Amplitude (reflexão sísmica)...................................................................................................................................................................................................................Amplitude

Amplitude (réflexion sismique) / Amplitud (reflexión sísmica) / Amplitude (reflexionsseismischen) / 地震反射的幅度 / Амплитуда (сейсмическое отражение) / Ampiezza (riflessione sismica)

Metade da altura de onda, medida perpendicularmente ao traço sísmico entre duas cavas (depressõe adjacentes (para os sistemas assimétricos e não periódicos).

Ver: " Reflexão Lateral "
&
" Reflexão Negativa "
&

" Reflexão Positiva "

Quando uma onda sísmica chega à superfície da Terra, a amplitude do sinal diminui, rapidamente, com o tempo. O valor da amplitude das ondas sísmicas pode situar-se num intervalo com limites de 1 milhão (ou mais) para 1. Neste contexto, os valores situados no intervalo 1 mm - 1 km, embora percepcionados a olho nu, são impossíveis de registar de modo funcional. Ao contrário, valores de amplitude situados num intervalo de 10 para 1 (0,1 mm - 1 mm), que não são detectados pela nossa vista, são, normalmente, representados nas linhas sísmicas, por processos automáticos (função dos dados) ou mudanças, meramente, funcionais. Como ilustrado nesta figura, segundo a convenção de polaridade proposta pela Sociedade Europeia de Geofísica (SEG en inglês), para um coeficiente de reflexão positivo (interface definida por uma impedância acústica baixa sobre uma alta), a polaridade é expressa por uma deflexão para a direita da linha de base (colorida em preto) e para a esquerda (colorida em branco) para uma polaridade negativa. O coeficiente de reflexão pode medir-se pela relação entre a amplitude da onda reflectida e a amplitude da onda incidente. A impedância acústica de um determinado intervalo, como, por exemplo, a de uma camada de arenito, é o produto da velocidade acústica (velocidade de trajecto das ondas acústicas através do arenito) e da densidade da rocha. Por outro lado, a velocidade acústica das ondas depende da composição (constantes elásticas e da densidade). Teoricamente, quando dois intervalos sedimentares, com o mesmo comportamento estrutural e a mesma impedância acústica, se sobrepõem não há reflexão sísmica associada com a interface definida pelos dois intervalos. Da mesma maneira, não há uma única reflexão sísmica contínua associada a uma discordância angular (superfície de erosão, induzida por uma descida relativa do nível do mar significativa, reforçada ou não pela tectónica) visto que o coeficiente de reflexão varia lateralmente. Por outras palavras, para seguir ou picar uma discordância numa linha sísmica, o geocientista tem que saltar de uma crista para uma cava ou o contrário, uma vez que o coeficiente de reflexão muda lateralmente ao longo da discordância.

Anaeróbico (ambiente)................................................................................................................................................................................................................................Anaerobic

Anaéróbie (milieu) / Anaeróbico (ambiente) / Anaerobisch / 厌氧 / Анаэробный (не содержащий атмосферного кислорода) / Anaerobica

Ambiente caracterizado por uma ausência de oxigénio. O termo anaeróbico é sobretudo utilizado para denominar um sistema aquático sem oxigénio dissolvido (0% de saturação). Um ambiente anaeróbico pode ser natural ou antropogénico (resultante da influência dos seres humanos). O contrário de um ambiente anaeróbico, por vezes denominado redutor ou anóxico, é um ambiente aeróbico (rico em oxigénio).

Ver: " Rocha-mãe "
&
" Criptozóico "
&
" Ambiente Sedimentar "

Nesta figura, dois ambientes aquáticos, com saturações em oxigénio dissolvido diferentes e com um nível letal, entre eles, são, facilmente, reconhecidos. A existência de ambientes anaeróbicos, debaixo de ambientes aeróbicos, favorece e permite a formação de intervalos sedimentares ricos em matéria orgânica, o que é a condição sina qua non para a formação de rochas-mãe potenciais. Estas condições ambientais são muito frequentes em corpos de água, mais ou menos fechados, e em determinadas plataformas continentais, sobretudo quando elas são invadidas por correntes ascendentes. Neste tipo de plataformas, a invasão de correntes ascendentes frias (ricas em oxigénio e nutrientes) permite um grande desenvolvimento da fauna e flora na zona fótica, sobretudo na parte distal da plataforma, em condições regressivas. Quanto mais fria é uma corrente ascendente, mais rica ela é em oxigénio e em nutrientes, o que favorece a cadeia alimentar: (i) Fitoplâncton ☛ (ii) Zooplâncton ☛ (iii) Zooplâncton predador ☛ (iv) Animais com alimentação por filtragem (e.g., esponjas, baleias, etc.) ☛ (v) Peixes e Animais predadores ☛ (vi) Homem. Existem cinco grandes correntes ascendentes no mundo: (a) Corrente das Canárias ; (b) Corrente de Benguela ; (c) Corrente da Califórnia ; (d) Corrente de Humboldt (Peru e Chile) e (e) Corrente da Somália. Uma taxa de sedimentação pequena se forma na parte distal das plataformas continentais durante as subidas relativas do nível do mar em aceleração, isto é, durante o depósito dos cortejos sedimentares transgressivos. Uma grande explosão da fauna e flora consome muito oxigénio, o que, pouco a pouco, empobrece a parte inferior da coluna de água em oxigénio tornando-a anaeróbica. A formação de uma zona anaeróbica inferior permite a preservação da matéria orgânica morta que se deposita no fundo do mar, ante que ela seja fossilizada pelo depósito dos sistemas regressivos.

Análise de Fácies Sísmicas................................................................................................................................................Seismic Facies Analysis

Analyse des faciès sismiques / Análisis de facies sísmicas / Seismische Faziesanalyse / 地震相分析 / Сейсмофациальный анализ / Analisi di facies sismiche

Descrição, quantificação (quando possível) e interpretação dos diferentes parâmetros sísmicos e estratigráficos, como, por exemplo, a configuração interna, continuidade, amplitude e frequência dos reflectores, velocidade de intervalo, discordâncias, identificação dos ciclos estratigráficos (ciclos-sequência, se possível), ambientes sedimentares, etc.

Ver: " Ciclo Estratigráfico "
&
" Ciclo Sequência "
&
" Linha Sísmica "

Nesta figura está ilustrado um exemplo de uma análise de parâmetros sísmicos e estratigráficos de um conjunto de linhas sísmicas do offshore profundo (lâmina de água >200 metros) de Angola, nas quais três ciclos-sequência (ciclos estratigráficos) com um determinado potencial petrolífero, foram reconhecidos. Não esqueça, que um ciclo-sequência é induzido por um ciclo eustático de 3a ordem, o qual é caracterizado por ter um tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My. Por outro lado, note que nesta análise: (i) HC simboliza hidrocarbonetos ; (ii) C significa concordante ; (iii) BA significa bisel de agradação ; (iv) P significa paralelo ; (v) BP quer dizer bisel de progradação ; (vi) BS bisel somital e (vii) O quer dizer oblíquo (configuração). Como se pode constatar, a amplitude, frequência e continuidade dos reflectores, assim como, as indicações directas de presença de hidrocarbonetos foram tomadas em linha de conta. Os ambientes de deposição, as litologias (fácies) dos diferentes pacotes sedimentares e o potencial petrolífero foram preditos pelas tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas em ciclos-sequência (análise sequencial). Evidentemente, que este tipo de interpretação não é definitivo e tem que ser testado com novos dados. Isto quer dizer, que um geocientista deve sempre tentar de provar que a sua interpretação está errada e não fazer do verificacionismo. Na realidade, desde que uma tentativa de interpretação geológica é proposta, o geocientista têm, muitas vezes, a tendência a procurar, unicamente, os dados de observação que validam a sua interpretação, filtrando ou esquecendo-se dos dados que a refutam. Como todo o geocientista sabe, não há interpretações verdadeiras (verídicas). A melhor interpretação é aquela que resiste melhor aos testes de refutação, como foi sugerido, desde há muitos anos, por K. Popper (1959). Neste contexto, validação, refutação e corroboração não são sinónimos. Uma hipótese geológica nunca pode ser verificada. Certos dados podem a refutar, outros  odem a validar outros a corroborar.

Análise de Fourier.........................................................................................................................................................................................................Fourier analysis

Analyse de Fourier / Análisis de Fourier / Fourier-Analyse / 傅立叶分析 / анализ Фурье / Analisi di Fourier

Transformação de funções complexas pela soma de funções trigonométricas simples. Uma transformação de Fourier é o processo de decomposição de uma determinada função em funções básicas. Este processo cria uma outra função que descreve o quanto cada função básica é fundamental na função original. No processamento dos sinais sísmicos, a análise de Fourier isola os componentes das frentes de onda complexas concentrando-as para facilitar a sua detecção e / ou remoção.

Ver: " Linha Sísmica "
&
" Onda "
&
" Sísmica de Reflexão "

A análise, ou as séries, de Fourier baseia-se no principio de interferência, isto é, a combinação de duas ou mais ondas forma uma onda compósita (resultante). Não esqueça que existem dois tipos de interferência: (i) Interferência construtiva e (ii) Interferência destrutiva, uma vez que a interferência de ondas obedece ao princípio da sobreposição, que diz que os deslocamentos de duas ou mais ondas, que interferem, podem ser adicionados algebricamente, para produzir a onda resultante. A análise de Fourier aplica-se ao estudo das formas complexas, como a deformação da superfície da Terra por um terramoto, a forma da órbita de um cometa, sujeito a acção gravitária de vários planetas ou o fluxo de calor através de uma placa isolante, etc. Fourier mostrou que tais formas (como a curva superior ilustrada nesta figura) podem ser representadas pela soma de simples ondas e que as equações que descrevem as ondas simples podem ser adicionadas para solucionar as formas complexas. No exemplo ilustrado acima, isto quer dizer, que a curva 1 pode ser representada pela soma das curvas a, b e c, e que as soluções de cada uma destas curvas simples podem ser adicionadas para resolver a curva 1. Matematicamente, as séries ou a análise de Fourier é a maneira de exprimir uma função como a soma do senos e cosenos harmónicos (a análise de Fourier era conhecida como análise harmónica). Por outras palavras, as séries de Fourier correspondem ao desenvolvimento de uma função periódica {f(x)} em termos de uma soma infinita de senos e cosenos, utilizando as relações ortogonais entre estas duas funções. Até ao advento dos computadores a análise de Fourier (séries) era, e de longe, a melhor arma do arsenal científico para resolver a complexidade da natureza. Na realidade, todas as grandes descobertas científicas do século XIX basearam-se em técnicas que foram iniciadas por Fourier.

Análise Geistórica (curva de subsidência)........................................................................................................................................Geohistory Analysis

Analyse géohistorique / Análisis geohistórico / Geohistorie Analyse / 地史分析 / Геоисторический анализ (кривая оседания) / Analisi geostorico

Resumo quantitativo das taxas de subsidência, deposição e levantamento de uma bacia sedimentar, assim como o estudo das taxas de arrefecimento e subsidência das dorsais oceânicas, calculadas nas bacias sedimentares e, particularmente, nas margens divergentes e convergentes.

