Rocha-Mãe Potencial.............................................................................................................................................................................Potential source rock

Roche-mère potentielle / Roca madre potencial / Potenzielle Muttergestein / 潜在的烃源岩 / Возможная материнская порода / Potenziale roccia fonte

Rocha rica em matéria orgânica, mas que não foi, suficientemente, enterrada para que a sua matéria orgânica atingisse a maturação, isto é, rocha que não gerou hidrocarbonetos.

Ver: « Rocha de Cobertura »
&
« Rocha-Mãe »
&
« Rocha-Reservatório »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do Golfo do México, é fácil de reconhecer as rochas-mãe marinhas potenciais e as rochas-mãe, quer isto fizer, as rochas-mãe potenciais, cuja matéria orgânica atingiu a maturação. As primeiras são os argilitos marinhos do Cenomaniano-Turoniano (transgressão Cretácica) ricos em matéria orgânica, que não foram enterradas, suficientemente, para que a matéria orgânica tenha atingido a janela do petróleo. As segundas são os mesmos argilitos, mas que foram enterrados, suficientemente e, assim, a matéria orgânica atingiu a maturação. Nesta tentativa de interpretação, a primeira etapa foi de localizar os argilitos transgressivos e, a segunda, foi de determinar o enterramento máximo, uma vez que eles podem ter sido deformados e levantados pela tectónica. Teoricamente, a sua identificação é muito fácil, sobretudo se a linha sísmica for, suficientemente, longa. Tendo em conta, que o Golfo do México está associado à ruptura da Pangéia, as coisas simplificam-se muito, uma vez, que o ciclo de invasão continental, induzido pelo ciclo eustático de 1a ordem pós-Pangeia, é constituído por duas fases sedimentares: (i) Transgressiva e (ii) Regressiva. A primeira, que é a mais antiga, está associada com uma subida eustática do nível do mar e, a segunda, com uma descida. A primeira sublinha a transgressão Cretácica, que deslocou, progressivamente, para o continente a linha da costa e depósitos costeiros, criando nas partes distais das plataformas continentais condições de subalimentação, as quais são favoráveis ao depósito de sedimentos ricos em matéria orgânica. Isto quer dizer, que os sedimentos ricos em matéria orgânica localizam-se, de preferência, entre a geometria retrogradante (agradante) dos sedimentos transgressivos e a geometria progradante dos sedimentos depositados durante regressão. Esta interface, que marca a localização, mais provável das rochas-mãe marinhas, é nesta tentativa óbvia (em ponteado vermelho, RM). Contudo, a montante de rebordo da bacia (durante o Cretácico), a profundidade desta interface é cerca de 2s (tempo duplo), o que é insuficiente para que a matéria orgânica das rochas-mãe potenciais tenha atingido a janela do petróleo.

Rocha "Moutonnée"..............................................................................................................................................................................................Moutonnee rock

Roche moutonnée / Roca moutonnée / Rundhöcker / 羊 背 石 / Волнистая порода / Roccia montonata

Qualquer tipo de rocha polida e, parcialmente, erodida pela passagem de um glaciar o que lhe dá uma morfologia semelhante à do dorso de uma ovelha ("mouton" em francês).

Ver: « Rocha de Cobertura »
&
« Glaciar »
&
« Errático (bloco) »

