Sabkha.......................................................................................................................................................................................................................................................................................Sabkha

Sebkha / Sabkha / Sabcha / 萨布哈 / Солёное болото (в Сахаре) / Sabkha

Ambiente sedimentar supratidal formado em condições climáticas áridas ou semiáridas das planícies costeiras, imediatamente, acima da maré alta normal.

Ver: « Deserto »
&
« Evaporito »
&
« Planície Aluvial »

Sabkha é o nome arábico para designar uma planície plana na qual se depositam minerais salíferos. Este termo tornou-se muito frequente na literatura geológica a partir dos anos 60, a quando dos estudos geológicos de superfície salíferas realizados, em particular, no Médio Oriente. Uma sabkha tem uma topografia plana e é composta por sedimentos arenosos e argilosos impregnados de sal localizados, imediatamente, acima do nível freático. Uma sabkha contém nódulos e veios enterocólitos de gesso e anidrite. Uma fina crosta de halite ou gesso pode estar presente em certas áreas. Muitos dos antigos sedimentos evaporíticos exibem características sedimentares das sabkhas, como, a ocorrência de nódulos de gesso. Uma das grandes dificuldades que os geocientistas encontram quando analisam os ambientes de deposição é saber quais são os factores que caracterizam um determinado ambiente sedimentar. Como um ambiente típico de sabkha é, basicamente, um ambiente subaéreo, ele pode, na realidade, perder muitas dos indicadores característicos por erosão e dissolução. O clima é um dos principais factores de desenvolvimento de uma sabkha. Nas regiões áridas onde se formam sabkhas, a pluviosidade, ocorre, exclusivamente, durante as trovoadas e, em média, ela não ultrapassa 4 cm por ano. A temperatura pode ultrapassar os 50° C, durante o dia, e ser negativa durante a noite. A humidade está relacionada com a direcção do vento predominante. A humidade anda à volta de 20 % durante a manhã. Durante a tarde, os ventos do interior são predominantes. Durante a noite, a humidade relativa pode atingir 100 %, o que pode criar nevoeiros intensos. A temperatura da água varia com a profundidade. As águas pouco profundas podem ser cerca de 10° C mais quentes do que as águas mais profundas. As altas temperaturas controlam as taxas de evaporação, as quais podem alcançar, por exemplo, no Golfo Pérsico, cerca de 124 cm por ano, o que implica um aumento da salinidade nas lagunas pouco profunda de cerca de 70 ppt. A taxa de evaporação efectiva numa sabkha pode atingir cerca de 6 cm todos os 4-5 My.

Salgadiço, Plataforma de preiamar........................................................................................................................................Tidal-Flat, Upper Mud-Flat, Schorre

Schorre (Vasière dure) / Marjal de marea, Schorre / Schorre / 滩涂 / Шоры / Piatta marea, Schorre

Parte do espraiado pelítico que fica a descoberto nas preiamares mortas e coberta durante as preiamares vivas e tempestades. O termo plataforma é aqui utilizado de maneira abusiva. Sinónimo de Plataforma de Preia-Mar Alta.

Ver: « Praia »
&
« Praia Intramareal (entre marés) »
&
« Litoral »

O salgadiço ou plataforma de preiamar (muitos geocientistas portugueses utilizam também a palavra inglesa schorre) apresenta-se como uma plataforma de vasa consolidada revestida por um solo halo-hidromorfos (depositado num meio ingurgitado de água salgada de maneira periódica ou permanente), recortada em ilhotas convexas por canais, com poças e, completamente, canalizada por vegetação halo-helófita (que vive nos lodos ou vasas salgadas), herbácea nas regiões extratropicais (sapal) e arbustiva e/ou arbórea nas regiões intertropicais (mangal). O salgadiço está separado da parte mais baixa do espraiado (atoleiros de maré, slikke ou plataforma de baixamar) por um degrau que pode atingir alguns metros, correspondendo ao degrau da maré alta, o qual é chamado degrau do salgadiço (Moreira, 1984). Conforme a diferenciação florístiia e o declive do salgadiço podem distinguir-se o alto e baixo salgadiço. O salgadiço está submerso apenas durante as marés altas da primavera e desenvolve-se à custa da plataforma de baixamar (slikke) por uma aumento gradual da vegetação. Segundo o grau de submersão, a vegetação estende-se em 3 níveis: (i) Salgadiço baixo; (ii) Salgadiço médio e (iii) Salgadiço alto. A vegetação associada é adequada a uma imersão intermitente e a um ambiente salgado. O salgadiço contém comunidades vegetais variadas, compostas, principalmente, de espécies halófilas, isto é tolerante a salinidade. Desde sempre as plataforma de preiamar são utilizadas como pastagens para ovinos e bovinos, mas a sua transformação em terras de cultivo, tem sido uma prática comum através da construção de diques. Essas mudanças têm produzido transformações importantes no ambiente, com variações de salinidade, sedimentação, acesso à água e, sobretudo, da biodiversidade. As plataformas de preiamar salgadas são ecótonos intermareais (áreas de transição ambiental, onde comunidades ecológicas diferentes entram em contacto), entre os ecossistemas terrestres e marinhos, que ocupando uma área total inferior a 0,01% do globo terrestre.

Salobra (água)......................................................................................................................................................................................................................................Brackwish-Water

Saumâte (eau) / Salobre / Brackwasser / 咸水 / Горьковато-солёная вода / Acqua salmastra

Água com uma salinidade intermediária entre a água do mar, normal e a água doce.

Ver: « Água Juvenil »
&
« Ambiente de Deposição »
&
« Hidrologia »

A água diz-se salobra quando tem uma fraca salinidade, a qual, em geral, resulta da contaminação das água marinhas por águas doces continentais. As águas salobras encontram-se próximo as desembocaduras dos rios, lagunas ou nos mares, mais ou menos, fechados e alimentados pelas águas doces dos rios ou da fusão do gelo dos glaciares. Uma água salobra é uma mistura de água do mar com água doce continental. Num estuário, que é um corpo de água resultante da combinação de água doce e água do mar, a água é salobra. Os estuários, onde os rios encontram o mar, formam os ambientes de água salobra muito importantes onde os pântanos de manguezais se desenvolvem muito facilmente. É por isso que muitos pântanos de manguezais, embora não todos, bordam os estuários e lagunas onde a salinidade muda diariamente função das correntes de maré. Certos lagos e mares podem ter água salobras. O mar Báltico, ilustrado nesta figura, que comunica com o Mar do Norte, é um mar com água salobra. Antes do Pleistocénico, o Mar Báltico não existia. Ele correspondia à zona de confluência dos dois grandes rios. Estes rios, mesmo depois da inundação desta área pelas águas do Mar do Norte, em consequência da fusão das calotes glaciares, continuam a deitar, no Mar Báltico, uma grande quantidade de água doce proveniente das regiões continentais circunvizinhas, o que contribui, fortemente, para que a água do Mar Báltico seja salobra. Uma vez que a água salgada vinda do mar é mais densa do que a água doce que vem dos continentes, a água do mar Báltico estratifica-se, com a água salgada no fundo e a água doce na superfície. Esta estratificação é também, parcialmente, devida à ausência de correntes de maré e de tempestade significativas. Uma das consequências da estratificação da água do Mar Báltico traduz-se na fauna. Neste mar, os peixes de água doce são frequentes, próximo do nível do mar, enquanto que nas partes mais profundas, que são muito mais salgadas, abundam os peixes dos ambientes marinhos. O bacalhau, por exemplo, só se encontra nas partes profundas, enquanto que o cação se encontra à superfície, nos níveis menos salgados.

Salsugem ............................................................................................................................................................................................................................Sea-Spray, Salt-spray

Embrun / Rociado y salpicadura / Spritzwasser / 盐雾 / Брызги, водяная пыль / Nebbia salina

Nuvem de espuma formada por gotículas de água do mar e bolhas encerrando microcristais salinos resultantes da espuma de rebentação que é projectada contra a costa e transportada para o interior pelo vento. A salsugem é responsável por um modelado de corrosão característico e pela presença de determinadas biocenoses, isto é, associações equilibradas de animais e vegetais num mesmo biótopo (meio físico onde vivem os seres vivos de um ecossistema) e pela formação de outras (vegetais lenhosos) (Moreira, 1984).

Ver: « Nível de Acção das Vagas »
&
« Praia »
&
« Salobra (água) »

A salsugem (nevoeiro salino) é uma pulverização de água do mar (pequenas gotas de água do mar e ar que as transporta) que se forma quando as ondas do mar se quebram ou empatem contra uma parede rochosa natural ou artificial. Como a salsugem contém uma alta concentração de sais minerais (produtos, formados pela reacção de neutralização entre ácidos e bases, e compostos de catiões, isto é, iões positivos, e aniões, quer isto dizer, iões negativos), particularmente, aniões de cloro, ela é, altamente, responsável da corrosão dos objectos metálicos que se encontram próximo da linha da costa. Os sais minerais aceleram muito o processo de corrosão. Basta ver a corrosão dos molhes metálicos ou da armadura dos molhes em cimento para compreender o papel corrosivo da salsugem. É bem conhecido, que a salsugem contribui muito à carsificação das linhas de costa calcárias, isto é, ao processo morfogénico que afecta as linhas da costa constituídas por rochas carbonatadas, o qual é caracterizado pela dissolução do carbonato de cálcio, o qual é transportado sob a forma de bicarbonato de cálcio. Este processo dá origem a uma topografia superficial com aspecto caótico e a formas de dissolução e escorrência profundas. A salsugem é, parcialmente, responsável pela formação dos alvéolos de corrosão (ou ninhos de abelhas), que são as pequenas cavidades de contorno arredondado e de profundidade entre centímetros e 2 - 3 m, escavadas nas rochas coerentes da faixa supralitoral que é atingida pelos respingos da salsugem. Na parte mais alta do espraiamento, a escorrência dos pingos de salsugem e espuma das ondas podem formar lápias cortantes com sulcos de corrosão. Certos geocientistas, avançam mesmo que a salsugem, que libera bromo e cloro, contribui à destruição da camada de ozono.

Saltação (transporte)..............................................................................................................................................................................................................................................Saltation

Saltation / Saltación / Saltation / 突变 / Скачкообразное передвижение частиц / Saltation

Uma das várias maneiras pelas quais os sedimentos podem ser transportados num escoamento (fluxo). Os sedimentos são transportadas, em geral por uma combinação de: (i) Rolamento ou deslizamento sobre o substrato rochoso ; (ii) Saltação (saltos no fluxo para depois de cair e repousar sobre o substrato) e (iii) Suspensão no escoamento.

