Tubícola....................................................................................................................................................................................................................................................................Tubicolous
Tubicole / Tubicola / Röhrenwurm / 管蠕虫 / Живущий в трубке / Verme de forma de tubo
Animais que vivem dentro de um tubo ou que têm uma estrutura tubular, como certos vermes marinhos.
Ver : « Fóssil »
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« Carso Litoral »
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« Praia-Baixa »
Os tubícolas ou tubiculados são invertebrados poliquetas (classe de animais do filo anelídeos constituída por mais de 10000 espécies, a maioria das quais marinhas), que vivem no andar mesolitoral inferior dos espraiados com afloramentos de rocha, dentro de tubos formados por detritos de conchas e areia aglutinada por uma secreção do animal, endurecida. Vivem em colónias fixas aos rochedos e podem formar patamares ou cobrir a plataforma de abrasão. São anelídeos, bioconstrutores, e têm um desenvolvimento máximo nos mares quentes (Moreira, 1984). Sobre este assunto pode dizer-se que: (i) Algumas espécies tubícolas são carnívoras e projectam-se do seu tubo ou abandonam-o, temporariamente, para procurar alimento (as espécies carnívoras possuem, de uma forma geral, adaptações semelhantes às dos poliquetas errantes) ; (ii) A maior parte dos poliquetas tubícolas são sedentários e movem-se pouco dentro do tubo (o movimento ocorre por contracções peristálticas, pelo que os parápodes não são muito desenvolvidos e estão, por vezes, reduzidos a pequenas fiadas de sedas uncinígeras; os músculos circulares estão, particularmente, bem desenvolvidos assim como os septos internos) ; (iii) As adaptações das espécies tubícolas sedentárias são semelhantes às que caracterizam os poliquetas que fazem buracos e que, também, se deslocam muito pouco ; (iv) A diversidade dos poliquetas tubícolas advém das suas várias estratégias para captar alimento (estes poliquetas podem ser detritívoros selectivos e não selectivos e filtradores; alguns possuem estratégias mistas e utilizam os palpos para seleccionar partículas alimentares no sedimento ou para as capturar na coluna de água, podendo considerar-se uma espécie detritívora selectiva ou uma espécie filtradora) ; (v) A capacidade de filtração da água evoluiu em muitos tubícolas e existem diferentes formas de o fazer ; (vi) Os poliquetas são bem conhecidos dos pescadores, que os utilizam como iscos, e de alguns empresários, cuja actividade se baseia na cultura de certas espécies (contudo a grande diversidade deste grupo é-lhes, provavelmente, pouco conhecida) ; (vii) Os poliquetas são extremamente importantes na avaliação do estado de sanidade do mar, estuários e lagoas costeiras.(http://www.biorede.pt/text.asp?id=446).
Tufo Calcário..................................................................................................................................................................................................................................Calcareous tuff
Tuf calcaire / Toba calcárea / Kalktuff / 钙质凝灰岩 / Известковый туф / Tufo calcareo
Depósito calcário poroso e friável, formado no exterior dos pontos de saída das águas de uma nascente cársica, por incrustação calcária de diversos suportes, na maior parte vegetais (União Internacional de Espeleologia, 1973). Sinónimo de Travertino.
Ver: « Calcário »
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« Deposição (carbonatos) »
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« Polipeiro »
O tufo calcário ou travertino é muito utilizado como material de construção. Os romanos exploraram os depósitos de tufo calcários para a construção. Entre outros edifícios, por exemplo, eles construíram o Coliseu, o maior edifício do mundo construído sobretudo com tufo calcário. Outros edifícios famosos construídos, em grande parte, com tufo calcário são a Basílica de Sacré-Coeur, em Paris e Shell-Haus em Berlim. Travertino é uma das várias pedras naturais que são utilizados para pavimentação de pátios e caminhos do jardim. Às vezes, é conhecido como calcário travertino ou mármore travertino, que são a mesma pedra, embora o termo travertino seja considerado, correctamente, como um tipo de calcário, e não de mármore. O travertino é caracterizado pela presença buracos na sua superfície. Embora essas buracos ou depressões ocorrem naturalmente, eles sugerem sinais de desgaste importante ao longo de um tempo relativamente longo. Basicamente, o travertino é formado a partir de águas alcalinas geotermais quentes superssaturadas e aquecias, com forte teor em CO2. Nas zonas de emergência, as águas liberam CO2, porque a atmosfera tem um teor em CO2 mais pequeno, o que resulta num aumento do pH. Desde que a solubilidade do carbonato diminuiu com o aumento do pH, produz-se a precipitação de carbonato de cálcio. A supersaturação pode ser reforçada por vários factores que reduzem a percentagem de CO2, como as interacções ar-água nas cachoeiras ou a fotossíntese. A calcite e a aragonite encontram-se nos travertinos das fontes termais. A aragonite é, preferencialmente, precipitada quando as temperaturas são quentes, enquanto que a calcite domina quando as temperaturas são mais frias. O travertino forma-se a partir de depósitos de cálcio na vegetação (como musgos, algas), na emergência de determinadas fontes ou riachos com pequenas cachoeiras, onde o carbonato precipita, devido à turbulência da água. A vegetação rebrota, em seguida, sobre um novo contexto, e o processo começa de novo, de maneira cíclica.