Em glaciologia, uma rocha "moutonnée" ou rocha em forma de dorso de ovelha é uma formação rochosa cuja morfologia foi criada pela passagem de um glaciar. Quando um glaciar se escoa costa abaixo, ele erode o terreno sobre o qual ele se escoa e desenvolve, no substrato rochoso, uma morfologia ondulada, mais ou menos assimétrica, como ilustrado nesta figura. É esta geometria assimétrica (menos inclinada no sentido oposto ao escoamento do glaciar, o que quer dizer que a direcção do movimento do glaciar é sublinhado pela direcção e vergência do talude abrupto), que caracteriza uma rocha "moutonéé", uma vez que a rocha foi polida e erodida à medida que o glaciar se escoava por cima dela. Isto é, perfeitamente, sublinhado pelas numerosas estrias, lúnulas e fracturas conchoidais que se formam na superfície da rocha e que são, perfeitamente, visíveis nesta figura. As cristas que separam os talude montante e jusante das rochas "moutonnées" são, perpendicular à direcção do escoamento da antiga massa de gelo. O perfil de uma rocha "moutonéé" pouco inclinado para montante e mais abrupto para jusante,i.e., na direcção do escoamento, é contrário ao perfil de um drumlin, no qual o lado íngreme enfrenta o glaciar. A superfície inferior de um glaciar e muito áspera e escarpada devido ao "arrancamento", isto é, o processo de erosão no qual a água do gelo derretido por pressão se infiltra nas fendas e fracturas das rochas onde ela arrancando assim grandes fragmentos que incluídos no glaciar. Como o glaciar continua o seu escoamento costa abaixo os blocos rochosos arrancados estriam e erodem o substrato rochoso. Não esqueça que um glaciar é uma corrente de gelo. Assim, só se pode falar de glaciar enquanto ele se escoa costa abaixo, o que quer dizer que a expressão recuo de um glaciar é enganadora uma vez que um glaciar não faz marcha atrás. Um glaciar pode aumentar de volume quando acumulação é maior a ablação ou diminuir no caso contrário. É preferível falar de adelgaçamento e engrossamento e não de recuo e avanço, uma vez que um glaciar é uma corrente de gelo e uma corrente avança sempre.

Rocha-Reservatório.....................................................................................................................................................................................................Reservoir Rock

Roche-réservoir / Roca reservorio / Lagerstättengestein / 储集岩 / Коллекторная порода / Roccia serbatoio

Qualquer rocha porosa e permeável que contém óleo ou gás. Areias, arenitos, calcários, dolomitas, etc., são as mais comuns rochas-reservatórios, mas importantes acumulações de hidrocarbonetos são, igualmente, frequentes em rochas fracturadas.

Ver: « Armadilha »
&
« Rocha de Cobertura »
&
« Rocha-Mãe »

Nesta figura está ilustrada a interpretação dos intervalos com características de rocha-reservatório do onshore de Cabinda (Angola), a partir do estudo e correlação dos registos eléctricos e da análise de testemunhos laterais. A formação Lucula, que é um importante intervalo reservatório, pode ser subdividida em três subintervalos: (i) Lucula Inferior, com características de rocha-reservatório, não obstante a presença de um intervalo argiloso rico em matéria orgânica que pode ser considerado como um intervalo rocha-mãe alternativo ; (ii) Lucula Médio, constituído por rochas argilosas e que pode ser considerado como um intervalo de rochas de cobertura e (iii) Lucula Superior, que é constituído por arenitos e que é o intervalo reservatório por excelência. Dentro dos intervalos reservatório, nem todos os estratos têm características de rocha-reservatório. É importante diferenciar o intervalo reservatório bruto e efectivo. A espessura do reservatório bruto do Lucula Superior é de cerca 202 metros, enquanto que a espessura de reservatório efectivo é, unicamente, de 166 metros. No Lucula Inferior, a espessura de reservatório bruto é de 257 m, mas o reservatório efectivo é só de 67 m. Esta diferenciação é importante, uma vez, que antes dos poços de pesquiza, os geocientistas, com base nos dados sísmicos, são, eventualmente, capazes de calcular a espessura total do Lucula, mas devido à resolução da sísmica, eles não fazem a mínima ideia da espessura do reservatório efectivo. Além da espessura do reservatório efectivo, os geocientistas têm que calcular a porosidade e permeabilidade média dos reservatórios. Uma rocha-reservatório tem de ser permeável. Os poros têm que estar conectados uns com os outros, para que os hidrocarbonetos possam deslocar-se e ser extraídos da rocha-reservatório. Se os poros não estão conectados entre eles (sistema não-aberto), a rocha-reservatório não tem permeabilidade e os hidrocarbonetos ficam aí armazenados para sempre. Uma rocha-reservatório deve ser porosa (δ >10%) e permeável (k> 1 mD) para que a produção do petróleo possa ser rendível.

