, diminui horizontalmente para um centro de baixa pressão, isto é, um mínimo local de pressão ; (ii) Anticiclones, quer isto dizer, as zonas de circulação atmosférica à volta dos centros de alta pressão ; (iii) Sulcos Barométricos, que são excrescências das depressões, que significam zonas de baixa pressão a volta de uma área e (iv) Cristas Barométricas, isto é, as regiões alongadas no campo da pressão atmosférica, onde esta é máxima em relação ao meio ambiente, sem ser uma circulação fechada. O sentido de rotação dos anticiclones está relacionado com a força de Coriolis. Eles giram no sentido horário no hemisfério norte e ao contrário do sentido horário no hemisfério sul. As isóbaras são, geralmente, indicadas em cartas normalizada ao nível do mar (cartas ou mapas de superfície). O cálculo da pressão reduzida ao nível do mar, ou, o da pressão a uma altitude compreendida entre o nível do mar e o solo sobre a mesma vertical, permite de traçar uma superfície isóbara de maneira contínua, mesmo lá onde a pressão associada seria, devido ao relevo, superior à pressão do solo. Quando que se fazem cartas meteorológicos em altitude, embora elas possam ser feitas na base de linhas isóbaras a uma altura estandardizada, em geral, utilizam-se as isoípsas (curva de nível, que unem pontos com igual valor de altitude) a níveis de pressão constante, chamadas alturas isóbaras. Nestes casos, utilizam-se determinados valores de pressão fixados internacionalmente, dos quais os mais importantes são 850, 700, 500, 300 e 200 hPa (1 hPa = 100 Pa) e as isoípsas representam a altura acima do nível do mar, onde encontram as pressões. Evidentemente, que às vezes, as superfícies isóbaras, associadas a valores não-estandardizados da pressão são usados, como a quando dos cálculos ou saídas de um modelo de previsão numérica do tempo.
Isóbata, Isobathimétrica........................................................................................................................................................................................................................................Isobath
Isobathe / Isobata / Isobathe / 等深线 / Изобата / Isobata
Linha que une pontos com a mesma profundidade, quer em metros, como nas cartas batimétricas, que em tempo, como, nas cartas sísmicas, em particularmente nas cartas dos horizontes sísmicos utilizadas na pesquiza petrolífera.
Ver : « Isócrona »
&
« Linha Sísmica »
&
« Mapa de Contornos »
Na pesquiza petrolífera e sobretudo no offshore, as cartas em isóbatas são as mais frequentes, uma vez que a escala horizontal das linhas sísmica (migradas ou não) são em tempo (duplo) e não em profundidade. Todas as cartas em isóbatas profundidade dos horizontes sísmicos são feitas a partir de cartas em isóbaras tempo (que certos geocientistas chamam cartas em isócronas). O exemplo ilustrado nesta figura representa uma carta em isóbatas profundidade (metros) do soco no offshore do Vietname. Esta carta foi feita a partir de uma carta em isóbaras tempo construída a partir das tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas. Assim, pode dizer-se que neste offshore, os altos do soco individualizam três bacias sedimentares: (i) Bacia do Mekong, au norte do alto de Conson ; (ii) Bacia Sul de Saigão e (iii) Bacia Norte de Saigão. Estas últimas estão localizadas a este do alto de Conson e são individualizadas por um alto do soco entre elas. Na classificação de Bally, estas bacias correspondem, na realidade, à sobreposição vertical des diferentes bacias sedimentares. De baixo para cima, as linhas sísmicas sugerem : (i) Um cadeia de montanhas dobradas ou um soco ; (ii) Bacias de tipo-rifte, que caracterizam a fase de alongamento ou de "rifting" da bacia interna ao arco ; (iii) Bacias cratónicas, que caracterizam a fase de abatimento da bacia interna ao arco e (iv) Margem divergente tipo não-Atlântico, que se desenvolve, sobre a bacia interna ao arco, quando o alongamento atrás do arco vulcânico provoca a ruptura da litosfera e uma oceanização, mais ou menos, importante, a qual cria um mar marginal. Nas cartas em isóbaras tempo dos horizontes sísmicos é sempre, necessário, para evitar erros de interpretação não esquecer, em particular, nas áreas offshore, a influência da lâmina de água, uma vez que, pontos, estruturalmente, altos em tempo podem corresponder a tempos, estruturalmente, baixos em profundidade. Um aumento abrupto da profundidade de água entre a plataforma e o talude continental, necessariamente, retarda as ondas sísmicas, a jusante do rebordo da bacia.
Isobatitérmica........................................................................................................................................................................................................................Isobathytherm
Isobathithérmique / Isobatitérmica / isobathythermisch Linie / 等温深度线 / Изобатитерма / Isobatitérmic
Linha que une os pontos com igual valor de temperatura, a profundidades diferentes e num plano vertical.