Ver: « Transporte (sédimentos) »
&
« Sedimento »
&
« Escoamento (fluxo) »

A saltação é um processo de transporte dos sedimentos por um fluido, que seja a água ou vento. As partículas sedimentares do tamanho da areia ou do cascalho quando levadas por um fluído deslocam-se, geralmente, por saltos. Em geologia, pode dizer-se que a saltação é um tipo específico de transporte das partículas sedimentares por fluídos. A saltação produz-se  quando o material não-consolidado, tirado do substrato ou do leito de uma corrente, é levado pelo fluído, antes de cair sobre a superfície donde ele foi tirado. Como exemplos de saltação, pode citar-se o transporte de cascalho pelos rios, a areia dos desertos, o solo sobre os campos agrícolas ou mesmo a neve sobre as superfícies lisas do Antárctico ou das pradarias do Canadá. Desde que um fluido se escoa a baixa velocidade, o material sedimentar não-consolidado rola para jusante, estando sempre em contacto com a superfície do substrato. É o que os geocientistas chamam rolamento, deslizamento, reptação ou portagem. Neste caso, as forças exercidas pelo fluido sobre as partículas são apenas suficientes para fazer rolar as partículas à volta do ponto de contacto com a superfície. A grande velocidade, a ascensão e o momento exercidos pelo fluido sobre as partículas são suficientes par os transportar para longe da superfície no escoamento. No inicio, as partículas deslocam-se, rapidamente, em relação ao escoamento e, por isso, elas levantam-se e movem-se para cima longe da superfície. Como as partículas se deslocam em direcção de um mais rápido escoamento, a diferença de velocidade entre as partículas e o escoamento diminui. Quando o peso des partículas é superior à força de ascensão, as partículas caem de novo para a superfície. Durante a queda, as partículas mantém, mais ou menos, a velocidade que elas adquiriram e voltam à superfície do substrato com uma velocidade maior que a do escoamento próximo do substrato. Isto cria uma trajectória das partículas, mais ou menos, parabólica através do fluido, que é característica de um transporte por saltação.

Sapa (solapo, sapamento)...........................................................................................................................................................................................................Undercut, Groove

Encoche (sapement, rainure) / Socavamiento, Socava, Balma / Hohlkehle / , 缺口 / Паз, выемка / Intaglio

Escavamento côncavo talhado pela a acção das ondas na base das arribas, entre os níveis da maré baixa e alta.

Ver: « Carso Litoral»
&
« Erosão »
&
« Praia-Baixa »

Neste figura, uma sapa é bem visível debaixo de uma arriba constituída por rochas duras. O nível de preiamar viva (que ocorre durante as sizígias) corresponde, provavelmente, ao topo da sapa. A parte inferior pode ser considerada como a plataforma com vasques e ouriçangas embrionárias ou a plataforma com vascas incrustadas de algas calcárias. O nível de baixamar viva, onde abundam as tubícolas, que cobre a sapa submersa, está coberto pelo mar. A topografia das regiões costeiras resulta, fundamentalmente, das mesmas forças que modelam a superfície terrestre: (i) Erosão ; (ii) Deposição ; (iii) Levantamento tectónico e (iv) Subsidência. A acção das ondas, como ilustrado nesta figura, é o agente de erosão mais importante ao longo das linhas de costa, particularmente, durante as tempestades. Quando uma onda empate contra uma arriba, o impacto pode exercer uma pressão superior a 100 kg/m^2. Desta maneira, quando a água das ondas (de translação) entra nas fracturas das rochas, ela comprime o ar dentro das fracturas, o qual funcionando como uma cunha alarga as fracturas tornando a rocha menos sólida. Por outro lado, e, principalmente, quando as rochas são carbonatadas, a dissolução joga um papel muito importante, uma vez que a água do mar têm uma acção química muito mais forte do que a água doce. De maneira geral o processo de erosão mais eficiente é sem dúvida a acção abrasiva das areia e do cascalho transportado pelas ondas. Estes agentes de erosão actuam como a carga da base de um rio, com a diferença que em vez de formarem um canal vertical, como nos rios, a areia e o cascalho transportado pelas ondas actuam, horizontalmente, formando sapas na base da arribas e cornijas, que podem ser suspensas ou assentes em arcos. Neste último caso, a sapa toma a forma de cavernas, grutas ou furnas, como acontece, muitas vezes, nas praias do sul de Portugal. Desde que uma arriba colapsa devido ao crescimento da sapa, os restos rochosos são removidos pela acção das ondas. Contudo, o trabalho de sapa (sapamento) continua, fazendo recuar a arriba e criando, assim, uma plataforma por abrasão das ondas.

Sapa Submersa (sapamento)........................................................................................................Underwater Undercut, Underwater Groove

Encoche submersible / Socavamiento submergido / Unterwasser unterbieten / 水下削弱 / Подводная выемка / Intaglio subacqueo

Sapa localizada sob a cornija de rebentação, debaixo do nível de baixamar viva. Ao contrário da sapa da base da arriba, que se forma acima do nível médio do mar, a sapa submersa está, geralmente, debaixo de água.

Ver: « Carso Litoral »
&
« Erosão »
&
« Sapa »

A fonte de energia para a erosão litoral e o transporte dos sedimento é acção das ondas do mar. Uma onda possui energia potencial devido à sua posição acima da cava da onda e a energia cinética causada pelo movimento da água dentro da onda. A energia das ondas é gerada pelo efeito de fricção dos ventos que sopram sobre a superfície do oceano. Maior é a velocidade do vento e maior o varrido (extensão da superfície do oceano sobre a qual o vento sopra e as ondas viajam) maiores são as ondas e, por conseguinte, mais energia elas possuem. Nas áreas onde profundidade do mar é maior do que o comprimento de onda das vagas, o movimento das ondas não atinge o fundo do mar. Desde que a profundidade do mar é menor que metade do comprimento de onda das vagas, a altura das ondas aumenta muito rapidamente e o comprimento de onda diminui fortemente. Desta maneira, as ondas quando se aproximam da costa tornam-se mais agudas e, finalmente, quebram. Quando elas quebram, a sua energia potencial é convertida em energia cinética, o que dá uma grande quantidade de energia para que a onda faça o trabalho de erosão ao longo da linha da costa. É esta energia que é responsável do trabalho de sapa que produz as morfologia da linha da costa ilustrada nesta figura. Evidentemente, que a taxa à qual a linha da costa é erodida depende da dureza das rochas e do grau ao qual a costa está exposta à acção directa do ataque das ondas. Estas começam por formar sapas importantes atacando sobretudo as zonas mais frágeis das rochas (fractura, fissuras, etc.), as quais, com o tempo, se transformam em caves. Estas, por sua vez, com o tempo, alargam-se e formam arcos como os ilustrados acima. Eventualmente, os arco colapsam formando passadiços marinhos (passagens estreita entre as arribas, que permitem, por vezes, de ir de uma praia para outra atalhando caminho). Um novo arco pode, eventualmente, desenvolver-se na ponta de terra restante. Esta evolução das sapas, em caves, das caves em arcos e dos arcos em passadiços marinhos é facilmente reconhecida na costa sul portuguesa.

Saprólito.........................................................................................................................................................................................................................................................................Saprolite

Saprolithe / Saprolito / Saprolith / / Сапролит / Saprolite

Rocha ou camada geológica autóctone suprajacente a um solo profundo resultante da alteração química de uma rocha, por vezes da rocha original, devido à acção do clima, água ou hidrotermal, sem que ele tenha sido transportada.

Ver: « Alteração »
&
« Erosão »
&
« Lixiviação »

Um saprólito é uma rocha, quimicamente, meterorizada. Os saprólitos formam nas zonas inferiores dos perfis dos solos e representam profunda meteorização da superfície do substrato rochoso. Na maioria dos afloramentos sua cor é devido a compostos férricos. Os perfiles muito meteorizados são espalhados em todas as áreas continentais entre as latitudes 35° N e 35° S. A primeira condição para a formação de um rególito, fortemente, meteorizado é uma topografia moderadamente plana, para impedir uma erosão forte e, sobretudo, para facilitar a lixiviação dos produtos do intemperismo químico (conjunto de processos e fenómenos que levam à desintegração das rochas). A segunda condição é um prolongado período de estabilidade tectónica, uma vez que actividade tectónica e as alterações climáticas podem causar erosão. A terceira condição é um clima tropical húmido ou um clima temperado. Assim, a espessura de um rególito pode variar entre alguns metros até mais de 150 metros, função do terreno, actividade tectónica, clima, história do clima e composição do terreno. Uma meteorização profunda, que ocorre muitas vezes nos climas frio, é favorável à formação de mlnérios secundários e supergénicos (minerais formados por reacção de minerais pré-existentes com fluidos oriundos da superfície) tais como a bauxite, ferro, ouro, urânio e minerais pesados em depósitos residuais. Nos rególitos lateríticos, o saprólito pode ser subjacente aos horizontes superiores da laterite residual. A maioria do perfil original é preservado pelos solos residuais ou por uma cobertura transportada. A meteorização formou saprólitos cauliníticos finos entre 1000 para 500 milhões de anos atrás : saprólitos cauliníticos espessos entre 200-65 milhões de anos atrás e saprólitos, moderadamente, espessos e imaturos, cerca de 5 milhões de anos atrás. A estrutura geral da caulinite tem folhas de silicato Si2O5 ligadas por camadas de hidróxido de alumínio [Al2 (OH)4]. Os compostos de ferro são os principais responsáveis da coloração dos saprólitos.

Saprotrófago (organismo).............................................................................................................................................................................................................Saprotroph

Saprotrophiqueo (organisme) / Saprotrófico (organismo) / Saprobiont / 腐生营养 / Сапротроф / Saprotrofico (che mangia cose morte)

Organismo que obtém a sua energia a partir de matéria orgânica não-viva, quer ela seja pedaços de plantas ou de animais em decomposição. Os organismos saprotróficos são heterotróficos. A matéria orgânica morta é decomposta e utilizada pelos organismos saprotróficos, como, pelas bactérias e fungos.

Ver: « Heterotrófico »
&
« Bactéria»
&
« Teoria da Evolução »

Um saprotrófico (ou sapróbio) é um organismo heterotrófico que obtém seus nutrientes a partir de matéria orgânica não-viva, normalmente morta e plantas apodrecida ou matéria animal, absorvendo os compostos orgânicos solúveis. Como os organismos saprotróficos consomem os alimentos de fontes externas em vez de fazer sua própria comida, eles são considerados um tipo de heterotróficos. Muitas espécies de fungos, bactérias e protozoários são saprotróficos. Os animais necrófagos, como os besouros e abutres, são também, por vezes, considerados como saprotrófitos, embora normalmente sejam chamados saprófagos. Nas cadeias alimentares, os saprotróficos, geralmente, desempenham o papel de decompositores. Como os saprotróticos são comidos pelos consumidores eles, geralmente, desempenham um papel importante na reciclagem no fluxo energético dos ecossistemas e ciclos biogeoquímicos. O termo saprotrófico é um termo antigo, que muitos geocientistas consideram obsoleto, uma vez que o sufixo -fico ("phyte") vem de planta. Não há verdadeiros organismos saprotróficos que sejam embriófitos (obtêm a sua energia através da fotossíntese), e os fungos e as bactérias não são mais colocados no reino vegetal. As plantas que foram consideradas como saprotróficas, como, por exemplo, as orquídeas não fotossintéticos e monotrópicas (visitadas por uma espécie de insecto), são actualmente considerados conhecidos como parasitas de outras plantas e chamados de mico-heterotróficos porque é um fungo micorrízico (que estabelece uma associação simbiótica entre um fungo e a raiz de uma planta), que liga a planta parasita com seu hospedeiro. Com efeito, como ilustrado nesta figura, a maioria dos fungos terrestres, algumas plantas vasculares modificadas e os gametófitos (plantas que têm células sexuais, isto é, gametas os quais que origem aos esporângios) de muitas pteridófitas (plantas sem sementes) pertencem ao grupo dos saprotróficos.