Rodínia.................................................................................................................................................................................................................................................................................Rodhinia

Rodínia / Rodínia / Rodhinia (Superkontinent) / Rodhinia(超) / Родиния (гипотетический суперконтинент) / Rodhinia (supercontinente)

Supercontinente que se formou há cerca de 750 milhões de anos no fim o Proterozóico, quando toda a crusta continental estava, mais ou menos, aglutinada, no meio de um grande oceano, formando uma ou poucas placas litosféricas. Também se pode chamar Protopangeia. Este supercontinente era formado por cinturas montanhosas dobradas internas, muito antigas com pouco vulcanismo e por cinturas periféricas, mais recentes e com forte actividade vulcânica.

Ver: « Colisão Continental »
&
« Pangeia »
&
« Supercontinente »

As reconstruções paleogeográficas derivadas da tectónica das placas sugerem, que passado geológico e, particularmente, no início do Proterozóico, existiu um supercontinente (quando a superfície terrestre é constituída por um número mínimo de placas litosféricas e toda, ou quase toda, a massa continental está aglutinada e rodeada por um grande oceano), visto que os geocientistas notaram a existência de cadeias de montanhas desta idade em quase todos os continentes: (i) As montanhas criadas pela orogenia de Greenville na América do Norte ; (ii) As montanhas do Ural formadas durante a orogenia Urálica e (iii) As montanhas induzidas pela orogenia Dalslandiana (Gótica ou Sueco-norueguesa) na Europa. Contrariamente, ao supercontinente Pangeia, que foi o último supercontinente, que se formou há cerca de 300 Ma, conhece-se muito pouca coisa sobre a configuração e história geodinâmica da Rodínia. Existem duas hipóteses sobre este supercontinente, isto é, sobre o supercontinente Protopangeia, Rodínia ou Pré-Câmbrico, como certos geocientistas lhe chamam: (a) Hipótese SWEAT, que admite que no Proterozóico, mais ou menos, entre 1100 Ma e 590 Ma, a Austrália estava aglutinada com a parte setentrional da América do Norte e (ii) Hipótese AUSWUS, que está ilustrada nesta figura, e na qual a Austrália está ligada a parte sudoeste da América do Norte. Nesta última hipótese (AUSWUS), a Tasmânia marca o limite este da plataforma proterozóica da Austrália e a linha 87Sr / 86Sr = 0,706 marca o limite oeste proterozóico da Laurência. Nesta hipótese, os continentes ter-se-iam deslocado à volta de um pólo de Euler localizado a 51,46 ° N 106,70° E, com um ângulo de rotação de 114,33°. Note, que num espaço em três dimensões, o deslocamento de um corpo rígido (como as placas litosféricas) é equivalente à uma rotação à volta de um eixo fixo, chamado o pólo de Euler.

Rudito..............................................................................................................................................................................................................................................................................................Rudite

Rudite / Rudito / Rudit / 铜焊 / Рудит (грубая осадочная порода) / Rudite

Rocha sedimentar detrítica cujos elementos que a compõem-a têm um diâmetro superior a 2 milímetros. O termo rudito é sobretudo utilizado na classificação dos calcários detríticos, equivalentes ao conglomerados ou brechas calcárias. Alguns geocientistas consideram que os termos conglomerado e rudito são sinónimos e designam uma rocha epiclástica com mais de 30% de particulas arredondadas maiores do que 2 mm.

Ver: « Granulometria »
&
« Calcário »
&
« Deposição (carbonatos) »

