Limite do Ciclo-Sequência.......................................................................................................................................................Sequence Boundary

Limite de cycle-séquence / Límite de ciclo secuencia / Sequence Begrenzung / 序边界 / Границы секвенций / Limite di sequenza

Discordância do Tipo I ou II ou a superfície conforme equivalente. As superfícies basais das progradações só são limites de um ciclo-sequência, na parte distal da planície abissal, onde as progradações do cortejo de nível alto (ou do prisma de nível baixo, quando o ciclo é incompleto) repousam sobre o limite de inferior de ciclo de-sequência.

Ver: « Ciclo Estratigráficos »
&
« Ciclo-Sequência »
&
« Discordância »

Neste modelo matemático, três ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência, associados a ciclos eustáticos de 3a ordem, isto é, ciclos com um tempo de duração que varia entre 0,5 e 3-5 My, reconhecem-se sem dificuldade pelas discordâncias que os limitam. Ao contrário da estratigrafia genética, na qual os limites entre os diferentes intervalos são as superfície da base das progradações, na estratigrafia sequencial, os limites entre os ciclos estratigráficos, qualquer que seja a sua hierarquia, são as discordâncias, isto é, as superfícies de erosão induzidas pelas descidas relativas do nível do mar. Os ciclos estratigráficos (rochas) estão associados a ciclos eustáticos (variações do nível do mar), uma vez que são as descidas relativas do nível do mar que os limitam. A hierarquia de um ciclo estratigráfico é determinada pela a hierarquia do ciclo eustático que o induz. A grande maioria dos geocientistas, que trabalham na pesquiza petrolífera, utilizam, de preferência, a estratigrafia sequencial à estratigrafia genética, uma vez que todos as rochas-reservatório potenciais (água profunda ou não) terminam por biséis de agradação (marinha ou costeira) contra as discordâncias, o que facilita muito a identificação dessas rochas. No modelo ilustrado acima, o ciclo-sequência mais antigo é incompleto. Da base para o topo, pode reconhecer-se : (i) Discordância Inferior ; (ii) Cortejo Transgressivo (CT) ; (iii) Cortejo de Nível Alto (CNA) ; (iv) Cortejo de Bordadura da Plataforma (CBP) e (v) Discordância Superior. O segundo ciclo-sequência é completo. Entre as duas discordâncias que o limitam, ele é composto pelo cortejo de nível baixo (CNB), no qual se reconhecem os três membros : (a) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (b) Cones Submarinos de Talude (CST) e (c) Prisma de Nível Baixo (PNB), o qual está fossilizado pelo Cortejo Transgressivo (CT) e este pelo Cortejo de Nível Alto (CNA). O terceiro ciclo, que ainda não terminou, está unicamente representado pelo Cortejo de Nível Baixo (CNB).

Limite Estratigráfico...............................................................................................................................................................Stratigraphic Boundary

Limite stratigraphique / Límite estratigráfico / Stratigraphische Grenze / 地层界线 / Стратиграфическая граница / Confine (limite) stratigrafica

Superfície que separa diferentes litologias induzidas por diferentes ambientes de deposição. Há duas famílias de limites estratigráficos: (A) Superfícies estratigráficas físicas (estratificação, descontinuidade, diacrónicas, etc.) e (B) Superfícies de litofácies ou biozonas, que podem ser sincrónicas, quando paralelas aos planos de estratificação ou diacrónicas quando oblíquas.

Ver: « Biozona »
&
« Limite do Ciclo Sequência »
&
« Superfície de Estratificação »

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do onshore da Argélia, de baixo para cima, diferentes intervalos sedimentares podem ser reconhecidos: (i) O Soco, que corresponde a um substrato Pré-Câmbrico ; (ii) Um intervalo Câmbrico-Ordovícico, com uma configuração interna, mais ou menos, paralela, que repousa em discordância sobre o soco Pré-Câmbrico e que foi, profundamente, erodido durante as glaciações do Ordovícico Tardio (vales glaciares) ; (iii) Um intervalo Glaciar (Glaciar 1), não muito discordante do conjunto Câmbrico-Ordovícico e, que, praticamente, não tem reflectores internos ; (iv) Os Preenchimento dos Vales Glaciares, criados durante a grande fase de erosão glaciar do Ordovícico Tardio (Glaciar 2), cujas configurações internas são sub-horizontais, provavelmente, associadas com a transgressão Silúrica, e dentro das quais se depositaram sedimentos ricos em matéria orgânica (rochas-mãe potenciais) ; (v) Um intervalo Silúrico (provavelmente, Silúrico Tardio), argiloso com uma configuração interna paralela, praticamente, concordante com o preenchimento dos vales glaciares subjacentes e (vi) Os Sedimentos pós-Silúricos, que têm com uma configuração interna paralela. Os limites entre estes intervalos são todos estratigráficos e sublinham um hiato. Quando o hiato é importante, eles correspondem a discordâncias. O hiato ao longo deles varia de um lugar para outro. O conceito de superfície de estratificação é, totalmente, dependente da escala tempo e das rochas consideradas. As discordâncias, nas partes profundas das bacias, têm um hiato mínimo que dá a idade da discordância, isto é, a idade da descida relativa do nível do mar, que criou a superfície de erosão que a caracteriza. A idade de uma discordância corresponde à idade da descida relativa do nível do mar, que criou condições geológicas de nível baixo. Ela só se pode determinar nos sedimentos pelágicos depositados entre os cones submarinos de bacia.

Limite Externo de Rebentação...................................................................................................................................Outline of Breakers

Limite externe de déferlement / Límite externo de rompimiento de ola / Äußere Grenze der Brandung / 冲浪的外部界限 / Внешняя граница прибоя / Limite esterno del surf

Limite que separa a zona de ondulação (do largo ou mar aberto) da zona de rebentação. O limite externo da rebentação, em geral, corresponde à pré-praia, isto é, à zona entre a corrente de deriva litoral e as cristas pré-litorais.

Ver : « Quebra (colapso) da Onda »
&
« Rebentação »
&
« Limite de Refluxo (espraiamento) »

Como sugerido neste esquema, desde que a profundidade do mar é inferior ao comprimento de onda das ondas de oscilação (movimento orbital da água), estas transformam-se em ondas de translação. Nas ondas de translação a água do mar é transportada para a praia, ao passo que nas ondas de oscilação, não existe transporte da água de um lado para o outro da onda. A linha de demarcação entre as ondas de oscilação e a ondulação do alto mar (caracterizada por um período de 30-300 segundos, várias centenas de metros de comprimento, altura de poucos metros e velocidade de várias centenas de quilómetros por hora) é, para certos autores, o limite interno de zona de rebentação, isto é, onde as ondas do mar se quebram. Depois de uma onda rebentar, a água desloca-se para a parte dianteira da praia formando a corrente de afluxo. A rebentação (quebra) de uma onda consiste num aumento de curvatura da onda, que implica um desequilíbrio e colapso da crista. A forma como uma onda de rebentação depende da relação entre entre a altura e comprimento da onda, assim como da inclinação e rugosidade do fundo do mar. Moreira (1984), distingue três tipos de rebentação: (i) Encapelada, quando a crista da onda se levanta, arredondada, e enrola-se em voluta sob ela própria, caindo contra a sua base, o que acontece quando o substrato é inclinado e regular e a relação entre a altura e comprimento da onda é fraco ; (ii) Em Derrame, quando a crista da onda se torna angulosa e quebra na parte superior, junto ao vértice, com formação de novelos de espuma, que deslizam na frente da onda, o que acontece quando o substrato é pouco inclinado e sempre que a razão entre a altura e o comprimento da onda é grande (consequência de ventos fortes) e (iii) Enrolada, quando a crista da onda, arredondada, aumenta o raio de curvatura até se quebrar na parte superior ou média, com formação de rolos de espuma, o que acontece quando o substrato é muito inclinado e as ondas são muito altas (ondas de tempestade, que rebentam, paralelamente, à linha da costa numa grande extensão).

Limite de Irrupção (espraiamento)..........................................................................................................................................................Limit of Uprush

Limite du jet de rive / Límite de irrupción (espraiamento) / Beschränken Vorfeld / 限制助跑 / Верхняя граница прибоя волны / Limite di uprush

Fim do espraiamento, isto é, o ponto onde a corrente de afluxo se inverte e se transforma em corrente de refluxo, a qual se dirige para o mar segundo a linha de maior declive do fundo.

Ver: « Quebra (colapso) da Onda »
&
« Rebentação »
&
« Limite de Refluxo (espraiamento) »

As ondas do mar viajam como uma forma, o que quer dizer, que a água fica sempre, mais ou menos, no mesmo lugar. Para compreender isto basta observar um tronco de árvore ou outro qualquer objecto que flutue no mar. Ele desloca-se um pouco em direcção da costa, quando a crista da onda passa e, depois, volta para trás quando a cava entre duas ondas passa. O tronco de árvore fica sempre, mais ou menos, no mesmo lugar, como, aliás, a água à sua volta. Quando estas ondas de oscilação (como as ondas de mar alto) se aproximam da costa elas tornam-se cada vez mais altas e as cristas cada vez mais agudas (quebras-mar), até que elas se quebram, perto da costa e formam as correntes da ressaca (ondas de translação). Depois de se quebrarem, na zona de rebentação, as ondas, agora menos altas, continuam a deslocar-se, quebrando-se outra vez próximo da linha da costa. Desde que uma onda se quebra, a água desloca-se, perpendicularmente, à direcção das ondas sobre o substrato, em direcção do continente (corrente de afluxo), para depois, descer segundo o declive do substrato em direcção ao mar (corrente de refluxo). O limite de irrupção, como ilustrado neste esquema, corresponde à linha de máxima extensão da corrente de afluxo, sendo a zona de espraiamento, a zona limitada entre o limite da irrupção (corrente de afluxo) e a linha de máxima de extensão da corrente de refluxo. A corrente de afluxo pode transportar para montante areia e mesmo seixos e calhaus, quando as ondas são, suficientemente, altas. A corrente de refluxo, transporta as partículas sedimentares outra vez para jusante. A velocidade (v) à qual as ondas se aproximam da costa pode determinar-se dividindo o comprimento de onda (L) pelo período (T). Quando L é cera de 24 m e T 8 segundos, a velocidade é 3 m/s. O período da maior parte das ondas dentro da zona de rebentação varia entre 2 e 20 segundos, e L entre 6 e 600 m, o que dá velocidades entre 3 e 30 m/s. A uma profundidade de metade de L, o movimento orbital (movimento de um objecto numa órbita à volta de um ponto fixo) das partículas de água das ondas de oscilação desaparece, assim como a acção erosiva das vagas, a qual normalmente não ultrapassa 50 m profundidade.

Limite de Refluxo (espraiamento)...............................................................................................................................................................Limit of Backrush

Limite du courant de retrait / Límite de corriente de reflujo / Strombegrenzung für den Rückzug / 撤回的电流限制 / Мористая граница отката волны / Limite di corrente di ritiro

Extensão máxima da corrente de refluxo a partir da qual uma corrente de deriva da praia pode estar presente. O limite da corrente de refluxo, que marca o espraiamento, é, mais ou menos, a linha de demarcação da presença de ondas na praia.

Ver: « Quebra (colapso) da Onda »
&
« Rebentação »
&
« Limite Externo de Rebentação »

Desde que uma onda do mar se quebra junto da costa, forma-se um corrente, que se dirige para montante, perpendicularmente, à direcção das ondas do mar (geralmente é oblíqua à linha de costa), que se chama a corrente de afluxo ou jacto de rebentação. A corrente de afluxo ao deslocar-se para montante perde energia, devido ao declive e atrito do substrato (em geral constituído, ou melhor coberto por uma camada, mais ou menos, espessa de areia), e inverte o sentido. Esta inversão cria uma nova corrente, chamada de refluxo, que se dirige para o mar escoando-se ao longo o declive do substrato. As correntes de afluxo e refluxo não só se deslocam em sentidos contrários, mas têm direcções de escoamento diferentes. A corrente de afluxo escoa-se perpendicularmente à direcção das ondas (que em geral é oblíqua à linha da costa), enquanto que a corrente de refluxo se escoa segundo o declive (linha da maior inclinação) do substrato. Unicamente, quando a direcção da ondas é paralela a linha da costa é que as correntes da ressaca (conjunto das corrente de afluxo e refluxo) têm escoamentos paralelos. Neste caso particular, não há formação da corrente de deriva da praia, a qual, em geral, limita a jusante a corrente de refluxo. Não confundir a corrente de deriva litoral, que limita a jusante a zona de rebentação (faixa onde as ondas se aproximam até que o aumento de altura e constrangimento as quebre na zona de ressaca), com corrente de deriva da praia que limita a jusante a zona da ressaca ou do espraiamento (certos geocientistas consideram a zona de espraiamento como sinónimo da zona intramareal, o que não é o nosso caso), que é o domínio da corrente de afluxo e refluxo. Pode dizer-se que a extensão máxima de uma corrente de refluxo é a onda seguinte, uma vez que uma corrente de refluxo dirige-se em direcção da cava da onda seguinte. É evidente que uma corrente de refluxo não tem nada a ver com uma corrente de retorno (admitindo que este tipo de corrente exista), que, para certos autores, é a corrente que se desloca junto ao fundo do mar e escoa para o largo a corrente de refluxo.