Ver: " Subsidência "
&
" Subsidência Tectónica "
&

" Subsidência Total "

Na análise da geistória de uma bacia sedimentar, quando as taxas de deposição e subsidência são calculadas, é possível prever (não confunda com predizer que é um termo utilizado pelos os astrólogos e novos ecologistas) quando a matéria orgânica das rochas-mãe potenciais (se existirem na bacia) atingem a maturação. Os intervalos de erosão ou de sem deposição sugerem que uma diagénese produz uma porosidade secundária ou o seu desaparecimento. Um levantamento geológico, em geral induzido por um regime tectónico compressivo, reactiva a evolução da curva de subsidência, a maturação da matéria orgânica e facilita a formação de armadilhas, assim como a migração dos saturantes, que preenchem a porosidade das rochas (água, gás ou petróleo). Nesta figura, está representada a análise da geistória de uma bacia de antepaís onde foi perfurado um poço de pesquiza para hidrocarbonetos. No corte geológico reconhecem facilmente: (i) A infra-estrutura (soco) ; (ii) A antiga margem divergente (localmente sem bacias de tipo-rifte) ; (iii) A bacia de ante-país e (iv) Uma cadeia de montanhas. Note, que a discordância (superfície de erosão induzida por uma descida relativa do nível do mar) da base da antefossa (bacia de antepaís) marca a mudança de uma subsidência térmica regional (margem divergente) para uma subsidência por flexura criada pela sobrecarga dos cavalgamentos da cadeia de montanhas. A análise da geistória desta margem continental activa (ou convergente) sugere, fortemente, não só o início da bacia de antepaís, mas também o levantamento induzido por regime tectónico (σ1 horizontal e σ2 vertical), na qual vários hiatos de deposição, existem, principalmente, entre: (i) 59 e 46 Ma ; (ii) 38 e 18 Ma e (iii) 2 e 13 Ma (milhões de anos atrás). No que diz respeito ao levantamento durante o primeiro hiato, duas interpretações alternativas são possíveis: (A) Levantamento instantâneo  ; (B) Levantamento contínuo. As linhas batimétricas (a tracejado e à direita da análise da geistória) indicam uma possibilidade daquilo que pode ter acontecido durante as épocas não representadas devido aos hiatos tardios.

Análise Geistória (exemplo)..........................................................................................................................................................................Geohistory Analysis

Analyse géohistorique / Análisis geohistórico / Geohistorie Analyse / 地史分析 / Геоисторический анализ (пример) / Analisi geostorico

Resumo quantitativo das taxas de subsidência, deposição e levantamento de uma bacia sedimentar, assim como o estudo das taxas de arrefecimento e subsidência das dorsais oceânicas, calculadas nas bacias sedimentares e, particularmente, nas margens divergentes e convergentes.

Ver: " Subsidência "
&
" Subsidência Tectónica "
&
" Subsidência Total "

Neste poço hipotético, os marcadores de referência são os fósseis encontrados nos detritos de perfuração e testemunhos, assim como, os picos dos registos eléctricos ou qualquer outro horizonte sedimentar com um valor cronostratigráfico. A espessura e a velocidade de acumulação dos sedimentos foram calculadas para cada unidade sedimentar. Os triângulos (vermelhos) são estimativas da profundidade de água de deposição. A idade no fundo do poço e as discordâncias foram determinadas por extrapolação das velocidades de sedimentação. A paleobatimetria (profundidade de água de deposição) é representada pelos triângulos. A espessura cumulativa, para cada nível, está ilustrada pelos círculos negros e alaranjados. As linhas tracejadas, que ligam os círculos, representam a espessura actual e as linhas contínuas representam as espessuras restauradas. A inclinação das linhas dá a velocidade da subsidência não corrigida (uRs) e a velocidade da subsidência corrigida (Rs). A história da subsidência de uma unidade (com correcção da compactação) pode ser apresentada como indicado pela área riscada, como, por exemplo, a do intervalo E. A redução vertical é devida à compactação. Como as flutuações do nível do mar (variações relativas do nível do mar) afectam a paleobatimetria, a curva global das mudanças aparentes dos biséis de agradação é a parte horizontal do eixo no topo do diagrama. Numa análise da geistória de uma bacia, quando as taxas de deposição e subsidência são calculadas, é possível prever em que altura a matéria orgânica das rochas-mãe potenciais atingiu a maturação, quer isto dizer, quando elas geraram hidrocarbonetos (petróleo ou gás). Os intervalos de erosão ou de sem-deposição, determinam quando a diagénese produziu uma porosidade secundária num determinado intervalo ou quando esta desapareceu, por erosão, de uma parte dos registos sedimentares. Um levantamento geológico (encurtamento) reactiva não só evolução da curva de subsidência, mas também a maturação da matéria orgânica, formação de armadilhas (estruturais) e migração dos hidrocarbonetos.

Anastomosado (rio)..............................................................................................................................................................................................................................Braided

En-Tresses / Entrecruzado / Verwildert / 编织 / Многорусловая (разветвлённая) река / Anastomizzantisi

Rio ou curso de água formado por uma rede de pequenos canais separados por pequenas barras de areia temporárias. Os braços dos rios anastomosados ou entrançados têm uma profundidade relativamente pequena e ocorrem quando a corrente tem uma forte inclinação e uma grande carga sedimentar. Este tipo de corrente é frequente nos ambientes aluviais a montante da linha de baía.

Ver: « Rio »
&
« Ambiente de Deposição »
&
« Carga de Corrente »

Como ilustrado nesta figura, os rios anastomosados ou entrelaçados, como dizem certos geocientistas, ocorrem a montante da linha de baía, a qual corresponde à ruptura de inclinação de uma linha cronostratigráfica que delimita os depósitos costriros (a jusante) e os depósitos fluviais (a montante). Na realidade, ao longo de uma linha cronostratigráfica, que, por definição, sublinha uma superfície de deposição, existem várias rupturas de inclinação. Assim, de montante para jusante, elas são: (i) Ruptura la linha de baía ; (ii) Ruptura costeira ; (iii) Ruptura deltaica ; (iv) Ruptura continental e (v) Ruptura da planície abissal. A primeira ruptura limita os depósitos fluviais, nos quais a influência das variações relativas do mar é, praticamente, inexistente, dos depósitos aluviais, os quais parcialmente são influenciados pelas variações relativas do nível do mar. A ruptura costeira corresponde, mais ou menos, a linha da costa e assim, pode dizer-se que ela separa os depósitos marinhos dos não-marinhos. A ruptura deltaica corresponde, mais ou menos, ao limite entre os sedimentos de frente do delta e os argilitos do prodelta (não diga argilas do prodelta uma vez que argila, em português, corresponde a uma granulometria e não a uma rocha). A ruptura continental, correspondem a ruptura da plataforma, quando a bacia tem uma plataforma, ou a ruptura da planície costeira quando a bacia não tem plataforma continental (condições geológicas de nível baixo do mar) e marca a passagem dos depósitos de água pouco profunda a depósito profundos. A ruptura abissal marca o início da planície abissal. É a partir desta ruptura que se depositam os cones submarinos profundos (de bacia e de talude).

Andar (geológico)...................................................................................................................................................................................................................................................................Stage

Étage (géologique) / Estadío (geológico) / Stufe (Geologie) / 第一阶段(地质) / Геологический ярус (горизонт) / Stage (geologia)

Intervalo cronostratigráfico intercalado entre uma “série” e um “subandar” e que é caracterizado quer por uma sucessão de zonas biostratigráficas (consideradas como depósitos cronostratigráficos) quer pelas rochas depositadas durante o tempo geológico respectivo (Bates, R. L. and Jackson, J. A., 1980).

Ver: « Escala do Tempo (geológico) »
&
« Tempo Geológico »
&
« Tempo Relativo »

O andar é o equivalente cronostratigráfico (conjunto de rochas) de uma idade, a qual é uma unidade geocronológica (tempo). Esta diferenciação é muito importante, mas ela é, muitas vezes, esquecidas por muitos geocientistas que continuam a utilizar termos, completamente, diferentes como sinónimos. Em certas cartas geológica oficiais, pode constatar-se, por exemplo, que os termos Cretácico Superior e Cretácico Tardio são utilizados como sinónimos, quando na realidade eles designam coisas, completamente, diferentes. O Cretácico Superior refere-se às rochas que se depositaram durante o Cretácico Tardio, o qual é um intervalo tempo. Ademais, o período de tempo geológico do Cretácico Tardio não corresponde à soma do tempo de deposição das rochas do Cretácico Superior. O tempo efectivo de deposição das rochas de uma unidade cronostratigráfica é sempre muito mais pequeno do que o tempo da unidade geocronológica. Isto quer dizer, que durante a maior parte do tempo geológico nada se passa. Imagine um andar (intervalo cronostratigráfico, isto é, um conjunto de rochas) limitado por duas discordâncias (superfícies de erosão induzidas por descidas relativas do nível do mar significativas), de idade 10,5 Ma, para a discordância inferior, e 8,2 Ma, para discordância superior, e que os sistema de deposição que o formam são cones submarinos de bacia. O intervalo geocronológico é de 2,3 My e, em termos de estratigrafia sequencial, ele corresponde a um ciclo estratigráfico induzido por um ciclo eustático de 3a ordem (tempo de duração entre 0,5 e 3-5 My) chamado ciclo-sequência. Contudo, a soma dos tempos de deposição efectiva desse intervalo cronostratigráfico correspondem talvez a menos de 100 ky. Na realidade, o tempo de deposição de cada corrente turbidítica é, geologicamente, instantâneo, enquanto que o tempo entre cada corrente pode ser superior a 1000 anos e que durante todo esse tempo, praticamente, nada se passa ao ponto de vista estratigráfico, o que quer dizer que não há deposição.

Andes.................................................................................................................................................................................................................................................................................................Andes

Andes / Andes / Anden / 安第斯山脉 / Анды / Andes /

A mais longa cadeia de montanhas continentais, a qual, contudo, quando comparada à dorsal Atlântica média (a mais longa cadeia de montanhas da Terra) é relativamente pequena. Os Andes formam uma cadeia de montanhas continua ao longo da parte Oeste da América do Sul. Os Andes têm mais de 7000 km de comprimento e, em certas partes, 500 km de largura (entre 18° to 20°S de latitude). A altitude média dos Andes é cerca de 4000 metros.

Ver: " Colisão Continental "
&
" Subducção do tipo-B (Benioff)"
&
" Pangeia "

Nesta figura pode ver-se um dos mais conhecido picos dos Andes, isto é, o Machu Pichus, assim como os vestígios da antiga cidade Inca de Cuzco e o célebre caminho dos Incas. Geologicamente, os Andes fazem parte da megasutura Meso-Cenozóica dentro da qual se localizam as bacias sedimentares epissuturais, enquanto que as bacias perissuturais (antearco e outras) são adjacentes à megassutura. Esta cadeia de montanhas está associada a uma zona de subducção do tipo B (Benioff), na qual a placa litosférica do Pacífico (crusta oceânica) mergulha debaixo da placa litosférica da América do Sul (crusta continental). A subducção da placa oceânica induz um arco vulcânico, mais ou menos, contínuo, que se pode seguir desde a Venezuela até a Terra de Magalhães. Contudo, como ilustrado na carta da direita, a distância entre a fossa oceânica e o arco vulcânico varia de maneira significativa entre a parte Norte e Sul (a flecha do meio indica, mais ou menos, a área de mudança). Na parte Central e Sul, a distância entre a fossa oceânica e o arco vulcânico é maior que ao Norte, o que certos geocientistas explicam como a consequência directa da diminuição do ângulo de subducção. Na realidade, é bem conhecido, que quanto maior for o ângulo de subducção, mais rapidamente, quer isto dizer, mais próximo da fossa oceânica, as rochas que formam a placa descendente são digeridas pela astenosfera e transformadas em magma. A ascensão vertical do magma, assim formado, cria na superfície da Terra um arco vulcânico não muito afastado da fossa oceânica, como é o caso na parte norte da América do Sul. A subducção do tipo A, que borda os Andes a Este, e na qual a placa litosférica continental mergulha sob os Andes, contribui, fortemente, ao encurtamento (dobras, falhas inversas e inversões tectónicas) das rochas que formam os Andes. Contudo, o mecanismo destas duas zonas de subducção (Benioff ou tipo-B e Ampferer ou tipo-A) é muito diferente.

Anemómetro.............................................................................................................................................................................................................................................Anemometer

Anémomètre / Anemómetro / Anemometer, Windgeschwindigkeitsmesser / 风速表 / Анемометр / Anemometro

Aparelho que mede a velocidade do vento. Existem dois tipos de anemómetros: (i) Os que medem directamente a velocidade do vento e (ii) Os que medem também a pressão do vento.

