Teste da Chama....................................................................................................................................................................................................................................Flame Test
Teste de la flamme / Teste de llama / Prüfflammen / 试验火焰 / Испытания на воспламеняемость / Test di fiamme
Identificação da presença de metais pela cor das chamas que eles produzem.
Ver: « Espectroscopia »
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« Teoria de Kirchhoff-Bunsen »
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« Átomo »
O teste da chama é um procedimento utilizado em química para detectar a presença de alguns iões metálicos, baseado no espectro de emissão característico para cada elemento. O teste envolve a introdução da amostra em uma chama e a observação da cor resultante. As amostras são, geralmente, manuseadas com um fio de platina, previamente, limpo com ácido clorídrico para retirar resíduos de analitos anteriores. O teste da chama é baseado no facto de que quando uma certa quantidade de energia é fornecida a um determinado elemento químico (no caso da chama, energia em forma de calor), alguns electrões da última camada de valência absorvem esta energia passando para um nível de energia mais elevado, produzindo o que chamamos um estado excitado. Quando um desses electrões excitados retorna ao estado fundamental, ele libera a energia recebida, anteriormente, em forma de radiação. Cada elemento libera a radiação em um comprimento de onda característico, pois a quantidade de energia necessária para excitar um electrão é única para cada elemento. A radiação liberada por alguns elementos possui comprimento de onda na faixa do espectro visível, ou seja, o olho humano é capaz de enxergá-las através de cores. Assim, é possível identificar a presença de certos elementos devido à cor característica que eles emitem quando aquecidos numa chama. A temperatura da chama do bico de Bünsen é suficiente para excitar uma quantidade de electrão de certos elementos que emitem luz ao retornarem ao estado fundamental de cor e intensidade, que podem ser detectados com considerável certeza e sensibilidade através da observação visual da chama. O teste de chama é rápido e fácil de ser feito, e não requer nenhum equipamento que não seja encontrado, normalmente, num laboratório de química. Porém, a quantidade de elementos detectáveis é pequena e existe uma dificuldade em detectar concentrações baixas de alguns elementos, enquanto que outros elementos produzem cores muito fortes que tendem a mascarar sinais mais fracos. O sódio, que é um componente ou contaminante comum em muitos compostos, produz uma cor amarela intensa no teste de chama que tende a dominar sobre as outras cores. Por isso, a cor da chama geralmente é observada através de um vidro de cobalto azul para filtrar o amarelo produzido pelo sódio e permitir a visualização de cores produzidas por outros iões metálicos.
Textura .......................................................................................................................................................................................................................................................................................Fabric
Texture / Textura / Textur, Struktur / 质地, 布 / Текстура (структура) / Trama, Tessuto
Padrão (organização) ou ausência de padrão dos cristais ou grãos que formam uma rocha. Geneticamente, existem dois tipos de textura : (i) Primária ou de deposição e (ii) Secundária ou de deformação.
Ver: « Fácies »
&
« Granulometria »
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« Litificação »
A maior parte da textura (padrão ou "fabric") de uma rocha, quer ela seja ígnea (como, nesta figura, que representa a evolução da textura de um granito pouco deformado até um milonito) ou que ela seja sedimentar é, principalmente, função de três parâmetros: (i) Forma e contornos dos grãos que a constituem ; (ii) Tamanhos relativos dos grãos e (iii) Relações espaciais entre grãos. A textura de uma rocha sedimentar controla a porosidade e permeabilidade, quer isto dizer, controla a possibilidade da rocha conter e poder transmitir fluídos. A orientação ou ausência de orientação dos cristais ou grãos que formam uma rocha sedimentar é um dos parâmetros importantes da textura. Geneticamente, a textura pode ser contemporânea da deposição (primária) ou posterior a deposição (secundária). Exemplos do primeiro tipo são frequentes em certos depósitos fluviais ou turbidíticos, nos quais as partículas alongadas se orientam paralelamente ao escoamento. Como exemplo de texturas secundárias, numa rocha sedimentar, pode citar-se a rotação de certos grãos produzida pelos esforços efectivos (σ1, σ2, σ3) ou devido ao crescimento de novos elementos durante a diagénese. A textura das rochas sedimentares clásticas grosseiras, como dos conglomerados pode ser determinada medindo e projectando as dimensões (eixos) dos grãos. Nas rochas argilosas, a textura pode ser determinada pelo estudo da orientação das micas e minerais argilosos. Além da orientação dos grãos, outro parâmetro importante da textura das rochas sedimentares é o empacotamento, quer isto dizer, a distribuição dos grãos e espaços intergranulares, quer estes espaços sejam vazios ou preenchidos por cimento ou uma matriz fina. Assim, pode dizer-se, que a compactação de uma rocha sedimentar, que determina a densidade aparente (densidade da fracção total), é controlada pelo tamanho, forma e empacotamento dos grãos sedimentares. A descrição do empacotamento é, geralmente, baseada no estudo microscópico das lâminas delgadas.
Tilito (Diamicito).....................................................................................................................................................................................................................................................................Tillite
Tillite / Tillita / Tillit / 冰碛 / Тиллит / Tillite
Rocha sedimentar resultante da litificação de um tilo, ou seja, de uma mistura de material argiloso, areia, areia grossa e calhaus depositados directamente por ou sob, um glaciar.
Ver: « Glaciar »
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« Moreia »
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« Planície Fluvioglaciar »
Este afloramento próximo de Biggenjarga, na península de Varanger (norte da Noruega), foi interpretado em 1981 por H. Reusch (Serviço Geológico da Noruega), como um tilito sobrejacente a um pavimento subglaciar, no topo do qual, as estrias induzidas pela base do glaciar (rugosidade e pequenas figuras de arranque) indicam o direcção e sentido do escoamento do gelo. Ele sugeriu, fortemente, que o tilito da formação Smalfjor corresponde a um tilo litificado. Foi este tipo de rochas, de idade Paleozóica, que se encontraram em ambos os lados do Oceano Atlântico Sul, isto é, no Brasil e em África, que reforçou a evidencia da expansão oceânica sugerida pela geometrias das linhas da costa e pela distribuição planta fóssil Glossopteris (planta gimnospérmica, com sementes a nu). Os tilitos forneceram também um evidência, dificilmente, refutável da glaciação Pré-Câmbrica ("Bola de Neve Terrestre"). A distribuição dos tilitos é difícil de explicar em termos da presente geografia do mundo. Contudo, é importante não esquecer que há cerca de 400 Ma, o Norte de África estava localizado à direita do pólo sul e que, mais tarde, cerca de 300 Ma, a América do Sul, a parte sul da África, Madagascar, Índia e Austrália estavam aglutinadas perto do pólo sul. Quando a Pangéia se fracturou todos os continentes (excepto a Antárctica) migraram par o norte, e uma grande parte do gelo desapareceu da superfície da Terra. Como, actualmente, a América do Norte e Eurasia estão atoladas uma à outra à volta do pólo norte, pode dizer-se que uma outra glaciação está, certamente, em progresso. Os tilitos, e particularmente os tilos, contém, muitas vezes, depósitos aluviais de pedras preciosas e minérios que são arrancados das rochas do substrato durante o escoamento dos glaciares. Diamantes têm sido encontrados nestas rochas e sedimentos, não só, nos Estados Unidos (Wisconsin, Indiana, etc.), mas também no Canadá. Os prospectores quando encontram diamantes ou ouro neste tipo de sedimentos, seguem os traços do escoamento para montante afim de encontrar as rochas-mãe dos diamantes , como, por exemplo, os kimberlitos.
Tilo, Till............................................................................................................................................................................................................................................................................................................Til
Till / Till / Till (Geschiebemergel) / 直到 / Тилль (ледниковое отложение) / Fino, Glaciale fino, Till
Sedimentos não trabalhados e não estratificados depositados, directamente, por ou sob um glaciar e que não são reactivados pelas águas de fusão do glaciar.
Ve : « Glaciar »
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« Moreia »
&
« Planície Fluvioglaciar »
Todos os sedimentos que formam as moreias são tilo, que é caracterizado por uma ausência de triagem, uma vez que, contrariamente, à água e ao vento, o gelo não tem tendência a calibrar os sedimentos que ele transporta. Como ilustrado acima, os blocos de grandes dimensões são transportados à mesma velocidade e da mesma maneira que as partículas mais finas. Quando o gelo dos glaciares funde ou retrograda, todo o material que não é, em seguida, transportado pela água ou vento, é deixado no local de fusão formando uma mistura caótica de partículas de tamanho e petrografia diversas. É esta heterogeneidade, que torna os tilos glaciares característicos. Antes que os geocientistas admitissem e compreendessem a origem das épocas glaciares, eles passaram décadas para perceberem a origem dos tilos. Ao princípio, eles foram associados a eventos catastróficos, como, por exemplo, intensas explosões vulcânicas, as quais não só projectavam os blocos a grandes distâncias, mas também causavam o colapso das montanhas circunvizinhas. Certos geocientistas associaram os tilos a grandes inundações, que transportavam os sedimentos para as regiões montanhosas. Outros viram nos tilos, uma prova da existência do Dilúvio. Foi unicamente no princípio do século XIX, que os geocientistas se aperceberam que um glaciar não transporta apenas gelo, mas também uma quantidade enorme de sedimentos de tamanho e composição muito variável. Assim, vários geocientistas começaram a admitir a hipótese, que quando o gelo de um glaciar (ou de um icebergue) funde, os sedimentos que ele transportava à sua frente, em cima ou dentro dele, poderiam ser abandonados e acumulados no terreno. Desta maneira, os tilos seriam um prova incontestável das épocas glaciares, que existiram no passado recente. Não esqueça que um glaciar é como um curso de água, ele existe unicamente enquanto o gelo se escoa, isto é, enquanto a acumulação e a ablação se compensam. Se a ablação for maior do que a acumulação, o glaciar não se contrata, como muitos pensam, ele continua a escoar-se mas adelgaça-se, o que quer dizer, que pouco a pouco ele entra em retrogradação. Assim, evite, por favor, a expressão recuo dos glaciares, que certos ecologistas amadores utilizam de maneira abusiva.