Limite Superior(cones submarinos de talude).......................................................................................................................Top Slope Fan

Limite supérieur (cônes sous-mrins de talus ) / Límite superior (conos submarinos de talud) / Obere Grenze (Steigung Lüfter), Top Hang Fan Oberfläche / 顶斜坡扇面 / Верхний предел (подводных конусов склона) / Limite superiore (fan sottomarine della pendenza)

Interface entre os dois membros superiores do cortejo sedimentar de nível baixo (CNB), isto é, entre os cones submarinos de talude (CST) e o prisma de nível baixo (PNB). Como este limite corresponde a uma superfície da base das progradações (neste caso do prisma de nível baixo) ele representa uma superfície diacrónica (sem valor cronostratigráfico).

Ver: « Ciclo Estratigráfico »
&
« Cone Submarino do Talude »
&
« Superfície da Base das Progradações »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um detalhe de uma linha sísmica regional do offshore da Namíbia, um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência, induzido por um ciclo eustático de 3a ordem (tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My), é bem visível entre as duas discordâncias (superfícies de erosão). Estas duas superfícies de erosão, foram induzidas por duas descidas relativas do nível do mar significativas, como o preenchimento de um vale cavado e de um canhão submarino o sugerem. As terminações dos reflectores (biséis de agradação e biséis somitais) corroboram as duas discordâncias, que nos ambientes menos profundos do ciclo-sequência sublinham um hiato importante. Como a diferença de idade entre as discordâncias é inferior a 3-5 My (datação por correlação com um poço de pesquiza relativamente distante), o ciclo eustático, definido entre as duas descidas relativas do nível do mar consecutivas, é de 3a ordem e o ciclo estratigráfico associado é um ciclo-sequência. Contudo, este ciclo-sequência está incompleto, uma vez que os cortejos sedimentars de nível alto (cortejo transgressivo e prisma de nível alto) não se depositaram ou foram erodidos durante a descida relativa do nível do mar que marca o fim do ciclo estratigráfico (a 1a hipótese é mais provável). Este ciclo-sequência está representado, unicamente, pelo cortejo de nível baixo (CNB), no qual os seus três membros estão presentes : (i) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (ii) Cones Submarinos de Talude (CST) e (iii) Prisma de Nível Baixo (PNB). Os CSB (em amarelo) fossilizam a discordância inferior por biséis de agradação marinha e os cones têm uma configuração interna paralela. Os CST, são caracterizados por estruturas em asas de gaivota, que fossilizam os CSB por uma superfície defina pelas terminações dos reflectores associados aos diques naturais. Os CST são, por sua vez, fossilizados pela superfície da base das progradações do prisma de nível baixo (PNB).

Limite Transgressivo (tempo)..........................................................................................................................Time Transgressive Boundary

Limite transgressive (temps) / Límite transgresivo (tiempo) / Zeit transgressive Grenze / 时间海侵界线 / Трансгрессивная временная граница / Limite Trasgressivo Tempo

Superfície diacrónica que limita a parte superior de um intervalo estratigráfico transgressivo, a qual, por vezes, corresponde a uma superfície da base das progradações.

Ver: « Ciclo Estratigráfico »
&
« Cortejo Transgressivo »
&
« Transgressão »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um detalhe de uma linha sísmica do offshore do Labrador, um ciclo-sequência, associado a um ciclo eustático de 3a ordem (tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My), isto é, limitado entre duas descidas relativas do nível do mar, é reconhecido pelas terminações dos reflectores. A diferença de idade entre as duas discordâncias (limites dos ciclos estratigráficos), induzidas por descidas relativas do nível do mar, é inferior a 3-5 Ma (calibradas pelos resultados de um poço de pesquiza), corrobora a interpretação deste intervalo sedimentar como um ciclo-sequência. Neste detalhe, unicamente, os cortejos de nível alto são visíveis, isto é, o cortejo transgressivo (CT) e o prisma de nível alto (PNA). O cortejo transgressivo é reconhecido pela sua geometria retrogradante induzida pelo deslocamento para o continente da ruptura da superfície de deposição costeira. Este deslocamento é provocado por subidas do mar sucessivas em aceleração (paraciclos eustáticos, sem descidas relativas significativas), que criam na parte distal da plataforma continental condições geológicas semelhantes às das bacias afamadas, isto é, com uma taxa de sedimentação muito pequena. A superfície que sublinha um tal deslocamento é um limite transgressivo, quer isto dizer, uma superfície diacrónica e não uma superfície cronostratigráfica. Ao longo desta superfície, o hiato sem deposição aumenta em direcção da bacia, o que contrasta com o hiato associado com uma discordância, o qual, globalmente, diminui em direcção da bacia, para obter o seu valor mínimo na parte mais profunda da bacia quando os cones submarinos da bacia do ciclo sequência seguintes se depositam. Pode dizer-se, que dentro de um ciclo-sequência a principal superfície diacrónica é a interface entre o cortejo transgressivo (geometria retrogradante) e o prisma de nível alto (geometria progradante). De maneira geral, os cortejos transgressivos espessam-se em direcção do continente, antes de se acunharem contra o limite inferior do ciclo por biséis de agradação costeiros. Os primas de nível alto espessam-se em direcção do mar, antes de se acunharem, nas partes profundas, por biséis de progradação.

Limnologia...................................................................................................................................................................................................................................................Limnology

Limnologie / Limnología / Limnologie / 湖沼學 / Лимноло́гия / Limnologia

Parte da hidrologia que estuda os corpos de água continentais (estagnados ou de escoamento), doces ou salgadas, especialmente os lagos, lagoas e rios (naturais ou não) incluindo os seus aspectos biológicos, físicos, químicos, geológicos e hidrológicos.

Ver: « Rio »
&
« Lago »
&
« Hidrologia »

O termo limnologia foi utilizado pela primeira vez pelo austríaco François-Alphonso Forel (1841-1912), quando estudou o lago de Genebra, na Suíça, e que o considerou como a oceanografia dos lagos. Embora actualmente (posglaciação), uma grande maioria dos lagos seja de origem glaciar, como o lago de Genebra (Suíça) ilustrado nesta figura, durante a história geológica existiu uma grande quantidade de lagos de origem tectónica. Este lagos formaram-se em associação com o alargamento da crusta continental, que causou a ruptura dos supercontinentes, isto é, com as bacias de tipo rifte. Neste tipo de bacias sedimentares, todas as vezes, que o alargamento (subsidência diferencial) não é compensado por um acarreio sedimentar, obrigatoriamente, forma-se uma lâmina de água, isto é, um lago, que com o tempo é preenchido por sedimentos lacustres. Pode dizer-se que todas as vezes que a configuração interna de uma bacia de tipo-rifte é paralela ou subparalela, a subsidência não foi compensada pelo acarreio sedimentar e formou-se um lago. O termo compensada, significa que a taxa de alargamento (criação de espaço disponível para os sedimentos) é igual a taxa de preenchimento e que assim todo o espaço disponível é preenchido. Um dos aspectos muito importantes da limnologia é o estudo da eutroficação das águas, o qual contribui de maneira significativa à formação de sedimentos ricos em matéria orgânica, quer isto dizer, de rochas-mãe potenciais, como é, por exemplo, o caso nas bacias de tipo-rifte. Lembremos, que a eutroficação é a resposta a um excessivo enriquecimento da água em nutrientes, principalmente, fósforo e azoto. A eutroficação pode ser natural ou artificial. Uma eutroficação antropogénica, na ausência de medidas de controlo, faz-se a uma velocidade muito maior do que uma eutroficação natural. O aumento de fertilidade dos lagos provoca um desenvolvimento excessivo de algas e plantas aquáticas e uma desoxigenação, que permite a preservação da matéria orgânica morta no fundo do lago e assim, mais tarde, a formação de rochas-mães potenciais.

Limo, Silte........................................................................................................................................................................................................................................................................................Silt

Limon, Silte / Limo / Schluff / 淤泥 / Ил, тина / Limo

Material granular, derivado de um solo ou rocha, com uma granulometria entre a de uma argila e uma areia e que pode ocorrer, quer como um solo, quer como um sedimento suspenso na superfície de um corpo de água. Sinónimo de Silte.

 

Ver: « Argila Compactada »
&
« Argila »
&
« Limnologia »

Neste fotografia, a mancha amarelada que se vê na parte esquerda, junto à margem da corrente, é a água, carregada de limo, de um riacho que entra no rio. O limo (ou silte) pode ocorrer que como: (i) Um solo ; (ii) Sedimento suspenso na água ; (iii) Sedimento transportado pelo vento ; (iv) Poeira ou (v) Como uma rocha (siltito). Os grandes depósitos eólicos, que os geocientistas alemães chamaram "loess" e os geocientistas franceses "limon" são siltitos. Mineralogicamente, o limo é, principalmente, composto por quartzo e feldspato. Contudo, a sua principal característica é a dimensão dos seus grãos, i.e., o diâmetro dos grãos de quartzo e feldspato. Na escala de Atterberg, o diâmetro dos grãos de um limo varia entre 0,002 e 0,020 milímetros (embora outros geocientistas o façam variar entre 0,002 e 0,062 milímetros). Isto corresponde na escala de Wentworth a um Φ entre 8 e 5 (Φ = -log2 D/D0, onde D é o diâmetro da partícula e D0 um diâmetro de referência). Na escala de Wentworth, o limo pode ainda ser subdividido em: (a) Limo Muito Fino (Φ = 8) ; (b) Limo Fino (Φ = 7) ; (c) Limo Médio (Φ = 6) e (d) Limo Grosseiro (Φ =5). As outras partículas são a argila, de dimensões inferiores ao limo, e a areia e balastro de dimensões superiores. Na escala de Atterberg, o padrão granulométrico é: (1) Argila ; (2) Limo ; (3) Areia Fina ; (4) Areia Grossa ; (5) Cascalho ; (6) Calhau e (7) Bloco. O limo é produzido por uma grande variedade de processos de separação dos cristais das rochas. Entre eles pode citar-se a meteorização química das rochas e dos regolitos, assim como a meteorização física. Na meteorização física distinguem-se, particularmente, a crioclastia (migração da água ao longo das áreas não geladas dos poros das rochas para se acumular em lentilhas de gelo) e a haloclastia (meteorização causada pelo crescimento dos cristais de sal). O limo pode também forma-se por abrasão durante os processos de transporte fluvial, eólico ou glaciar, mas é nos ambiente semiáridos que uma grande parte do limo é produzida.

Limo, Silte (vasa) ...............................................................................................................................................................................................................................................................................Silt

Limon (vase)/ Limo / Schlamm / 淤泥 / Шлам, грязь / Limo

Solo ou rocha formada a partir de um material granulado com uma granulometria entre a areia e argila. O limo (vasa) pode aparecer como um solo ou como um sedimento quer em suspensão à superfície de um corpo de água quer depositado no fundo.

Ver: « Deposição (clásticos) »
&
« Grés »
&
« Granulometria" »

O limo (lama para certos geocientistas) é criado por uma variedade de processos físicos que podem dividir os cristais de quartzo do tamanho da areia de rochas primárias a partir das deficiências da sua estrutura. Estes processos envolvem a alteração química das rochas e dos regolitos, e uma série de processos físicos de meteorização tais como a ruptura pelo gelo de gelo e a haloclastia. O processo principal é a abrasão pelo transporte (incluindo a redução gradual, pela remoção sucessiva das pequenas partículas ou por desgaste) fluvial, eólico e glaciar. É nos ambientes semiáridos que grandes quantidades de limo são produzidas. Em alguns países, o limo ou lama é conhecido como "farinha de rocha " ou "pó de pedra", especialmente quando produzido pela acção dos glaciares. Sob o ponto de vista mineralógico, o limo é, principalmente, formado de quartzo e feldspato. A rocha sedimentar composta, principalmente, por limo é um siltito. Na escala de Wentworth, as partículas de limo variam entre 1/256 e 1/16 mm. Eles são maiores do que a argila. Como a olho nu, não é possível distinguir um limo de uma argila, eles podem ser separados, devido à sua plasticidade, que é muito baixo ou não existente no limo. Na verdade, o limo é, quimicamente, distinto da argila, e ao contrário do que acontece com a argila, os grãos de limo são, aproximadamente, do mesmo tamanho (em todas as dimensões). Argilas são compostas de partículas finas achatadas (em forma de lâmina), ligadas entre si por um conjunto de forças electrostáticas, que lhe dão muita coesão. O limo é, facilmente, transportado pela água ou qualquer outro líquido e é, suficientemente, fino para ser transportado a longas distâncias pelo vento sob a forma de pó. Os depósitos eólicos, muito espessos, de limo são, frequentemente, chamados "loess" (em alemão) ou limo (em francês). O limo e a argila contribuem muito para a turvação da água. O limo (silte para certos geocientistas) é transportado pelas correntes continentais e também pelas correntes oceânicas. Quando o limo funciona como um poluente da água (aumento da concentração e acumulação no fundo das correntes), este fenómeno é conhecido como o assoreamento ou siltação.

Linéus (sistema de classificação).............................................................................................................................................................................................Linnaean System

Linné (système de classification) / Linéus (sistema de classificación )/ Taxonomy, Linnaean System / 分类学, 林奈系统 / Система Линнея / Tassonomia, Sistema di Linneo

Sistema de classificação dos seres vivos numa hierárquia cujos "ranks" mais familiares são os géneros e espécies.