Turbidito.......................................................................................................................................................................................................................................................................Turbidite
Turbidite / Turbidita / Turbidit / 浊流 / Турбидит / Torbiditici
Depósito sedimentar depositado a partir de correntes de gravidade que transportam sedimentos de tamanhos muito variados. Uma das característica principais de este tipo de depósito é que ele exibe uma estratificação granodecrescente.
Ver: « Cone Submarino de Bacia »
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« Cone Submarino de Talude »
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« Cortejo de Nível Baixo (do mar) »
Na estratigrafia sequencial, os depósitos turbiditos associados com as descidas relativas do nível do mar, isto é, com as discordância são bem conhecidos de todos os geocientistas. Estes turbiditos (cones submarinos de bacia e de talude) depositam-se em condições geológicas de nível baixo do mar, quer isto dizer, que o nível do mar está mais baixo do que o rebordo da bacia. Contudo, segundo Emiliano Mutti, nos registos estratigráficos, quer no campo quer nos dados sísmicos, a evidência de depósitos turbiditos depositados em condições geológicas de nível alto (nível do mar acima do rebordo da bacia) é difícil de refutar. Como ilustrado nesta figura, isto é, particularmente, verdadeiro para os turbiditos de tipo 1, onde os níveis argilosos são raros e os lobos, não canalizados, se sobrepõem verticalmente para formar depósitos amalgamados. Para E. Mutti, há uma relação entre os diferentes tipos de turbiditos e o volume dos escoamentos gravitários. No tipo 1, as camadas individuais e grupos de camadas que ocorrem num lobo atingem, normalmente, volumes da ordem de 1-10 km3. O último volume (10 km3) é da mesma ordem que o volume de sedimentos de uma barra de desembocadura moderna de um grande complexo deltaico. No tipo ou subestágio 3, as camadas arenosas são finas e lateralmente impersistentes. A abundância de argilitos siltosos finos e muito finos, sugere escoamentos de fraco volume com teores de lama, relativamente, altos. Nos sistemas de tipo 2, a geometria das camadas turbidíticas arenosas sugere escoamentos de volume intermediário, geralmente, com teores de areia, relativamente, altos. Os turbiditos de tipo 1, que não são canalizados, correspondem, mais ou menos, aos cones submarinos de bacia de P. Vail, quando estes estão destacados da base do talude continental. Os turbiditos de tipo 2 correspondem, mais ou menos, aos cones submarinos de bacia depositados na base do talude continental, quer isto dizer, que estão conectados com canais turbidíticos. Os turbiditos de tipo 3 são, praticamente, equivalente dos cones submarinos de talude, onde as estruturas em forma de "asas de gaivota" são características.
Turbidito Amalgamado..........................................................................................................................................................Amalgamated Turbidite
Turbidite amalgamée / Turbidita amalgamado / Amalgamated Turbidit / 合并浊流 / Объединенный турбидит / Torbiditici amalgamato
Depósito associado aos cones submarinos profundos. Frequentemente, os turbiditos amalgamados são localizados na parte central dos lóbulos turbidíticos. Eles são compostos de um empilhamento de depósitos produzidos por correntes turbidíticas consecutivas (muito separadas no tempo). A espessura deste depósitos pode exceder várias centenas de metros. Pode dizer-se, que estes depósitos são caracterizados por uma presença muito fraca de níveis argilosos (o que contrasta com os turbiditos laminados). Os turbiditos amalgamados correspondem ao Tipo ou Subestágio 1 de Emiliano Mutti.