Tipo-Rifte (bacia)................................................................................................................................................................................................................................Rift-Type basin
Type-rifte / Cuenca tipo-rift / Typ-Rift (Becken) / 类型-裂谷(盆地) / Бассейн рифтового типа / Tipo-Rift (bacino)
Bacia sedimentar, em geral, com a geometria de um hemigraben (ou demigraben), que se forma em consequência do alargamento da litosfera, que precede a ruptura de um supercontinente. As bacias de tipo-rifte são, em geral, preenchidas por sedimentos não-marinhos com intervalos lacustres frequentes, que por vezessão ricos em matéria orgânica (rochas-mãe potenciais).
Ver : « Bacia (sedimentar) »
&
« Ciclo de Invasão Continental»
&
« Subsidência »
Embora uma bacia de tipo-rifte tenha a geometria de um hemigraben ou de um graben, o qual, muitas vezes, corresponde à associação de dois hemigrabens com vergências e idades diferentes, não se pode dizer, que todos os hemigrabens ou grabens são bacias de tipo-rifte. O graben do Eufrates, na Síria, por exemplo, não é uma bacia do tipo rifte, uma vez que ele corresponde ao alargamento de uma plataforma continental que não pertence a um supercontinente. Um hemigraben ou graben é um geometria de alongamento induzida por uma subsidência diferencial, enquanto que uma bacia de tipo-rifte é um hemigraben ou graben associado com a ruptura de um supercontinente. Por outras palavras, todas as bacias de tipo-rifte são hemigrabens ou grabens, mas nem todos os hemigrabens ou grabens são bacias do tipo-rifte. Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Indonésia, uma bacia de tipo rifte é, facilmente, reconhecida pela geometria em hemigraben e pelo alongamento do soco (falha normal de bordadura), atrás do arco vulcânico, criado pela subducção da placa descendente Indiana (placa oceânica). A bacia de tipo-rifte (subsidência diferencial), que, neste exemplo, corresponde a fase de rifting de uma bacia interna ao arco, foi fossilizada pelos sedimentos da fase abatimento ou cratónica (subsidência térmica). Como esta bacia de tipo-rifte se desenvolveu em associação com a formação da megassutura Meso-Cenozóica ela faz parte de uma bacia epissitural (localizada dentro da megassutura). Os sedimentos que a preenchem (em geral argilitos lacustres ricos em matéria orgânica com alguns níveis arenosos) e os sedimentos da parte inferior da fase de abatimento sobrejacente foram encurtados. Este encurtamento fez-se por reactivação da antiga falha normal da bordadura do hemigraben, que jogou em falha inversa. O fim da reactivação, isto é, do encurtamento é, perfeitamente, sublinhado por uma discordância (superfície de erosão) que foi, localmente, reforçada pela tectónica (discordância angular). A datação da inversão tectónica em relação à migração dos hidrocarbonetos é um parâmetro fundamental na pesquiza petrolífera destas bacias epissuturais composta por duas fases sedimentares (fase de rifting e fase de abatimento).
Tixotrofia (sedimentos)............................................................................................................................................................................................................................Thixotrophy
Thixotrophie / Tixotropia / Tixotropie / 触变性 / Тиксотропия / Tissotropia
Propriedade de certas substâncias colóides, como, por exemplo, a argila, que perdem consistência ou que mudam de um gel para um solo quando agitadas, mas cuja consistência aumenta quando em repouso.
Ver: « Argila »
&
« Solo »
&
« Compactação »
Na natureza, há certas misturas que são tixotróficas. Certos tipos de argilitos, por exemplo, são tixotróficos. Os argilitos que são formados por argila, contém partículas sólidas e moléculas de água, que são contidas numa estrutura relativamente rígida. Muitas vezes certas habitações são construídas sobre rochas sem grandes problemas. No entanto, quando ocorre um terramoto, por exemplo, mesmo de fraca amplitude os argilitos, devido a agitação, tornam-se tixotróficas e a estrutura das partícula decompõe-se e desaparecem como um castelo de cartas. As moléculas de água são livres de se deslocar e fornecem a lubrificação, que transforma os argilitos num estado liquido e, na maioria dos casos as as casas caiem. A lama ordinária, às vezes, também actua desta forma. Se uma pessoa tiver cuidado de pôr os pés na superfície dura e seca da lama, ela pode atravessá-la sem problema. Mas se ela torcer o pé ao caminhar, ou se se apoiar com muita força, os seus sapatos ou botas enterram-se numa lama liquefeita. Em geologia, o comportamento observado, por exemplo nos argilitos tixotróficos pode ter consequências dramáticas no caso dos terramotos, como foi o caso em Niigata, ilustrado nesta figura. Um tal comportamento é, também, utilizado nas lamas dos poços de pesquiza petrolífera para facilitar o trabalho da broca. As areias movediças correspondem a um fenómeno natural, que a maior parte das pessoas já viram no cinema ou na televisão, funcionam pelo mesmo princípio da tixotrofia. Contudo, e ao contrário do que se passa nos filmes do cinema, ninguém desaparece dentro de uma areia movediça. A formação de areias movediças ocorre quando finas e soltas partículas de areia são submetidas a um fluxo ascendente de água, que preenche os espaços entre os grãos, reduzindo o atrito entre eles, o que faz com que a areia se comporte como um líquido. A viscosidade da areia movediça aumenta com movimentos bruscos (tixotrofia). Portanto, se você entrar em areias movediças deve movimentar-se devagar e tentar boiar, o que é muito fácil, uma vez que a densidade de uma areia movediça é muita maior do que a da água salgada.
Tômbolo.............................................................................................................................................................................................................................................................................Tombolo
Tombolo / Tómbolo / Inselnehrung, Hals / 箭头-地峡 / Томболо (песчаная или галечная коса) / Seta Istmo, Tombolo
Praia ou barra que conecta uma ilha ao continente. Restinga de areia que liga uma ilha pequena ao continente.
Ver: « Litoral »
&
« Praia »
&
« Canal de Maré »
Nesta figura, além do tômbolo, que é o cordão ou cordões de areia (bancos e, ou, restingas), que se desenvolvem entre duas ilhas ou entre uma ilha e o continente, devido às correntes circulares resultantes da difracção das ondas à volta das ilhas (Moreira, 1984), podem-se distinguir outras formas morfológicas características de muitos litorais : (i) Praia, que é um tipo de costa baixa com estradão constituído por materiais detríticos, terrígenos, areno-siltosos e grosseiros (calhaus e blocos) ou, por outras palavras, uma acumulação de areia ou calhau ao longo da linha da costa ; (ii) Penhasco ou Arriba, que é uma parede rochosa, muito íngreme, que enfrenta o mar ; (iii) Promontório, que é o cabo ou a extremidade de um penhasco ou ponta rochosa (saliência afilada do traçado da costa, avançada em direcção do mar) : (iv) Caverna, que é uma cavidade subterrânea natural criada por uma lenta dissolução e erosão das rochas pelo mar; (v) Arco natural, que é uma arco perfurado pelo mar num penhasco perto do promontório ; (vi) Leixão, que é o esporão rochoso, alto e estreito, que emerge de uma plataforma de erosão e que, muitas vezes, é o resultado do colapso de um arco natural, o que testemunha um recuo da arriba ; (vii) Escolho, que é uma saliência rochosa que emerge ou, que fica quase a descoberto na baixamar e, que durante a preiamar, em regra, é submersa (geneticamente, como sugerido nesta figura, um escolho testemunha o recuo da plataforma de abrasão e corresponde a degradação última de um arco natural e de um leixão) ; (viii) Restinga, que é um cordão litoral, que se forma pelo crescimento das cristas prelitorais, com uma extremidade livre, a ponta da restinga e, a outra, apoiada na costa ; (ix) Ilhota, que é uma pequena ilha, isto é, uma superfície de terra emersa e isolada do continente (um ilhéu é mais pequeno que uma ilhota) ; (x) Laguna, que é um corpo de água do mar, pouco profundo, separado do mar por um cordão litoral arenoso ou por uma ilha barreira ; (xi) Dunas, que são acumulações de areia modeladas pelo vento ; (xii) Estuário, que é uma desembocadura de um rio influenciada pelas marés. Os tômbolos podem ser simples ou compostos (duplos ou triplos), consoante são formados por um ou mais cordões. Nos tômbolos compostos formam-se, por vezes lagunas entre os cordões (costa de tipo lido).
Tomografia Sísmica....................................................................................................................................................................................Seismic Tomography
Tomographie sismique / Tomografía sísmica / Seismische Tomographie / 地震层析成像 / Сейсмическая томография / Tomografia sismica
Técnica de representação tridimensional, por secções ou perfiles, do interior da Terra utilizando computadores para comparar os registos sísmicos de um grande número de estações. A tomografia sísmica, que é muito semelhante à de um scanner utilizado na medicina é, em geral, utilizada para estimar certas propriedades como, por exemplo, a velocidade de propagação das ondas de compressão (ondas P) e cisalhamento (ondas S).
Ver: « Coeficiente de Reflexão »
&
« Sísmica de Reflexão »
&
« Sísmica 3D »
Teoricamente, os resultados da tomografia sísmica, ilustrada nesta figura, são dependentes de várias hipóteses, entre as quais se podem citar as seguintes : (i) O material frio do manto terrestre é, em geral, mais rígido e menos compressível que o material mais quente ; (ii) As ondas sísmicas atravessam as regiões frias do manto mais rapidamente ; (iii) O material quente, ao contrário, é menos denso e, por isso, ondas sísmicas atravessam as regiões quentes do manto mais lentamente ; (iv) O material quente é associado às correntes ascendentes do manto ; (v) O material mais frio, e mais denso, encontra-se, de preferência nas correntes descendentes. Nesta figura, as anomalias tomografias sublinhadas por tons mais próximos do amarelo correspondem a velocidades mais lentas (ondas S) e, geralmente, sugerem temperaturas mais elevadas. Ao contrário, as anomalias sublinhadas por tonalidades mais próximo do violeta, correspondem a materiais mais frios. Na parte superior, que representa uma carta feita a cerca de 60 km de profundidade, é interessante constatar uma anomalia negativa (material frio), de orientação, mais ou menos, Norte-Sul, localizada na parte oeste do Oceano Pacífico. Provavelmente, esta anomalia está associada com uma zona de subducção do tipo B, na qual a placa descendente, mais fria mergulha sob uma placa oceânica mais quente e menos densa. Na parte Este desta carta, o contraste entre o entre a crusta oceânica e a crusta continental, sublinha muito bem a subducção do tipo B que caracteriza quase toda a linha da costa do Oeste da América do Sul e América do Norte. O perfil A-A', que passa, mais ou menos, à latitude de Los Angeles, ilustra, no sector Este, o contacto transformante entre a crusta continental da América do Norte e o crusta oceânica e, no sector Oeste, a zona de subducção do tipo B (com vergência oeste) que limita, a este, as ilhas nipónicas, entre outras.