Voir: « Mapa de Contornos »
&
« Gradiente Geotérmico »
&
«Fluxo Térmico »
Sob o ponto de vista científico, a geotermia estuda o regime térmico da Terra e mecanismos de transferência de calor, quer estes sejam de condução ou convecção. A geotermia tenta integrar todos dados geológicos, geoquímicos e geofísicos em modelos satisfatórios. Além de variações térmicas de origem externa que afectam, segundo a sua periocidade, algumas dezenas de metros de espessura, a temperatura do solo aumenta com a profundidade: é o gradiente geotérmico. O grau geotérmico é a distância vertical a percorrer para que a temperatura suba um grau Celsius. Em média, o grau geotérmico é de 32 m. O aumento da temperatura em profundidade, isto é, o fluxo de calor interno da Terra, pode ser utilizado como uma energia renovável (que utiliza uma fonte inesgotável de energia de origem natural, como, a radiação solar, os ventos, os ciclos da água e do carbono na biosfera, o efeito de atracção lunar e solar sobre os oceanos, etc.). Esta figura ilustra a variação do grau geotérmico (en graus Celsius) da bacia do Kwanza (margem divergente tipo Atlântico sobrejacente a bacias de tipo-rifte). As linhas isobatitérmicas permitiram definir as variações do fluxo geotérmico, o qual está aqui exprimido em graus Celsius por 100 metros. Assim, como ilustrado acima, uma zona entre 2,0 e 2,5° C, significa que a temperatura do solo aumenta entre 2 e 2,5° C todas as vezes que a profundidade aumenta 100 metros. Este tipo de carta é muito importante para a pesquiza petrolífera, uma vez que ela sugere os lugares mais prováveis onde as rochas ricas em matéria orgânica (rochas-mães potenciais) podem, eventualmente, transformar-se em rochas-mãe, isto é, que a sua matéria orgânica atingiu a maturação. Na bacia onshore do Kwanza, existem duas áreas, uma ao norte e outra ao sul, nas quais o aumento de temperatura, para cada 100 metros de profundidade, ultrapassando os 3° C. São as áreas onde uma maturação da matéria orgânica é mais provável, à condição que as rochas-mãe potenciais tenham sido, suficientemente, enterradas. A presença nesta bacia de um importante horizonte de sal (bom condutor de calor), mas de espessura variável, pode alterar o grau geotérmico nas rochas que lhe são sobrejacentes.
Isocotidal............................................................................................................................................................................................................................................................Isocotidal
Isocotidale / Isocotidal / Isocotidale / 同一高度潮 / Равноприливный / Isocotidal
Linha que une pontos com igual valor de altura de maré. Este termo é considerado como incorrecto por vários geocientistas portugueses.
Ver: « Maré »
&
« Maré Viva »,
&
« Conjunção (astronomia) »
Esta carta de Airy mostra as linhas isocotidais actuais da Terra, isto é, as amplitude das marés. Nesta carta, nenhuma revisão recente das linhas cotidais foi feita a partir da enorme quantidade de dados de maré recentes, que têm sido acumulados desde há alguns anos. Esta carta elaborada por Sir George Airy é uma cópia da carta que ele apresentou no seu artigo sobre "Marés e Ondas". As partes do mundo para o qual os dados não são muito válidos foram omitidas. Por outro lado, os números romanos nas linhas cotidais denotam a hora (em tempo Greenwich) da maré alta no dia da lua nova ou cheia. O autor indicou que as linhas cotidais do Atlântico Norte são, precisamente, desenhadas, enquanto que as linhas do Atlântico Sul são duvidosas, e que as do Este do Pacífico e da Nova Zelândia são, praticamente, conjecturais. A incorporação das observações recentes nas cartas cotidais exigiria, certamente, algumas modificações destas observações. A conjectura de que quando uma onda oscila em águas rasas ela viaja com menos velocidade e, por conseguinte, a sua altura aumenta, é corroborado pela flexão e equidistância das linhas cotidais perto de continentes e ilhas oceânicas, como, por exemplo, nos Açores, Bermudas e sobretudo na costa Este e Oeste da América do Sul. A velocidade de propagação da onda de maré dá boas informações sobre a profundidade do mar. No Mar do Norte, a velocidade de propagação parece ser cerca de 45 quilómetros por hora, o que corresponde a uma profundidade de, mais ou menos, 42 metros. Por outro, é bem conhecido que a profundidade ao longo de um canal profundo é maior e que ao longo dos lados, ela é menor do que 42 metros. No oceano Atlântico, a onda passa de 90 º de latitude, do sul para uma hora norte, em 12 horas, ou seja, à velocidade de 830 quilómetros por hora. Se a maré do Atlântico for derivada, como uma onda livre, da maré do Pacífico, a velocidade de propagação deverá corresponder a uma profundidade de 5480 metros. Airy considera, que o Atlântico é uma bacia tão grande que permite não entrar em linha de conta com a acção directa das marés, e pensa que as marés do oceano Atlântico derivam muito pouco das marés do oceano Pacífico.