Saturação da Luz (carbonatos)..........................................................................................................................................................................Light Saturation

Saturation de la lumière (carbonates) / Saturación de la luz (carbonatos) / Sättigung des Lichts (Carbonate) / 光饱和(碳酸盐岩) / Насыщение светом / Saturazione della luce (carbonati)

Intensidade da luz, nos ambientes carbonatados, acima da qual, ela não é mais um factor limite de aumento de produção da matéria orgânica. Profundidade, a partir da qual a intensidade da luz diminui, substancialmente, e provoca uma redução abrupta da produção da matéria orgânica.

Ver: « Deposição (carbonatos) »
&
« Modelo de Deposição (carbonatos) »
&
« Zona Fótica »

Neste diagrama tirado de Schlager, W., (1991), é fácil de ver que a intensidade da luz diminui de maneira exponencial com a profundidade da água. A curva de produção da matéria orgânica está relacionada com a intensidade da luz por uma função hiperbólica. A curva de produção da matéria orgânica mostra uma zona superficial, na qual a luz não é um factor limite de crescimento (saturação de luz). Debaixo dessa zona, a produção de matéria orgânica diminui, rapidamente, com a profundidade de água, visto que a intensidade da luz diminui, fortemente, até ao limite inferior da zona fótica. A partir deste limite, a intensidade da luz é insuficiente para fotossíntese. Todos os estudos sobre o crescimentos dos corais em função da profundidade, mostraram que os valores preditos correspondem, mais ou menos, aos valores observados, o que sugere que debaixo da zona de saturação, a luz é, na realidade, o parâmetro dominante que controla produção de carbonato por fotossíntese. Os recifes de corais são caracterizados por uma produção enorme do carbonato de cálcio. Sabe-se que uma rápida aumento da produção de carbonato de cálcio está ligado à fotossíntese, a qual controla o equilíbrio de carbonato de cálcio na água do mar. Não esqueça que a fotossíntese é o processo metabólico que converte o dióxido de carbono (CO_2) em compostos orgânicos, especialmente, açúcares, usando a energia da luz solar, o que permite a formação de carbonato. A fotossíntese ocorre nas plantas, algas, e muitas espécies de bactérias, mas não nas arqueas (grupo de micro-organismos unicelulares como as arqueobactérias). A fotossíntese é de uma importância crucial para a vida sobre a superfície terrestre. Os organismos fotossintéticos dizem-se fotoautótrofos, mas não todos os organismos que usam a luz como fonte de energia utiliza a fotossíntese . O organismos fotoheterótofos utilizam os compostos orgânicos em vez do dióxido de carbono como fonte de energia. A fotossíntese nas plantas, algas e cianobactérias utiliza o dióxido de carbono e água e liberta oxigénio como produto residual.

SDR(reflector que inclina para o mar).............................................................................................................................................................................................................................SDR

SDR (réflecteur incliné vers la mer) / SDR (reflector que inclina para el mar) / SDR (Reflektor zum Meer hin geneigt) / SDR(反射向海倾斜) / Рефлектор с уклоном с сторону моря / SDR (riflettore inclinato verso il mare)

Abreviação de «Seaward Dipping Reflector», quer isto dizer, reflector que inclina para o mar. Estes reflectores correspondem, quase sempre, a lavas subaérias que se adelgaçam em direcção do continente e mergulham para o mar. Estes reflectores foram, erradamente, interpretados como interfaces sedimentares, ricas em matéria orgânica, das bacias de tipo-rifte, isto é, interpretados como intervalos com rochas-mãe potenciais.

Ver: « Vulcanismo »
&
« Lava Subaérea »
&
« EExpansão Oceânica »

As grandes províncias ígneas formaram-se durante pulsações magmáticas. Uma pluma magmática, em geral, levanta a zona central de rifting (zona de alargamento da crusta continental) criando uma importante superfície de erosão (discordância da ruptura). A grande maioria dos escoamentos basálticos subaéreos, são posteriores à da ruptura da litosfera. Eles são vomitados pelos vulcões e fissuras centrais alinhadas, paralelamente, à linha de ruptura. Estes escoamentos vulcânicos, que podem atingir mais de 10 km de espessura, adelgaçam-se em direcção dos continentes, formando o que os geocientistas chamam SDRs. Nos perfis sísmicos longitudinais (paralelos à linha de ruptura), os SDRs são convexos para cima, com inclinações e espessuras que aumentam em direcção da bacia, como ilustrado nesta linha sísmica. Esta distorção (inclinação para o mar) resulta da sobrecarga dos escoamentos mais recentes, que se deslocam progressivamente para a bacia. Nos perfis transversais, os SDRs são sub-horizontais. Geralmente, os SDRs formam um banda com magnetismo pouco acentuado, localizada a montante da mais antiga anomalia magnética da crusta oceânica. Este magnetismo, pouco acentuado, é o resultado da sobreposição dos escoamentos vulcânicos com polaridades magnéticas diferentes e não deve ser confundido com a zona magnetostratigráfica de tranquilidade. Uma vez que as margens continentais se afastam da pluma mantélica, as margens arrefecem e afundam-se. Como o escoamento de material vulcânico é impossível debaixo da água, as lavas solidificam rapidamente (lavas em travesseiro), formando a verdadeira crusta oceânica, que é caracterizada pelas anomalias magnéticas e reflectores sísmicos caóticos. Todos os poços de pesquisa petrolífera perfurados na área onde esta linha foi tirada (offshore da Namíbia) terminaram depois de atravessar mais de 500 metros de lavas subaéreas.

Secção Estratigráfica Condensada......................................................................................................................Condensed Section

Section stratigraphique condenée / Sección estratigráfica condensada / Kondensierte stratigraphischen Abschnitt / 简明地层剖面 / Сжатый стратиграфический разрез / Sezione stratigrafica condensata

Intervalo estratigráfico marinho, geralmente, pouco espesso, caracterizado por uma taxa de sedimentação muito baixa, entre 1-10 mm por 1000 anos. Uma secção estratigráfica condensada é composta de sedimentos hemipelágicos e pelágicos (quase sem influência terrígena), depositados na parte distal da plataforma, talude ou planície abissal, durante períodos de nível alto (do mar) e de máxima de transgressão da linha da costa. Uma secção estratigráfica condensada pode ser reconhecida pela abundância de fosseis pelágicos, minerais autigénicos e por um crosta superior endurecida.

Ve : « Cortejo Transgressivo »
&
« Glauconite »
&
« Retrogradação »

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Norte Alasca, os biséis de progradação, com inclinações opostas, criam duas superfícies da base das progradações importantes e duas secções estratigráficas condensadas. Esta geometria, isto é, os dois grandes intervalos progradantes com vergências opostas, sublinham o fecho de um oceano, devido a colisão entre as duas margens continentais divergentes associadas. A superfície da base das progradações inferior, ao longo da qual os biséis de progradação se orientam para o sul e a secção estratigráfica condensada, que as progradações fossilizaram, sugerem a presença de um continente ao norte e de um oceano ao sul. Ao contrário, a superfície da base das progradações superior e a secção condensada, fossilizada pelas progradações com vergência norte, sugerem a presença de um continente ao sul e um oceano ao Norte. O substrato da maior parte do oceano entre as duas margens continentais era constituído por crusta oceânica e a presença de uma dorsal médio oceânica era plausível. Com o tempo, a crusta oceânica mais antiga (próxima dos continentes) ficou tão densa, que, por contraste de densidade, com a crusta continental, entrou em subducção sob um dos continentes criando uma fossa oceânica e uma zona de subducção do tipo B (Benioff). Como a taxa de subducção da crusta oceânica era muito maior do que a taxa de formação de crusta oceânica, na dorsal, pouco a pouco, o oceano começou a fechar-se, à medida que as margens se aproximavam. Numa primeira fase, a dorsal médio oceânica foi engolida pela zona de subducção, o que acelerou o encerramento do oceano. Na fase final, as margens colidiram fechando completamente o oceano, o que criou a geometria visível nesta tentativa de interpretação.

Secção Geológica (corte)....................................................................................................................................................................................Geological Section

Coupe géologique (section) / Sección geológica / Geologische - Querschnitt / 地质剖面 - 第 / Геологический профиль / Sezione geologica trasversale

Diagrama mostrando a estrutura e disposição das rochas num plano vertical, isto é, como apareceriam debaixo da superfície terrestre se esta fosse cortada verticalmente.

Ver: " Formação (geológica) "
&
" Mapa Geológico "
&
“ Secção em Profundidade (sísmica) ”

Este corte geológico do offshore do Norte de Angola, baseado na interpretação geológica de uma série de linhas sísmicas, ilustra a estrutura e disposição das diferentes rochas que constituem a Bacia Sul do Congo. Este corte geológico sugerem a seguinte história: (i) O alargamento (extensão) do Gonduana (continente sul da Pangeia) e formação de uma série de hemigrabens (bacias de tipo rifte) ; (ii) À medida que a litosfera se adelgaçou por estiramento e calor, a actividade ígnea aumentou ; (iii) Desde que a crusta continental atingiu um estiramento de cerca de 2, material vulcânico (diques de gabros) injectou-se na crusta continental adelgaçada ; (iv) Ao atingir um factor de estiramento de cerca de 4, a crusta continental fracturou-se por injecção de vulcanismo ; (v) Desde que a crusta continental começou a dispersar-se, uma crusta basáltica (lavas subaéreas) começou a depositar-se ; (vi) As lavas escoaram-se dos centros de expansão para o continente ; (vii) A sobreposição vertical das lavas exerceu uma sobrecarga importante que obrigou, pouco a pouco, as lavas mais antigas a enterrarem-se e inclinarem-se em direcção dos centros de expansão ; (viii) O enterramento da lavas obrigou, progressivamente, os centros de expansão a afundarem-se ; (ix) A parte proximal da margem vulcânica foi invadida pelo mar, o que permitiu o depósito de arenitos de base e evaporitos entre os centros de expansão subaérea e o continente; (x) A sobrecarga das lavas subaéreas termina por afundar totalmente os centros de expansão e o ambiente tornou-se marinho; (xi) Como material vulcânico não se pode escoar dentro da água, o material vulcânico vomitado pelos centros de expansão solidificou-se muito, rapidamente, formando a verdadeira crusta oceânica (lavas em travesseiro) ; (xi) A formação e subsidência da crusta oceânica provocam uma subida eustática, o que permitiu a deposição dos sedimentos da fase transgressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangeia, cuja geometria retrogradante é, mais tarde, parcialmente, ocultada pela tectónica salífera ; (xii) Desde que os continentes atingiram o máximo de dispersão, os sedimentos progradantes do ciclo de invasão continental depositaram-se, fossilizando os depositados transgressivos.