Ver: « Animal (reino) »
&
« Paleontologia »
&
« Vida »

Este sistema de classificação foi desenvolvida por Carolus Linnaeus (conhecido, normalmente, como Carl von Linné, ou em português como Carlos Lineu) no Século XVIII, durante a grande expansão da história natural. Como ilustrado nesta figura, a taxonomia de Lineu classifica as coisas vivas numa hierarquia, começando com os Reinos. Reinos são divididos em Filos. Filos são divididos em Classes, e depois em Ordens, Famílias, Géneros e Espécies e, dentro de cada uma desta divisões há subdivisões. Os grupos de organismos em qualquer uma destas classificações são chamados taxa (singular, táxon), ou phyla, ou grupos taxonómicos. Quando um cientista classifica um novo insecto, ele procura classificá-lo dentro de uma categoria já existente, baseado numa lógica estabelecida, e verifica a qual família ele pertence e no fim encontra o nome mais adequado àquela espécie. Uma qualidade da Taxonomia de Lineu é que ela pode ser usada para desenvolver um sistema simples e prático para organizar dos diferentes tipos de organismos vivos. O aspecto mais importante é o uso geral da nomenclatura binominal, a combinação de um nome genérico e de um nome específico (por exemplo, syriacus), para identificar a espécie. Assim, por exemplo, o hibisco da síria é, unicamente identificado, pelo binome Hibiscus syriacus (Reino: Plantas ; Filo : Magnoliophyta ; Classe : Magnololiophyta ; Ordem : Malvales ; Família : Malvaceae ; Género : Hibiscus ; Espécie : Hibiscus syrianis). Nenhuma outra espécie de planta pode ter este binome. Deste modo, a todas as espécies pode se dar um único e estável nome. As regras de nomenclatura para todos os tipos de organismos vivos sob o sistema taxonómico de Lineu foram adoptadas pela grande maioria por biólogos profissionais. As regras que governam a nomenclatura e classificação das plantas e dos fungos estão contidas no Código Internacional de Nomenclatura Botânica, mantido pela Associação Internacional para a Taxonomia das Plantas. Códigos similares existem para animais e bactérias. Cientistas seguem estes códigos de modo que os nomes dos organismos possam ser os mais claros e estáveis possíveis. (http://pt.wikipedia.org /wiki/Taxonomia_de_Lineu).

Linha de Baía.........................................................................................................................................................................................................................................................Bayline

Ligne de baie / Línea de bahía / Line - Bucht / 线湾 / Линия залива / Linea di baia

Linha de demarcação entre entre as zonas de sedimentação caracterizadas por uma acomodação subaérea e marinha. Limite entre o ambiente fluvial e parálico-deltaico. A linha da baía não deve ser confundida com a linha da costa, a qual marca, a montante, o limite dos ambientes, verdadeiramente, marinhos. Em determinados casos (ausência de baía ou lagoa), a linha de baía pode ter a mesma posição que a linha da costa. Ela é usada como referência para os perfileis de equilíbrio dos rios. Na estratigrafia sequencial, as posições sucessivas da linha da baía limitam a parte superior dos depósitos fluviais e não dos depósitos costeiros.

Ver: « Linha da Costa »
&
« Ponto de Equilíbrio »
&
« Perfil de Equilíbrio (rio) »

Uma superfície de deposição (linha cronostratigráfica) tem várias rupturas de inclinação. Partindo da água profunda para o continente, as principais rupturas da superfície de deposição são: (i) Ruptura Inferior do Talude Continental, que separa a planície abissal da base do talude continental ; (ii) Ruptura do Rebordo Continental, que marca o limite entre o talude e a plataforma continental ou, quando a bacia não tem plataforma continental, com a planície costeira (condições geológicas de nível baixo), o quer dizer, que rebordo da bacia pode coincidir com a ruptura do rebordo continental l ; (iii) Ruptura Costeira, que corresponde, mais ou menos, a linha da costa (ruptura costeira da superfície de deposição ) e que separa os depósitos marinhos dos parálicos (depósitos que se depositam a montante da linha da costa) e (iv) Ruptura Aluvial, corresponde ao limite entre a planície fluvial e costeira. É esta ruptura aluvial que marca, segundo os adeptos da estratigrafia sequencial, a linha de baía, isto é, a linha onde o perfil de equilíbrio dos rios se horizontaliza e onde os efeitos da subsidência e eustasia se anulam, (como está ilustrado nesta figura). Se o nível relativo do mar sobe ou desce, a linha de baía desloca-se para a continente terra ou para o mar. Como os sedimentos se depositam, quando a corrente que os transporta desacelera ao entrar num corpo de água, mais ou menos, estacionário, alguns geocientistas consideram a linha de baía como um conceito muito hipotético, uma vez que as condições de deposição ocorrem de preferência na desembocadura da corrente, junto da linha da costa, e não na linha de baía, que em geral, está localizada, por vezes, dezenas de quilómetros a montante.

Linha da Costa..............................................................................................................................................................................................................Coastline, Shoreline

Ligne de côte / Línea de costa / Küstelinie / 海岸线 / Береговая линия / Costa, Litorale

Linha que separa a terra do mar. A linha da costa varia em função das mudanças relativas do nível do mar.

Ver: « Praia-Baixa »
&
« Planície Costeira »
&
« Litoral »

Quando o nível relativo do mar (eustasia + tectónica, subsidência ou levantamento) sobe, a linha da costa e os depósitos associados (depósitos costeiro) deslocam-se para o continente. Nas áreas com grande acarreio sedimentar, como, em certos deltas, mesmo quando o nível do mar relativo sobe, a linha da costa e os depósitos associados, podem ficar, mais ou menos, no mesmo sítio, ou mesmo deslocar-se para o mar. Quando o nível do mar relativo desce, a linha da costa e os depósitos costeiros deslocam-se para o mar. No primeiro caso, fala-se de uma transgressão, no segundo de uma regressão. Todavia, não esqueça duas coisas importantes: (i) Em ambos os casos, isto é, durante uma transgressão ou regressão, o nível relativo do mar sobe ( durante a transgressão ele sobe em aceleração e, em desaceleração, durante a regressão) ; (ii) O acarreio sedimentar, como o seu nome indica, vem sempre do continente, o que quer dizer, que, na realidade, uma transgressão é uma sucessão de regressões cada vez mais pequenas, entre as quais o nível relativo do mar não desce (paraciclo eustático). Durante uma transgressão, a linha da costa não coincide com o rebordo da bacia, mesmo se antes da transgressão (prisma de nível baixo), a linha da costa e o rebordo da bacia eram, mais ou menos, coincidentes. A cada incremento da subida relativa do nível do mar (paraciclo eustático), a extensão da plataforma continental (distância entre o rebordo da bacia, que é, mais ou menos, fixo e a linha da costa) aumenta. No início de uma regressão, a linha a costa está no máximo de afastamento do rebordo da bacia. Contudo, à medida que a regressão avança, a linha da costa aproxima-se do rebordo da bacia, e a extensão da plataforma continental diminui. A partir de um certo momento a bacia deixa de ter plataforma, e a partir desse momento a linha da costa é coincidente com o rebordo da bacia, o qual corresponde ao rebordo continental. Embora a posição da linha da costa seja controlada pelas variações relativas do nível do mar, como ilustrado neste mapa (bacia do Kwanza, Angola) a tectónica joga um papel importante. Nesta bacia, a linha da costa, que, globalmente, tem a orientação NO-SE é deslocada para Este, por zonas de fractura (desligamentos em extensão), que dividem a bacia em diferentes províncias tectónicas.

Linha Cronostratigráfica..............................................................................................................................................Chronostratigraphic Line

Ligne chronostratigraphique / Línea cronostratigráfica / Chronostratigraphischen Linie / 年代地层线 / Хроностратиграфическая линия / Linea cronostratigrafica

Superfície de deposição síncrona, que nas linhas sísmicas, em geral, mas nem sempre, corresponde a um reflector que se pode seguir em continuidade.

Ver: « Reflector (sísmico) »
&
« Impedância (acústica) »
&
« Linha sísmica »

Uma linha cronostratigráfica é por definição uma superfície de deposição ao longo da qual, os sedimentos se depositam de maneira síncrona e função do ambiente sedimentar. Numa linha cronostratigráfica, várias ruptura de inclinação se podem pôr em evidência. Do continente para o mar profundo, a primeira ruptura importante da inclinação da superfície de deposição é a linha de baía que separa os ambientes fluviais, a montante, dos ambientes parálicos. A segunda ruptura importante da superfície de deposição (linha cronostratigráfica), é, aproximadamente, a linha da costa que separa os ambientes marinhos dos ambientes não-marinhos. A terceira ruptura corresponde ruptura associada ao rebordo continental, o qual pode marcar, ou não o rebordo da bacia. Quando as condições geológicas são de nível baixo, quer isto dizer quando o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia, a bacia não tem plataforma continental e o rebordo continental corresponde, praticamente, à linha da costa. Quando as condições geológicas são de nível alto, evidentemente, que o rebordo continental não corresponde à linha da costa, uma vez que a bacia tem uma plataforma continental. Neste caso, a ruptura de inclinação da superfície de deposição é definida entre a parte superior do talude continental e a zona distal da plataforma continental, o quer quer dizer que ela está individualizada da ruptura costeira que corresponde, grosseiramente, à parte superior do prodelta. Neste caso particular deve considera-se também a ruptura da superfície de deposição que sublinha a base do prodelta, onde, por vezes se depositam sistemas turbidíticos proximais (de alto nível do mar). A ruptura de inclinação mais distal da superfície de deposição corresponde ao limite entre o sopé continental e a planície abissal. É a partir desta ruptura que se depositam os cones submarinos de bacia, a quando de uma descida relativa do nível do mar importante, isto é na sucessão de uma discordância significativa. Nas linhas sísmicas, como ilustrado nesta figura, a grande maioria dos reflectores sísmicos corresponde a linhas cronostratigráficas e não, como teoricamente se poderia esperar, a linhas de fácies. Nas linhas sísmicas, as linhas cronostratigráficas (tempo) cortam as linhas de fácies (litologia).

Linha de Equilíbrio (glaciar)........................................................................................................................................................................Equilibrium Line

Ligne d'équiiíbre (glacier) / Línea de equilibrio (glaciar) / Equilibrium Linie (Gletscher) / 平衡线(冰川) / Граница питания ледника / Linea di equilibrio (ghiacciaio)

Linha, que num glaciar, separa a zona da acumulação da zona de ablação.

Ve : « Glaciar »
&
« Zona de Acumulação (glaciar) »
&
« Campo de Neve »

Nesta maqueta, em gesso, de um glaciar (Instituto de Geologia de Neuchâtel, na Suíça), provavelmente, o glaciar de Tschierva, com o pico de Bernina (4049 m) à direita e o Roseg (3937 m) à esquerda, vê-se bem que um glaciar funciona como uma conta bancária, com depósitos e retiradas. Os depósitos são as camadas de neve, que tombam todos os invernos e as retiradas são as perdas de milhões de litros de água todos os verões, quer por escoamento, quer por evaporação. Um glaciar em boa saúde retém uma grande parte da neve que caiu, no inverno, na parte superior, sob a forma de gelo, enquanto que a neve na parte inferior é perdida por fusão e evaporação. Tudo isto quer dizer, que num glaciar há duas zonas fundamentais : (i) Zona de Acumulação, onde a neve é retida sob a forma de gelo e (ii) Zona de Ablação, onde funde mais gelo do que se acumula. É o limite entre estas duas zonas, que se chama a linha de equilíbrio, a qual é, normalmente, medida em altitude. Assim, os glaciologistas determinam a boa saúde de um glaciar, isto é, se ele está engrossando ou adelgaçando, calculando a relação entre a área de acumulação e área total do glaciar. Quanto maior for a relação das superfícies, maior é a acumulação e melhor se porta o glaciar (mais significativo é a relação entre os volumes, uma vez que em certos casos a relação aumenta e o glaciar pode retrogradar). A linha de equilíbrio é difícil de observar, directamente, mas relativamente fácil de calcular. A linha de equilíbrio não deve se confundida nem com a linha de neve (limite inferior da cobertura de neve do último inverno), nem com a linha do nevado, que é o limite da superfície de neve, que sobreviveu à ablação durante um ano. Na ausência de gelo de sobreposição (gelo sobre o glaciar, que se formou a partir da fusão da neve depois da deposição e que, normalmente, se encontra abaixo da linha de neve e acima da linha de equilíbrio), a linha do nevado é equivalente a linha de equilíbrio. Em certos glaciares, no verão, estas duas linhas são muito nítidas. A linha de equilíbrio de cor clara, e uns metros mais abaixo, de cor mais escura, a linha da neve do ano anterior (linha do nevado). Não esqueça que um glaciar é como uma corrente. Ele só existe enquanto houver escoamento. Se a ablação for maior que a acumulação, o glaciar continua a escoar-se, costa a baixo, adelgaçando.

Linha de Inflexão (da berma).................................................................................................................................................................................Inflection Line

Ligne d'inflexion (berme) / Línea de inflexión (de berma) / Inflexionslinie / 拐点线 / Линия изгиба / Linea di inflessione

Degrau que separa a praia média (espaço atingido pelas correntes da ressaca, entre os níveis da preiamar e de baixamar de águas mortas) da praia baixa.