Topoforma...................................................................................................................................................................................................................................................................Topform
Topoforme / Topoforma / Topform (Reflexion Kündigung) / Topoform (反射终止) / Топоформа / Topforma (terminazione di riflessione)
Uma das superfícies quase horizontal dos sedimentos depositados no topo de um delta que avança para o mar e que é a continuação natural da planície aluvial. Sinónimo de Camada Superior (de um delta).
Ver : « Delta »
&
« Superfície de Deposição »
&
« Camada Frontal (de um delta) »
Teoricamente um delta é constituído por três tipos de camadas. De montante para jusante, as camadas são: (i) Horizontais ou sub-horizontais ; (ii) Inclinadas e (iii) Horizontais ou sub-horizontais. As primeiras, que correspondem ao que certos geocientistas chamaram topoformas (este termo, actualmente, muito pouco utilizado), formam a planície deltaica, as camadas inclinadas formam o prodelta e as camadas sub-horizontais inferiores a parte distal do delta, onde, em certas condições se podem depositar turbiditos proximais. É importante não confundir um delta com um edifício deltaico. Como ilustrado , quer em corte longitudinal quer em corte transversal, um delta tem, em geral, uma espessura que varia entre 20 e 60 metros, enquanto que a espessura de um edifício deltaico, que corresponde a uma acumulação, mais ou menos, vertical de deltas, pode atingir mais de 5000 metros. A fácies das camadas superiores é, geralmente, siltosa, enquanto que a fácies das camadas inclinadas é argilosa, assim, como, em geral, a fácies das camadas inferiores sub-horizontais. Este esquema, e particularmente o corte transversal, mostra claramente o efeito de pêndulo durante a deposição de um edifício deltaico. Ao nível das camadas superiores é fácil constatar que o máximo de espessura está sempre deslocado e é, mais ou menos, alternado, o que quer dizer, que sobre o máximo de espessura de uma planície, se deposita, um mínimo, ou que, por outras palavras, o depocentro (centro de deposição) desloca-se sucessivamente quer para a direita quer para a esquerda, onde a acomodação (espaço disponível para os sedimentos) é maior. A trilogia, camadas superiores - inclinadas - inferiores, que marca uma geometria de progradações sigmóides, nem sempre está completa, mas a presença das camadas inclinadas é obrigatória. Existem deltas sem camadas superiores (a geometria das progradações é oblíqua) e deltas sem as camadas inferiores (progradações sem biséis de progradação verdadeiros). A frente do delta, onde se deposita areia corresponde sempre a linha de ruptura entre as camadas superiores e as inclinadas.
Tracção (dos sedimentos)....................................................................................................................................................................................................................................Traction
Traction / Tracción (de los sedimentos) / Traktion (Sediment) / 牵引(沙) / Растяжение (осадков) / Trazione (sedimento)
Transporte sedimentar no qual as partículas são varridas longitudinal e paralelamente à superfície basal (sobre ela, próximo ou imediatamente acima), quer por rolamento, escorregamento, arrastamento, empurrões ou mesmo saltos.
Ver: « Aporte Terrígeno »
&
« Fluxo (escoamento) »
&
« Transporte Saltitante »
Como ilustrado nestes esquemas, num transporte por tracção, as partículas sedimentares são varridas no sentido do escoamento por rolamento, escorregamento, arrastamento, empurrões e, por vezes, mesmo por saltos. A compreensão e significado das estruturas sedimentares primárias, em termos de processos físicos, biológicos e químicos, que ocorrem durante ou imediatamente depois deposição, é um dos pontos de partida da análise das rochas sedimentares e ambientes nos quais elas se depositaram. Por isso, o conhecimento, mesmo pequeno, da dinâmica dos fluídos, ecologia e processos químicos é de muita utilidade. Três informações, particulares e básicas, sobre as condições de escoamento dos fluídos foram deduzidas das estruturas sedimentares primárias: (i) Os mecanismos de suspensão e tracção são fundamentalmente, diferentes (eles podem ser reconhecidos pelas diferentes estruturas que eles produzem nos, sedimentos e pelos efeitos associados às trajectórias seguidas pelas partículas que se movem sob a influência de cada um destes mecanismos) ; (ii) Os efeitos dos choques entre os grãos nos sedimentos sem coesão, motivados pelo escoamento, também podem ser reconhecidos nas estruturas sedimentares primárias e (iii) Os efeitos de cisalhamento na interface fluído-sedimento podem produzir deformações nos sedimentos coesivos. Por outro lado, a estratificação, que é uma estrutura sedimentar primária (mecânica agradante) e induzida, na maior parte das vezes, pelo escoamento, pode fazer-se, como ilustrado na parte superior desta figura, por uma acreção lateral da carga sólida de fundo, quer isto dizer por tracção. Neste caso, a estratificação é oblíqua. As laminações são oblíquas com uma altura inferior a 3 cm e um comprimento inferior a 40 cm. As camadas são oblíquas com uma altura superior a cerca de 10 cm e um comprimento superior a 10 cm. Este tipo de estratificação contrasta com a estratificação por acreção vertical que exibe laminações e camadas paralelas e horizontais devido a uma deposição por decantação dos sedimentos clásticos ou por agradação química.
Tracção Polar(deriva polar)............................................................................................................................................................................................................Polar drift
Traction polaire / Tracción polar / Polar Traktion / 极地牵引 / Полярное растяжение / Trazione Polar
Fenómeno geológico causado pelas variações do fluxo do magma no núcleo externo da Terra, que provocam mudanças da orientação do campo magnético da Terra e da posição do Pólo Norte magnético. O Pólo Norte magnético é, aproximadamente, a 965 km do Pólo Norte geográfico. Cada dia, o pólo deriva de maneira significativa, e desloca-se cerca de 10 a 40 km por ano, em resultado da tracção polar.
Ver : « Migração dos Pólos »
&
« Ciclo de Milankovitch »
&
« Magnetismo »
O pólo norte magnético da Terra está a afastar-se da América do Norte em direcção da Sibéria a uma tal velocidade que o Alasca pode perder as suas espectaculares auroras boreais (são ventos solares que atingem a atmosfera numa zona ao redor do Pólo Norte magnético, formando arcos, ondas e cachos de luz em movimento através do céu, com raios repentinos de luz tirados para baixo) num futuro próximo. Apesar de movimento acelerado ao longo do século passado, a possibilidade de que o campo magnético da Terra entre em colapso é remota, mas a mudança pode significar que auroras se tornem mais visíveis ao Sul da Sibéria e da Europa. Os pólos magnéticos marcam o eixo do campo magnético gerado pelo ferro líquido do núcleo da Terra e estão longe de ser coincidir com os pólos geográficos. Os cientistas sabem há muito tempo que os pólos magnéticos migram, e quede ver en quando trocam de lugar, embora não se saiba nem porquê. Certos estudos mostraram que a força do campo diminuiu de 10% ao longo dos últimos 150 anos; durante o mesmo período, o pólo norte magnético se desviou-se cerca de 685 milhas para o Árctico. A taxa de movimento aumentou no século passado, em comparação com o movimento relativamente estável das quatro séculos anteriores. A figura da esquerda ilustra a projecção do movimento polar determinada a partir das observações VLBI. Os pequenos (pontos) são as posições do pólo geográfico, determinados por VLBI em relação à origem internacional adoptada e com base na localização do pólo geográfico cerca de 1900. O deslocamento do centro da pista VLBI à origem internacional representa a deriva a longo prazo do pólo. A linha vermelha é o caminho feito pelo pólo do determinado pelo Bureau International de l'Heure utilizando todas as observações disponíveis recolhidos por várias técnicas. Actualmente pode dizer-se que desde 1900, a o movimento polar (aqui do Pólo Norte), isto é o deslocamento lento dos pólos foi cerca de 20 metros e que ele foi, principalmente, causado pelos movimentos no núcleo da Terra e no manto, e em parte, também, devido para a redistribuição da massa de água, como, por exemplo, o gelo de uma parte da calote da Gronelândia e a recuperação isostática, isto é, a ascensão lenta da terra que era anteriormente sobrecarregada com mantos de gelo e glaciares. O deslocamento parece ter-se feito ao longo do meridiano 80° Oeste. Este tipo de deslocamento, que não têm nada a ver com a tracção polar, não deve ser confundido com o desvio polar induzido pela rotação da Terra que certos geocientistas chamam o desvio polar verdadeiro. O desvio polar verdadeiro, que se observa em todos os corpos celeste rotativos corresponde à rotação de um planeta ou de uma lua em relação ao seu eixo de rotação, que causa uma mudança da localização geográfica dos Pólos Norte e Sul (geográficos). Por outro lado, a tracção polar não deve ser confundida com a precessão ou nutação, que é onde o eixo de rotação se desloca (quando o Pólo Norte aponta para uma estrela diferente), os quais são causados pela atracção gravitacional da Lua e do Sol, e ocorrem o tempo todo e a um ritmo muito mais rápido do que desvio polar. Da mesma maneira a tracção polar tem que ser diferenciado da deriva continental, que é quando as diferentes partes da crusta terrestre se deslocam em diferentes direcções devido, provavelmente, às correntes de convexão do material do manto. Igualmente ela não deve ser confundido com a inversão geomagnética que descreve a comprovada inversão repetida do campo magnético da Terra. Não esqueça que a Terra não é uma verdadeira esfera. Ela tem três eixos ortogonais de inércia. O eixo em torno do qual o momento de inércia é maior está praticamente alinhado com o eixo de rotação (o eixo passando os Pólos Norte e Sul). Os outros dois eixos são próximas do equador.
Traço de Fissão...............................................................................................................................................................................................................................Fission Track
Trace de fission / Trazas de Fisión / Fission Track Dating / 裂变径迹 / След осколков деления / Fissione traccia
Imperfeição visível em certos minerais e vidro vulcânico produzida pela fissão espontânea de um núcleo atómico instável, que envia partículas de energia através a matéria. A densidade dos traços de fissão é função do número de átomos que sofreram a fissão e, portanto, da idade dos minerais ou do vidro vulcânico.
