Bacia (cintura carbonatada)..............................................................................................................................................................................................................................................Basin

Bassin (ceinture carbonatée) / Cuenca (de faja carbonática) / Becken (Carbonat Gürtel) / 盆地(碳酸盐腰带) / Бассейн / Bacino (carbonato di cintura)

Ambiente sedimentar distal de uma cintura carbonatada caracterizado por: (i) Um contexto geológico ; (ii) Um tipo de sedimentos particular e (ii) Uma determinada biota.

Ver: " Ambiente (de cintura carbonatada) "
&
" Bacia (sedimentar) "
&
" Calcário "

Numa cintura carbonatada, dois tipos de bacias são frequentes: (i) De mar profundo e (ii) Cratónica profunda. Ambos os tipos são caracterizados por diferentes contextos geológicos, sedimentos e biota. A bacia de mar profundo é caracterizada por: (a) Contexto geológico - localizada debaixo da acção das ondas e debaixo da zona eufótica e de uma parte do mar profundo, podendo ultrapassar a termoclina ; b) Sedimentos - engloba todo o conjunto de sedimentos profundos como argila pelágica, biovasa carbonatada e siliciosa, lama hemipelágica e turbiditos ; c) Biota - compreende associações oceânicas de plâncton e, perto da plataforma, bentos de água rasa. A bacia cratónica profunda é caracterizada por: a) Contexto geológico - localizada debaixo da acção das ondas e debaixo da zona eufótica, mas, normalmente, ela não está relacionada com água oceânica profunda ; b) Sedimentos - semelhantes aos da bacia de mar profundo, mas as bacias do Meso-Cenozóico, raramente, têm argila pelágica ; neste tipo, as lamas hemipelágicas são comuns e podem ter anidrite e sílex ; as condições anóxicas são comuns ; tem um alto teor em matéria orgânica ; c) Biota - predominantemente nécton e plâncton, lumachelas bivalves e espículos de esponjas. Tendo em linha de conta a escala vertical, nas linhas sísmicas, a diferenciação e mesmo a identificação de estes tipos de bacias carbonatadas é difícil de fazer. Contudo, quando a linha sísmica é de boa qualidade e está calibrada por um poço de pesquiza, que reconheceu uma cintura carbonatada, os ambientes da cintura carbonatada serão reconhecidos ao fim de duas ou três tentativas de interpretação geológica. Não esqueça que existem diferentes tipos de plataformas carbonatadas: (1) Plataformas aureoladas ou orladas, com recifes ou baixios recifais no rebordo da plataforma ; (2) Plataformas tipo rampa, com areias carbonatadas, na linha da costa, areias argilosas e lama de água profunda, na base da rampa, mas sem recifes importantes ; (3) Plataformas epeiricas com superfícies de maré e lagunas protegidas ; (4) Plataformas isoladas, com recifes e areias, na margem barlavento, e sedimentos lamacentos, na margem sotavento ; (5) Plataformas mortas (quando estão debaixo da zona fótica).

Bacia (sedimentar)..................................................................................................................................................................................................................................................................Basin

Bassin sédimentaire / Cuenca sedimentaria / Sedimentbecken / 沉积盆地 / Осадочный бассейн / Bacino sedimentario

Área baixa da crusta terrestre, de geometria variável, com uma forma quase circular até linear, em geral, de origem tectónica e na qual se podem depositar sedimentos, que se espessam sempre para a parte mais profunda e central, que é a mais subsidente. Em outros termos, uma bacia é uma estrutura em extensão, de geometria sinforma (um sinclinal é uma estrutura compressiva), mais ou menos, circular, na qual as camadas mergulham e se espessam, ligeiramente, para o centro.

Ver: " Megassutura "
&
" Subducção do Tipo-A (Ampferer) "
&
" Subducção do Tipo-B (Benioff)

Esta carta ilustra a distribuição dos diferentes tipos de bacias sedimentares do Meso-Cenozóico reconhecidos na classificação de Bally e Snelson (1980), a qual é baseada, principalmente, na subsidência. Estes geocientistas reconhecem dois tipos maiores de bacias: (i) Bacias não associadas à formação de megassuturas e (ii) Bacias associadas à formação das megassuturas. Nas primeiras, existem três tipos principais: (a) Bacias cratónicas, que se desenvolvem na crusta continental antiga e, que, geralmente, são criadas por uma subsidência térmica regional ; (b) Bacias de tipo-rifte, que são criadas na crusta continental por uma subsidência diferencial, quando a crusta é, localmente, alongada e (c) Margens continentais do tipo-Atlântico, que se desenvolvem por cima das bacias de tipo-rifte em associação com uma subsidência térmica, desde que a crusta continental se fractura. Nas bacias sedimentares associadas com a formação das megassuturas existem duas grandes famílias: (1) Bacias perissuturais, que se desenvolvem à periferia das megassuturas, em associação com uma subducção do tipo B ou A, como, por exemplo, as bacias de antefossa (antepaís) e antearco e (2) Bacias epissuturais, que se desenvolvem no interior das megassuturas como, por exemplo, as bacias internas ao arco. Note que, a extensão atrás do arco (vulcânico) pode ser muito importante e criar uma oceanização, quer isto dizer, uma ruptura da litosfera com formação de um mar marginal, no qual se desenvolve uma margem divergente (formação de nova crusta oceânica) de tipo não-Atlântico. A diferença fundamental entre as margens divergentes do tipo Atlântico e não-Atlântico é que as primeiras desenvolvem-se num contexto tectónico compressivo global, isto é, que elas estão localizadas dentro da megassutura, enquanto que as segundas se formam num contexto extensivo, fora das megassuturas.

Bacia de Antepaís..........................................................................................................................................................................................................Foreland Basin

Bassin d'avant-pays / Cuenca de antepaís / Vorlandbecken / 前陆盆地 / Бассейна в предгорье / Bacino di avanpaese, Bacino di foreland

Bacia sedimentar que se situa na bordadura de uma cadeia de montanhas. Nas secções geológicas, como ilustrado nesta figura, estas bacias têm, geralmente, uma forma em cunha e uma profundidade que diminui, gradualmente, para o escudo (cratão) ou bacias mais antigas adjacentes.

Ver: " Bacia (sedimentar) "
&
" Cratão "
&
" Subducção do tipo-A (Ampferer) "

Este corte geológico, baseado numa tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica regional, entre a Falha de Santo André e os contrafortes da Serra Nevada (EUA), ilustra a cunha clástica (bacia de antepaís) criada pela subsidência flexural induzida pela sobrecarga dos cavalgamentos responsáveis da formação dos montes de Temblor. É neste tipo de bacias sedimentares, associadas a uma subducção do tipo "A" (Ampferer) e criadas por uma subsidência flexural, que certos princípios da análise sequencial são postos em dúvida. Com efeito, a análise sequencial da escola de Vail (Exxon) admite, que a eustasia é o factor principal e preponderante da criação de espaço disponível para os sedimentos e que a subsidência é importante, mas secundária. Isto quer dizer, que a ciclicidade dos depósitos sedimentares observada no campo, linhas sísmicas e registos eléctricos (diagrafias) é induzida pelas variações eustáticas e não pela variações tectónicas. Esta conjectura é muito difícil de falsificar (refutar) nas margens continentais divergentes de tipo Atlântico (regimes tectónicos extensivos predominantes). Contudo, nas margens convergentes e, particularmente, nas bacias de antepaís (antefossas), como as variações tectónicas são muito rápidas é possível que o papel da subsidência flexural seja mais importante do que admitido pela escola de Vail. É importante não esquecer, que neste tipo de bacia sedimentar, a subsidência é, fundamentalmente, criada pela carga dos cavalgamentos, que formam as cadeias de montanhas, cujo levantamento produz um acarreio sedimentar importante. Por outro lado, com a continuação do encurtamento, os sedimentos depositados na antefossa são, progressivamente, encurtados e incluídos na cadeia de montanhas. Esta progressão da cadeia de montanhas em direcção do cratão, produz uma retrogradação, em direcção do cratão, das intumescências periféricas (áreas de levantamento e de erosão na parte distal da bacia), as quais caracterizam as bacias de antepaís. Em certas bacias deste tipo, construções recifais estão, por vezes, associadas com as intumescências (ou empolamentos) periféricas.

Bacia por Deflação.......................................................................................................................................................................................Wind-Scoured Basin

Bassin de déflation / Cuenca por deflación / Wind-Becken gescheuert / 风冲刷盆地 / Котловина выдувания / Por deflazione bacino

Depressão, relativamente pequena, formada pela erosão eólica de sedimentos pouco ou não-consolidados.

Ver: " Deflação "
&
" Bacia (sedimentar) "
&
" Ambiente de Deposição "

A fotografia na parte superior direita desta figura ilustra uma bacia por deflação, a qual se formou na planície de inundação do rio Wisconsin (Spring Green, EUA). A génese desta bacia, assim como a da grande maioria das bacias por deflação, está esquematizada no bloco diagrama. O mecanismo de formação pode resumir-se da seguinte maneir: (i) A turbulência do vento, erode, calibra e transporta as partículas soltas para um lóbulo de deposição e (ii) Formação de uma depressão (bacia por deflação), na qual, por vezes, na parte mais profunda, se forma um lago, como ilustrado acima. A localização e geometria do lóbulo de deposição, em relação à bacia por deflação, indica a direcção, amplitude e sentido do vento. Assim, uma bacia de deflação pode definir-se como uma bacia topográfica escavada e mantida pela acção erosiva do vento, o qual remove o material pouco consolidado deixando, normalmente, à sua volta as rochas mais resistentes. Embora este tipo de bacia se forme, sobretudo, nas áreas áridas ou semiáridas, ele pode ser encontrado noutros ambientes sedimentares. Um lago, pouco profundo, pode ocupar a parte central da bacia, durante certas estações (lago de deflação). Uma característica importante destas bacias é que elas são fechadas e pouco profundas. Uma bacia por deflação pode colectar água ou intersectar no seu fundo um nível de água subterrânea. O termo bacia é, unicamente, utilizado quando as dimensões destas depressões ultrapassam as dezenas de metros com uma profundidade maior do que 2-3 metros. Nos outros casos, é melhor falar de cavidades por deflação. Como no caso de uma barra de meandro (erosão e deposição simultâneas), é evidente, que a erosão provada pelo vento não corresponde uma discordância, visto que a erosão é local e contemporânea da formação do lóbulo de deposição. Por outro lado, este tipo de bacia é, totalmente, independente das variações relativas do nível do mar. Bacias semelhantes a uma bacia por deflação podem formar-se em associação com a neve. Assim, nas regiões alpinas, cobertas de neve, a localização das bacias por deflação é muito importância para a compreensão das avalanches, fonte de água (a pequena escala) e clima.

Bacia de Drenagem.................................................................................................................................................................................................Drainage basin

Bassin versant / Cuenca de drenaje / Einzugsgebiet, Wasserscheide / 流域 / Дренажный бассейн  / Bacino idrografico

A área total, que fornece a água para um sistema de drenagem simples, isto é, o conjunto dos rios distributivos, que colectam e levam a água para o mar, um lago ou para outro qualquer corpo de água.

Ver: " Bacia (sedimentar) "
&
" Rio "
&
" Acarreio Sedimentar "

A bacia de drenagem do rio Congo, aqui ilustrada, é controlada pelo escarpamento costeiro observado todo ao longo da costa de Angola. Este levantamento, que ocorreu no Terciário Tardio é muito bem visível nas linhas sísmicas do offshore convencional (lâmina de água inferior a 200 metros). O fundo do mar é caracterizado por biséis somitais de erosão, os quais permitem calcular um levantamento máximo de cerca de 1500-2000 metros. Este levantamento é corroborado pela a maturação da matéria orgânica das rochas-mãe das bacias de tipo-rifte e da base da margem (poder reflector da vitrinite), as quais se encontram, por vezes (onshore Cabinda), a menos de 600 metros de profundidade. À excepção dos rios Kwanza (na parte central da carta) e Cunene (parte sul da carta), que atravessam a área levantada por estreitas gargantas, todos os outros rios correm para o interior do continente e formam, em grande parte, a bacia de drenagem do rio Congo, o qual desagua ao norte do escarpamento de Angola. Esta morfologia explica, facilmente, porque é que os sistemas de deposição turbidítica (Oligocénico e posteriores) são frequentes no offshore do Congo e Cabinda e, praticamente, inexistentes no offshore de Angola (sul de Ambriz, isto é, no offshore da bacia do Kwanza), o que, necessariamente, têm implicações nos sistemas petrolíferos. Com efeito, ao ponto de visto petrolífero, todos os campos estão localizados ao Norte do arco estrutural de Ambriz (onde o soco atinge a linha da costa), que limita a bacia sedimentar do Congo (ao norte) da bacia sedimentar do Kwanza (ao sul). Na bacia do Kwanza, à excepção do pequeno campo de Quenguela (mais ou menos 40 Mb), localizado no onshore, e cujo sistema petrolífero é muito diferente dos sistemas convencionais, todas as outras acumulações encontradas são não-económicas, mesmo com para um preço do barril superior a $ 100 USA. As razões mais prováveis são a falta de rochas-reservatório, como as associadas aos sistemas turbidíticos do Terciário Tardio da bacia do Congo, e o facto de que as rochas-mãe das bacias de tipo-rifte são, aqui, pouco proliferas. Contudo, esta área ao ponto de vista da pesquiza petrolífera é imatura no que diz respeito aos sedimentos infrassaliferos, os quais podem conter.localement, espessos intervalos comcaracterísticas de rocha-mãe.