Ver: « Cone Submarino de Bacia »
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« Cone Submarino de Talude »
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« Cortejo de Nível Baixo (do mar) »
Nesta tentativa de interpretação geológica de um autotraço de uma linha sísmica do Mar Adriático, o intervalo, imediatamente, sobrejacente à discordância localizada entre 2 e 2,3 segundos (tempo duplo), a qual foi, ligeiramente, reforçada pela tectónica, foi considerado como uma sobreposição vertical de turbiditos do tipo 1 de E. Mutti. Esta interpretação foi corroborada pelo poço de pesquiza A, que também confirmou que a direcção da linha sísmica é, grosseiramente, perpendicular ao sentido do paleoescoamento das correntes turbidíticas. Isto quer dizer, que ruptura de inclinação da discordância, perceptível na parte Oeste deste autotraço, não corresponde à ruptura da base do talude continental e que o intervalo turbidítico está, provavelmente, desconectado da base do talude continental. Na terminologia de P. Vail, este intervalo corresponde a uma sobreposição de cones submarinos de bacia. Na maior parte das vezes, os eventos geológicos à origem destes depósitos não são os mesmos para Mutti e para Vail. Vail pensa que os turbiditos são induzidos por uma descida relativa do nível do mar importante que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. Mutti, que não nega a possibilidade de haver depósitos turbiditos em associação com as descidas relativas do mar, pensa, que no caso dos turbiditos não canalizados e sobretudo nos turbiditos amalgamados, o mais provável é que eles se tenham depositado durante condições geológicas de nível alto do mar. As correntes turbidíticas podem ser induzidas por deslizamentos ou por rupturas a grande escala do rebordo da bacia, de preferência quando este coincide com o rebordo continental que é, mais ou menos (pelos menos sismicamente), com a linha da costa, o que é o caso durante a parte final dos prismas de nível alto.
Turbidito não-Amalgamado...........................................................................................................................Unamalgamated Turbidite
Turbidite non-amalgamée / Turbidita no amalgamada / Unamalmagated Turbidit / Unamalmagated浊流 / Разединённый турбидит / Torbiditici no amalmagato
Fácies distal dos cones submarinos de bacia, conhecida igualmente por « turbidito laminado». Os turbiditos não-amalgamados exprimem uma alternância, mais ou menos, regular (1-2 m), de níveis argilosos e arenosos. Este fácies corresponde ao tipo 2, de E. Mutti, uma vez que eles se depositam na embocadura dos canais turbidíticos, em condições geológicas de nível alto.
Ver: « Cone Submarino de Bacia »
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« Cone Submarino de Talude »
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« Cortejo de Nível Baixo (do mar) »
Os sistemas turbidíticos de tipo 2 de Mutti, ilustram, perfeitamente, o que certos geocientistas chamam turbiditos não-amalgamados. Efectivamente, e ao contrário dos lóbulos de tipo 1, que se sobrepõem verticalmente para formar pacotes homogéneos de areia, os lóbulos do tipo 2 depositam-se lateralmente uns em relação aos outros (sob o efeito de pêndulo como os lóbulos deltaicos). Ao contrário dos turbiditos amalgamados, eles estão, perfeitamente, conectados com os canais turbidíticos (ou depressões, sem erosão significativa, por onde passam as correntes turbidíticas, como ilustrado no esquema superior. Neste esquema, no qual as condições geológicas de nível alto são evidentes, é sugerido que as correntes de turbidez foram induzidas por desabamentos de sedimentos do talude continental e rebordo da bacia. A conexão da fácies mais arenosa dos lóbulos com os preenchimentos dos canais (ou depressões) turbidíticos é evidente. Os lóbulos de tipo 1 estão, totalmente, desconectados dos preenchimentos dos canais turbidíticos, embora existam entre eles depósitos residuais (ou depósitos de fundo). O esquema inferior, ilustra não só a sucessão lateral das diferentes zonas : (i) Zona de Formação (ZF) ; (ii) Zona de Transferência (ZT) e (iii) Zona de Deposição (ZD), mas também as diferentes fácies (litologias : (a) Preenchimento de canais ou depressões turbidíticas com estratos de areia espessos ; (b) Fácies de transição entre preenchimento dos canais (ou depressões) e o lóbulo; (c) Lóbulo de areia com estratos espessos e (d) Lóbulo com estratos finos. É sobretudo a parte distal do lóbulo que muitos geocientistas chamam turbiditos não-amalgamados. No modelo estratigráfico de Vail, como os cones submarinos de bacia correspondem, mais ou menos, aos turbiditos de tipo 1 e 2 de Mutti, os turbiditos não-amalgamados encontram-se nos cones submarinos de bacia, em particular quando estes estão conectados à ruptura da base do talude continental.