Ver: « Apatite »
&
« Cronostratigrafia »
&
« Datação Radiométrica (radiocronologia) »
A datação de uma rocha pelos traços de fissão é um método radioisotópico de sincronização baseado na fissão natural, mas, estatisticamente, constante, do urânio (U-238), que está presente, sob a forma de traços, em certos minerais como na apatite, zircão, titânio, etc. A energia liberada pela fissão ejecta fragmentos nucleares no material confinante causando trajectórias de danos que são os traços de fissão. O número de traços, de comprimento entre 10 e 20 μ (mícron), depende da quantidade inicial de urânio contida na amostra e do tempo. Estes traços podem ser observados ao microscópio depois que a amostra seja atacada por uma solução ácida para que os traços sejam realçados. A utilidade deste método de datação reside no facto de que certos materiais perdem os seus traços de fissão quando aquecidos (70-110° C como, por exemplo, para a apatite). O intervalo de tempo útil deste método é entre 100 e 100000 anos, embora o erro do método seja difícil de determinar. A maioria dos geocientistas pensa que o intervalo de datação com um erro, relativamente, pequeno é entre 30.000 e 100.000 anos. O número de traços de fissão por unidade de área, quando contados ao microscópio depende de vários factores: (i) O tempo durante o qual os traços são acumulados ; (ii) A quantidade de urânio existente no cristal e (iii) O comprimento dos traços de fissão. No caso em que o mineral utilizado é a apatite, a sua idade, pode ser determinada pelo método das populações, isto é: (a) Os grãos de apatite são separados em duas populações ; (b) Uma população é aquecida a cerca de 600° C durante 6 horas, o que remove todos os traços fósseis de fissão ; (c) Esta população é submetida a uma certa fluência de neutrões e, deste modo, novos traços de fissão são formados ; (d) As duas populações são montadas em lâminas delgadas ; (e) Os grãos são polidos e, em seguida, corroídos durante 20-30 segundos por 10% NO_3H (ácido nítrico) de modo a que os traços de fissão sejam, opticamente, visíveis ; (f) Os grãos de cada população são contadas, o que dá a densidade dos traços fósseis induzida (população recozida), e a partir dos quais a idade é calculada, uma vez que a taxa de decomposição do U238 é conhecida.
Transbordo (meandro)...............................................................................................................................................................................................................................Overbank
Débordement / Transbordamiento (meandro) / Überlauf (Mäander) / 溢出(河曲) / Переполнение (меандр) / Overbank di meandro
Depósito aluvial ou sedimento que é depositado na planície de inundação de um rio. Um depósito de transbordo ocorre fora do leito do escoamento, longe da zona de máximo fluxo e é, normalmente, constituído por grãos de pequena granulometria.
Ver: “Meandro”
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" Depósito de transbordo"
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"Turbidito"
Como ilustrado nesta figura o termo transbordo descreve um tipo de depósito aluvial (ou um tipo de sedimento) que se depositou na planície de inundação de um rio, uma vez que ocorre fora do canal principal, longe do escoamento mais rápido da corrente, razão pela qual ele tem uma granulometria fina. Este tipo de deposição por transbordo, pode ocorrer quer em ambientes não-marinhos, como é o caso ilustrado nesta figura, mas também em ambientes litorais e de água profunda, Nos ambientes litorais e, em particular em associação com os cordões litorais e barras, o transbordo, designado por certos geocientistas como galgamento, produz, muitas vezes, deltas de dimensões,s relativamente, pequenas na parte interna da abertura das lagunas, barras ou barreiras, devido a acumulação de material transportado pelas ondas de tempestade que ultrapassam os corpos sedimentares já depositados. Nos ambientes de água profunda, o transbordo é muito frequente nos sistemas turbidíticos e, em particular, nos turbiditos de talude. Contrariamente ao transbordo que ocorre nos ambientes não-marinhos e, particularmente nos ambientes fluviais, onde a corrente (rio) necessita de um leito ou de canal para se escoar e para transbordar, nos ambientes profundos (turbidíticos) a corrente não necessita, pelo menos no início do processo, de leito ou canal para que haja transbordo. Quando a primeira corrente turbidítica começa a desacelerar, na superfície plana e sub-horizontal da planície abissal, formam-se dois lóbulos laterais (cones submarinos de talude) separados por uma zona sem deposição por onde transitou a parte mais rápida corrente, carregada de material sedimentar mais grosseiro, que foi depositado, mais a jusante, sob a forma de um lóbulo turbidítico distal (cone submarino de bacia). Se a corrente turbidítica seguinte transitar ao longo da zona sem deposição, uma parte da corrente vai transbordar os lóbulos laterais, previamente depositados, depositando outros dois lóbulos laterais ao mesmo tempo que canaliza (exagera) a zona de sem depósito, que muitos geocientistas chamam de maneira errada canal turbidítico. A quando de chuvas violentas ou muito prolongados, o aumento do fluxo de um rio pode ser tal que ele pode transbordar seus bancos e inundar as áreas, geralmente, de baixa altitude e pouco inclinadas que os geocientistas chamam planície de inundação (ver esquema). Os danos podem ser muito grandes e, acima de tudo, existe o risco de afogamento (especialmente das áreas onde, geralmente, se pode atravessar a pé os cursos de água) no momento da chegada da onda de inundação. Isto, em geral, corresponde ao transbordo directo por submersão das margens ou pela neutralização do sistema de diques. O transbordo indirecto pode ocorrer por: (i) Subida da água nas redes de esgotos ou águas pluviais ; (ii) Subida dos aquíferos aluviais ; (iii) Ruptura do sistema de diques ou de outras estruturas de protecção. Uma inundação torrencial forma-se por fluxo de uma corrente enriquecida em materiais sólidos que aumentam, dramaticamente, o seu poder erosivo. O enriquecimento em materiais pode vir das margens, devido ao fluxo anormal da água (parte côncava de um meandro, por exemplo) ou de um escoamento superficial importante na bacia de drenagem o que aumenta de maneira significativa a carga da corrente. O volume de materiais transportados durante uma inundação pode ser considerável. Um entupimento, isto é, uma obstrução da corrente, devido a formação de uma represa natural, é sempre possível. A obstrução ou barragem pode ser feita quer por elementos sólidos arrancados das margens (a montante) e transportados par aval ou por deslizamentos de terra.
Transgressão........................................................................................................................................................................................................................................Transgression
Transgressão / Transgresión / Überschreitung / 海进 / Нарушение / Trasgressione
Deslocamento para o continente da linha da costa e, por conseguinte, das fácies litorais que lhe são associadas.
Ver : « Ciclo-sequência »
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« Cortejo Transgressivo »
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« Linha da Costa »
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore de Angola, a transgressão Cretácica é, facilmente, reconhecida pela geometria retrogradante dos sedimentos com ela associados. O deslocamento progressivo, para o continente, da ruptura costeira da superfície de deposição é bem visível não obstante a presença, importante, da tectónica salífera. Este deslocamento criou um espessamento significativo dos pacotes sedimentares, para montante, sobretudo os do Cretácico Inferior. Os sedimentos do Cretácico Superior (posteriores ao Turoniano) são regressivos. Para jusante do rebordo da bacia, que no fim do Cretácico, era, mais ou menos, coincidente com a ruptura costeira da superfície de deposição, os sedimentos regressivos do Cretácico Superior depositaram-se em secções estratigráficas muito condensadas. O termo transgressão deve sempre ser associado à hierarquia dos ciclos estratigráficos. Nesta tentativa, o termo transgressão está associado ao ciclo estratigráfico de invasão continental pós-Pangéia, o qual foi induzido por um ciclo eustático de 1a ordem (tempo de duração superior a 50 My). Neste caso particular, pode dizer, que a transgressão, isto é, que a fase transgressiva do ciclo de invasão continental, foi induzida pela subida do mar do ciclo eustático de 1aordem pós-Pangéia. Contudo, a associação de uma subida relativa do nível do mar com uma transgressão, em particular nos ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência, é falsa e constitui um dos erros mais frequente de muitos geocientistas. Não esqueça, que para se depositarem sedimentos, a montante do rebordo da bacia (isto é, na plataforma continental ou planície costeira) é necessário um aumento do espaço disponível (ou acomodação) e que, por outro lado, os sedimentos clásticos vem do continente. Não há sedimentos clásticos que venham do mar (correntes litorais excluídas). Assim, num ciclo-sequência, quer dentro do cortejo transgressivo ou do prisma de nível alto (regressão), o nível relativo do mar tem sempre que subir. Ele sobe em aceleração durante o cortejo transgressivo, que correspondem a uma sucessão vertical de regressões cada vez mais pequenas, e em desaceleração durante o prisma de nível alto (regressão).
Trânsito Sedimentar................................................................................................................................................................................................................Bypassing
Transite sédimentaire / Tránsito sedimentario / Umgehung / 绕过 / Осадочный переход / Scavalcamento
Expressão utilizada pela primeira vez por Eaton (1929) para designar um transporte sedimentar através de áreas de sem-depósito. Eaton utilizou esta expressão para o deslocamento de uma partícula sedimentar que ultrapassa outra, que é transportada, ao mesmo tempo, ou que continua o seu movimento, enquanto que a primeira se depositou. Na estratigrafia sequencial, o trânsito sedimentar é usado num sentido mais largo. Ele exprime, sobretudo, as áreas sem-depósito atravessadas pelos sedimentos a quando de uma descida relativa do nível do mar e do nível de base de deposição.
Ver: « Estratigrafia Sequencial »
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« Nível de Base (de deposição) »
&
« Turbiditos »
Neste modelo de Mutti (1993), o trânsito sedimentar (área de não deposição atravessada por sedimentos), nos sistemas fluvio-deltaicos, é limitado às zonas de transferência da planície aluvial e à planície aluvial e parte superior do talude continental, onde se iniciam as correntes de turbidez (ou correntes turbidíticas), nos sistemas fluvio-turbidíticos. Nos sistemas fluvio-deltaicos, a deposição efectua-se, sobretudo, perto da desembocadura dos rios, onde se formam edifícios deltaicos importantes. Nos sistemas nos fluvio-turbidíticos, a deposição faz-se, sobretudo, nas partes profundas da bacia, onde as correntes de turbidez perdem velocidade e competência e, assim, depositam os sedimentos que elas transportam, quer sob a forma de cones submarinos de talude quer sob a forma de cones submarinos de bacia. Sob o ponto de vista da análise sequencial, é importante notar que Emiliano Mutti nunca negou a existência de cones submarinos depositados em condições de baixo nível do mar (nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia), como implica modelo de Exxon (P. Vail, 1977). Ele admite e defende a existência de cones submarinos (de bacia e talude) depositados durante condições geológicas de alto nível, os quais Vail tem dificuldade a admitir. De qualquer maneira, em condições geológicas de nível alto, durante as grandes cheias dos rios é evidente, que se formam importantes correntes de turbidez que depositam cones submarinos nas partes profundas das bacias. Por outro lado, instabilidades e deslizamentos do rebordo da bacia, sobretudo, quando ele coincide com a ruptura da superfície costeira de deposição, podem originar escoamentos de detritos e cones submarinos profundos.
