Biomassa..........................................................................................................................................................................................................................................................................Biomass
Biomasse / Biomasa / Biomasse / 生物质能 / Биомасса / Biomassa
Material rico em carbono orgânico de origem biológica, incluindo animais e plantas, quer vivos quer mortos. A biomassa contém armazenada a energia do Sol. As plantas absorvem a energia solar via fotossíntese e ela passa para os animais, incluindo o homem, pela energia que eles consomem (via energia química). A biomassa quando queimada, libera a energia química sob a forma de calor. O melhor exemplo de biomassa é a lenha, que se queima nos fogões de sala para aquecer o ambiente. Uma fonte importante de biomassa nos países industrializados é o lixo.
Ver: " Carbono "
&
" Rocha-mãe "
&
" Matéria Orgânica (tipos) "
A biomassa é uma fonte de energia renovável que é perigosa para o ambiente se não for utilizada, uma vez que o lixo produzido pelos países industrializados é responsável por uma grande parte da poluição da Terra. Globalmente, a capacidade energética da biomassa é, mais ou menos, oito vezes (8x) o consumo anual de energia da humanidade sob todas as suas formas. Isto significa, claramente, que a biomassa é uma importante fonte de energia. Contudo, actualmente, a população mundial usa, unicamente, cerca de 7% da produção anual de biomassa, o que quer dizer, que nós estamos a utilizar muito pouco uma abundante fonte de energia. A biomassa pode ser queimada como um combustível, mas também pode ser utilizada para: (i) Condicionar e Fertilizar os solos ; (ii) Produzir Metano por digestão anaeróbica e (iii) Produzir Álcool Etílico por fermentação e destilação. Assim, queimar biomassa não é a única maneira de libertar a sua energia. A biomassa pode ser convertida em outras formas de energia utilizável, como o metano ou combustíveis líquidos como o etanol ou biodisel. Por processos mais complicados a biomassa pode ser gasificada, isto é, parcialmente, oxidada a altas temperaturas e convertida em monóxido de carbono (CO) e hidrogénio (H), que podem ser utilizados como combustível ou transformados em petróleo. Basicamente, há três tipos de gaseificação: (i) Pirólise, (C6H10O5 = 5CO + 5H2 + C) ; (ii) Oxidação Parcial (C6H10O5 + O2 = 5CO + CO2 + H2) e (iii) Vaporização (C6H10O5 + H2O = 6CO + 6H2). A quantidade de energia do gás produzido a partir da gaseificação da biomassa varia, em média, entre 4 e 11 megajoules por metro cúbico (4-11MJ/m3 ).
Biopelito...........................................................................................................................................................................................................................................................................Biopelite
Biopelite / Biopelita / Biopelite (Schwarzer Schiefer) / Biopelite (黑色页岩) / Биопелит (органический пелит) / Biopelite
Argilito (shale para certos geocientistas) finamente estratificado e rico em sulfetos, como, por exemplo, pirite ou matéria orgânica depositada sob condições anaeróbicas (bacias, mais ou menos, isoladas). Sinónimo de Argilito Negro ou Ampelito como dizem alguns geocientistas.
Ver: " Shale "
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"Argilito Negro"
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" Matéria Orgânica (tipos) "
Segundo certos dicionários de geologia um biopelito é um argilito (shale) escuro, carbonoso, finamente laminado, excepcionalmente rico em matéria orgânica (5% ou mais de teor em carbono) e sulfetos (especialmente sulfureto de ferro, em geral, pirite) e com uma concentração invulgar de determinados oligoelementos (como, por exemplo, U, V, Cu, Ni). Em geral os biopelitos contém fósseis (principalmente formas planctónicas), os quais são, normalmente, preservados por um filme de grafite ou carbono ou por pirite de substituição. O processo de formação de um biopelito é, principalmente, a compactação. Na realidade, uma vez que os grãos de areia se depositaram, as partículas finas e menos densas que compõem os argilitos ficam, durante muito tempo, em suspensão na água. Isto quer dizer, que os argilitos se depositam em escoamentos de água muito lentos, com pouca capacidade de transporte. Com frequência, eles encontram-se em depósitos lagunares, deltas fluviais, planícies de inundação e determinados depósitos de praia. Os argilitos podem também depositar-se na plataforma continental, en águas, relativamente, profundas e calmas. Estas condições são frequentes durante o cortejo transgressivo do ciclo-sequência, uma vez que as subidas relativas do nível do mar, sem descida relativa entre elas (paraciclos eustáticos), deslocam a linha da costa e depósitos costeiros associados para o continente. Este deslocamento aumenta de maneira significativa a extensão da plataforma continental e cria condições geológicas de bacia afamada (fraco teor de deposição), nas partes distais da plataforma, onde argilitos ricos em matéria orgânica (biopelitos) se depositam. Estes biopelitos, assim depositados, têm uma cor escura, visto que o carbono da matéria orgânica é não oxidado. Quando uma corrente marinha ascendente (rica em oxigénio e nutrientes) é presente, na parte distal da plataforma desenvolve -se uma importante fauna e flora, que, pouco a pouco, cria uma zona depletada em oxigénio perto do fundo do mar, que permite a preservação da matéria orgânica.
Biostasia..............................................................................................................................................................................................................................................................................Biostasy
Biostasia / Biostasia / Biostasie / Biostasy (气候条件) / Биостазия / Biostasia
Desenvolvimento máximo de organismos, quando, durante um período de inactividade tectónica, os solos residuais se formam de maneira extensiva à superfície da Terra e a deposição de carbonato de cálcio no fundo do mar é importante.
Ver: " Sistema de deposição "
&
" Profundidade de Compensação (carbonatos) "
&
" Solo "
O papel do clima na deteorização das rochas e formação dos solos levou a formulação da teoria da biorresistasia. Esta teoria, que foi proposta em 1951, por H. Erhart, descreve as condições necessárias para que existam uma alternância de períodos de formação de solos (pedologia) e de períodos de erosão. Esta teoria define duas fases climáticas: (i) Biostasia e (ii) Resistasia. Em climas secos, as rochas expostas aos agentes erosivos, são sujeitas, sobretudo, a uma desintegração mecânica, que produz materiais detríticos grosseiros. O processo ou conjunto de processos que originam este tipo de detritos é conhecido como resistasia. Nos climas húmidos, as condições são mais favoráveis à deteorização das rochas (principalmente por processos químicos), desenvolvimento de vegetação e formação de solos. Este período, muito favorável ao desenvolvimento da vida é chamado biostasia. Durante os períodos de biostasia, uma precipitação abundante e regular induz uma forte pedogénese por alteração química dos materiais originais e uma eluviação intensa, assim como uma iluviação de minerais do solo não só na superfície, mas também nas camadas mais profundas do subsolo. Estes processos contribuem para a formação de horizontes eluviais e argilosos e a aumentam, no subsolo, a concentração de óxidos de ferro, óxidos de alumínio e outros sesquióxidos. As condições climáticas favoráveis a uma cobertura vegetal, que protege o solo da erosão física, com chuvas abundantes, resulta na perda de iões minerais e um aumento da concentração desses minerais nos corpos de corpos de água onde as correntes desaguam. Nos ambientes marinhos, uma quantidade suficiente de cálcio induz, naturalmente, a formação de calcários. Durante a resistasia, a cobertura vegetal protegedora é reduzida ou eliminada em consequência do clima seco. Contudo, a intensidade das chuvas é maior. Um clima seco retarda a pedogénese. Os solos não contribuem a formação de calcários (biostasia). Os solo sem protecção e o vento, que expõem o solo, favorizam a erosão. As condições glaciares aumentam a granulometria dos detritos.
Biostratigrafia ..........................................................................................................................................................................................................................Biostratigraphy
Biostratigraphie / Bioestratigrafía / Biostratigraphie / 生物地层学 / Биостратиграфия / Biostratigrafia
Ciência da datação das rochas utilizando os fósseis que elas contêm. A finalidade da biostratigrafia é a correlação, quer isto dizer, demonstrar que um horizonte de uma determinada secção geológica se depositou ao mesmo tempo que outro horizonte da mesma secção. Os sedimentos da mesma idade podem ter litologias, completamente, diferentes devido às variações laterais do ambiente sedimentar. Se duas secções estratigráficas, formadas por argilitos, margas e calcários tiveram os mesmos fósseis, os dois intervalos sedimentares são considerados síncronos, isto é, que, muito provavelmente, eles se depositaram ao mesmo tempo, mas em ambientes diferentes.
Ver: " Estratigrafia "
&
" Trilobite "
&
" Ambiente Sedimentar "
Embora os dinossauros sejam, talvez, as formas fósseis mais bem conhecidas, as trilobites (classe extinta de artrópodes primitivos), que existiram à cerca de 300 Ma, encontram-se em todos os continentes. As trilobites, que são caracterizadas por terem uma carapaça dura que protege o corpo, formado por vários segmentos e com pés articulados, são, provavelmente, os fósseis favoritos dos paleontologistas. Na biostratigrafia, as trilobites (classe de artrópodes composta de dez ordens, cerca de 150 famílias, mais ou menos 5 000 géneros e com mais de 20 000 espécies descritas) são dos fósseis mais utilizados para determinar a ordem e idade relativa dos estratos da Era Paleozóica. As trilobites cobriram quase toda a Era Paleozóica, com formas muito variadas nos registos estratigráficos e ocuparam, praticamente, todos os continentes (todos os anos novas espécies de trilobites são descobertas pelos paleontologistas). Certas espécies ocupavam áreas distintas e dentro de limites estratigráficos muito restritos, o que faz delas fósseis característicos ou guias. Para além das trilobites, outros grupos fósseis são utilizados na biostratigrafia do Paleozóico: (i) Graptolites (colónias de invertebrados marinhos com esqueleto distinto) ; (ii) Foraminíferos (minúsculos eucariotas unicelulares protegidos por conchas) ; (iii) Conodontes (elementos das partes duras da boca de vertebrados primitivos marinhos) ; (iv) Archaeocyathas (um filo de organismos extintos, solitários ou coloniais, com esqueleto interno de natureza calcária, cujos fósseis são encontrados, sobretudo, em fácies carbonatadas do Câmbrico Inferior e cuja existência se prolongou apenas até ao Câmbrico Médio), etc.
Biostroma..................................................................................................................................................................................................................................................................Biostrome
Biostrome / Biostroma / Biostrom / 生物层 / Биостром / Biostrome
Acumulação horizontal de restos de esqueletos. Os termos biostroma e bioerma foram utilizados por Cumings (1932). Bioerma tornou-se, pouco a pouco, sinónimo de recife devido à sua discreta geometria monticular ou lenticular em secção vertical. A frase "recifes e biostromas" é muito comum na literatura. Ela sublinha o facto que os biostromas, ao contrário dos bioermas, não são, normalmente, considerados como estruturas recifais devido à ausência de relevo topográfico e estrutura.
Ver: " Fóssil "
&
" Bioerma "
&
" Recife "
Esta figura ilustra dois biostromas. O inferior aflora perto de Zhuzhai (província NE de Jiangxi, China) e o superior no Iowa (EUA). Como se pode constatar, um biostroma é uma estrutura estratificada ou nível estratigráfico (estrato bioclástico) composto por calcite e fragmentos fósseis calcoareníticos, que aqui, estão, mais ou menos, dolomitizados, depositada no fundo do mar, independentemente, ou em associação com bioermas ou outras estruturas de crescimento orgânico. Quando se fala de crescimento orgânico, in situ, é preciso ter em linha de conta que a maior parte vezes se trata de uma simples hipótese de trabalho, que tem que ser testada, quer isto dizer, criticada. Os calcários crinóides (vulgarmente conhecidos como lírios-do-mar), por exemplo, resultam, obviamente. da acumulação de milhões de pedaços decompostos de equinodermes pedunculados, que, muitas vezes, são acompanhados de detritos de briozários (animais que vivem em colónias com um esqueleto de carbonato de cálcio e superficialmente semelhantes aos corais). Contudo, normalmente, é quase impossível de determinar se os detritos caíram verticalmente (centímetros ou metros) através da lâmina de água, como organismos mortos (essencialmente como depósitos in situ) ou se eles se empilharam, mecanicamente, devido à acção das correntes marinhas. O mesmo se pode dizer para as lumachelas de muitos outros níveis conchíferos, como as dos briozários, braquiópodos e trilobites. Nem todos os biostromas se depositam horizontalmente. Biostromas com inclinações de 25°-30° não são raros, em particular, nos flancos das construções orgânicas. Com efeito, estes biostromas, que atapetam organismos fixos que vivem um pouco acima do domínio de deposição, depositam-se como avalanches sedimentares nos flancos das construções orgânicas.
Biota........................................................................................................................................................................................................................................................................................................Biote
Biota / Biota / Biota / 生物群 / Биота (флора и фауна определённого района) / Biota
Conjunto da fauna e flora de uma região num determinado momento da história geológica. O conjunto total de organismos de uma certa área num determinado tempo. A biota da Terra vive na biosfera, que é a parte da Terra que inclui, ar, terra e água, na qual a vida se desenvolve, altera e transforma por processos bióticos (por influência de organismos).
Ver: " Fóssil "
&
" Biostratigrafia "
&
" Fácies "
A biota é o conjunto de seres vivos de um ecossistema, o que inclui a flora, fauna, fungos e outros grupos de organismos. Uma parte da biota da era Mesozóica, a qual é dividida em três períodos: (i) Triásico (entre 248,3 Ma e 205,7 Ma) ; (ii) Jurássico (entre 205 e 144,2 Ma) e (iii) Cretácico (entre 144,2 e 65 Ma), pode deduzir-se desta cena do mundo primitivo (secundário) proposta por Camille Flammarion, em 1886, no seu livro “Le Monde avant la Création de l’Homme”. No Mesozóico (termo que significa animais intermediários ou médios), a fauna da Terra mudou de maneira drástica em relação aquela que era conhecida na era Paleozóico. Os dinossauros (um dos grupos animais com mais sucesso, em termos de longevidade, de diversos tamanhos, formas e modos de vida) que são talvez os organismos mais populares do Mesozóico, desenvolveram-se, gradualmente, no Triásico, mas só no Jurássico é que atingiram uma grande diversidade, como se verifica nesta imagem. Os dinossauros extinguiram-se no fim do Cretácico. Parece que os últimos dinossauros são os que foram encontrados nos depósitos do Cretácico Superior do Montana (EUA). As aves, embora descendentes dos dinossauros, desenvolveram especializações particulares para se adaptar ao voo: (i) Uma única maneira de respirar ; (ii) Ossos ligeiros e ocos ; (iii) Esqueleto afuselado ; (iv) Músculos fortes e (v) Penas, etc. O Mesozóico foi também um período de grande mudança da vegetação terrestre. No início do Mesozóico, dominavam os fetos, cicades (plantas espermatófitas, isto é, plantas vasculares produtoras de sementes), ginkgoíneas, benetitíneas e outras plantas pouco comuns. As modernas gimnospérmicas, como as coníferas, apareceram na sua forma mais característica no início do Triásico. No meio do Cretácico, as primeiras angiospérmicas (espermatófitas cuja característica principal é a produção de flores para a reprodução) fizeram a sua aparição e começaram a diversificar-se e tornam-se o grupo de plantas preponderante.