Ver: " Atmosfera "
&
" Varrido "
&
" Duna "

Os anemómetros em xícara, como o ilustrado da figura da esquerda, são o tipo de anemómetro mais comum. Este tipo, que contrasta com eléctricos mais recentes (figura da direita), indica a velocidade do vento pela taxa à qual o vento faz rodar as xícaras, colocadas em braços horizontais, em torno do eixo vertical. Alguns destes anemómetros estão acoplados a barómetros aneróides que medem a pressão atmosférica. A determinação da amplitude, velocidade e direcção do vento é importante na meteorologia, mas também na geologia, uma vez que o vento é um agente da erosão. Não esqueça que é um sistema de ventos que distribui o calor do Sol através da superfície terrestre. O vento tem uma energia cinética importante. A energia cinética do vento pode ser explorada por aéreo-geradores para produzir electricidade e trabalho. Nos Estados Unidos, pelo menos 20% da energia consumida no aquecimento dos batimentos, e nas regiões mais frias, o aquecimento é, normalmente, associado a uma energia eólica. Aéreo-geradores de electricidade combinados com captores de energia solar, podem reduzir o consumo de combustíveis fósseis. O vento é um factor importante da erosão. O primeiro efeito do vento é o joeiramento das pequenas partículas sedimentares. A erosão eólica é muito selectiva e pode transportar as partículas mais finas (argila, matéria orgânica, barro, etc.) a vários quilómetros de distância. A acumulação da matéria aluvial despojada pelo vento nas estepes périglaciares criou solos muito férteis (loess), que cobrem grandes áreas da Europa e América do Norte, onde se desenvolveu uma agricultura, altamente, produtiva. O vento é responsável pela formação das dunas (montículos, mais ou menos estéreis de areia) e do seu deslocamento, o qual pode produzir o enterramento de oásis e aglomerações. O vento produz a degradação das crostas sedimentares da superfície dos solos e o desgaste do substrato rochoso. Lâminas ou lençóis de areia, que se deslocam a alta velocidade, próximo da superfície terrestre (30-50 metros), podem degradar culturas, em particular de milho e algodão, em zonas semiáridas. Pode dizer-se que a erosão eólica reduz a capacidade de um solo de guardar nutrientes e água, tornando o ambiente muito seco.

Ângulo de Incidência......................................................................................................................................................................................Angle of Incidence

Angle d'incidence / Ángulo de incidencia / Einfallswinkel / 入射角 / Угол падения / Angolo di incidenza

Ângulo que um raio ou onda de energia (sísmica ou outra) faz com uma dada superfície. O ângulo de incidência é medido em relação à vertical da superfície. Um raio (ou onda) que incide numa direcção que não seja perpendicular à superfície é dividido num raio reflectido e num raio refractado.

Ver: " Ângulo de Reflexão "
&
" Ângulo de Refracção"
&
" Coeficiente de Reflexão "

Supondo dois intervalos sedimentares consecutivos (um sobre o outro) com velocidades v1 e v2 e densidades d1 e d2 diferentes, isto é, com impedâncias acústicas (vix di) diferentes, o coeficiente de reflexão da interface, definida por esses intervalos, é dado pelo quociente entre a diferença e a soma das impedâncias acústicas dos intervalos. Teoricamente, o coeficiente de reflexão é o responsável da reflexão sísmica entre dois intervalos sedimentares. Quando a impedância do intervalo superior é maior do que a impedância do intervalo inferior, a reflexão associada é positiva (segundo a convenção de polaridade proposta pela Sociedade Europeia de Geofísica). Ela é representada, numa linha sísmica, por uma deflexão (colorida a preto) para a direita da linha de base do traço sísmico. Quando a impedância acústica do intervalo superior é mais pequena do que a do intervalo inferior, a reflexão é considerada negativa. Contudo, todos os geocientistas constaram, muitas vezes, a presença de magnificas reflexões sísmicas entre intervalos com a impedâncias acústicas iguais. Este facto, parece ser, regularmente, observado quando as diagrafias eléctricas dos intervalos que caracterizam a interface não mostram variações importantes, excepto na diagrafia da inclinação. Em outros termos, muitas vezes, podem observar-se reflexões sísmicas induzidas por um comportamento estrutural diferente das superfícies cronostratigráficas, que compõem os intervalos que definem uma interface, quer ele seja associado a uma discordância reforçada pela tectónica (discordância angular) ou uma desarmonia tectónica criada pelo escoamento, parcial ou total, de um intervalo móvel (sal ou argila). Ao longo de uma discordância reforçada pela tectónica (discordância angular), o coeficiente de reflexão varia lateralmente. Teoricamente, não pode haver uma única reflexão sísmica contínua associada a uma discordância, mas várias reflexões (função do contraste de impedância). Isto quer dizer, que o interprete é obrigado a saltar das cristas para as vagas dos traços, ou vice versa, para ter uma ideia da geometria da discordância.

Ângulo de Reflexão..............................................................................................................................................................................................Angle of Reflection

Angle de réflexion / Ángulo de reflexión / Reflexionswinkel /反射角 / Угол отражения / Angolo di riflessione

Ângulo que um raio de energia (sísmica ou outra) reflectido faz com uma superfície de reflexão. O ângulo de reflexão é medido em relação à perpendicular da superfície reflectora. Um raio (ou onda) reflectido ou refractado resulta da divisão de um raio que incidiu não perpendicularmente à superfície.

Ver: " Ângulo de Incidência "
&
" Ângulo de Refracção "
&
" Sísmica de Reflexão "

O comportamento do som, assim como o da luz, é fácil de prever. Se um raio de uma onda sonora pudesse ser observado ao aproximar de uma interface entre duas camadas sedimentares, mais ou menos, lisas e planas, constataria-se que o comportamento do raio da onda reflectida segue uma lei que se chama a lei da reflexão, a qual está ilustrada neste diagrama. O raio que se aproxima da interface, entre as duas camadas sedimentares, é chamado raio incidente. O raio da onda, que parte da interface sedimentar é o raio reflectido. A linha perpendicular à interface sedimentar, no ponto em que o raio incidente atinge a interface, chama-se a linha normal. Esta linha divide o ângulo entre o raio incidente e o raio normal em dois ângulos iguais. Como ilustrado acima, o ângulo entre o raio incidente e a linha normal chama-se ângulo de incidência. A lei da reflexão ilustrada nesta figura estipula, que quando uma onda parte da interface sedimentar, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão. Supondo que a velocidade de uma onda sonora se desloca na camada sedimentar superior (intervalo 1) à velocidade v1 e à velocidade v2 na camada inferior e que as camadas têm densidades de d1 e d2 pode dizer-se que a impedância acústica da camada superior é v1 x d1 e a da camada inferior é v2 x d2. As impedâncias acústicas permitem calcular, facilmente, o coeficiente de reflexão pela formula R= {(v2 x d2) - (v1 x d1)} / {(v2 x d2) + (v1 x d1)}. Note que o coeficiente de reflexão pode descreve, quer a amplitude (quantidade de mudança) ou a intensidade (medida, em tempo, do fluxo da onda) da onda reflectida relativamente à onda incidente. Um raio, quer ele seja incidente, reflectido ou refractado é uma construção mental que serve, unicamente, para para modelizar as ondas. Cada raio representa a propagação da frente de onda de um hipocentro (fonte). Por outro lado, como acontece nas ondas do mar, a velocidade da onda representa na realidade uma velocidade de fase, quer isto dizer, que o que se desloca não é a matéria (água, no caso das ondas do mar), mas sim as cristas e cavas da onda, isto é, a fase da superfície do mar.

Ângulo de Refracção....................................................................................................................................................................................Angle of Refraction

Angle de réfraction / Ángulo de refracción / Brechungswinkel折射角 / Угол преломления / Angolo di rifrazione /

Ângulo que um raio refractado de energia sísmica (ou de outro tipo) faz com superfície de refracção (interface sedimentar, por exemplo) depois de a ter atravessado. O ângulo de refracção é medido em relação à perpendicular da superfície. Os raios (ou ondas) refractados e reflectidos resultam da divisão dos raios incidentes (ou ondas) que não perpendicularmente à superfície.

Ver: " Ângulo de Incidência "
&
" Ângulo de Reflexão "
&
" Sísmica de Refracção "

A Lei de Snell diz que durante a refracção (neste exemplo, a luz), a relação entre os senos (perpendicular que vai de uma das extremidades de um arco ao raio que passa pela outra extremidade) dos ângulos de incidência (i1) e de refracção (i2) é constante e igual ao índice de refracção do meio refractário, neste caso a água. Cada material (meio), que a luz pode atravessar têm um índice de refracção absoluto (ou simplesmente índice de refracção), que é igual à velocidade da luz no espaço dividida pela velocidade da luz no material. Os termos utilizados no diagrama ilustrado acima podem resumir-se assim: (i) O raio de luz que viaja através do meio superior e que atinge a interface é chamado raio incidente ; (ii) O raio de luz no meio inferior, a partir da interface chama-se raio refractado ; (iii) A linha perpendicular à interface entre os dois meios e imaginada no ponto de refracção (linha tracejada) chama-se a normal ; (iv) O ângulo entre o raio incidente e a normal chama-se ângulo de incidência ; (v) O ângulo entre o raio refractado e a normal chama-se ângulo refractado. Em certas condições, o raio refractado aproxima-se da normal, o que quer dizer, que o ângulo de incidência é maior do que o ângulo de refracção. As situações em que um raio de luz refractada se afasta da normal tornam-se muito complicadas quando o ângulo de incidência aumenta. Isto implica, que a partir de um certo ângulo, o ângulo de refracção é maior do que 90°, o que impede que o raio entre no meio inferior da interface, isto é na água. O ângulo de incidência a partir do qual um raio de luz não entra no meio inferior (água) chama-se ângulo critico. Quando o raio incidente é perpendicular à interface, a direcção do raio refractado é a mesma que a do ângulo incidente. Quando os dois meios têm o mesmo índice de refracção a luz não se desvia visto que o ângulo incidente e o ângulo de refracção são iguais. Note, que a luz, por exemplo, propaga-se através do trajecto que lhe toma menos tempo e não em linha recta.

Ângulo de Repouso (ângulo de equilíbrio)...............................................................................................................................................Angle of Repose

Ângulo de repouso / Ángulo de equilibrio / Maximalböschung / 休止角 / Угол естественного откоса / Angolo di riposo

Ângulo máximo de declive (medido a partir da horizontal) segundo o qual um material, não consolidado, ficará em repouso quando adicionado a uma pilha de material semelhante.

Ver : " Turbidito "
&
" Talude "
&
" Talvegue "

Este modelo (meio bastante útil de fazer um pouco de luz de um mundo, muito imperfeitamente, conhecido), proposto por P. Bak (1947) para estudar os sistemas sedimentares, que se auto-organizam, quando em estado crítico, é, por vezes, utilizado para melhor compreender os sistemas de deposição turbidítica. Quando este montículo de areia está estável, o declive corresponde ao ângulo de repouso. Contudo, cada vez que se adicionam grãos, o equilíbrio do montículo é rompido, quer isto dizer, que se produzem desmoronamentos até que o ângulo de repouso seja de novo restabelecido. A teoria dos sistemas é, perfeitamente, explicada por este modelo. Por outras palavras, as características de um Todo (montículo) não se podem determinar pelo o estudo de cada grão de areia (Parte). Em outros termos, as características do montículo não correspondem a soma das características dos grãos ou, mais simplesmente, o montículo tem características, que não correspondem a soma das características dos grãos. Este facto é, muitas vezes, esquecido por certos geocientistas, particularmente, por aqueles que trabalham no campo, que se concentram demasiado na análise dos detalhes dos afloramentos e perdem, muitas vezes, a perspectiva regional e global. Com disse Bak, o estudo dos detalhes, neste exemplo, o estudo de cada um dos grãos de areia, é talvez muito interessante, podendo mesmo ser fascinante, mas nós (e particularmente os geocientistas) não apreendemos por detalhes, mas sim por generalidades. Neste aspecto, a estratigrafia sequencial ajudou muito os geocientistas das academias, uma vez, que ela parte do geral para o particular e não do particular para o geral. Isto explica, em parte, a razão pela qual a estratigrafia sequencial foi descoberta nas companhia petrolíferas, particularmente na Exxon, que dispunha de linhas sísmicas regionais (escala macroscópica) através de todos os tipos de bacias sedimentares, nas quais o contexto geológico regional é mais fácil de determinar do que a partir dos dados de campo (escala mesoscópica). Na grande maioria das teses de doutoramento em Geologia, anteriores aos anos 80, os estudos estratigráficos limitavam-se a uma simples descrição litológica dos afloramentos, o que é longe de ser a finalidade da estratigrafia. Actualmente, um tal tipo de análise estratigráfica é considerado obsoleto.