Turbidito de Base (finamente estratificado).....................................................................................Basin Floor Thin Bedded Turbidite
Turbidito da base (finamente estratificado) / Turbidita da base (finamente estratificado) / Turbidit Basis (fein laminiert) / 浊流基地(精细层压) / Турбидит, залегающий тонким слоем на дне бассейна / Torbiditici di base (finemente laminato)
Depósitos distais finamente estratificados dos cones submarinos e em particular dos associados com os cones submarinos de talude.
Ver : « Cone Submarino de Bacia»
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« Cone Submarino de Talude »
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« Cortejo de Nível Baixo (do mar) »
Este tipo de depósitos turbidíticos é presente, quer nos sistemas turbidíticos de Mutti, quer nos cones submarinos de Vail. Nos modelos de Mutti, eles ocorrem nas partes distais dos lobos de tipo 1 e 2, onde existe sempre uma alternância de finos intervalos arenosos e argilosos. Contudo, como ilustrado nesta figura, o que Vail chama "Turbiditos da Base da Bacia Finamente Estratificados", corresponde mais aos argilitos distais dos cones submarinos de talude que cobrem os cones de bacia. É importante não esquecer que Mutti estuda os depósitos turbidíticos, sobretudo, à escala mesoscópica, isto é, a escala do afloramento e das fácies (consideradas sob ponto de vista descritivo e genético), o que lhe permitiu de considerar a seguinte hierarquia: (i) Complexo turbidítico (mais ou menos 106 a 107 My de duração) ; (ii) Sistema turbidítico (mais ou menos 107 My) ; (iii) Estágio turbidítico (mais ou menos 104 My) ; (iv) Fácies turbidítica (mais ou menos 103 My) e (v) Camada turbidítica (virtualmente instantânea). Ao contrário, Vail estuda os turbiditos, sobretudo, a escala macroscópica, isto é, a escala das linhas sísmicas onde a continuidade e as relações geométricas parecem mais evidentes. O método de Vail permite um certo número de predições, mas não pode ser utilizado para prognosticar os tipos de fácies e a geometria dos corpos arenosos. Por outro lado, Mutti considera que os depósitos turbiditos derivam, principalmente, de grandes eventos erosivos submarinos causados por rupturas sedimentares, que podem ser induzidas pela eustasia, tectónica ou uma combinação das duas. Vail pensa, que mesmo nas bacias tectonicamente activas, como, por exemplo, as bacias de antepaís, a eustasia é sempre o factor preponderante. Nesta figura está esquematizado o modelo proposto por Vail para resumir as principais características dos três membros que formam o cortejo de nível baixo. Debaixo para cima, ele reconhece : (1) Cones submarinos de bacia ; (2) Cones submarinos de talude e (3) Prisma de nível baixo. Os cones submarino de bacia têm uma geometria planar. Os cones submarinos de talude são formados por canais, depósitos de transbordo e diques marginais naturais e têm uma geometria ondulada. O prisma de nível baixo é, principalmente, caracterizado pela sua geometria progradante.
Turbidito Proximal.............................................................................................................................................................................................Proximal Turbidite
Turbidite proximal / Turbidita proximal / Proximale Turbidit / 近端浊流 / Проксимальный турбидит / Torbiditici prossimale
Um dos depósitos gravitários de areia induzidos pelos deslizamentos das areias da frente de um delta para a base do talude deltaico, quando este atinge uma inclinação superior a 3° (a estabilidade do talude depende, entre outras coisas, da profundidade da água), o que impede o delta de avançar para o mar. O depósito de turbiditos proximais diminui o ângulo do talude deltaico, o que permite que a progradação do delta retome.