Biótica (província).....................................................................................................................................................................................................................................Biotic Province
Biotique (province) / Biótica (provincia) / Biotische Provinz / 生物省 / Биотическая провинция / Provincia biotica
Área geográfica que suporta uma ou mais associações ecológicas que são distintas das províncias adjacentes.
Ver: " Biostratigrafia "
&
" Teoria da Evolução "
&
" Teoria dos Sistemas "
Segundo certos sistemas de classificação, uma província biótica é uma comunidade, que ocupa uma área onde a similaridade do clima, fisiografia e solos se traduz na ocorrência de combinações semelhantes de organismos. Certos geocientistas examinaram a utilidade do conceito de província biótica (proposto por Dice, em 1943) como uma ferramenta de normalização dos estudos biogeográficos. Eles afirmaram que as províncias bióticas desafiam a normalização quando são feitas tentativas para as delinear numa base estatística ou empírica. Com efeito, eles comparam os limites de todas as espécies de anfíbios e répteis que ocorrem no interior do México, com os limites de província em si mesma e encontraram discordâncias importantes entre os dois. Por isso, eles desaconselharam o uso do conceito de província biótica como um índice normalizador para as regiões biogeográficas. Eles emitiram uma advertência aos sistemáticos que descrevem um novo táxon na base da sua ocorrência em uma localidade diferente, ou que delimitam a área de um táxon pouco conhecido, referindo-se, unicamente, aos limites da província em que ela ocorre. Recentemente, certos geocientistas procuram avaliar o valor do conceito de província biótica na sistemática. Para eles, as províncias bióticas parecem ser o instrumento principal da zoologia sistémica. Teoricamente, as províncias bióticas ajudam a: (i) Prognosticar os limites quando os dados disponíveis são poucos ; (ii) Prognosticar a diferenciação de duas ou mais amostras populacionais semelhantes e (iii) Adivinhar os fenómenos paleo-zoogeográficos que podem ser obscurecidos pela relações ecológicas ou espaciais. Acima estão ilustradas as províncias bióticas do Texas, baseadas na distribuição das plantas e comunidades animais. Assim, o "Kincaid Shelter" (caverna refúgio nos penhascos calcários acima do rio Sabinal, onde cerca de 13 000 anos atrás um grupo de homems se protegeu do vento e da chuva assim como dos grandes carnívoros que percorriam a área) encontra-se num ecótono (região de transição entre duas comunidades biológicas), isto é, a zona de transição entre o ambiente semi-árido dos arbustos espinhosos da província Tamaulipaniana e o ambiente das savanas de carvalho da província Balconiana. Esta cartografia de diferentes ambientes com diversos recursos faz que esta área seja muito atractiva para os caçadores e coleccionadores.
Bioturbação................................................................................................................................................................................................................................................Bioturbation
Bioturbation / Bioturbación / Bioturbation / 生物扰动 / Биотурбация / Bioturbazione
Remobilização dos sedimentos por organismos. O distúrbio das camadas sedimentares pela actividade biológica é, com a acção erosiva das ondas, o processo geológico mais importante no fundo mar. Numerosos animais como, por exemplo, os anelídeos vivem no fundo do mar, onde subsistem consumindo a matéria orgânica armadilhada entre as partículas sedimentares. Outros animais, como, por exemplo, os moluscos perfuram os sedimentos para se esconderem dos predadores que nadam ou que rastejam sobre o fundo oceânico. Por razões diversas, os animais bentónicos, por bioturbação, destroem as estruturas sedimentares pré-existentes como estratificação entrecruzada, ondulações, etc.
Ver: " Sedimento "
&
" Diagénese "
&
" Praia-Baixa "
Como ilustrado nesta amostra de campo, pode dizer-se, que a bioturbação é uma desorganização das camadas sedimentares, depositadas no fundo do mar, pela actividade dos organismos. A importância deste mecanismo bio-geológico foi reconhecida pela primeira vez por Charles Darwin que lhe consagrou o seu último livro. Na teoria ecológica moderna, a bioturbação é considerada como o exemplo típico de engenharia dos ecosistemas por modificação dos gradientes geoquímicos e redistribuição dos recursos alimentares, vírus, bactérias, etc. Do ponto de vista da evolução, trabalhos recentes apoiam, fortemente, a ideia que a bioturbação teve um papel muito importante na evolução dos metazoários no fim do Pré-Câmbrico. A bioturbação produzida pelas animais escavadores neutraliza, em grande parte, a compactação, uma vez que eles modificam as propriedades dos sedimentos, como, por exemplo, a porosidade, permeabilidade e sobretudo a homogeneidade espacial. Com efeito, estas propriedades determinam o número e diversidade dos microambientes, ou seja, os lugares disponíveis para os diferentes organismos. Nos sedimentos aquáticos, a textura controla a difusão dos solúveis e resistência ao escoamento induzida pelas correntes e ondas do mar dentro da camada sedimentar. Nos solos, a textura controla a infiltração da água da chuva, o que é crucial para o funcionamento biológico dos solos, visto que eles determinam a facilidade com que as plantas extraem da água os alimentos e reagentes disponíveis para o metabolismo microbial. A bioturbação permite também aos geocientistas de determinar se uma camada sedimentar está na sua posição original ou se ela foi invertida pela tectónica.
Biovasa, Vasa biogénica......................................................................................................................................................................................................................................................Ooze
Biovase, Vasa bigénica / Biovasa / Sickern, Ooze / 渗 / зоогенный ил / Stillare, Ooze
Sedimento pelágico que contém pelo menos 30% de restos dos esqueletos de microorganismos.
Ver: " Pelágico (depósito) "
&
" Sedimento Pelágico "
&
" Calcite "
Esta microfotografia de uma lâmina delgada, em luz polarizada, de uma biovasa calcária do Pleistocénico sugere, que a vasa é, essencialmente, formada por Globigerinas cimentadas por calcite micrítica. Esta biovasa foi colhida, aproximadamente, a 96 metros debaixo do nível do mar (DSDP, sítio 229). As biovasas calcárias englobam as biovasas à base de globigerinas, que contém conchas de foraminíferos plantónicos e as biovasas à base de pterópodos, que são constituídas, principalmente, por conchas de moluscos pelágicos. As biovasas siliciosas englobam as vasas a radiolários que contém, essencialmente, argilas castanhas com mais de 30% de esqueletos de protozoários de água doce e as vasas diatomácicas que contém frústulas (conchas muito finas) de diatomáceas. Os restos de esqueletos dos radiolários, que se depositam no fundo do mar formam as vasas radioláricas. Quando o fundo do mar é levantado, devido a uma descida relativa do nível do mar importante (colisão continental, por exemplo), e transformado em continente, as biovasas transformam-se em rochas sedimentares. As rochas sedimentares siliciosas, como, por exemplo, o sílex, cherte e diatomito são provenientes de vasas a radiolários. As biovasas calcárias pelágicas são, provavelmente, os análogos modernos das antigas biovasas calci-lutíticas das antigas planícies abissais. Elas são, principalmente, constituídas por plâncton, que segrega aragonite e que flutua próximo da superfície. As vasas biogénicas são sedimentos pelágicos, que têm mais de 30% de material esquelético. Elas podem ser carbonatadas ou siliciosas. O material esquelético das vasas carbonatadas é o carbonato de cálcio, normalmente, sob a forma de calcite, mas, por vezes, também sob a forma de aragonite. As principais fontes de restos esqueléticos destas vasas são os foraminíferos, cocolitos, placas microscópicas de carbonato, que revestem certas espécies de algas marinhas e protozoários. As vasas siliciosas são compostas de opala, que forma o esqueleto de vários microrganismos, como as diatomáceas, radiolários, esponjas e silicico-flagelados. A distribuição das vasas biogénicas depende, principalmente, do aporte de esqueletos, da sua dissolução e diluição por outros sedimentos como, por exemplo, das argilas turbidíticas.
Biozona...................................................................................................................................................................................................................................................................................Biozone
Biozon / Biozona / Biozone / 生物带 / Биозона / Biozona
Divisão elementar da biostratigrafia baseada no aparecimento ou desaparecimento (extinção) de uma determinada espécie. Teoricamente, as biozonas são sincrónicas. Elas representam, lateralmente, o mesmo intervalo de tempo. Contudo, na prática, a noção de sincronismo é difícil de aplicar. Na realidade, uma espécie pode precisar de milhares de anos (mesmo milhões) para se espalhar por toda a superfície do globo. Assim, a sua ocorrência nos registos estratigráficos não se fará ao mesmo tempo nos diferentes pontos do planeta. A isocronia das biozonas é aceite para as formações geológicas antigas, mas para as formações recentes a noção de sincronismo é controversa.
Ver: " Formação (geológica) "
&
" Zona de acme (apogeu) "
&
" Biostratigrafia "
As biozonas também chamadas zonas biostratigráficas ou unidades estratigráficas são intervalos estratigráficos (conjunto de camadas) definidos na base dos seus fósseis característicos. Função do grupo de fósseis tomados em linha de conta, no mesmo intervalo sedimentar, podem pôr-se em evidência diferentes zonas, as quais, muitas vezes, se sobrepõem. Existem diferentes tipos de biozonas: (i) Biozonas de Extensão, como, neste exemplo, as camadas (1), que são definidas pela aparição e extinção de uma espécie ; (ii) Biozonas de Sobreposição ou de Extensão Coincidente, como as camadas (2), que comportam várias espécies e (iii) Biozonas de Intervalo, como as camadas (3, 4 e 5), que são delimitadas pelo aparecimento de uma espécie, até ao aparecimento da seguinte. Se diferentes espécies pertencem ao mesmo género, fala-se de zona de intervalo “Filozona”. A zona de acme de uma espécie, corresponde às camadas, que contém mais representantes dessa espécie. Esta zona não se pode correlacionar sobre grandes distâncias, visto que a quantidade de representantes da espécie depende, principalmente, das condições ecológicas. Uma biozona não se deve confundir com uma ecozona ou domínio biogeográfico, que é uma área da superfície da Terra onde as plantas e os animais se desenvolveram de maneira, mais ou menos, isolada durante longos períodos de tempo e que estão separadas das outras plantas e animais por elementos geológicos como os oceanos, desertos ou montanhas. O tempo geológico representado por uma biozona (ou zona biostratigráfica) é um biocron.
Biséis de Progradação (em direcções opostas).....................................................................................................................Opposite Downlaps
Biseaux de progradation (en directions opposées) / Biseles de progradación (en direcciones opuestas) / Gegenüber downlaps, Bezels Progradation (in entgegengesetzte Richtungen), Progradierender Keile (gegenläifig) / 相反downlaps, Progradational楔子(方向相反) / Подошвенные прилегания (в противоположных направлениях) / Cunei progradanti (direzioni opposte)
Biséis de progradação síncronos, que progradam em direcções opostas. Este tipo de bisel de progradação é característico dos depósitos de transbordo, em particular dos diques marginais naturais, quer eles sejam associados a depósitos fluviais ou turbidíticos. Os biséis de progradação em direcções opostas sugerem um transporte sedimentar local divergente.
Ve : "Bisel de Progradação "
&
" Bisel Superior de Progradação "
&
" Relação Geométrica (reflector, estrato) "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Costa do Marfim, as associações complexas de preenchimento de "canais" e diques marginais naturais turbidíticos (“asas de gaivota” de P. Vail) são predominantes e características dos cones submarinos de talude. Da mesma maneira, os biséis de progradação em direcções opostas, que caracterizam os depósitos de transbordo, são facilmente reconhecidos. Estes biséis de progradação não indicam a direcção do acarreio sedimentar regional (mais ou menos a direcção das correntes turbidíticas), mas a direcção das correntes de transbordo, as quais, em geral, são perpendiculares à direcção da depressão entre os diques marginais naturais. A depressão entre os diques naturais, que, normalmente, corresponde a um sector sem-depósito (zona de transporte), pode corresponder a um canal turbidítico, isto é, a uma anomalia negativa resultante da incisão (erosão) da corrente turbidítica, o que é raro. O que, aqui, chamamos preenchimento de "canal", corresponde ao preenchimento da depressão entre os diques marginais naturais (zona de passagem das correntes turbidíticas), a qual se forma, progressivamente, à medida que se depositam os diques de cada lado da depressão. Assim, pode dizer-se, que com o tempo e a deposição dos diques marginais naturais, a depressão entre eles canaliza as correntes turbidíticas. Contudo, desde que a altura das correntes turbidíticas é maior do que a depressão, a corrente transborda e deposita os sedimentos que ela transporta formando mais diques marginais naturais. Mais tarde, quando o nível relativo do mar começa a subir, e a intensidade das correntes turbidíticas diminui, a depressão entre os diques naturais é preenchida de maneira retrogradante. Quando a fácies do preenchimento é arenosa, a morfologia do preenchimento é fusiforme, como nesta tentativa de interpretação, e quando ela é argilosa, a morfologia é lenticular com a superfície superior côncava e a inferior convexa.
Biséis Superiores Ascendentes..................................................................................................Rising Toplaps, Climbing toplaps
Biseaux supérieurs ascendants / Biseles superiores ascendentes / Steigende toplaps, Aufsteigende höher Fasen / 瑞星toplaps, 升序更高的斜面 / Поднимающиеся регрессивные прилегания / Rising toplaps
Biséis superiores inclinados para montante (direcção oposta à corrente), que, em geral, são associados aos depósitos turbidíticos do talude e, particularmente, aos depósitos de transbordo (diques marginais naturais “asas de gaivota”). Sinónimo de Biséis Superiores Montantes.