Bacia Estrutural...............................................................................................................................................................................................................Structural basin

Bassin structural / Cuenca estrutural / Strukturelle Becken / 构造盆地 / Структурный бассейн / Bacino strutturale

Plataforma de espessura, mais ou menos, uniforme, que foi deformada em sinforma por movimentos da crusta (necessariamente posteriores à acumulação dos estratos), de maneira que os sedimentos mostram uma inclinação, mas não espessamento, convergente em direcção de uma área central.

Ver: " Bacia (sedimentar) "
&
" Bacia Tectónica"
&
" Plataforma "

Esta secção geológica mostra, aproximadamente, a configuração estrutural e estratigráfica do que é frequente designado por “Bacia de Paris”. É evidente, que tendo em linha de conta a definição de uma bacia sedimentar (área baixa da crusta terrestre, de geometria variável, forma quase circular até linear, em geral, de origem tectónica, e na qual se podem depositar sedimentos que se espessam sempre para a parte mais profunda e central que é a mais subsidente), esta secção sugere, fortemente, que a “Bacia de Paris” é uma bacia estrutural, isto é, uma plataforma continental deformada, que foi levantada a Este e Oeste, e não um bacia sedimentar. Na realidade, uma bacia sedimentar é uma estrutura em extensão, de geometria sinforma (um sinclinal é uma estrutura compressiva), mais ou menos, circular na qual as camadas mergulham e se espessam, ligeiramente, para o centro. Como se pode constatar neste corte geológico, à excepção dos demi-grabens carboníferos, que formam as bacias de tipo-rifte, sobre as quais se depositou uma margem convergente mesozóica, a espessura dos intervalos estratigráficos é, praticamente, constante (embora haja várias discordâncias angulares). Como os sedimentos inclinam para o centro sem se espessarem, isto quer dizer, que a geometria sinforma é posterior a deposição e que, provavelmente, os sedimentos se depositaram num ambiente de plataforma ou planície abissal, uma vez que a configuração interna dos intervalos é paralela (vários dados de observação refutam a segunda hipótese). O subsistema petrolífero gerador (rochas-mãe do Liásico) está localizado, principalmente, no centro e este desta área. Segundo certos geocientistas, a evolução da matéria orgânica destas rochas-mãe é dependente da erosão associada às discordâncias do Cretácico Tardio e Terciário. Isto implica, que antes da erosão, que produziu as discordâncias, a matéria orgânica das rochas-mãe tinha já atingido a maturação. Esta hipótese nunca foi testada. As relações geométricas observadas nas linhas sísmicas e resumidas neste corte geológico sugerem mais uma refutação do que uma corroboração de tal hipótese.

Bacia com Nutrientes ............................................................................................................................................Nutrient Trap, Nutrient Basin

Bassin avec nutriants / Cuenca con nutrientes / Becken mit Nährstoff / 盆地与营养 / Бассейн с нутриентами, необходимыми для формирования углеводородов / Bacino con nutrienti

Bacia rica em nutrientes. Quando a água de uma bacia oceânica, mais ou menos, confinada é rica em nutrientes. Os organismos mortos e as matérias fecais transferem nutrientes biológicos das águas superficiais para as águas profundas. A circulação da água do mar numa bacia, mais ou menos, confinada depende do equilíbrio entre a evaporação e entrada de água fresca. Quando a evaporação excede a entrada (chuva, rios, etc.), a água profunda, rica em nutrientes, é exportada formando, assim, uma bacia confinada sem nutrientes. Quando a entrada de água fresca é maior do que a água perdida por evaporação, os nutrientes biológicos são retidos na bacia confinada (bacia com nutrientes), o que permite a formação de rochas sedimentares ricas em matéria orgânica (potenciais rochas-mãe).

Ver: " Bacia (sedimentar) "
&
" Bacia sem nutrientes "
&
Rocha-mãe potencial

O esquema, na parte superior desta figura, ilustra uma conjectura admitida pela maioria dos geocientistas que trabalham na indústria petrolífera: na ausência de circulação da água profunda, a matéria orgânica é preservada, porque o oxigénio no fundo da bacia é, praticamente, inexistente. Assim, pode dizer-se que quando: (i) O aporte de água fresca, numa bacia, mais ou menos, confinada é superior à evaporação, o material orgânico fica na bacia (bacia com nutrientes) e (ii) A quantidade de água perdida por evaporação não é compensada por aporte água fresca, a água profunda da bacia, que é rica em nutrientes, é exportada para o oceano e a bacia torna-se muito pobre em nutrientes. O termo bacia é, aqui, utilizado num sentido muito geral, visto que ela se pode encontrar, muitas vezes, nas plataformas continentais sujeitas à acção de correntes ascendentes (sobretudo durante os episódios sedimentares transgressivos). Quando o nível relativo do mar sobe e desloca, para o continente, a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição, afastando-a do rebordo continental, as partes distais da plataforma (próximo do rebordo da bacia) são sujeitas a uma taxa de sedimentação muito fraca, o que permite uma explosão da fauna e flora, sobretudo, quando uma corrente fria ascendente (rica em nutrientes) é presente. A superabundância da matéria viva, vai produzir, mais cedo ou mais tarde, uma zona depletada em oxigénio, que vai favorecer a preservação da matéria orgânica antes que ela seja fossilizada.

Bacia sem Nutrientes.......................................................................................................................................................................................Nutrient desert

Bassin sans nutriants / Cuenca sin nutrientes / Becken ohne Nährstoff / 流域没有营养 / Бассейн без нутриентов, необходимых для формирования углеводородов / Bacino senza nutrienti

Bacia sedimentar pobre em nutrientes.

Ver: " Bacia com Nutrientes "
&
" Bacia (sedimentar) "
&
Trófico (nível)

Provavelmente, as duas principais razões para explicar a ausência de nutrientes numa bacia sedimentar são : (i) O alto teor em oxigénio e (ii) Uma elevada temperatura da água da bacia. Embora o teor de oxigénio de um corpo de água dependa da sua temperatura, de uma maneira geral, pode afirmar-se que o oxigénio oxida a matéria orgânica e a maior parte dos restantes nutrientes. Desde que a temperatura da água do mar é superior a 12° C, a maioria dos organismos vivos desaparece, transformando o corpo de água num deserto orgânico, com excepção das regiões adjacentes às embocaduras dos grandes rios ou junto das áreas com uma população muito densa. O diagrama na parte esquerda de desta figura, exprime uma conjectura admitida pela maioria dos geocientistas que trabalham na indústria petrolífera, quer isto dizer, que na ausência de circulação da água profunda, a matéria orgânica é preservada, porque o oxigénio no fundo da bacia é praticamente inexistente. Assim: (i) Quando o aporte de água fresca, numa bacia, mais ou menos confinada, é superior à evaporação, o material orgânico fica na bacia (bacia com nutrientes) e (ii) Quando a quantidade de água perdida por evaporação não é compensada por água fresca, a água profunda da bacia, que é rica em nutrientes, é exportada para o oceano e a bacia torna-se muito pobre em nutrientes. Note, que o termo bacia é, aqui, tomado num sentido muito geral, uma vez que este tipo de bacias se encontra, quase sempre, nas plataformas continentais (clásticas ou carbonatadas) sujeitas à acção de correntes marinhas ascendentes (frias e ricas em nutrientes), sobretudo durante os episódios transgressivos. Desta maneira, quando o nível relativo do mar sobe e desloca para o continente a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição, as partes distais da plataforma continental (próximo do rebordo da bacia) são sujeitas a um taxa de sedimentação muito fraca, o que permite uma explosão da fauna e flora, sobretudo quando uma corrente fria ascendente está presente. A superabundância da matéria viva vai produzir, mais cedo ou mais tarde, uma zona depletada em oxigénio, o que vai favorecer a preservação da matéria orgânica morta, antes que ela seja fossilizada pelos sedimentos regressivos, que geralmente se depositam por cima.

Bacia Oceânica...........................................................................................................................................................................................................................Oceanic Basin

Bassin océanique / Cuenca oceánica / Ozeanbecken / 大洋盆地 / Глубоководный бассейн / Bacino oceanico

Grande área deprimida do fundo oceânico, entre 4000 e 6000 m de profundidade, alongada ou arredondada, com ou sem relevos isolados e limitada por colinas abissais ou dorsais oceânicas.

Ver: " Assoalhado Oceânico "
&
Colina Abissal
&
Abissal

A bacia oceânica corresponde, aproximadamente, ao que certos oceanógrafos chamam a planície abissal. O seu substrato é fundamental constituído por rochas vulcânicas depositadas sob grande profundidade de água (crusta oceânica), embora, em certos casos, ele possa ser constituído por rochas vulcânicas subaéreas. O substrato vulcânico subaério (SDR, "Seaward-Dipping Reflectors") forma-se, imediatamente, depois da ruptura da litosfera dos super-continentes, quanto que os centros de expansão (vulcões) ainda não foram cobertos de água. Neste caso, o material vulcânico, quando chega à superfície, escoa-se em direcção do continente (de cada lado do centro de expansão) sob a forma de lavas, as quais, naturalmente, se adelgaçam à medida que se afastam dos centros de expansão. O intervalo sedimentar que se deposita nas bacias oceânicas é, em geral, pouco espesso e, ele é basicamente, constituído por sedimentos pelágicos depositados por decantação (lenta caída dos sedimentos para o fundo do mar, a qual que pode demorar várias dezenas de anos). A morfologia das colinas abissais, crista oceânica média e das montanhas oceânicas associadas às antigas cristas (dorsais), que em grande parte dependem do grau de maturação e da velocidade da expansão oceânica, é muito importante na estratigrafia sequencial. A morfologia do fundo da bacia oceânica controla, em grande parte, a eustasia. Quando a expansão oceânica (alastramento) é rápida, a morfologia do fundo oceânico é muito acentuada, isto é, as montanhas oceânicas são altas, o que diminui, substancialmente, o volume das bacias oceânicas. Como a quantidade de água (sob todas as suas formas) é suposta constante desde o início da formação da Terra, o nível do mar sobe. Quando o volume das bacias oceânica aumenta, devido à actividade das zonas de subducção (particularmente ao longo das zonas de subducção do tipo B) ou porque a velocidade de expansão é lenta, o nível do mar desce. Os ciclos eustáticos associados com estes tipo de variações do nível do mar são responsáveis dos ciclos estratigráficos de invasão continental (ciclos eustáticos de 1a ordem) e dos subciclos de invasão continental (ciclos eustáticos de 2a ordem).

Bacia sem Plataforma............................................................................................................................................................................................................No shelf

Bassin sans plate-formesem plataforma / Cuenca sin plataforma / Becken ohne-Plattform / 没有高原盆地 - 形式 / Бассейн без платформы / Bacino senza piattaforma

Quando a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição (aproximadamente a linha da costa) coincide, mais ou menos, com o rebordo continental (limite superior do talude continental). Estas condições ocorrem dentro de um ciclo-sequência, durante o prisma de nível baixo e a parte média-terminal do prisma de nível alto. Em tais condições geológicas, a jusante da planície costeira (montante da ruptura costeira da superfície de deposição) encontra-se directamente o talude continental.

Ver: " Plataforma Continental "
&
" Bacia (sedimentar) "
&
" Bacia Estrutural "

Neste modelo, é evidente, que durante os intervalos estratigráficos definidos pelos intervalos de tempo (18-21) e (22-27), a bacia não tem plataforma continental. A linha da costa (mais ou menos, equivalente à ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição) coincide com o rebordo continental (limite superior do talude continental). A montante do rebordo da bacia, encontra-se a planície costeira e a linha da costa coincide com o rebordo continental (bacia sem plataforma). Esta situação geológica cria-se durante os cortejos sedimentares regressivos dos ciclos-sequência. Assim, a quando do pico de transgressão (limite superior do cortejo transgressivo), a linha da costa está muito afastada (para montante) do rebordo da bacia, uma vez que a extensão da plataforma continental é máxima. Quando o nível do mar começa a subir em desaceleração, quer isto dizer, no início do prisma de nível alto, a bacia ainda tem uma plataforma continental. Contudo, pouco a pouco, à medida que a linha da costa prograda para o mar, a distância entre a linha da costa e o rebordo continental diminui e a extensão da plataforma também. A partir do momento em que a linha da costa fossiliza o rebordo continental, a plataforma desaparece, visto que o limite externo da planície costeira fica a ser o novo rebordo da bacia (e também rebordo continental). Nestas condições, uma pequena instabilidade do novo rebordo bacia ou um excesso de acarreio sedimentar (cheia de um rio, por exemplo) podem iniciar correntes de turbidez ao longo do talude continental. Quando estas correntes atingem a planície abissal, o material transportado é depositado sob a forma de cones submarinos do talude ou da bacia. Assim, os depósitos turbidíticos profundos não estão, exclusivamente, associados com condições geológicas de nível baixo, isto é, às superfícies de erosão associadas com as discordâncias (descidas relativas do nível do mar significativas).

