Este bloco diagrama resume a filosofia da interpretação sísmica 3D, ou seja, a interactividade entre as secções transversais e mapas geológicos (ou entre as linhas e seiscrops sísmicos, no jargão da geologia petrolífera). Os geocientistas encarregados da interpretação geológica dos dados sísmicos, de modo a encontrar a interpretação tempo mais provável sem utilizar as intersecções com as linhas sísmicas, o que significa que eles não usam os planos tempo (seiscrops) paras de testar as interpretações de perfil ou os perfis para testar a interpretação dos planos tempo. Ao contrário, muitos geocientistas utilizam um método circular para justificar suas interpretações (“verificacionismo”). As relações observadas nas estruturas extensionais entre as superfícies horizontais (mapas geológicos sem topografia, ou seiscrops) e transversais (ou linhas sísmicas), devem, também, ser respeitadas nas estruturas compressivas. Estas relações são resumidas neste bloco diagrama, no qual os princípios básicos de interpretação sísmica em três dimensões são ilustrados. A direcção das camadas mais inclinadas é, aproximadamente, sigma 2 e a inclinação das camadas menos inclinadas dá a inclinação axial. Numa área com camadas horizontais, a inclinação axial das estruturas é zero e a direcção das camadas verticais é paralela ao plano axial das estruturas (perpendicular ao sigma 3).

As relações entre as superfícies erodidas, mapas geológicos ou planos tempo (seiscrops),  com uma topografia plana e as secções transversais ou perfis sísmicos são ilustradas nestes blocos diagramas. A geometria nas secções geológicas transversais ou das linhas sísmicas deve ser coerente com a geometria visível sobre as superfícies planas. Quando um geocientista reconhece uma falha normal curvilínea num plano tempo, a falha, num perfil sísmico, deve mostrar, em profundidade, uma inclinação decrescente (o plano de falha deve horizontaliza-se em profundidade). Do mesmo modo, quando duas falhas normais rectilíneas se intersectam, numa superfície plana ou numa secção transversal, a falha mais recente desloca a mais antigo. Contudo, esta hipótese só é válida quando o mapa (superfície superior) é, sem ou com uma topografia plana (como nos dois blocos diagramas nos canto inferior direito).

Este mapa ilustra várias combinações de falhas que se cruzam com ângulos diferentes numa superfície plana ou numa não-conformidade. Em superfície, a  falha intersectada (em preto) é sempre deslocada pelas falhas que a cruzem (vermelho e verde) na direcção da sua inclinação no bloco falhado superior. Este deslocamento é independente do ângulo de intersecção das falhas, à condição que a direcção do movimento da falha intersectante seja de deslizamento ao longo da sua inclinação.

Esta linha sísmica do Golfo do México, ilustra um exemplo típico de falhas normais em X. A falha mais jovem colorida em azul) mergulha para a direita e desloca a mais velha que mergulha para a esquerda. Num plano tempo (“seiscrop”), ou num mapa geológico com topografia plana, a falha mais jovem também desloca a falha mais velha. No entanto, como veremos mais tarde, num mapa estrutural em tempo ou num mapa geológico duma região com uma topografia significativo, a intersecção de duas falhas parece, um pouco, muito mais complicada. Nesta fotografia dum afloramento costeiro, os arenitos são afectados por falhas normais de diferente idades que se intersectam. A falha mais recente (em azul) descolou, para a direita, a falha mais antiga (em vermelho).

Os efeitos da intersecção de falhas no subsolo ou nos mapas sísmicos em isocronas são muito mais complicadas do que sobre uma superfície plana. Duas falhas que se intersectam cortam o terreno em quatro blocos, cujo deslocamento vertical pode ser muito diferente em cada bloco. Nos mapas, a falha mais recente é, aparentemente, deslocada pela mais antiga, como ilustrado no bloco diagrama. A compreensão desse deslocamento é muito importante para estabelecer a cronologia das falhas, o que, muitas vezes, é fundamental para avaliar a probabilidade de presença de hidrocarbonetos em certas armadilhas não-estruturais, como nas armadilhas morfológicas por justaposição. Como em todas as outras armadilhas, a sua idade deve ser mais antiga, ou sincrónica, da migração dos hidrocarbonetos. Por vezes, os geocientistas, ao interpretar mapas em isocronas (mapas estruturais em tempo), não entram em linha de conta com a influência da topografia. Nos mapas de contorno tempo de superfícies cronoestratigráficas deformadas. como consequência da topografia, muitas vezes, as falhas mais jovens estão aparentemente deslocadas por falhas mais antigas.

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: Fevereiro, 2015