Ângulo do Talude (carbonatost & siliciclásticos).................................................................................................................................................Slope Angle

Ângulo do talude / Ángulo de talud / Böschungswinkel / 大陆坡角 / Угол наклона / Angolo della scarpata continentale

Inclinação das rupturas (ou quebras) das superfícies de deposição dos carbonatos ou dos siliciclásticos. Os deslocamentos (oara o mar ou para a terra) das rupturas de inclinação sublinham o deslocamento quer da linha da costa (progradações deltaicas), quer do rebordo continental (prgradações continentais). Por vezes, a linha da costa coincide com o rebordo continental (bacia sem plataforma). O ângulo do talude das progradações nos siliciclásticos é mais pequeno, que o ângulo do talude das progradações nos carbonatos, que neste último caso pode atingir valores entre 20° e 30°.

Ver: " Progradação "
&
" Bisel de Progradação "
&
" Recife "

Como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore Este dos EUA, a espessura da plataforma carbonatada de Wilmington (plataforma carbonatada do Cretácico-Jurássico) é, no flanco sul, superior a 2500 metros. A inclinação dos reflectores internos da plataforma sublinha a progradação do talude continental carbonatado, com tempo. Como se pode constatar nesta tentativa de interpretação, provavelmente, durante Cretácico Tardio, a plataforma carbonatada foi fossilizada por siliciclásticos que progradavam para o mar com um ângulo inferior ao ângulo do talude dos carbonatos. Esta fossilização pode ter-se feito da maneira seguinte: (i) A plataforma carbonatada foi submergida por uma subida relativa do nível do mar importante (em aceleração) durante o Cretácico Tardio ; (ii) Uma tal subida relativa do nível do mar obrigou os biséis de agradação costeiros a deslocarem-se dezenas de quilómetros para montante (noroeste) ; (iii) O deslocamento dos biséis de agradação costeiros para montante criou, na parte externa da plataforma, condições geológicas de bacia afamada, quer isto dizer, com uma taxa de sedimentação muito fraca ; (iv) Em seguida, globalmente, o nível do mar continuou a subir, mas em desaceleração, o que permitiu, de maneira mais ou menos contínua, a progradação da ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição (grosso modo a linha da costa) para o mar ; (v) A progradação dos siliciclásticos do Cretácico-Terciário reduziu, pouco a pouco, as dimensões da plataforma carbonatada até que a ruptura costeira da superfície de deposição ficou coincidente com o rebordo da bacia ; (vi) A partir desse momento, toda a plataforma carbonatada foi fossilizada e a bacia passou a não ter plataforma continental. Note, que se a subida relativa do nível do mar (em aceleração) for muito importante, ela pode afogar ou matar a plataforma carbonatada colocando-a debaixo da zona fótica.

Anomalia da Gravidade............................................................................................................................................................................Gravity Anomaly

Anomalie dea la gravité / Anomalía de gravedad / Schwerkraft-Anomalie / 重力异常 / Гравитационная аномалия / Anomalia gravità

Área onde a atracção gravitacional é maior ou mais pequena do que o seu valor normal, o qual é, aproximadamente. 9,81 m/s^2.

Ver: " Geóide "
&
" Eustasia "
&
" Nível do Mar Geodésico "

Como na Terra, a matéria não está distribuída uniformemente, nem em camadas concêntricas, o valor da gravidade muda de um lugar para outro em relação ao seu valor médio de 9,81 m/s^2. Isto explica por que é que os perfis do nível do mar, deduzidos a partir das anomalias da gravidade, são tão irregulares, como se pode deduzir do globo ilustrado nesta figura. O nível do mar não é plano. Existem grandes elevações e depressões do nível do mar em associação com as variações da gravidade e factores que a controlam. Entre as áreas em que o mar é mais alto (próximo da Nova Guiné) e as mais baixas (próximo das ilhas Maldivas), há cerca de 180 metros de diferença. Por conseguinte, quando na Estratigrafia Sequencial se fala de variações eustáticas ou variações relativas do nível do mar deve entrar-se em linha de conta com as variações induzidas pelas anomalias da gravidade. Na morfologia da Terra, ilustrada nesta figura, a amplitude dos pontos altos do mar está exagerada de um factor 1 000 000 em relação ao raio da Terra. A configuração do actual geóide (superfície equipotencial mais próxima do nível do mar médio) não é estável. Ela mudou ao longo dos tempos geológicos, o que deve também ser tomado em linha de conta, quando se propõem correlações estratigráficas globais. A morfologia do geóide sugere, fortemente, que duas regiões, muito separadas, podem ter condições geológicas do nível do mar muito diferentes. Uma subida relativa do nível do mar, na costa Oeste do continente africano, pode induzir condições de nível alto, enquanto que a mesma subida relativa, na costa Este, pode não ser suficiente para que nível do mar suba acima do rebordo da bacia, isto é, para submergir a planície costeira (nível alto). Isto quer dizer, que um geocientista, antes de considerar uma discordância como global (induzida por uma descida relativa do nível do mar que se verifica em todas as partes da Terra), ele tem de testar uma tal conjectura com todos os dados disponíveis (linhas sísmicas, micropaleontologia, dados de campo, etc.). Mesmo se a conjectura não for refutada, ela deve ser considerada como uma simples hipótese de trabalho e não uma certeza, uma vez que ela nunca pode ser verificada. Por outro lado, como a superfície do mar é uma superfície equipotencial, quando uma certa quantidade de água é adicionada, como, por exemplo, a quando do degelo de uma calote glaciar,  o equilíbrio equipotencial é rompido e a água adicionada desloca-se de maneira a que o equilíbrio seja reestabelecido. 

Anomalia Sísmica (bright spot)....................................................................................................................................Bright Spot, Seismic Anomaly

Anomalie sísmique / Anomalía sísmica / Seismische Anomalie / 异常地震 / Сейсмическая аномалия ( аномалия типа "яркое пятно" )  / Anomalia sismica

Forte e anómala reflexão sísmica associada a variações laterais da impedância acústica, as quais, por vezes, podem ser induzidas pela presença de hidrocarbonetos em rochas-reservatório. As anomalias aparecem nos dados sísmicos porque estes são adquiridos e processados digitalmente (o que preserva as amplitudes relativas) e não como uma consequência ou ganho do controlo automático.

Ver: " Impedância Acústica "
&
" Reflexão Sísmica "
&
" Diacrónica (litologia) "

Neste auto-traço de uma linha sísmica do Golfo do México (Plio-Pleistocénico), várias anomalias sísmicas são identificáveis em associação com o topo de uma estrutura antiforma (a qual não deve ser confundida com uma estrutura anticlinal). Com efeito, ^ um antiforme é uma estrutura extensiva (alargamento) induzida por um regime tectónico extensivo (σ_1 vertical, isto é, esforço efectivo máximo vertical), enquanto que um anticlinal é uma estrutura compressiva resultante do encurtamento dos sedimentos produzido por um regime tectónico compressivo (σ_1, horizontal). Neste auto-traço, as anomalias sísmicas são, provavelmente, negativas (mudança de polaridade e amplitude devido à passagem de um intervalo com maior impedância para outro com menor) são induzidas pela presença de hidrocarbonetos (gás) presos numa armadilha antiforma. A estrutura tectónica, localizada num bloco falhado descendente é uma estrutura em extensão. Os sedimentos alongaram-se por pequenas falhas normais (rejeito inferior a resolução sísmica), para respeitar a lei de Goguel, criando uma armadilha não-estrutural (sem fecho próprio), que nós chamamos armadilha morfológica por justaposição. Em cada horizonte reservatório potencial (neste exemplo existem vários), unicamente a parte mais alta, que não está fracturada por falhas normais, pode ser considerada com uma armadilha estrutural com um ponto de fuga que corresponde à intersecção do topo da rocha-reservatório com o plano de falha (note que as falhas normais, localizadas no topo do antiforme são pequenas demais para se poderem pôr em evidência nas linhas sísmicas). À parte esta pequena área, localizada na parte mais alta armadilha de cada reservatório, a armadilha é não-estrutural. Ela é morfológica por justaposição, o que quer dizer, que a rocha-reservatório é fechada verticalmente, mas sobretudo lateralmente (devido ao jogo da falha) por uma intervalo com uma pressão de deslocamento maior, isto é, por uma rocha com características de rocha de cobertura.

Anóxico (ambiente) ........................................................................................................................................................................................................................................................Anoxic

Anoxique / Anóxico / Anoxischen / 缺氧 / Бескислородный / Anossico

Ambiente caracterizado por um teor em oxigénio fraco, isto é, no qual não há oxidação, o que, certamente, removeria a maior parte das indicações paleoambientais. Os eventos anóxicos ocorrem quando o teor em oxigénio dos níveis inferiores do mar é muito baixo. Embora os eventos anóxicos globais não aconteçam desde há muitos milhões dos anos, os registos  geológicos mostram que eles aconteceram, muitas vezes, no passado e, que alguns deles, causaram extinções maciças.

Ver: " Ambiente Sedimentar "
&
" Rocha-mãe "
&
" Euxínico (ambiente)"

Anóxico é um adjectivo que significa sem oxigénio. Uma água anóxica é uma água subterrânea, que não contém oxigénio dissolvido. Os termos anóxico e anaeróbico (com pouco oxigénio) são, praticamente, sinónimos. Numa bacia, mais ou menos, isolada há duas possibilidades de invasão de água com bastante oxigénio: (i) Quando a água, que entra na bacia, é mais densa do que a água da bacia, ela escoa-se para o fundo empurrando e deslocando para cima a água menos oxigenada, o que permite a deposição de lamas cinzentas e verdes visto que as condições não são anóxicas ; (ii) Quando a água, que entra na bacia (isolada) é mais densa, do que a água superficial, mas menos densa que a água da parte inferior. Neste caso, ela cria no fundo da bacia condições anóxicas, que permitem a deposição de lama negra rica em matéria orgânica debaixo da água euxínica (água de circulação restrita ou estagnada com pouco oxigénio). Esta possibilidade pode explicar a formação de certas rochas-mãe (do petróleo ou gás), sobretudo as associadas aos episódios transgressivos, quer isto dizer, as rochas-mãe que se depositam nas partes distais das plataformas continentais. Na realidade, durante os cortejos transgressivos (CT), a cada subida relativa do nível do mar (em aceleração), a ruptura costeira da superfície de deposição e os depósitos costeiros associados deslocam-se para o continente. Este deslocamento cria, na parte distal da plataforma, condições geológicas de fraca taxa deposição. Se ao mesmo tempo, houver uma invasão de água fria rica em oxigénio e nutrientes, proveniente de uma corrente marinha ascendente, a produção e preservação da matéria orgânica são possíveis, o que favorece a formação de rochas-mãe potenciais. A grande maioria das rochas-mãe marinhas (matéria orgânica tipo II) formaram-se, provavelmente, desta maneira, nas áreas de forte produção de matéria orgânica e onde o fundo do mar é anóxico.