Ver: " Bisel Superior de Progradação "
&
" Envelope Pelágico "
&
“ Relação Geométrica (reflector, estrato) "
Um bisel superior ascendente nunca existe isolado. Este tipo de bisel é sempre associado a outro com uma vergência (polaridade) oposto. Na realidade, estes biséis são criados pelo transbordo das correntes de turbidíticas em ambos os lados da depressão ou canal (quando há erosão), ao longo do qual elas se escoam. Portanto, este tipo de bisel encontra-se nos cones submarinos de talude, mas, também, em depósitos vulcânicos como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica. Os biséis superiores (somitais) ascendentes caracterizam os depósitos de transbordo e, em particular os diques marginais naturais. Devido ao modo particular de deposição dos diques marginais naturais, os biséis superiores ascendentes não só são cada vez mais inclinados para cima, mas eles têm uma vergência oposto ("asas de gaivota", de P. Vail). De facto, logo que a primeira corrente turbidítica começa a desacelerar formam-se dois pequenos lóbulos laterais de cada lado da área central do escoamento da corrente. Esta área é uma área sem deposição, uma vez que ela corresponde a área onde a corrente é mais forte e, portanto, transporta o material mais longe. As correntes seguintes aproveitam a depressão entre os lóbulos laterais iniciais (que em geral não são erodidos) como uma zona de passagem, isto quer dizer, que as correntes turbidíticas são, mais tarde ou mais cedo, canalizadas pelos diques marginais naturais. Por outro lado, quando a altura das correntes ultrapassa a altura da depressão, elas transbordam e depositam os sedimentos (diques naturais) formando biséis superiores mais inclinados do que os biséis associados aos lóbulos anteriores. Como as correntes transbordam dos dois lados da depressão central (ou "canal turbidítico"), estes biséis têm polaridades opostas.
Bisel de Agradação......................................................................................................................................................................................................................................Onlap
Biseau d'aggradation / Bisel de agradación / Onlap, Bevel Verlandung / 上超 / Подошвенное налегание / Onlap, Bisello d’aggradazione
Relação geométrica entre estratos (ou reflectores sísmicos) inicialmente horizontais, que terminam contra uma superfície inclinada. Relação geométrica entre estratos inicialmente inclinados, que terminam contra uma superfície inicialmente mais inclinada. Diferentes tipos de biséis de agradação podem ser considerados: (i) Bisel de Agradação Costeira, isto é, o bisel de agradação de um depósito costeiro ; (ii) Bisel de Agradação Distante, isto é, o bisel de agradação na direcção oposta à dos aportes terrígenos ; (iii) Bisel de Agradação Próximo, isto é, o bisel de agradação na direcção dos aportes terrígenos e (iv) Bisel de Agradação Marinha, isto é, o bisel de agradação de um depósito marinho.
Ver: " Bisel de Progradação "
&
“ Relação Geométrica (reflector, estrato) ”
&
“ Agradação ”
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Mar do Norte, é fácil de ver, que os sedimentos da bacia cratónica (conhecida também, neste caso particular, como bacia do Mar do Norte) repousam sobre os sedimentos de uma bacia de tipo-rifte por biséis de agradação (biséis de agradação marinha). Na realidade, sob o ponto de vista geológico, a infraestrutura do Mar do Norte é constituída pelo empilhamento de três bacias sedimentares de tipos diferentes. De baixo para cima, os geocientistas reconhecem: (i) Uma Cintura Dobrada (ou cadeia de montanhas) Paleozóica (não visível nesta linha), que pode ser considerada como um soco petrolífero (sem rochas-mãe nem rochas-reservatório) ; (ii) Várias Bacias de Tipo-Rifte de idade Mesozóica e (iii) Uma Bacia Cratónica de idade Cenozóica. Os sedimentos basais das bacias de tipo-rifte são não-marinhos, mas os sedimentos superiores sugerem uma transgressão marinha (ou lacustre), o que quer quer dizer, que eles se depositaram, muito provavelmente, em associação a uma subida relativa do nível do mar em aceleração. Nesta tentativa de interpretação, a discordância entre os sedimentos das bacias de tipo-rifte e os sedimentos cratónicos é muito bem visível devido aos biséis de agradação dos sedimentos cratónicos. A agradação pode calcular-se, facilmente, em tempo e profundidade se a velocidade com que as ondas sísmica atravessam os sedimentos cratónicos for conhecida. A invasão e agradação continental, isto é, a distância horizontal e vertical entre dois biséis de agradação consecutivos sublinha a morfologia da discordância, a qual, neste exemplo, foi, ligeiramente, reforçada pela tectónica.
Bisel de Agradação Aparente .......................................................................................................................................................Apparent Onlap
Biseau d'aggradation apparent / Bisel de agradación aparente / Scheinbare Onlap, Bevel Verlandung Schein / 表观上超 / Видимое подошвенное налегание / Onlap apparente, Bisello d’aggradazione apparente
Bisel de agradação observado, no campo ou numa linha sísmica, segundo uma direcção que não é, necessariamente, paralela à direcção e sentido do acarreio terrígeno regional. Um verdadeiro bisel de agradação é aquele que é observado paralelamente ao declive de deposição. Quando dois biséis de agradação aparente são observados em dois cortes geológicos ou linhas sísmicas ortogonais há, necessariamente, um bisel de agradação verdadeiro entre eles.
Ver: " Bisel de Agradação Verdadeiro "
&
" Bisel de Progradação "
&
" Agradação "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore do Labrador (Canadá), se o intérprete não sabe qual é a orientação e sentido do acarreio sedimentar regional, os biséis de agradação dos sedimentos das bacias de tipo-rifte e margem divergente, devem, numa primeira fase da interpretação, ser considerados, como aparentes. Muitas vezes, as linhas sísmicas perpendiculares (paralelas à direcção do transporte terrígeno) podem muito bem mostrar que aquilo que parece um bisel de agradação real ou aparente, é, na realidade, numa linha transversal (orientada perpendicularmente ao transporte terrígeno), um bisel de progradação. Neste caso particular e embora o fundo do mar seja mais profundo a Oeste que a Este (zona de passagem e erosão dos icebergues), o acarreio terrígeno preponderante vem de oeste (continente), quer durante o preenchimento das bacia de tipo-rifte, quer durante a margem divergente (tipo-Atlântico). Na bacia de tipo-rifte do centro da linha sísmica, podem reconhecer-se biséis de agradação proximal (orientados para oeste), que fossilizam o plano da falha que borda a bacia e biséis de agradação distais (orientados para Este) que fossilizam o soco. Na outra bacia de tipo-rifte, assim como na base da margem divergente, unicamente os biséis de agradação proximais são visíveis (orientados para o continente). É interessante notar, que a configuração interna dos reflectores da bacia de tipo-rifte principal (a maior) sugere a presença possível de sedimentos argilosos ricos em matéria orgânica, isto é, de rochas-mãe potenciais. Uma configuração interna, mais ou menos, paralela sugere não só uma lâmina de água importante (formação de um lago profundo), onde a fauna e flora se podem desenvolver, mas também um preenchimento por decantação das partículas sedimentares argilosas e da matéria orgânica morta, à medida que coluna de água diminui progressivamente.
Bisel de Agradação Basculado..............................................................................................................................................................Tilted Onlap
Biseau d'aggradation basculé / Bisel de agradación basculado / Tilted Onlap, Bevel Verlandung Rocked / 倾斜的上超 / Наклонное подошвенное налегание / Inclinato onlap, Bisello d’aggradazione inclinato
Terminação aparente de um estrato, ou reflector sísmico, que parece um bisel de progradação, mas que, na realidade, é um bisel de agradação basculado pela tectónica. Os biséis de agradação basculados são frequentes nas bacias sedimentares deformadas pela tectónica e nas bacias onde a halocinése (tectónica salífera) ou argilocinése (tectónica argilosa) são activas.
Ver: " Bisel de Agradação "
&
" Bisel de Progradação "
&
" Tectónica Salífera "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore de Angola, os biséis de agradação basculados (sublinhados pelas flechas) são, facilmente, reconhecidos. O escoamento lateral e vertical do sal (em violeta) cria, localmente, uma subsidência compensatória, a qual produz inversões tectónicas nos sedimentos sobrejacentes ao nível salífero. Por outras palavras, as relações geométricas e terminações originais dos reflectores sísmicos pós-salíferos são deformadas. De facto, certas áreas elevadas ou sub-horizontais, no momento do depósito, transformam-se em áreas estruturalmente baixas devido a uma diminuição de espessura do nível salífero provocada por um fluagem lateral do sal. Contudo, o inverso também é possível. Uma área baixa pode ficar, relativamente, alta se a área alta adjacente se afundar devido a uma escoamento do sal subjacente. Assim, por subsidência compensatória, um bisel de agradação (por definição no momento de depósito) pode transformar-se num bisel de progradação aparente, como ilustrado nesta tentativa de interpretação. As flechas indicam as áreas onde se podem reconhecer biséis de progradação aparentes, que na realidade, como dito antes, são biséis de agradação que foram basculados em direcção do continente (Este) devido ao escoamento do intervalo salífero em direcção da bacia. Note, que a base do horizonte salífero, que é, mais ou menos descontínuo, corresponde a uma desarmonia tectónica, que, aqui, inclina para Oeste. Em conclusão, a significação das terminações dos estratos ou reflectores sísmicos, tem um valor geológico unicamente quando elas conservam a geometria original, o que quer dizer, que um bisel de agradação ou progradação, traduz a geometria dos reflectores no momento do depósito. Um bisel de agradação basculado é um bisel de agradação que, foi, mais tarde, deformado pela tectónica e, que tem uma geometria semelhante à de um bisel de progradação.
Bisel de Agradação Costeiro..................................................................................................................................................................Coastal Onlap
Biseau d'aggradation côtierde / Bisel de agradación costero / Coastal Onlap, Bevel Coastal Verlandung / 海岸上超 / Береговое подошвенное налегание / Bisello d’aggradazione costiero, Onlap costiero
Bisel de agradação de uma unidade estratigráfica (ou sísmica) costeira que, progressivamente, invade o continente.
Ver: " Bisel de Agradação "
&
" Ruptura (superfície de deposição) "
&
“ Agradação ”
Nesta tentativa interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore do Labrador (Canadá), os biséis de agradação costeira são evidentes. Eles marcam as terminações dos reflectores contra o soco à medida, que o nível relativo do mar sobe em aceleração. De facto, nesta tentativa de interpretação, os biséis de agradação costeira sublinham um intervalo transgressivo, o qual é, facilmente, reconhecido pela geometria retrogradante do seu limite superior, o qual marca o máximo da transgressão. Este limite é fossilizado pela superfície da base das progradações do intervalo regressivo sobrejacente. Note, que o intervalo transgressivo é constituído por uma sobreposição de intervalos regressivos (paraciclos-sequência) cada vez menos progradantes. A cada acréscimo relativo do nível do mar, a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição desloca-se para o continente criando um bisel de agradação costeira. Depois, pouco a pouco, quer isto dizer, à medida que os sedimentos provenientes do continente se depositam, ela (ruptura costeira da superfície de deposição, que corresponde, mais ou menos, à linha da costa) prograda para o mar (em geral, sem agradação), mas sem ultrapassar (deficiência de aporte terrígeno) a posição extrema do paraciclo-sequência anterior e assim sucessivamente. É a deficiência relativa do acarreio sedimentar criada pela sucessivas subidas relativas em aceleração do nível do mar, que é a responsável da geometria retrogradante dos intervalos transgressivos. Quando o nível do mar sobe em aceleração, como, por exemplo, 3, 5, 10, 15, 20 metros, a invasão continental e a extensão da plataforma aumentam de tal maneira, que para um aporte terrígeno constante, ele se torna insuficiente para que a ruptura costeira da superfície de deposição atinja o mesmo ponto ao fim de cada período de estabilização relativa do nível do mar entre dois acréscimos sucessivos (paraciclo-sequência). Quando o nível relativo do mar sobe em desaceleração (15, 10, 7, 4 m, por exemplo), ele induz episódios regressivos, visto que mesmo com um o aporte terrígeno constante, ele é suficiente para que a ruptura costeira da superfície de deposição se desloque para o mar (progradação), o que diminui, pouco a pouco, a extensão da plataforma continental.
Bisel de Agradação Distal...................................................................................................................................................................................Distal Onlap
Biseau d'aggradation côtière / Bisel de agradación distal / Distale Onlap, Distalen Bevel Verlandung / 远端上超 / Подошвенное налегание с удалением от берега / Onlap distale, Bisello d’aggradazione distale
Bisel de agradação no sentido do aporte sedimentar.
Ver: " Bisel de Agradação "
&
" Bisel de Agradação Proximal "
&
" Agradação "
Os biséis de agradação distais são, facilmente, reconhecidos nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional da margem divergente do Atlântico Sul (Offshore Pelotas - Brasil). O soco é formado, principalmente, por lavas subaéreas, que, localmente, fossilizam terrenos pré-câmbricos e paleozóicos. Estas lavas depositaram, imediatamente, depois que a litosfera se fracturou, isto é, desde que as placas litosféricas da África e América do Sul se individualizaram. Isto quer dizer, que as lavas subaéreas são posteriores às bacias de tipo-rifte (geralmente, demi-grabens), que se formaram a quando do alargamento (extensão) do continente Gonduana. Assim, o mais provável, é que as fontes dos acarreios terrígenos, que compõem a margem divergente sejam os terrenos do soco e/ou as lavas, que afloram no continente. Como acima indicado, os biséis de agradação distais, correspondem às terminações das reflexões no sentido do aporte terrígeno (orientados para jusante). Estes biséis são identificados, sem grande dificuldade, na parte inferior da margem (fase transgressiva e agradante do ciclo de invasão continental pós-Pangéia), não obstante o artefacto introduzido pelo brusco aumento da profundidade da água (talude continental, relativamente, curto e muito inclinado). De facto, uma rápida variação da lâmina de água, que produz um aprofundamento aparente do fundo do mar, cria um artefacto sísmico, uma vez que as ondas sísmicas se propagam mais lentamente na água do que nos sedimentos. Por outro lado, não se pode esquecer, que uma linha sísmica é um perfil em tempo (e não em profundidade) e, que qualquer variação lateral da velocidade das ondas sísmicas nos sedimentos (ou sedimentos-água) produz deformações importantes nas linhas cronostratigráficas sem nenhum significado geológico. Com efeito, numa versão em profundidade, todos os reflectores, a jusante do rebordo actual da bacia, se encontram sob uma profundidade de água inferior a 2 000 m, o que modifica muito a geometria da bacia em relação a versão em tempo. Os biséis de agradação proximais, que terminam no sentido contrário do aporte terrígeno (orientados para montante), são bem visíveis nesta tentativa de interpretação. Na fase regressiva (progradante) do ciclo de invasão continental pós-Pangéia, que está por cima da fase transgressiva, unicamente, os biséis próximos de agradação são visíveis.
Bisel de Agradação Marinho.................................................................................................................................................................Marine Onlap
Biseau d'aggradation marin / Bisel de agradación marina / Marine-Onlap, Bevel Verlandung Marin / 海岸上超 / Морское подошвенное налегание / Marine onlap, Bisello d’aggradazione marina
Bisel de agradação dos estratos marinhos ou dos reflectores sísmicos equivalentes.