Isócrona....................................................................................................................................................................................................................................................................Isochron
Isochrone / Isócrona / Isochron / 等时线 / Изохрон / Isocrone
Linha que numa carta geológica ou sísmica indica o mesmo tempo. Numa carta sísmica, como, por exemplo, a carta do topo do Cretácico, a isócrona 2,1 segundos indica que a posição do horizonte mapeado se encontra a 2,1 segundos de profundidade (tempo duplo).
Ver: « Tempo geológico »
&
« Mapa Geológico »
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« Linha Sísmica »
Esta carta ilustra um mapa estrutural, em tempo duplo, de um horizonte do offshore do Vietname, na qual os valores das isócronas foram omitidos por razões de confidencialidade. As isócronas permitem identificar, facilmente, as zonas com valores mais pequenos, isto é, menos profundas (sublinhadas por +). Estas zonas sublinham antiformas, em forma de sino (como um anticlinal), mas que são induzidas por um regime tectónico extensivo e não compressivo, como é o caso de um anticlinal (neste offshore, as estruturas anticlinais ocorrem, localmente, em associação como uma reactivação das antigas falhas normais em inversas). Um geocientista pode utilizar diferentes mapas de contornos: (i) Mapa da Espessura de Perfuração, que mostra a espessura vertical de uma unidade estratigráfica atravessada por um poço e pesquiza vertical ; (ii) Mapa da Espessura Estratigráfica, que mostra a espessura de uma unidade estratigráfica medida perpendicularmente às superfícies que a limitam (a espessura estratigráfica é igual à espessura perfurada multiplicada pelo coseno da inclinação da unidade estratigráfica atravessada) ; (iii) Mapa das Isópacas, que mostra as variações de espessura estratigráfica de uma formação ou intervalo geológico utilizando as isópacas (linhas imaginárias que ligam pontos com a mesma espessura estratigráfica) desenhadas através dos pontos onde a formação tem a mesma espessura ; (iv) Mapa da Espessura Perfurada, que mostra as variações de espessura perfuradas, independentemente da verdadeira espessura estratigráfica ; (v) Mapa dos isólitos, que é uma carta construída a partir das linhas imaginárias, que conectam os pontos com litologia semelhante e que separam as rochas de diferentes natureza (cores, texturas, etc.) ; (vi) Mapa das fácies, que mostra as variações litológicas dentro de uma unidade estratigráfica ; (vii) Mapa de "subcrop", que mostra a paleogeografia debaixo de uma discordância, em geral, reforçada pela tectónica ; (viii) Mapa das isócronas, que mostra as variações de profundidade tempo (duplo) de um determinado horizonte (uma isócrona é uma linha imaginária que conecta pontos com o mesmo tempo de reflexão).
Isogónica...............................................................................................................................................................................................Isogonic,, Isogonal, Isogonic line
Isogonique / Isogónica / Isogonischlinie / 等偏线 / Изогона / Linea Isogonica
Linha que une pontos com o mesmo valor do ângulo de declinação magnética.
Ver: « Mapa de contornos»
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« Magnetismo »
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« Magnetostratigrafia »
No estudo do magnetismo terrestre (geomagnetismo), uma linha isogónica é uma linha que traçada através de todos os pontos da superfície da Terra com a mesma declinação magnética. Não confunda declinação magnética com o meridiano magnético. A declinação magnética é o ângulo, num determindo lugar, entre o meridiano geográfico e o meridiano magnético, ou seja, o ângulo entre o norte verdadeiro e o norte magnético. O meridiano magnético é o grande círculo da Terra que passa pelo pólo norte e sul magnético. Pode dizer-se que as linhas isogónicas são linhas de igual declinação magnética, enquanto que linha agónicas são linhas onde não há variação da declinação magnética. Uma bússola magnética, naturalmente, aponta para o pólo norte magnético, o qual não tem nada a ver como norte geográfico que é definido como o ponto no hemisfério norte, onde o eixo de rotação da Terra intersecta a superfície da Terra. No mapa em isogónicas ilustrado nesta figura, o norte geográfico está no topo e as linhas isogónicas estão desenhadas por linhas cinzentas contínuas. Um avião, que tenha que aterrar um aeroporto localizado num ponto onde a variação entre o norte magnético e geográfico é de 15° E, e que voe em a referência a uma bússola magnética / DG, o piloto tem que entrar em linha de conta com essa variação quando determinar o plano de voo (além de outras pequenas variações). Se a variação, entre o norte magnético e geográfico, é de Este, o piloto terá que a subtrair e se a variação é de Oeste o piloto terá que a adicionar, a menos que a bússola do piloto seja muito recente (menos de 5 anos) e que tenha um mecanismo de compensação que automaticamente faz esse ajuste. Como todos nós aprendemos nos levantamentos básicos ou geográficos, a Terra funciona como um íman gigante, como dois pólos. Um apontando para o norte e outra apontando para o sul. Desde que a agulha da bússola é magnetizada, a sua direcção é controlada por forças magnéticas na superfície da Terra e vai procurar o pólo norte magnético. Contudo, como dito antes, o eixo do campo magnético da Terra não coincide, exactamente, com o eixo de rotação da Terra sobre os pólos norte e sul (o pólo norte magnético fica, actualmente, no arquipélago árctico do Canadá).