Ve : « Praia-Baixa »
&
« Berma de Praia »
&
« Acção das Vagas (mar agitado) »

Como ilustrado neste esquema de uma praia, i.e., de uma zona costeira com um estrão (faixa entremarés, que associa uma parte da praia-alta com toda a praia-baixa) constituído por materiais detríticos terrígenos, arenosos, areno-siltosos e grosseiros, de uma maneira geral, do mar para o continente, podem distinguir-se diferentes áreas : (i) Pré-Praia, que é a parte da praia, que está sempre submersa e que se estende para o largo a partir do limite das marés mais baixas, que certos autores consideram como equivalente à zona de rebentação das ondas do mar ; (ii) Praia-Baixa, que corresponde à parte inferior do espraiado e que compreende o espaço que se estende entre os limites atingido pela baixamar, em águas motas e águas vivas ; (iii) Praia-Média, que é a parte da praia, que se estende no espaço atingido pelas correntes da ressaca (corrente de afluxo e refluxo), entre os níveis da preiamar de de baixamar em águas mortas, e que é separada da praia-alta pelo degrau mais baixo da praia-alta (n° 3 neste esquema) e, da praia baixa, por outro degrau, que certos autores chamam Linha de Inflexão (9), sendo a escarpa da praia (n° 10, neste esquema) o abrupto do último degrau ; (iv) Praia-Alta, que é a parte superior da praia, com declive acentuado e que é só atingida pelas ondas nas preiamares vivas e durante as tempestades ; quando a praia-alta é muito extensa ele tem pequenas duna de obstáculo (em forma de doma); a superfície atingida pela pelas ondas é modelada em degraus, chamados degraus da praia, que são formados por um patamar (berma da praia) e um abrupto e (v) Ante-Praia, que é a forma de relevo que constitui o limite interior da praia e que pode ser uma arriba ou um cordão litoral que isola, ou não, uma laguna interior. Não confunda a linha de inflexão da praia-média (n° 9) com a linhas de inflexão entre as bermas (n° 5) e os abruptos do degraus, isto é, as cristas da berma, das quais a mais alta é a crista da praia (n° 4 neste esquema). Como a pré-praia corresponde, mais ou menos, à zona de rebentação das ondas do mar, é natural, que o fundo do mar seja, nesta área, modelado por cristas e sulcos pré litorais, os quais podem atingir mais de 1m de altura (n° 11 e 12).

Linha Migrada (sísmica)...............................................................................................................................................................................................Migrated Line

Ligne migrée (sismique) / Línea migrada (sísmica) / Migrierte Linie (seismische) / 迁移线(地震)/ Перенесенная сейсмическая линия / Linea migrati (sismica)

Linha sísmica processada de tal maneira que as reflexões são posicionadas correctamente, isto é, na sua verdadeira posição vertical (em tempo). Para migrar uma secção sísmica de maneira exacta seria necessário definir completa e inteiramente o campo de velocidades do terreno, quer isto dizer, especificar o valor da velocidade das ondas sísmicas em todos os pontos. Na prática, para obter uma migração, faz-se uma evaluação do campo das velocidades a partir da versão não-migrada utilizando todos os dados disponíveis. A migração melhora a resolução das linhas sísmicas, uma vez que ela focaliza a energia numa zona de Fresnel e destrói uma grande parte das difracções.

Ver: « Linha Sísmica »
&
« Linha Não-Migrada (sísmica) »
&
« Zona de Fresnel »

Nesta figura estão ilustradas duas versões do mesmo detalhe de uma linha sísmica regional do offshore da Noruega. A linha da esquerda é não-migrada e a da direita é migrada. Um ponto de reflexão pode localizar-se em qualquer parte do arco de circulo centrado na posição fonte-detecção. Numa linha não-migrada, o ponto de reflexão é mapeado de maneira a que a sua posição esteja, imediatamente, debaixo da fonte-detecção. Numa linha migrada, o ponto de reflexão é posicionado debaixo da sua localização de superfície correcta e na reflexão vertical (tempo) corrigida. Um geocientista, com experiência em estratigrafia e tectónica, é capaz de propor uma tentativa de interpretação geológica, dificilmente refutável, da linha migrada (à direita), mas não da linha não-migrada. É por isso, que nos anos 60-70, a interpretação geológica da linhas sísmicas (não-migradas) era feita, unicamente, pelos geofísicos (mais físicos do que naturalistas), que conheciam os princípios básicos da sísmica, mas ignoravam, na maioria dos casos, a geologia. Assim, as tentativas de interpretação eram feitas de maneira indutiva ingénua, uma vez que os interpretadores não sabiam o que tinham que observar. Mesmo antes do advento da migração, os responsáveis da pesquiza petrolífera compreenderam que era mais fácil explicar aos geólogos os princípios básicos da sísmica do que explicar geologia aos físicos. A partir daí, as equipas de interpretação tornaram-se mistas e os geocientistas aprenderam que : (i) A escala vertical é em tempo ; (ii) As variações laterais de velocidade induzem artefactos sísmicos e (iii) Os reflectores com significado geológico são os que correspondem a linhas cronostratigráficas.

Linha não-Migrada (sísmica).....................................................................................................................................................................Unmigrated Line

Ligne non-migrée (sismique) / Línea no migrada (sísmica) / Nicht migrierte Linie (seismische) / 未迁移线(地震) / Неперенесенная сейсмическая линия / Linea senza migrazione (sismica)

Linha sísmica na qual alguma da energia reflectida está em posição incorrecta. Ddurante o cálculo inicial do “moveout” supõe-se que as camadas são, mais ou menos, horizontais. Se isto não for o caso, uma parte da energia reflectida é posicionada incorrectamente. No caso de um sinclinal pequeno, as reflexões dos diferentes pontos no sinclinal são traçadas, verticalmente, em relação ao receptor. O sinclinal aparece na linha sísmica como uma curva enlaçada ou mesmo como um ponto. A migração é um processo que corrige este efeito e põe a energia onde ele deve estar.

Ver: « Linha Sísmica »
&
« Linha Migrada (sísmica) »
&
« Moveout (sísmica) »

Um geocientista, que conheça bem os princípios da sísmica de reflexão e a diferença entre uma linha sísmica migrada e não-migrada, reconhece, imediatamente, que esta linha é não-migrada (basta notar a quantidade de difracções associadas aos pontos de reflexão dos blocos falhados) e que ela representa uma margem continental divergente do tipo-Atlântico. As falhas normais associadas a ruptura da litosfera, que criaram as bacias de tipo-rifte (hemigrabens) e a discordância, induzida pela ruptura da litosfera, que separa as bacias do tipo-rifte da margem divergente sobrejacente, identificam-se e mapeiam-se facilmente. Entre uma linha migrada e não-migrada a diferença consiste, basicamente, na maneira como os pontos de reflexão são traçados, uma vez que na sísmica de reflexão, para um tempo dado, cada ponto de reflexão pode estar em qualquer lugar no arco de círculo centrado na posição “fonte-detecção”. Numa linha não-migrada, como a ilustrado nesta figura, os pontos de reflexão foram traçados à vertical da “fonte-detector”, enquanto que numa linha migrada, eles são posicionados debaixo das posição de superfície corrigidas e em posições verticais corrigidas. Ao contrário de uma secção migrada, que se parece muito com uma secção geológica, salvo que as escalas de uma secção geológica são métricas, o que não é o caso numa linha sísmica (a escala vertical é em tempo), uma linha não-migrada, raramente, se assemelha a uma secção geológica, particularmente, nas áreas, fortemente, deformadas, como numa cadeia de montanhas ou numa bacia salífera. Apenas as secções migradas mostram as reflexões na sua verdadeira posição. Tal precaução é tanto mais necessária quando mais inclinados forem os reflectores.

Linha de Neve.......................................................................................................................................................................................................................................Snow Line

Ligne de neige / Línea de nieve / Schneefallgrenze / 雪线 / Снеговая линия / Linea di neve

Limite inferior da cobertura de neve do último inverno. Para evitar confusões é melhor denomina-la linha de neve do glaciar. A expressão linha de neve é, muitas vezes, utilizada, também, para designar uma pequena elevação na bordadura inferior do campo de neve. Nas regiões montanhosas, a linha de neve não corresponde, verdadeiramente, a uma linha, mas a uma orla, mais ou menos, irregular, cuja posição é determinada pela quantidade da neve, que caiu no inverno anterior, e da ablação, que são factores que podem variar de maneira significativa de um ponto para outro.

Ver: « Glaciar »
&
« Zona de Acumulação (glaciar) »
&
« Campo de Neve »

Nesta fotografia, tirada, mais ou menos, do pico de Corvatsh, vê-se o glaciar de Tschierva, localizado no cantão dos Grisons (Suíça oriental), entre o pico de Roseg à direita (3 937 metros de altura) e o pico de Bernina (4 040 metros), à esquerda, decorado com uma grande crista de gelo ("Biancograt"). O refúgio de Tschierva é visível por cima da moreia lateral esquerda do glaciar. Em 2005, o glaciar tinha cerca de 4 km de comprimento, e a sua superfície era de cerca de 6 km2 (determinada em 1973). Contudo, é difícil de saber se estas medidas for feitas no verão ou inverno. Na realidade, embora estas duas fotografias fossem tiradas no mesmo ano (2006), elas sugerem dimensões e coisas muito diferentes. Uma foi tirada no verão (Julho) e outra no inverno (Março). A primeira, tirada no verão, é utilizada pelos "Alarmistas" (aqueles que acreditam, religiosamente, num "aquecimento global" antropogénico) e a segunda pelos "Sépticos" (aqueles que não acreditam, religiosamente, num "aquecimento global", quer ele seja antropogénico ou não, mas sim em mudanças climáticas naturais). De qualquer maneira, e em particular na fotografia tirada no verão (a maior) reconhece-se todos os principais elementos, que se podem por em evidência num glaciar : (i) Os picos dos montanhas (Bernina e Roseg) ; (ii) Os circos ; (iii) Um antigo glaciar tributário (que actualmente não é mais, mas que o será durante o novo período de arrefecimento global, que parece ter já começado, ciclo solar 24) ; (iv) Duas linha de neves, que se reconhecem muito bem em ambos os glaciares pela diferença de cor ; (v) Dois vales glaciares suspensos (em forma de U ) ; (vi) O vale glaciar principal ; (vii) As fendas ou fissuras dos glaciares ; (viii) As moreias ; (viii) Os escombros de talude e a parte superior da planície fluvio-glaciar.

Linha Sísmica..................................................................................................................................................................................................................................Seismic Line

Ligne sismique / Línea sísmica / Seismischen Linie / 地震测线 / Сейсмическая линия / Linea sismica

Perfil dos sedimentos e, por vezes, do soco obtido pela reflexão de ondas sísmicas artificiais nas interfaces sedimentares.

Ver: « Sísmica de Reflexão »
&
« Linha Migrada (sísmica) »
&
« Linha Não-Migrada (sísmica) »

Como se pode constatar nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Tailândia, uma linha sísmica é uma secção tempo, quer isto dizer, que a escala vertical, ao contrário da de uma secção geológica, é em tempo (tempo duplo, t.w.t.) e não em profundidade (metros). Assim, para conhecer a profundidade de uma determinada interface é necessário conhecer a velocidade dos intervalos atravessados pelas ondas sísmicas e fazer uma conversão. Numa linha sísmica, é possível, que um determinado intervalo seja isópaco (espessura constante), mas caso haja uma variação lateral da velocidade, na realidade, em profundidade, ele pode ser divergente. Da mesma maneira, nas linhas sísmica tiradas no offshore, a lâmina de água tem de ser tomada em linha de conta, em particular, quando ela mostra uma brusca variação da profundidade de água entre a plataforma e talude continental. Os sedimentos, debaixo de uma grande lâmina de água, são retardados (ficam mais mais profundo) em relação aos que se encontram sob uma lâmina mais pequena, uma vez que a velocidade das ondas sísmicas na água é mais pequena do que nos sedimentos. A interpretação das linhas sísmicas, em termos geológicos, requere, a priori, um bom conhecimento dos contexto geológicos global e regional das regiões onde elas foram tiradas. Nesta tentativa, por exemplo, o interpretador identificou e respeitou as características das bacias internas ao arco, nas quais uma fase de abatimento (subsidência termal), se deposita por cima de uma fase de rifte (subsidência diferencial). Por outro lado, como este tipo de bacia faz parte das bacias ligadas à formação das megassuturas, neste caso particular da megassutura Meso-Cenozóica, ela encontra-se dentro de uma área que, globalmente, é em compressão. Por conseguinte, é possível que algumas falhas normais da fase de rifting tenham sido reactivadas em falhas inversas com formação de inversões tectónicas. Igualmente, o interpretador conhecia, de avanço, a assinatura estratigráfica da área e datou os principais eventos geológicos, antes de tentar refutar as datações a partir dos resultados dos poços de pesquiza, quer isto dizer, que o método de interpretação não é de maneira nenhuma o método de Aristóteles : (i) Suppositio (hipótese) ; (ii) Compositio (demonstração) ; Resolutio (verificação).

Lisoclina...................................................................................................................................................................................................................................................................Lysocline

Lysocline / Lisoclina / Lizoklin / 溶跃面 / Лизоклин / Lisoclina

Profundidade do oceano debaixo da qual a taxa de dissolução da calcite aumenta de maneira significativa. Debaixo da lisoclina existe um a profundidade conhecida como a profundidade de compensação dos carbonatos (PCC), por debaixo da qual a taxa de aporte de calcite balança a taxa de dissolução, o que quer dizer que não há depósito de calcite.