Ver: " Bisel de Agradação "
&
" Agradação "
&
" Bisel de Agradação Costeiro "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore do Labrador (Canadá), cuja orientação é, mais ou menos, paralela à direcção do acarreio sedimentar (linha perpendicular), os sistemas turbidíticos de bacia (intervalo sísmico em laranja claro) repousam por biséis de agradação marinhos contra uma discordância (linha ondulada, em preto). Esta discordância, que corresponde a uma descida relativa do nível do mar (acção combinada da tectónica e eustasia), é caracterizada, sobretudo, pelos biséis de agradação marinhos dos cones submarinos da bacia e do talude, que a fossilizam. As terminações dos reflectores subjacentes à discordância são difíceis de reconhecer. Um bisel de agradação marinho implica uma deposição em água profunda, enquanto que um bisel de agradação costeiro aplica-se a um depósito com uma profundidade de água pequena (praticamente zero). Como para os depósitos costeiros, também se pode falar de agradação e invasão marinha. Contudo, os geocientistas guardam os termos de agradação e invasão, para exprimir as componentes verticais e horizontais dos biséis de agradação costeiros. É interessar notar, que nesta tentativa de interpretação, os reflectores superiores (paralelos ao fundo do mar) não têm nenhum significado geológico. Eles correspondem a artefactos sísmicos (múltiplos do fundo do mar). Por outro lado, os sedimentos e o soco, foram levantados cerca de 1500-2000 m, provavelmente, em associação com um levantamento isostático. Nos anos 70, este levantamento foi proposto por B. Kubler, que mostrou que a matéria orgânica das rochas-mãe potenciais estava madura não obstante a fraca profundidade a que elas se encontram actualmente. A reflectância da vitrinite das rochas-mãe potenciais, sugeriu que elas tinham atingido um enterramento suficiente para poderem gerar hidrocarbonetos, antes de terem sido levantadas, para a posição actual, pela isostasia, que ocorreu depois da última glaciação. Com efeito, a fusão da calote glaciária, que cobria a parte setentrional do hemisfério norte, durante a última glaciação, induziu um reequilíbrio isostático importante. Para uma espessura de gelo de 2 km, semelhante à que existe hoje na Gronelândia, o terreno afundou-se cerca de 700 metros, uma vez que a densidade do gelo é, mais ou menos, um terço da densidade do manto terrestre.
Bisel de Agradação Máximo...........................................................................................................................................................................................POGO
Biseau d' aggradation maximum / Bisel de agradación máximo / POGO, Onlap maximale, Maximale Fase Verlandung / 上超最大 / Наибольшее подошвенное налегание / Onlap massima, Bisello d’aggradazione massima
Bisel de agradação que marca, dentro de um dado ciclo estratigráfico, a invasão e agradação máxima. POGO é o acrónimo de “Point Of Greatest Onlap”.
Ver: " Bisel de Agradação "
&
" Agradação "
&
" Subida Relativa (do nível do mar) "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Indonésia localizada próxima da ilha de Natuna (sudoeste de Bornéu), é fácil de reconhecer uma bacia interna ao arco vulcânico. Esta bacia sedimentar desenvolveu-se dentro da megassutura Meso-Cenozóico, quer isto dizer, que ela se formou num contexto geológico no qual os regimes tectónicos compressivos foram, e são ainda hoje, predominantes. Por outro lado, não é difícil de constatar, que os sedimentos, que preenchem o demi-graben da fase de alargamento (rifting), assim como uma parte (base) dos sedimentos cratónicos da fase de abatimento térmico foram encurtados e, por isso, levantados. De facto, não só a configuração interna do preenchimento do demi-graben (bacia de tipo-rifte) era paralela e sub-horizontal (intervalo agradante), mas também a falha de bordadura do demi-graben era normal (actualmente, ela é inversa). O ponto de agradação máxima, do intervalo agradante, que preenche a bacia de tipo-rifte, é sublinhado pelo bisel de agradação máximo, o qual é, facilmente, reconhecido no topo da vertente Este do monte enterrado do soco (perto do topo da fase de rifting, a qual é caracterizada por uma subsidência diferencial). Nesta bacia, como aliás em todas as bacias internas ao arco (vulcânico), mais tarde ou mais cedo, um regime tectónico compressivo (σ1 horizontal) reactiva as antigas falhas normais, desenvolvidas durante a fase de alargamento (formação das bacias de tipo rifte), fazendo-as rejogar como falhas inversas, o que provoca inversões tectónicas importantes. Quando a reactivação das falhas normais antigas não é total, existem sempre um ponto no plano de falha (ponto de deslocamento aparente nulo) acima do qual a geometria da falha reactivada é inversa, mas abaixo do qual a geometria da falha é a de uma falha normal. Debaixo do ponto de deslocamento nulo, o deslocamento em falha inversa (movimento mais recente) não foi suficiente para compensar deslocamento da falha normal inicial. Acima do ponto de deslocamento nulo, o movimento em falha inversa é superior ao deslocamento durante a formação da falha normal. Por isso, neste tipo de bacias sedimentares, não tenha medo de correlacionar falhas com geometrias diferentes.
Bisel de Agradação não Marinho..............................................................................................................................Non-Marine Onlap
Biseau d'aggradation non-marin / Bisel de agradación no-marino / Non-marine onlap, Bevel Verlandung nicht Marino / 海洋上超 / Неморское подошвенное налегание / Non-marine onlap, Bisello d’aggradazione no-marina
Bisel de agradação observado em ambientes sedimentares não marinhos, quer isto dizer, ambientes sedimentares localizados a montante da ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa).
Ver: " Bisel de Agradação "
&
" Agradação "
&
“ Ruptura (superfície de deposição costeira) ”
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do onshore do Sudão, reconhecem-se, perfeitamente, duas bacias de tipo-rifte (demi-grabens), os quais foram são fossilizadas, isto é, cobertas por uma bacia cratónica, relativamente, pouco espessa, cujos sedimentos inclinam, ligeiramente, para Oeste. Este dois tipos de bacia sedimentar (bacia de tipo-rifte e cratónica) estão separados por uma discordância, que foi, localmente, reforçada pela tectónica (pequeno encurtamento no fim da fase de alargamento). Não esqueça, que uma discordância é uma superfície de erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar significativa. As bacias de tipo-rifte desenvolveram-se em ambientes não-marinhos, isto é, a montante da ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição, onde as variações relativas do nível do mar têm pouco influência, sobretudo, na criação de espaço disponível para os sedimentos (acomodação). Assim, os biséis de agradação dos sedimentos, que preenchem a bacia de tipo-rifte, provavelmente, sedimentos lacustres com horizontes ricos em matéria orgânica estão associados a uma agradação não-marinha. Estes biséis de agradação não-marinhos foram, ligeiramente, basculados para Este, devido ao movimento ao longo do plano de falha (subsidência diferencial contemporânea da sedimentação). Por isso, eles não devem ser interpretados como biséis de progradação. Tendo em linha de conta, a configuração interna dos reflectores, que preenchem os hemi-grabens, cuja geometria é, mais ou menos, paralela, é muito provável, que os sedimentos se tenham depositado num ambiente lacustre, uma vez que uma tal configuração não só sugere uma profundidade, relativamente, importante mas também uma deposição lenta das partículas sedimentares e orgânicas através da lâmina de água. Na realidade, nos poços de pesquiza, perfurados nesta bacia, foram encontrados vários níveis de argilas lacustres, ricas em matéria orgânica, que são consideradas como as rochas-mãe dos hidrocarbonetos encontrados e produzidos num campo petrolífero, localizado no extremo esquerdo desta tentativa de interpretação.
Bisel de Agradação Proximal...........................................................................................................................................................Proximal Onlap
Biseau d'aggradation próximal / Bisel de agradación proximal / Proximale Onlap, Bevel Verlandung Proximal / 近端上超 / Ближнее подошвенное налегание / Onlap prossimale, Bisello d’aggradazione prossimale
Bisel de agradação orientado no sentido oposto ao fluxo sedimentar. Geralmente, os biséis de agradação orientam-se para montante. Na realidade, quando um geocientista diz bisel de agradação, ele está, quase sempre, a referir-se a um bisel de agradação proximal.
Ver: " Bisel de Agradação Dista l"
&
" Invasão Continental "
&
" Agradação "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do onshore da ilha de Sumatra (Indonésia), os sedimentos fossilizaram o soco (granito-gneiss) por biséis de agradação, que neste caso são proximais, uma vez, que o acarreio sedimentar vem do continente, o qual está localizado a Este. Os biséis agradação distal, que ocorrem, sobretudo, quando a morfologia do substrato não é plana, mas irregular e com pontos altos e baixos, não são visíveis nesta tentativa. Tendo em linha de conta a localização (onshore da ilha de Sumatra), é evidente que os sedimentos se depositaram numa bacia interna ao arco vulcânico (ou bacia atrás do arco) e, que numa linha regional, o interpretador deve tentar reconhecer os demi-grabens (bacias de tipo-rifte), que se desenvolveram durante a fase de estiramento ou alargamento da litosfera (subsidência diferencial) e a bacia cratónica (ou bacia de abatimento) criada por uma subsidência térmica. Nunca esqueça, que a Teoria precede a Observação, particularmente na interpretação geológica das linhas sísmicas. Se o interpretador não sabe, à priori, o que é uma bacia interna ao arco, ele pode passar meses a olhar para as linhas sísmicas, mas nunca a reconhecerá (para reconhecer qualquer coisa é necessário conhece-la). Nesta tentativa, os três intervalos sedimentares, considerados fazem parte da bacia de abatimento (ou bacia cratónica). Os dois intervalos inferiores que têm uma configuração interna, mais ou menos, paralela e nos quais os biséis de agradação proximal são óbvios, pertencem, provavelmente, à fase transgressiva durante a qual o nível do mar (eustasia) subia. O intervalo superior depositou-se, provavelmente, na fase regressiva durante a qual o nível eustático descia (não confundir com o nível relativo do mar, que resulta da acção combinada da tectónica e eustasia). Nas linhas sísmicas regionais (mais longas) os reflectores do intervalo superior correspondem a progradações, relativamente, pouco inclinadas, que corroboram a conjectura de que a fase regressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangéia, se depositou durante uma descida eustática.
Bisel de Agradação Verdadeiro............................................................................................................................................................True Onlap
Biseau d'aggradation vrai / Bisel de agradación verdadero / Wahre Onlap, Echte Bevel Verlandung / 真上超 / Ясно выраженное подошвенное налегание / Vero onlap, Bisello d’aggradazione vero
Bisel de agradação observado paralelamente ao declive de deposição, que, geralmente, corresponde à direcção do acarreio sedimentar. Quando dois biséis de agradação (aparentes) são observados em dois cortes geológicos ou linhas sísmicas ortogonais existe, necessariamente, um bisel de agradação verdadeira entre os dois.
Ver: " Bisel de Agradação "
&
" Agradação "
&
“ Agradação ”
Nesta figura estão representados os principais reflectores de dois detalhes de duas linhas sísmicas ortogonais do Golfo do México. O contexto geológico dos intervalos sedimentares, ilustrados nestes detalhes é de um talude continental, quer isto dizer, que os sedimentos não se depositaram, necessariamente, horizontais, mas, provavelmente, ligeiramente inclinados para jusante. Os biséis de agradação sublinhados pelas flechas são biséis de agradação aparentes, visto que nenhuma das linhas sísmicas está orientada no sentido da inclinação regional do talude continental no momento da deposição (as linhas não são perpendiculares nem paralelas ao talude continental). Contudo, como elas são ortogonais entre si (ver cruzamento entre as linha AB e CD), os biséis de agradação sublinhados pelas flechas correspondem ao mesmo reflector e são biséis aparentes, o que quer dizer que um bisel de agradação (observado segundo o declive de deposição que marca, mais ou menos, à direcção do aporte sedimentar regional), deve existir numa linha sísmica localizada entre estas duas. Estes reflectores estão associados a cones submarinos de talude, que são caracterizados por diques marginais naturais, depositados pelas correntes de turbidez e pelo preenchimento das depressões entre eles (e de canais, quando há erosão) e, que por isso, é imperativo diferenciar a direcção do aporte terrígeno regional da direcção do aporte terrígeno local (associada ao transbordo das correntes turbidíticas). O primeiro corresponde, mais ou menos, à direcção das correntes turbidíticas (muitas vezes perpendicular ao talude continental), enquanto que o segundo, que é muito local e variável, é induzido pelo transbordo e avulsão parcial das correntes turbidíticas. Por isso, em geral, o acarreio sedimentar local tem polaridades opostas, visto que o transbordo se faz dos dois lados do lugar de passagem das corrente, o qual, mais tarde, é preenchido em retrogradação, quando o nível relativo do mar começa a subir.
Bisel de Base.............................................................................................................................................................................................................................................................Baselap
Bisel da base / Bisel de base / Baselap, Bevel der Basis / 锥的基 / Прилегание / Bisello della base
Terminação de um estrato ou reflector sísmico, contra o limite inferior de um ciclo estratigráfico, como, por exemplo, contra o limite inferior do ciclo-sequência. Dois tipos de biséis da base podem reconhecer-se no campo e linhas sísmicas: (i) Bisel de agradação e (ii) Bisel de progradação.
Ver: " Bisel de Agradação "
&
" Bisel de Progradação "
&
" Agradação "
Os biséis da base são, facilmente, reconhecidos nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do norte do Cáucaso, uma vez que eles sublinham as discordâncias (superfícies de erosão), que separam os diferentes ciclos estratigráficos (neste caso, para a maior parte deles, provavelmente, ciclos-sequência). Os limites entre os ciclos estratigráficos principais estão sublinhados por linhas tracejadas, as quais traduzem hiatos de deposição importantes, quer isto dizer, discordâncias. Estas discordâncias, que limitam os ciclos, estão fossilizadas por biséis de agradação e progradação, os quais sublinham subidas relativa do nível do mar, uma vez que para haver deposição, o espaço disponível (acomodação) para os sedimentos tem que aumentar (excepto para os sistemas de deposição turbidítica). Nas interpretações geológicas das linhas sísmicas, a expressão bisel da base é utilizada, unicamente, quando o intérprete não consegue decidir se a terminação de um reflector corresponde a um bisel de agradação ou de progradação. Em certos casos, quando a geometria dos reflectores é, mais ou menos, paralela (preenchimento agradante de uma depressão, por exemplo), as linhas cronostratigráficas terminam por biséis de agradação. Neste caso particular, pode-se diferenciar os biséis de agradação proximal (próximo da fonte do aporte terrígeno) e agradação distal (os mais afastados da fonte do aporte terrígeno). Quando a geometria das linhas cronostratigráficas é progradante, os reflectores terminam por biséis de agradação a montante (em direcção do continente) e de progradação a jusante (em direcção do mar), o que implica, necessariamente, uma zona de deposição máxima (máximo de espessura) entre eles. Na realidade, a maior parte dos paraciclos-sequência tem um geometria fuselada. Debaixo de uma discordância, os reflectores terminam, muitas vezes, contra ela, por biséis somitais, os quais podem sublinhar um hiato de erosão ou de sem-deposição.