Isohialina............................................................................................................................................................................................................................................................Isohialine
Isohaline / Isohalina / Isohaline / 等盐度线 / Изогалина / Isoaline
Linha que une pontos com igual valor de salinidade.
Ver: « Mapa de Contornos»
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« Corrente de Salinidade »
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« Corrente de Densidade »
Estas duas cartas em isohialinas feitas em Agosto 1987 na desembocadura do Rio da Plata (Argentina) mostram, claramente, que a salinidade ao nível do mar é mais pequena do que no fundo do mar. As linhas isohialinas, exprimidas em pus ("Practical Unity Salinity" em inglês), isto é, em gramas de sal por 100 gramas de água, são mais distais no fundo do mar do que ao nível do mar. Esta situação sugere que o escoamento do Rio da Plata é um escoamento é hipopicnal, quer isto dizer, que o fluxo de água do rio menos denso do que a do corpo de água no qual ele entra (oceano Atlântico Sul). A água do rio, cujo fluxo é o de jacto axial, ao entrar no oceano, os sedimentos que ela transporta dispersam-se à superfície do mar, para, mais tarde e, pouco a pouco, se depositarem no fundo do mar formando hemipelagitos (depósito profundo no qual mais de 25% da fracção das partículas tem um tamanho superior a 5 micrómetros). Nestas condições, é pouco provável que depósitos turbiditos de nível alto do mar se depositem no fundo do mar, próximo da desembocadura do rio (modelo de Mutti). Se uma descida relativa do nível do mar puser a linha da costa mais baixo do que o rebordo da bacia, isto é, se as condições actuais de nível alto do mar mudarem para condições geológicas de nível baixo, a plataforma continental será exumada e o perfil de equilíbrio provisório do rio da Plata será rompido. Por conseguinte, a desembocadura do rio se fará na parte superior do talude continental e os sedimentos transportados pelo rio serão transportados, talude abaixo, por correntes de turbidez. Desde que essas correntes atinjam a ruptura de inclinação da base do talude continental (limite entre o talude continental e a planície abissal), a velocidade das correntes diminuirá, assim como capacidade de transporte. Uma tal diminuição da velocidade das correntes induz a deposição dos sedimentos transportados sob a forma de cones submarinos quer de talude quer de bacia,. Os primeiros cones turbidíticos terão uma geometria, mais ou menos, ondulada (depósitos de transbordo, diques marginais naturais e preenchimentos tardios das depressões e "canais" turbidíticos), enquanto que os lóbulos dos segundos têm uma geometria mais ou menos horizontal.
Isoieta...................................................................................................................................................................................................................................................................................Isohyet
Isohiète / Isohieta / Isohyete / 等雨量线 / Изогиета / Isoieta
Linha que une pontos com a mesma precipitação atmosférica.
Ver: « Mapa de contornos »
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« Projecção (tipo de mapas) »
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« Tempo (estado da atmosfera) »
Esta carta em isoteias (milímetros de chuva por ano) do norte de Bornéu (Sabah) indica a pluviosidade da região. é interessante notar que as áreas de menor pluviosidade são as zonas litorais e as zonas de maior altitude. Este tipo de carta é importante para localizar as zonas de forte pluviosidade e as áreas onde as cheias dos rios são mais prováveis, o que permite prognosticar a ocorrência, mais provável, de depósitos turbidíticos de nível alto. Existem dois tipos de depósitos turbidíticos de água profunda. O primeiro tipo (modelo de P. Vail), ocorre em condições geológicas de nível baixo (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia que pode não coincidir com o rebordo continental), depois de uma descida relativa do nível do mar significativa. Com efeito, uma descida relativa do nível do mar significativa exume a plataforma continental, uma vez que a desembocadura dos rios se desloca para a parte superior do talude continental, o que provoca uma ruptura dos perfiles de equilíbrio provisório das correntes de água e, principalmente, dos grandes rios. Uma tal ruptura vai obrigar os rios a cavar os seus leitos, para restabelecer um novo perfil de equilíbrio provisório (o perfil de equilíbrio teórico nunca é atingido), o que aumenta de maneira importante o acarreio sedimentar, o qual é descarregado na desembocadura, isto é, no talude continental. Com os sedimentos transportados para a desembocadura não se podem depositar no talude, eles são transportados, para as partes profundas da bacia, por correntes de turbidez, onde eles se depositam quer sob a forma de cones submarinos de bacia quer sob a forma de cones submarinos de talude. O segundo tipo de turbiditos (modelo de E. Mutti) ocorre em condições geológicas de nível alto, quer isto dizer que o nível do mar está mais alto do que o rebordo da bacia, o que acontece quando a bacia tem uma plataforma continental significativa. Nestas condições, nas áreas com forte pluviosidade, o que pode ser sugerido pelas cartas em isoteias, e com uma topografia apropriada (montanhosas importantes e uma planície aluvial pouco extensa, isto é, com linha da baía próxima da linha da costa), as cheias e inundações dos rios, muito frequentes, transportam demasiado sedimentos para a linha da costa, os quais são transportados por correntes turbiditicas para as partes profundas do offshore onde eles se depositam sob a forma de lóbulos turbidíticos.