Bacia Tectónica........................................................................................................................................................................................................................Tectonic basin

Bassin tectonique / Cuenca tectónica / Tektonischen Becken / 构造盆地 / Тектонический бассейн / Bacino tettonico

Bacia contendo uma certa quantidade de estratos sedimentares ou vulcânicos que se depositaram devido a movimentos crustais que antecederam ou acompanharam o depósito dos estratos.

Ver: " Bacia (sedimentar) "
&
" Bacia Estrutural "
&
" Subducção do Tipo-A (Ampferer) "

Como ilustrado neste esquema, uma antefossa ou bacia de antepaís pode ser considerada como uma bacia tectónica, visto que a subsidência é por flexura, quer isto dizer, que ela é induzida pela sobrecarga criadas pelas falhas de cavalgamento. Na realidade, numa plataforma, um cavalgamento cria uma subsidência, que combinada com a eustasia, produz um aumento do espaço disponível para os sedimentos (acomodação), o que permite a deposição de um primeiro intervalo sedimentar sobre a plataforma. Biséis de agradação sublinham a discordância entre a plataforma e o intervalo basal da antefossa, no qual o aporte terrígeno vem, principalmente, do cratão. Ao mesmo tempo, que o peso do cavalgamento produz a subsidência da plataforma, ele cria, igualmente, uma intumescência periférica no cratão, isto é, um ponto onde a subsidência não só é nula, mas que, por reacção a esta, se levanta ligeiramente. A continuação do encurtamento sedimentar, induzida por um regime tectónico compressivo (σ_1 horizontal) produz um novo cavalgamento (neste exemplo, o encurtamento é em sequência, visto que o cavalgamento mais recente é o mais próximo do cratão), o que aumenta a sobrecarga. Assim, a acomodação aumenta e uma nova intumescência periférica se forma a montante da anterior (em direcção do cratão), o que permite o depósito de um outro intervalo sedimentar, que se deposita sobre o anterior e sobre a plataforma. Os biséis de agradação proximal deste novo intervalo, que é concordante com o anterior, fossilizam a antiga intumescência periférica, acentuando, assim, a discordância de base da antefossa. À medida que o cavalgamento frontal migra em direcção do cratão, os sedimentos basais da antefossa e as intumescências periféricas são incorporados nos cavalgamentos. Por outro lado, à medida que a cadeia de montanhas se levanta, devido ao encurtamento, ela vai produzir um acarreio sedimentar mais importante, o qual a partir de uma certa altura é muito superior ao aporte terrígeno que vem do cratão. É neste tipo de bacia, que é provável que a subsidência, isto é, a tectónica e não a eustasia, seja o parâmetro responsável da ciclicidade dos depósitos e da formação das discordâncias.

Bacia Transportada.............................................................................................................................................................................................Piggyback basin

Bassin transporté / Cuenca transportada / Huckepack Becken / 盆地运 / Транспортируемый бассейнBacino trasportati

Depressão estável atrás dos cavalgamentos (associados a uma bacia tectónica) quando a lâmina basal dos cavalgamentos avança para o exterior, isto é em direcção do cratão.

Ver: " Bacia Sedimentar "
&
" Bacia de antepaís "
&
" Subducção do tipo-A (Ampferer)"

Um conjunto de cavalgamentos transportados ou em sequência, como dizem certos geocientistas, implica um enterramento do cavalgamento basal mais jovem à medida que ele se propaga em direcção do cratão (direcção oposta a cintura de cadeia de montanhas. Como ilustrado no esquema (em cima à esquerda), isto quer dizer, que os cavalgamentos mais antigos, que pouco a pouco se tornam inactivos, são transportados nas costas dos cavalgamentos mais recentes (blocos falhados superiores das falhas inversas que sublinham os cavalgamentos). Este tipo de cavalgamentos pode ser modelizado, matematicamente, e reproduzido em laboratório. Utilizando areia como material analógico, que, pouco a pouco, é encurtada (submetida a um regime compressivo), é fácil de ver que o cavalgamento basal (o mais recente) avança devido ao aumento de resistência do material da lâmina cavalgante, uma vez que sua a espessura aumenta em direcção oposta (em direcção das zonas encurtadas). Assim, pode dizer-se que as bacias transportadas ("piggyback basins" em inglês) correspondem às depressões estáveis desenvolvidas nas vertentes montantes dos cavalgamentos, quando o cavalgamento basal (frontal) avança em direcção do cratão. Na bacia quaternária do Pó (Norte da Itália), que está localizada no antepaís dos Apeninos, as bacias transportadas, que como ilustrado no corte geológico, estão sempre localizadas a montante do cavalgamento frontal (o mais recente), fossilizam os antigos cavalgamentos, que são, mais ou menos, inactivos. Este tipo de bacia, é, em geral, uma importante fonte de hidrocarbonetos das cinturas montanhosas. As bacias transportadas são quase sempre omnipresentes nas cinturas orogénicas. Elas podem ser um alvo importante para a pesquiza de petróleo, desde que o sistema petrolífero gerador seja presente. Elas formam-se e preenchem-se enquanto são transportadas nas costas dos cavalgamentos activos sem sofrer deformações internas significativas. A evolução geodinâmica das bacias transportadas é, geralmente, modelada em termos de processos tectónicos laminares ("thin-skinned tectonics" em inglês), nos quais o substrato da cintura dobrada não é, praticamente, deformado.

Bactéria..............................................................................................................................................................................................................................................................................Bacteria

Bactérie / Bacteria / Bakterien / / Бактерия / Batteri

Célula simples ou organismo não celular que se reproduz por fissão binária. As bactérias ocorrem em três formas fundamentais: (i) De forma esférica ou subesférica, como, por exemplo, o coco ; (ii) Em forma de bastonete, como o bacilo e (iii) Em de forma espiral como o espirilo.

Ver: " Vírus "
&
" Cianobactéria "
&
" Anóxico (ambiente)"

As bactérias podem provocar doenças graves nos humanos e animais (como a Leptospira, que provoca doenças graves no gado). Outras bactérias, como as actinomicetas, produzem antibióticos (estreptomicina, nocardicina, etc), enquanto que outras vivem em simbiose nas vísceras dos animais (incluindo os humanos) ou em outras partes dos corpos, ou sobre as raízes de certas plantas convertendo o azoto numa forma utilizável. As bactérias são utilizadas na fabricação do iogurte e do pão. Por outro lado, elas ajudam a decompor a matéria orgânica morta e estão na base da cadeia alimentar de muitos ambientes. As bactérias são importantes devido a sua extrema flexibilidade, capacidade de crescimento (muito rápido), reprodução e durabilidade. Os fósseis mais antigos conhecidos à superfície da Terra têm cerca de 3,5 Ga e são fósseis de organismos semelhantes às bactérias. Pode parecer surpreendente que as bactérias possam ter deixado fósseis. No entanto, um grupo particular de bactérias, as cianobactérias ou algas azuis-verdes, deixaram um registo fóssil que se estende muito para trás do Pré-Câmbrico. As cianobactérias são protocariotas (células que não contém núcleo; as células com um núcleo são eucariotas) fotossintetizadoras que apareceram à cerca de 3,5 109 Ma e que ainda hoje prosperam. O processo de fotossíntese das cianobactérias, que é diferente do das bactérias fotossintetizadoras, produz oxigénio livre e pode traduzir-se pela seguinte reacção química: 6CO2 + 6H2O + energia↔C6H12O_6 +6O2 ± 7,1 eV (electrões volt). Esta reacção faz-se para a direita durante a fotossíntese e para a esquerda durante a respiração (bioxidação das substâncias orgânicas reduzidas e não alento). As cianobactérias são maiores do que a grande maioria das bactérias e podem segregar uma espessa parede celular. As cianobactérias podem formar grandes estruturas laminares, chamadas estromatólitos (em forma de domo) ou oncólitos (quando arredondadas). Estas estruturas formam-se como um tapete em ambientes aquáticos, prendendo sedimentos e, por vezes, segregando carbonato de cálcio.

Bactéria Pelágica.........................................................................................................................................................................................................Pelagic Bacteria

Bactérie pélagique / Bacteria pelágica / Pelagischen Bakterien / 浮游细菌 / Пелагическая бактерия / Batteri pelagici

Grupo de bactérias heterotróficas livres, que utilizam a matéria orgânica morta do substrato, quer em partículas (detritos) quer sob forma dissolvida. As funcionalidades destas bactérias desenvolveram-se de maneira a favorecer processos aeróbios e anaeróbios que permitem às bactérias utilizar o substrato também sob condições anóxicas.

Ver: " Bactéria "
&
" Cianobactéria "
&
" Anóxico (ambiente) "

Para realizar o metabolismo (conjunto de reacções químicas que se produzem ao nível das células), as bactérias, como todas as outras células, necessitam de energia. A adenosina trifosfatada (ATP) é a fonte de energia bioquímica universal. A ATP é comum a todas as formas de vida, mas as reacções de oxidação-redução implicadas na sua síntese variam função dos organismos e ambientes da biosfera (espaço vivo e processos dinâmicos auto-mantidos desde cerca de 4,5 Gy sobre a superfície da Terra). As bactérias vivem, praticamente, em todos os ambientes da biosfera. Elas podem utilizar uma grande variedade de fontes de carbono e energia. As bactérias podem ser classificadas segundo o seu tipo de metabolismo, função: (i) Das fontes de carbono e energia utilizadas para o seu crescimento ; (ii) Dos fornecedores de electrões e (ii) Aceitadores de electrões. A energia celular das bactérias quimiotróficas é a energia química, enquanto que a das fototrópicas é de origem luminosa. A fonte de carbono das bactérias autotróficas é o dióxido de carbono (CO2), enquanto que as substâncias orgânicas dos substratos são a fonte do carbono das bactérias heterotróficas. É possível de distinguir duas fontes possíveis de protões (H+) e electrões (e-). As bactérias que reduzem os compostos minerais são denominadas litotróficas, enquanto que as que reduzem as substâncias orgânicas chamam-se organotróficas. As bactérias podem ser divididas em quatro grandes tipos nutricionais função das suas fontes de carbono e de energia: (i) Fotoautotróficas, que utilizam a luz como fonte de energia e o dióxido de carbono (CO2) como fonte de carbono ; (ii) Fotoheterotróficas, que se desenvolvem por fotossíntese, isto é, elas assimilam o CO2 em presença de um fornecedor de electrões ; (iii) Quimioautrotróficas, que utilizam a matéria inorgânica por assimilação redutora do CO2 e como fonte de energia ; (iv) Quimioheterotróficas, que utilizam os substratos orgânicos como fontes de carbono e de energia.

Baía...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................Bay

Baie / Bahía / Bucht, Bai / / Залив / Baia

Corpo de água, parcialmente, cercado por terra, por vezes, mais pequeno do que um golfo. Uma baía estreita com margens abruptas é um fiorde, enquanto que uma enseada é uma baía, mais ou menos, circular com uma pequena entrada.

Ver: " Linha de Baía "
&
" Ruptura (superfície de deposição costeira) "
&
Rebordo da Bacia

Aqui, está ilustrada uma das maiores baías do mundo, a Baía de Hudson, situada no norte do Canadá, a oeste do mar de Baffin. Não confunda uma baía, que é um corpo de água cercada, quase completamente por terra, com linha de baía. Na análise sequencial, a linha de baía é o limite distal (a jusante) dos depósitos fluviais, isto é, a linha que separa os depósitos fluviais (pouca influência das variações relativas do nível do mar) dos depósitos da planície costeira, onde as variações relativas do nível do mar controlam a acomodação. Certos geocientistas, discordam desta definição e pensam que a linha de baía corresponde, simplesmente, a desembocadura dos rios (linha da costa). Ao longo de uma linha cronostratigráfica, desde o interior do continente até ao fundo do mar, existem várias rupturas de inclinação. De montante para jusante podem distinguir-se: (i) Ruptura Aluvial, que separa os depósitos aluviais dos fluviais ; (ii) Ruptura da Baía, que separa os depósitos aluviais dos da planície costeira ; (iii) Ruptura Costeira (linha da costa), que separa os depósitos costeiros não-marinhos dos marinhos ; (iv) Ruptura Continental, que, por vezes, é o rebordo da bacia, marca a ruptura superior do talude continental e (v) Ruptura da Base do Talude Continental, que separa os depósitos de talude dos da planície abissal. Na estratigrafia sequencial (Vail), não só a linha de baía é o ponto onde os perfis das correntes são ajustados, mas também, onde os depósitos deltaicos ocorrem, quando as correntes encontram um corpo de água e a velocidade de escoamento diminui de maneira abrupta. Isto implica a existência de uma área de baías e lagunas, ao longo da linha da costa, com uma passagem, a montante, gradual para os rios. Como dito acima, certos geocientistas perguntam como é que um delta, por exemplo, pode avançar para o mar, durante uma descida relativa do nível do mar rápida (como o modelo de Vail constrange), se os sedimentos, que o rio transporta, se depositam nas baías e lagunas? Eles pensam, que o ponto onde os perfis das correntes são ajustados é embocadura das correntes e não a linha de baía.

Balastro (granulometria).........................................................................................................................................................................................................................................Gravel

Grève / Grava / Schotter / 砾石 / Гравий (крупнозернистый песок) / Ghiaia

Termo geral para designar uma rocha móvel na qual o diâmetro dos grãos que a constituem, varia entre 2 e 75 mm. Sinónimo de Cascalho, embora certos geocientistas, restrinjam o termo balastro a granulometrias entre 2 e 4 mm, utilizando o termo “Cascalho” quando o diâmetro varia entre 4 e 75 milímetros.