Bisel de Progradação..................................................................................................................................................................................................................Downlap
Biseau de progradation / Bisel de progradación / Downlap, Bevel Progradation, Progradierender Keil / Downlap, progradational楔 / Подошвенное прилегание / Downlap, Bisello di progradazione
Relação geométrica associada ao limite inferior de um ciclo estratigráfico na qual os estratos, ou os reflectores sísmicos, originalmente inclinados terminam, a jusante, contra estratos originalmente horizontais ou menos inclinados.
Ver: " Superfície da Base das Progradações "
&
" Regressão "
&
" Bisel de Agradação"
O monte visível nesta fotografia (Spitzberg, ilha aos Ursos) é constituído por duas unidades estratigráficas. A inferior (Unidade II), de fácies carbonatada, tem uma geometria retrogradante, quer isto dizer, que os diferentes intervalos que a compõem espessam-se, ligeiramente, para o continente (no momento da deposição), isto é, para Oeste. Aparentemente, isto corresponde a um deslocamento, para o continente, da ruptura da superfície de deposição costeira. Cada intervalo depositou-se em associação com uma subida relativa do nível do mar em aceleração (a subida seguinte é sempre maior que a precedente). Cada subida relativa do nível do mar provoca uma inundação e desloca, para o continente, a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição o que aumenta a plataforma continental (se ela existir). Durante o período de estabilidade relativa que segue cada uma das subidas relativas do nível do mar, a ruptura costeira da superfície da deposição desloca-se, pouco a pouco, para o mar, à medida, que os sedimentos se depositam por progradações. Contudo, durante a deposição e progradação, a ruptura das superfície de deposição não atinge a antiga posição, que ela tinha antes da subida relativa. Este facto, aumenta a extensão e lâmina de água da plataforma. Uma nova subida relativa do nível do mar ocorre e o mesmo mecanismo geológico repete-se. Desde que a subida relativa do mar é mais pequena do que a anterior (subida relativa do nível do mar em desaceleração), durante o período de estabilidade relativa que a segue, a ruptura costeira da superfície de deposição desloca-se para o mar e ultrapassa a posição antiga, que ela tinha antes da subida relativa. É o início da unidade regressiva (Unidade I), que se deposita em associação com subidas relativas do nível do mar em desaceleração, e que, pouco a pouco, vai fossilizar a antiga plataforma continental por biséis de progradação. Esta fossilização cria uma superfície de base das progradações, que não é uma discordância, uma vez que ela não é uma superfície de erosão, mas uma superfície com uma taxa de deposição fraca, ou mesmo, de não-deposição.
Bisel de Progradação da Bacia...................................................................................................................................................Basin Downlap
Biseau de progradation de bassin / Bisel de progradación de cuenca / Basin downlap, Bevel Basin Progradation, Progradierender Keil Becken / Progradational楔盆, 盆地downlap / Подошвенное прилегание в залежи / Bisello di progradazione di bacino, bacino downlap
Bisel de progradação localizado a jusante do rebordo da bacia e, particularmente, além da base do talude continental.
Ver: " Superfície da Base das Progradações "
&
" Bisel de Progradação "
&
" Rebordo da Bacia "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Canhão de Baltimore (Offshore USA), os biséis de progradação de bacia (ou da bacia) são, facilmente, reconhecidos nos intervalos estratigráficos de idade Cenozóica. Nesta região e, principalmente, durante o Terciário, as variações relativas do nível do mar são, essencialmente, induzidas pela eustasia ( asubsidência é negligenciável). A subsidência durante o Cenozóico foi muito pequena, razão pela qual, regionalmente, a montante do rebordo da bacia (o qual coincide, mais ou menos, com a linha da costa, quer isto dizer que bacia não tem plataforma), os intervalos sísmicos têm uma espessura, praticamente, constante e a geometria planície costeira é sub-horizontal. No talude continental superior, a influência das correntes marinhas (corrente do Golfo) forma depressões, por vezes chamadas canais, mais ou menos, paralelos à linha da costa. Não obstante, a forte actividade das correntes litorais, os biséis de progradação de bacia indicam, claramente, que o acarreio sedimentar regional vem de Oeste. O contexto geológico de esta área é, facilmente, reconhecido nesta tentativa de interpretação. Embora a geometria de demi-graben da bacia de tipo rifte não seja visível nesta tentativa, ela é evidente nas linhas sísmicas mais longas e nas linhas paralelas. Acima da discordância induzida pela ruptura da litosfera (BUU), a margem divergente é óbvia, assim como as duas fases sedimentares que a constituem. No ciclo de invasão continental pós-Pangéia (intervalo entre a discordância BUU e o fundo do mar), a fase transgressiva, que corresponde, mais ou menos, ao intervalo cretácico, é caracterizada por uma geometria agradante, enquanto que a fase regressiva tem uma geometria progradante. A interface entre estas fases sedimentares corresponde a uma superfície da base dos biséis de progradação, que, aqui são, tipicamente, biséis de progradação de bacia. Não é difícil constatar, que numa versão em profundidade, as progradações correspondem a taludes continentais (lâmina de água superior a 200 m) e não a taludes deltaicos, cuja profundidade de água raramente ultrapassa os 60 metros. Assim, nesta tentativa, os biséis de progradação são de bacia e não de plataforma.
Bisel de Progradação Distal................................................................................................................................................................Distal Downlap
Biseau de progradation distal / Bisel de progradación distal / Distale downlap, Distalen Bevel Progradation, Progradierender Keil distalen / progradational 楔形末端, 远端 downlap / Подошвенное прилегание с удалением от берега / Progradazionale bisello distale, Distal downlap
Bisel de progradação na direcção do acarreio sedimentar regional. Por definição, a grande maioria dos biséis de progradação são distais. Contudo, localmente, e em particular nos depósitos de transbordo (cones submarinos de talude, por exemplo), os biséis de progradação não são distais visto que se orientam, em geral, perpendicularmente, à direcção do acarreio sedimentar regional.
Ver: " Bisel de Progradação "
&
" Asas de Gaivota (turbiditos) "
&
" Agradação Costeira Negativa "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore Oeste da Austrália, a fase regressiva do ciclo de invasão continental pós-Pangéia é, perfeitamente, visível por cima da fase transgressiva (em cinzento escuro). Os sedimentos da fase regressiva têm uma geometria progradante e biséis de progradação distais (paralelos ao acarreio sedimentar regional) são, facilmente, reconhecidos. Ao contrário, os sedimentos da fase inferior (transgressiva) têm uma geometria agradante e a configuração interna dos intervalos, que a compõem é, mais ou menos, paralela. Estas duas fases estratigráficas estão separadas por uma superfície da base das progradações maiores (taludes continentais), a qual sublinha o pico (o acme) da transgressão Cretácica, o qual ocorreu à cerca de 91,5 Ma (milhões de anos atrás). Isto quer dizer, que, globalmente, os sedimentos da fase transgressiva estão associados a uma subida eustática (não confundir com uma subida relativa) e, que os sedimentos da fase regressiva se depositaram durante uma descida eustática. Em outros termos, o ciclo de invasão continental pós-Pangéia (ciclo estratigráfico) foi induzido por um ciclo eustático de 1a ordem (tempo de duração superior a 50 Ma), o qual foi induzido pelas variações de volume das bacias oceânicas produzidas pela oceanização (alastramento da crusta oceânica a partir da dorsal média oceânica) e pelas zonas de subducção (redução da crusta oceânica). Depois da ruptura da Pangéia, o nível eustático subiu, quando a formação dos oceanos foi predominante (muitas montanhas oceânica), mas ele começou a descer desde que as zonas de subducção (A e B) se tornam predominantes, o que obrigou certos oceanos a desaparecer. O limite entre a subida e a descida ocorreu no Cenomaniano-Turoniano. Não esqueça, que os pacotes sedimentares, que formam o ciclo de invasão continental pós-Pangéia, depositaram-se durante subidas relativas do nível do mar (em aceleração ou desaceleração) associadas a ciclos eustáticos de 2a ou 3a ordem.
Bisel de Pragradção Falso.............................................................................................................................................................................False Downlap
Biseau de progradation faux / Bisel de progradación falso / Falsch downlap, Bevel Progradation Falsch, Progradierender Keil falsch / 假downlap, Progradational楔假 / Ложное подошвенное прилегание / False downlap, Bisello progradazionale falso
Terminação tangencial dos estratos (ou reflectores sísmicos) para jusante, quer isto dizer, que eles se horizontalizam e continuam como unidades estratigráficas independentes que, muitas vezes, são tão finas que não são captadas pela capacidade de resolução do método sísmico.
Ver: " Bisel de Progradação "
&
" Relação Geométrica (reflector, estrato) "
&
" Bisel de Progradação Distal "
Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do mar Adriático (Itália), num bisel de progradação falso, os reflectores horizontalizam-se, pouco a pouco, em profundidade, e continuam em direcção da bacia como unidades sedimentare,s relativamente, pouco espessas. Na realidade, quase todos os corpos e intervalos sedimentares têm um geometria fuselada. Em geral, em direcção ao mar, um corpo sedimentar, ou melhor, a espessura entre dois reflectores cronostratigráficos sucessivos, começa por aumentar, atinge um ponto de espessura máxima, para depois diminuir progressivamente. Assim, numa tentativa de interpretação de uma linha sísmica, o interpretador tem que ter uma ideia da resolução sísmica antes de considerar um bisel de progradação como falso ou não. De facto, muitas vezes, e, sobretudo, nas antigas linhas sísmicas 2D, as terminações dos reflectores parecem evidentes, mas, na realidade, elas são, por vezes, aparentes devido a uma resolução sísmica muito fraca. Se a resolução sísmica for de 20-30 metros, uma unidade estratigráfica progradante, que se prolonga na bacia com uma espessura de 10-15 metros é, sismicamente, invisível e o bisel de progradação falso não pode ser reconhecido facilmente. A maioria dos interpretadores utilizam um critério indirecto para determinar se um bisel de progradação é falso ou verdadeiro. Eles utilizam a geometria da superfície de base das progradações. Quando esta é, mais ou menos, horizontal e a espessura do intervalo progradante é, relativamente, constante, o mais provável é que os biséis de progradação sejam verdadeiros. Quando a geometria da base das progradações é mal marcada (ligeiramente inclinada para o continente) e a espessura do intervalo progradante diminui para jusante, como nesta tentativa de interpretação, o mais provável, é que biséis de progradação sejam falsos. Se um interpretador considera, que os biséis de progradação são falsos, os depósitos agradantes distais não podem ser considerados como cones submarinos turbidíticos, uma vez que não há discordância.
Bisel de Progradação de Plataforma............................................................................................................................Shelf Downlap
Biseau de progradation de plate-forme / Bisel de progradación de plataforma / Shelf downlap, Bevel Platform Progradation, Progradierender Keil-Plattform / Progradational楔形平台, 货架downlap / Шельфовое подошвенное прилегание / Shelf downlap, Bisello piattaforma progradazionale
Bisel de progradação numa plataforma continental (lâmina de água inferior a 200 metros). Este tipo de bisel de progradação, em geral, sublinha um talude deltaico (prodelta) localizado a jusante da ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição.
Ver: " Superfície da base das Progradações "
&
" Relação Geométrica (de base ou da base) "
&
" Acomodação "
Neste detalhe de uma tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da China, tomando em linha de conta a escala vertical, é evidente, que os reflectores inclinados para o mar correspondem a taludes deltaicos. A diferença de tempo (tempo duplo) entre as terminações superiores e inferiores dos reflectores é inferior a 200 ms (milisegundos). Por conseguinte, as terminações para jusante podem ser consideradas como biséis de progradação de plataforma continental. Dentro do intervalo progradante (intervalo deltaico), os deslocamentos laterais dos lóbulos deltaicos induzidos pelo efeito de pêndulo (procura de espaço livre lateral para a sedimentação) criam, localmente, pequenas superfícies de agradação negativa, que não correspondem a descidas relativas do nível do mar significativas. Na realidade, o efeito de pêndulo, é o deslocamento lateral dos centros de deposição deltaica. Por outras palavras, desde que um lóbulo deltaico se deposita na desembocadura de um rio, as leis da natureza que controlam a Geologia (lei de Fermat-Maupertius ou princípio de acção mínima, lei de Snell ou princípio do tempo mínimo e a lei de Fibonacci ou do espaço mínimo), obrigam o lóbulo seguinte a depositar-se ao lado e não encima do lóbulo precedente. Nesta tentativa de interpretação, dentro do intervalo progradante, existem pequenos intervalos agradantes, a jusante do sopé das progradações, que podem ser interpretados como depósitos turbidíticos proximais, induzidos por derrubamentos da frente do delta, quando o ângulo crítico de estabilidade do talude deltaico é atingido. Por outras palavras, à medida que um delta prograda, o ângulo do talude deltaico aumenta e a partir de um certo momento (função da lâmina de água) ele não pode progradar mais (os sedimentos não se podem depositar num talude tão inclinado). Por conseguinte, a frente do delta desmorona-se criando pequenas correntes de turbidez e os sedimentos depositam-se na base do talude. Esta deposição diminui a inclinação do talude permitindo, de novo, que o delta avance para o mar ("aggradate ut progrademus").
Bisel Superior Ascendente.........................................................................................................................Rising Toplap, Climbing Toplap
Bisel sommitak ascendant / Bisel de tope ascendente / Klettern toplap, Bevel Sommital Aufsteigend / 登山顶超 / Растущее регрессивное прилегание / Bisello superiore ascendente
Bisel reconhecido nos cones submarinos de talude, em particular nos depósitos de transbordo (diques marginais naturais turbidíticos) orientado, mais ou menos, no sentido do continente (no sentido do talude continental). Os biséis somitais de qualquer intervalo progradante (agradação + progradação) são, em geral ascendentes, mas orientam-se para jusante o que não é, necessariamente, o caso nos cones submarinos de talude (asas de gaivota). Sinónimo de Bisel Superior Crescente.