Trânsito Sedimentar Total............................................................................................................................................................................Total Passing
Transite sédimentair total / Tránsito sedimentario total / Insgesamt Umgehung / 总计绕过 / бсолютный осадочный переход / Totale Scavalcamento
Transporte dos sedimentos depositados de um certo sítio de deposição para outro sítio. Não confundir com transposição dos sedimentos na qual, unicamente, as partículas com um determinado tamanho se deslocam par jusante do sitio de deposição.
Ver: «Estratigrafia Sequencial »
&
« Nível de Base (de deposição) »
&
« Turbiditos »
Um trânsito sedimentar total é muito difícil de observar, quer sobre o terreno, quer nas linhas sísmicas, uma vez o sítio de deposição original, quando ele desapareceu totalmente, é muito difícil de provar e localizar. Contudo, um trânsito sedimentar parcial, como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional do offshore NO da Austrália, é, relativamente, fácil de visualizar, quer nas linhas sísmicas (escala macroscópica) quer no campo (escala mesoscópica), quando os afloramentos são frequentes e com uma certa continuidade. Nesta tentativa de interpretação três grandes pacotes sedimentares se podem pôr em evidência: (i) Os sedimentos da bacia de tipo rifte, na qual várias falhas normais alargaram a litosfera e contribuíram ao desenvolvimento de uma subsidência diferencial ; (ii) Os sedimentos da fase transgressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangéia, que são caracterizados por uma configuração interna paralela (agradação largamente predominante) e que, globalmente, tem uma geometria retrogradante e (iii) Os sedimentos da fase regressiva, caracterizada por uma geometria progradante na qual a progradação para Este (pelo menos nesta linha sísmica) ultrapassa, e de muito, a agradação. Na base da fase regressiva, que é separada da fase transgressiva por uma superfície da base das progradações maiores, é fácil de constatar, que os sedimentos da parte distal do primeiro intervalo progradante, devido, provavelmente, a uma série de deslizamentos (associados falhas listricas locais) foram parcialmente transportados par jusante onde se depositaram. Este trânsito sedimentar parcial, induziu a deposição de um ciclo-sequência incompleto, formado, unicamente, pelos três membros que formam o cortejo sedimentar de nível baixo (CNB), isto é, pelos cones submarinos de bacia (CSB), que é membro inferior, os cones submarinos de talude (CST), que formam o membro médio, e o prisma de nível baixo (PNB), que é o membro superior. Trânsitos sedimentares parciais, induzidos pelas correntes de contorno, são muito comuns nos depósitos profundos do Mar do Norte.
Transporte (sedimentos)...........................................................................................................................................................................................................Transportation
Transport / Transporte / Verfrachtung / 运输 / Перемещение (отложений) / Trasporti
Movimento das partículas sólidos, i.e., dos sedimentos pela acção combinada da força da gravidade que actua sobre os sedimentos e ou do movimento de um fluído no qual o sedimentos são transportados.
Ver: « Sedimento »
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« Tracção (dos sedimentos) »
&
« Corrente de turbidez »
O transporte de sedimentos é o movimento das partículas sólidas (sedimentos), tipicamente, devido à combinação da força da gravidade que actua sobre os sedimentos e / ou o movimento do fluido em que os sedimento são transportados. O caso ilustrado nesta figura (formação do delta do Ródano no lago de Genebra, na Suíça) é o do transporte de sedimentos por processos fluviais relacionados ao escoamento de água num sistema natural. Este sistema não é totalmente natural, um vez que trajectória do Ródano foi muito modificada entre as cidades de Sierre, Sion e Villeneuve, para evitar as cheias. As modificações provocaram um aumento significativo do acarreio sedimentar que chega ao lago de Genebra (lago Leman), visto que os meandros da planície aluvial, onde se depositava uma parte importante dos sedimentos, não existem mais (a nova trajectória é, praticamente, rectilínea). Este tipo natural de transporte sedimentar engloba os rios, ribeiras, inundações de lagos glaciares, correntes periglaciares, etc. Os sedimentos que são transportados pela água podem ser maior do que os sedimentos transportados pelo ar, porque a água tem uma maior densidade e viscosidade. Em rios típicos os sedimentos transportados são do tamanho da areia e cascalho, mas durante as grandes inundações os rios podem transportar seixos e partícula de maior tamanho. O transporte sedimentar é utilizado para resolver muitos dos problemas ambientais, geotécnicos e geológicos. O movimento de sedimentos é importante não só para o habitat dos peixes, mas também para outros organismos dos rios. Os gestores dos rios, fortemente, regulados que são muitas vezes, uma carência importante de sedimentos devido às barragens (não é o caso do rio ilustrado nesta figura), são, frequentemente, aconselhados a provocar curtas fases de inundação para renovar o material do leito e reconstruir barras. A descarga de sedimentos num reservatório formado por uma barragem forma o que se chama um delta de reservatório. Este delta vai encher a bacia e, eventualmente, o reservatório terá que ser dragado ou a barragem terá de ser transferida. O conhecimento do transporte sedimentar pode ser usado para planear, adequadamente, o prolongamento a vida de uma barragem.
Transporte de Eckman.............................................................................................................................................................Eckman Transportation
Transport d'Eckman / Transporte de Eckman / Ekman-Transport / 埃克曼运输 / Движение Экмана / Transporto di Ekman
Quantidade de água transportada por uma corrente marinha função da profundidade, uma vez que ela diminui em profundidade devido ao efeito de Coriolis. A variação do vector velocidade de uma corrente marinha em profundidade (função do efeito de Coriolis) é a espiral de Eckman.
Ver : «Corrente Ascendente »
&
« Efeito de Coriolis »
&
« Nível de Acção das Vagas »
No mar, as corrente de superfície são influenciadas pelo efeito de Coriolis. O escoamento de superfície é desviado de 45° (para a esquerda no hemisfério Norte e para a direita no hemisfério Sul) em relação à direcção do vento devido ao efeito de Coriolis. O vector de velocidade é desviado cada vez mais, à medida que a profundidade aumenta, até atingir a profundidade de fricção, onde ele atinge uma direcção oposta à do vento. Como a magnitude da vector velocidade diminui com a profundidade, o transporte de Eckman é a 90° (para a direita no hemisfério Norte e para a esquerda no hemisfério Sul) da direcção do vento. O vector velocidade forma a chamada espiral de Eckman, que tem uma polaridade positiva no hemisfério Norte e negativa no hemisfério Sul. Por outro lado, como ilustrado neste bloco diagrama, a formação de vales submarinos, que ao contrário dos canhões submarinos não estão associados a nenhum sistema fluvio-deltaicos a montante, torna-se quase evidente. Isto quer dizer, que a génese de vales submarinos, muito frequentes no talude continental da África do Oeste, parece estar associada à deflexão das correntes de fundo ascendentes induzida pelo efeito de Coriolis. As correntes de fundo são criadas pelo gradiente de pressão em direcção do continente resultante das correntes de superfície pilotadas pelo movimento de Eckman. Com o tempo, o movimento das águas superficiais, criado pelo vento, propaga-se em profundidade, mas a velocidade diminui e a direcção muda devido ao efeito de Coriolis. O transporte de Eckman pode induzir correntes descendentes ou ascendentes que transportam a água para longe ou perto do rebordo da bacia, respectivamente. É, certamente, a erosão associada às correntes ascendentes que cria os vales submarinos ao longo do talude continental dos offshore do Congo e Gabão, independentemente, de qualquer sistema fluvial. A posição desses vales varia com o tempo, função da deflexão de Coriolis. Desde que a erosão atinge a parte superior do talude e o rebordo continental, uma iniciação de correntes turbidíticas é possível.
Transporte por Rolamento............................................................................................................................................................................................Rolling
Transport par roulement / Transporte por rodamiento / Transport-Umsatz / 运输周转量 / Вращающееся перемещение / Trasporto fatturato
Quando o material solto, i.e., os sedimentos rolam ao longo do substrato do leito de uma corrente quer ela seja líquida ou gasosa.
Ve : « Carga Basal »
&
«Fluxo (escoamento) »
&
« Tracção (dos sedimentos) »
Como ilustrado nesta figura, os sedimentos carregados por uma corrente podem ser transportados ao longo do leito como carga de leito quer por deslizamento ou rolamento de grãos, em suspensão ou por saltos. Alguns sedimentos também ser transportados por flutuação, na parte superior da corrente próximo da superfície. O rolamento ocorre quando fragmentos bastante grandes ou alongados são postos em movimento. O rolamento será favorecido se um grande grão se move sobre uma superfície, relativamente, plana de grãos mais pequenos. Haverá uma possibilidade muito maior para que um grão pare, se ele estiver rodeado por ou repousar sobre grãos de tamanho semelhante a si mesmo. Todos os modos de transporte da carga de base (rolamento, saltação, deslizamento e suspensão) pode coexistir em maior ou menor grau. Eles costumam estar associados com o desenvolvimento de diferentes configurações sobre a superfície do sedimento. Estas configurações da superfície das camadas, normalmente, ocorrem como padrões repetitivos a diversas escalas. Quando, totalmente, desenvolvidas, elas reflectem um equilíbrio entre a força da corrente e o tamanho dos grãos do sedimento. Uma mistura de sedimentos e água, em condições adequadas, é capazes de mover-se, sob a acção da gravidade, como os escoamentos de massa. Quando um fluído se escoa a pequena velocidade, o material solto que ele contém desloca-se por rolamento ou arrastamento no sentido da corrente, quer isto dizer, que as partículas estão sempre em contacto com a interface material-fluído. Quando a velocidade do fluído (água ou vento) é maior, o levantamento e momento exercido pelo fluído sobre as partículas é suficiente para que algumas delas se afastem da interface fluído-material e entrem no escoamento. Os fluxos de massa incluem uma grande variedade de processos, que se distinguem, teoricamente, como mecanismos distintos em que as partículas sedimentares são suportadas dentro dos escoamentos. Os fluxos que têm um limite de escoamento são considerados como fluxos de detritos, dos quais os fluxos de lama tem um limite de coesão, enquanto um fluxo de grãos têm um limite de fricção. A fase fluida entre partículas é, geralmente, água, mas em alguns fluxos que podem ser ar.