Secção Palinspática...........................................................................................................................................................................................Palinspatic Section

Coupe palinspatique / Sección palinspática / Palinspatic Abschnitt, Palinspatic Wiederaufbau / Palinspatic节 / Палинспатический разрез / Sezione palinspatica, Ricostruzione palinspatica

Secção geológica na qual os corpos geológicos são restaurados nas suas posições geográficas originais antes de os sedimentos terem sido deformados (encurtados ou alongados).

Ver: " Mapa Geológico"
&
" Secção Geológica"
&
“ Secção Restaurada ”

Nesta secção, todas as imbricações e cavalgamentos estão ilustrados nas suas posições actuais e restauradas. Os deslocamentos ao longo da linha da secção foram negligenciados e, para facilitar a construção, a restauração foi feita em relação ao actual pendente do soco e a um ponto de referência, não especificado, foi assumido a Oeste. Em nenhuma parte da secção ou da sua restauração, o Paleozóico está, completamente, ausente. O autor desta secção palinspática assumiu que nenhuma unidade estrutural maior foi eliminada pela erosão. Ele calculou um encurtamento na ordem dos 50%, quer isto dizer, cerca de 160 km para os "Main Range". A compreensão das relações dobra / falha é de pouca importância para prognosticar a contracção orogénica, quando os dados geológicos, ou sísmicos, são disponíveis para indicar as interrupções ("Cut-off") dos blocos falhados. Ao contrário, uma perfeita compreensão das relações dobra / falha é fundamental, quando a localização do "Cut-off" é no bloco-falhado inferior. Uma estrutura anticlinal pode ser interpretada como : (i) Uma dobra induzida pela propagação de uma falha ("fault propagation fold") ; (ii) Uma dobra transportada pela propagação de uma falha ("transported fault propagation fold") ou (iii) Um simples anticlinal induzido pela rampa do bloco falhado superior ("simple ramp hanging-wall anticline"). Os principais erros resultam da confusão entre o caso (i) e os outros. No caso de uma dobra induzida pela propagação de uma falha, o deslocamento em profundidade é pequeno, enquanto que, nos outros casos, o deslocamento é desconhecido. O balanceamento linha / comprimento e a suposição de uma deformação plana são as suposições de base do balanceamento simples bidimensional de Goguel (1948) : (i) Um plano de deformação dentro de um cavalgamento, com o eixo "y" perpendicular ao plano da secção ; (ii) Um deslocamento ao longo das falhas paralelo ao plano da secção. O erro induzido pelo plano de deformação no cavalgamento é relacionado com a mudança de volume, a deformação perpendicular ao plano da secção e deformação perpendicular ao estratos.

Secção em Profundidade (sísmica).........................................................................................................................................................Depth Section

Coupe profondeur (sismique) / Sección en profundidad (sísmica) / Tiefe Abschnitt / 深度剖面 / Глубинный разрез / Sezioni in profondità (sezioni sismiche)

Linha sísmica com uma escala vertical em profundidade e não em tempo. A escala vertical pode ser exagerada ou natural (escala 1:1).

Ver: " Coeficiente de Reflexão "
&
" Linha Sísmica "
&
“ Sísmica de Reflexão ”

A versão não-migrada (autotraço) desta linha sísmica do offshore Oeste da ilha de Palawan (Filipinas), que está ilustrada na parte superior desta figura, mostra onde foi localizado, em 1975, um poço de pesquisa petrolífera. Nessa época, a grande maioria das companhias petrolíferas utilizavam ainda a teoria do anticlinal, mesmo se, muitas vezes, os altos estruturais perfurados correspondia a estrutura extensivas (de alargamento) e não compressivas (de encurtamento). Os geocientistas, dos quais muitos descobriam as linhas sísmicas pela primeira vez (que eram nessa época do domínio exclusivo dos geofísicos), não se preocupavam com os artefactos sísmicos (porque não sabiam o que era). Como a escala vertical de uma linha sísmica convencional é em tempo (linha superior), qualquer mudança lateral de velocidade, produz nos horizontes inferiores, um abaixamento debaixo de intervalo sísmico com pouca velocidade e, um levantamento debaixo de um intervalo onde as ondas sísmica viajam muito rapidamente. É muito provável, que devido a variação da espessura da lâmina de água (fundo mar), a qual, a oeste do poço de pesquiza, aumenta fortemente, o topo do intervalo rocha-reservatório tenha sido abaixado. Como os resultados do poço de pesquiza foram totalmente negativos, os geocientistas para tentar compreende-los, migraram os dados sísmicos e fizeram uma versão profundidade da linha onde o poço foi localizado, utilizando as velocidades de intervalo encontradas nas diagrafias eléctricas. O autotraço da versão migrada em profundidade, ilustrado na parte inferior desta figura, mostra que o alto estrutural do intervalo reservatório da versão não-migrada, em tempo, é um artefacto sísmico. A armadilha definida na versão tempo não é estrutural (“four way dips”), mas sim uma armadilha morfológica por justaposição. Os geocientistas da época esqueceram que : (i) O offshore das Filipinas está localizado dentro da megassutura Meso-Cenozóica, isto é, num contexto geológico, globalmente, compressivo e (ii) O aumento progressivo da lâmina de água produz-se, na versão tempo, um atraso das ondas sísmicas, o que exagera a profundidade dos reflectores.

Secção Restaurada.....................................................................................................................................................................................................Restored Section

Coupe restaurée / Sección restaurada / Restauriert Abschnitt / 恢复部分 / Палеоразрез / Sezioni bilanciata, Sezione restaurata

Secção geológica que ignora toda a deformação e erosão dos sedimentos e, que desta maneira, mostra a espessura e litologia, imediatamente, depois da sedimentação ou mais, frequentemente, depois da compactação.

Ver: " Mapa Geológico "
&
" Secção Geológica "
&
“ Secção em Profundidade (sísmica) ”

As secções geológicas balanceadas podem ser testada por reconstituições palinspáticas. O balanceamento de um corte geológico é um teste selectivo de restauração à escala natural, que isto dizer, à escala 1:1 (escala do campo). As secções geológicas podem ser feitas utilizando um computador e baseadas nos dados sísmicos, sub-superfície (diagrafias eléctricas) e superfície, como ilustrado nesta figura. O resultado pode ser baseado na geometria de deformação flexural por deslizamento ou em outros métodos. Todas as interpretações estruturais devem respeitar a lei de Goguel, isto é, elas devem ser equilibradas ou balanceadas. O volume dos sedimentos deve ser, mais ou menos, constante durante a deformação (tendo em linha de conta a redução de volume por compactação e dissolução). Uma secção geológica, na qual a presença de uma falha inversa é óbvia, foi construída utilizando os resultados das diagrafias de inclinação ("dipmeter") e das observações de campo. Durante a restauração, os sedimentos quando desdobrados devem ser colocados ao longo do plano de falha sem que espaços vazios (falta de sedimentos) ou sobreposições (sedimentos a mais) ocorram. A natureza tem horror dos espaços vazios. Uma grande maioria dos programas de balanceamento, como o utilizado neste exemplo, utilizam o método de torção ("kink software"), no qual os principais problemas são : (i) Localização do topo do bloco falhado inferior e (ii) Determinação da trajectória do plano de falha e geometria interna do bloco falhado inferior. Os dados inicias são tirados da interpretação das diagrafias de inclinação dos três poços de pesquiza e dos cortes geológicos feitos no campo. Os perfis dos poços são perpendiculares à direcção das camadas, para que as inclinações sejam reais. Utilizando as projecções das inclinações, um horizonte é construído através dos três poços e outros dados. A sua geometria é projectada, para acima e para abaixo, para construir três ou quatro horizontes que são prolongados até ao topo do bloco-falhado superior. A secção obtida pode ser facilmente modificada e restaurada até a lei de Goguel seja respeitada.

Secção em Tempo (sísmica).............................................................................................................................................................................................Time Section

Section temps (sismique) / Sección en tiempo (sísmica) / Zeitabschnitt (seismische) / 时间段(地震) / Сейсмический временной разрез / Sezione tempo (sismica)

Linha sísmica convencional, quer isto dizer, com a escala vertical em tempo e não em profundidade. A escala horizontal, nas linhas sísmicas é sempre métrica.

Ver: « Coeficiente de Reflexão »
&
« Linha Sísmica »
&
« Sísmica de Reflexão »

Neste autotraço de uma linha sísmica migrada em tempo (duplo) do offshore de Angola, a desarmonia tectónica induzida pelo escoamento lateral do sal (sismicamente o escoamento parece ter sido total), na base do intervalo salífero, é, facilmente, reconhecido. Nesta tentativa de interpretação, ela está sublinhada pelos círculos, acima e abaixo, da sutura salífera (superfície ou zona que junta estratos originalmente separados por sal alóctone ou autóctone). O intervalo salífero só se reconhece localmente, em associação com plano da falha normal, que separa dois domínios sedimentares totalmente diferentes. A evidência da desarmonia tectónica, que é aqui coincidente com a sutura salífera, é mais pronunciada na parte direita da linha sísmica (bloco inferior da falha normal), onde as relações geométricas e terminações dos reflectores são mais pronunciadas. As relações geométricas e as terminações dos reflectores permitem de reconhecer uma estrutura antiforma (estrutura em extensão com a geometria de uma antiforma) no bloco inferior da grande falha normal. É interessante notar, que próximo do ápice do antiforme se desenvolveram pequenas falhas normais com vergência oposta (não interpretadas). Estas falhas são contemporâneas da deformação (antiforma) e não estão sublinhadas por nenhum reflector sísmico. Contrariamente, a grande falha normal que está reforçada por um reflector, uma vez que o plano de falha foi injectado por sal, as pequenas falhas normais reconhecem-se unicamente pelas terminações dos reflectores. É óbvio, que em profundidade, quer isto dizer, que numa versão em profundidade desta linha, a base do intervalo salífero, que nesta versão é ondulado, será sub-horizontal. Um prisma de sal é visível na base do bloco superior da falha normal. Ele separa as duas suturas salíferas (ou cicatrizes). O plano de falha horizontaliza-se no topo do sal ou na sutura salífera. Os sedimentos subjacentes à desarmonia tectónica, induzida pela fluagem lateral do sal, estão muito pouco deformados, enquanto os sedimentos sobrejacentes estão fortemente deformados (alongados) pela tectónica salífera (com pressão tectónica) e pela halocinese (sem pressão tectónica).

Sedimentação..................................................................................................................................................................................................................................Sedimentation

Sédimentation / Sedimentación / Sedimentation / 沉降 / Седиментация (образование осадочных пород) / Sedimentazione

Deposição pela acção da gravidade das partículas sedimentares.