Isópaca.............................................................................................................................................................................................................................................................................Isopach
Isopaque / Isópaca / Isopache / 等厚 / Изопахита / Isopaca
Linha que une pontos com igual valor de espessura, a qual pode ser em metros ou em tempo. Na industria petrolífera, as cartas em isópacas (em metros) são comuns quando feitas com dados de campo ou a partir dos resultados dos poços, enquanto que as feitas em tempo são elaboradas à partir de dados sísmicos.
Ver: « Mapa de Contornos »
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« Orogenia »
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« Fisiográfica (província) »
A carta em isópacas (metros) ilustrada nesta figura representa a espessura da cré (Seno-Turoniano) da bacia de Paris feita a partir dos resultados dos poços de pesquiza perfurados nesta bacia (cada poço está sublinhado por um pequeno círculo). Como se pode constatar, a espessura desta formação é maior na parte central do que nos bordos, o que é normal em quase todas as bacia sedimentares, uma vez que a subsidência aumenta em direcção da parte central da bacia. Contudo, o caso aqui é um pouco diferente, uma vez que a expressão "Bacia de Paris" é, para muito geocientistas, um abuso de linguagem. Na realidade, muitos geocientistas consideram que a chamada "bacia de Paris" não corresponde a um depocentro, isto é uma bacia sedimentar, mais sim a uma sucessão vertical de depósitos de plataforma que, mais tarde, foram levantados a Este e Oeste, o que dá ao conjunto uma geometria, mais ou menos, circular semelhante a de uma a bacia. Neste corte geológico, praticamente, nenhum intervalo se espessa, de maneira significativa, para a zona de maior enterramento. Com efeito, esta carta em isópacas não traduz a subsidência responsável pela criação da maior parte do espaço disponível para os sedimentos (acomodação), mas, mais, provavelmente, ela sublinha a erosão que o intervalo sedimentar sofreu. Em continuidade de sedimentação, isto é, na ausência de descidas relativa do nível do mar significativas, que criam discordâncias (superfícies de erosão) importantes, as cartas das isopacas em metros de um determinado intervalo sedimentar sublinham os ambientes de deposição, isto é, o prisma sedimentar, onde a parte mais espessa corresponde, em geral, ao talude continental e à progradação do rebordo da bacia (limite entre o talude continental e a plataforma ou a planície aluvial, quando a bacia nano tem plataforma). Quando uma carta é em tempo, é importante fazer uma conversão em profundidade, antes de avançar qualquer tipo de conjectura ou hipótese geológica.
Isopicna.....................................................................................................................................................................................................................................................................Isopycnic
Isopycne / Isopicna / Isopycknischlinie / 等密度 / Изопикна / Isopicnica
Linha que une pontos com igual valor de densidade.
Ver: « Mapa de Contornos »
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« Corrente de Densidade »
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« Atmosfera »
Esta carta em isopinas da energia do vento sobre o oceano sugere que as fortes densidades são localizadas a altas latitudes e próximo do equador o que sublinha as células de Hadley, de Ferrel e as células polares. A célula de Hadley é um modelo de circulação fechada da atmosfera terrestre predominante nas latitudes equatoriais e tropicais. Esta circulação está, intimamente, relacionada aos ventos alísios, às zonas tropicais húmidas, desertos subtropicais e "jet streams". A circulação de Hadley é originada pelo transporte de calor das zonas equatoriais até às latitudes médias, onde a quantidade de radiação solar incidente é, normalmente, muito mais pequena. As células de Hadley estendem-se desde o Equador até latitudes de aproximadamente 30°, em ambos os hemisférios, o que é, indirectamente, bem visível nesta carta em isopicnas. Este calor é transportado em um movimento celular, com o ar ascendendo por convecção nas regiões equatoriais e deslocando-se até as latitudes superiores, pelas camadas atmosféricas mais altas. A subida do ar quente no Equador está acompanhada pela formação frequente de tempestades convectivas na chamada Zona de Convergência Intertropical. As células de Ferrel são células de circulação que se criam a latitudes médias da Terra ou de qualquer outro planeta em rotação para equilibrar o transporte realizado pelas células de Hadley e pelas células polares. O movimento do ar numa célula de Ferrel é oposto a rotação da Terra. As células de Ferrel e de Hadley encontram-se nas latitudes subtropicais entre 30 e 35 graus norte e sul, região, que está debaixo de uma crista de altas pressões chamada alto subtropical ("horse latitudes" em inglês), que é caracterizada por uma fraca precipitação pluviométrica e ventos variáveis misturado com períodos de calma. As células polares são circulações atmosféricas que se formam na região dos pólos. O ar frio denso desce dos pólos, o que cria uma alta pressão. Esta subsidência do ar nas proximidades dos pólos produz uma corrente superficial em direcção ao equador, que é desviada, formando os ventos polares de Este, em ambos os hemisférios. O ar frio move-se ao longo da superfície para latitudes mais baixas. À volta de 60 graus norte e sul, o ar foi é aquecido e sobe para cima, criando uma zona de baixa pressão.