Transporte por Saltação..................................................................................................................................................................................................Saltation
Transport saltitante / Transporte por saltación / Transport von Saltation /由突变的运输 / Скачкообразное передвижение / Trasporto per saltation
Transporte por saltos de material solto, i.e., material que é removido de uma camada e transportado por um fluído para voltar outra vez à superfície da camada. Exemplos deste tipo de transporte, são o transporte de seixos por um rio, a areia na superfície dos desertos, o solo sobre os campos, assim como a neve sobre as superfícies lisas como nas pradarias árcticas ou canadianas.
Ver: « Carga Basal »
&
« Fluxo (escoamento) »
&
« Tracção (dos sedimentos) »
Quando um fluído se escoa a pequena velocidade, o material solto que ele contém desloca-se por rolamento ou arrastamento no sentido da corrente, quer isto dizer, que as partículas estão sempre em contacto com a interface material-fluído. Neste caso, como ilustrado neste esquema, as forças exercidas pelo fluído sobre as partículas são suficientes apenas para as fazer rolar à volta do ponto de contacto com a superfície. Quando a velocidade do fluído (água ou vento) é maior, o levantamento e momento exercido pelo fluído sobre as partículas é suficiente para que algumas delas se afastem da interface fluído-material e entrem no escoamento. Ao princípio, elas movem-se mais rapidamente do que o escoamento e, por isso, são levantadas afastando-se da interface. Contudo, como à medida que as partículas se afastam da interface material-fluído elas entram num escoamento mais rápido e a diferença de velocidade entre as partículas e o escoamento diminui, o que torna a força de levantamento cada vez mais pequena. Quando o peso de uma partícula é maior do que a força de levantamento, ela cai outra vez para a superfície da interface. Como durante a descida, as partículas conservam um pouco da velocidade na zona de escoamento mais rápido, elas voltam à superfície da interface com maior velocidade do que a que tem o escoamento tem junto da interface. Isto obriga as partículas a fazerem uma trajectória parabólica através do fluído, o que é uma das características do transporte saltitante ou saltação. Quando as partículas atingem a superfície da interface material-fluído, isto é, quando elas atingem o terreno, elas podem desalojar outras partículas, sobretudo, as mais pequenas. Se a velocidade do fluído for muito grande, as partículas mais pequenas podem entrar em suspensão, o que é muito comum quando o fluído é o vento e em particular durante as tempestades de poeira. Nos rios este processo repete-se, continuamente, o que erode o leito do rio e transporta novo material de montante.
Transporte por Tracção (sedimentos)....................................................................................................................................................................Traction
Tracção (dos sedimentos) / Transporte por tracción (arraste) / Transport durch Zug / 牵引运输 / Передвижение тягой / Trasporto per trazione
Quando os sedimentos são arrastados ao longo do substrato por um fluído, quer ele seja, uma corrente de água ou vento, o que, em geral, implica uma participação directa ou indirecta da força da gravidade. Sinónimo de Transporte por Arrastamento.
Ver: « Carga Basal »
&
« Fluxo (escoamento) »
&
« Tracção (dos sedimentos) »
Muitos geocientistas consideram que o transporte por suspensão não faz parte do que em geral se chama a carga sólida do fundo ("bedload" em inglês), embora outros considerem que uma grande parte das partículas transportadas em suspensão derivem da carga sólida do fundo ou carga arrastada. O movimento dos grãos em contacto permanente ou intermitente com o leito de uma corrente pode ser feito por saltação, rolamento ou rastejando. A saltação descreve o movimento de pulos ou de saltos dos grãos perto do leito durante um deslocamento vigoroso da carga de fundo. Os grãos seguem trajectórias assimétricas, que podem, geralmente, ser muito complicadas em água por flutuações aleatórias ou induzidas por turbulência. Quando a turbulência se torna muito forte, existem gradações entre verdadeiras saltações e suspensões. Quando os grãos descendentes atingem o leito, eles saltam de volta para o fluxo, desalojando grãos sobre o leito da corrente ou ajudando a os pôr em movimento, ou simplesmente dispersam a sua energia cinética no leito. No ar, as colisões entre grãos são mais vigorosas do que na água devido à menor viscosidade e maior peso dos grãos imersos. A mobilização de grãos que repousam sobre o leito, é um processo muito importante (na água, ocorre um amortecimento geral dos impactos e as forças hidráulicos de levantamento são, provavelmente, mais importantes no início do movimento dos grãos). Quando os grãos colidem com o leito da corrente e não saltam, a sua energia cinética se dispersa por vários grãos de repouso no leito. Alguns destes grãos podem, como resultado, ser empurrados durante uma curta distância para jusante da corrente ou na direcção do vento. Este é o fenómeno arrastamento ou de rastejo pode chegar a representar cerca de 25% do movimento total da carga sólida de fundo num transporte pelo vento. O rolamento ocorre quando fragmentos bastante grande ou alongados são postos em movimento. O rolamento é favorecido se um grande grão se mover sobre uma superfície relativamente plana de grãos mais pequenos.
Transposição (dos sedimentos)...........................................................................................................................................................................Sediment Bypassing
Transposition (des sédiments) / Transposición (de los sedimentos) / Sediment-Umgehung / 泥沙绕过 / Перестановка (отложений) / Trasposizione (sedimento)
Transporte dos sedimentos através de uma área sem se depositarem. A transposição explica a diminuição da granulometria à medida que a distância à fonte dos sedimentos aumenta. Um dos casos mais frequentes de transposição ocorre nas correntes turbidíticas, onde as partículas, de certas dimensões, ultrapassam outras que são transportadas, simultaneamente, ou que continuam em movimento enquanto que outras se depositam. Em certos casos, a transposição dos sedimentos pode ser inversa, isto é, quando os sedimentos de grandes dimensões são transportados mais longe do que os mais finos.
Ver: « Aporte Terrígeno »
&
« Cortejo de Nível Baixo »
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« Turbidito »
A transposição dos sedimentos é muito frequente, quando os sedimentos são transportados sob a influência da gravidade e o seu movimento desloca o fluído intersticial entre eles. Os sedimentos são transportados por toda uma variedade de mecanismos: (i) Suspensão; (ii) Saltação; (iii) Tracção; (iv) Escoamento Granular Ascendente; (v) Directa Interacção entre os Grãos; (vi) Suporte dos Grãos por um Fluído Coesivo. Existem quatro grandes tipos de escoamento gravitário : (A) Escoamento Granular, que ocorre quando os sedimentos são suportados e deslocados pelas interacções directas de grão a grão, como nos movimentos de areia ao longo dos canhões submarinos, o que resultam numa calibração da areia ou dos calhaus depositados nos canais ou depressões dos cones submarinos ; (ii) Escoamento Sedimentar Fluído, que corresponde ao movimento no qual as partículas sedimentares são suportadas pelo escoamento vertical induzido à medida que os grãos se depositam, como os escoamentos dos pacotes de areia que se deslocam ao longo de um declive como um tapete tracção ; (iii) Escoamento de Detritos, que corresponde ao movimento costa abaixo (no offshore como no onshore) das partículas sedimentares (grosseiras e finas) e da água no qual os grãos de maiores dimensões são suportados pela mistura do fluído intersticial e sedimentos finos (neste tipo de escoamento, os sedimentos podem ser transportados centenas de quilómetros e originam depósitos maciços e pouco calibrados) ; (iv) Correntes Turbidíticas, que são misturas diluídas de sedimentos e água com uma densidade superior à água onde elas se formam e nas quais os sedimentos são suportados pela componente vertical induzida pela turbulência da água.
Travertino (geyserito)...............................................................................................................................................................................................................................Travertine
Travertin / Travertino / Travertin / 洞 石 / Травертин (белый известняк) / Travertino
Depósito calcário compacto e duro formado, essencialmente, por escorrência exterior de águas provenientes de uma região cársica.
Ver: « Calcário »
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« Carso »
&
« Dissolução »
Como ilustrado nesta figura, o travertino é uma rocha calcária, composta por de calcite, aragonite e limonite, com bandas compactas, paralelas entre si, nas quais se observam pequenas cavidades, onde predominam os tons que passam pelo branco, verde ou rosa, apresentando, frequentemente, marcas de ramos e folhas. O travertino, que, também, é conhecido como tufo calcário, vem do latim lapis Contribute ou pedra de Contribute (actual GoLive). O travertino é formado nas zonas cársticas calcárias, pela precipitação de carbonato de cálcio por acção da água doce, o que provoca espaços vazios e o depósito de materiais em bandas, mais ou menos, paralelas. Existem grandes pedreiras deste tipo de rocha no México, na Turquia e no Peru, mas as variedades mais famosas são as italianas, sendo o travertino de Tivoli um dos mais procurados. O travertino é usado como pedra ornamental em arquitectura, em estado natural ou polida, aplicada em interiores, exteriores e em decoração. O seu uso em construção, tanto na arquitectura clássica romana como na actualidade, deve-se à sua durabilidade, fácil aplicação e às suas qualidades estéticas (o Coliseu de Roma, em Itália, e a Basílica de São Pedro, no Vaticano, estão construídos, entre outros materiais, com travertino. O travertino moderno é formado a partir de águas alcalinas geotermais quentes superssaturadas e aquecidas, com forte teor em CO2. Nas zonas de emergência, as águas liberam CO2, porque a atmosfera tem um teor em CO2 mais pequeno, o que resulta num aumento do pH. Desde que a solubilidade do carbonato diminuiu com o aumento do pH, produz-se a precipitação de carbonato de cálcio. A supersaturação pode ser reforçada por vários factores que reduzem a percentagem de CO2, como as interacções ar-água nas cachoeiras ou a fotossíntese. A calcite e a aragonite são encontradas nos travertinos das fontes termais. A aragonite é, preferencialmente, precipitada quando as temperaturas são quentes, enquanto que a calcite domina quando as temperaturas são mais frias. Quando puro e fino um travertino, é branco, mas, muitas vezes, devido às impurezas, ele é castanho ou amarelado.