Ver: « Sedimento »
&
« Sistema de Deposição »
&
« Variação Relativa (do nível do mar) »

Um sedimento é uma partícula de matéria que pode ser transportada por um escoamento fluído e, que, eventualmente, é depositada na base de um corpo de água ou outro fluido. A sedimentação é a deposição pela acção da gravidade de um material em suspensão. Os sedimentos são transportados pelo vento, água e gelo. As dunas de areia num deserto e o loess são exemplos de transporte e deposição eólica. As moreias e tilo são sedimentos transportados pelo gelo. As barras de meandro e deltas são exemplos de sedimentos transportados pela água, como sugerido no esquema ilustrado nesta figura. Colapsos gravitários podem criar depósitos de talude e deslizamento, assim como os colapsos cársicos criam montões carbonatados. Cada tipo de sedimento tem diferentes velocidades de deposição, função do tamanho, volume, densidade e forma. Com o tempo, os sedimentos acumulam-se nos mares, oceanos ou lagos, o que quer isto dizer, que os depósitos sedimentares podem ser terrestre (depositados no onshore) ou marinhos (depositados no offshore). Todos os sedimentos siliciclásticos são sedimentos terrestres (originados no onshore), mas podem ser depositado em ambientes terrestres, marinhos ou lacustres (lago). Os sedimentos depositados são a fonte principal das rochas sedimentares, as quais podem conter fósseis das populações que habitam o corpo de água, os quais, depois de mortos, tombam no fundo do mar e são, em seguida, cobertos por sedimentos mais recentes. Os sedimentos do fundo dos lagos, que ainda não se transformaram em rochas sólidas, por compactação e diagénese, podem ser utilizados para determinar as condições climáticas do momento da deposição. Para que um fluído comece a transportar sedimentos, é necessário que a energia do escoamento seja superior a energia absorvida por fricção. A maneira como os sedimentos são transportados depende das características dos sedimentos e do fluido. Se um fluido, como, por exemplo, a água, se escoa, ele pode transportar partículas suspensas. A velocidade de sedimentação (ω) é a velocidade mínima que um escoamento deve ter para transportar e não depositar os sedimentos, a qual é dada pela lei de Stokes: ω= 2(ρs-ρf)gr^2 / 9μ, onde ρ é a densidade, g a aceleração, r é o raio das partículas, μ a viscosidade dinâmica do fluído, s para partícula e f para fluído.

Sedimentação de Carbonatos (princípios).........................................................................................Carbonate Sedimentation

Sedimentation carbonatée (principes) / Sedimentación de carbonatos (principios) / Carbonatsedimentation (Grundsätze) / 碳酸盐岩沉积(原则) / Карбонатонакопление (принцип) / Sedimentazione di carbonato (principi)

Três regras de base são a considerar na deposição dos carbonatos: (i) Os carbonatos são, principalmente, de origem orgânica ; (ii) Os carbonatos constroem estruturas que resistem as vagas e (iii) Os carbonatos sofrem grandes alterações diagenéticas porque os minerais originais são metaestáveis.

Ver: « Bioermas »
&
« Deposição (Carbonatos) »
&
« Variação Relativa (do nível do mar) »

A precipitação de carbonatos sob a acção das bactérias sulfato-redutoras começa com uma caída, a qual se segue uma subida do pH (medida da acidez ou da basicidade de uma solução). A precipitação do cálcio depende, em grande parte, da intensidade do processo de respiração. A maior parte dos carbonatos marinhos são segregados por organismos, animais e vegetais. No resíduo orgânico, que resta depois da dissolução dos carbonatos, certos geocientistas chamam trama à fracção que é constituída pela bactérias e substrato a fracção que provém de macro-organismos. A maior parte das rochas carbonatadas forma-se em águas quentes e são, muitas vezes, associadas a bioermas. Fairbridge (1955) propôs uma classificação para a sedimentação dos carbonatos organogénicos : (i) Na plataforma continental (entre 0 e 200 m, mas excepcionalmente até 900 m), as condições são favoráveis ao depósito de calcário sobretudo nos países quentes, entre 10° e 30°C; são as zonas com mais luz, ricas em nutrientes que são, particularmente, favoráveis à vida; na plataforma observam-se bioermas, biostromas e depósitos carbonatados clásticos (oólitos, eolianitos calcários, pelagositos depositados em um mar saturado em calcário) ; (ii) Nas regiões batiais e abissais (talude continental e fossas marinhas), sob uma lâmina de água superior a 200 metros, mas inferior a profundidade de compensação dos carbonatos (PCC), isto é, cerca de 5 490 metros, sob um clima quente, encontram-se ainda sedimentos calcários (vasas de Globigerinas, Pterópodos, Cocólitos e Rabdolitos) nas bacias abertas, que sofrem misturas de águas susceptíveis de renovar o oxigénio. Nas bacias fechadas e mal ventiladas produzem-se fermentações anaeróbicas e sulfuretos. Nas regiões frias, o microplâncton cria vasas siliciosas. As crés (carbonato de cálcio amorfo) pertencem a uma categoria intermediária, uma vez que elas são sedimentos pelágicos semelhantes às vasas de Globigerinas, mas depositadas nas partes profundas da plataforma continental.

Sedimentação Lateral.....................................................................................................................................................................Lateral Sedimentation

Sédimentation latérale / Sedimentación lateral / Seitliche Sedimentation / 横向沉降 / Латеральная седиментация / Sedimentazione laterale

Depósito de sedimentos numa superfície inclinada que migram, numa certa direcção, à medida que mais sedimentos se depositam, como a deposição no lado convexo do canal de uma corrente numa planície de meandros.

Ver: « Aporte Terrígeno »
&
« Modelo de Deposição (areia-shale) »
&
« Variação Relativa (do nível do mar) »

Este detalhe de um autotraço de uma linha sísmica do offshore dos EUA, ilustra, perfeitamente, a sedimentação lateral numa barra de meandro de planície aluvial. Este tipo de sedimentação existe, também, nos meandros de vale (meandros encaixados), mas é muito mais marcada nos meandros de planície aluvial. Este detalhe, que não requer nenhum tipo de interpretação, corrobora o modelo de barra de meandro proposto por Galloway e Hobday (1983), no qual um rio meandriforme representa um equilíbrio entre entre os efeitos de fricção e inércia do escoamento e a tendência natural que um escoamento tem de seguir sempre o trajecto mais curto e de maior declive. Nas áreas pouco ricas em sedimentos, os rios têm tendência a formar canais, nos quais o escoamento mais rápido se localiza na parte central como que se o canal fosse rectilíneo. Quando o canal é curvo, como acontece quase sempre, a inércia empurra a zona de escoamento mais rápido contra o banco côncavo, o qual é erodido e forma um banco de erosão. O banco de erosão é, facilmente, reconhecido neste autotraço, não só porque ele se opõem a barra de meandro, mas também pelos biséis de truncatura que o caracterizam. No banco convexo do meandro, como o escoamento da água é fraco (água frouxa), uma parte dos sedimentos transportados deposita-se, lateralmente, formando a barra de meandro. A erosão no banco côncavo e a deposição no banco convexo obriga o leito do rio (canal) a migrar em direcção do banco côncavo até que se forme um atalho de meandro, quer isto dizer, uma passagem directa da corrente entre dois bancos côncavos não consecutivos o que isola a barra de meandro entre os dois bancos côncavos e forma um lago de meandro na parte central do canal abandonado. Como se pode ver neste autotraço, as relações geométricas entre os diferentes tampões argilosos que fossilizam o canal, traduzem a história do abandono do leito principal do rio, o qual, neste caso particular, se fez em fases sucessivas e não de uma só vez, visto que, pelo menos, cinco tampões argilosos se podem pôr em evidência.

Sedimentação Repetitiva...............................................................................................................................................Repetitive Sedimentation

Sedimentation répétitive / Sedimentación repetitiva / Repetitiven Sedimentation / 沉淀重复 / Повторная седиментация / Sedimentazione ripetitivo

Quando as mudanças do clima ou as mudanças relativas do nível do mar produzem uma acumulação vertical cíclica de sucessões sedimentares, mais ou menos, típicas. Estas sucessões verticais podem ser ou não, regularmente, recorrentes (periódicas).

Ver: « Aporte Terrígeno »
&
« Modelo de Deposição (areia-argila) »
&
« Variação Relativa (do nível do mar) »

O exemplo típico de sedimentação repetitiva é um edifício deltaico, o qual não se deve confundir com um delta, como ilustrado nesta figura. A espessura média de um delta é de cerca de 30-40 metros, enquanto que a espessura de um edifício deltaico, que não é outra coisa que a sobreposição de um certo número de deltas, pode atingir vários quilómetros de espessura, como o edifício deltaico do Niger ou do Amazonas. Geralmente, um delta é constituído, por três tipos de camadas : (i) Superiores, que têm geometria sub-horizontal ; (ii) Frontais, que têm uma geometria inclinada para o mar e (iii) Inferiores, que, quando presentes (existem deltas sem só com camadas superiores e inclinadas ou frontais), têm uma geometria sub-horizontal. Globalmente um delta tem uma geometria progradante. Uma sobreposição de deltas faz-se, de preferência, durante os episódios regressivos, o que quer dizer, que se, inicialmente, a linha da costa (mais ou menos o limite entre as camadas superiores e frontais dum delta) está localizada a montante do rebordo da bacia (quando a bacia tem uma plataforma continental), pouco a pouco, os taludes deltaicos ou as camadas inferiores, quando elas existem, fossilizam a plataforma continental. Durante, este período, os taludes deltaicos estão localizados a montante do talude continental, o que quer dizer, que existe um pequena plataforma sob uma lâmina de água que, normalmente, é inferior à resolução sísmica. Como nas linhas sísmicas, as ingressões transgressivas não se podem pôr em evidência, a plataforma continental é inexistente, e o rebordo da bacia é o limite entre as camadas superiores e frontais do delta, uma vez que a bacia, sismicamente, não tem plataforma continental. Nesta figura, sismicamente, a bacia não tem plataforma continental e, nessas condições, o rebordo da bacia corresponde, quase sempre, à linha da costa que marca o rebordo continental. É importante não confundir o talude continental, que pode atingir vários quilómetros de altura, com o talude de um delta, cuja altura raramente ultrapassa 50 metros.

Sedimentação Vertical..................................................................................................................................................................Vertical Sedimentation

Sédimentation verticale / Sedimentación vertical / Vertikale Sedimentation / 垂直沉降 / Вертикальная седиментация / Sedimentazione verticale

Acumulação vertical sobre uma superfície de deposição, de dimensões significativas, resultante de uma sobreposição de sedimentos de proveniência vertical e não como numa agradação, onde os sedimentos transportados pela corrente vêm de montante.