O termo rudito é frequentemente utilizado na classificação dos calcários detríticos, equivalentes ao termos conglomerado calcário ou brecha calcária. Os ruditos são, principalmente, formados pela erosão de rochas ou pela redeposição turbidítica de seixos ou rochas já consolidadas. Certos ruditos contém componentes arredondados e assim pertencem à família dos conglomerados (rocha constituída por clastos arredondados numa matiz finamente granular que os cimenta), enquanto outros são compostos por componentes angulosos e por isso pertencem à família das brechas (rocha composta por fragmentos de minerais ou rochas cimentados por uma matriz de granulação fina). Os interstícios entre os grãos grosseiros são preenchidos por uma matriz siliciclástica ou carbonatada. Muitos ruditos aparecem como rochas maciças ou granulares com uma foliação espaçada e uma irregular e fina clivagem. Na classificação das rochas sedimentares clásticas, baseada no tamanho dos grãos proposta por Pettijohn, e na qual os termos gregos são, normalmente, utilizados para as rochas metamorfizadas e os termos latins para as rochas não metamorfizadas. o termo rudito (origem latina) que comummente se designa cascalho ("gravel") é o equivalente não metamórfico do termo psefito (origem grega). Um clasto é uma partícula ou grão e ^ as rochas epiclásticas são as rochas compostas por (não vulcânicas) partículas de todos os tamanhos (da argila até ao calhau), enquanto que as rochas piroclásticas são as compostas de partículas de rocha vulcânica eruptivas. O termo a argila pode ter dois significados : (i) Mineral e (ii) Um granulometria. Assim, muitos geocientistas, para evitar inferência genéticas, utilizam os termos seguintes : A) Tamanho argila- lutito, argiloso, argilito ; B) Tamanho areia- arenito, arenoso ; C) Tamanho maior do que areia- rudito.

Ruptura (superfície de deposição)..................................................................................................................................................................................................Offlap Break

Rupture (surface de déposition) / Ruptura (superficie de deposición) / Kreuzbandriss (Oberfläche Deposition)/ 破裂(表面沉积) / Перелом, разрыв (поверхность накопления) / Rottura (deposizione superficiale)

Mudança brusca na inclinação da superfície de deposição que exprime uma variação da profundidade de água de deposição. Traduz o nível de erosão das ondas quando o mar está calmo, o que corresponde, mais ou menos, a 10 metros de profundidade (variando entre em 8 e 20 m). A maioria dos geocientistas considera que a ruptura de inclinação da superfície de deposição corresponde, grosseiramente, à ruptura costeira da superfície de depósito ou da superfície de deposição costeira.

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Superfície de Deposição »

Quando se fala de ruptura da superfície de deposição, está-se a falar da ruptura costeira de deposição, a qual marca o nível de erosão das ondas, quando o mar está calmo (mais ou menos, 10 metros de profundidade) e que, pelo menos nas linhas sísmicas, é impossível diferenciar da linha da costa. A ruptura costeira da superfície de deposição pode coincidir com o rebordo da bacia. Uma tal coincidência (pelo menos nos dados sísmicos) só é possível durante o prisma de nível alto, quando o nível relativo do mar está acima do rebordo da bacia e a bacia já não tem plataforma. Dentro de um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência (induzido por um ciclo eustático com um tempo de duração entre 3-5 My), desde a primeira superfície transgressiva, o nível relativo do mar fica mais alto do que o antigo rebordo continental, o qual passa a ser o novo rebordo da bacia. À medida que o cortejo transgressivo se deposita, a ruptura da superfície de deposição costeira desloca-se, progressivamente, para o continente afastando-se do novo rebordo da bacia, o que, naturalmente, cria uma plataforma continental. Isto é, perfeitamente, visível neste esquema entre os paraciclo-sequência 12-14 e 27-29, uma vez que a ruptura costeira está localizada a montante do rebordo da bacia, o que quer dizer, que a bacia tem uma plataforma continental. Durante o cortejo de nível baixo (cone submarinos de bacia, do talude e do prisma de nível baixo), o rebordo da bacia é, por definição, o último rebordo da bacia durante o ciclo-sequência precedente. No início do prisma de nível alto, a ruptura da superfície de deposição não coincide com o rebordo da bacia. Á medida que ela prograda para o mar a plataforma diminui de tamanho e desde que ela desaparece forma-se um novo rebordo da bacia que coincide com a linha da costa, quer isto dizer, mais ou menos, com a ruptura da superfície de deposição costeira.

Ruptura (superfície de deposição continental)...............................................................................................................Depositional Shoreline Break

Rupture (surface de déposition continentale) / Ruptura (superficie de deposición continental) / Kreuzbandriss (Oberfläche Ablagerung Festland) / 破裂(表面沉积内地的) / Линия седиментационного перехода / Rottura (superficie di deposizione continentale)

Ruptura da superfície de deposição quando a bacia não tem plataforma continental, isto é, quando a ruptura costeira (mais ou menos a linha da costa) coincide com o rebordo da bacia (limite superior do talude continental), o que acontece quase sempre durante uma regressão (excepto no inicio desta).