Triásico....................................................................................................................................................................................................................................................................................Triassic
Triassique / Triásico / Trias (Geologie) / 三叠纪 / Триасовый период / Triassico
Período geológico que durou entre 248,3 e 205,7 Ma (Hardenbol, J. et al., 1998). É o primeiro período da Era Mesozóica. O Triásico segue o Pérmico (último período do Paleozóico) e é seguido pelo Jurássico. O início e fim do Triásico são sublinhados por grandes extinções. A extinção que marca o fim do Triásico parece, actualmente, estar bem datada, mas como todos os períodos geológicos antigos, embora as formações que definem os seus limites sejam bem conhecidas, as datas avançadas do início e fim desses períodos são aproximadas de vários milhões de anos.
Ver: « Escala do Tempo (geológico) »
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« Mesozóico »
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« Tempo Geológico »
A extinção que marca o fim do Pérmico deixou a biosfera muito empobrecida, mas como todos o geocientistas sabem, a biosfera é muito resiliente e recupera muito facilmente. Dois únicos géneros de Amonóides (também chamados amonites, constituem um grupo extinto de moluscos cefalópodes surgido no período Devónico) sobreviveram ao fim do Pérmico, contudo 4 My mais tarde, no Triásico Inicial, existiam já mais de 100 géneros. O termo Triásico deriva das três partes nas quais ele foi dividido na Europa: (i) Keuper (a mais recente) ; (ii) Muschelkalk e (iii) Bunter (a mais antiga). Os depósitos do Bunter, que consistem sobretudo de arenitos vermelhos, argilitos e conglomerados, sugerem condições muito áridas semelhantes às do Pérmico. Durante o Muschelkalk, o mar Tétis começou a avançar para Oeste e cobriu uma grande parte a plataforma Europeia, onde se depositaram calcários de água pouco profunda, os quais foram cobertos por dolomites com gesso e anidrite, o que que sugere condições hipersalinas. A parte superior do Muschelkalk (mais ou menos 50 metros) é formada por uma alternância de depósitos marinhos e lacustres, alguns dos quais têm restos de plantas carbonizados. O Keuper é, principalmente, formado por um intervalo de, mais ou menos, 450 metros de espessura, constituído por margas de várias cores e dolomites porosas, o que sugere condições lagunares. O mar durante o Muchelkalk não invadiu a plataforma Russa, mas estendia-se para NO, isto é, para a área ocupada hoje pelo Mar do Norte. Recifes cresceram na bordadura Sul da plataforma europeia, nas águas pouco profundas do norte do Mar Tétis, onde também se depositaram calcários que se transformaram em dolomites e que formam hoje as montanhas do NE da Itália, que são conhecidas como as Dolomites.
Trilobite.............................................................................................................................................................................................................................................................................Trilobite
Trilobite / Trilobite / Trilobiten / 三叶虫 / Трилобит / Trilobita
Artrópodo extinto da classe taxonómica Trilobita. As Trilobites apareceram na 2a época do período Câmbrico (provavelmente no Davidiano)e desenvolveram-se durante a parte inferior da era Paleozóica e entrarem num prolongado declínio que levou à extinção quase completa de todas as ordens (excepto Proetida) no Devónico Tardio. As últimas trilobites desapareceram na extinção que ocorreu no fim do Pérmico cerca de 250 Ma.
Ver: « Fóssil »
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« Idade Relativa »
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« Paleozóico »
As trilobites (três lobos) são chamadas assim porque os seus corpos, como se pode constatar nesta fotografia, eram divididos num lobo axial central, no meio, e dois lobos pleurais, nos lados. A cabeça ou cefalão, tinha uma forma arqueada típica e, muitas vezes, possuía dois olhos (algumas trilobites eram cegas). O inchaço no meio do cefalão é a glabela. De cada lado da glabela estão os olhos e as suturas faciais, que separam as chamadas maças do rosto, que em muitas espécies eram bastante salientes, do resto do cefalão. Os lobos pleurais (ou tórax) eram feitos de pleura que cobria as patas, as quais eram muito frágeis. As patas das trilobites eram ramificadas (dois ramos) e suportavam ambos os ramos motores e as brânquias. As partículas alimentares eram agitadas para cima e para a boca pelos basais das patas, que certos geocientistas se chamam gnatobases. Na parte posterior do corpo, a pleura passa a um segmento chamado pigídio, que é, mais ou menos, planar e que funcionava como uma cauda. Em algumas trilobites o pigídio é muito pequeno. Em outras, ele era, relativamente, grande e ornamentado com espinhas. Muitas das trilobites viviam em águas pouco profundas e eram bênticas (que viviam nos sedimentos do fundo do mar, lago ou outro corpo de água, independentemente da profundidade). Elas deslocavam-se no fundo do mar e, provavelmente, alimentavam-se de detritos. Algumas da trilobites eram pelágicas e flutuavam à superfície da lâmina de água, como uma grande parte das trilobites do Câmbrico e Ordovícico. Depois do Ordovícico, quando muitas das ordens de trilobites declinaram e começaram a extinguir-se, os sobreviventes tenderam a ser restringidos aos ambientes de água profunda. Como as boca das trilobites não tinha grandes mandíbulas, alguns geocientistas pensam, que as trilobites não eram predadores e que comiam unicamente alimentos tenros.
Trófico (nível).......................................................................................................................................................................................................................................................................Trophic
Trophique (niveau) / Trófico (nivel) / Trophische (Pegel) / 营养(一级) / Трофический (уровень) / Trofico (livello)
Quantidade de nutrientes num lago. O Índice de Nível Trófico (INT) é um indicador da qualidade da água de um lago. Quatro parâmetros são combinados para determinar o INT : (i) Azoto total ; (ii) Fósforo total ;(iii) Claridade da água e (iv) Quantidade de Clorofila a. Estes quatro parâmetros traduzem a dinâmica do ciclo anual de um lago.
Ver: « Ambientes de Deposição »
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« Lago »
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« Mesotrófico (lago) »
Certos lagos são claros e parecem azuis porque a maior parte da luz é absorvida pela água. A fracção vermelha da luz é muito absorvida, enquanto que a fracção azul é dispersada e atinge os nossos olhos. Os lagos que têm uma grande quantidade de algas em suspensão parecem de cor verde, porque as algas absorvem, fortemente, as fracções azuis e vermelhas da luz, mas reflectem a luz verde. Estas e outras diferenças entre os lagos podem ser analisadas, numericamente, medindo certos parâmetros que os caracterizam. A medida destes parâmetros é muitas vezes incorporada para definir nível trófico, que sublinha a capacidade que o lago tem para suportar a vida. O azoto e fósforo são nutrientes que afectam a quantidade de algas num lago. Quanto maior é a concentração destes nutrientes mais eutrófico é o lago. A transparência da água, que se pode medir com o disco de Secchi branco também é usada para determinar o nível trófico de um lago (disco circular, em geral branco ou branco e preto, que é mergulhado na água até deixar de se ver). Nos lagos oligotróficos (com poucos nutrientes), o disco de Secchi vê-se até uma profundidade que ultrapassa os 10 metros, enquanto que nos lagos eutróficos o disco desaparece a uma profundidade, por vezes, menor do que um metro. A concentração das algas é talvez a melhor maneira de caracterizar o nível trófico, embora uma tal medida seja difícil de obter directamente. A quantidade de clorofila-a (pigmento presente em todas as algas que faz com que elas apareçam verdes e que lhes permite de obter energia a partir da luz solar, função clorofilina) é o parâmetro mais usado porque ela dá de maneira indirecta a concentração das algas. A quantidade de oxigénio também dá, de uma maneira indirecta, uma ideia do nível trófico. Ao contrário dos lagos tróficos, os eutróficos, muitas vezes, têm pouco ou mesmo nenhum oxigénio nas camadas de água basais, o que permite uma preservação da matéria orgânica morta.
Troposfera......................................................................................................................................................................................................................................................Troposphere
Troposphère / Troposfera / Troposphäre / 对流层 / Тропосфера / Troposfera
Uma das cinco camadas que compõem a atmosfera: (i) Troposfera ; (ii) Estratosfera ; (iii) Mesosfera ; (iv) Termosfera e (v) Exosfera. A Troposfera é a primeira camada da atmosfera, entre 0 e 10 km de altitude. Ela é separada da estratosfera pela tropopausa, a qual se encontra, mais ou menos, entre 10 e 20 km de altitude.
Ver: « Atmosfera »
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« Estratosfera »
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« Efeito de Estufa Natural »
A troposfera é a porção mais baixa da atmosfera terrestre. A troposfera contém, aproximadamente, 75% da massa atmosférica e 99% do seu vapor de água e aerossóis. A espessura média da troposfera é de 12 km nas latitudes médias. Ela é mais espessa nas regiões trópicas, onde ela pode atingir 17 km de altura, e menos espessa nos polos, podendo contudo atingir cerca de 7 km durante o verão e tornando-se indistinta durante o inverno. A parte mais baixa da troposfera, onde a fricção dos ventos com a superfície influencia as correntes de vento, é chamada de camada limite planetária. Esta camada tem, normalmente, algumas centenas de metros de espessura, podendo atingir até 3 km, dependendo do relevo e da hora do dia. A região fronteiriça entre a troposfera e a estratosfera é chamada de tropopausa, onde a temperatura para de cair com a altitude e passa então a subir. A palavra "troposfera" deriva do grego: "tropos" (girar, misturar), refletindo o facto de que a turbulência tem um papel importante no comportamento e estrutura da troposfera. A maior parte dos fenómenos meteorológicos que associamos com o tempo meteorológico quotidiano ocorre na troposfera. A composição química da troposfera é, essencialmente, uniforme e, praticamente, idêntica à composição da atmosfera terrestre (78% de azoto e 21% de oxigénio, além de outros gases em pequenas proporções), com a exceção notável do vapor de água. A fonte de vapor de água provém da superfície, por meio de processos de evaporação e transpiração. Além do mais, a temperatura da troposfera diminui com a altitude, e a pressão de vapor cai, intensamente, assim que a temperatura diminui. Assim, a quantidade de vapor de água que pode existir na atmosfera cai fortemente com a altitude. A proporção de vapor de água na atmosfera terrestre alcança o seu pico perto da superfície e diminui com a altura.