Ver: « Calcite »
&
« Profundidade de Compensação (carbonatos) »
&
« Dissolução »

A lisoclina é a profundidade sob a qual a maior parte dos carbonatos dos sedimentos do solo oceânico se dissolvem. Neste nível apenas ficam sem dissolver os carbonatos mais resistentes, como os foraminíferos calcários, pelo qual nos sedimentos ainda há restos de carbonatos. Há um segundo nível, o chamado "nível de compensação da calcite" ou "profundidade de compensação da calcite" (NCC/PCC, ou CCD, quer isto dizer "Calcite Compensation Depth" em inglês), mais profundo, sob o qual a totalidade dos carbonatos se dissolve. A reacção química pode traduzir-se assim: CaCO3 + H2O + CO2 → Ca2+ + 2HCO3- . A lisoclina encontra-se, actualmente, entre 3000 e 5000 metros de profundidade, que corresponde, mais ou menos, à cifra média de profundidade dos oceanos. A lisoclina pode variar segundo múltiplos factores, entre os que se encontram a concentração de CO2, o nível de acidez das águas, ou a latitude, chegando a estar em lugares como a Antárctida apenas uns centos de metros sob a superfície. A necessidade de uma determinada profundidade para a dissolução de carbonatos é devido à solubilidade dos mesmos aumentar com a diminuição da temperatura e com o aumento da pressão. É precisamente esta dependência com a temperatura que causa que a lisoclina e a PCC não sejam paralelas no oceano, estando, geralmente, a PCC mais afastada da lisoclina no centro da bacia oceânica e próxima nas margens. Em outras épocas a lisoclina sofreu variações importantes, como por exemplo há 55 milhões de anos durante o Máximo Térmico do Paleocénico / Eocénico (MTPE), onde se elevou, drasticamente, por todo o planeta, devido ao aumento da temperatura e do CO2 (http://fr.wikipedia.org/wiki/Lysocline). Este um intervalo transitório de aquecimento global (± 55 Ma) é associado à transformação dos ecossistemas e alterações no ciclo do carbono e, provavelmente, causado pela entrada de grandes quantidades de CO2 e CH4 no o sistema oceano-atmosfera.

Lithothamnium (alga).................................................................................................................................................................................................Lithothamnium

Lithothamnium (alga) / Lithothamnium (alga) / Lithothamnium (Algen) / Lithothamnium(藻类) / Обызвествлённая морская водоросль / Lithothamnium (alghe)

Alga da família das algas vermelhas. Apresenta-se sob a forma de pequenos esqueletos semelhante ao dos corais. As suas ramificações são constituídas de calcário impregnado de elementos minerais e oligoelementos fixados a partir da água do mar. Estes elementos encontram-se sob uma forma assimilável uma vez que o lithothamnium tem uma excelente porosidade.

Ver: « Alga »
&
« Alga Castanha (Feofícea) »
&
« Calcário »

As algas vermelhas coralinas possuem depósito de carbonato de cálcio nas suas paredes celulares o que as torna muito resistentes e sem flexibilidade. Elas são muito abundantes e, ecologicamente, importantes, uma vez que podem formar grandes recifes de corais. Algumas algas têm uma importância económica, na alimentação ou na produção secundária de produtos utilizados, principalmente. nas indústria alimentar e farmacêutica (meio de cultura para microrganismos, cápsulas, supositórios, anticoagulantes, filme fotográfico, sabonete, creme para mãos, substitui a gelatina, cremes, geleias, maioneses, pudins, merengues, entre outros). Entre os pigmentos que as suas células possuem pode citar-se a clorofilas e ficoeritrina (pigmento que lhes confere a cor avermelhada). O Lithothamnium Angolense Romance 1916 é um lithamnium típico. Ele é um coralinacea com um talo fino (50-150 microns) e, provavelmente, não fixo. O talo é uma estrutura vegetativa não diferenciada em raiz, caule e folha, e sem formação de qualquer tecido. A grande maioria das macroalgas é composta por talos. O hipotalo (excrescência marginal de hifas no talo de algas incrustantes) é ausente ou reduzido a curtas linhas de células. O péritalo consiste de células (15 x 8-9 micra), dispostas em linhas mais do que em filas. O conceptáculos (250-300 x 115-125 microns), que são cavidades das algas marinhas e de água doce que contém os órgãos reprodutivos, são bastante comuns e podem conter a a 6 poros. Estes órgãos reprodutivos criam uma ligeira protuberância do talo, dada a sua fina espessura. Esta determinação corresponde em todos os pontos à descrita no Albiano de Angola. Esta é a primeira vez que este forma é conhecida fora de sua localidade tipo e é também a primeira vez que pode ser fotografada. Estratigraficamente é o primeiro Lithothamnium conhecido. Contudo uma ligeira reserva deve ser avançada: ela diz respeito aos desenhos da descrição original que não parecem ilustrar o texto correctamente.

Litificação...........................................................................................................................................................................................................................................................Lithification

Lithification / Litificación / Lithification (Transformation eines Sediments im Festgestein) / Lithification (在综合岩石沉积物的转变) / Окаменение / Lithification (trasformazione di un sedimento in roccia consolidata)

Conversão dos sedimentos (soltos) em massas rochosas sólidas. Processo pelo qual os sedimentos se compactam sob a acção da pressão, expelindo os líquidos que saturam a porosidade, e que, pouco a pouco, se transforma numa rocha sólida endógena (sedimentar), em que a porosidade é, parcialmente, destruída por compactação e cimentação.

Ver: « Sedimentação »
&
« Compactação »
&
« Diagénese »

Um sedimento, quer ele seja deutógeno (de origem secundária, quer isto dizer, clástico ou detrítico) ou protógeno (origem primária, isto é, formado por precipitação) não é uma rocha sedimentar (endógena por contraste exógena) antes que os grãos se aglutinem uns aos outros. O material que adere os grãos uns aos outros e que se chama cimento, é na maior parte das vezes um sedimento protógeno (mineral que se forma quando a água passa através dos espaços livres entre os sedimentos). Se a água (do mar ou subterrânea) contém os elementos químicos necessários, formam-se cristais entre os grãos que os adere uns contra os outros. A calcite, quartzo e, por vezes, a hematite formam, frequentemente, o cimento das rochas sedimentares. As fotografias, ilustradas nesta figura, sublinham a diferença entre uma pilha de sedimentos (fotografia da esquerda), e uma rocha sedimentar constituída, praticamente, pelos mesmo elementos (fotografia à direita). A passagem de uma à outra é a litificação. Uma pilha de sedimentos, como na fotografia da esquerda, transforma-se mais, rapidamente, numa rocha sedimentar, quando mais enterrada ela estiver, uma vez que a pressão geostática serra os grãos uns contra os outros. O processo de transformação, isto é, a litificação pode durar centenas de milhares de anos. Certos sedimentos protógenos litificam-se mais por recristalização dos minerais que os constituem, do que por cimentação. O exemplo típico é a formação de muitos calcários e argilitos, que requere uma recristalização, no sítio, dos grãos sedimentares. Neste processo, os minerais recristalizam em resposta a uma mudança do ambiente químico (um aumento de pH), porque certos minerais são mais estáveis do que outros em determinadas condições. Quando os grãos minerais recristalizam (grãos inteiros ou unicamente as bordas dos antigos), eles crescem em conjunto e criando novos limites entre os grãos, transformando o sedimento numa rocha compacta.

Litodema....................................................................................................................................................................................................................................................................Lithodeme

Lithodème / Litodema / Lithodeme (geographische Begriff mit einem beschreibenden Begriff lithischen) / Lithodeme(地理与岩屑描述长期长期) / Литодема / Lithodeme (termine geografico con un termine descrittivo litico)

Termo utilizado para exprimir a litologia e condições de depósito de uma rocha, independente, da idade e do contexto geológico. Alguns geocientistas usam o termo litodema para combinar uma localização geográfica com uma litologia ou descrição. Ex: Calcários de La Luna. Sinónimo de Formação.

Ver: « Fácies »
&
« Formação (geológica)»
&
« Unidade Litostratigráfica »

As rochas deste afloramento constituem o litodema de Zumaya (pequena vila da costa de Guipúzcoa, a cerca de 35 km de Donosti - Saint Sébastian e 75 km de Bilbao, Espanha). A litologia corresponde a uma alternância de arenitos (granodecrescentes para cima) e argilitos depositados num ambiente de deposição profundo. O termo litodema, que é sinónimo de formação (geológica) é, muito vezes, substituído pelo termo litoambiente. Em termos modernos (estratigrafia sequencial), este litodema corresponde a uma sobreposição vertical de cones submarinos de bacia, que se depositaram em associação com uma descida relativa do nível do mar importante, a qual colocou o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (discordância). A descida relativa do nível do mar mudou as condições geológicas da bacia de nível alto para baixo, com exumação da antiga plataforma continental, o que implica um deslocamento, em direcção da bacia, da linha da costa e da ruptura da superfície de deposição costeira. Este deslocamento destruiu o perfil de equilíbrio provisório dos rios, o que os obrigou a cavar os leitos para que eles encontrem um novo perfil de equilíbrio provisório. Um tal escavamento aumentou, fortemente, o aporte terrígeno e a carga dos rios. Como os rios desaguam sobre o talude continental, os sedimentos que eles carregavam foram transportados, ao longo do talude continental, por correntes de turbidez, que só entraram em desaceleração depois da ruptura inferior do talude. Desde que as correntes de turbidez entraram em desaceleração, na planície abissal, elas perderam competência e depositaram os sedimentos sob a forma de cones submarinos de bacia. O tempo de deposição de cada lóbulo (camada de arenito) foi instantâneo (dezenas de minutos), enquanto que a fina camada de argilito pelágico, depositada entre eles, demorou, provavelmente, milhares de anos a depositar-se. Mais tarde, os cones submarinos da bacia foram deformados durante a formação das cadeias de montanhas, que ocorreu nos últimos 10 Ma, e tomaram a inclinação que eles exibem nesta fotografia.

Litofagia.....................................................................................................................................................................................................................................................................Lithophagy

Lithophagie / Litofagia / Lithophagie / Lithophagy (摄取的石头来帮助消化的做法) / Литофагия / Litofagia (la pratica di l'ingestione di pietre per aiutare la digestione)

Ingestão de pedras para ajudar a digestão. Exemplos de litofagia se encontram em muitas aves e crocodilos.

Ver: « Arenito »
&
« Erosão" »
&
« Glossifungito »

A litofagia ou geofagia é a ingestão de substâncias minerais, não apenas do solo, mas também de areia, cascalho e rochas. O termo litofagia inclui tanto a ingestão intencional, mas também acidental. A geofagia ou litofagia é um comportamento surpreendente, generalizado e normal, que é documentado nos vertebrados, desde os roedores até as baleias, passando pelas tartarugas e aves. Como a presença humana se expande para áreas até então habitadas apenas por animais selvagens, a presença de produtos químicos no solo está se tornando frequente e generalizada, o que é, extremamente, perigoso para os animais litofagos. Certos produtos químicos orgânicos têm uma forte tendência para se distribuir aos solos, como por exemplo, os pesticidas e outros compostos orgânicos antropogénicos. A litofagia pode suplementar uma alimentação deficiente e promover tratamentos farmacológicos. Com efeito, a ingestão de pedras por lagartos e crocodilos podem ajudar na maceração das presas, uma função semelhante à do grão ingerido por aves. Como os lagartos e crocodilos são sem moela, este conceito de maceração assistida ainda pode ser revisto. A hipótese de que a litofagia nos crocodilos é de proporcionar um lastro não é corroborada. A litofagia também é, praticada, por pinguins de Adélia (Pygoscelis adeliae), vários pinípedeos, e alguns lagartos pré-históricos. Uma vez que eles regurgitam as rochas, em terra, essas rochas nos animais que respiram ar podem, na realidade, ser ingeridas como lastro. A ingestão de areia e cascalho pelas tartarugas poderia servir para facilitar a maceração da mesma maneira que a litofagia pelos lagartos e crocodilos, apesar da alimentação da tartaruga seja composta, principalmente, de vegetais. As tartarugas em cativeiro (Terrepene ornata) e outras (Tupinambis rufescens, Occipatlis Tiliqua, Gopherus agassizii, Heermani Testudo) ingerem, intencionalmente, solos escuros sem areia que passa, completamente, através do sistema digestivo. Qualquer microorganismo celulítico de um solo pode ajudar a digestão da celulose dos componentes vegetativos da alimentação e pode ser a principal razão para um tal comportamento (Hui, C. A.- 2004).

Litoral.......................................................................................................................................................................................................................................................................................Shore

Littoral / Litoral / Küstengebiet / 滨海 / Прибрежный / Litorale

Faixa do continente que está em contacto com o mar ou com fenómenos característicos dessa área.