Ver: « Aporte Terrígeno »
&
« Modelo de Deposição (areia-shale) »
&
« Variação Relativa (do nível do mar) »

Nesta figura estão ilustrados dois tipos de sedimentação completamente diferentes: (i) Uma sedimentação, quase instantânea (em termos geológicos) de partículas transportadas por correntes de turbidez (ou turbidíticas) e (ii) Uma sedimentação muito mais longa (alguns centímetro durante várias centenas ou milhares de anos) de partículas que tombam, verticalmente, para o fundo do mar. O primeiro tipo de sedimentação é representado pelos intervalos inferiores de uma camada turbidítica, enquanto que o segundo é representado por um intervalo pelágico, que fossiliza a camada turbidítica, embora certos geocientistas o considerem como fazendo parte da camada turbidítica, o que para nós não tem muito sentido. Bouma considera numa camada turbidítica completa cinco intervalos. De baixo para cima, Bouma distingue : (A) Um intervalo maciço ou granodecrescente para cima ; (B) Um intervalo com laminações arenosas paralelas ; (C) Um intervalo com laminações onduladas ou convolutas ; (D) Um intervalo com finas laminações paralelas de silto e lama, e finalmente (E) Um intervalo constituído por lama hemipelágico, na base do qual, se pode encontrar um pouco de lama proveniente da corrente turbidítica. Independentemente do facto do intervalo pelágico (E) ser considerado, ou não, como fazendo parte da camada turbidítica (A, B, C, D), pelo menos duas coisas diferenciam o intervalo (E) dos outros intervalos: (1) A taxa de sedimentação é, extremamente lenta ; os intervalos A, B, C, D, depositam-se, em geral, em algumas horas, enquanto que o intervalo pelágico pode demorar milhares de anos a depositar-se ; (2) A sedimentação é vertical, isto é, as partículas sedimentares que o formam tombam, lentamente, através da lâmina de água, o que contrasta, fortemente, com a deposição das partículas dos intervalos A, B, C, e D que se faz por perda de competência, isto é, por desaceleração, do escoamento turbidítico. A granulometria e fauna são critérios de diferenciação. As partículas do intervalo pelágico são mais finas e fauna é mais significativa, uma vez que a fauna dos intervalos A, B, C e D é transportada.

Sedimento.................................................................................................................................................................................................................................................................Sediment

Sédiment / Sedimento / Sediment / 沉淀 / Осадок / Sedimento

Material (areia, cascalho, lama, etc.) que é transportado pelo vento, água, gelo e depositado pela gravidade ou que é precipitado de uma solução, ou de um depósito de origem orgânica.

Ver: « Aporte Terrígeno »
&
« Ciclo das Rochas »
&
« Erosão »

Nesta fotografia, os sedimentos transportados pelo rio Betsiboka (Madagascar) são os responsáveis pela coloração da água do rio (bem visível na desembocadura), a qual contrasta com a do mar. Um sedimento é qualquer partícula de matéria, que pode ser transportada por um escoamento fluído (água, vento, gelo) e que, eventualmente, é depositada. O tamanho de um sedimento é muito variável (< 1 μm numa lama e > 256 mm num conglomerado). O transporte de um sedimento depende da energia do escoamento e do seu tamanho, volume, densidade e força. Os escoamentos energéticos levantam e transportam os sedimentos finos, enquanto que os sedimentos de maiores dimensões e mais densos tombam para o fundo onde se depositam. Esta relação é dada pelo número de Rouse, R= ωs /κ u* (onde ωs é a velocidade de caída, κ a constante de Von Kármán e u* a velocidade de cisalhamento), isto é a relação entre a velocidade de queda e ascendente de um sedimento. No leito de um rio, os sedimentos podem formar estruturas SOC ("Shelf Organized Critically"), como riples, dunas e antidunas. Os principais ambientes de deposição fluvial são: (i) Deltas (entre fluvial e marinho) ; (ii) Barras de Meandro ; (iii) Leques ou Cones aluviais; (iv) Rios Entrelaçados; (v) Lagos de Meandros Abandonados ; (vi) Diques Marginais Naturais e (vii) Quedas de Água. Os sedimentos podem também ser transportados pelo vento e depositados formando dunas e loess (do suíço alemão "lösch"). Quando transportados pelo gelo e, em particular, pelos glaciares os sedimentos depositam-se, mais tarde, sob a forma de moreias. Embora, em geral, um sedimento seja constituído por material terrestre, quer isto dizer, que se originou no onshore, ele pode ser transportado quer para ambientes sedimentares terrestres, lacustres ou marinhos. O material terrestre é fornecido pelos rios ou pela remobilização de sedimentos marinhos. Nos oceanos, longe da linha da costa, os organismos são os principais responsáveis da sedimentação, uma vez que quando mortos as suas conchas ou esqueletos tombam para o fundo do mar (sedimentação vertical) e formam acumulações importantes.

Sedimento Pelágico................................................................................................................................................................................................Pelagic Sediment

Sédiment pélagique / Sedimento pelágico / Pelagische Sediment / 深海沉积物 / Пелагические осадки / Sedimenti pelagici

Sedimento de água profunda constituído por detritos muito finos que se decantam, lentamente, a partir do nível do mar. Os sedimentos profundos podem ser divididos em três categorias: (i) Terrígenos ; (ii) Pelágicos ;(iii) Autigénicos. Os sedimentos pelágicos mais frequentes são: argila, biovasa de foraminíferos, biovasa sílica, etc.

Ver: « Argila »
&
« Biovasa »
&
« Pelágico (organismo) »

Os sedimentos pelágicos são sedimentos biogénicos que contêm pelo menos 30% de restos de esqueletos de organismos marinhos e que formam cerca de 60% do fundo dos oceanos, sobretudo longe da linha da costa, onde a presença de sedimentos terrígenos é muito fraca, quase inexistente, como é o caso ilustrado nesta linha sísmica do offshore sul da ilha de Lombok (Indonésia). Os minerais argilosos constituem a maior parte dos componentes não-biogénicos dos sedimentos pelágicos. Enquanto que uma grande variedade de animais e plantas contribuem à matéria orgânica, que se acumula nos sedimentos marinhos, poucos organismos contribuem de maneira significativa à produção se sedimentos profundos biogénicos, que são quer as biovasas calcárias quer as siliciosas. As taxas de distribuição e acumulação das biovasas nos sedimentos oceânicos dependem, principalmente, de três factores: (i) Taxa de produção das partículas biogénicas na superfície das águas oceânicas ; (ii) Taxa de dissolução dessas partículas na coluna água e depois de alcançarem o fundo do oceano e (iii) Taxa de diluição dos sedimentos terrígenos. A abundância e distribuição dos organismos, que produzem os sedimentos biogénicos, dependem dos factores ambientais como a quantidade de nutrientes e temperatura das águas oceânicas nas quais esses organismos vive. A taxa de dissolução é dependente da composição química das águas oceânicas, através das quais os restos dos esqueletos decantam, das águas do fundo do mar e águas intersticiais em contacto com as quais os sedimentos se acumulam e são enterrados. A composição química das águas profundas, é, por sua vez, influenciada pela taxa de aporte dos esqueletos e da matéria orgânica das águas de superfície. Por outro lado, a composição química das águas profundas é também, altamente, dependente da taxa de circulação e do tempo que elas levam a se enriquecer em CO_2 e outros subprodutos de actividade biótica.

Sedimento Terrígeno........................................................................................................................................................................Terrigeneous Sediment

Sédiment terrigène / Sedimento terrígeno / Terrigen sediment / 陆源沉积物 / Терригенные осадки / Sedimenti terrigeni

Sedimento de origem continental (praticamente quase todos os sedimentos clásticos).

Ver: « Sedimento »
&
« Deposição (clástico) »
&
« Deposição (carbonatos) »

Em geologia, os sedimentos terrígenos são derivados da erosão das rochas em terra, ou seja, formados em ambientes terrestres. Cerca de 75% dos sedimentos são terrígenos. Os principais sedimentos terrígenos são areia, lama, lodo, etc, que são levados pelos rios para o mar onde se depositam. A composição dos sedimentos terrígenos é relacionada às rochas que os criaram. A origem dos sedimentos terrígenos são muito variadas, como vulcões, a rochas meteorizadas (granitos e gnaisses), poeira, glaciares, icebergues, etc. A deposição dos sedimentos terrígenos faz-se, principalmente, na plataforma continental. Muitos dos sedimentos terrígenos que chegam à plataforma continental são, frequentemente, depositados em canhões submarinos que se desenvolvem no talude continental e em cones submarinos na planície abissal. As correntes de turbidez (ou correntes turbidíticas) transportam os sedimentos terrígenos para as partes profundas das bacias sedimentares onde eles se depositam os sedimentos quer sob a forma de cones submarinos da bacia, quer do talude (preenchimento de canais, depressões e diques marginais naturais). Este tipo de correntes forma-se, sobretudo, durante as descidas relativas do nível do mar significativas, isto é, descidas que puseram o nível do mar debaixo do rebordo da bacia. Este tipo de descida relativa do nível do mar, exuma a plataforma continental (quando a bacia tem uma plataforma) e/ou a parte superior do talude continental, o que, evidentemente, aumenta o acarreio sedimentar. Os depósitos turbidíticos (cones submarinos) são os únicos sistemas de deposição que se depositam durante as descidas relativas do nível do mar. Todos os outros sistemas (depositados a montante do rebordo continental) requerem uma aumento da acomodação, isto é, um aumento do espaço disponível para os sedimentos, o qual é induzido por uma combinação da eustasia e da tectónica (subsidência ou levantamento). Em condições geológicas de alto nível, quer isto dizer, que quando o nível do mar está mais alto do que o rebordo da bacia (não confunda rebordo da bacia e rebordo continental, embora em certos casos eles possam ser coincidentes), o acarreio sedimentar proveniente de rios importantes pode induzir correntes turbidíticas e o subsequente depósito de cones submarinos na parte profunda da bacia.

Segunda Lei da Termodinâmica....................................................................................................2sd Law of Thermodynamics

Sconde loi de la thermodynamique / Segunda ley de la termodinámica / Zweiten Hauptsatz der Thermodynamik / 热力学第二定律 / Второй закон термодинамики / Seconda Legge della Termodinamica

A entropia de um sistema isolado pode apenas aumentar. Como a entropia de um sistema é cada vez maior, a possibilidade do sistema efectuar um trabalho útil diminui. O Universo é um sistema isolado e, por isso, a possibilidade de suportar a vida diminui, inevitavelmente, com o tempo (centans de milhões ou mesmo dezenas de biliões de anos).