Ver : « Cone Submarino de Bacia »
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« Cone Submarino de Talude »
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« Cortejo de Nível Baixo (do mar) »
A formação deste tipo de turbiditos, associados com a progradação dos sistemas deltaicos, pode resumir-se da seguinte maneira: (i) Durante o estágio A, a linha da costa (ruptura costeira da superfície de deposição) prograda sobre um substrato argiloso e o talude deltaico (que pode em certos casos formar a parte superior do talude continental) é estável ; (ii) A linha da costa e os sedimentos da planície deltaica progradam para jusante ao mesmo tempo que se depositam os argilitos do prodelta ; (iii) O centro de deposição aumenta, localmente, o esforço efectivo vertical σ1 (pressão litostática menos a pressão de poro) ; (iv) Como σ3 é horizontal e perpendicular à linha da costa (paralela a σ2), o substrato argiloso móvel começa a fluir verticalmente e lateralmente em direcção do mar, o que cria uma anomalia monticular e uma subsidência compensatória, local, no onshore ; (v) A formação desta anomalia positiva, no fundo do mar, aumenta o ângulo do talude deltaico, que, para um certa coluna de água, se torna instável (ângulo crítico) ; (vi) Desde que o ângulo crítico é atingido, os sedimentos não podem progradar para o mar, uma vez, que o talude é instável ; (vii) Como o talude deltaico é instável, os sedimentos que chegam a linha da costa e uma parte da frente do delta (colapso) são transportados, por correntes de gravidade, para a base do talude deltaico onde se depositam desde que as correntes entram em desaceleração ; (vii) Desde que os turbiditos proximais se depositam, na base do talude deltaico, em agradação, a inclinação do talude diminui, o que permite de novo a progradação dos sedimentos ; (vii) Este mecanismo "Agradate ut Progradamus", quer isto dizer, que a agradação permite a progradação, repete-se, até que uma variação relativa do mar importante, mude as condições de deposição.
Turbidito em Telhado de Ripas.....................................................................................................................................Shingled Turbidite
Turbidite em bardeaux / Turbiditas en tejas / Geschuppt Turbidit / 鹅卵石浊流 / Крытый турбидит / Torbiditici in tegole
Depósitos turbidíticos progradantes com uma geometria muito oblíqua, que se depositam na base das progradações dos prismas de nível baixo, devido, principalmente, a deslizamentos criados pela instabilidade do rebordo da planície costeira (mais ou menos a linha da costa). Estes depósitos turbidíticos podem estar ligados ou destacados da base das progradações dos prismas de nível baixo.
Ver: « Cone Submarino de Bacia »
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« Cone Submarino de Talude »
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« Cortejo de Nível Baixo (do mar) »
Na estratigrafia sequencial, a coluna estratigráfica de uma determinada bacia é dividida em ciclos estratigráficos, que são induzidos, principalmente, por ciclos eustáticos. Os ciclos estratigráficos são limitados por discordâncias, que são superfícies de erosão criadas por descidas relativas do nível do mar significativas (as que põem o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia). A unida estratigráfica de base da estratigrafia sequencial é o ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência que é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem (tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My). Quando um ciclo-sequência é completo, ele é constituído, de baixo para cima, por três cortejos sedimentares: (i) Cortejo de Nível Baixo (CNB) ; (ii) Cortejo Transgressivo (CT) e (iii) Prisma de Nível Alto (PNA). O cortejo transgressivo e o prisma de nível alto depositam quando o nível do mar está acima do rebordo da bacia, o que não é o caso para o cortejo de nível baixo. Este cortejo é constituído por três membros: (a) Cones Submarinos de Bacia (CSB), que se depositam na base, imediatamente, acima da discordância inferior do ciclo ; (b) Cones Submarinos do Talude (CST) e Prisma de Nível Baixo (PNB). Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica da margem NO da Austrália, pode observar-se um ciclo-sequência incompleto. Ele é incompleto, não porque a discordância superior não é visível, mas porque o cortejo de nível baixo, está unicamente representado pelo prisma de nível baixo (PNB), uma vez que os cones submarinos da bacia (CSB) e do talude (CST) não se depositaram (pelo menos na parte da margem ilustrada nesta linha). Dentro do prisma de nível baixo, os leques turbidíticos em telhado de ripas são, facilmente, reconhecidos uma vez que eles estão associados com falhas de deslizamento que sublinham rupturas da parte superior do talude continental. Os turbiditos em telhado de ripas formam armadilhas morfológicas e como a maior parte das vezes eles têm uma fácies arenoso, eles são, também, excelentes rochas-reservatório.
Turbidito Truncado....................................................................................................................................................................................Winnowed Turbidite
Turbidite tronquée / Turbidita truncada / Turbidit abgeschnitten / 浊流截断 / Усечённый турбидит / Torbiditici troncato
Um dos cones submarinos de bacia erodido por correntes marinhas profundas ou por correntes de gravidade. Durante condições geológicas de nível baixo (do mar), a frequência das correntes de gravidade aumenta de maneira significativa, assim como a das correntes marinhas, em particular, as correntes de contorno, que podem redistribuir o material erodido dos depósitos turbidíticos.