Ver: « Praia Intramareal (entre marés) »
&
« Acção das Vagas (mar calmo)s »
&
« Linha da Costa »

Como ilustrado neste esquema, alguns geocientistas restringem o litoral à faixa entremarés. Outros estendem-no para o interior, por um espaço cujos limites nem sempre são fácies de definir e, também, para o largo até linha de rebentação das ondas. Com base na distribuição das biocenoses litorais (relação equilibrada dos seres vivos com o meio natural), em função dos tempos de emersão, o litoral pode dividir-se em faixas ou andares, paralelos a linha da costa: (i) Andar Supralitoral, o qual compreende o espaço atingido directamente pela salsugem, acima do nível das preiamares vivas (sempre emerso), e que, por sua vez, se pode subdividir em: (a) Superior, que é a parte atingida apenas por pequena bolhas de ar com cristais salinos e (b) Inferior, que é a parte atingida pela salsugem e directamente pela espuma da rebentação na preiamar; (ii) Andar Mesolitoral, o qual corresponde à faixa entremarés (anfíbio), e que também se pode subdividir-se em: (a) Superior, que é a área entre o nível médio e o da praia mar viva e (b) Inferior que é a parte entre nível médio e o da baixamar viva; (iii) Andar Infralitoral, o qual está abaixo do nível das baixamares vivas (sempre imerso), e que pode subdividir-se em: (a) Superior, que é a parte entre o nível da baixamar viva e a faixa de rebentação e (b) Inferior, que é a parte que corresponde a faixa de rebentação (Moreira, 1984). Lembremos que as marés são ondas de oscilação de fraca amplitude (poucos metros), grande comprimento de onda (várias centenas de quilómetros) e um período muito grande (30-300 segundos), que se formam no alto mar devido à atracção da Lua e Sol sobre água do mar. Junto à costa essas ondas modificam-se e prolongam-se por ondas de translação que dão origem as correntes de maré: (1) Enchente, que se dirige para a costa e provoca uma acumulação de água cujo máximo é chamado preiamar ou maré alta e (2) Vazante, que se dirige para o largo, escoando, assim, a água acumulada junto à costa durante a preiamar, e cujo nível mais baixo é o da baixamar ou maré baixa. Quando o Sol e a Lua estão conjunção ou oposição as marés são vivas (com grande amplitude). Quando a Lua está em quarto minguante ou crescente (quadraturas), a maré é morta, isto é com amplitudes mínimas.

Litosfera...................................................................................................................................................................................................................................................................Lithosphere

Lithosphère / Litosfera / Lithosphäre / 岩石圈 / Литосфера / Litosfera

Conjunto da crusta (continental e oceânica) e parte superior do manto, que forma uma camada rígida da parte externa da Terra sobrejacente à astenosfera, a qual que é mais elástica (admite extensão sem se partir) do manto terrestre.

Ver: « Astenosfera »
&
« Crusta »
&
« Sial »

Como se pode observar neste esquema, a estrutura interna da Terra pode ser descrita sob o ponto de vista petrográfico e reológico (maneira como a matéria fluí ou se deforma). Sob o ponto de vista petrográfico, a Terra pode ser dividida em três envelopes, mais ou menos, concêntricos: (i) Crusta, que pode ser continental ou oceânica; a crusta continental é constituída por rochas exógenas (graníticas e metamórfica) cobertas por uma película de rochas endógenas (sedimentares), cuja espessura varia entre 30 e 70 km e que tem uma densidade entre 2,5 e 2, 7 g/cm3; a parte inferior crusta continental é composta, principalmente, por gabros e tem uma densidade de cerca de 2,8 g/cm3 ; a crusta oceânica é composta por rochas basálticas e gabros recobertos de sedimentos hemipelágicos e pelágicos; ela tem uma densidade é cerca de 2,9 g/cm3 e uma espessura que varia entre 4 e 10 km; (ii) Manto, que é composto de peridotitos anidros e eclogitos, tem uma densidade média de 3,3-3,4 g/cm3 e 3,3 -5,6 g/cm3 na parte inferior; o limite superior do manto é sublinhado pela descontinuidade de Mohorovičić (4-70 km); o limite inferior localiza-se a cerca de 2900 km de profundidade e corresponde a uma mudança de fase e (iii) Núcleo, que é composto principalmente por ferro e níquel e que se pode pode dividir-se numa parte interna sólida e uma externa líquida. Ao ponto de vista reológico, a Terra divide-se em quatro grandes zonas : (a) Litosfera, que é a camada externa rígida e que tem uma espessura entre 80 e 150 km; o seu limite inferior corresponde grosso modo a zona de baixa velocidade das ondas sísmica (vp e SVG) ; (b) Astenosfera, que é uma camada menos rígida que a litosfera e que pode deformar-se por escoamento; o limite inferior da astenosfera é mal marcado, mas parece não ultrapassar 350 km de profundidade ; (c) Mesosfera, esta camada corresponde ao conjunto do manto superior e inferior, cuja base está mais ou menos 2 900 km de profundidade e (iv) Núcleo, que é limitado entre cerca de 2 900 km de profundidade e o centro da Terra (± 6 370 km de profundidade). A parte externa do núcleo é líquida e a interna sólida.

Litosoma......................................................................................................................................................................................................................................................................Lithosome

Lithosome / Litosoma / Lithosome / Lithosome (通过与不同岩性围岩岩侵入) / Литосома / Litosoma

Corpo litostratigráfico ou unidade litostratigráfica com um limite vertical e lateral, mais ou menos, isolado, mas que está interconectado com um ou vários corpos sedimentares de composição diferente (Wheller & Mallory, 1956). Um litosoma é uma massa rochosa de caracter, essencialmente, uniforme em relação as massas adjacentes de litologia diferente. Ex: litosoma de xisto, litosoma de calcário, etc.

Ver: « Fácies »
&
« Cortejo Sedimentar »
&
« Unidade Litostratigráfica"»

Actualmente, um dos litosomas mais conhecidos no mundo é o litosoma dos argilitos da Catedral (Câmbrico Médio) da formação Stephen, na região de Burgess Pass, entre as montanhas de Wapta e Field (Montanhas Rochas). Estas rochas formaram-se à cerca 530 Ma e nelas encontram-se uma grande variedade de fósseis marinhos, largamente, superior à que se encontra nos mares actuais. No momento de deposição, parece que a região de Burgess Pass, que estava próxima do equador e constituía a margem continental divergente da América do Norte. Por outro lado, parece que os shales, mais ou menos, carbonatados se depositaram em condições anóxicas (fraco teor em oxigénio) e na base de uma escarpa importante induzida por um deslizamento submarino. A ausência de bioturbação (processo de construção de estruturas sedimentares de origem biológica características de ambientes específicos, perturbando a estrutura sedimentar ou pedogénica a que se sobrepõem) e a presença de uma grande quantidade de pirite não falsificam, antes pelo contrário, corroboram um ambiente de deposição profundo, o que implica que todos os organismos foram transportados para a base da falésia por pequenas correntes de detritos que se escoaram da bordadura da falésia. Esta hipótese explica de maneira satisfatória a orientação, muito diversa, dos fósseis e a sua extraordinária preservação. Entre os principais fósseis que ai se encontram pode citar-se, entre outros: (i) Anomalocaris, ou camarão anómalo que é um protoartrópode extinto ; (ii) Marrella splendens, que é um pequeno artrópode semelhante a uma trilobite ; (iii) Olenoides serratus, que é uma trilobite ; (iv) Vauxia gracilenta, que é uma esponja ; (v) Tuzoia, que é um bivalve crustáceo semelhante a determinados camarões que vivem nas salmouras moderna ; (vi) Ottoia, que é era um priapulídeo carnívoro, que vivia provavelmente em covas, como os priapulídeos modernos ; (vii) Leanchoila, que é um artrópode em forma de aranha, etc., etc.

Litostratigrafia.....................................................................................................................................................Lithostratigraphy, Rock stratigraphy

Lithostratigraphie / Litoestratigrafia / Lithostratigraphie / 岩石地层 / Литостратиграфия / Litostratigrafia

Estudo da sucessão e idade das rochas estratificadas (endógenas) ou estudo científico das características físicas dos estratos.

Ver : « Estratigrafia »

« Ciclo Estratigráfico »
&
« Estratigrafia Sequencial »

Nesta figura estão ilustradas duas tentativas de interpretação de uma linha sísmica regional do offshore da Mahakam (Indonésia, oeste da ilha de Bornéu). Uma das tentativa (à esquerda) foi feita em termos litostratigráficos, enquanto que a tentativa da direita foi feita em termos alostratigáficos. Na primeira, o geocientistas tentou mapear os diferentes fácies (litologia com uma fauna associada) sem entrar em linha de conta a biostratigrafia. Ele pôs em evidência, três áreas com fácies características: (i) Siltitos e Arenitos Siltosos, depositados numa sucessão vertical de planícies deltaicas ; (ii) Arenitos e Calcários, depositados numa sucessão de vertical de frentes de delta dum edifício deltaico (não confundir com delta) e (iii) Argilitos, depositados numa sucessão progradante de prodeltas, que na maior parte das vezes coincidiam com o talude continental (quando a bacia não tinha plataforma continental), o que quer dizer, que a frente do delta coincidia com o rebordo continental, o qual pode ou não coincidir com o rebordo da bacia. Na interpretação alostratigráfica, o interpretador mapeou não só as diferentes fácies, mas também com as principais linhas cronostratigráficas. Esta linhas cronostratigráficas, que sublinham os reflectores sísmicos mais importantes, vão permitir ao interpretador de, numa segunda fase da interpretação, reconhecer as principais superfícies sísmicas (definidas pelas terminações dos reflectores) e assim reconhecer as descidas relativas do nível do mar significativas. Uma comparação entre esta duas interpretações permite, facilmente, afirmar que os limites das fácies são diacrónicos e, assim, oblíquos às linhas cronostratigráficas, as quais, representam, grosso modo, superfícies de deposição. As variações bruscas das linhas de fácies indicam não só episódios de progradação (regressões), mas também de retrogradação (transgressões), assim como os episódios de agradação negativa, que sublinham descidas do nível do mar significativas, que marcam a localização das discordâncias principais. Não esqueça, que numa tentativa de interpretação alostratigráfica, as discordâncias correspondem as superfícies sísmicas definidas pelos biséis de agradação, as quais limitam os diferentes ciclos estratigráficos.

Lixiviação............................................................................................................................................................................................................................................................Leaching

Lixiviation / Lixiviación / Versickerung / 浸出 / Выщелачивание / Lisciviazione

Processo pelo qual a água dissolve e transporta os componentes solúveis de uma rocha.

Ver: « Diagénese »
&
« Lixiviado »
&
« Ciclo das Rochas »

Numa determinada rocha, as condições necessárias para a lixiviação (dissolução e transporte) e precipitação (sequestração) de um mineral, como, por exemplo, a calcopirite (CuFeS2), são que ela esteja em contacto directo com a pirite (FeS2 ), a qual pode ser oxidada pela chuva, neve ou nevoeiro e formar ácido sulfúrico diluído. O ácido sulfúrio lexiviará, quer dizer, dissolvera e transportará o cobre (Cu) da calcopirite para o precipitar sob a forma de crisocola {(Cu,Al)2 H2Si2O5 (OH)4 nH2O} ou de malaquite {Cu2 CO3 (OH)2}. Esta precipitação ocorre enquanto o pH (acidez ou basicidade de uma solução) se tornar neutro, o que acontece quando a pirite é lexiviada pela chuva, neve ou nevoeiro, e transportada costa a baixo (à condição que a pirite não seja oxidada durante o transporte). A precipitação pode ser influenciada pela a presença de pequenos horizontes carbonatados das rochas ao longo das quais a solução se escoa. Se a solução passa por um horizonte carbonatado, o ácido sulfúrico será neutralizado e deposita-se malaquite. Como o ar atmosférico contém carbono sob a forma de dióxido de carbono (CO2), uma oxidação com oxigénio e dióxido de carbono (O2 + CO2) e também com monóxido de carbono (CO), o que pode produz um pequena capa de malaquite e, ou azurite. Na pedologia (estudo dos solos no seu ambiente natural), a lixiviação corresponde à perda de soluções minerais e orgânicas por percolação, quer isto dizer, por escoamento e filtragem das soluções através um material poroso, como, o escoamento do petróleo através as fracturas de uma rocha. Este mecanismo de produção dos solos é muito diferente do outro mecanismo de produção que é a eluviação (remoção de materiais dos solos e horizontes geológicos), o qual se caracteriza pela perda de colóides minerais e orgânicos (mistura química onde uma substância está, uniformemente, dispersa noutra). Os materiais lexiviados e eluviacionados na parte superior dos solos, onde existe uma forte concentração de matéria orgânica e de microorganismos e ocorre a maior parte da actividade biológica dos solos, depositam-se no subsolo, formando uma zona de iluviação (depósito do material transportado através dum solo) acima do substrato que pode ser uma rocha exógena ou endógena. Na geologia, o material removido é irrelevante, e o depósito (depósito eluvial) é o material restante.

Lixiviado..................................................................................................................................................................................................................................................................Leachate

Lixiviat / Lixiviado / Sickerwasser / 渗滤液 / Продукт выщелачивания / Percolato

Solução produzida por lixiviação, isto é, por dissolução e transporte dos componentes solúveis das rochas ou de uma zona de descarga (local para a eliminação do lixo por enterramento, que é a forma mais antiga e poluente de tratamento dos resíduos).

Ver: « Diagénese »
&
« Lixiviação »
&
« Ciclo das Rochas »

Como ilustrado neste exemplo, a água das chuvas, neve e, mesmo, o nevoeiros, podem dissolver certos minerais das rochas, sobretudo aqueles que se dissolvem, facilmente,e nas soluções ácidas, e formar lixiviados, que se escoam costa abaixo. Durante o escoamento, certos minerais podem precipitar-se a partir do lexiviado, mas quando este se despeja nas correntes água, elas são poluídas e tornam-se impróprias para consumo. Os lixiviados mais poluentes são antropogénicos, em particular os criados pelos entulhos e descargas municipais. Uma vez que o lixo é deixado ao ar livre, ele entra em decomposição e a água da chuva ou da neve infiltra-se através dele e contamina-se fortemente (dissolução de várias substâncias). Desde que a água se escapa da descarga, ela forma um lixiviado. A decomposição de material carbonoso, que produz uma grande variedade de produtos como o metano, dióxido de carbono, ácidos orgânicos aldeídos (derivados de um álcool primário por perda de hidrogénio), álcoois, açucares, etc., enriquece muito a composição lixiviado. Quando a água se percola (a percolação é a acção ou processo de passar um líquido através de interstícios) através do lixo, ela promove, e ajuda, a decomposição produzida pela acção das bactérias e fungos. Estes tipos de decomposição libertam subprodutos e consomem muito, rapidamente, o oxigénio disponível, o que cria um ambiente anóxico, aumento da temperatura e diminuição do pH. Desta maneira, muitos iões metálicos que eram insolúveis com um pH neutro, dissolvem-se aumentando assim a concentração do lixiviado. Além disso, os processos de decomposição liberam também água, o que aumenta o volume do lixiviado. Por outro lado, o lixiviado também reage com materiais que têm pouca tendência para a decomposição, como as cinzas e materiais de construção à base de cimento, mudando-lhes a composição química. Por isso, quando o lixo contém materiais de construção à base de gesso, a reacção do lixiviado com o gesso produz grandes quantidades de ácido sulfídrico (H2S).