Ver: " Granulometria "
&
" Areia "
&
Arenito

Em geologia, balastro ou cascalho é uma rocha sedimentar móvel composta por grãos clásticos, mais ou menos, calibrados com um diâmetro variando entre certos limites (2 - 75 milímetros). Contudo, na linguagem corrente, balastro é uma mistura de areia e pedra britada que é utilizada para construir o substrato das linhas férreas, sobre o qual assentam as travessas que sustentam os carris. A maior parte dos depósitos de cascalho importantes formam-se em resultado da alteração atmosférica e erosão das rochas. A acção dos rios e ondas do mar tende a empilhar o cascalho, o qual, muitas vezes, por compactação e cimentação dá origem a conglomerados (os sedimentos são tão grandes que a pressão é insuficiente para os manter, o que requer um cimento). Podem reconhecer-se muitos tipos de cascalho: (i) Banco de Cascalho, quando o cascalho está misturado com areia e argila ; (ii) Cascalho de Socalco, quando um nível de cascalho existe de cada lado de um vale acima da actual base da corrente, o que indica que anteriormente o nível de base da corrente era mais alto ; (iii) Cascalho do Fundo, é o cascalho, geralmente, redondo e polido, que foi dragado ou escavado do leito de uma corrente ; (iv) Cascalho Artificial, é o cascalho produzido mecanicamente e que pode ser, artificialmente, calibrado por filtragem ; (v) Cascalho Artificial Calcário, é o cascalho artificial produzido a partir de rochas calcárias, as quais são esmagadas e calibradas por filtragem ; (vi) Cascalho Fino, é o cascalho no qual o diâmetro das partículas varia entre 1 e 2 mm ; (vii) Cascalho Residual, é o cascalho no qual as partículas finas foram retiradas ; (viii) Cascalho Precioso, cascalho com um alto teor de metais preciosos ; (ix) Cascalho de Piemonte, cascalho grosseiro transportado pelas riachos de montanha e depositado no piemonte ; (x) Cascalho de Planalto, é cascalho depositado num planalto ou numa região acima da altura em que um cascalho de socalco é, em geral, encontrado ; (xi) Cascalho de Rio, é o cascalho depositado nos ou próximo dos rios.

Balde Carbonatado (princípio).......................................................................................................................................................................Bucket (carbonates)

Seau carbonaté (principe) / Balde carbonatado (principio) / Bucket-Carbonat (Prinzip) / 桶碳酸盐(原则) / Карбонатный ковш (принцип) / Secchio carbonato (principio)

Arquitectura de crescimento de uma plataforma aureolada, a qual se parece com a geometria de um balde, uma vez que o crescimento potencial de uma plataforma aureolada é, basicamente, determinado pelo crescimento potencial da auréola (W. Schlager, 1991)

Ver: « Princípio do Balde Carbonatado »
&
« Recife »
&
« Produção Orgânica (carbonatos) »

Como ilustrado neste esquema, a arquitectura de crescimento de uma plataforma aureolada assemelha-se à de um balde sustentado, quer pelas rígidas bordaduras formadas por recifes, quer por uma cimentação rápida das areias (carbonatadas) de baixio, e que é preenchido por sedimentos não consolidados da laguna ou planície de maré. Três conceitos básico têm que ser tomados em linha de conta na sedimentação carbonatada: (i) Os carbonatos são, principalmente, de origem orgânica ; (ii) Os carbonatos constroem estruturas resistentes as ondas do mar e (iii) Os carbonatos sofrem uma alteração diagenética muito intensa, visto que os minerais originais são meta-estáveis. Cada um destes conceitos tem um certo número de implicações importantes no registo dos carbonatos. Os sedimentos carbonatados são o resultado de uma actividade orgânica num ambiente marinho no qual a luz e nutrientes dissolvidos são disponíveis. Assim, segundo Schlager (1991): a) Quanto mais alta for a temperatura melhor, embora haja um limite máximo para cada grupo ; b) As fácies tropicais diferem muito das fácies temperadas ; c) Uma forte concentração de pequenas partículas de matéria orgânica danifica bentos carbonatados ; d) Valores de temperatura e salinidade anormais, muito variáveis, reduzem a diversidade dos bentos carbonatados e, com valores extremos a produção total de carbonato, também, é afectada (ambientes restritos) ; e) A produção de carbonato é máxima nos primeiros 10-20 metros da lâmina de água, mas diminui, rapidamente, para baixo e para cima ; f) A produção de carbonato é nula no limite superior da zona supramareal e muito fraca nos ambientes afóticos (sem luz do sol) ou no oceano ; g) A produção de carbonato segue a lei do crescimento das populações dinâmicas (curva logística) ; h) As plataformas morrem, quando os bentos produtores de carbonato são submergidos debaixo da zona fótica, o que, por vezes, acontece durante uma subida relativa do nível do mar importante (discordância para Schlager, superfície de ravinamento para Vail).

Baltica .......................................................................................................................................................................................................................................................................................Baltica

Báltica / Baltica / Baltica / 波罗 / Балтика / Baltica

Continente que hoje corresponde, aproximadamente, à Fenno-Scandinavia e que, depois da ruptura do supercontinente Pré-Câmbrico (Protopangéia ou Rodínia), isto é, há cerca de 600 Ma (milhões de anos), se individualizou no hemisfério Sul. A Báltica é enquadrada, a Norte, pela Laurência (Norte da América) e, a Este, pela América do Sul / África.

Ver: " Pangeia "
&
" Rodínia "
&
" Supercontinente "

O supercontinente Protopangéia, também chamado Rodínia (Pré-Câmbrico Tardio) formou-se por aglutinação de vários continentes de idade Pré-Câmbrica, ao longo da cintura orogénica de Greenville (1,2-1,0 Ga, 109 de anos atrás). Contudo, as relações entre a orogénese de Greenville e o rifting do Proterozóico, na parte central da Laurência (Centro e Este da América do Norte), são ainda um grande mistério. O evento geológico dito de Greenville corresponde à colisão da parte Este da Laurência com um outro grande cratão constituído pelo Este da Antárctica, África do Sul, Congo, Oeste da África e Norte da América do Sul, o qual, aparentemente, mais tarde, foi um componente principal do Gonduana (continente meridional do supercontinente Pangéia). Uma outra massa continental que entrou na colisão foi a Báltica. Na realidade, no início do Fanérozóico, a Protopangéia, em grande parte localizada no hemisfério sul, fracturou-se em diferentes fragmentos continentais, em particular, a Laurência e a Báltica que começaram a afastar-se mutuamente, à medida, que nova crusta oceânica se formava entre eles. A deriva destes continentes, criados pela ruptura da litosfera, produziu uma importante redução do volume das bacias oceânicas, devido a formação das montanhas oceânicas, que acompanham a oceanização (formação de nova crusta oceânica), o que provocou uma subida eustática importante e a inundação das margens dos continentes recém formados. Por outras palavras, a redução de volume das bacias oceânicas, que foi, principalmente, induzida pela formação das dorsais oceânicas, entre a Laurência e Báltica, à medida que o Mar de Iapetus se abria, obrigou o nível eustático a subir. Contudo, para que isso tivesse acontecido, a quantidade de água (sob todas as suas formas) têm que ser constante desde o início da formação da Terra, isto é, há cerca de 4,5 Ga. A maioria dos geocientistas pensa, que a hipótese de uma quantidade de água constante é difícil de refutar.

Banco de Desembocadura (distributivo)...................................................................................................Distributary-Mouth Bar

Barre d'embouchure (distributaire) / Barra de desembocadura (distributario) / Nebenarm-Mund-Bar分流的嘴酒吧 / Бар в устье рукава дельты / Barra della bocca (distributore)

Barra, geralmente, arenosa na desembocadura de um distributivo de um delta. Sinónimo de Barra de Desembocadura e Barra.

Ver: " Barra "
&
" Frente de Delta "
&
" Cortejo Sedimentar "

Como ilustrado nesta imagem do delta da Mahakam (costa Este da ilha de Bornéu, Indonésia), os sedimentos que se depositam na embocadura dos distributivos de um delta são, pouco a pouco, atravessados pelos distributivos que os originaram, à medida, que o delta prograda para jusante. Estes depósitos são utilizados por certos geocientistas para negar a importância ou mesmo a existência da linha de baía, que na análise sequencial (escola de Vail) separa os depósitos fluviais dos depósitos aluviais e, que corresponde aos pontos onde dos perfis das correntes são ajustados, quer isto dizer, que os depósitos deltaicos ocorrem quando as correntes entram num corpo de água e a velocidade de escoamento diminui de maneira abrupta. Assim, segundo a escola de Vail, normalmente, deve existir uma área de baías e lagunas ao longo da linha da costa, com uma passagem gradual para os rios a montante dessa área. Contudo, certos geocientistas se perguntam como é que um delta, por exemplo, pode avançar para o mar, durante uma descida relativa do nível do mar rápida e significativa se os sedimentos, que as correntes transportam se depositam nas baías e lagunas (como, admitido no modelo de Vail). Os adversários da escola de Vail, entre os quais se encontra Miall, pensam que os pontos onde os perfis das correntes são ajustados são as embocadura das correntes e não a linha de baía. Relembramos que a escola de Vail considera, por exemplo, numa margem divergente, um ponto, chamado ponto de equilíbrio, no qual a subsidência e a subida eustática se anulam. A subsidência aumenta sempre o espaço disponível, enquanto que a eustasia o pode aumentar (subida) ou diminuir (descida). Por outras palavras, quando o nível eustático sobe, o ponto de equilíbrio desloca-se para montante, enquanto que quando o nível eustático desce, o ponto de equilíbrio migra para jusante. A explicação da escola de Vail para tais movimentos do ponto de equilíbrio é, que a maior parte do acarreio sedimentar é associado às correntes litorais e não ao aporte fluvial, o qual, na grande maioria, se deposita, imediatamente, a jusante da linha de baía, onde a velocidade de escoamento diminui de maneira abrupta.

Barra........................................................................................................................................................................................................................................................................................................Bar

Barre / Barra / Hafeneinfahrt, Barre / 港入口 / Порт входа / Barra di sabbia

Termo genérico para designar acumulações de areia, areão, cascalho ou aluvião, pouco ou não consolidadas, com geometria alongada ou lobular e depositadas quer: (i) Na base ou frente da desembocadura de um rio ; (ii) Num lago ou (iii) No mar (zona nerítica).

Ver: " Nerítico"
&
" Delta  "
&
" Barra de Meandro (modelo) "

Esta fotografia mostra um exemplo de um complexo de barras, neste caso particular, de barras de desembocadura, localizadas na frente de um distributivo, parcialmente abandonado, do rio Mississipi. Nas linhas sísmicas convencionais, utilizadas na pesquiza dos hidrocarbonetos, as barras são, dificilmente, visíveis, uma vez que as suas dimensões são, em geral, inferiores à resolução sísmica. Ao contrário, nos registos eléctricos (diagrafias), que têm uma resolução muito fina, as barras reconhecem-se, facilmente, pela geometria dos registos do raio gama (RG) e potencial espontâneo (PS), que sublinham as características estrato e granocrescente para cima das barras. Esta geometria correlaciona, quase sempre, com a diagrafia da inclinação ("dipmeter"), a qual sugere, de baixo para cima, inclinações cada vez maiores, que sublinham um aumento da energia de deposição. Nos afloramentos, assim como nas diagrafias eléctricas, quando o sistema de deposição é abandonado e fossilizado por sedimentos mais recentes, a parte mais superior das barras é, localmente, erodida pelos distributivos. Os canais por onde os distributivos passavam são preenchidos, em geral, por sedimentos com uma fácies arenosa (raramente o canal distributivo é preenchido integralmente por sedimentos quer eles sejam arenosos ou argilosos). Nos registos eléctricos, e em particular na diagrafia de inclinação, esta situação é reconhecida, facilmente, visto que a geometria estrato e granodecrescente para baixo do preenchimento dos canais distributivos substitui, localmente, a geometria estrato e granocrescente para cima da barra. O termo barra é, coloquialmente, utilizado para designar a passagem estreita de um porto fluvial, o que não parece muito correcto visto que a maior parte das vezes a barra (a acumulação) tem que ser dragada para permitir o acesso ao porto fluvial. Na realidade, é o assoreamento do leito e a foz do rio provocado pela amontoação de areias, que cria a barra. Assim, em geologia, por exemplo, a barra do rio do Douro, na cidade do Porto, é acumulação da areia e não a foz do rio (passagem do rio ao mar).

Barra de Desembocadura.........................................................................................................................................Distributary Mouth Bar

Barre d'embouchure / Barra de desembocadura / Mund-bar / 河口坝 / Устьевый бар / Bocca bar

Acumulação de areão, areia, cascalho, calhaus ou outro material detrítico, pouco ou não consolidada, de geometria alongada ou lobular, depositada na desembocadura de um canal distributivo ou rio, quando a desaceleração da corrente permite a deposição. Em geral, devido à progradação dos corpos deltaicos, à medida que as barras de desembocadura se depositam, novos canais distributivos se formam. Sinónimo de Banco de Desembocadura e de Barra.