Ver : « Cone Submarino de Bacia »
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« Cone Submarino de Talude »
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« Cortejo de Nível Baixo (do mar) »
Nesta tentativa de interpretação geológica de um detalhe de uma linha sísmica do Mar do Norte, estão ilustrados cones submarinos de bacia truncados (terminologia de P. Vail). Este intervalo turbidítico repousa, directamente, sobre uma discordância induzida por uma descida relativa do nível do mar que pôs o nível do mar mais baixo do que o rebordo da bacia. A configuração interna é paralela e os reflectores são, praticamente, horizontais, embora um desses reflectores corresponda à interface entre diferentes saturantes (água - petróleo). Os poços de pesquiza e de desenvolvimento que atravessaram este intervalo, confirmaram não só a configuração paralela é sub-horizontal dos reflectores cronostratigráficos, mas também um contacto sub-horizontal entre a água (em baixo) e petróleo (em cima). Como é bem visível nesta tentativa, as terminações dos reflectores cronostratigráficos do intervalo turbidítico (cones submarinos de bacia, CSB) sublinham uma superfície sísmica de truncatura. Pode admitir-se que uma grande parte do material dos cones submarinos de bacia foi erodida, provavelmente por correntes de contorno, e redistribuída por essas mesmas correntes, que se escoam, paralelamente, ao sopé continental. O material transportado pelas correntes de contorno depositou-se sob a forma de contornitos. Como se pode constatar nesta linha sísmica, ao contrário dos cones submarinos da bacia, a configuração interna dos intervalos interpretados como contornitos é paralela, mas os reflectores são inclinados de cerca de 10° para Este. A eficiência das correntes de contorno é contestada por certos geocientistas: (i) Escoando-se a uma velocidade de, mais ou menos, 20 cm/s, são elas, suficientemente, energéticas para construir intervalos tão espessos, como os sopés continentais? e (ii) Como é que os sedimentos entram nas correntes de contorno? O mais provável é que a maior parte do material seja, originalmente, transportado por correntes de gravidade e que outra parte seja o resultado da erosão induzida nos cones submarinos por essas mesma correntes.
Turfa.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................Peat
Tourbe / Turba / Torf / 泥炭 / Торф / Torba
Acumulação de matéria vegetal, parcialmente, decomposta. Segundo a Wikipedia, em volume existem cerca de 4 Tm3 de turfa no mundo (cerca de 2% dos 3 Mkm2 ocupados pela superfície continental), os quais contém cerca de 8 G terajoules (TJ=1012 J) de energia. Contudo, e ao contrário do que o Parlamento Europeu sugeriu a Comissão (14 Dezembro de 2006), a turfa não pode, nem deve, ser considerada como uma fonte de energia renovável.
Ver : « Carvão »
&
« Gás Biogénico »
&
«Matéria Orgânica (tipos) »
A turfa forma-se à superfície da Terra desde há mais de 350 milhões de anos. A quantidade de carbono associada às turfas é da ordem de 550 Gt. A turfa forma-se, em geral, nas regiões pantanosas, quando condições ambientais ácidas e anaeróbicas, impedem o material orgânico vegetal de se decompor completamente. Ela é composta, principalmente, de vegetação pantanosa, quer isto dizer, de árvores, relva, fungos e de detritos orgânicos (insectos, cadáveres de animais, etc.). Sob determinadas circunstâncias, a decomposição dos cadáveres animais (na ausência de oxigénio) é inibida, o que regala os arqueólogos. O crescimento das camadas de turfa e o grau de decomposição (ou de humificação) dependem, sobretudo, da composição e grau de saturação de água. A turfa formada sob condições de forte humidade cresce mais, rapidamente, e é menos decomposta que a turfa formados em áreas mais secas, o que permite aos geocientistas de a utilizar como um indicador potencial das mudanças climáticas. A composição da turfa (tipos e quantidades dos elementos orgânicos) também pode ser utilizada para reconstituir antigas ecologias (relações dos seres vivos com o seu meio natural). Em certas condições, a turfa é o primeiro estágio da formação do carvão. As mais importantes turfeira modernas formaram-se nas áreas de alta latitude, desde que os glaciares da última idade glaciar (mais ou menos 9 mil anos), começaram a adelgaçar-se (retrogradar), com uma velocidade de crescimento de cerca 1 milímetro por ano. Como as turfeiras armazenam carbono, se elas secarem (o que está a acontecer em vários países), elas libertarão para a atmosfera uma quantidade de carbono superior a das emissões industriais durante dezenas de anos. Este problema é, totalmente, ignorado pela maior parte dos ecologistas e políticos, uma vez que as turfeiras não podem ser penalizados com taxas de carbono.