Antepraia........................................................................................................................................................................................................................................Backshore, Inshore

Arrière-plage / Anteplaya / Hinterstrand /后滨 / Отбрежье (верхняя береговая терраса) / Indietro spiaggia

Zona litoral, geralmente seca e relativamente estreita, entre a linha mais alta das marés equinociais (limite inferior) e a parte superior da zona de processos costeiros, isto é, a base da falésia (arriba). A antepraia é coberta por água, unicamente, durante as tempestades ou marés altas. A geometria da antepraia é, em geral, sub-horizontal ou inclinada ligeiramente para o continente. A última crista da berma (a mais a jusante), separa a antepraia da praia-baixa.

Ver: " Crista da Berma (de praia) "
&
" Praia "
&
" Arriba "

Muitas zonas litorais, sobretudo as que têm uma litologia siliciclástica, exibem uma morfologia semelhante à ilustrada neste esquema. A zona com geometria, mais ou menos, côncava, entre a linha de maré alta e até uma profundidade de 5-20 m, é a praia-baixa, que engloba a praia intramareal e a praia submarina. A jusante da praia-baixa, o fundo do mar forma uma rampa, que inclina, suavemente, em direcção do rebordo continental, que neste caso corresponde ao rebordo da plataforma). Na praia-baixa, existem barras e baixos induzidos pela rebentação das ondas. A praia intermareal situa-se entre as linhas de maré alta e maré baixa, enquanto que a antepraia se estende entre a linha de maré alta e o início das dunas. Na antepraia existem uma ou várias bermas que parecem pequenos terraços com baixos taludes do lado do mar. A quando de uma subida relativa do nível do mar, a morfologia da praia determina em grande parte o valor da invasão continental, isto é, o valor da componente horizontal da agradação costeira. Por outras palavras, se a morfologia da praia for relativamente plana, uma subida relativa do nível do mar de cerca de 10 m deslocará a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa) de vários quilómetros para montante. Ao contrário, se a morfologia da praia for, relativamente, inclinada para o mar, a mesma subida relativa do nível do mar deslocará a ruptura costeira da superfície de deposição (e os depósitos associados) para montante, unicamente, de dezenas ou centenas de metros. Quando o nível relativo do mar desce, o deslocamento para o mar e para baixo da ruptura costeira da superfície de deposição é também função da morfologia da praia-baixa e da rampa. Na estratigrafia sequencial, é sempre importante calcular o valor da componente vertical e horizontal da agradação costeira afim de determinar a morfologia do litoral e particularmente das praias. Note que antepraia, praia-baixa e rampas é uma das muitas divisões da morfologia da praia que se encontram na literatura cientifica. Como, país  para não dizer cada geocientista, tem tendência a utilizar as suas próprias divisões e a sua própria terminologia, é importante não esquecer a referência bibliográfica dos termos utilizados.

Anticlinal ......................................................................................................................................................................................................................................................................Anticline

Anticlinal / Anticlinal / Anticline / 背斜 / Антиклиналь / Anticline

Estrutura compressiva com a forma de um sino resultante do encurtamento dos estratos quando estes são submetidos a um regime tectónico compressivo, isto é, um regime caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos com o eixo maior (σ_1) horizontal. Em associação com os anticlinais formam-se falhas inversas, que são as únicas, que podem encurtar os estratos. As falhas normais alongam os estratos. Não confundir anticlinal e antiforma. No campo, por definição, numa estrutura anticlinal, as rochas mais antigas estão sempre localizadas na parte central da estrutura.

Ver: " Antiforma "
&
" Sinclinal "
&
" Subida Relativa (do nível do mar) "

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do offshore profundo de Angola, várias estruturas anticlinais são visíveis. Os intervalos sísmicos (intervalo salífero incluído) foram encurtados por dobras cilíndricas (anticlinais) e por falhas inversas. As falhas localizadas perto das cristas das estruturas são contemporâneas da deformação e, por isso, não são falhas normais. Elas desenvolveram-se durante um regime tectónico compressivo e correspondem a pequenas falhas de desligamento, as quais alongam o anticlinal segundo a direcção axial. Um anticlinal corresponde sempre a um encurtamento dos sedimentos em resposta a um regime tectónico compressivo, isto é, um regime tectónico no qual o esforço efectivo máximo (σ1) é horizontal. Assim, não pode haver formação de falhas normais (estruturas extensivas) ao mesmo tempo, e no mesmo lugar, que um anticlinal, particularmente, no topo da estrutura. Se porventura, no campo ou numa linha sísmica, existem falhas normais associadas com anticlinais, as falhas normais ou são mais recentes, que os anticlinais ou são mais antigas. Se elas são mais recentes, elas não estão reactivadas. Se elas são mais antigas, elas são, provavelmente, reactivadas, em falhas inversas função do ângulo entre a direcção do plano de falha e a direcção do esforço efectivo máximo (σ1). Na realidade, quanto maior for o ângulo maior será a reactivação em falha inversa. Um outro critério de reactivação das falhas normais anteriores à compressão (encurtamento) é o ângulo entre a direcção do esforço efectivo máximo (σ1) e a inclinação do plano de falha. No campo e sobretudo nas cartas geológicas, contrariamente, a que acontece num sinclinal, numa estrutura anticlinal, os sedimentos mais antigos estão sempre na parte central da estrutura.

Antiforma .....................................................................................................................................................................................................................................................................Antiform

Antiforme / Antiforma / Antiform / 背斜 / Антиформа / Antiforma

Termo não-genético, utilizado para descrever estruturas geológicas com a forma de um sino. A maioria dos geocientistas, que trabalham na pesquisa de hidrocarbonetos, reserva o termo antiforma para descrever uma estrutura extensiva, em forma de sino, resultante do alongamento dos estratos quando estes são submetidos a um regime tectónico extensivo, isto é, um regime caracterizado por um elipsóide dos esforços efectivos com o eixo maior vertical (σ1). Por vezes, as antiformas são, erroneamente, interpretadas como anticlinais (estrutura compressiva). Numa terminologia puramente descritiva e não genérica, pode dizer-se, que todos os anticlinais são antiformas, mas nem todas as antiformas são anticlinais.

Ver: " Anticlinal "
&
" Sinforma "
&
" Lei de Goguel "

Nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica do Mar do Norte é evidente que os sedimentos posteriores ao sal (em vermelho) foram alongados por um regime tectónico extensivo local (esforço efectivo máximo, σ1, vertical) induzido pelo movimento vertical do sal (diapirismo) e não encurtados por um regime tectónico compressivo (eixo maior do elipsóide dos esforços efectivos, σ1, horizontal). Contudo, é possível que depois da deformação em extensão, um regime tectónico compressivo possa ter encurtado, ligeiramente, os sedimentos, uma vez que em certas linhas sísmicas, paralelas a de esta interpretação, pequenas inversões tectónicas são visíveis. Esta tentativa mostra, claramente, que a presença de um horizonte salífero numa série estratigráfica pode produzir uma desarmonia tectónica entre os sedimentos suprassalíferos e infrassalíferos. Neste caso particular, ambos os intervalos (supra e infrassalífero) foram alargados, mas por regimes tectónicos diferentes. Os sedimentos infrassalíferos foram alargados por um regime tectónico com um σ1 vertical e σ2 e σ3 diferentes e perpendiculares entre eles, enquanto que os sedimentos suprassalíferos foram alargados por um regime tectónico com um σ1 vertical e σ2 = σ3 (halocinese ou tectónica salífera). Nos sedimentos infrassalíferos, as falhas normais são paralelas a direcção do σ2, enquanto que nos sedimentos suprassalíferos, elas orientam-se en todas as direcções (falhas radiais), visto que σ2= σ3. Localmente, o nível salífero pode desaparecer por escoamento lateral ou ter uma espessura inferior à resolução sísmica, mas a superfície desarmónica (sutura salífera) estará sempre presente.

Antrópico, Antropogénico (princípio) ..........................................................................................Anthropic, Anthropogenic, Anthropogeneous

Anthropique/ Antrópico / Antropogeneous / 人为 的 / Антропогенный / Antropico

Hipótese de que as leis da natureza e as constantes físicas fundamentais têm valores que são consistentes com as condições de vida como a conhecemos, em vez de terem valores que não seriam coerentes com a vida como se observa na Terra. Na realidade, uma estrela típica, como o Sol, por exemplo, está rodeada de uma zona favorável ("Goldlilocks"), que não é, nem muito quente, nem muito fria, na qual os planetas podem conter água líquida indispensável à vida como a conhecemos.

Ver: " Terra "
&
" Vida "
&
" Uniformitarismo (princípio) "

O facto que o Universo possa ser tão hospitaleiro para a o desenvolvimento da vida é uma grande enigma, uma vez que ela é dependente de uma grande número de factores, mais ou menos, acidentais. As tentativas para resolver este grande enigma proporcionaram, naturalmente, uma grande número de especulações algumas das quais têm um carácter mais filosófico do que científico. O princípio antrópico pode apresentar-se sob duas formas: (i) Princípio Antrópico Fraco e (ii) Princípio Antrópico Forte. O princípio fraco diz que devemos estar preparados para ter em conta o facto de que a nossa localização (tempo e espaço) no Universo é, necessariamente, privilegiada ao ponto de ser compatível com a nossa existência como observadores. O princípio forte diz que o Universo, assim como os parâmetros fundamentais dos quais ele depende, deve ser tal que admita a criação de observadores dentro dele num determinado momento. Estas formas e em particular, o princípio antrópico fraco que diz, fundamentalmente, que se o Universo não tivesse um certo número de características, nós não estariam cá para o ver, não são hipóteses científicas, uma vez que elas não se podem falsificáveis. Da mesma maneira que a hipótese "Deus existe" pode ser ou não ser verdade. Mas verdade ou não, não é uma hipótese científica porque ela não é susceptível de refutação. Ao contrário, a teoria geral da relatividade é uma teoria científica porque ela anuncia um certo número de previsões que podem ser testadas por experiências. Note que o critério de Popper (1934) não é um critério de verdade, mas de cientificidade. Por exemplo, a afirmação "A terra é plana" é, segundo Popper, uma afirmação científica uma vez que ela pode ser testada por uma experiência, a qual a pode refutar, quer isto dizer, mostrar que ela não é uma afirmação verdadeira.

Apatite.........................................................................................................................................................................................................................................................................................Apatite

Apatite / Apatita / Apatit / 磷灰石 / Апатит / Apatite

Grupo de minerais de fosfato como, a hidroxilapatite, fluorapatite e chlorapatite, chamados assim devido às altas concentrações de iões, respectivamente, OH-, F-, e Cl-, nos cristais. A apatite é um dos poucos minerais que é produzido e usado nos sistemas microambientais.

Ver: " Traço de Fissão "
&
" Datação Radiométrica "
&
" Autigénese "

A apatite aparece em quase todos os tipos de rochas (ígneas, sedimentares e metamórficas). Contudo, ela aparece, sobretudo, disseminada em grãos ou fragmentos criptocristalinos. As formas mais bem desenvolvidas encontram-se, sobretudo, nas rochas associadas a um metamorfismo de contacto. A apatite é um dos poucos minerais, que é produzido e utilizado pelos sistemas biológicos dos microambiente. A hidroxilapatite é o principal componente do esmalte dos dentes e um dos componente importantes dos ossos. A hidroxilapatite é uma forma, relativamente, rara de apatite, na qual muitos dos grupos de OH estão ausentes e contém muitas substituições de carbonato e de ácido fosfático. Como a fluoroapatite resiste muito melhor ao ataque dos ácidos do que a hidroxilapatite, a fluoroapatite é utilizada nas pastas dentífricas, as quais contém quase sempre uma fonte de aniões de fluoride. Igualmente, a água fluorizada permite uma troca nos dentes de iões de fluoride por grupos de hidroxil na apatite. A apatite é também utilizada para fertilizar o tabaco. A apatite priva as plantas do tabaco de azoto, o que dá ao tabaco um gosto muito particular e apreciado por certos fumadores. A apatite é usada, raramente, como pedra preciosa. A apatite transparente de cor límpida é, por vezes, lapidada, e certos espécimenes são talhados em cabuchão (polidos, mas não facetados). A apatite com vários reflexos é conhecida como olho de gato. Quando cristais de rútilo estão presentes dentro dos cristais de apatite, estes, quando talhadas em cabuchão e iluminadas sob certos ângulos, dão um efeito semelhante ao que se observa nos olhos dos gatos. A apatite transparente verde é conhecida como pedra espargo e a azul, como moroxite. Os traços de fissão na apatite são, muito utilizados para determinar a história térmica de uma cadeia ou sistema de montanhas e dos sedimentos depositados nas bacias sedimentares enterradas. A datação (U-Th)/He da apatite é, frequentemente, utilizada para a determinação das histórias geológicas térmicas e outras, menos conhecidas, como, por exemplo, a datação dos paleoincendios.