Ver « Universo Primitivo »
&
« Vida »
&
« Entropia »

A segunda lei da termodinâmica ou segundo princípio da termodinâmica diz que a quantidade de entropia de qualquer sistema isolado, termodinamicamente, tende a aumentar com o tempo, até alcançar um valor máximo. Quando uma parte de um sistema fechado interage com outra parte, a energia tende a dividir-se por igual, até que o sistema alcance um equilíbrio térmico. Enquanto que a primeira lei da termodinâmica (conservação da energia que diz estabelece a equivalência entre trabalho e calor: a energia total transferida para um sistema é igual à variação da sua energia interna) estabelece a conservação de energia em qualquer transformação, a segunda lei estabelece condições para que as transformações termodinâmicas possam ocorrer. Graficamente, a segunda lei da termodinâmica pode expressar-se imaginando uma caldeira de um barco a vapor, a qual não poderia produzir trabalho se não fosse o vapor que ela contém a uma temperatura e pressão muito elevadas comparadas com o meio ambiente que a rodeia. Uma outra maneira de ver esta lei é pela observação da sua relevância. A primeira lei é, na realidade, um princípio de contabilidade de energia: as parcelas de energia devem ser somadas, o que quer dizer, que a primeira lei da termodinâmica trata das quantidades de energia. A segunda lei, ao dizer que energia cinética (por exemplo) pode ser, integralmente, transformada em energia térmica (calor) mas não ao contrário, indica uma qualidade para a energia. Por exemplo, imagine que um automóvel se desloca a 50 km/h e que, subitamente, o condutor trava a fundo. Toda a sua energia cinética (movimento do carro) é transformada em energia interna nos discos dos travões e outras fontes de atrito, como os pneus, por exemplo, que se aquecerão. Finalmente, uma certa quantidade de calor será transferida para o meio ambiente. Se essa quantidade de calor for cedida ao automóvel (ou aos travões), ele não sairá do lugar.

Sequência de Deposição...........................................................................................................................................................Depositional Sequence

Séquence de dépôt / Secuencia de depositación / Ablagerungsbedingungen Sequenz / 沉积层序 / Осадочная секвенция / Sequenza deposizionale

Unidade estratigráfica composta por uma sucessão conforme de estratos, geneticamente, relacionados e limitada por duas discordâncias ou pelas conformidades que lhes são correlacionadas em de água profunda. Um sequência de deposição é sinónimo de ciclo-sequência (ciclo estratigráfico). Cada ciclo-sequência ou sequência de deposição, é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem e é composto por uma sucessão vertical e lateral de diferentes cortejos sedimentares. Um ciclo-sequência ou sequência de deposição deposita-se entre dois pontos de inflexão da curva das variações relativas do nível do mar (eustasia mais tectónica).

Ver: « Ciclo-sequência »
&
« Cortejo Sedimentar »
&
« Discordância »

Neste modelo de deposição para intervalos siliciclásticos (areia-argila) de P. Vail (ligeiramente modificado), está representado um ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência (induzido por um ciclo eustático de 3a ordem com um tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My) e os cortejos sedimentares que formam. O tempo geológico entre duas linhas cronostratigráficas consecutivas é, mais ou menos, 100 ky. Este tempo corresponde ao tempo de duração de cada paraciclo eustático, que compõem o ciclo eustático) e não ao tempo real de deposição de cada paraciclo-sequência (ou parasequência) que é muito mais pequeno. Um ciclo-sequência é limitado por duas discordâncias, induzidas por duas descidas relativas do nível do mar (eustasia mais tectónica) significativas, que puseram o nível relativo do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (discordâncias do tipo I), isto é, por duas superfícies de erosão. De baixo para cima reconhecem-se os seguintes cortejos sedimentares: (i) Cortejo de Nível baixo (CNB), o qual é constituído por cones submarinos da bacia (CSB) e, eventualmente, contornitos associados, cones submarinos de talude (CST) e o prisma de nível baixo (PNB), com o qual estão associados os vales cavados preenchidos (Vcp) ; (ii) O cortejo transgressivo (CT) e (iii) Cortejo de Nível Alto (CNA) que é constituído pelo prisma de prisma de nível alto (PNA), com o qual, por vezes, se associa um cortejo de bordadura da bacia (CBB). O cortejo de bordadura da bacia forma-se quando durante o prisma de nível alto ocorre uma descida relativa do nível do mar que não é, suficientemente, importante para pôr o nível do mar debaixo do rebordo da bacia e cria, assim, uma discordância do tipo II.

Sequência de Sloss..........................................................................................................................................................................................................Sloss' Sequence

Séquence de Sloss / Secuencia de Sloss / Sequenz von Sloss / 对斯洛斯序列 / Последовательность Слосса / Sequenza di Sloss

Um dos ciclos estratigráficos considerados como unidades sedimentares correlacionáveis e limitadas por discordâncias interregionais, i.e., por discordâncias reconhecíveis se não globalmente, pelo menos, à escala de um continente. Nas principais bacias cratónicas dos EUA, Sloss, em 1963, reconheceu seis destes ciclos estratigráficos, que ele chamou “sequências cratónicas”.

Ver: « Ciclo Sequência »
&
« Cortejo Sedimentar »
&
« Discordance »

Em 1963, Sloss, da Universidade do Noroeste (EUA), propôs um novo paradigma na estratigrafia. Pela primeira vez, na análise estratigráfica, ele reconheceu a importância, a grande escala, dos intervalos sedimentares limitados por discordâncias, que ele chamou sequências-cratónicas. Foi Sloss que iniciou os trabalhos de base do que hoje se chama a estratigrafia sequencial e foi ele que disse que cada sequência-cratónica é caracterizada uma tectónica interna e uma petrologia idiossincrática (diferente da usual, diferente daquela que geralmente é feita). É por isso que um geocientista, com experiência em estratigrafia, pode olhar para um afloramento e dizer, por exemplo, isto é do Câmbrico ou isto é, provavelmente, do Cretácico, sem o auxilio quer de fósseis quer de um espectrógrafo de massa (instrumento para estudar os diferentes espectros luminosos, especialmente a disposição das riscas que eles apresentam, com chapa fotográfica). Nesta figura estão representadas as sequências-cratónicas (ou sequências de Sloss) da América do Norte, as quais estão separadas por discordâncias (superfície de erosão induzidas por descidas relativas do nível do mar significativas). Nas zonas coloridas em castanho claro, os sedimentos foram erodidos ou não se depositaram, o que quer dizer, que elas representam um hiato, mais ou menos, importante. Nas bacias cratónicas e margens continentais divergentes, os registos sedimentares que são, principalmente, constituídos por episódios transgressivos e regressivos, são limitados por discordâncias. Algumas discordâncias são pouco importantes, mas outras representam períodos de tempo muito grandes e podem reconhecer-se sobre grandes distâncias. As sequências de Sloss compreendem intervalos sedimentares que podem englobar vários sistemas geológicos, como ilustrado acima (na América do Norte, o Ordovícico Inferior, por exemplo, é a culminação do grande episódio transgressivo Câmbrico que Sloss chamou "sequência de Sauk").

Serac.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................Serac

Sérac / Serac / Sérac (Gletschererscheinung) / 冰塔(冰) / Серак / Seracco

Bloco, ou coluna de gelo, formado pela intersecção das fendas de um glaciar em associação com a fusão, evaporação directa ou sublimação e a erosão do glaciar pelo vento. Os seracs que alguns geocientistas chamam penitentes formam-se de preferência nas zonas onde o escoamento do glaciar é mais rápido ou na frente de um glaciar suspenso.

Ver: « Glaciar »
&
« Glaciofracturação »
&
« Moreia »

Os "séracs" podem atingir grandes dimensões e mesmo quando pequenos são muito perigosos para os alpinistas na medida em que eles colapsam, facilmente, e sem pré-aviso. Foi o colapso de um grande serac, que em Agosto de 2008, matou quase duas dezenas de alpinistas no K2 (o segundo mais alto pico do mundo, depois do Evereste, 8 611 metros). Os seracs quando estabilizados por um tempo muito frio e persistente, opõem-se ao escoamento do glaciar. O termo serac foi utilizado pela primeira vez, em 1787, pelo cientista suíço Horace Benédict de Saussure devido a semelhança que os séracs têm com o queijo Schabziger (leito coalhado) que é, exclusivamente, feito no Cantão de Glaris, na Suíça e que os suíços franceses chamam "sérac". O gelo torna-se frágil, quer à superfície, para se fissurar, quer no seu interior massa. As fissuras, que não ultrapassam mais de 50 metros, formam-se sobretudo onde o escoamento do glaciar acelera. É a intersecção destas fissuras que dá o aspecto de leite coalhado. O escoamento do gelo subdivide-se em movimentos diferenciados independentes uns em relação aos outros e separados por planos de cisalhamento (bem visíveis nesta figura). Estas diferenças de escoamento resumem-se na coexistência de um escoamento contínuo e de um movimento de blocos rígidos. Em profundidade, o escoamento em blocos rígidos não é marcado por fissuras. As áreas, mais ou menos, contínuas que avançam com velocidades diferentes, são separados por planos de cavalgamento. São, provavelmente, este movimentos do gelo que produzem a mistura dos materiais transportados e que, provavelmente, trazem à superfície os blocos arrancados do leito do glaciar. Certos geocientistas dizem que o movimento do gelo se efectua de uma maneira ainda mal conhecida. Não se sabe muito bem se o gelo reage de maneira viscosa (que não conserva a sua forma quando os esforços que lha deram desaparecem) ou plástica (conserva a sua forma quando os esforços que o deformaram desaparecem).

Série (geológica).........................................................................................................................................................................................................................................................................Serie

Série (géologique) / Série (geológica) / Serie (geologische) / 系列(地质) / Свита, толща (геологические) / Serie (geologici)

Unidade estratigráfica tempo composta de todas as rochas que representam uma época geológica.

Ver: « Datação Radiométrica »
&
« Escala do Tempo (geológico) »
&
« Tempo Geológico »

Nesta escala geológica, a última coluna (Tempo %) representa a idade, em percentagem, de cada de Período em relação à idade total da Terra (100%). Os 3,7% do período Cretácico querem dizer que o tempo decorrido entre o início do Cretácico e hoje representa 3,7% do tempo total da história da Terra desde o início do Arqueozóico ou Pré-câmbrico (Planckiano, Gamowiano e Criptozóico). As rochas que compõem o Cretácico, isto é o sistema Cretácico, repartem-se em três séries : (i) Neocomiano ; (ii) Gálico et (iii) Senoniano. Estas séries (rochas) estão associadas com as três épocas (tempo) que são o Neocomiano, Gálico e Senoniano. O tempo de duração da época Neocomiano não corresponde, de maneira nenhuma, ao tempo de deposição das rochas da série Neocomiano. O tempo real de deposição das rochas do Neocomiano é muito inferior ao tempo da época Neocomiano. Os períodos de hiato, quer isto dizer, os períodos em que nada se passa são, largamente, superiores aos períodos de deposição. A série Neocomiano foi introduzida por J. Thurman (1835) quando ele estudou os afloramentos da região de Neuchâtel (Neocomum), na Suíça. Na região tipo, as rochas foram dividas em dois andares: (a) Valanginiano, formado pelas rochas que afloram ao longo da garganta do rio Seyon, perto da vila de Valangin e (b) Hauteriviano, formado pelas rochas que afloram entre as vilas de St. Blaise e Hauterive. Mais tarde, Coquand (1876) considerou ainda um outro andar chamado Infravalanginiano ou Berrisiano. Foi durante o Neocomiano que o Supercontinente Pangéia se alongou com a formação de bacia do tipo-rifte e que se fracturou em diferentes continentes que ocupam actualmente um posição completamente diferente. Foi no Neocomiano que apareceram as primeiras plantas com flores. Durante o Neocomiano, as angiospérmicas não eram provavelmente muito importantes. Contudo, elas começaram a fazer parte da flora e tornaram-se dominantes no fim do Cretácico. O desenvolvimento das flores conduziu imediatamente a sua coevolução com insectos. Assim, os geocientistas começaram a ver polinizadores especializados evoluir de diversos clados (grupo de organismos originados de um único ancestral comum) de insectos. O Neocomiano foi também a época em que os mamíferos evoluíram em clados placentários e marsupiais.