Lóbulo (cône sous-marin du bassin)..............................................................................................................................................................................Sheet Lobe Facies

Lobe (cône sous-marin de bassin) / Lóbulo (conos submarinos de cuenca) / Lobe (U-Boot-Fans des Beckens) / (盆地海底扇)/ Доля / Lobe (fan sottomarine del bacino)

Leque submarino depositado na planície abissal em associação com uma descida relativa do nível do mar significativa, isto é, em condições geológicas de nível baixo (do mar), ou em associação com uma ruptura do rebordo da bacia ou com uma cheia dos rios, em condições geológicas de nível alto.

Ver: « Cone Submarino da Bacia »
&
« Contornito »
&
« Cortejo do Nível Baixo (do mar) »

Segundos os geocientistas, os cones submarinos de bacia podem depositar-se em condições geológicas diferentes. Para Vail, eles depositam-se durante condições geológicas de nível baixo (do mar), isto é, quando a bacia sedimentar não tem plataforma continental, uma vez que o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia, o que implica que linha da costa (mais ou menos, equivalente a ruptura da superfície de deposição) seja, praticamente, coincidente com o rebordo continental (passagem ao talude continental). Isto quer dizer, que para Vail, os cones submarinos de bacia são induzidos por descidas relativas do nível do mar significativas, que induzem as superfícies de erosão, que caracterizam as discordâncias. Para Mutti, como ilustrado nesta figura, os cones submarinos de bacia podem também depositar-se em condições geológicas de nível alto do mar, isto é, quando o nível do mar está acima do rebordo da bacia (quando existe uma plataforma continental ou quando o rebordo da bacia coincide com o rebordo continental), em associação com correntes de turbidez, induzidas quer pela cheia dos rios, quer instabilidades do rebordo continental e não em associação com as discordâncias. Quando a quantidade de sedimentos transportada pelas correntes de turbidez é muito grande, depositam-se os turbiditos de Tipo I de Mutti (equivalentes dos cones submarinos de bacia). Quando as correntes de turbidez transportam menos sedimentos, os depósitos são menos lobulares (mais canais) e menos arenosos (Tipo II e III). Eles são equivalentes aos cones submarinos de talude de Vail. Como a jusante do rebordo continental (com ou sem plataforma continental), não há nenhum problema de espaço disponível para os sedimentos (acomodação), pode dizer-se, que a única coisa que é necessária para haver deposição de cones submarinos é a ocorrência de correntes de turbidez, as quais se podem formar de variadas maneiras, quer em associação com descidas relativas do nível do mar, quer com rupturas do talude ou do rebordo continental, quer com enchentes dos rios, etc.

Lóbulo em montículo................................................................................................................................................................................Sheet Lobe Mound

Lobe monticulaire/ Lóbulo en montículo / Buckelschicht Lappen / 丘状叶 / Впадина на холме / Lobo in monticelli

Forma externa tridimensional de um intervalo sedimentar. Algumas formas externas, como os montículos e preenchimentos podem ser subdivididas em subtipos, função da origem, configuração interna e modificação externa das formas. As mais comuns têm uma geometria em folha, cunha ou banco. Os seus nome dependem se os sedimentos são protógenos (origem primária formados, directamente, a partir da água) ou deutógenos (origem secundária ou detríticos) e varia com os geocientistas.

Ver: « Montículo Sedimentar »
&
« Configuração dos reflectores »
&
« Montículo Complexo »

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional do offshore da Venezuela, está ilustrado um lóbulo montícular constituído por sedimentos deutógenos. Como se pode constatar, nesta área (offshore do Orenoco), por cima das lavas subaéreas que depositaram imediatamente depois da ruptura da Pangéia, depositou-se o ciclo de invasão continental pós-Pangéia, quer isto dizer, uma margem divergente do tipo-Atlântico, na qual se podem individualizar duas fase sedimentares: (i) Fase Transgressiva, associada à subida eustática, induzida pela separação dos continentes posteriores à Pangéia, que é caracterizada por uma geometria paralela retrogradante e (ii) Fase Regressiva, induzida pela descida eustática, instigada pelas zonas de subdução de Tipo A e B (aglutinação dos continentes), a qual é caracterizada por uma geometria progradante. Durante estas duas fases, várias descidas relativas do nível do mar ocorrem, o que criou uma série de superfícies de erosão, isto é, de discordâncias, das quais, por razões práticas, unicamente uma foi mapeada. Esta discordância, localizada na parte inferior da fase regressiva, deslocou para o mar, e para baixo, a linha da costa. Este deslocamento exumou a toda a planície costeira e rebordo continental (a bacia não tinha plataforma) e rompeu os perfis de equilíbrio provisório dos rios, que, assim, foram obrigados a cavar os leitos para restabelecerem novos perfis provisórios. Um tal escavamento aumentou, fortemente, o aporte terrígeno e a carga dos rios, que descarregando os sedimentos sobre o talude continental criaram correntes de turbidez, que se escoaram para a planície abissal, onde os sedimentos se depositaram sob a forma de lóbulos montículares, como ilustrado acima (tomando em linha de conta a subsidência posterior ao depósito do lóbulo é fácil de constatar que o lóbulo se depositou numa planície abissal, relativamente, pouco profunda.

Loess (limo)...............................................................................................................................................................................................................................................................................Loess

Loess / Loess (limo) / Löss / 黃土 / Лёсс / Löss

Sedimento eólico formado pela acumulação de silte transportado pelo vento e, em menor quantidade, por variáveis frações de areia e argila.

Ver : « Argila »
&
« Areia »
&
« Silte »

Loess (do alemão Löss , solto) é um solo fértil de coloração amarela, formado por sedimentos depositados pelo vento, ou seja, de origem eólica. O loess encontra-se em parte da Europa (França e Países Baixos) e, principalmente, na China, sobretudo junto ao Rio Amarelo, onde ele é muito utilizado para a cultura do arroz. A definição de loess é dupla: (i) Liitológica (silte calcário) e (ii) Genética (depósito eólico). O loess é formado, principalmente, de sílica (quartzo detrítico) e carbonato de cálcio (CaCO3), mas contém, em menor proporção, feldspato, biotite (dois minerais que, com o quartzo, entram na composição das areias) e de argilas, muitas vezes, caulinite (estas argilas podem ser aglomerados e formar grãos de limo fino). Ao ponto de vista da sua estrutura, o loess caracteriza-se por uma boa calibração granulométrica devido à sua origem eólica, com grãos entre 10 e 50 micrómetros (uma tamanho entre 2 e 50 mícrons que corresponde ao que certos geocientistas chamam limo). O loess é homogéneo, sem estratificação, mas tem uma porosidade muito elevada resultante dos vestígios de raízes e de uma cimentação carbonatada dos grãos. Durante o Pleistocénico, o loess é o resultado da acumulação no solo, sob clima frio e seco, de limos transportados pelo vento das zonas fontes, isto é aluviões, depósitos fluvioglaciares, sedimentos costeiros e de estuário, zonas áridas, etc.) submetidos a uma deflação eólica. Uma deriva granulométrica para as areias (loess arenoso) pode ser devido à proximidade da área de origem do loess e assim devido a uma triagem eólica menos avançada. Na Bélgica, uma área de "loess arenoso" separa as areias eólicas das areias Campine dos loess de Hesbaye. Uma granulometria mais grosseira pode, igualmente, ser devida a um enriquecimento de materiais locais disponíveis em abundância. Como ilustrado nesta figura, quando as formações de loess são abundantes, elas tendem a criar uma morfologia específica, quer devido ao seu depósito (topografia pouco marcada com criação de pequenas colinas, e rede hidrográfica desorganizada) quer devido à sua sensibilidade à erosão (planaltos loess chinês, terras baldias, etc.) (http://fr.wikipedia.org /wiki/Loess).

Longitude..........................................................................................................................................................................................................................................................Longitude

Longitude / Longitud / Geographische Länge / 经度 / Долгота / Longitudine

Distância angular, em graus, minutos e segundos, de um ponto a leste ou oeste do meridiano de Greenwich. As linhas de longitude são muitas vezes referida como meridianos.

Ver: « Latitude »
&
« Mapa de Contornos »
&
« Terra »

A longitude, que, algumas vezes, é representada pela letra grega λ (lambda), descreve a localização de um lugar na Terra medido em graus, de zero a 180 para Este ou para Oeste a partir do Meridiano de Greenwich (é o meridiano que passa sobre a localidade de Greenwich (no Observatório Real, nos arredores de Londres, Reino Unido) e que, por convenção, divide o globo terrestre em ocidente e oriente). Ao contrário da latitude, que tem a linha do Equador como um marco inicial natural, não há uma posição inicial natural para marcar a longitude. Um meridiano de referência tinha que ser escolhido. Enquanto os cartógrafos britânicos usavam o Meridiano de Greenwich há muito tempo, outras referências foram usadas como: El Hierro, Roma, Copenhage, Jerusalém, São Petersburgo, Pisa, Paris, Filadélfia e Washington. Em 1884 na "International Meridian Conference" foi adoptado o Meridiano de Greenwich como primeiro meridiano mundial. Cada grau de longitude é subdividido em 60 minutos, e estes em 60 segundos. Uma longitude é especificada no formato graus° minutos' segundos''. Caso a localidade esteja no oeste põe-se um sinal negativo (-) na frente da longitude. Em vez de usar o sinal negativo, pode-se também usar as letras E e W para indicar "Este" e "Oeste", respectivamente. Uma longitude pode ser combinada com uma latitude para dar uma posição precisa de um lugar na Terra. Ao contrário de um grau de latitude, que sempre corresponde a uma distância de 111,12 km, um grau de longitude varia de 0 a 111,12 km se a distância for medida em um círculo de mesma latitude, a distância é de 111,12 km vezes o coseno da latitude. Se a distância for medida num círculo máximo, a distância é um pouco menor. A longitude de um ponto pode ser determinada calculando a diferença de horário entre a localidade e o Tempo Universal Coordenado (UTC). Como um dia tem 24 horas e uma circunferência tem 360 graus, o Sol move-se pelo céu a uma taxa de 15° por hora (360º dividido por 24 horas = 15° por hora). Para realizar esse cálculo, é necessário um relógio marcando o UTC, e determinar o horário local através de observações astronómicas (http://pt.wikipedia. org/wiki/Longitude).

Longitude do Nó Ascendente................................................................................................................Longitude of ascending node

Longitude du noeud ascendante / Longitud de nodo ascendente / Argument des Knotens / 升交點黃經 / Долгота восходящего узла / Longitudine del nodo ascendente

Ângulo entre uma direcção de referência, chamada origem da longitude, e a direcção do nó ascendente, medido num plano de referência.

Ver: « Órbita »
&
« Precessão »
&
« Eclíptica »

A longitude do nó ascendente (Ω) é um dos elementos orbitais da órbita de um corpo celeste. Além da longitude do nó ascendente ou outros elementos orbitais de um corpo celeste são um conjunto de seis valores numéricos que permitem definir a sua órbita em torno do Sol ou de qualquer outro corpo celeste de forma, totalmente, unívoca. Estas seis quantidades são : (i) Inclinação orbital (i) ; (ii) Argumento do periélio (ω) - se não for o Sol, argumento do periastro ; (iii) Semieixo maior da órbita (a) ; (iv) Excentricidade da órbita (ε) e (v) Anomalia média da época (M0). Os elementos orbitais de objectos reais tendem a alterar-se ao longo do tempo. A evolução dos elementos orbitais tem lugar devido, fundamentalmente, à força gravitacional dos outros corpos. No caso de satélites, devido à falta de esfericidade do primário, ou ao atrito com a atmosfera. Isto é fundamental nos satélites artificiais da Terra ou de outros planetas. No caso de cometas, a expulsão de gás e a pressão da radiação, ou as forças electromagnéticas introduzem pequenas forças não gravitacionais que devem ser consideradas para explicar o seu movimento. Para um objecto que orbita em torno do Sol, é o ângulo com vértice no Sol, que vai desde o Ponto Áries (ou ponto vernal) até o nó ascendente dessa órbita, medido sobre o plano de referência da eclíptica (plano da órbita da Terra ao redor do Sol, ou a órbita descrita neste plano; o nome provém do facto que os eclipses somente são possíveis quando a Lua está muito próxima deste plano), no sentido da translação do corpo. São as seguintes as longitudes do nó ascendente dos 8 planetas do Sistema Solar : (a) Mercúrio = 48,331° ; (b) Vénus = 76,67029° ; (c) Terra = 348, 73936° ; (d) Marte = 45,562° ; (e) Júpiter =100,492°; (f) Saturno = 113,64281° ; (g) Úrano = 73,98982° ; (h) Neptuno = 131,79431°. Não esqueça que a inclinação e a longitude do nó ascendente indicam o plano da órbita, que o argumento de periélio orienta a órbita dentro do seu plano, que o semieixo maior (ou o período, indistintamente) determina o tamanho da órbita, que a excentricidade determina a sua forma e que a época da passagem pelo periélio (ou a anomalia média) permitem situar o objecto na sua órbita.