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Superfície de Deposição »

Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do offshore do Suriname, pode dizer-se (sismicamente) que durante a fase regressiva do ciclo estratigráfico de invasão continental pós-Pangeia, a bacia não tinha plataforma continental. As sucessivas posições do rebordo da bacia (que aqui é mais ou menos coincidente com a linha da costa) sugere a presença de intervalos transgressivos de espessura inferior à resolução sísmica. A linha da costa, que marca o limite externo da planície costeira, sublinha, ao mesmo tempo, o rebordo continental, que aqui coincidente com o rebordo da bacia. Por isso muitos geocientistas, consideram que neste caso particular se pode falar de ruptura da superfície de deposição continental. Os poços de pesquiza que perfuram a fase regressiva do ciclo de invasão continental, mostram uma alternância de depósitos transgressivos (pouco espessos e de espessura debaixo da resolução sísmica) e regressivos. A predominância dos episódio regressivos é evidente. O resultado da análise sequencial dos testemunho de perfuração sugere, fortemente, que os episódios transgressivos não são outra coisa que episódios regressivos, durante os quais o aporte terrígeno é insuficiente para qua a linha da costa e os depósitos costeiros progradem. Durante as subidas relativa do nível do mar, em aceleração, a linha da costa é deslocada para o continente, para depois, durante uma fase de estabilidade relativa do nível do mar, se deslocar para a bacia à medida que sedimentos progradantes se depositam. A linha da costa (ruptura da superfície de deposição continental) não atinge a sua antiga posição, o que, globalmente, cria uma geometria retrogradante. Contrariamente, ao que muitos geocientistas dizem, uma regressão não corresponde a uma descida relativa do nível do mar, assim como uma transgressão também não corresponde a uma subida relativa do mar. Para haver depósito tem sempre que haver uma subida relativa do nível do mar. Quando ela é em aceleração a deposição é transgressiva, quando ela é em desaceleração ela é regressiva.

Ruptura (superfície de deposição costeira).........................................................................................................................Depositional Shoreline Break

Rupture (surface de deposition côtière) / Ruptura (superficie de deposición costera) / Kreuzbandriss (Küsten - Oberfläche Deposition) / 破裂(沿海表面沉积) / Разрыв (поверхности прибрежных отложений) / Rottura (superficie di deposizione costiera)

Ponto a montante do qual a superfície depósito é ao nível de base (geralmente marinho) ou perto dele, e a jusante do qual a superfície depósito é baixa. A posição deste ponto coincide, aproximadamente, com a parte distal das barras deltaicas, ou com os depósitos frontais de praia. A ruptura costeira corresponde ao nível de erosão mais baixo da acção das vagas, quando o mar está calmo (mais ou menos 10/20 m abaixo do nível de mar). A ruptura da superfície de depósito costeira pode estar longe (durante os episódios transgressivos) ou coincidente com a ruptura plataforma (durante os episódios regressivos). Vail (1990) substituiu a expressão ruptura costeira da superfície de deposição por ruptura de progradação, visto que esta última expressão não é genética.

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Superfície de Deposição»

Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do onshore dos Estados Unidos, reconhecem-se várias rupturas da superfície de deposição costeira. Umas estão associadas ao intervalo transgressivo inferior, que tem uma morfologia retrogradante bem marcada (a espessura do intervalo aumenta para montante, isto é, em direcção do continente). A primeira ruptura que marca o rebordo da bacia, durante a primeira superfície transgressiva, está fora linha (mais para Oeste). Três outras ruptura da superfície de deposição costeira são, perfeitamente, visíveis ao longo do episódio transgressivo, a última das quais é reforçada pela presença de um recife. Durante o episódio regressivo sobrejacente, os biséis somitais das progradações (cordões litorais) sublinham as sucessivas posições das rupturas de deposição costeira. A progradação dos sedimentos regressivos fossiliza, pouco a pouco, a plataforma continental a qual desaparece quando a ruptura de deposição costeira for ao mesmo tempo o rebordo da bacia, que neste caso marca também o rebordo continental (fora da linha sísmica). O episódio regressivo entre os dois episódios transgressivos (sublinhados em cinzento claro e escuro), se acunha e desaparece, completamente, para montante, o que cria uma armadilha estratigráfica. Este acunhamento ilustra um dos deltas mais bem conhecido do mundo (Woodbine delta) e um dos maiores campos petrolíferos (armadilha não estrutural) dos EUA.