Ver: " Delta "
&
" Barra "
&
" Ambiente de Deposição "

A frente do delta corresponde ao rebordo da planície deltaica submersa, a qual pode ter uma forma arqueada, lobada ou sinuosa (devido à sua dissecação pelos distributivos). Na extremidade dos canais deposita-se o prodelta e a barra de desembocadura. A parte inferior da barra de desembocadura é constituída por argilitos siltosos, enquanto que a parte superior é, predominantemente, arenosa. Devido a progradação do delta, as barras de desembocadura são, parcialmente, erodidas pelos distributivos (ou distributivos). Na análise sequencial, um delta, cuja espessura varia entre 30 e 60 metros (não confundir delta e edifício deltaico) corresponde, praticamente, a um paraciclo sequência (ou parassequência), visto que ele é limitado entre duas subidas relativas do nível do mar, sem descida relativa entre elas (para haver deposição tem que haver aumento da acomodação, excepto nos depósitos turbidíticos). O paraciclo deltaico é constituído por três sistemas deposição síncronos caracterizados por uma fácies (litologia e fauna). De montante para jusante distingue-se: (i) Planície Deltaica, que, em geral, é constituída por argilitos, siltitos e areia argilosa ; (ii) Barra de Desembocadura ou Frente do Delta, cuja parte superior é constituída por areia e, a inferior, por areia argilosa e (iii) Prodelta, que tem uma fácies, preponderante, argilosa. Um cortejo deltaico, o qual pode ser constituído por um único paraciclo sequência, pode servir de exemplo, para ilustrar como é que na análise sequencial dos dados sísmicos, se pode prognosticar a litologia de um intervalo. Para isso, a análise tem que ser feita ao nível hierárquico dos ciclos-sequência, os quais são constituídos (quando completos) por cinco cortejos sedimentares, que, por sua vez, são constituídos por um ou vários paraciclos sequência, os quais são caracterizados por vários sistemas de deposição (cortejo de deposição), isto é, várias fácies (litologia).

Barra de Meandro (fóssil) ....................................................................................................................................................................................................Point Bar

Barre de méandre / Barra de meandro / Point-bar 点吧 / Прирусловый бар (ископаемые) / Meandro bar

Acumulação de limo, areia, areão ou cascalho que se depositou em água frouxa, quase estagnada (pouca energia e sem competência de transporte), quer dentro de uma corrente que redemoinha , quer na parte convexa de um meandro e, que mais tarde foi fossilizada por sedimentos sobrejacentes.

Ver: " Barra de Meandro (modelo) "
&
" Barra de Meandro (sísmica) "
&
" Bisel de Progradação "

Em sedimentos não-marinhos, particularmente, nos ambientes fluviais, como ilustrado nesta barra de meandro fóssil, os biséis de progradação são muito característicos. Os estratos inclinados da barra de meandro terminam, na base, isto é, contra a superfície de incisão fluvial (não visível na fotografia) por biséis de progradação. A desconformidade, sublinhada pela linha vermelha ondulada, não é uma discordância em termos de análise sequencial, o que quer dizer, que, provavelmente, ela não foi induzida por uma descida relativa do nível do mar significativa que produz uma superfície regional de erosão. A desconformidade foi criada por um atalho de meandro, que individualizou um lago de meandro, o qual, mais tarde, foi fossilizado por um preenchimento argiloso (tampão argiloso). Os sedimentos argilosos que preenchem o antigo lago de meandro, que formam o tampão, repousam por biséis de agradação contra a desconformidade que limita a parte externa da barra de meandro. Neste tipo de ambiente sedimentar, a erosão e deposição são síncronas. Assim, o termo discordância não pode ser utilizado como ele o é na análise sequencial. Uma discordância corresponde a uma superfície de erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar, que deslocou para jusante os biséis de agradação costeiros exumando, total ou parcialmente, a plataforma continental (se ela existir). A superfície de erosão, que caracteriza uma discordância é, mais tarde, fossilizada pelos biséis de agradação costeiros dos sedimentos sobrejacentes. O ambiente sedimentar onde se depositam as barras de meandro é localizado a montante dos biséis de agradação costeiros, quer isto dizer, que a superfície de erosão (discordância) associada à descida relativa do nível do mar pode corresponder à superfície de incisão do rio, quer ela seja original ou reactivada (ruptura do perfil de equilíbrio provisório). Os sedimentos que preenchem a incisão fluvial e onde várias desconformidades são sempre visíveis, estão associados mais com as variações laterais da velocidade de escoamento do rio do que com as variações relativas do nível do mar.

Barra de Meandro (modelo).................................................................................................................................................................................................Point Bar

Barre de méandre / Barra de meandro / Point-bar点吧 / Прирусловый бар (модель) / Meandro bar

Acumulação de limo, areia, areão ou cascalho que se depositou em água frouxa, quase estagnada (pouca energia e sem competência de transporte), quer dentro de uma corrente que redemoinha , quer na parte convexa de um meandro e, que mais tarde foi fossilizada por sedimentos sobrejacentes.

Ver: " Barra de Meandro (fóssil) "
&
" Barra de Meandro (sísmica) "
&
" Atalho de Meandro "

O modelo mais provável de formação de uma barra de meandro está resumido nestes esquemas. A conjectura de base é que uma corrente ou um rio meandriforme representa um equilíbrio entre: (i) Os efeitos da fricção e inércia do escoamento da água e (ii) A tendência natural que a água tem a seguir o trajecto mais curto e de maior declive. Nas regiões pouco ricas em sedimentos, os rios têm tendência a formar canais semicirculares nos quais o fluxo mais rápido se localiza na parte central como se o canal fosse rectilíneo. Contudo, quando o canal é curvo, como acontece a maior parte das vezes, a inércia empurra a zona de escoamento mais rápido contra o banco côncavo, o qual é erodido criando um banco de erosão. Ao contrário, junto do banco convexo do meandro, como o escoamento da água é fraco (água frouxa), uma parte dos sedimentos transportados deposita-se formando uma barra de meandro. A erosão no banco côncavo e a deposição no banco convexo obriga o leito do rio (canal) a migrar em direcção do banco côncavo até que se forme um atalho de meandro, isto é, uma passagem directa da corrente entre dois bancos côncavos consecutivos, o que isola a barra de meandro, entre os dois bancos côncavos, e forma um lago de meandro na parte do canal abandonado. Geralmente, um atalho de meandro ocorre durante um período de cheia do rio, no decurso da qual o escoamento principal é desviado para a zona depressiva entre as barras de meandro, uma vez que a água têm a tendência natural de seguir o trajecto mais curto e de maior declive (lei de Fermat-Maupertius ou princípio da acção mínima e lei de Snell ou princípio de tempo mínimo). Assim, com o tempo, uma barra de meandro é fossilizada, lateralmente, pelos sedimentos argilosos depositados no lago de meandro, quando o canal é abandonado definitivamente (atalho definitivo), ou por uma alternância de argila e areia, quando o canal é abandonado de maneira intermitente (atalho intermitente). Este mecanismo é válido não só para os meandro de planície aluvial, mas também para os meandros de vale.

Barra de Meandro (sísmica)..................................................................................................................................................................................................Point Bar

Barre de méandre / Barra de meandro / Point-bar点吧 / Прирусловый бар (сейсмика) / Meandro bar

Conjunto de reflectores sísmicos que sublinham uma acumulação de limo, areia, areão ou cascalho que se depositou, provavelmente, em água frouxa (pouca energia e sem competência de transporte) quer dentro de um rio turbilhonante quer na parte convexa de um meandro e que mais tarde foi fossilizada por sedimentos sobrejacentes.

Ver: " Barra de Meandro (modelo) "
&
" Barra de Meandro (fóssil) "
&
" Tampão Argiloso "

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore convencional (menos de 200 m de lâmina de água) dos Estados Unidos (Luisiana), uma barra de meandro é reconhecida pela geometria progradante em direcção do banco côncavo do meandro e pelos sucessivos tampões argilosos. Os biséis somitais e de progradação da barra de meandro, assim como biséis de agradação dos tampões argilosos, são fáceis de reconhecer. Os biséis de progradação da barra de meandro e biséis de agradação do tampão argiloso basal fossilizam a incisão fluvial criada, provavelmente, por uma descida relativa do nível do mar que deslocou para jusante os biséis de agradação costeira, o que obrigou as correntes a cavar novos leitos para restabelecer novos perfis de equilíbrio provisório. Assim, se esta conjectura não for refutada, pode dizer-se, que a incisão fluvial (desconformidade nesta tentativa de interpretação) correlaciona com uma discordância (regional, pelo menos) criada por uma descida relativa do nível do mar. Os diferentes tampões argilosos, criados por abandonos intermitentes do canal principal da corrente, estão separados por desconformidades caracterizadas por biséis de agradação, as quais não podem ser consideradas como discordâncias no sentido da análise sequencial. Na realidade, o depósito da barra de meandro e tampões argilosos não está associado a nenhuma subida relativa do nível do mar. A migração da barra de meandro em direcção do banco côncavo é função das diferentes velocidades de escoamento de uma corrente curva. Os tampões argilosos correspondem aos depósitos de decantação dos lagos de meandro. Como vários tampões argilosos podem evidenciar-se pelas relações geométricas entre os reflectores, o mais provável, é que o abandono do canal de meandro se fez em várias etapas ou, por outras palavras, que o atalho de meandro deixou várias vezes de ser activo e, que o trajecto da corrente retomou várias vezes o antigo leito, o qual, mais tarde, foi, definitivamente, abandonado.

Batial.............................................................................................................................................................................................................................................................................................Bathyal

Bathyal / Batial / Bathyal / 深海 / Батиальный (глубоководный) / Batiale

Ambiente marinho caracterizado por uma profundidade da água entre 200 e 3500 metros. Três subambientes podem ser considerados: (i) Batial Superior, com uma profundidade da água entre 200 e 500 metros ; (ii) Batial Médio, com uma profundidade da água entre 500 e 1000 metros e (iii) Batial Inferior, com uma profundidade da água entre 1000 e 3500 metros.

Ver: " Abissal "
&
" Assoalhado Oceânic o"
&
"Nerítico "

Excepto para o limite superior do ambiente batial, que é consensual e, que corresponde a 200 metros de profundidade da água (limite inferior da plataforma continental), o limite inferior varia consoante os geocientistas entre os 2000 e os 4000 metros de profundidade. Na análise sequencial, há a tendência a considerar o limite inferior do ambiente batial como a ruptura da base do talude continental. Na realidade, é a partir desta ruptura que se depositam (para jusante) os cones submarinos da bacia, quando eles não estão desconectados dos cones submarinos do talude, uma vez que é a partir dessa ruptura que as correntes de turbidez começam a desacelerar. Nesta hipótese, o ambiente abissal é o domínio dos sedimentos depositados durante as descidas relativas do nível do mar, quer isto dizer, dos cones submarinos de bacia, enquanto que o ambiente batial pode ser considerado como o domínio dos cones submarinos de talude, os quais se depositam quando o nível relativo do mar começa já a subir. Estes cortejos sedimentares são de nível baixo (do mar) e repousam contra a discordância inferior do ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência, de que eles fazem parte, por biséis de agradação. Contudo, unicamente, a idade dos cones submarinos de bacia dá a idade da descida relativa do nível do mar, isto é, da discordância inferior do ciclo-sequência, visto que são eles que se depositam durante a descida relativa do nível do mar. Nesta hipótese, é preciso não esquecer, que a lâmina de água varia muito, não só com as variações relativas do nível do mar, mas também com a espessura dos sedimentos depositados. Os biséis de agradação do prisma de nível baixo sublinham, quase sempre, o domínio batial do ciclo-sequência precedente, enquanto os biséis de progradação fossilizam os cones submarinos de talude. Note, que os biséis de agradação são costeiros, o que quer dizer, que embora o cortejo seja de nível baixo os sedimentos que o formam podem depositar-se sob uma pequena lâmina de água.

Batial Inferior............................................,.................................................................................................................................................................................Lower Bathyal

Bathyal inférieur / Batial inferior / senken Sie Bathyal / 降低深海 / Нижняя батиальная область  / Abbassare batiale

Subambiente batial, no qual a profundidade da água varia entre 1000 e 3500 metros.

Ver : " Batial "
&
" Abissal "
&
" Batial Médio ”

O subambiente batial inferior é a parte do ambiente batial que faz a ligação com a planície abissal. Ele é o domínio dos primeiros cones submarinos de talude, os quais se depositam desde que o nível relativo do mar começa a subir. Os cones submarinos de bacia, ao contrário, depositam-se, durante as descidas relativas do nível do mar, de preferência na planície abissal. Quando as correntes turbidíticas (ou de turbidez) entram em desaceleração, devido à ruptura inferior da inclinação do talude (limite talude-planície abissal), elas perdem competência (de transporte) e os sedimentos começam a depositar-se. Assim, pode dizer-se, que o depósito dos cones submarinos de bacia (CSB) é síncrono da superfície de erosão provocada pela descida relativa do nível do mar. Por outras palavras, a idade dos cones submarinos da bacia (CSB) dá a idade da discordância inferior ou limite inferior do ciclo-sequência associado, embora, na planície abissal, não haja discordância, mas sim concordância. Note, que quando as correntes turbidíticas são muito competentes, o que implica um grande volume de material transportado, os cones submarinos de bacia estão separados da ruptura entre o talude e a planície abissal (depositados mais longe). Assim, os cones submarinos de talude (CST) podem depositar-se directamente na planície abissal. Neste figura, está esquematizada a análise sequencial de um poço de pesquisa. Na primeira coluna estão marcados os ambientes de deposição. Na base observa-se que os sedimentos depositados no subambiente batial inferior são os cones os submarino de bacia e que no batial médio, eles correspondem ao apron (depósito de base do talude) e aos diques marginais naturais dos cones submarinos de talude, os quais se depositaram sobre os cones submarinos de bacia. No batial superior, os sedimentos são sobretudo deltaicos. Nos registos eléctricos, os cones submarinos de talude têm um padrão grano e estratocrescente para cima, enquanto que os cones submarinos da bacia têm um padrão cilíndrico. A interface entre os cones submarinos de bacia e talude corresponde a um pico de fauna, o que quer dizer, que o hiato de não-deposição entre os dois sistemas turbidíticos, permitiu a acumulação, no fundo do mar, de um grande número de restos e fragmentos animais e vegetais.