Ápice do Delta........................................................................................................................................................................................................................Bifurcation Point

Apex (du delta) / Punto de bifurcación, Ápice del delta / Delta Scheitel, Delta Spitze顶点的三角洲  / Вершина дельты (точка ветвления) / Apice del delta (punto di biforcazione)

Ponto de defluência do canal fluvial, que se encontra mais a montante e que marca o limite superior do delta (geralmente até onde penetra a maré alta).

Ver: " Delta "
&
" Desembocadura (rio) "
&
" Cortejo de Nível Alto (do mar) "

O ápice do delta de Zambeze (Moçambique) é facilmente reconhecido, quer na fotografia satélite, quer no esquema do delta, no qual estão cartografadas: (i) A Planície Deltaica Superior ; (ii) A Planície Deltaica Inferior e (iii) Uma parte do Delta Abandonado. Não esqueça que um delta corresponde a um cortejo sedimentar (associação lateral de diferentes sistemas de deposição contemporâneos, geneticamente relacionados), que se pode desenvolver, quer em condições de nível baixo (do mar), isto é, num prisma de nível baixo (PNB), quer de nível alto, em geral, no prisma de nível alto (PNB). Um delta é formado por uma associação lateral de três sistemas de deposição contemporâneos. De montante para jusante, ele é constituído pela: (a) Planície Deltaica, que muito vezes, como no caso do delta de Zambeze, se pode subdividir em planície deltaica superior e inferior ; (ii) Frente do Delta e (iii) Prodelta. Cada um destes sistemas de deposição é caracterizado por uma fácies particular, quer isto dizer, por uma litologia e uma fauna associada. A litologia da planície deltaica é, fundamentalmente, siltosa, enquanto que a do frente do delta é, geralmente, arenosa e a do prodelta argilosa. As linhas cronostratigráficas da planície deltaica e frente do delta são, praticamente, horizontais (camadas superiores), enquanto que as do prodelta são inclinadas para o mar (camadas inclinadas). Contudo, a maior parte das vezes, na parte distal, as camadas inclinadas horizontalizam-se e formam camadas inferiores. Muitas vezes, nas camadas inferiores, isto é, na parte mais distal e baixa do prodelta, encontram-se pequenos lóbulos de areia de origem turbidítica, que certos geocientistas chamam turbiditos proximais. Na realidade, à medida que um delta prograda para o mar, o ângulo do talude deltaico, quer isto dizer, a inclinação do prodelta aumenta e pode atingir um ângulo crítico, a partir do qual toda a progradação da frente do delta é impossível. Se o ângulo crítico for atingido, a frente do delta rompe-se e cria pequenas correntes de turbidez que transportam os sedimentos ao longo do prodelta. Quando as correntes desaceleram, na base do talude deltaico, os sedimentos que elas transportam depositam formam pequeno lóbulo ou leque turbidítico.

Apocintião........................................................................................................................................................................................................................................................Apocynthion

Apocynthian / Apocynthiano / Apocynthion/ Apocynthian(天文)/ Апоселений / Apocynthian (astronomia)

Ponto na órbita da Lua mais afastado do centro da Lua. O ponto mais distante da Lua na órbita de um satélite lunar. O termos apocintião e pericintião (o ponto mais próximo do centro da Lua) foram utilizados pelos astronautas americanos durante o programa Apolo.

Ver: " Lua "
&
" Apogeu "
&
" Apside "

Os termos mais utilizados par identificar um objecto em órbita são: (i) Apogeu e Perigeu, para as órbitas à volta da Terra ; (ii) Periélio e Afélio para as órbitas à volta do Sol e (iii) Pericintião e Apocintião para a órbitas à volta do Lua. No esquema ilustrado acima, durante o programa Apolo da NASA, os termos pericintião e apocintião foram utilizados pela tripulação para designar os pontos das órbitas da nave espacial, respectivamente mais próximos e mais afastados à volta da Lua, uma vez que várias órbitas foram necessárias antes do pouso e depois da descolagem. Na mecânica celeste, um apside é o ponto mais distante ou o ponto menos distante da órbita de um objecto do seu centro de atracção, o qual é, normalmente o centro da massa de um sistema (ponto teórico, para facilitar os cálculos, no qual toda a massa do sistema é suposta estar concentrada). O ponto no qual dois corpos estão mais próximos um do outro chama-se periapside ou pericentro. O ponto na órbita em que eles estão mais afastados chama-se apoapside ou apocentro. A linha recta entre o periapside e o apoapside é a linha dos apsides. Esta linha é o maior eixo da elipse que sublinha a órbita. Para as órbitas à volta do Sol, o momento dos apsides é muito mais relevante quando exprimido, relativamente, às estações do ano, porque ele determina a contribuição da órbita na variação anual da insolação da atmosfera. Uma tal variação é, principalmente, controlada pelo ciclo anual da declinação do Sol, devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano da órbita. Actualmente, no hemisfério Norte, o perihélio ocorre cerca de 14 dias depois do solstício de inverno (21 Dezembro), o que quer dizer, que em média o periélio é dia 4 de Janeiro. No periélio, a Terra está a uma distância do Sol de 147,098074 milhões de km, ou 0,98328989 UA (unidades astronómicas) e no afélio a cerca de 152,097701 Mkm ou 1,01671033 UA. O momento (tempo) do periélio avança com as estações e percorre uma volta completa entre 22 e 26k anos. Este movimento, que é uma contribuição importante aos ciclos de Milankovitch, é conhecido como precessão.

Apogeu .......................................................................................................................................................................................................................................................................................Apogee

Apogée / Apogeo / Höhepunkt / 远地点 / Апогей (наивысшая точка) / Apogeo

O ponto mais afastado da Terra de um corpo que gravita (orbita) à sua volta. O apogeu é o antagónico de perigeu.

Ver: " Perigeu "
&
" Ciclo de Milankovitch "
&
" Órbita "

O apogeu e o seu contrário, isto é, o perigeu, não devem ser confundidos com o afélio e periélio. O apogeu e perigeu são termos relacionados com a órbita de um satélite da Terra, quer ele seja natural ou artificial. O afélio e periélio são características da órbita de um planeta que gira a volta do Sol. Os termos periastro e apoastro são os pontos equivalentes de uma órbita à volta de uma estrela. Assim, o periastro é a posição em que a componente menor de uma estrela binária, na sua órbita em torno da estrela principal, se encontra mais próximo desta. Pode falar-se do apogeu e perigeu da Lua, que gravita à volta da Terra, ou do apogeu e perigeu de qualquer asteróide como o Ida que também gravita à volta da Terra. O apogeu e perigeu da Lua têm, evidentemente, um influência muito significativa nas marés, as quais podem ainda ser reforçadas pela influência da posição do Sol, a qual se pode adicionar ou subtrair-se à influência da Lua. Assim, os limites da praia intramareal (faixa litoral definida entre a maré alta e maré baixa), localizada a jusante da antepraia, são condicionados, indirectamente, pela distância da Lua à Terra e pela posição da Lua na sua órbita em relação ao apogeu (ponto em que Lua está mais afastado da Terra) e perigeu, isto é, ao ponto em que Lua está mais próximo da Terra. Igualmente, a profundidade da acção das vagas, quer isto dizer, a profundidade até à qual as ondas do mar induzem um movimento da água, mais ou menos, erosivo, a qual é, geralmente, igual a metade do comprimento da onda (distância entre duas cristas consecutivas), é mais importante quando a Terra está no periélio e a Lua no perigeu. O termo apogeu é, na linguagem comum, utilizado para designar o ponto mais alto ou culminação de um evento geológico ou não. Assim, pode dizer que uma certa civilização atingiu o seu apogeu numa determinada altura ou que a transgressão Cretácica atingiu o seu apogeu durante Cenomaniano-Turoniano, quando se formou a superfície máxima de inundação (SMI 91,5 Ma) com a qual estão associadas as principais rochas-mãe marinhas pós-Pangéia, que mais tarde, foi fossilizada pelas progradações dos sedimentos regressivos sobrejacentes.

Apron, Depósito de talude, Avental............................................................................................................................................................................................................................Apron

Tablier / Apron / Schürze (Geologie) / 围裙(地质) / Фартук (геология) / Apron (geologia)

Depósito argiloso situado na base do talude continental que forma o substrato dos cones submarinos de talude e que é fossilizado quer pelos depósitos de transbordo, diques marginais naturais e enchimentos dos canais ou depressões turbidíticas. Em certos casos, a parte distal do apron pode ser coberta pelos cones submarinos de bacia. Sinónimo de Avental ou Depósito de Base do Talude.

Ver : « Cone Submarino de Talude »
&
« Cone Submarino de Bacia »
&
« Avental »

Os cones submarinos do talude (CST) podem depositar-se directamente sobre os cones submarinos da bacia (CSB). Um cone submarino do talude (CST) é composto por: (i) Apron ; (ii) Depósitos de Transbordo ; (iii) Preenchimentos de Canais ; (iv) Diques Marginais Naturais ; (v) Argilitos Distais e (vi) Argilitos de Abandono. As argilitos de abandono depositam-se na parte superior dos canais turbidíticos, quando estes se tornam inactivos. A morfologia dos registos eléctricos é, quase sempre, característica: (a) Os cones submarinos da bacia (CSB) - têm um raio gama (RG) e um potencial espontâneo (PS) cilíndricos ; (b) O apron - tem um PS linear e um RG com fraca amplitude, mas crescentes para cima ; (c) Os depósitos de transbordos - tem um PS e RG oscilantes e (d) Os preenchimentos de canais - têm PS e RG decrescentes para cima. Em cortes geológicos e linhas sísmicas longitudinais (± perpendiculares ao talude continental), o apron repousa contra o sopé continental por biséis de agradação marinhos. Em certos casos, o apron pode estar, directamente, sobre os cones submarinos de bacia (CSB). Na realidade, muitas vezes, os cones submarinos de bacia (CSB) estão muito afastados da base do talude continental (sobretudo quando são ricos em areia) e, nestes casos, os cones submarinos de talude (CST) e, particularmente, o apron repousam, directamente, sobre o limite inferior do ciclo-sequência, que na planície abissal, é uma conformidade, que correlaciona, a montante, com a discordância que define a base do ciclo estratigráfico. Note, que aquilo a que, por vezes, se chama canal turbidítico corresponde, muitas vezes, à uma depressão, por sem-depósito, entre os diques marginais naturais. Essa depressão é fossilizada por sedimentos retrogradantes quando o nível relativo do mar começa a subir. Os argilitos de abandono e o envelope pelágico, que, em geral, fossilizam, os cones submarinos de talude depositam-se num período de tempo que pode ser mais de 1 000 vezes superior ao tempo de deposição dos cones submarinos.

Apside........................................................................................................................................................................................-...................................................................................................Apside

Apside / Apside / Apsis / 拱点 / Апсида / Apside

Cada um dos pontos da órbita de um corpo que determinam o grande eixo da elipse. Podem distinguir-se: (i) Apside Superior, que é o ponto mais afastado do corpo central e (ii) Apside Inferior, que é o ponto mais próximo do corpo central. No caso da Terra, devido à excentricidade da elipse (relação entre a semi-distância focal e o semi-eixo maior) da órbita terrestre, esta diferenciação é, relativamente, fácil. Por isso, certos geocientistas consideram o apside superior como sinónimo do afélio, isto é, o ponto da órbita da Terra mais afastado do Sol, e apside inferior como o ponto mais próximo, ou seja, como equivalente do periélio.