Ruptura (superfície de deposição distal de plataforma)..........................................................................................................Depositional Shelf Break

Rupture (surface de déposition de la plate-forme) / Ruptura (superficie de deposición plataforma)/ Kreuzbandriss (Oberfläche Abscheidung der Plattform) / 破裂(表面沉积的平台) / Осадочный перегиб шельфа / Rottura (superficie di deposizione della piattaforma)

Este termo já foi abandonado, uma vez que dava lugar a muitas confusões. Ele era usado para exprimir a ruptura da superfície de depósito quer associada à linha da costa, quer à ruptura da plataforma. Ele foi substituído por ruptura de progradação, que tem um significada mais descritivo e que pode ser costeira ou continental (embora possam também coincidir). Durante prisma de nível alto, como a ruptura costeira da superfície de depósito prograda (episódios regressivos), a partir de uma certa altura, as progradações fossilizam a plataforma, e assim é ela passa a ser o novo rebordo da bacia e rebordo continental.

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »
&
« Superfície de Deposição »

Como dito acima esta expressão (ruptura da superfície de deposição distal da plataforma) foi abandonada porque ela só sublinhava a ignorância de um certo número de geocientistas. Antes do advento da estratigrafia sequencial, a grande maioria dos geocientistas confundia, alegremente, a planície costeira com a plataforma continental sobretudo nas linhas sísmica, uma vez que é muito difícil de reconhecer uma lâmina de água de deposição inferior a 100 metros. Por isso, se pensava sempre que uma bacia sedimentar tinha sempre uma plataforma continental. Nos siliciclásticos, durante um ciclo-sequência, a bacia só tem plataforma continental durante o cortejo transgressivo e nos primeiros estágios de deposição do prisma de nível alto. Tudo o que se pode reconhecer nesta linha sísmica (tendo em linha de conta a resolução sísmica) são as rupturas de deposição costeira durante episódios regressivos (provavelmente prismas de nível alto) e não rupturas da superfície de deposição distal da plataforma. Por outro lado, é difícil de compreender o que quer dizer deposição distal da plataforma, uma vez que desde que o nível relativo do mar sobe, não só a linha da costa é deslocada para o continente, mas também os depósitos costeiros, o que implica que a taxa de deposição na parte distal da plataforma seja nula ou muito fraca (bacia subalimentada). A expressão ruptura da superfície de deposição distal da plataforma só tem sentido nos ambientes carbonatos, onde a grande maioria dos sedimentos são orgânicos, mas nesse caso a especificação plataforma carbonatada, que por vezes, não corresponde a plataforma continental, é necessária.

Ruptura Costeira........................................................................................................................................................................................................Shoreline Break

Ruptura costeira / Ruptura de pendiente costera / Kreuzbandriss (Küsten-Steigung) / 打破(沿海斜坡) / Разрыв береговой линии / Rottura (versante costiero)

Ruptura (quebra) na inclinação do fundo do mar muito próximo do nível de base (ver nível de acção das vagas). O termo “ruptura costeira” é utilizado, frequentemente, pelos geocientistas americanos como sinónimo quer do “Rebordo da Planície Costeira”, “Ruptura da Superfície de Deposição Costeira” ou “Ruptura do Declive da Superfície de Deposição”.