Lótica (água)..............................................................................................................................................................................................................................................................................Lotic

Lotique (eau) / Lótica (agua) / Fliessenden (Wasser) / 激流(水) / Проточная (вода) / Lotiche (acqua)

Água que se escoa costa abaixo. Um ecosistema lótico contrasta com um lêntico, o qual envolve águas terrestres, mais ou menos, estagnadas como os lagos e lagoas.

Ve : « Lêntica (água) »
&
« Corrente »
&
« Rio »

A ecologia de uma Sistema lótico é o estudo das interacções bióticas e abióticos nos escoamentos de correntes de água continentais. Com a ecologia dos sistemas lênticos, que implica as águas continentais menos dinâmicas, como, por exemplo, os lagos ou as lagoas, estes domínios formam as áreas de estudo mais gerais da água doce ou ecologia aquática. Os meios lóticos têm formas muito diversas formas, que vão desde os riachos até aos grandes rios vários quilómetros de largura, mas têm invariabilidades que justificam seu estudo conjunto. Observa-se certas características comuns que fazem da ecologia das correntes de água uma disciplina única em relação aos outros habitats aquáticos: (i) Os escoamentos são unidireccionais ; (ii) Os sistemas estão em um estado de constante mudança física ; (iii) Existe um alto grau de heterogeneidade espacial e temporal a todas as escalas (habitats) ; (iv) A variabilidade entre os sistemas lóticos é grande ; (v) A biota é especializado para viver em condições de escoamento, etc. Os escoamentos são o operador em sistemas abióticos chave dos sistemas lóticos que influenciam a sua ecologia. A força dos escoamentos de água pode variar segundo o sistema, em função de um continum de fluxos rápidos ou lentos, os turbilhões são quase vistos como sistemas lênticos. A velocidade de escoamento da água pode ser variável dentro dos sistemas e entre sistemas diferentes. Isto é tipicamente baseado na variabilidade do atrito com o fundo e as margens do canal, a sinuosidade, as obstruções e a inclinação. Além disso, a quantidade de água que entram no sistema a partir de um precipitação directa, degelo e / ou águas subterrâneas podem afectar a velocidade do escoamento. As águas podem alterar a forma do leito do rio através de processos de erosão e deposição, criando uma variedade de habitats, incluindo correntes, deslizamentos e marés. A luz é importante para os sistemas lóticos, porque produz a energia necessária para a produtividade primária através da fotossíntese, e também pode produzir um refúgio para as espécies presas nas sombras. A quantidade de luz que um sistema recebe pode ser ligada a uma combinação variável de escoamentos internos e externos.

Lua.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................Moon

Lune / Luna / Mond / / Луна / Luna

Satélite natural da Terra e o quinto maior satélite natural do sistema solar. Um satélite é um objecto natural (o homem não é por nada na sua criação) em órbita à volta de um planeta, como, por exemplo, a Terra à volta do Sol.

Ver : « Terra »
&
« Apside »
&
« Afélio»

A distância média da Lua à Terra é de cerca de 384400 km. O diâmetro da Lua é de 3476 km, isto é 27,3 % do diâmetro da Terra. A superfície da Lua é 0,074 vezes a da Terra. O volume da Lua é 0,20 vezes o da Terra. A massa da Lua é 0,1123 vezes a da Terra e a força da gravidade no seu equador é 16,54% da gravidade da Terra no seu próprio equador. A Lua gira à volta da Terra em 27,3 dias. Ela encontra-se na mesma posição no céu todos os 29,5 dias. Não existe nenhuma atmosfera sobre a Lua. Mesmo durante o dia, o céu na Lua é sempre preto. Também não existem nem tremores de terra nem erupções vulcânicas, pelo menos, desde que a vida apareceu à superfície da Terra. Desta maneira, vista da Terra, a Lua, com as suas manchas, montanhas e crateras é, exactamente, a mesma desde que apareceram os primeiros organismos vivos na superfície da Terra. Da Terra, nós observamos sempre a mesma face da Lua (as primeiras fotos da face escondida da Terra foram feitas por uma sonda em 1959). O efeito mais flagrante da gravidade da Lua na Terra manifesta-se pelas marés. Os mares do nosso planeta quando estão enfrente a Lua são, fortemente, atirados por ela, em razão da sua proximidade, o que provoca uma subida do nível dos mares desse lado. Da mesma maneira, os mares, que estão do lado oposta à Lua, são menos atirados por ela, uma vez que eles estão mais afastados o que cria uma descida do nível do mar. Embora a força da gravidade do Sol seja mais forte do que a da Lua, o seu efeito sobre as marés é de cerca de 2/3, em virtude da grande distância que separa o Sol da Terra. Quando a Lua está, mais ou menos, alinhada com a Terra e com o Sol, as marés provocadas pela Lua e pelo Sol adicionam-se o que produz marés muito mais importantes (marés vivas, as quais naturalmente ocorrem duas vezes por mês). Da mesma maneira, quando a Lua está em quarto minguante ou crescente (quadraturas), as marés são mortas, isto é, com amplitudes mínimas. Note que a Lua é formada por uma crusta anortosítica, manto e núcleo, cuja parte externa é líquida (assumindo que 10% cristalizou).

Lumachela............................................................................................................................................................................................................................Coquina, Lumachel

Lumachelle / Lumachela, Coquina (roca) / Coquina (rock) / Coquina(岩) / Ракушечник / Lumachella

Calcário detrítico, pouco ou moderadamente, cimentado e constituído por fragmentos de conchas. Calcário detrítico, principalmente, composto por fragmentos de fósseis, que sofreram uma importante abrasão e transporte antes alcançarem o sítio de deposição.

Ver: « Calcário »
&
« Detrito (geologia) »
&
« Reservatório (HC) »

Como ilustrado nesta fotografia, uma lumachela, por vezes chamada coquina (termo espanhol que significa concha) ou calcarenito, é uma rocha endógena constituída por sedimentos deutógenos, principalmente, fragmentos de conchas. Como as conchas são feita de carbonato de cálcio, as lumachelas podem ser consideradas como calcários endógenos (formados por detritos), mas não protógenos (formados por precipitação do carbonato de cálcio). As lumachelas formam-se próximo da linha da costa, onde a acção das ondas é forte e capaz de seleccionar os sedimentos, como o sugere as partículas partidas mas polidas (pela abrasão das ondas do mar) que as constituem. Muitos rochas calcárias têm fósseis, mas as lumachelas são, exclusivamente, constituídas por fósseis, como se pode constatar na lumachela ilustrada nesta figura. Uma lumachela muito cimentada é muitas vezes designada como coquinite, assim como um calcário constituído, principalmente, por fósseis de conchas, que viviam onde se depositaram (depósito "in situ" ou no local), se chama, por vezes, calcário coquinóide. Certos geocientistas vão mais longe e diferenciam as lumachelas e calcários coquinóides alóctones (formados por fragmentos que não foram transportados) das lumachelas e calcários coquinóides autóctones (formados por fragmentos que foram transportados de outros sítios). Muitas lumachelas formam-se a partir de material recifal e sub-recifal. Esta fácies é sobretudo representada próximos dos recifes e contém, muitas vezes, algas verdes dos géneros Gymnocodium, Macroporella e Mizzia. Igualmente fusilinas e gastrópodes podem ser muito frequentes. As lumachelas foram utilizados como material de pavimentação, uma vez que sendo pouco cimentadas partem-se, facilmente, nos seus componentes (fragmentos de cochas de coral) e assim podem substituir o cascalho obtido por fragmentação das rochas, cuja obtenção é muito mais cara. Por outro lado, como as lumachelas contém muitas vezes componente ricos em fósforo, elas são, em certos países, utilizadas como fertilizantes.

Lúnula Tectónica..........................................................................................................................................................................Crescentic Tectonic Gouges

Lunule tectonique / Lúnula tectónica / Lunula (groove) tektonischen / Lunula构造 / Тектоническая борозда / Lunula tettonica

Estrutura de arrancamento (traços de deslizamento) com a forma de crescentet, muitas vezes visíveis nos planos de estratificação dos flancos dos anticlinais e que resultam dos deslizamentos das camadas sobre camadas durante o encurtamento sedimentar.

Ver: « Tectónica »
&
« Anticlinal »
&
« Encurtamento (sedimentar) »

As lúnulas tectónicas e a importância dos deslizamentos camada sobre camada nas dobras jurássicas (da cadeia de montanhas do Jura) foram reconhecidas, desde há muitos anos, pelos geocientistas suíços (Wegmann, C. E., 1954). Durante um encurtamento sedimentar é fácil de constatar que a flexão por deslizamento camada sobre camada funcionam, mais ou menos, como o dobramento de um anuário telefónico onde as paginas (camadas sedimentares) deslizam uma sobre as outras. Como ilustrado neste esquema, é o movimento relativo das camadas em direcção ápice dos anticlinais ao longo dos planos de estratificação que as lúnulas tectónicas se formam. Estas estruturas são muito úteis na geologia de campo, uma vez que elas indicam, grosseiramente, a direcção axial e a localização do anticlinal. No início da pesquiza petrolífera, isto é, antes da sísmica de reflexão, as lúnulas tectónicas assim como as dobras de arrasto (pequenas dobras que se formam nos flancos dos anticlinais e cuja vergência indica a posição do ápice da estrutura) eram fundamentais para determinar onde o poço de pesquiza devia ser perfurado. Com efeito, nessa altura da história da pesquiza petrolíferas, quase todos os geocientistas, senão todos, utilizavam o método do anticlinal para pesquisar o petróleo (a pesquiza era limitada ao onshore). Eles procuravam localizar os ápices das estruturas anticlinais (não confundir com as estruturas antiformas que são estruturas de alargamento e não de encurtamento) para localizar o poço de pesquiza, uma vez que um poço ai perfurado atravessará todas as rochas-reservatório potenciais em condições optimais de armazenamento (armadilhas estruturais). Quando um geocientista encontrava num afloramento (planos de estratificação), lúnulas tectónicas ele deduzia a axial direcção e em que sentido se encontra o eixo anticlinal, uma vez que a direcção da lúnulas é perpendicular a direcção axial e o sentido (inclinação da base da lúnulas, como nas lúnulas glaciares) dá o sentido do movimento. O mesmo se passa com as dobras de arrasto, nas quais a vergência é sempre em direcção do plano axial.

Lutito (Pelito).....................................................................................................................................................................................................................................................................Lutite

Lutite / Lutita / Lutit / 泥质 / Лютит, пелит / Pelito, Lutito

Qualquer rocha sedimentar com grãos de argila e silte de diâmetro inferior a 1/16 mm. O termo lutito é, também, utilizado para as rochas calcárias quando a granulometria é equivalente à de um argilito ou de um siltito.

Ve : « Siltito »
&
« Silte »
&
« Argila »

Os lutitos, também chamados pelitos, são uma classe de rochas sedimentares clásticas cujos elementos têm um diâmetro inferior a 1 / 16 mm (inferior a 63 microns). O termo mais usado para descrever sedimentos composto por este tipo de partículas é de silte ou argila para os mais pequenos (menos de 20 mícrons). Para sedimentos consolidado (cimentados) os termos siltito e argilito são por vezes usados. Originalmente (em inglês) o termo argilito implica um pequeno metamorfismo. Os lutitos apresentam-se por vezes sob uma forma argilosa (pedra de barro) o que lhes dá uma forte retenção à água, isto é uma pequena permeabilidade. Como ilustrado nesta figura, os lutitos estão, muitas vezes, associados a pedras preciosas, como, por exemplo as esmeraldas. Nas célebres minas da região de Muzo (Colômbia) as esmeraldas estão associadas a uma brecha de lutitos e calcite. O termo lutito é também utilizado na classificação dos calcários clásticos. Pettijohn dá os limites descritivos seguintes na base do tamanho dos grãos, evitando o uso de termos como "argila" ou "argilosos" que implicam uma certa composição química : (i) Cascalho, psefito (grego), rudito (latim) ; (ii) Areia, psamito (grego), arenito (latim) e (iii) Argila, pelito (grego), lutito (latim). Em inglês, função do tamanho dos grãos, os lutitos chamam-se "Claystones", "Siltstones" ou "Schists". Os lutitos quando submetidos a uma compactação (peso dos sedimentos ou esforço tectónico) desenvolvem uma fissilidade preferencial e chamam-se "schists". Estes termos ingleses foram traduzidos em português por certos autores, mais, a maior parte das vezes, a tradução proposta não traduz, correctamente, a definição do termo original. Os casos mais flagrantes são xisto, argilito e argila, uma vez que xisto pode não ser metamórfico, argilito é, em inglês ("argillite"), anquimetamórfico e argila não é uma rocha, mais sim uma granulometria. Assim, nós pensamos que é preferível utilizar os termos em inglês, para quando não tradução em português. O termo "shale", corresponde, mais ou menos ao que muitos geocientistas portugueses chamam argilito.


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Ultima actualização :Febreiro, 2015