Batial Médio...................................................................................................................................................................................................................................Middle Bathyal

Bathyal moyen / Batial medio / Middle Bathyal / 中东深海 / Средняя батиальная область / Medio batiale

Subambiente batial, no qual a profundidade da água varia entre 500 e 1000 metros.

Ver: " Batial "
&
" Abissal "
&
" Batial Inferior "

Ao contrário dos sedimentos depositados no subambiente batial inferior (domínio do apron e diques marginais naturais dos cones submarinos de talude), como se pode ver nesta interpretação sequencial de um poço de pesquisa de petróleo, os sedimentos depositados no subambiente batial médio estão sobretudo associados ao preenchimentos dos "canais turbidíticos" e envelopes pelágicos. Os "canais turbidíticos" são, a maior parte das vezes, as depressões (zona sem deposição) entre os depósitos de transbordo, isto é, as depressões onde passam as correntes de turbidez. Mais tarde, essas depressões são preenchidas em retrogradação. A expressão "canal turbidítico" ou melhor "preenchimento de um canal turbidítico" só se deve utilizar quando houver uma erosão. O padrão nos registos eléctricos dos sedimentos depositados no subambiente batial médio é muito diferente do dos depositados no batial inferior. O padrão é grano e estratodecrescente para cima. Neste exemplo, no subambiente batial médio, há uma sobreposição de dois cones submarinos do talude, separados por um intervalo pelágico relativamente rico em fósseis. O cone superior é mais pobre em material arenoso. O limite entre os sedimentos depositados nos subambientes médio e superior corresponde, neste caso particular, ao limite entre os cones submarinos de talude e o prisma de nível baixo. Este limite é marcado por um hiato de sem deposição e sublinhado por um pico de fauna. Os níveis com melhores características de rocha-reservatório e mais espessos, são os preenchimentos dos "canais turbidíticos" quando a fácies é arenosa. Os níveis arenosos dos diques marginais naturais são pouco espessos e têm uma extensão limitada para poderem acumular quantidades significativas de hidrocarbonetos. No offshore profundo de Angola, a maioria das reservas de petróleo está associada com as areias que preenchem os "canais turbidíticos" dos cones submarinos do talude, as quais se depositaram sob uma lâmina de água tipicamente batial e, provavelmente, batial médio. Uma subida relativa do nível do mar afecta muito a lâmina de água na plataforma (ambiente litoral e nerítico), mas praticamente nada no talude continental (ambiente batial).

Batial Superior........................................................................................................................................................................................................................Upper Bathyal

Bathyal supérieur / Batial superior / Obere Bathyal / 上半深海 / Верхняя батиальная область / Superiore batiale

Subambiente batial, no qual a profundidade da água varia entre 200 e 500 metros.

Ver: " Batial "
&
" Abissal "
&
" Batial Inferior "

Como se pode constatar nesta carta, o subambiente batial superior é relativamente estreito. Ele é o domínio das rochas argilosas profundas do prisma de nível baixo (membro do cortejo de nível baixo), os quais repousam sobre os depósitos de transbordo (diques marginais naturais e preenchimentos das depressões entre os depósitos de transbordo) dos cones submarinos de talude. Nos registos eléctricos, o padrão destas rochas é, ligeiramente, grano e estratocrescente para cima, o qual, em geral, sublinha uma geometria progradante. Esta geometria é, perfeitamente, visível nas linhas sísmicas. Estas argilas fossilizam, por biséis de progradação, os cones submarinos do talude, os quais se depositam sob uma lâmina de água, tipicamente, batial inferior e médio. Progressivamente, os biséis de progradação fossilizam, pouco a pouco, o hiato de sem-deposição associado ao topo dos cones submarinos do talude. Esta fossilização cria uma superfície de progradação rica em matéria orgânica (pico na diagrafia de raio gama) e fósseis. Acima das argilas dos prismas de nível baixo depositam-se as areias ou siltitos de água pouco profunda (ambiente nerítico). É importante notar, que na estratigrafia sequencial, a localização da ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição é muito importante para compreender a espessura dos sedimentos depositados e profundidade de água de deposição. Uma subida relativa do nível do mar de 5 metros, por exemplo, desloca para montante a ruptura costeira da superfície de deposição, criando uma acomodação (espaço disponível para os sedimentos) de 5 m entre a nova e antiga posição da ruptura. Em condições normais de acarreio sedimentar, esta acomodação é preenchida completamente, a montante da antiga posição da ruptura, o que não é o caso a jusante. A jusante, só uma parte da acomodação é preenchida, o que aumenta a profundidade de água inicial. Durante um episódio regressivo, quando a ruptura costeira da superfície de deposição coincide, mais ou menos, com o rebordo continental, um aumento da acomodação é, totalmente, preenchido a montante da ruptura (rebordo) continental. Isto não é verdade durante um episódio transgressivo, visto que a ruptura costeira da superfície de deposição está sempre a montante do rebordo continental, uma vez que a bacia, por definição, tem uma plataforma continental.

Batipelágico (organismo)...........................................................................................................................................................................................................Bathypelagic

Bathypélagique (organisme) / Batipelágico (organismo) / Bathypelagic / 深海区 / Батипелагический (организм) / Batipelagico

Organismo que vive na zona pelágica entre uma profundidade de 1000 a 4000 metros debaixo do nível do mar. Os organismos batipelágicos são, na sua grande maioria, pretos, vermelhos ou transparentes, o que os torna, praticamente, invisível à luz biológica. Os peixes batipelágicos mais comuns tem dimensões, relativamente, pequenas (inferiores a 10 centímetros), o que reduz, substancialmente, as necessidades metabólicas.

Ver: " Batial "
&
" Bentónico "
&
" Biostratigrafia "

Uma organismo batipelágico é um organismo que vive na zona batial, também chamada zona batipelágica, quer isto dizer, a zona de mar aberto (lâmina de água intermediária ou afastada do fundo e da superfície do mar) que se estende até uma profundidade, que varia segundo as condições e os geocientistas, entre 1000 - 4000 metros de profundidade. Os organismos batipelágicos são organismos que vivem debaixo da zona fótica, quer na zona de crepúsculo ou na zona de escuridão. Acima da zona batipelágica encontra-se a zona mesopelágica, onde vivem os organismos mesopelágicos, e debaixo a zona abissopelágica, na qual vivem os organismos abissopelágicos. A temperatura média da zona batipelágica é à volta de 4° C. Embora em termos de volume de água, a zona batipelágica seja muito maior do que a zona eufótica, cujo limite inferior pode atingir 200 metros de profundidade, ela é muito menos densa em organismos. Como a luz do sol não atinge a zona batipelágica, não existe produção primária (produção de compostos orgânicos a partir do dióxido de carbono atmosférico ou aquático, a partir da fotossíntese ou quimiossíntese). Muitos dos organismos batipelágicos não têm olhos, mas outros, como, por exemplo, o peixe serpente (Chauliodus danae) ou o tubarão-cobra (Chlamydoselachus anguineus) têm. Muitas formas do nécton vivem na zona batial, como as lulas, grandes baleias, polvos, etc. Esta zona é difícil para os peixes aí viverem. As esponjas, braquiópodes, estrelas do mar, equinodermes e outros são comuns na zona batial. Os peixes tornam-se muito eficientes em termos energéticos, visto que é especialmente difícil de aí encontrar nutrientes. Muitos peixes têm metabolismos muito lentos, para conservar energia. Por outro lado, nesta zona os peixes têm músculos fracos, uma pele macia e órgãos viscosos. As baleias são de longe os maiores organismos batipelágicos.

Bentónico (organismo)........................................................................................................................................................................................................................................Benthic

Benthonique (organisme) / Bentónico (organismo) / Benthontischen / 湖底的 / Придонный (организм) / Bentonici

Organismo aquático que vivem sobre ou dentro dos sedimentos do fundo de um corpo de água, em geral, o mar, razão pela qual o fundo do mar é por vezes chamado o domínio bentónico.

Ver: " Pelágico (organismo)"
&
" Bentos "
&
" Ambiente de Deposição"

Desde os anos 70, os estudantes de Ecologia Marinha do "Moss Landing Marine Laboratories" participaram em vários cruzeiros para estudar os peixes e invertebrados dos ambientes profundos da Baía de Monterey (USA). Esta fotografia (Griffiths), faz parte de uma das amostragens dos organismos bentónicos por eles estudados. Na pesquisa dos hidrocarbonetos, os bentónicos mais estudados e mais úteis são, de longe, os foraminíferos. Na realidade, os foraminíferos, que se encontram em todos os ambientes marinhos, podem ser planctónicos ou bentónicos. Eles pertencem à ordem Foraminíferida (de maneira informal chamada foraminífera). Esta ordem faz parte do reino Protista, sub-reino Protozoa, filo Sarcomastiphora, subfilo Sacrodina, superclasse Rhizopoda e classe Granuloreticulosea. Os foraminíferos têm uma concha e são animais unicelular desprovidos de tecidos e órgãos, mas possuem granuloreticulose (fibras de ectoplasma que incluem muitos grãos e partículas finas de vários materiais). Os foraminíferos têm uma distribuição geológica muito grande (desde o Câmbrico até ao Presente). As primeiras formas que aparecem nos registos fósseis (Allogromiina) têm carapaças orgânicas ou são, simplesmente, tubos aglutinados (aglutinado refere-se as carapaças formadas pela aglutinação de partículas estrangeiras coladas por uma grande variedade de cimentos). Os foraminíferos com carapaças duras são raros até ao Devónico, período geológico em que os fusulinídeos começaram a desenvolver-se e cujo apogeu ocorreu no Carbonífero e Pérmico antes de desaparecerem, completamente, no fim do Paleozóico. As primeiras formas são bentónicas. As formas planctónicas, que derivam na parte superior dos corpos de água, só aparecem nos registos fósseis a partir do Jurássico Médio (na margem norte do Mar de Tétis e bacias epicontinentais da Europa). Elas eram, provavelmente, formas mero-planctónicas, isto é, planctónicas, unicamente, durante os últimos estágios dos ciclos das suas vidas. O esquema da direita ilustra o ambiente bêntico no qual diversos tipos de organismos vivem sobre o fundo do mar ou enterrados, principalmente, no primeiro metro do substrato.

Bentos......................................................................................................................................................................................................................................................................................Benthos

Benthos / Bentos / Benthos / 底栖生物 / Бентос (донные организмы) / Benthos

Plantas e animais encontrados nos sedimentos do fundo do mar, lago ou outro qualquer corpo de água, independentemente da profundidade. Certos geocientistas consideram três tipos de bentos: (i) Épibentos, isto é, formas livres ; (ii) Épibentos fixos (ao substrato) e (iii) Endobentos, isto é, organismos necrófagos ou detritívoros (que se alimenta de cadáveres). Sinónimo de Bentónicos.

Ver: " Pelágico (organismo)"
&
"Fóssil”
&
"Bentónico (organismo)"

Nesta figura estão esquematizados os ambientes do plâncton, nécton e dos bentos, os quais vivem sobre o fundo do mar ou ligeiramente enterrados. Os poliquetas (classe de animais do filo anelídeos) ilustrados em cima à direita, são animais bentónicos. Eles vivem sobre o fundo do mar ou dentro dos sedimentos que formam o fundo do mar. Tendo em linha de conta o tipo, localização e tamanho, várias categorias de bentos podem ser consideradas. Tendo em conta o tipo eles podem ser: (i) Zoobentos (animais bentos) ou (ii) Fitobentos (organismos autotróficos, como, por exemplo, as algas e as plantas aquáticas enraizadas). Tendo em conta a localização, eles pode ser: (a) Épibentos, quando vivem dentro dos sedimentos, mas perto do topo e (b) Hiperbentos (quando vivem sobre os sedimentos). Tendo em conta o tamanho, os bentos podem ser: (1) Macr-bentos, quando o tamanho é superior a 1 mm (como os vermes poliquetas, os pelecípodos, antozoários, equinodermes, esponjas, ascídias, crustáceos, etc.) ; (2) Meiobentos, quando o tamanho varia entre 1 mm e 32 µm (como os pelecípodos, copépodos, ostracodos, cumaceanos, nemátodos, turbelários, foraminíferos, etc.); e (3) Microbentos quando o tamanho é inferior a 32 µm (bactérias, diatomácias, cílios ou pseudópodes, amibas, flagelados, etc.). O principal alimento dos bentos é o plâncton e matéria orgânica proveniente do continente. A profundidade, temperatura, salinidade da água e a composição do substrato (fundo do mar) controlam a ocorrência dos bentos. Próximo da costa e nos lugares onde a luz do sol penetra, até ao fundo do mar, os bentos capazes de fazer a fotossíntese são preponderantes. As esponjas e pelecípodos são muito abundantes quando o fundo do mar é duro e arenoso, enquanto que os geofágos (que comem sedimentos) preferem os substratos pouco consistentes. Os peixes, estrelas do mar, cefalópodos e crustáceos são predadores importantes e necrófagos (que se alimentam de matéria orgânica morta).