Ver: " Bisel Superior de Progradação "
&
" Asas de Gaivota (turbiditos) "
&
" Relação Geométrica (estratigrafia sequencial) "
No esquema, estão representados dois ciclos-sequência incompletos. No ciclo inferior estão representados os dois cortejos sedimentares de nível alto (do mar), quer dizer, o cortejo transgressivo (CT) e o prisma de nível alto (PNA). Por cima da discordância, que limita os dois ciclos estratigráficos, depositou-se o cortejo de nível baixo (CNB) do ciclo-sequência superior, no qual se reconhecem os três membros que o compõem : (i) Cones Submarinos de Bacia (CSB) ; (ii) Cones Submarinos de Talude (CST), com o depósito de frente de talude (também chamado apron ou avental) os diques marginais naturais e (iii) Prisma de Nível Baixo (PBN), que inclui o preenchimento de canhão, os depósitos de deslizamento e os preenchimentos das depressões entre os diques marginais naturais (por vezes, designados como preenchimentos de "canal"). Como também ilustrado nesta tentativa de interpretação, os biséis superiores ascendentes caracterizam os depósitos de transbordo e, particularmente, os diques marginais naturais dos cones submarinos de talude. Devido ao modo de deposição particular dos diques marginais naturais, os biséis superiores ascendentes não só são cada vez mais inclinados (para cima), como, também, têm vergências (polaridades) opostas ("asas de gaivota" de P. Vail). Desde que a primeira corrente turbidítica começa a desacelerar formam-se dois pequenos lóbulos laterais de cada lado da zona de passagem da corrente. Esta zona corresponde a uma área sem deposição, visto que ela sublinha a zona onde a corrente é mais energética e que leva o material que ela transporta mais para jusante. As correntes turbidíticas seguintes aproveitam a depressão morfológica entre os lóbulos laterais iniciais (que, em geral, não são erodidos) como zona de passagem. Quando a altura das correntes ultrapassa a altura da depressão, elas transbordam e depositam os sedimentos (diques marginais naturais) por biséis superiores mais inclinados que os precedentes. Como as correntes transbordam para ambos os lados da depressão central ("canal turbidítico"), os biséis superiores ascendentes têm polaridades opostas.
Bisel Superior Crescente (ascendente)................................................................................................................................................Rising Toplap
Bisel supérieurr croissant (ascendnnt) / Bisel superior ascendente / Steigende toplap, Bevel oberen Rahmen / 瑞星顶超 / Поднимающееся регрессивное прилегание / Bisello superiore ammontare
Um dos biséis superiores inclinados para montante (direcção oposta à corrente), que, em geral, são associados aos depósitos turbidíticos do talude e, particularmente, aos depósitos de transbordo (diques marginais naturais “asas de gaivota”).
Ver: " Bisel Superior de Progradação "
&
" Asas de Gaivota (turbiditos) "
&
“ Biséis Superiores Ascendentes "
Um bisel superior crescente nunca existe isolado. Este tipo de bisel está sempre associado a um outro com vergência (polaridade) oposta. Estes biséis são criados pelo transbordo das correntes turbidíticas para ambos os lados das depressões ou, por vezes, dos canais turbidíticos (quando há erosão), ao longo das quais elas passam. Este tipo de biséis encontra-se nos cones submarinos de talude, mas também nos depósitos vulcânicos. Os biséis somitais (ou superiores) crescentes ou ascendentes caracterizam os depósitos de transbordo e, particularmente, os diques marginais naturais. Devido ao modo de deposição particular dos diques marginais naturais, os biséis superiores crescentes não só são cada vez mais inclinados para cima como têm vergências opostas ("asas de gaivota" de P. Vail). Desde que a primeira corrente turbidítica começa a desacelerar formam-se dois pequenos lóbulos laterais de cada lado da zona central de passagem da corrente. Esta zona corresponde a uma área de sem-deposição visto que ela sublinha a zona onde a corrente é mais energética e que, portanto, leva o material que ela transporta mais para jusante. As correntes turbidíticas seguintes aproveitam a depressão morfológica entre os lóbulos laterais iniciais (que em geral não são erodidos) como zona de passagem, quer isto dizer, que as correntes de turbidez são, mais, tarde ou mais cedo, canalizadas pelos diques marginais naturais. Por outro lado, quando a altura das correntes ultrapassa a altura da depressão, elas transbordam e depositam os sedimentos (diques marginais naturais) formando biséis somitais mais inclinados, que os biséis associados aos lóbulos precedentes. Como as correntes transbordam para ambos os lados da depressão central (ou "canal turbidítico"), naturalmente, estes biséis têm polaridades opostas.
Bisel Superior sem Depósito........................................................................................................................................Non Deposition Toplap
Biseau supérieur de non-dépôt / Bisel superior sin-depósito / Bevel Higher nicht Anzahlung, Ohne Fase up - Einreichung, Non-Deposition toplap / 没有伞起来 - 备案 / Кровельное прилегание без напластований / Bisello superiore non deposizionale
Bisel superior criado pelo deslocamento para o mar da ruptura costeira da superfície de deposição devido a falta de espaço disponível (acomodação) para os sedimentos. Este tipo de bisel superior é, frequentemente, associado a pequenas descidas relativas do nível do mar, que não são suficientes para que a plataforma continental seja totalmente exumada (discordância do tipo II). Se há erosão, ela é local e insignificante.
Ver: " Bisel Superior de Progradação "
&
" Discordância "
&
" Erosão "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Norte do Cáucaso, os intervalos sísmicos predominantes são progradantes. Estes intervalos estão associados a pequenas subidas relativas do nível do mar em desaceleração, ou mesmo pequenas descidas relativas, que deslocam a ruptura da superfície de deposição costeira para jusante e, como tal, induzem biséis superiores por sem-depósito, uma vez que, a montante da ruptura, não há espaço disponível para que os sedimentos se depositem. O deslocamento da ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição para jusante, o qual, pouco a pouco, diminui a extensão e a lâmina de água da plataforma, depende muito do acarreio sedimentar. É importante não esquecer, que existem todos os casos intermediários entre os biséis superiores por sem depósito e biséis superiores por truncatura (ou por erosão) e que, muitas vezes, é difícil de decidir a que tipo extremo um bisel deve ser associado. Teoricamente, um bisel superior por sem depósito deveria ser marcado por progradações obliquas, quer isto dizer, por linhas cronostratigráficas representadas, unicamente, pelo segmento intermediário inclinado para jusante (sem os segmentos sub-horizontais superior e inferior). Mas, na realidade, a grande maioria das progradações, visíveis nas linhas sísmicas, são sigmoidais (como ilustrado nesta tentativa). Isto significa que uma agradação significativa existe entre duas linhas cronostratigráficas consecutivas. Nestes casos, a expressão bisel superior por sem depósito é um pouco abusiva. Bisel superior por não erosão é mais apropriado, porque quando o nível do mar sobe, em desaceleração, há sempre uma pequena agradação, cuja amplitude é, muitas vezes, inferior a resolução da linha sísmica. Unicamente, quando os biséis são induzidos por pequenas descidas relativas do nível do mar é que agradação é negativa.
Bisel Superior de Progradação...........................................................................................................................................................................Toplap
Biseau supérieur de progradação / Bisel superior de progradación / Toplap, Bevel bis Progradation, Bevel-Superior Progradation / 锥高达progradation / Регрессивное (кровельное) прилегание / Bisello superiore de progradazione
Relação geométrica determinada pela terminação dos estratos, ou dos reflectores sísmicos, contra uma superfície sobrejacente. Esta relação geométrica pode ser criada por erosão ou por ausência de deposição. Os biséis superiores podem ser: (i) Costeiros ; (ii) Marinhos e (iii) Não-Marinhos.
Ver: " Bisel de Progradação "
&
" Agradação Costeira Negativa "
&
" Relação Geométrica (estratigrafia sequencial) "
Nesta fotografia, a escala é dada por um geocientista, que está próximo do bisel superior (dentro da elipse) de um corpo arenoso de geometria fuselada. É evidente, que este bisel não está associado a uma superfície de erosão, mas sim a uma superfície de sem-deposição. Os estratos sucessivos depositaram-se uns sobre os outros de maneira progradante e em direcção da bacia (jusante). Assim, as terminações inferiores são biséis de progradação (biséis distantes de progradação, neste caso). É interessante notar, que qualquer tentativa de interpretação geológica, quer ela seja baseada numa linha sísmica ou num afloramento, requer sempre uma escala. Por isso se diz que a Geologia é escala dependente. Se nesta fotografia o geocientistas não estava presente para dar a escala, todo o observador reconheceria uma geometria progradante, mas ele seria incapaz de a interpretar em termos ambientais. Ele utilizaria talvez a litologia para propor uma interpretação. O problema complica-se, muito mais, na interpretação geológica dos dados sísmicos. Na realidade, uma linha sísmica, sem escala horizontal (métrica) e vertical (tempo), não pode ser interpretada, correctamente, em termos geológicos. As progradações associadas a um intervalo deltaico têm a mesma geometria, que as progradações de um talude continental ou uma estratificação obliqua dentro de uma camada. Contudo, as escalas horizontais e verticais são, completamente, diferentes. Num delta, a escala vertical é da ordem das dezenas de metros. Num talude continental, ela é da ordem das centenas ou milhares de metros e numa camada ela é centimétrica ou métrica. Da mesma maneira, sem as escalas, uma linha sísmica de um georadar, utilizada na engenharia geotécnica, pode ser tomada como uma linha sísmica 2D, utilizada na pesquiza petrolífera e uma estratificação oblíqua todo ser tomada como um talude continental. Contudo, a escala vertical da primeira é em nanosegundos (109), enquanto que a escala vertical da segunda é em segundos (tempo duplo).
Bisel Superior de Progradação Costeiro..............................................................................................................Costal toplap
Biseau supérieur de progradation côtier / Bisel superior de progradación costera / Coastal toplap, Bevel-Superior-Coastal Progradation, Bevel up Küsten Progradation / 海岸顶超 / Прибрежное кровельное прилегание / Bisello superiore di progradazione costiera
Bisel superior dos depósitos costeiros de um ciclo estratigráfico ou intervalo sísmico. Um bisel superior ocorre ao longo do limite superior de um ciclo estratigráfico, em particular do ciclo-sequência, o qual é induzido por um ciclo eustático de 3ª ordem, que dura entre 0,5 e 3,0 Ma (milhões de anos). Os biséis superiores podem ser criados por: (i) Erosão (bisel superior por truncatura) ou (ii) Por sem depósito (bisel superior por sem depósito).
Ver: " Bisel de Progradação "
&
" Agradação Costeira Negativa "
&
" Ruptura (superfície de deposição costeira) "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Norte do Cáucaso, os biséis superiores de agradação costeira estão associados a um intervalo sedimentar regressivo. Acima de um intervalo transgressivo, caracterizado por uma geometria retrogradante (mal visível nesta interpretação devido a pequena extensão da linha sísmica) e uma configuração interna, praticamente, paralela, a geometria progradante do intervalo regressivo é evidente. Dentro deste intervalo, que foi fossilizado por um novo intervalo transgressivo, a configuração interna dos diferentes intervalos é oblíqua ou sigmoidal. Quando a configuração interna é oblíqua (pouco ou nenhuma agradação), o mais provável é que os biséis superiores de progradação sejam por truncatura. Nestas condições, é possível que uma pequena descida relativa do nível do mar ocorra, mas ela é insuficiente para que as condições geológicas de nível alto mudem para baixo nível, isto é, insuficiente para que se forme uma discordância (superfície de erosão). Isto quer dizer que a parte agradante dos paraciclos-sequência foi, provavelmente, erodida. Ao contrário, quando a configuração interna é sigmoidal, isto é quando a agradação (deposição vertical) é reconhecida sismicamente, o mais provável é que os biséis superiores (ou somitais) de progradação costeiros marquem a ruptura de inclinação das diferentes linhas cronostratigráficas, isto é que elas sublinhem uma mudança de fácies (litologia) e, igualmente, de ambiente sedimentar. Nesta tentativa de interpretação, a deposição do intervalo regressivo fossilizou a antiga plataforma continental (intervalo transgressivo subjacente) e a partir de um determinado momento a linha da costa coincide, mais ou menos, com o rebordo continental, o que quer dizer, que, pelo menos sismicamente, a bacia não tinha plataforma (rebordo continental coincidente com o rebordo da bacia).
Bisel Superior de Pragradação Marinho........................................................................................................Marine Toplap
Biseau supérieur de progradtion marin / Bisel superior de progradación marina / Bevel Marin-Superior Progradation, Bevel bis progradierender marine / 锥高达progradational海洋 / Морское кровельное прилегание / Bisello di progradazione marine
Bisel superior em ambientes sedimentares marinhos.
Ver: " Bisel de Progradação "
&
" Invasão Continental "
&
" Descida Relativa (do nível do mar) "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore do Labrador (Canadá), os biséis superiores marinhos estão associados a um intervalo turbidítico. A natureza turbidítica de este intervalo foi corroborada pelos resultados de um poço de pesquisa petrolífera perfurado nos anos 70. Como ilustrado, a geometria interna do intervalo turbidítico é progradante. Os biséis superiores podem ser interpretados como o resultado da sobreposição lateral de lóbulos turbidíticos. Por conseguinte, estes biséis superiores são, naturalmente, considerados como biséis superiores marinhos por sem depósito. Este tipo geometria ou de progradações oblíquas, sem agradação e que se acomodam umas às outras, como as telhas num telhado de ripas, é característico dos lóbulos turbidíticos depositados na base dos taludes dos prismas de nível alto ou baixo (do mar). Estes depósitos turbidíticos não estão, provavelmente, associados a descidas relativas do nível do mar significativas (que deslocam para jusante e para baixo os biséis de agradação costeira). Eles parecem estar associados com instabilidades da ruptura costeira da superfície de deposição quando esta coincide, ou está muito próxima do rebordo continental, isto é, quando a bacia não tem plataforma continental. Nestas condições (sem plataforma continental), quer seja com o nível do mar alto (acima ou ao nível do rebordo da bacia) ou baixo (abaixo do rebordo da bacia), um pequena instabilidade da ruptura costeira da superfície de deposição pode desmoronar os depósitos costeiros que deslizam, por correntes de turbidez, directamente ao longo do talude continental. Assim, os sedimentos costeiros são transportados para as partes profundas do talude continental onde se depositam sob a forma de lóbulos submarinos desde que as correntes turbidíticas perdem a capacidade de os transportar. É evidente que a fácies (litologia) de estes lóbulos (ou cones) turbidíticos é dependente da litologia dos depósitos costeiros. Por outro lado, como num contexto geológico de bacia sem plataforma, os depósitos costeiros são, a maioria das vezes, de natureza deltaica, estes lóbulos turbidíticos são rochas-reservatório potenciais, por vezes, muito ricas em areias provenientes da frente do delta.