Ver: " Afélio "
&
" Periélio "
&
" Ciclo de Milankovitch "

Embora certos geocientistas considerem o apside superior como sinónimo de afélio e o apside inferior como sinónimo de periélio, não aconselhamos esta terminologia, que gera confusão. Por exemplo, como ilustrado nesta figura, onde estão representadas duas órbitas possíveis com excentricidades diferentes, existem apsides muito diferentes. En astronomia, o apside é um dos pontos, mais e menos, distantes numa órbita elíptica de um objecto astronómico do seu centro de atracção, o qual é, em geral, o centro da massa do sistema. O ponto mais próximo é muitas vezes chamado o periapside ou pericentro, e o ponto mais afastado apoapside, apocentro ou apoapside. A linha recta entre o periapside e apoapside é a linha dos apsides. Ela é o eixo maior da elipse. Outros termos são também utilizados para localizar e identificar objectos em órbita. Os mais comuns são o perigeu, que o ponto mais próximo e apogeu, que é o ponto mais afastado, quando os objectos orbitam à volta da Terra e o perihélio (o ponto mais próximo) e afélio (mais afastado) quando os objectos orbitam a volta do Sol. Os termos pericintião (o ponto mais próximo) e apocintião (o ponto mais afastado), foram utilizados pelos cientistas americanos da NASA a quando do programa Apolo, para caracterizar a órbita da nave espacial quando esta orbitava a Lua. Note, que o tempo (momento) do perihélio avança com as estações, fazendo um ciclo completo entre 22 e 26 mil anos. Este ciclo é conhecido como precessão e é uma contribuição para os ciclos de Milankovitch, e por isso um factor importante no desencadeamento das idades glaciares.

Aquecimento Global..........................................................................................................................................................................................Global Warming

Réchauffement global / Recalentamiento Global / Globale Erwärmung / 全球变暖 / Глобальное потепление / Riscaldamento Globale

Conjectura de que o clima se aquecerá devido ao aumento, na atmosfera, dos gases com efeito de estufa produzidos pelo homem.

Ver : « Efeito de Estufa Natural »
&
« Efeito de Estufa não-Natural »
&
« Ciclo de Milankovitch »

Como ilustrado nesta figura, a temperatura global da Terra variou entre os períodos glaciares e intraglaciares. A amplitude das variações entre os períodos frios (glaciares) e quentes (interglaciares) é de cerca de 5° C. A amplitude das idades glaciares e interglaciares é, mais ou menos, a mesma. O desenvolvimento de uma glaciação é muito mais lento do que de uma deglaciação. Cerca de 50-100 ky para fazer uma idade glaciar e unicamente 15 ky para a destruir. Sete episódios glaciares maiores ocorreram durante os últimos 700 ka. A última importante idade glaciar ocorreu há cerca de 18 ka. No final desta glaciação, a temperatura global média da Terra, calculada a partir de dados fósseis, sugere uma subida, anormalmente, rápida. A partir do ano 2000 (fim da linha contínua), as hipóteses avançadas (linha tracejada) são, extremamente, pessimistas (efeito de estufa ?). Tendo em linha de conta, unicamente: (i) A utilização dos combustíveis fósseis (combinação do carbono fóssil com o oxigénio do ar e sintetização do CO2, que é um gás de efeito de estufa) ; (ii) A destruição das florestas (as árvores absorvem o CO2, transformando-o em madeira) e (iii) A humanidade (vapor de água), todos os anos, cerca de 7 biliões (7 Giga= 7 000 000 000) de toneladas de CO2  são introduzidas na atmosfera. Contudo, a influência do CO2, sobre a temperatura global média da Terra é refutada por vários tipos de observações. O pessimismo de certas instituições oficiais parece muito exagerado. Estabilizar o clima, é querer opor-se às mudanças climáticas naturais. É como querer opor-se ao movimento das placas tectónicas, que provocam os tremores de terra e às erupções vulcânicas. Nenhum geocientista duvida das mudanças climáticas. Elas existem desde a formação da Terra, isto é desde à cerca de 4,5 Ga. O que é hoje evidente, é que o catastrofismo sobre os recursos minerais e crescimento económico é, politicamente incorrecto, enquanto que o catastrofismo climático é muito bem visto pela comunicação social e certos políticos. Alguns geocientistas pensam que não é o aumento do CO2, que está a colocar a Terra em grande risco, mas o insucesso dos sistemas políticos e religiosos de evoluir tão rapidamente como a ciência.

Aquífero.................................................................................................................................................................................................................................................................................Aquifer

Aquifère / Acuífero / Aquifer / 含水层 / Водоносный горизонт / Acquifero

Estrato permeável ou zona debaixo da superfície terrestre que loja água subterrânea através do qual ela se escoa, eventualmente, para poços de produção.

Ver : " Reservatório (HC) "
&
" Água de Formação "
&
" Água Juvenil "

Nesta armadilha morfológica e não-estrutural (o topo e base da rocha-reservatório não são paralelos, o que quer dizer, que o reservatório não foi acurtado), provavelmente um recife, três saturantes preenchem a porosidade da rocha-reservatório: (i) Petróleo ; (ii) Água, que substituiu o petróleo produzido e (iii) Água do aquífero. À medida que petróleo entra no poço de produção, ele sobe para a superfície (se a pressão for suficiente grande) ajudado pela actividade do aquífero. O espaço deixado livre é, imediatamente, ocupado pela água do aquífero (a natureza tem horror do vazio), o que faz subir o plano de contacto petróleo-água inicial, o qual é, por vezes, visível nos dados sísmicos. Quando a porosidade da rocha-reservatório é significativa, o plano de contacto petróleo-água inicial limita dois domínios de diagénese. Acima do plano de água, a porosidade inicial da rocha-reservatório mantém-se, mais ou menos, constante, visto que o petróleo impede a diagénese. Isto não acontece debaixo do plano de contacto, uma vez que, a água favorece a diagénese, a qual diminui a porosidade. Desta maneira, forma-se uma interface entre dois intervalos com impedâncias acústicas diferentes (fraca sobre forte), a qual produz uma reflexão sísmica diacrónica (não-cronostratigráfica), que sublinha uma linha diagénica que, em certos casos, pode sugerir a presença de hidrocarbonetos na rocha-reservatório. Se por razões diversas, como, por exemplo, o basculamento da armadilha, ruptura da cobertura, etc., o petróleo saiu da armadilha e o tempo de residência da água de substituição não for suficiente para uma diagénese da parte da rocha-reservatório abandonada pelo petróleo, a linha diagenética inicial não é destruída. Ela produz a mesma reflexão diacrónica (como a anterior à migração secundária ou desmigração do petróleo) mas os hidrocarbonetos já não estão lá. Eles migraram para outra armadilha (migração secundária) ou para a superfície (desmigração), onde formam exsudações importantes. Quando o aquífero é activo e se escoa dos pontos inicialmente mais baixos para os mais altos (inversão tectónica), o hidrodinamismo favorece a retenção dos hidrocarbonetos nas armadilhas e pode, em certos casos, criar, por si mesmo, armadilhas hidrodinâmicas puras (componente hidrodinâmica preponderante).

Aragonite...................................................................................................................................................................................................................................................................Aragonite

Aragonite / Aragonita / Aragonit / 文石 / Арагонит (волнистый известняк) / Aragonita

Uma das duas formas de ocorrência do carbonato de cálcio (CaCO3). A outra é a calcite. A localidade tipo da aragonite é “Molina de Aragon”, a cerca de 25 km da cidade de Aragão (Espanha).

Ver: " Calcite "
&
" Dolomitização "
&
" Calcário "

Como dito acima, a aragonite é um dos dois polimorfos do carbonato de cálcio (CaCO3). O outro é a calcite. A aragonite forma-se naturalmente nas conchas de quase todos os moluscos. Contudo, o depósito de minerais nas conchas é, fortemente, controlado biologicamente. Algumas formas cristais são muito diferentes das da aragonite inorgânica. A aragonite tem a mesma composição química que a calcite, mas tem uma estrutura diferente e, mais importante ainda, ela tem uma simetria e formas de cristais diferentes, como ilustrado acima. A estrutura mais compacta da aragonite é composta por grupos de iões triangulares de carbonato (CO3), com o carbono no centro do triângulo e os três oxigénios em cada canto. A aragonite pode ser colunar ou fibrosa, ocasionalmente, em ramos com formas estalactíticas. Depósitos maciços de aragonite oolítica são conhecidos no fundo do mar das Bahamas. A aragonite é instável a temperatura e pressão normais. Ela é estável a alta temperatura, mas não às temperaturas altas, que para se conservarem estáveis necessitam um aumento da pressão. Assim, a aragonite quando aquecida a 400 °C, se a pressão não aumentar, transforma-se de maneira espontânea em calcite. Os geocientistas e, particularmente, os sedimentologistas perguntam-se sempre porque é que se forma aragonite se a calcite é o mineral mais estável. Na realidade, parece, que em certas condições de formação, a cristalização da aragonite é favorecida em relação à calcite. O teor de magnésio e sal dos fluídos cristalizantes, a turbidez dos fluídos e o tempo de cristalização parecem ser factores importantes para a cristalização da aragonite. Da mesma maneira, parece que certos ambientes sedimentares, como, por exemplo, as sabkhas e plataformas de areias carbonatadas (oóliticas), favorecem a formação da aragonite. Igualmente, um metamorfismo caracterizado por altas pressões e, relativamente, fracas temperaturas parece favorecer a formação da aragonite. De qualquer maneira, o que é importante é que depois de um certo tempo de enterramento, a aragonite altera-se em calcite e é, por isso, que os sedimentologistas se interessam aos campos de estabilidade da calcite e aragonite.

Arcaico...................................................................................................................................................................................................................................................................................Archean

Archéen / Arcaico / Archaikum / 太古 / Архейский / Archeano

Éon geológico, inicialmente denominado Arqueozóico, que se refere ao tempo antes do Proterozóico, mais ou menos, 2500 Ma (milhões de anos atrás). Esta data foi definida cronometricamente e não a partir da Estratigrafia. O limite inferior, que ainda não foi reconhecido pela Comissão Internacional de Estratigrafia é, normalmente, tomado a 3800 Ma (fim do Hadeano).

Ver: " Éon "
&
" Escala do Tempo (geológico) "
&
" Tempo Geológico "

A biostratigrafia permitiu aos geocientistas de distinguir, na escala geológica, os conceitos de (i) Unidade Tempo e (ii) Unidade Estratigráfica. O primeiro conceito diz respeito ao tempo geológico, enquanto que o segundo diz respeito ao espaço. Assim, tomando em linha de conta o tempo geológico, a história da Terra divide-se em três Éons (o Arcaico é. muitas vezes. considerado como um Éon), os quais são compostos por Eras (principalmente Proterozóico, Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico). As Eras são compostas por Períodos (como, por exemplo, Silúrico, Triássico, Neogénico, etc.) os quais englobam várias Épocas (por exemplo, Caradociano, Neocomiano, Albiano, etc.) que, por sua vez, são constituídas por várias Idades (como, por exemplo, Valanginiano, Hauteriviano, Serravaliano, etc.). Considerando o espaço, quer isto dizer, as unidades estratigráficas (rochas), a história da Terra divide-se em três Enotemas, os quais são compostos de vários Eratemas. Cada Eratema é constituído por Sistemas, os quais incluem várias Séries, nas quais se podem pôr em evidência vários Andares. Desta maneira, os equivalentes estratigráficos de Éon, Era, Período, Época e Idade são, respectivamente, Enotema, Eratema, Sistema, Série e Andar. Assim, quando um geocientista diz, por exemplo, Cretácico Superior ele está a referir a um intervalo estratigráfico, isto é, às rochas, que se depositaram no Cretácico Tardio, o qual é um intervalo de tempo. Por isso se diz: "Estas rochas carbonatadas pertencem ao Sistema Cretácico e foram depositadas durante o Valanginiano que é uma Época do Período Cretácico. Da mesma maneira, o sufixo "Superior" utiliza-se para as rochas e "Tardio" para tempo. Por conseguinte, nunca confunda Cretácico Superior (rochas) e Cretácico Tardio (tempo geológico). Na última coluna desta escala, o tempo de cada Período está indicado em percentagem. Assim, intervalo de tempo entre o Paleogénico e hoje, representa unicamente 1,7% do tempo geológico total Arcaico (100%).