Berma da praia, Degrau da praia........................................................................................................................................................................................................................Berm

Patamar (a parte, mais ou menos, horizontal) de um degrau de praia, formado na praia alta pela acção das vagas.

Ver: " Praia "
&
" Delta ”
&
" Zona de Rebentação"

Quando a superfície da praia-média é atingida pelas ondas (durante os períodos de preiamar viva), ela é modelada em socalcos chamados degraus da praia (3), os quais são formados por um patamar ou berma da praia (5) e um abrupto (7). A linha de inflexão entre a berma e o abrupto de cada degrau é a crista da berma (6). A crista da berma mais alta é a crista da praia-alta (4). Os degraus da praia (praia-média) têm, em geral, dimensões inferiores à resolução das linhas sísmicas convencionais. Contudo, nas linhas sísmicas de alta resolução, os degraus da praia podem ser visíveis, mas não devem ser interpretados como retrogradações da ruptura da superfície de deposição costeira, como, muitas vezes, é o caso. Durante um episódio transgressivo (geometria retrogradante), a cada subida relativa do nível do mar, a ruptura costeira da superfície de deposição é deslocada para montante (função da morfologia da discordância inferior do ciclo sequência associado) afastando-se cada vez mais do novo rebordo da bacia, isto é, aumentando cada vez mais a extensão da plataforma continental recém-formada e a lâmina de água. Assim, pode dizer-se, que as retrogradações sucessivas da ruptura costeira da superfície de deposição são induzidas pelas subidas relativas do nível do mar, enquanto que a formação das bermas da praia-média são criadas pela acção erosiva das vagas, durante os períodos de preiamar viva. Da mesma maneira, a berma da praia que alguns autores chamam patamar, devido à sua geometria, mais ou menos, horizontal, não deve ser confundida (no campo e linhas sísmicas) com uma superfície de ravinamento, a qual é produzida pela acção erosiva do nível de base do mar, a quando de uma subida relativa, isto é, a quando de uma inundação da planície costeira. No esquema ilustrado acima, é interessante notar que aquilo que certos geocientistas, geralmente, chamam o ambiente litoral (caracterizado por uma profundidade de água inferior à do ambiente nerítico) corresponde ao conjunto da praia-média e praia-baixa, visto que ele engloba a zona intramareal, isto é, a zona limitada entre o nível de preiamar viva e de baixamar viva.

Betume...............................................................................................................................................................................................................................................................................Bitumen

Bitume / Betume / Bitumen / 沥青 / Битум / Bitume

Termo genérico aplicado a substâncias naturais inflamáveis de cor escura, com dureza e volatilidade variáveis e compostas, principalmente, por uma mistura de hidrocarbonetos livres e corpos oxigenados. Quando o betume está associado à matéria mineral, os constituintes não-minerais são fundíveis e solúveis em bissulfureto de carbono. Petróleos, asfaltos, ceras minerais naturais e asfaltitos são todos considerados como betumes. Para certos geocientistas, o betume é, simplesmente, a forma mais pesada e viscosa do petróleo bruto que, à temperatura ambiente, tem a consistência de um melaço e necessita de ser aquecido ou diluído para ser transportado por oleodutos.

Ver: " Asfalto "
&
" Petróleo Pesado "
&
" Hidrocarboneto "

O betume é uma categoria de líquidos orgânicos altamente viscosos, negros, pegajosos e, totalmente, solúveis no bissulfureto de carbono. O betume pode ocorrer naturalmente, mas também se pode obter-se a partir da refinação do petróleo. Na natureza, os depósitos de betume formam-se a partir dos restos de algas e outros ser vivos, que quando morrem se depositam nas lamas do fundo do mar e dos lagos. Desde que o enterramento aumenta, a pressão e o calor transforma os restos orgânicos em betume, cerogénio ou petróleo. O betume é, principalmente, utilizado para revestir a superfície das estradas e isolar os telhados das casas, assim como, para a calafetação dos barcos de madeira. O significado do termo betume varia largamente segundo a nacionalidade e profissão dos geocientistas. O Canadá tem as maiores reservas do mundo do betume natural. As areias betuminosas do Athabasca, que são exploradas a céu aberto, estendem-se por mais de 140 000 km2 e constituem as segundas maiores reservas provadas de petróleo do mundo. Devido à subida do preço do barril de petróleo desde 2003, a produção de petróleo a partir do betume é, actualmente (2006), rentável. Em 2006, no Canadá, a produção média de petróleo a partir das areia betuminosas foi de cerca de 1,1 Mb (170 000 m^3) por dia e, certos geocientistas, pensam que ela pode atingir 4,4 Mb (700 000 m3) por dia, em 2020 (se o preço do petróleo continuar a subir). A quantidade total de petróleo, que pode ser extraída das areias betuminosas da província do Alberta (Canadá) é estimada a cerca de 310 Gb (50 x 109 m3), o que significa uma produção diária de cerca de 4,4 Mb durante cerca de 200 anos.

Betume de Judéia (asfalto)..........................................................................................................................................................................................................................Tar

Poix de Judée (asphalte) / Pez de Judea (asfalto) / Judäischen Steigung (Asphalt) / 犹太间距(沥青 ) / Природный битум / Pece de Judea (asfalto)

Sinónimo de Asfalto, Breu mineral, Alcatrão, ou seja, uma substância muito viscosa, e proveniente da destilação do carvão, resinas ou óleos.

Ver: « Petróleo »
&
« Exsudação »
&
« Asfalto »

O termo betume de Judéia (asfalto) é, certamente, uma tradução da palavra inglesa "pitch", que é o nome que os britânicos dão uma série de líquidos viscosos que parecem sólidos. Assim, para eles o "pitch" pode ser feito a partir de produtos petrolíferos ou de plantas. Os primeiros, tal como ilustrado nesta figura, são sobretudo conhecidos como betume e segundos como resinas. Em francês, os termos "goudron, poix minérale, breu, pitch e asphalte" são, praticamente, sinónimos. Em alguns dicionários, o termo "pitch" corresponde à substância negra e, altamente, viscosa derivado de carvão ("pitcher" uma mesa quer dizer cobrir de alcatrão ou breu a superfície da mesa), mas de acordo com os mesmos dicionários, o termo "pitch" é sinónimo de (i) Tar, que é uma substância viscosa, escuro, odor penetrante, mais ou menos, o líquido obtido por destilação da matéria orgânico, tal como o carvão, madeira, óleo, etc. ; (ii) Breu (colofónia?), que é um sólido muito muito escuro, o qual é obtido por meio de destilação do alcatrão, óleos ou resinas, e (iii) Betume, que é uma substância mineral de consistência variável, rica em carbono e hidrogénio, o qual se encontra na natureza, que arde com uma chama de espessura e que provém da decomposição da matéria orgânica. No entanto, os geocientistas anglo-saxões abrangem todos estes termos em um único "Tar". Este termo inglês ("tar") corresponde a uma resina preta, viscosa, produzida a partir de madeira e das raízes de pinho por destilação destrutiva de pirólise. Produtos similares ao betume ("tar") podem ser produzido a partir de outras formas de matéria orgânica, tais como, por exemplo, turfa ou de produtos minerais, tais como, hidrocarbonetos, incluindo óleo fóssil. Assim, o termo "tar" parece ser mal utilizado quando se refere ao asfalto de La Brea, perto de Los Angeles (poços naturais de "tar") ou às misturas de areia e betume ou de óleo pesado ("Tar Sands" do Cintura do Orinoco) ou do óleo de Burma ("Tar" de Rangoon). Em Inglês "tar" e de "pitch" são usados de maneira intercambiável ​​, embora "pitch" seja considerado mais sólido e "tar" mais líquido.

Big Bang (teoria)....................................................................................................................................................................................................................................................Big Bang

Big Bang / Big Bang / Big Bang (Theorie) / 宇宙大爆炸(理论) / Большого Взрыва (теория) / Big Bang (teoria)

Modelo cosmológico utilizado pelos geocientistas para descrever a origem e evolução do Universo. O termo Big Bang está associada a todas as teorias que descrevem o nosso Universo como o resultado de uma expansão rápida  que faz pensar a uma explosão e é também o nome associado à época densa e quente que conheceu o Universo há cerca de 14 biliões de anos.

Ver: " Big Crunch (teoria) "
&
" Criptozóico "
&
" Tempo Cosmológico"

O termo Big Bang foi inventado por um proponente de uma teoria competidora (actualmente desacreditada e refutada) que o usou com uma derisão. O Big Bang não é uma explosão, na qual a matéria parte em todas as direcções, como na explosão de uma bomba. O Big Bang corresponde a uma expansão, onde a matéria e espaço se expandem e se afastam ao mesmo tempo. Enchendo um balão coberto de pequenos discos em cartão obtém-se uma imagem grosseira do que aconteceu durante o Big Bang. O Universo está em expansão, quer isto dizer, que não são as galáxias que se afastam, mas o espaço entre elas. O conceito do Big Bang começou com a descoberta da lei de Hubble, que resume numa simples equação os resultados das observações que sugeriram que o Universo está em expansão, com as galáxias a afastar-se umas das outras cada vez mais, rapidamente, à medida que elas se afastam. Assim, não foi difícil imaginar o movimento contrário à expansão e chegar a um ponto de partida (inicio do Universo) num estado, altamente, comprimido e quente, que ocorreu à cerca de 14 Ga. A idade do Big Bang depende não só da densidade da matéria, mas sobretudo da constante de Hubble (número que mede a taxa à qual o Universo se expande). Se a constante de Hubble for de 85 (o valor mais, frequentemente, admitido) e a densidade da matéria inferior ao valor crítico, o Big Bang teria ocorrido, mais ou menos, 12 Gy atrás. Se uma expansão inflatória ocorreu e se a densidade da matéria for próximo do valor crítico, a idade do Big Bang é só de 8 Ga. Dois factos importantes corroboram a teoria do Big Bang: (i) O fundo de micro-ondas cósmicas («cosmic microwave background» em inglês) e (ii) A abundância de elementos leves. Note, que o Universo não é infinito, nem eterno. Com efeito, se o Universo fosse eterno e infinito, nós veríamos, qualquer que fosse a direcção de observação, a luz de uma estrela. Cada ponto do céu seria uma estrela e todo o céu seria tão brilhante como é a superfície do Sol. Mesmo de dia seria difícil distinguir o sol do brilho do fundo do firmamento. De noite, o céu é negro, o que quer dizer que existe um meio que separa as estrelas. Assim, o Universo não pode ser infinito e eterno.

Big Crunch (teoria)....................................................................................................................................................................................................................................Big Crunch

Big Crunch / Big Crunch / Big Crunch (Theorie) / 大坍缩(理论) / Теория «Большого Взрыва» / Big Crunch (teoria)

Teoria que sugere que um dos cenários possíveis do destino final do Universo é uma singularidade do tipo buraco negro, o que quer dizer, que a expansão do espaço, eventualmente, se inverterá e que, finalmente, o Universo colapsará.

Ver: " Big Bang "
&
" Expansão Inflacionaria (teoria)"
&
" Universo Primitivo"

Ainda não se sabe se a expansão do Universo continua para sempre ou se ela começa a diminuir para se inverter. Se uma inversão acontecer, um estado de contracção ocorrerá e o Universo, eventualmente, se destruirá num Big Crunch, isto é, num inverso do Big Bang. Com ilustrado neste esquema, função da densidade média do Universo, ele pode ser: (i) Fechado (colapso) ; (ii) Aberto (aceleração) ou Planar (estável). Se a densidade média é maior do que a densidade crítica o Universo será fechado e a expansão, eventualmente, parará. Se a densidade média do Universo é menor do que a densidade crítica, o efeito da gravidade (oposto a expansão) não será suficiente para desacelerar a expansão e o Universo continuará a expandir-se eternamente. Em outros termos: (a) Um Universo fechado é um Universo finito no qual o espaço se fecha sobre ele mesmo ; embora finito, um tal Universo não tem limites e a expansão deve, eventualmente, parar e ser seguida por uma fase de contracção (colapso) ; (b) Um Universo planar ou estável é um Universo no qual a curvatura do espaço é zero ; um tal universo estará no limite entre o Universo fechado e o Universo aberto ; pensa-se que o nosso Universo é um Universo muito planar ; (c) Um Universo aberto ou em aceleração é um Universo no qual a curvatura do espaço é tal que ele nunca se fecha por ele mesmo, quer isto dizer, que um Universo aberto é infinito extensão e que a expansão nunca se desacelera até zero. Note que se hoje Universo fosse infinito em extensão e em matéria, nós veríamos, sempre a luz de uma estrela qualquer que fosse a direcção de observação. Quer isto dizer que cada ponto do céu seria uma estrela e que todo o céu seria tão brilhante como a superfície do Sol e que mesmo de dia seria difícil distinguir o Sol do brilho do fundo do firmamento. Contudo, isto não é o caso nem durante o dia nem durante a noite, uma vez que durante a noite o céu é negro, o que, provavelmente, quer dizer, que existe um meio que separa as estrelas. Por conseguinte, o mais provável, é que, pelo menos actualmente, o Universo não parece ser infinito e eterno.