Ver: « Rebordo da Bacia »
&
« Ruptura (superfície de deposição) »
&
« Superfície de Deposição »

A montante da ruptura costeira da superfície de depósito, os sedimentos preenchem todo o espaço disponível para os sedimentos (acomodação), o que quer dizer, que a profundidade de água de deposição é, praticamente, zero. A jusante, apenas uma parte do espaço disponível é preenchido, o que quer dizer, que a jusante da ruptura costeira da superfície de depósito, há sempre uma profundidade de água de deposição. Neste esquema estão representados três ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência, dos quais um só é completo. O primeiro ciclo-sequência (o mais antigo) está representado pelo prisma de nível alto que é formada pelos paraciclos-sequência de 1 a 5. As sucessivas posições da ruptura da superfície de deposição costeira (ou ruptura costeira da superfície de deposição) deslocam-se para o mar (progradação) e correspondem, praticamente, ao rebordo da bacia (que, aqui, marcam o rebordo continental), uma vez que pelo menos durante a parte final deste cortejo sedimentar a bacia não tinha plataforma. No ciclo-sequência sobrejacente, que é separado do precedente por uma descida relativa do nível do mar significativa, estão representados todos os cortejos sedimentares. Durante o depósito dos cones submarino de bacia e de talude, o rebordo da bacia correspondia ao último rebordo da bacia do ciclo precedente. A partir da primeira superfície transgressiva , que marca o início do cortejo transgressivo, a ruptura da superfície de deposição costeira individualizou-se do rebordo continental, que passou a ser o novo rebordo da bacia, e deslocou-se para o continente, o que criou uma plataforma continental. No início do cortejo transgressivo, a primeira ruptura costeira coincide com o rebordo da bacia, visto que não há plataforma. À medida que a plataforma se formou, a ruptura costeira deslocou-se para montante (retrogradação) e o rebordo continental, que é marcava o rebordo da bacia, ficou estacionário até ser mais tarde fossilizado pelo prisma de alto nível.

Ruptura de Planície Costeira...............................................................................................................................Shelf Edge, Shelf Break

Rebord de la plaine côtière / Borde de la planicie costera / Rand der Küstenebene / 沿海平原的边缘 / Линия седиментационного перехода / Bordo della pianura costiera

Limite externo da planície costeira. Coincide, grosso modo, com a ruptura da superfície de deposição costeira. Pode coincidir, com o rebordo da bacia, quando esta não tem plataforma continental (quando as progradações do prisma da nível alto fossilizaram a plataforma continental) ou estar afastado, para montante, centenas de quilómetros (durante o cortejo transgressivo).

Ver: « Planície Costeira »
&
« Ruptura (superfície de deposição)»
&
« Ruptura (superfície de deposição costeira) »

Alguns geocientistas americanos utilizam os termos “shelf break”, “shoreline break”, “depositional shelf edge”, “depositional coastal break” e “offlap break” para exprimir o mesmo ou diferentes conceitos geológicos. Nos últimos trabalhos de Vail, Wagonner e Posamentier, estes termos foram abandonados e substituídos “offlap break” (ruptura da superfície de deposição), que é uma expressão muito vaga e que exprime a ruptura da superfície de depósito a montante do ponto em que o nível base do mar está muito próximo do fundo do mar. Como em português, o termo plataforma continental e ruptura da inclinação são precisos, o que não é o caso em inglês com "shelf", "edge" e "offlap", neste glossário : (i) O rebordo da bacia, que em determinados momentos, dentro de um ciclo-sequência pode coincidir com o rebordo continental, corresponde ao “shelf break”, mas pode também corresponder ao “depositional coastal break”, quando a bacia não tem plataforma ; (ii) O rebordo da planície costeira ou ruptura costeira da superfície de deposição corresponde ao “shoreline break” e “depositional coastal break”, que podem coincidir com o rebordo continental quando a bacia não tem plataforma ; (iii) A ruptura do declive da superfície de deposição na plataforma corresponde o “depositional shelf edge” e marca as retrogradações durante os cortejos transgressivos. Nestes esquemas, que sublinham a evolução de um prisma de nível alto e de um prisma de bordadura da bacia (discordância do tipo II entre eles), antes de uma abrupta descida relativa do nível do mar, o rebordo da planície costeira corresponde ao rebordo da bacia, o qual corresponde ao rebordo continental. Durante o prisma de alto nível, a partir de um determinado momento, isto quando a plataforma for totalmente fossilizada, a bacia não tem mais plataforma. Assim, a ruptura da superfície de deposição pode corresponder à ruptura da superfície de deposição costeira (bacia com plataforma) ou ao rebordo continental (bacia sem plataforma).


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Ultima actualização : Febreiro, 2015