Bisel Superior de Progradação não Marinho............................................................................................................................................Non-Marine Toplap
Biseau supérieur de progradation non-marin / Bisel superior de progradación no-marino / Progradierender Keil überlegen nicht-marine, Non-marine toplap, Superior-Bevel nicht Marino Progradation /- 海洋顶超 / Неморское кровельное прилегание / Bisello superiore di progradazionale non-marine
Bisel superior em ambientes sedimentares não-marinhos, quer isto dizer, localizados a montante da ruptura costeira da superfície de deposição. A grande maioria dos geocientistas, e em particular, os especialistas da Estratigrafia Sequencial consideram que a linha de baía é o limite inferior (a jusante) dos depósitos fluviais. Os depósitos da planície costeira, localizados entre a linha de baía e a ruptura da superfície de deposição costeira (± a linha da costa) são, por vezes, considerados como não-marinhos, mas não como fluviais, uma vez que eles são influenciados pelas variações relativas do nível do mar.
Ver: " Barra de Meandro (fóssil) "
&
" Bisel de Progradação"
&
" Ambiente de Deposição "
Quando os sistemas de deposição não-marinha são inferidos ou preditos nas linhas sísmicas, como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Golfo do México, as predições litológicas, a partir dos dados sísmicos, são possíveis, unicamente, sob certas condições. Isto é particularmente verdadeiro, quando os sistemas de deposição não-marinha estão sob a influência das variações relativas do nível do mar, quer dizer, onde a influência da eustasia ainda se faz sentir. Contudo, nos depósitos não-marinhos, a montante da ruptura costeira da inclinação da superfície deposição e a jusante da linha de baía, onde as variações relativas do nível do mar têm pouco influência na acomodação, as predições litológicas requerem uma boa compreensão dos sistemas de deposição. Neste exemplo, a discordância, isto é, a incisão fluvial correlaciona, provavelmente, com uma superfície de erosão criada por uma descida relativa do nível do mar. Esta descida relativa do nível do mar rompeu os perfis de equilíbrio provisórios dos rios, o que os obrigou a cavar novos leitos para restabelecer novos perfis de equilíbrio provisórios. Neste exemplo, os sedimentos, que preenchem a incisão fluvial são, fundamentalmente, não-marinhos. As variações relativas do mar não têm nenhuma significado na deposição. Adoptando o modelo geológico de uma barra de meandro, onde as terminações superiores dos estratos são biséis superiores não-marinhos (biséis por sem depósito), é possível prognosticar as litologias de vários intervalos. Os limites entre os tampões argilosos não devem ser interpretados como discordâncias, uma vez que neste sistema de deposição, a erosão e deposição (barra de meandro) são sincrónicas e induzidas pelas variações da velocidade da corrente do rio e não pelas variações relativas do nível do mar.
Bisel Superior por Truncatura..........................................................................................................................................Truncation Toplap
Biseau supérieur par truncature / Bisel superior por truncación / Trunkierung toplap, Bevel-Superior durch Truncation / 截断顶超 / Усеченное кровельное прилегание / Bisello superiore por troncatura erosiva
Bisel superior criado por uma superfície de erosão, que, assim, está associado aos limite entre dois ciclos estratigráficos.
Ver: " Bisel Superior de Progradação "
&
" Bisel Superior de Progradação Marinho "
&
" Discordância "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica de Timan-Pechora (Rússia), uma discordância, isto é, uma superfície de erosão, que limita dois intervalos sísmicos é bem individualizada não só pelos biséis de agradação do intervalo superior, mas também pelos biséis superiores por truncatura (erosão) do intervalo subjacente. Os biséis de agradação dos intervalos sobrejacentes à discordância caracterizam uma superfície sísmica (superfície de agradação) que sublinha a superfície de erosão, que uma descida relativa do nível do mar criou, isto é, a discordância. Os biséis superiores dos intervalos subjacentes à discordância sugerem, fortemente, que a discordância (de natureza eustática) foi, mais tarde, reforçada pela tectónica. Embora o encurtamento principal dos sedimentos seja posterior à discordância (que está deformada), um basculamento da bacia para Este, antes da formação da discordância, é sugerido pela inclinação dos reflectores e biséis superiores. Estes biséis não são a consequência de um sem depósito mais sim de uma truncatura. Eles formaram-se pela acção da erosão, que corroeu e truncou as camadas sedimentares já depositadas. Um dos pontos mais importantes da análise estratigráfica é a determinação da idade das discordâncias. Evidentemente, que nesta tentativa, a idade da discordância não pode ser determinada, uma vez que a linha sísmica original é muito curta. Tudo o que se pode dizer nesta tentativa, é, que a idade da discordância é anterior a certos intervalos e posterior outros. Mas este tipo de datação é muito pouco precisa, visto que o intervalo de precisão é da ordem dos milhões de anos, uma vez que, nesta área, o hiato entre os sedimentos inferiores e superiores à discordância é muito grande. A idade da discordância corresponde a idade da descida relativa do nível do mar, a qual pode ser determinada pela idade dos cones submarinos da bacia associados. A idade de uma discordância corresponde ao hiato mínimo entre os depósitos dos dois ciclos-sequência, que a discordância separa, o qual é observado nas partes profundas bacia e dado pelo idade dos cones submarinos da bacia, que se depositam durante a descida relativa do nível do mar.
Biselamento (acunhamento)...........................................................................................................................................................................................................................Lapout
Biseautage (biselamento) / Biselamiento (acuñamiento) / Verkeilen, Bevel (bisellement) / 楔入 / Седиментационное выклинивание пластов / Incuneamento
Terminação lateral de um estrato ou reflector sísmico nos seus limites de deposição. O biselamento associado ao limite superior de um ciclo estratigráfico pode ser por: (i) Um Bisel Superior (de progradação) ou (ii) Um Bisel de Agradação, enquanto que o associado ao limite inferior pode ser: (a) Um Bisel de Progradação ou (b) Um bisel de Agradação Distal. Sinónimo de Acunhamento.
Ver: " Acunhamento "
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" Bisel de Agradação "
&
" Invasão Continental "
Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica da bacia de Campos (offshore do Brasil), vários tipos de biselamento são visíveis. Dentro de um ciclo-sequência, em relação ao limite inferior, os biséis da base podem ser de agradação ou de progradação. Em relação ao limite superior, os biséis, isto é, as terminações dos estratos ou reflectores podem ser: (a) Biséis Superiores por Truncatura (erosão) ou (b) Biséis Superiores sem Deposição ou simplesmente Biséis Superiores quando é difícil, ou impossível, decidir se houve erosão ou não. Esta tentativa de interpretação mostra, claramente, a importância da sorte na pesquiza petrolífera. Na realidade, embora os geocientistas da Petrobrás, digam, actualmente, o contrário, é evidente para todos os outros, que o objectivo do primeiro poço de pesquiza localizado na linha sísmica desta tentativa, era a carapaça de tartaruga (estrutura antiforma criada pelo escoamento do horizonte salífero) visível na parte inferior direita acima da cicatriz salífera (sutura salífera) do intervalo verde. Simplesmente, e como toda a gente sabe, quando se faz um poço, numa bacia sedimentar pouco afectada pela tectónica, para se chegar aos sedimentos cretácicos (idade dos sedimentos que formam a antiforma, e não anticlinal, salífero, isto é a carapaça de tartaruga), tem que se atravessar os sedimentos do Cenozóico, se estes se depositaram e não foram erodidos, o que é o caso aqui ilustrado. Com efeito, quando o poço atingiu o intervalo subjacente às grandes progradações do talude continental, o qual é caracterizado por reflectores internos mais ou menos paralelos e sub-horizontais (cones submarinos de bacia), "Bingo", petróleo. Foi assim, que a Petrobrás descobriu o campo de Marlin, cujas reservas recuperáveis avizinhavam os 4 Gb e, foi por isso, que o meu lamentado amigo e colega Celso Ponte que dizia sempre "você não esqueça, Carlos, Deus é brasileiro". Exemplos deste tipo foram, também, muito frequente na pesquiza do petróleo no Mar do Norte.
Bloco Errático...................................................................................................................................................................................................................................................Boulder
Bloc erratique / Bloque errático / blockieren Sie erratische / 阻止不稳定 / Эрратический блок (останец тектонического покрова) / Masso erratico
Rocha ou grão clástico superior a 256 milímetros de diâmetro. A cidade de Boulder, no Colorado (EUA), ficou a dever o seu nome ao grande número de blocos que aí foram encontrados. Blocos de enormes dimensões são depositados durante a fusão dos glaciares, uma vez que os glaciares têm uma competência, praticamente, ilimitada. Como os blocos, que foram transportados pelos glaciares, não traduzem a litologia das regiões em que se encontram, é comum chamar-lhes “blocos erráticos”.
Ver: " Granulométrie "
&
“ Glacier ”
&
“ Érosion ”
A fotografia no centro desta figura ilustra um grande bloco granítico fracturado na praia de Ffionphor no norte da Escócia. Evidentemente, que este bloco não é um bloco errático, visto que, como se pode ver na fotografia, a sua litologia granítica corresponde à das rochas que afloram na linha da costa. Embora certos blocos possam ser deslocados manualmente, é comum restringir, o termo bloco, aqueles cuja dimensões são tão grandes que uma pessoa não os pode mover. Um bloco errático, como ilustrado na figura superior direita, designa uma pedaço de uma rocha que caiu da superfície de um glaciar ou que foi arrancada do solo pelo gelo de um glaciar e que foi transportado, declive abaixo, para os vales fluvio-glaciares. Os blocos erráticos corroboram a conjectura avançada por muitos geocientistas, que os vales fluvio-glaciares, como no antepaís dos Alpes, estiveram, no passado, cobertos por glaciares. Na região de Luzerna (Suíça), por exemplo, os blocos erráticos são muito grandes (alguns pesam mais de 5 toneladas), o que leva a pensar (é a opinião da maior parte dos geocientistas Suíços), que a espessura do gelo ultrapassou mais de 1000 metros. A ideia de associar os blocos erráticos aos glaciares foi, pela primeira vez invocada, por um ministro suíço Bernard Kuhn (1787), mas ela não foi bem acolhida pela comunidade científica da época que continuava a associar os blocos erráticos ao Dilúvio. Só, muito mais tarde, em Julho de 1837, durante a reunião da Sociedade Geológica de Neuchâtel (Suíça), quer isto dizer, meio século mais tarde, é que um outro suíço Louis Agassiz (Presidente da Sociedade), depois de ter adoptado as ideias Jean de Charpentier, também de nacionalidade suíça, convenceu a comunidade científica internacional, que os blocos erráticos tinham sido transportados pelos glaciares, o que constituiu a primeira etapa da sua teoria sobre as épocas (idades) glaciares.
Bloco Falhado Inferior...........................................................................................................................................................................................................Footwall
Bloc faillé inferieur / Bloque fallado inferior / Geringere Fehler Block /下盘, 较低的断块 / Лежачий бок / Footwall, Blocco di faglie inferiore
Bloco falhado debaixo do plano (inclinado) de uma falha. Também chamdo Muro da Falha.
Ver: " Bloco Falhado Superior "
&
" Falha "
&
" Tectónica "
Quando se marcha sobre um plano de falha, marcha-se sobre o bloco falhado inferior (base da falha). Numa falha normal, o bloco falhado inferior é sempre o bloco que foi, relativamente, levantado em relação ao bloco superior (tecto da falha). Numa falha inversa, é o contrário, o bloco inferior é o bloco, que desceu relativamente ao bloco superior. Neste esquema, a falha A termina de maneira abrupta contra uma falha de transferência (porque transfere a extensão dos sedimentos para outra zona). Como o plano da falha é, em cartografia, mais ou menos rectilíneo, o alongamento dos sedimentos é, praticamente, constante ao longo do traço de falha. Ao contrário, como o traço da falha B é curvilíneo, a extensão sedimentar (alongamento) varia. Ela é máxima na parte central do traço da falha e mínima (zero), nas extremidades. O plano de uma falha normal têm sempre uma inclinação que diminui em profundidade. À escala macroscópica (escala das cartas geológicas e linhas sísmicas), não há falhas normais verticais. Numa linha sísmica, uma falha corresponde a uma ruptura da continuidade dos reflectores e plano da falha, em geral, não está sublinhado por nenhuma reflector. Há três excepções a esta regra, quando: (i) A zona de falha (área entre os dois blocos falhados, que pode ser, mais ou menos, importante, mas sempre inferior à resolução sísmica) está preenchida ou injectada por sal ; (ii) Material vulcânico injectou a zona de falha e (iii) A litologia dos dois blocos falhados é diferente e a impedância acústica dos blocos é muito contrastada, como no caso de uma falha entre uma série sedimentar (fraca impedância acústica) e um soco granítico (forte impedância acústica). A compactação dos sedimentos muda, sensivelmente, a inclinação inicial (antes da compactação) do plano de falha. Isto é, particularmente, verdadeiro quando a litologia dos blocos falhados é uma alternância de sedimentos que se compactam pouco (como, por exemplo, arenitos ou calcários) e sedimentos que se compactam muito como os sedimentos argilosos. A inclinação do plano de falha diminui em frente dos horizontes do bloco inferior, que sofreram maior compactação. Assim, numa tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica, as variações da inclinação do plano de falha dão indicações preciosas sobre a litologia dos blocos inferiores.
Bloco Falhado Superior..........................................................................................................................................................................................Hangingwall
Bloc faillé supérieur / Bloque fallado superior / Hängende Mauer / 上盘 / Висячее крыло сброса / Hangingwall, Blocco di faglie superiore, Parete d’attaccatura
Bloco falhado acima do plano (inclinado) de uma falha. Também chamado Tecto da Falha.