Biocenose...............................................................................................................................................................................................................................................................Biocenose

Biocénose / Biocenosis / Biozönose / 群落 / Биоценоз / Biocenosi

Conjunto dos seres vivos que coexistem num espaço definido, chamado biótipo, o qual corresponde a um ambiente físico-químico determinado e uniforme no qual vive uma flora e fauna característica.

Ver: " Biota "
&
" Ecozona "
&
" Fitoplâncton "

O termo biocenose foi inventado e introduzido na literatura científica por um biologista alemão, em 1877, a quando do estudo das ostras. Ele realizou que, nas ostras, como em outros animais, era necessário fazer o estudo ao nível não de um indivíduo, mas sim ao nível do conjunto dos indivíduos, como o sugere a teoria dos sistemas. Por outras palavras, o comportamento do todo (grupo de indivíduos) é mais do que a simples adição do comportamento dos indivíduos que formam o grupo ou, que as características de um grupo não se podem determinar pelo estudo particular de cada indivíduo. Como ilustrado nesta figura, o coral é, certamente, a biocenose mais conhecida dos mergulhadores. A biocenose ilustrada é típica das regiões litorais, onde as espécies fotófilas (que procuram a luz), que vivem perto da superfície, foram substituídas por espécies cáfilas (que precisam de sombra para se desenvolver). A biocenose coralina é uma biocenose, extremamente, rica. Em termos de riqueza específica, ela é a segunda biocenose do Mediterrâneo. Ela caracteriza-se, de forma convencional, pela a presença da gorgónia «Paramuricea calava» ou da esponja protegida «Axinella polipoides». Não esqueça que na ecologia, uma biocenose designa um conjunto de seres vivos (animais ou plantas), que coexistem num determinado espaço. O biótipo, isto é, o espaço onde vive uma biocenose e a biocenose associada estão em constante interacção. Ambos constituem um ecossistema, o qual pode ser definido como o conjunto formado por uma associação ou comunidade de seres vivos (biocenose) e o seu ambiente geológico, edáfico (relativo aos solos que é habitat natural dos vegetais), hidrológico, climático, etc. Os limites espaciais e temporais de uma biocenose são os das populações homogéneas que elas descrevem. Uma modificação da população corresponde a uma modificação da biocenose, observada sobre um intervalo de tempo suficiente. De maneira convencional, uma biocenose pode ser dividida em : (i) Fitocenose, que agrupa as espécies vegetais e (ii) Zoocenose, que agrupa as espécies animais. No caso das terras cultivadas, fala-se, por vezes de agrobiocenos para designar a biocenose.

Bioclasto.........................................................................................................................................................................................................................................................................Bioclast

Bioclaste / Bioclasto / Bioclast / 生物碎屑 / Биокласт / Bioclaste

Secreção de calcite e aragonite das plantas e animais de todos os tipos, excluindo os restos fósseis não-carbonatados. Diferentes organismos produzem diferentes esqueletos com diferentes estruturas. Cada tipo de organismo tem características, que permitem uma identificação, relativamente, fácil nas lâminas delgadas.

Ver: " Sedimento "
&
" Fóssil "
&
" Calcite "

Como ilustrado nesta figura, os foraminíferos são, talvez, os organismos que se encontram com mais frequência nos bioclastos das rochas sedimentares carbonatadas, quando o mecanismo principal de deposição é gravitacional. Isto é muito interessante, uma vez que os foraminíferos são, extremamente, úteis na estratigrafia sequencial. Os foraminíferos, em certas condições, permitem a datação dos ciclos estratigráficos, uma vez que eles que eles têm uma distribuição geológica desde o Câmbrico até ao Presente. As primeiras formas de foraminíferos, que aparecem nos registos estratigráficos, correspondem a simples tubos orgânicos aglutinados. Os foraminíferos com carapaças resistentes começam a aparecer no Devónico, período geológico durante o qual os fusulinídeos começaram a desenvolver-se, atingindo o máximo de desenvolvimento no Carbonífero e Pérmico, antes de desaparecerem, completamente, no fim do Paleozóico. Os primeiros miliolídeos aparecem no Cretácico Inicial. Depois, no Mesozóico, apareceram os rotalinídeos e, no Jurássico, os textularinídeos. As primeiras formas eram todas bentónicas (encontradas no fundo do mar, lago ou outro qualquer corpo de água, independentemente da profundidade). As formas planctónicas, que derivam nas zonas pelágicas dos oceanos ou em corpos de água doce, começaram a aparecer nos registos fósseis a partir Jurássico Médio, em particular na margem norte do Mar de Tétis e bacias epicontinentais da Europa. As condições geológicas de nível alto (do mar) e as altas temperaturas (efeito de estufa ?), que reinaram no Cretácico, contribuíram para a diversificação dos foraminíferos planctónicos, mas também para a grande extinção, que ocorreu no fim do Cretácico e na qual muitas formas planctónicas desapareceram. Uma rápida explosão dos foraminíferos ocorreu no Paleocénico com aparecimento de globigerinas e globorotalias planctónicas e no Eocénico com as numulites, soritides e orbitoides.

Biocron.............................................................................................................................................................................................................................................................................Biochron

Biochron / Biocron / Biochron / Biochron (时间长) / Биохрон / Biochron

Tempo total representado por uma biozona ou zona biostratigráfica (intervalo formado por um conjunto de estratos definido na base dos seus fósseis característicos). Um biocron é designado segundo as características dos fósseis, isto é, da taxa, que caracteriza o intervalo de tempo. A biocronologia é a ciência que trata da datação relativa dos intervalos sedimentares a partir dos fósseis que eles contêm.

Ver: " Biozona "
&
" Biostratigrafia "
&
" Cronostratigrafia "

Nesta escala de tempo geológico, baseada nos mamíferos da América do Norte, as colunas Época e Polaridade correspondem aos cronos das épocas globais marinhas e polaridade magnética (Berggren et al., 1995). Os números dos cronos que estão indicados ao lado da coluna da polaridade. “1987,” “1995,” e “Revisada” correspondem às escalas tempo de Woodburne (1987) e Woodburne and Swisher (1995). Os limites equivalentes estão indicados pelas linhas tracejadas. Os nomes completos dos biocronos dos mamíferos são dados na publicação original. As flechas indicam as idades estimadas, usadas como pontos de interpolação na calibração dos dados. Não esqueça que o táxon (singular de taxa) ou unidade taxonómica é o nome que designa um organismo ou um grupo de organismos. Assim, na nomenclatura biológica proposta por Lineu (século XVII), a um táxon é atribuído uma ordem taxonómica e pode ser colocado num nível particular da hierarquia sistemática reflectindo as relações evolucionárias. Uma distinção importante deve ser feita entre (i) taxa-taxonomia (a ciência que se ocupa da classificação dos seres vivos, utilizando um sistema uniforme que exprime, da forma mais ou menos fiel, o grau de semelhança entre eles) e (ii) classificação-sistemática. A primeira refere-se aos nomes biológicos e às regras de denominação, enquanto que a segunda se refere à posição na ordem da taxa de acordo com as relações (filogenéticas) evolucionárias presuntivas. Como os dados biostratigráficos são, muitas vezes, complicados devido ao facto, que a distribuição e variação das espécies é altamente conflituosa de um lugar para outro, certos geocientistas utilizam softwares, como o BioGraph do Prof. Jean Guex da Universidade de Lausanne, o qual optimiza as coexistências virtuais das espécies e produz cartas de distribuição, nas quais as relações estratigráficas conflituais são expressas como co-ocorrências virtuais.

Biocronologia..............................................................................................................................................................................................................................Biochronology

Biochronologie / Biocronología / Biochronologie / Biochronology (生物事件的时序) / Биохронология / Biocronologia

Datação dos eventos biológicos a partir da biostratigrafia (ramo da estratigrafia que utiliza os fósseis para correlacionar as camadas sedimentares) e paleontologia (estudo da vida pré-histórica, assim como evolução dos organismos e interacção com os ambientes).

Ver: "Estratigrafia"
&
"Paleontologia"
&
"Fóssil Guia"

Nesta figura está reconstituída a biocronologia do Miocénico Médio - Pliocénico Inicial, feita a partir da evolução das vieiras, isto é entre a Chesapecten nefrens (Miocénico Médio) e a Chesapecten septenarius (Pliocénico Inicial). O problema entre a biocronologia e os limites biocrons foi analisado recentemente por M.R. Palombo e R. Sardella (2006), utilizando as faunas dos grandes mamíferos do Pleistocénico de Itália. Os resultados deste estudo foram resumidos assim: A reconstrução da biostratigrafia do Neogénico-Quaternário em ambientes continentais e o reconhecimento dos limites entre os sucessivos complexos da fauna dos mamíferos é um exercícios muito difícil. A definição e aplicação da biocronologia tem sido, muitas vezes, manchada por referências e inferências a partir de biostratigrafia. Na verdade, as descontinuidades no registo sedimentar continental, as condições ambientais, os defeitos tafonómicos (tafonomia é o estudo dos processos pós-morte dos animais) e da amostragem são responsáveis pelo facto de que a ordem estratigráfica dos restos das pequena e grandes ocorrências de fósseis (datum estratigráfico) não reflecte, necessariamente, a ordem temporal da verdadeira primeira e última aparições de taxa (paleobiológicos eventos) no tempo. O aparecimento do primeiro / último bio-evento (gravados nas pequenas / grandes ocorrências de restos fósseis nos níveis fossilíferos de diferentes sucessões estratigráficas continentais) têm sido a principal base para o estabelecimento dos contextos biocronológicos continentais da faunas dos mamíferos. Portanto, do ponto de vista teórico, "os limites" devem ser definidos pelos mais velhos e/ou jovens "eventos históricos" de um ou mais taxa. Utilizando exemplos das faunas (mamíferos) encontradas na Itália, e em particular, as da transição do Vilefranquiano ao Galeriano e do Galério para a Terra-Aureliano, os autores, a partir dos resultados obtidos sublinharam, de novo, a dificuldade de definir um esquema estável, que pode ser aplicado como base de correlação pela da comunidade científica internacional.

Bioerma...........................................................................................................................................................................................................................................................................Bioherm

Bioherme / Bioherma / Bioherm / Bioherm (由海洋沉积生物体的构造) / Биогерм / Bioerma, Tumulo organico

Estrutura monticular construída in situ pelo crescimento de esqueletos segregados por organismos fixos, isto é, organismos unidos ao solo sem caule ou pedúnculo. Massa rochosa lenticular construída por organismos construtores,encaixada em sedimentos de natureza diferente.

Ver: " Recife "
&
" Produção Orgânica (carbonatos) "
&
" Cortejo Transgressivo "

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore da Indonésia (perto das águas territoriais da Malásia), estruturas montículares, provavelmente, bioermas são bem visíveis no topo da bacia interna ao arco. Tendo em conta o contexto geológico global desta área, a qual está localizada dentro da megassutura Meso-Cenozóica, nas linhas sísmicas podem reconhecer-se três tipos de bacias sedimentares. Assim, utilizando a classificação proposta por Bally e Snelson (1980), de baixo para cima, reconhece-se: (i) Soco ou um Substrato, que é constituído por uma antiga cadeia de montanhas paleozóica ; (ii) Bacia Interna ao Arco, na qual se distinguem os demi-grabens da fase de rifting (subsidência diferencial) e os sedimentos cratónicos da fase de abatimento (ou subsidência) térmico e (iii) Margem Divergente do tipo não-Atlântico, isto é, uma margem divergente formada num contexto, globalmente, compressivo em consequência da ruptura da litosfera, atrás do arco, e à subsequente abertura de um mar marginal. A fase de rifting da bacia interna ao arco reconhece-se, facilmente, pelo espessamento dos sedimentos contra as falhas normais, ao longo das quais a região interna ao arco vulcânico se alargou, quer isto dizer, que a subsidência era diferencial. A fase de abatimento térmico, reconhece-se por uma configuração paralela dos reflectores, enquanto que a margem divergente (do tipo não-Atlântico) se reconhece pela configuração progradante dos reflectores. Os bioermas desenvolveram-se na fase de abatimento térmico da bacia interna ao arco durante um episódio transgressivo, no qual o aumento de acomodação (espaço disponível para os sedimentos) foi induzido pela subida relativa do nível do mar. A taxa da subida relativa do nível do mar permitiu o crescimento dos organismos carbonatados, o que quer dizer, que a profundidade de água se manteve, mais ou menos, constante. Estas anomalias sedimentares que estão fossilizadas pelos biséis de progradação dos sedimentos sobrejacentes da margem divergente (não-Atlântica) são excelentes rochas-reservatório. Infelizmente, elas estão saturadas, principalmente, por CO2 (68%). Contudo, as reservas totais (CO2 + CH4) são da ordem de 150 Tcf.


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Ultima actualização : Janeiro, 2015