Séssil (organismo)....................................................................................................................................................................................................................................................................Sessil

Sessile (benthonique) / Séssil (bentónicos) / Traubeneiche (benthische) / (底栖) / Бесчерешковый (придонный) / Sessili (bentonici)

Organismo que não é capaz de se deslocar (zoologia). Em limnologia, séssil refere-se a organismos ancorados no ambiente bentônico, enquanto que na botânica, o mesmo termo é utilizado para designar as plantas nas quais as flores ou as folhas crescem, directamente, a partir do caule ou do pedúnculo.

Ver: « Limnologia »
&
« Bentos »
&
« Eutrófico (lago) »

Em zoologia, sessilidade é uma característica de animais que não são capazes de se mover. Eles são, normalmente, ligados de maneira permanente a um substrato sólido de qualquer tipo, quer ele seja uma rocha, o casco de um navio como é o caso cracas que também se fixam nas baleias. Os corais estabelecem seu substrato próprio. Os animais sésseis, geralmente, têm uma fase do seu desenvolvimento em que são móveis. As esponjas são móveis durante a sua fase larval, mas tornam sésseis quando adultas. Muitas medusas desenvolvem como pólipos sésseis no início de seu ciclo de vida. Muitos animais sésseis, como as esponjas, corais e hidras, etc., são capazes de reprodução assexual "in situ" por brotamento (tipo de reprodução onde surgem brotos que crescem ligados ao organismo inicial e que podem, ou não, se desprender em certa época da vida ; diversas algas e plantas, certos fungos e alguns animais invertebrados podem se reproduzir por brotamento). A gemulação ou gemiparidade é um comportamento em um animal, geralmente sésseis, em que os indivíduos de um determinado grupo de espécies próximas umas às outras para fins benéficos, e pode ser visto nos recifes de coral. A gemulação é um processo de reprodução assexuada (tipo de reprodução que ocorre sem a intervenção de gâmetas. Os novos seres são clones (conjunto de indivíduos que deram origem a outros por reprodução assexuada) do progenitor, no qual ocorre a formação de uma dilatação denominada gema (ou gomo) formada por mitoses na superfície externa do organismo progenitor, podendo separar-se e dar origem a um novo indivíduo. Este processo ocorre em seres unicelulares, como as bactérias e as leveduras, e em seres pluricelulares como a esponja, a medusa e a hidra. Também pode ocorrer em plantas superiores, como as angiospérmicas (são plantas espermatófitas cujas sementes são protegidas por uma estrutura denominada fruto).

Sial...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................Sial

Sial / Sial / Sial / SIAL (地球的层) /Сиаль (верхний слой земной коры) / Sial

Termo geral dado às rochas que formam as massas continentais, as quais são, basicamente, constituídas por sílica e alumínio.

Ver: « Ponto Quente »
&
« Sima »
&
« Subducção do Tipo-B (Benioff) »

Sial ou SiAl é o nome dado a camada superior da crusta terrestre, que é conhecida também como crusta continental devido à ausência de bacias oceânicas significativas. Este nome foi tirado das duas primeiras letras de sílica e alumínio. O sial é formado por rochas ricas em minerais constituídos à base de sílica e alumínio. Quando o sial aflora, ele é, basicamente, granítico e, é por isso, que alguns geocientistas designam o sial como a camada granítica da crusta terrestre. A grande maioria dos geocientistas denomina as rochas que formam o sial como rochas félsicas. Nas placas litosféricas continentais, a base do sial varia entre 5 e 70 km de profundidade. O sial "flutua" sobre o sima, as montanhas estendem-se para baixo (por diferença de densidade), como um icebergue no mar, o que explica a grande variação em profundidade do limite sial-sima (isostasia). Da mesma maneira, que para o sial, o nome sima, que corresponde ao conjunto do nível inferior da crusta terrestre e do manto, foi tirado das duas primeiras letras de sílica e magnésio. O sima aflora, por vezes, no fundo das bacias oceânicas. O sial tem uma densidade entre 2700 e 2800 kg/m3, a qual é inferior a densidade do sima. Na base do sial, as rochas passam, progressivamente, aos basaltos que formam o sima. A linha que separa o sial do sima é a descontinuidade de Conrad, a qual é, arbitrariamente, colocada quando a densidade média atinge 2800 kg/m3. Na parte superior, a densidade média do sima varia entre 2800 e 3300 kg/m3 e entre 3300 e 5600 kg/m3 na parte média inferior. O sima estende até 2900 km de profundidade até ao limite superior do núcleo da Terra, o qual se chama Nife, uma vez que o níquel e o ferro são os seus componentes principais. Sob o ponto de vista da composição química, a Terra divide em três camadas: (i) Sial, camada superficial, pouco densa e frágil, composta, principalmente, por sílica e alumínio ; (ii) Sima, camada intermediária, com uma espessura de cerca de 2850 km, dúctil, densa, composta principalmente por sílica e magnésio e (iii) Nife, camada inferior e, mais ou menos equivalente, ao núcleo da Terra.

Siltito..................................................................................................................................................................................................................................................................................................Siltite

Siltite / Limolita / Schluffstein / 粉砂岩 / Алеврит / Siltite

Rocha sedimentar consolidada e constituída por silte, quer isto dizer, formada a partir de partículas detríticas com dimensões compreendidas entre 3,9 e 62,5 microns.

Ver: « Silte »
&
« Arenito »
&
« Compactação »

Antes da construção da barragem hidroeléctrica de Assouan sobre o Nilo, que foi construída, em 1970, sete quilómetros a montante da cidade de Assouan, no Alto Egipto e que é descrita como uma das maiores barragens do mundo (capacidade de 169 biliões de metros cúbicos de água), o silte depositado durante as cheias anuais do rio Nilo, criava o solo rico (siltito) e fértil que sustentou a antiga civilização egípcia. Depois da construção da barragem, as inundações deixaram de existir e, subsequentemente, o depósito dos siltitos. Sem esta barragem, todos os verões, o Nilo inundava as planícies férteis do vale, devido ao afluxo das águas vindas da África Oriental. Estas inundações traziam nutrientes e minerais (silte), que tornavam o solo (siltito) do vale do Nilo muito fértil e propício à agricultura. Contudo o aumento da população no vale tornou necessário o controle da água a para proteger as instalações agrícolas e as fazendas de algodão. Nos anos de grandes enchentes muitas das culturas eram destruídas, enquanto que nos anos de fracas inundações, a população passava fome devido à seca. Os objectivos da barragem eram o controlo das enchentes, gerar electricidade para o país e constituem um reservatório de água para a agricultura. Contudo parece que duas coisas pelo menos não foram tomadas em linha de conta: (i) O assoreamento ou siltação da barragem e (ii) A necessidade de uma utilização maciça de fertilizantes químicos para substituir os férteis siltitos que se depositavam durante as enchentes. Da mesma maneira, os siltitos depositados pelo rio Mississípi, durante o século XX, diminuíram de maneira significativa devido a um sistema de diques, construídos a montante, o que provocou o desaparecimento das zonas húmidas e das ilhas barreira de protecção na região do delta nos arredores de Nova Orleães. Isto sugere, mais uma vez que os grandes desastres como o associado com o furacão Catarina, na região de Nova Orleães, onde as águas do Lago Pontchartrain inundaram mais de 80% da cidade e cerca de 200 mil casas ficaram debaixo de água, são, em grande parte, induzidos por uma falta de compreensão dos problemas geológicos pela maioria dos nosso homens políticos.

Silúrico....................................................................................................................................................................................................................................................................................Silurian

Silurien / Silúrico / Silur / 志留纪 / Силурийский период / Siluriano

Período geológico entre o Devónico e Ordovícico. O Silúrico durou cerca de 30 My entre 438 e 408 Ma. Como acontece com quase todos os outros períodos geológicos, as rochas que caracterizam o início e o fim do Silúrico são bem conhecidas, mas as suas datações variam de ± 5-10 Ma. O início do Silúrico corresponde a uma grande extinção na qual cerca de 60% das espécies marinhas desapareceram.

Ver: « Paleozóico »
&
« Tempo Geológico »
&
« Escala do Tempo (geológico) »

O limite entre o Ordovícico e Silúrico corresponde a uma grande extinção. A complexidade desta extinção sugere a ocorrência de vários fase catastróficas próximas umas das outras. Cerca de 100 famílias marinhas desaparecem, o que corresponde, mais ou menos, a 50% dos géneros (entre família e espécies). Os braquiópodes e briozoários foram extreminados, assim como muitas das famílias de trilobites, conodontes e graptolites. A explicação, mais provável, desta extinção foi o início, no Ashgiliano (488-438 Ma), de uma longa época glaciar, talvez a mais severa do Fanerozóico. As condições climáticas favoráveis ao efeito de estufa, que predominaram durante quase todo Ordovícico, foram substituídas por condições glaciares. Um tal mudança provocou uma descida importante do teor de CO2 na atmosfera, o que, selectivamente, afectou os organismos marinhos das água pouco profundas. Por outro lado, como o supercontinente Gondwana derivava sobre o pólo sul, ele foi coberto por calotes glaciares. A alternância de períodos glaciares e interglaciares produziu repetidas e importantes variações do nível o mar, o que eliminou muitas dos nichos ecológicos. Durante o Silúrico, o clima caracterizou-se por um aquecimento global e o retorno das temperaturas moderadas, o que terminou o período glaciar do Ordovícico. Como ilustrado nesta figura, a América do Norte permaneceu próximo do equador, mas começou a juntar-se com a Báltica e o Este da Sibéria. O Gondwana continuou a ser o mais importante continente do hemisfério sul, mas não há nenhuma evidência de glaciação durante o Silúrico. A colisão entre a Báltica e América do Norte criou uma cadeia de montanhas (orogenia Caledónica), o que, evidentemente, provocou o fecho do Mar Iapetus (mar entre a América do Norte e a Báltica). Entre a Báltica e o Gondwana começou a formar-se um novo oceano, que mais tarde deu origem ao Mar Tétis. Neste esquema a localização do mar de Réico entre o sul da América do Norte e o Gondwana.

 


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Ultima actualização : Febreiro, 2016
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