Ver: "Bloco Falhado Inferior"
&
"Falha"
&
"Linha Sísmica"
Quando se marcha sobre um plano de falha, marcha-se sobre o bloco falhado inferior (base da falha). Numa falha normal, o bloco falhado superior (tecto da falha) é sempre o bloco que foi baixado, relativamente, em relação ao bloco inferior. Numa falha inversa, é o contrário, o bloco superior é o bloco falhado que subiu relativamente ao bloco inferior. Estes blocos diagramas, nos quais, por simplificação, a parte superior foi desenhada plana (topografia plana), ilustram diferentes complicações possíveis do bloco falhado superior e do traço do plano de falha. A geometria dos cortes verticais e horizontais tem que correlacionar, o que quer dizer, que a carta de um horizonte sísmico têm que ser coerente com as tentativas de interpretação geológica das diferentes linhas sísmicas da região (cortes verticais e transversais). Por exemplo, se numa linha sísmica (corte transversal), a inclinação do plano de uma falha normal diminuir muito rapidamente em profundidade, isto é, se o plano de falha se horizontalizar em profundidade (não esqueça que não há falhas normais verticais), no corte horizontal, isto é, em cartografia, com uma topografia plana, o traço de essa falha é fortemente curvilíneo em harmonia com o traço do plano de falha no corte transversal. Os blocos diagramas inferiores deste esquema e, particularmente, nos dois primeiros (a partir da esquerda), onde os traços e inclinações dos planos de falha são, praticamente, rectilíneos, ilustram a parte superior de falhas nas quais as inclinações dos planos de falha se aproximam da vertical. Nestes casos, também o plano de falha se horizontaliza em profundidade, assim como, o traço no plano horizontal se curva. Quando duas falhas normais, de idades diferentes, se intersectam (falhas em X), a geometria do corte transversal e horizontal são muito características. A do corte transversal é caracterizada pela sobreposição, mais ou menos, na mesma vertical, de um “graben” (níveis superiores) sobre um “horst” (níveis inferiores). No plano horizontal, o traço do plano de falha mais recente corta e deslocado o traço da falha mais antiga. No entanto, se existir uma topografia no plano horizontal, ela pode deformar a geometria dos planos de falha e sugerir que é plano de falha mais recente que é deslocado pela falha mais antiga.
Bordo da Plataforma Profunda (cintura carbonatada)..............................................................................Deep Shelf Margin
Bord de la plate-forme profonde (ceinture carbonatée) / Borde de plataforma profunda (faja carbonatica) / Tief Schelfrand, Bahnsteigkante tief / 深陆架边缘 / Обрыв шельфа / Shelf margin profonda, Piattaforma bordo profondo
Ambiente sedimentar de uma cintura carbonatada localizado entre a plataforma de mar aberto e o talude externo. Ele é caracterizado por: (i) Um contexto geológico ; (ii) Um determinado tipo de sedimentos e (iii) Uma determinada biota.
Ver: " Ambiente (de cintura carbonatada) "
&
" Recife "
&
" Calcário "
O contexto geológico de este ambiente carbonato é debaixo da acção das ondas (durante mar calmo) podendo, no entanto, ser atingindo pelas ondas de tempestade. Este ambiente sedimentar está dentro, ou ligeiramente debaixo, da zona eufótica (zona com luz do sol suficiente para que a fotossíntese possa ocorrer, quer isto dizer, entre o nível do mar e uma profundidade em que a luz do sol é cerca de 1% da luz em superfície). Este ambiente sedimentar forma superfícies, mais ou menos, planas entre a plataforma activa (onde as construções orgânicas são preponderantes) e a bacia. Neste contexto, o termo bacia pode não corresponder à unidade morfológica a jusante do talude continental. Os sedimentos, que se depositam neste ambiente são, principalmente, carbonatos: (i) Wackstones, i.e., carbonatos que contém mais de 10% de grãos com diâmetro superior a 20 mícrones ; (ii) Bioclásticos, i.e., calcários formados, principalmente, por fragmentos de rochas pré-existentes e (iii) Grainstones, que são calcários formados por grãos, praticamente, sem matriz (com menos de 1% de material com diâmetro inferior a 20 mícrones. Estes calcários são, em geral, bem estratificados e com muita bioturbação (as partículas sedimentares são deslocadas e misturadas pela fauna e flora bêntica). A presença de conchas diversas sugere condições normais marinhas. A presença de plâncton é mínima (conjunto de plantas e animais microscópicos que vivem em suspensão na água e que está na base de muitas cadeias alimentares). Escoamentos de lama calcária e turbiditos finamente laminados são muito frequentes, assim como pequenas anomalias monticulares na base do talude dos edifícios carbonatados. As principais microfácies que se observam neste ambiente são: (i) Calcissiltitos microbioclásticos (calcários formados, basicamente, por partículas de calcite detrítica do tamanho do silte) ; (ii) Micrite pelágica (matriz cristalina semiopaca dos calcários formada por cristais com dimensões inferiores a 4 mícrones) e (iii) Microbrechas bioclásticas (calcário formado por bioclastos muito pequenos e mal calibrados).
Boudinage...............................................................................................................................................................................................................................................................Boudinage
Boudinage / Boudinage / Boudinage / 石香肠构造 / Разлинзование / Boudinage
Estrutura geológica formada por extensão, na qual um corpo rígido tabular como, por exemplo, uma camada de arenito é esticada (alongada) e deformada no meio de sedimentos menos competentes. A camada mais competente quebra-se, de tal maneira que num plano vertical, a geometria é semelhante a um alinhamento de salsichas e, que por vezes, num plano horizontal é semelhante à geometria de uma barra de chocolate ("tablette de chocolat" de Wegmann, 1932).
Ver: " Arenito "
&
" Compactação "
&
" Ardósia "
O termo boudinage foi introduzido na geologia por Lohest, em 1909. Lohest utilizou-o para designar as estruturas de um horizonte fracturado situado entre rochas graníticas ou xistosas não fracturadas, uma vez que elas lhe lembravam salsichas ("boudin" em francês). Na realidade, cada fragmento da rocha fracturada (mais competente) se assemelha a uma salsicha e que o conjunto dos fragmentos, mais ou menos, separados, numa secção vertical, lembra um encadeamento de salsichas. Como sugerido pela fotografia ilustrada nesta figura, o boudinage foi, em seguida, encontrado em quase todos os tipos de rochas, embora o mecanismo e as causas de desenvolvimento destas estruturas varie com o tipo de rocha. De maneira mais geral, actualmente, o termo boudinage é utilizado na geologia para designar estruturas formadas por um regime tectónico extensivo, a maior parte das vezes local, numa camada competente (arenito, calcário, etc.), quando esta se encontra intercalada entre dois horizontes ou camadas menos competentes. horizonte mais competente parte-se por estiramento (tracção) formando estruturas mais ou menos cilíndricas, como ilustrado no esquema superior desta figura. Estas estruturas cilíndricas, que certos geocientistas chamam chouriços ou salsichas, são características das zonas de cisalhamento onde, devido ao alargamento (estiramento) ao longo das interfaces sedimentares e ao encurtamento perpendicular, os horizontes rígidos se partem. Este tipo de estruturas pode também formar-se em condições de deformação dúctil. Em três dimensões, como ilustrado acima, o boudinage, função da direcção e isotropia da extensão, pode apresentar-se sob duas formas: (A) Em chouriço, isto é, como uma associação lateral de fragmentos cilíndricos e (B) Em barras de chocolate, isto é, como uma colecção de fragmentos, mais ou menos, rectangulares.
Breu...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................Tar
Breu (poix) / Brea / Teer /焦油 / Сланцевая нефть / Catrame
Substance très visqueuse et noire, âcre, plus ou moins liquide, provenant de la distillation du charbon, pétrole ou résine. Généralement, synonyme de goudron, poix de Judée et aussi d'asphalte.
Ver: " Alcatrão "
&
" Pez "
&
" Piche "
Os termos breu, alcatrão, pez e piche são, em português, mais ou menos, sinónimos e usados para descrever, por vezes, substâncias bem distintas. Em inglês, os termos “tar” e “pitch” são sinónimos, embora, o termo “pitch” (resina) seja utilizado para um material mais sólido do que “tar”. Em francês, mas também, por vezes, em inglês o termo “tar”, que engloba os quatro termos utilizados em português, é, principalmente, usado para os produtos derivado do carvão, enquanto que nos países escandinavos, ele é utilizado para os derivados da madeira. Todos estes produtos são tóxicos e cancerígenos, devido ao seu alto teor em benzeno, embora em pequenas concentrações possam ser utilizados em práticas medicinais. Estas substâncias, quando naturais, isto é, quando aparecem no campo, são indicações muito preciosas para os geocientistas, que trabalham na pesquiza petrolífera. Elas sugerem a presença, não muito longe, e em profundidade, de um subsistema petrolífero gerador, isto é, de rochas-mães maduras (quando matéria orgânica que elas contêm atingiu a zona do petróleo). Embora muito campos petrolíferos tenham sido encontrados junto destas exsudações de petróleo, como, por exemplo, na Venezuela e Trinidade, elas podem ser interpretadas de duas maneira totalmente diferente, como diziam os antigos geocientistas da companhia francesa Elf : (i) A vanguarda de um batalhão (campo petrolífero) escondido em profundidade ou (ii) A retaguarda de um batalhão destruído em superfície. A maior parte dos geocientistas que trabalham nas companhias petrolíferas, consideram que as exsudações do Texas, Venezuela, Colômbia, Indonésia, etc. podem ser interpretadas com vanguardas de batalhões escondidos, enquanto que as exsudações nas cadeias montanhosas e nas bacias sedimentares invertidas, como por exemplo a Bacia Lusitânica, em Portugal, são melhor interpretadas como a retaguarda de batalhões destruídos. O caso da bacia Lusitânica é, particularmente, típico. A grande maioria das exsudações petrolíferas em Portugal foram postas em evidência no fim do século XIX por P. Choffat, que as interpretou como restos de campos petrolíferos, conjectura corroborada, até hoje, por todos os poços de pesquiza feitos nesta bacia.
Bright Spot (Anomalia Sísmica).................................................................................................................................................Bright Spot, Seismic Anomaly
Anomalie sísmique / Anomalía sísmica / Seismische Anomalie / 异常地震 / Сейсмическая аномалия ( аномалия типа "яркое пятно" ) / Anomalia sismica
Forte e anómala reflexão sísmica associada a variações laterais da impedância acústica, as quais, por vezes, podem ser induzidas pela presença de hidrocarbonetos. As anomalias aparecem nos dados sísmicos porque eles são adquiridos e processados digitalmente (o que preserva as amplitudes relativas) e não como uma consequência ou ganho do controlo automático.
Ver: " Impedância Acústica "
&
" Reflexão Sísmica "
&
" Diacrónica (litologia) "
Nesta linha sísmica do Golfo do México (Plio-Pleistocénico), várias anomalias sísmicas são identificáveis em associação com o topo de uma estrutura antiforma (a qual não deve ser confundida com uma estrutura anticlinal). É importante não esquecer que um antiforme é uma estrutura extensiva (alargamento) induzida por um regime tectónico extensivo (σ1, isto é, esforço efectivo máximo vertical), enquanto que um anticlinal é uma estrutura compressiva resultante do encurtamento dos sedimentos produzido por um regime tectónico compressivo (σ1, horizontal). Nesta linha, as anomalias sísmicas são, provavelmente, negativas (mudança de polaridade e amplitude devido à passagem de um intervalo com maior impedância para outro com menor) são induzidas pela presença de hidrocarbonetos (gás) presos numa armadilha antiforma. A estrutura tectónica, localizada num bloco falhado descendente é uma estrutura em extensão. Os sedimentos alongaram-se por pequenas falhas normais (rejeito inferior a resolução sísmica), para respeitar a lei de Goguel, criando uma armadilha não-estrutural (sem fecho próprio), que nós chamamos armadilha morfológica por justaposição. Em cada horizonte reservatório (neste exemplo existem vários), unicamente a parte mais alta, que não está fracturada por falhas normais, pode ser considerada com uma armadilha estrutural com um ponto de fuga que corresponde à intersecção do topo da rocha-reservatório com o plano de falha (note que as falhas normais, localizadas no topo do antiforme são pequenas demais para se poderem pôr em evidência nas linhas sísmicas). À parte esta pequena área, localizada na parte mais alta armadilha de cada rocha-reservatório, a armadilha é não-estrutural. Ela é morfológica por justaposição, o que quer dizer, que a rocha-reservatório é fechada verticalmente, mas sobretudo lateralmente (devido ao jogo da falha) por uma intervalo com uma pressão de deslocamento maior, isto é, por uma rocha com características de rocha de cobertura.
Buraco de Ozono.............................................................................................................................................................................................................................Ozone Hole
Trou de la couche d'ozone / Agujero de ozono / Ozonloch / 臭氧层空洞 / Озоновая дыра / Buco nell'ozono
Região da estratosfera (sobre a Antárctida) onde a camada de ozono está muito empobrecida, o que sucede todos os anos no início da primavera do Hemisfério Sul (Agosto-Outubro), como sugerido pelos de satélite fornecem-nos imagens diárias de ozono sobre a Antárctida. Em termos técnicos o buraco de ozono não é um buraco onde o ozono não está presente, mas sim uma região.
Ver: « Atmosfera »
&
« Nuvem »
&
« Estratosfera »
O ozono (O3) é uma molécula constituída por três átomos de hidrogénio. O que é uma espécie de anomalia, uma vez que a molécula de oxigénio habitual é feita de dois átomos de oxigénio (O2). Pode dizer-se que o ozono é um tipo de oxigénio oxigenado. Até aos anos 80, excepto os especialistas, ninguém ou quase ninguém se interessava ao ozono. Contudo, desde os anos 80, o ozono tornou-se uma preocupação para a humanidade, embora com muita confusão. Na realidade, muita gente confunde muitas vezes a destruição da famosa camada de ozono da Antárctica, situada a cerca de 40 km de altitude e as alertas ao ozono durante os períodos de calor, as quais traduzem, ao contrário, um excesso de ozono. Na atmosfera, ao solo, isto é, no ar que nós respiramos o ozono é tóxico. A matéria viva oxida-se, o que quer dizer que ela é destruída. É por isso que existem as alertas ao ozono durante o verão, uma vez que o ozono se forma por reacções foto-químicas a partir do gás dos automóveis e dos fertilizantes. A camada de ozono na Antárctica é um domínio onde a concentração em ozono é de 8 partes por milhão (na baixa atmosfera ela é inferior a uma parte por milhão). A camada de ozono desempenha um papel muito importante para os equilíbrios terrestres, uma vez que ela absorve os raios ultravioletas do Sol, o que têm uma dupla consequência. Ela aquece a zona entre 35 e 40 km de altitude, o que é uma barreira entre o ar da troposfera e o ar estratificado da estratosfera. Sem a camada de ozono esta divisão não existiria e a atmosfera seria certamente misturada. Por outro lado, a camada de ozono protege os seres vivos dos raios ultravioletas que podem produzir mutações e cancros da pele. Nos anos 80 os cientistas constataram que a camada de ozono se adelgaçava e que os compostos de cloro chamados CFCs ou freões destruíam o ozono no laboratório. Depois de muitos anos de discussões, a fabricação dos CFC, utilizados nos frigoríficos e pulverizadores, foi proibida, e parece que a camada de ozono não se adelgaça mais.