Truncatura.........................................................................................................................................................................................................................................................Truncation
Troncature / Truncación / Trunkierung / 截断 / Усечение / Troncamento
Terminação dos estratos ou reflexões sísmicas, interpretadas como tais, ao longo da discordância superior de um ciclo estratigráfico, a qual é criada por uma erosão, que em geral foi reforçada pela tectónica (discordância angular).
Ver: « Discordância »
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« Erosão »
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« Terminação e Geometria de um Estrato »
Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do Norte do Mar Cáspio, as terminações dos reflectores subjacentes à discordância (linha ondulada em branco) são biséis somitais ou superiores por truncatura. Na estratigrafia sequencial, uma discordância é uma superfície de erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar, que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia (em certos casos, é, mais ou menos coincidente com a linha da costa ou com o rebordo continental). Isto quer dizer, que as discordâncias são induzidas, principalmente, pela eustasia. Contudo, elas podem ser reforçadas pela tectónica e criar, o que certos geocientistas chamam discordâncias angulares. Por si só, um encurtamento ou alargamento dos sedimentos não pode produzir uma discordância, uma vez que têm que haver erosão. A erosão só é significativa e regional se os sedimentos forem exumados. Isto é, muito fácil de constatar nas bacia salíferas, onde o escoamento lateral ou vertical do sal, deforma (alonga) os sedimentos sobrejacentes sem criar discordância, isto é, sem que os sedimentos sobrejacentes sejam erodidos. Entre os sedimentos subjacentes e suprajacentes ao sal forma-se uma desarmonia tectónica (não confundir com discordância), que atinge o seu paroxismo quando o sal ou horizonte salífero é, totalmente, evacuado e forma uma sutura salífera. Nesta tentativa de interpretação, é evidente que a discordância sublinhada foi reforçada pela tectónica (um alargamento e um encurtamento). A área onde a linha sísmica foi tirada pertence a uma bacia sedimentar caracterizada por uma tectónica salífera importante e pela descoberta recente de um campo petrolífero gigante (Kashagan). O escoamento do sal Pérmico (Kunguriano, 258-263 Ma), que se depositou sobre os argilitos rochas-mãe do Artinskiano (263-268 Ma), deformou e levantou (extensão, alargamento) os sedimentos Triásicos, que foram, parcialmente, erodidos antes de serem cobertos pelos sedimentos marinhos do Jurássico. Mais tarde, todo o conjunto foi, ligeiramente, encurtado (compressão).
Truncatura Aparente............................................................................................................................................................................Apparent Truncation
Troncature apparente / Truncación aparente / Scheinbare Trunkierung / 明显的截断 / Явное усечение / Troncamento apparente
Relação geométrica entre estratos, ou terminações dos reflectores sísmicos dos cortejos sedimentares transgressivos e de alto nível (do mar). A retrogradação (deslocamento para o continente) dos sedimentos do cortejo transgressivo, como a progradação dos sedimentos dos prismas de nível alto e baixo, induzem uma geometria de truncatura aparente, que na maior parte dos casos, não corresponde a nenhuma erosão. Esta geometria é, facilmente, reconhecida nos perfis sísmicos, quer acima das superfícies basais de progradação (que sublinham os picos das transgressões marinhas), quer na parte superior dos intervalos progradantes (regressões).
Ver: « Discordância »
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« Erosão »
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« Terminação e Geometria de um Estrato »
Neste autotraço de uma linha sísmica do offshore da China, o qual corresponde a uma margem divergente do tipo não-Atlântico (localizado dentro da megassutura Meso-Cenozóica, isto é, num contexto geológico globalmente compressivo), as terminações superiores dos reflectores do intervalo progradante (entre 1,1 e 1,3 segundos) sublinham, o que muitos geocientistas consideram como uma truncatura aparente. Para esses geocientistas, os sedimentos depositaram-se a jusante da ruptura costeira da superfície de deposição, em geral, num talude deltaico, uma vez que o espaço disponível para os sedimentos (acomodação) é insuficiente a montante. Em outros termos, para esses geocientistas os sedimentos progradam para jusante sem nenhuma agradação positiva. Contudo, outros geocientistas pensam, que os sedimentos se depositaram não só em progradação, mas também em agradação, mas que a parte agradante é, imediatamente, erodida pelos próprios processos sedimentares. Como ilustrado neste autotraço , nos edifícios deltaicos, este tipo de geometria pode também ser interpretado como uma consequência do efeito de pêndulo. Desde que um lóbulo sedimentar se deposita na desembocadura de um rio, o espaço disponível para os sedimentos diminui. O lóbulo seguinte, deposita-se lateralmente, em relação ao primeiro, onde o espaço disponível é suficiente e assim de seguinte, sem que nenhuma descida relativa do mar significativa ocorra. Este deslocamento lateral dos lóbulos sedimentares deltaicos (paraciclos-sequência), em função do espaço disponível, foi muito bem descrito pelos geocientistas franceses (G. Dailly) da companhia petrolífera Elf, que o denominaram efeito de pêndulo.
Truncatura Estrutural...................................................................................................................................................................Structural Truncation
Troncature structurale / Truncación estructural / Strukturelle Trunkierung / 结构截断 / Тектонический срез / Troncamento strutturale
Terminação abrupta de um estrato (ou de um reflector sísmico) induzida por um evento estrutural: (i) Encurtamento (falha inversa) ; (ii) Alargamento (falha norma) ; (iii) Deslizamento gravitário ;(iv) Escoamento de um substrato móvel ; (v) Intrusão ígnea, etc.
Ver: « Discordância »
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« Erosão »
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«Terminação e Geometria de um Estrato »
Para muitos geocientistas, a expressão "truncatura estrutural" não boa. Ela induz em erro. Em geologia, o termo truncatura é, em geral, utilizado com sinónimo de erosão. Para a maioria dos geocientistas, uma truncatura implica uma erosão. A descontinuidade das camadas ou reflectores, observada, por exemplo, no caso de uma falha (inversa ou normal) não tem nada a ver com uma truncatura. A erosão só pode ser feita pelos agentes erosivos (água, vento, gelo, etc). A tectónica, quer ela seja por encurtamento ou alargamento, não erode os sedimentos. A tectónica deforma os sedimentos. Contudo, se a deformação tectónica for por encurtamento, os sedimentos são levantados e podem ser expostos aos agentes erosivos, caso eles sejam exumados, quer isto dizer, caso eles sejam levantados acima do nível do mar. Por outras palavras, para haver erosão (regional ou global), tem que haver uma descida relativa do nível do mar, que é função da eustasia e do movimento do fundo do mar (levantamento, i.e., encurtamento ou subsidência, quer isto dizer alargamento). Como, na grande maioria das bacias sedimentares, as variações eustáticas são muito mais rápidas do que os movimentos tectónicos, quase todos os geocientistas (salvo raros "estruturalistas" ingénuos, isto é, inductivistas), consideram que a ciclicidade observada nos registos geológicos, é devida a eustasia. Nesta tentativa de interpretação de uma linha sísmica do Mar do Norte, os biséis somitais visíveis debaixo da discordância correspondem a verdadeiras truncaturas. Os sedimentos subjacentes à discordância foram encurtados e levantados. O levantamento produziu uma descida relativa (Eustasia + Tectónica) do nível do mar, a qual exumou os sedimentos, o que permitiu aos agentes erosivos de os desagregar, corroer e nivelar. Este tipo de terminação não tem nada a ver com a descontinuidade (deslocamento) dos reflectores produzida pelo movimento da falha normal (parte central inferior da linha sísmica) onde nenhuma camada ou reflector desaparece por erosão e que muito geocientistas continuam, por hábito, a chamar "truncatura estrutural".
Tsunami (onda sísmica).......................................................................................................................................................................................................................................Tsunami
Tsunami, Onde sismique / Tsunami, Onda sísmica / Tsunami / 海啸 / Цунами / Maremoto
Onda do mar produzida por um distúrbio do fundo do mar (larga escala e curta duração), como um tremor de terra pouco profundo, erupção vulcânica, deslizamento submarino, etc.
Ver: « Delta de Tempestade »
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« Nível de Acção das Vagas »
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« Onda Sísmica»
Na Terra, as placas litosféricas estão em constante movimento. Elas deslocam-se umas em relação às outras com velocidades que variam entre 2,5 a 5-7 centímetros por ano. O movimento das placas ocorre nas dorsais oceânica, falhas transformante e zonas de subducção e pode produzir tremores de terra e erupções vulcânicas que podem originar tsunamis. Em certas zonas de subducção, a placa litosférica menos densa (em geral a placa cavalgante) pode deslocar-se, bruscamente, para cima devido a pressão exercida pela placa descendente mais pesada. Este deslocamento abrupto, como ilustrado neste esquema, pode produzir um terramoto. O foco do terramoto é o ponto ou área onde ocorreu a primeira ruptura e onde as ondas sísmicas são geradas, enquanto que o epicentro do terramoto (ou tremor de terra) é o ponto fundo do mar (ou à superfície da terra), directamente, acima do foco. Quando uma porção da placa litosférica cavalgante é levantada, a energia libertada é transferida a água do mar, o que empurra a água acima do nível do mar. Pode dizer-se que os tsunamis são ondas da superfície do mar de muito longo período (entre 3 m e 3 h), de grande comprimento de onda (por vezes acima de 200 km), de fraca amplitude (entre centímetros e decímetros) e com uma grande velocidade (velocidades entre 600 e 800 km/h são frequentes) produzidas por tremores de terra costeiros ou submarinos. Um tsunami de 200 km de comprimento de onda e de 25 cm amplitude desloca 50000 toneladas de água por cada metro da linha da costa. Os danos são, particularmente, severos quando a água converge para uma baía, relativamente, estreita, o que pode criar uma altura de onda (h) da ordem dos 50 metros. A velocidade da onda (v) é função do comprimento de onda (L). Se a lâmina de água é superior ao comprimento de onda (l), a velocidade v é igual a (gL/2π)^1/2 que é igual a (1,56 L)^1/2, onde g é a aceleração da gravidade (9,81 m/s^2). Se a lâmina de água é inferior ao comprimento de água, a velocidade é igual (gh)^ 1/2. Contudo, não esqueça qua a velocidade da onda significa, na realidade, uma velocidade de fase, uma vez que o que se desloca não é a água, mas a crista e a cava da onda, quer isto dizer, a fase da superfície da água.