Isossista.............................................................................................................................................................................................................................................Isoseit, Isoseismal
Isoséiste / Isossista / Isoseiste / 等震 / Изосейста / Isoseismal
Linha que une pontos com igual valor de intensidade sísmica.
Ver: « Mapa de Contornos »
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« Onda Sísmica »
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« Onda Sísmica »
Na região ilustrada, que foi abalada por um sismo, foram feitos questionários à população. Os resultados da análise dos questionários foram projectados numa carta tendo em conta a intensidade do abalo de acordo com a escala internacional. Em seguida foram traçadas as linhas que unem pontos de igual intensidade sísmica, que são denominadas isossistas. O epicentro fica situado no centro das isossistas com maior intensidade. A intensidade de um sismo pode ser condicionada por vários factores, tais como: (i) A quantidade de energia libertada no foco ; (ii) A profundidade a que se situa o foco e (iii) A natureza do subsolo, ou seja, o modo como o solo responde á propagação das ondas sísmicas. O tipo de rochas pode condicionar a velocidade das ondas ou provocar mesmo o seu desvio. A intensidade dos sismos é um parâmetro que tem em conta os efeitos produzidos pelo sismo em pessoas, objectos e estruturas. Existem dois tipos de escalas: (A) Escala de intensidades ou de Mercalli modificada e (B) Escala de magnitudes ou de Richter. Na escala de Mercalli modificada consideram-se doze graus : (I) Imperceptível, quando o sismo não é sentido e é apenas registado pelos sismógrafos ; (II) Muito fraco, quando é sentido por um muito pouco número de pessoas em repouso, em especial pelas que habitam em andares elevados ; (III) Fraco, quando sentido por um pequeno número de pessoas, mas bem sentido nos andares elevados; (IV) Moderado, quando Sentido dentro das habitações, podendo despertar do sono um pequeno número de pessoas e com vibração de portas e janelas e das loiças dentro dos armários ; (V) Forte, quando é, praticamente, sentido por toda a população, fazendo acordar muita gente, com queda de alguns objectos menos estáveis e abertura de pequenas fendas nos estuques das paredes ; (VI) Bastante forte, quando provoca início de pânico nas populações e produz leves danos nas habitações, caindo algumas chaminés ; (VII) Muito forte, quando caem muitas chaminés com estragos limitados em edifícios de boa construção e, facilmente, perceptível pelos condutores de veículos automóveis em trânsito ; (VIII) Ruinosos, quando provoca danos acentuados em construções sólidas ; (IX) Desastroso, quando provoca desmoronamento de alguns edifícios ; (X) Destruidor, quando se abrem fendas no solo ; (XI) Catastrófico ; (XII) Cataclismo, quando provoca uma destruição total.
Isostasia (princípio)...........................................................................................................................................................................................................................................Isostasy
Isostasia / Isostasia / Isostasie / 地壳均衡 / Изостазия / Isostasia
Estado de equilíbrio gravitário entre a litosfera e astenosfera de maneira que as placas litosféricas "flutuam" a uma certa elevação, que depende da sua espessura e densidade. A isostasia é invocada para explicar as diferenças de altura topográfica na superfície da Terra. Quando uma área da litosfera atinge o estado de isostasia diz-se que ela está em equilíbrio isostático. A isostasia é a hipótese que admite que a crusta da Terra flutua num líquido muito viscoso e que ela responde consoante a carga.
Ver: « Glacio-eustasia »
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« Subsidência »
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« Descarregamento por Erosão »
Os princípios da isostasia estão ilustrados nesta figura: (i) Dois os blocos A e B, de densidade Dy e Dx, flutuam num líquido de densidade Df ; (ii) A pressão nos pontos A', B' e PC' tem que ser a mesma (pressão à profundidade de compensação) ; (iii) Assim : X2 x Df = (Y2 + Y1) x Dy + Y3 x Df = (X1 + X2) x Dx ; (iv) Conhecendo a densidade do fluído (Df) e os valores de X1 e X2 ou de Y2 + Y1, pode determinar-se a densidade dos blocos. Uma das consequências da isostasia é o salto isostático, levantamento isostático ou salto crustal, desde que a carga diminui. Nas áreas que estiveram cobertas pelas calotes glaciares quaternárias, como, por exemplo, o norte da Europa e do Canadá, as arribas das praias e dunas encontram-se, actualmente, a cerca de 300 metros acima do nível do mar. Para uma espessura de gelo de 2000 metros, semelhante à que existe hoje na Gronelândia, o terreno afunda-se cerca de 700 m, uma vez que a densidade do gelo é cerca de um terço da densidade do manto. As datações a partir do 14C das conchas marinhas e restos de plantas indicam que o levantamento foi posterior às glaciações (menos que 14 000 anos), o que quer dizer, que as arribas e dunas se formaram ao nível do mar e que não obstante a subida do nível do mar (glacio-eustasia), elas foram ainda mais levantados pela isostasia. Nas áreas em que o levantamento foi bem datado pelo 14C, ele fez-se com uma taxa que decresce de maneira exponencial. Metade do tempo de recuperação é de vários milhares de anos. Assim, o norte da Europa e Canadá continuam a recuperar a sua posição original, embora muito mais lentamente do que inicialmente, isto é, no princípio da deglaciação. Nessas áreas, as instalações portuárias de centenas de anos atrás, como por exemplo as dos Vickings e Gregos estão hoje vários quilómetros dentro da terra e vários metros acima do nível do mar.
Isotáquia...........................................................................................................................................................................................................................................................Isotachyte
Isotachyte / Isotaquia / Isotachyte / 相同的速度 / Изотахита / Isotaquia
Linha que une pontos com igual valor de velocidade.
Ver: « Mapa de Contornos »
&
« Corrente »
&
« Escoamento »
A velocidade de escoamento de um glaciar é melhor compreendida pelos mapas em isotáquias do glaciar. O escoamento dos glaciares é um processo importante nas montanhas frias e regiões polares. Os glaciares movem-se costa abaixo, mostrando vários padrões de velocidade dentro do sistema de escoamento e modelam o terreno. O escoamento é influenciado pela força gravitacional, condições tectónicas, clima e mudanças climáticas, intemperismo, ciclo da água, etc. Por conseguinte, a superfície de um glaciar, assim como todas as outros elementos que o compõem, mudam no espaço e tempo. A quantificação e visualização dos movimentos da superfície de um glaciar é importante para a compreensão e modelagem dos processos dinâmicos envolvidos no escoamento do gelo, assim como para estimar a resposta do sistema às alterações das condições ambientais. Nas cartas em isostáquias, na maioria dos casos, os resultados das medidas de deslocamento, são visualizados por vectores estáticos, que representa a quantidade de deslocamento (e velocidade, respectivamente) para cada ponto escolhido. Os vectores têm seu ponto de partida no lugar do objecto localizado numa primeira foto e apontam na direcção do objecto correspondente numa segunda foto tirada mais tarde. O comprimento do vector é proporcional à velocidade calculada. Na sua forma mais simples, o campo de velocidade é visualizado com esses vectores unicamente, sem qualquer simbolização ou informações complementares. Para uma melhor orientação, esta visualização é, frequentemente, combinada com informações sobre o terreno, como, por exemplo, as linhas de contorno, sombra do relevo, e / ou ortoimagens ( imagem, que quando apresentada na forma digital, representa as feições projectadas ortogonalmente com uma escala constante corrigida do deslocamento devido ao relevo e da inclinação da câmara sendo, por isso, geometricamente equivalente à uma carta). Desta forma, podem ser realizadas medidas semelhantes às que são feitas sobre um mapa. Além do campo de vectores, as isotáquias podem ser sobrepostas para apoiar a visão geral das condições de escoamento. As visualizações unicamente de isotáquias (sem vectores) podem ser utilizadas para fornecer uma visão geral das condições de velocidade na superfície do glaciar, mas as informações sobre os sentidos do escoamento têm que ser deduzidas. De qualquer maneira, um glaciar escoa-se ou flui costa abaixo, o que quer dizer que desde que um glaciar não se escoa costa abaixo ele não existe mais. O termo recuo de um glaciar é, na nossa opinião, um erro de linguagem, uma vez que um glaciar não pode escoar-se costa acima. Nós preferimos dizer que um glaciar se adelgaça e não que um glaciar recua.
Isotérmica...........................................................................................................................................................................................................................................................Isotherm
Isothérmique / Isotérmica / Isothermischlinie / 等温线 / Изотермический / Isoterma
Linha que une pontos com igual valor de temperatura.
Ver: « Fluxo térmico »
&
« Mapa de contornos »
&
« Isobatitérmica »
O mapa ilustrado nesta figura representa as temperaturas médias medidas na Península Ibérica num mês Janeiro. O ano destas determinações não nos importa muito, uma vez que não temos nenhuma intenção de dizer se, actualmente, o clima é mais quente ou mais frio do que antes e sobretudo se essas variações são de origem antropogénicas (aumento do teor de CO2 na atmosfera induzido pela combustão das energias fósseis) ou não. O que é interessante notar é a amplitude das variações entre as temperaturas da linha da costa, isto é, mais ou menos 12° C e a temperatura dos pontos altos que é de mais ou menos 2° Celsius, o que quer dizer, que a temperatura média na Península Ibérica variou de 10 °C. Esta varição é muito pequema quando comparada com as variações de outras regiões, para não falar entre a temperatura diurna e nocturna (no mesmo mês e dia) em Hassi Messaoud (deserto do Sahara). A razão principal pela qual estas diferenças nos interessam, é que certos geocientistas, que fazem parte integral dos movimentos políticos ecologistas (os celebres melâncias, isto verdes por fora e vermelhos por dentro), nos dizem, depois de corrigir (mas de que maneira?) as diferenças de temperatura médias, que caminhamos para um catástrofe, porque os seus modelos (matemáticos ou não) sugerem um aumento de temperatura de cerca de 3° C (entre 2 e 6) nos próximos 100 anos. Quando tentei explicar isto aos meus amigos de Vila Real (Trás os Montes), que, felizmente, ainda não perderam o bom senso comun dos seus ancêtres, um deles disse-me: "mas isso é uma maravilha, assim os meus netos não precisarão ir para o Algarve no inverno, como eu faço, que bom". A determinação da temperatura média da Terra é, extremamente, difícil de determinar, mesmo com as correcções feitas pelos especialistas, uma vez que amplitude da temperatura média nos pólos e no equador ultrapassa, por vezes, mais de 70° C. Um exemplo interessante é o do verão de 2010. Com efeito, aqueles que vivem na Europa consideram que o inverno de 2009 foi muito frio e que o verão de 2010 foi um pouco mais quente. No entanto, a comunicação social portuguêsa disse ontem (29 Setembro 2010) : "este o verão foi o verão mais quente desde a 50 anos" tomando, evidentemente, como referência as temperaturas da Austrália.
Isótopo................................................................................................................................................................................................................................................................................Isotope
Isotope / Isótopo / Isotop / 同位素 / Изотоп / Isotopo
Átomo com o mesmo número de protões, mas com diferente número de neutrões e, assim, com uma massa atómica diferente de um outro átomo. Como as propriedades cinemáticas e termodinâmicas das moléculas são dependentes da massa, uma segregação parcial de isótopos ocorre durante processos físicos e químicos, de maneira que eles podem ser empobrecidos ou enriquecidos.
Ver: «Fusão Nuclear»
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« Decaimento Radioactivo »
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« Datation Radiométrique (radiochronologie) »
Isótopos são átomos de um elemento químico cujos núcleos têm o mesmo número atómico, ou seja, que contêm o mesmo número de protões designado por "Z", mas diferentes números de massas atómicas, designadas por "A". Isótopo significa "no mesmo lugar", uma vez que eles se situam no mesmo local na tabela periódica, que é uma disposição sistemática dos elementos, sob a forma de uma tabela, em função de suas propriedades. A diferença nos pesos atómicos resulta da diferença no número de neutrões nos núcleos, ou seja, os isótopos são átomos que possuem a mesma quantidade de protões, mas não a mesma de neutrões. Como ilustrado, o átomo de hidrogénio, possui três formas de isótopos: (i) O Protium (1 protão sem neutrão). o Deutérium (1 protão e 1 neutrão) e o Tritium (1 protão e 2 neutrões). Na nomenclatura científica, os isótopos são designados pelo nome do elemento seguido por um hífen e pelo número de nucleões (protões e neutrões) no núcleo atómico (ex: ferro57, urânio238, hélio3). Na forma simbólica, o número de nucleões é escrito como um prefixo subido do símbolo químico (ex: He57Fe, 238U, 3He). Existem 339 isótopos naturais na Terra e mais de 3100 são conhecidos. Um exemplo bem conhecido de um par de isótopos é o carbono, o qual está presente, principalmente, sob o seu isótopo de peso atómico 12 (carbono 12). Contudo, podem-se encontrar pequenas quantidades do seu isótopo de peso atómico 14 (carbono 14), que é, quimicamente, equivalente, ao carbono 12, mas radioactivo. Os neutrões suplementares do núcleo tornam o átomo instável. Ele desintegra-se dando azoto ao mesmo tempo emite radiações beta. A proporção do isótopo estável em relação ao isótopo instável é a mesma na atmosfera e nos tecidos dos organismos vivos, mas desde que um organismo morre, ela varia, regularmente, com o tempo, uma vez que as trocas entre o organismo e o meio ambiente pararam. É nesta variação que se baseia o mais conhecido dos métodos de datação pelo carbono 14.