Arco Natural............................................................................................................................................................................................................................................Natural Arch

Arche naturelle / Arco natural / Natürlichen Bogen / 自然的拱形 / Естественная арка / Arco Naturale

Arco escavado num promontório pelo mar, embora existam arcos naturais formados por processos geológicos subaéreos e fluviais.

Ver: " Leixão "
&
" Escolho "
&
" Promontório "

Como dito acima um arco natural, que é também chamado ponte natural, é um túnel formado numa rocha, que permite uma passagem através dele. Isto não é o caso de uma caverna, embora esta, em certas condições, possa ser considerada como uma etapa da formação de um arco. Isto é bem visível na fotografia, desta figura, onde ao longo da costa se reconhecem cavernas (ao sul) e se adivinham arcos naturais (ao norte). Arcos naturais, leixões e escolhos são visíveis a poucas centenas de metros da costa. É fácil de conjecturar que, nesta área, existia uma antiga falésia (não confunda falésia e promontório), mais ou menos, perpendicular à linha da costa (como o resíduo de falésia visível na parte direiata da fotografia) e que ela foi, parcialmente, destruída pela acção das vagas, deixando importantes passadiços entre os leixões e escolhos. Na realidade, os arcos naturais formam-se de preferência quando as falésias são, fortemente, submetidas à acção erosiva do mar, rios ou à alteração subaérea. Os agentes erosivos atacam as partes menos resistentes das rochas que formam a falésia, criando zonas e formas de corrosão que se tornam cada vez maiores. Finalmente, quando as partes mais resistentes das rochas que não foram erodidas não podem mais suportar o peso das rochas sobrejacente a falésia começa a desabar. Nas costas discordantes, isto é, quando as rochas são orientadas, mais ou menos, perpendicularmente à linha da costa, a refracção das ondas do mar concentra a energia nos promontórios e os arcos formam-se quando as cavernas rompem os promontórios, individualizando leixões e escolhos. Nas costas concordantes, isto é quando as rochas são orientadas, mais ou menos, paralelamente à linha da costa, quando existe uma alternância de camadas resistentes e camadas pouco resistentes, a acção das vagas erode, facilmente, as rochas menos resistentes, formado pequenas grutas que pouco a pouco aumentam de tamanho e que quando desabam criam enseadas, mais ou menos importantes.

Arcose............................................................................................................................................................................................................................................................................................Arkose

Arkose / Arcosa / Arkose / 长石砂岩 / Аркоз (полевошпатный песчаник) / Arcose

Rocha sedimentar formada pela cimentação de grãos de feldspato e quartzo.

Ver: " Granito "
&
" Quartzo "
&
" Arenito "

A arcose é uma rocha sedimentar, que corresponde, mais ou menos, a um arenito rico em feldspatos. Normalmente, a arcose tem uma granulometria, relativamente, grosseira e uma cor rosada ou avermelhada (como a arcose do Triásico ilustrada nesta figura). Tipicamente, a arcose é constituída por grãos, angulares ou subangulares, derivados, directamente, de uma rápida desintegração do granito ou de rochas graníticas. Os grãos podem ser pouco ou moderadamente calibrados. O quartzo é, normalmente, o mineral dominante. Os feldspatos representam cerca de 25% dos constituintes. O cimento (sílica ou calcite) é, em geral, raro. A matriz (geralmente menos que 15%) inclui minerais argilosos (caulinite), mica, óxido de ferro e fragmentos de rochas. Certos geocientistas consideram, que uma arcose tem as características seguintes: (i) Semelhante a um arenito rico em feldspatos (micas podem estar, mais ou menos, presentes) ; (ii) Estratificação é, por vezes, bem visível ; (iii) Raramente com fósseis ; (iv) Ligeiramente efervescente em ácido hidroclórico diluído, o que indica um cimento à base de calcite ; (v) Cor, geralmente, lustrada, castanho acinzentado ou cor-de-rosa ; (vi) Textura e granulometria médias (2 mm, 1/16 em média), mas pode ser mais fina ; (vii) Deriva de uma rápida alteração, transporte e deposição de detritos de rochas graníticas ; (viii) Os detritos graníticos, que compõem as arcoses são depositados muito rapidamente em ambientes de deposição frios ou áridos de maneira a que os feldspatos não sofram uma alteração química ou uma decomposição significativa (razão pela qual as arcose são consideradas como rochas sedimentares imaturas). As arcose são, muitas vezes, associadas com os depósitos conglomeráticos formados a partir dos terrenos graníticos. As arcoses encontram-se, muitas vezes, acima das discordâncias sobrejacentes aos terrenos graníticos. Uma arcose pode, por vezes, ser confundida com um grauvaque. Contudo, os ambientes de deposição de uma arcose e de um grauvaque são totalmente diferentes. Enquanto que um grauvaque se forma num ambiente sedimentar de água profunda, em associação com correntes de gravidade (sistemas de deposição turbidítica), a arcose forma-se, em geral, a montante ou próximo da linha de costa, isto é num ambiente não-marinho ou de água pouco profunda.

Ardósia,  shale...........................................................................................................................................................................................................................................................................Shale

Ardoise, Shale/ Esquisto (lutita) / Schiefer / 页岩 / Сланец (глинистый) / Shale

Rocha anquimetamórfica, na fronteira da disgenese (compactação de sedimentos e endurecimento) e do metamorfismo (recristalização de rochas sob a ação de pressão e temperatura), ou par outros geocientistas, rocha sedimentar, fracamente, metamórfica de grão muito fino, com uma superfície ligeiramente acetinada, preta, azul-cinzenta ou arroxeada, se debitando em lâminas. Chamada por vezes de maneira errada, xisto, uma vez que um xisto é francamente uma rocha metamórfica.

Ver: " Argila "
&
" Argillito "
&
" Granulometria "

A ardósia é uma rocha sedimentar composta de grãos muito finos (limo e argila) altamente físsil, em outras palavras, que se debita em lâminas finas paralelas aos planos de estratificação que são difíceis de reconhecer. Não se deve confundir uma ardósia, que é físsil, com um lutito, que tem a mesma composição, mas com o tamanho do grão inferior a 1/16 mm e que não é físsil. Do mesmo modo, uma ardósia não se deve confundir com um siltito, que tem a mesma composição e grãos de tamanho semelhante, mas com um conteúdo em argila é muito menor. O termo argilito, que é usado por muitos geocientistas como sinónimo do termo inglês "schist" é muito confuso, uma vez que os geocientistas ingleses diferenciar, perfeitamente, os termos "shale" e "argillite". Função do tamanho, um sedimento pode ser descrito como: (i) Cascalho ; (ii) Areia ou (iii) Argila. As rochas não metamórficas provenientes destes sedimentos têm uma raiz latina: (1) Rudito ; (2) Arenito e (3) Lutito. As rochas metamórficas provenientes dos mesmos sedimentos têm uma raiz grega: (a) Psefito ; (b) Psammito e (c) Pelito. Um lutito quando compactado (por sobrecarga ou stress tectónico) adquire uma fissilidade e passa a ser denominado, muitas vezes, como "shale". Em outras palavras, um "shale" (e não uma argillito) é um lutito comprimido, com uma certa fissilidade. O termo pelito, que tem uma raiz grega (Pelos = argila) deve ser utilizado para descrever os sedimentos, mais ou menos, metamorfizados, isto é recristalizados devido a alterações nas condições físicas e químicas (temperatura, pressão, fluidos quimicamente activas, etc.,). As ardósias são, provavelmente, as rochas sedimentares mais comuns. Num ciclo de rochas, o processo que forma uma ardósia é a compactação. As partículas finas que compõem as lousas pode ficar na água muito mais tempo do que as partículas maiores e mais pesadas  que se depositam. As ardósias são depositadas em águas muito calmas e, assim, encontram-se em depósitos lacustres, lagunares, deltaicos, de planície de inundação, a jusante das areias das praias e das partes partes profundas e tranquilas das bacias oceânicas.

Área de Transferência (dos sedimentos) ..............................................................................................................................................Bypassing Area

Aire de transfert / Área de transferencia / Zwischenablage / 绕过面积 / Байпасирующая (обводная) зона / Area di trasferimento

Zona sem-depósito ao longo da qual os sedimentos são transportados, em geral, por correntes de gravidade, para as áreas mais profundas da bacia. As zonas de transferência ou de trânsito sedimentar são frequentes, quer nos sistemas fluvio-deltaicos, quer nos sistemas fluvio-turbidíticos.

Ver: " Acarreio Sedimentar "
&
" Sistema Rio-Delta "
&
" Turbidito "

A zona de transferência sedimentar, isto é, a zona onde não há deposição, é limitada às zonas de transferência da planície aluvial e da parte superior do talude continental, onde se iniciam, a maior parte, das correntes turbidíticas (correntes de turbidez). Em contrapartida, a deposição efectua-se, quer nas partes profundas da bacia, a partir do momento em que as correntes de gravidade perdem velocidade e, por conseguinte, competência, quer perto da linha da costa, quer junto à embocadura dos rios. Isto quer dizer, que nos sistemas fluvio-turbidíticos, a zona de transferência estende-se até à base do talude continental, enquanto que nos sistemas fluvio-deltaicos ela não ultrapassa a linha da costa, a jusante da qual se depositam os depósitos deltaicos. Evidentemente, que em certas áreas destes sistemas, a subsidência não é adequada, isto é, ela não é suficiente para que um nível de base temporário de deposição seja atingido durante intervalos de tempo frequentes. Não esqueça, que para haver sedimentação à montante do rebordo de uma bacia sedimentar, a acomodação (espaço disponível para os sedimentos) tem que aumentar. Na realidade, um grande número de observações de campo, feitas em diferentes tipos de bacias sedimentares, sugere que a quantidade de material depositado é, geralmente, inferior a quantidade do aporte terrígeno. A hipótese de que a sedimentação é, localmente, restrita ou mesmo interrompida em certos intervalos de tempo, durante os quais uma parte ou mesmo todo o aporte terrígeno é transferido para outras áreas, é, por vezes, avançada para explicar tais observações. Muitos geocientistas pensam que a maior parte da sedimentação, nos mares epicontinentais e plataformas, é controlada pelos perfis de equilíbrio dos rios, os quais parecem também controlar a sedimentação nos ambientes neríticos, onde a influência das zonas de transferência e descontinuidades de sedimentação é importante. Segundo E. Mutti, a compreensão destas influências é a chave de muitos problemas ligados à estrutura, estratificação, geometria e espessura dos sedimentos em horizontes tempo equivalentes.

Areão, Grânulo................................................................................................................................................................................................................................................................Granule

Granule / Gránulo / Körchen / 复合了(沉积颗粒) / Зерно, гранула / Granule

Sedimento clástico móvel com um diâmetro variando entre 1 e 2 mm.

Ver: « Granulometria »
&
« Areia »
&
« Cascalho »

Nesta figura, os sedimentos clásticos têm dimensões tais que permitem, na escala de Wentworth, de os englobar no padrão granulométrico de areão (grosso) ou cascalho (fino). As escalas para definir o tamanho dos grãos nas rochas sedimentares são escalas graduadas, quer isto dizer, que elas foram criadas impondo subdivisões arbitrárias num contínuo natural. O tamanho de uma partícula, chamado também tamanho do grão, refere-se ao diâmetro de grãos individuais do sedimento, ou das partículas litificadas das rochas clásticas, mas pode também ser aplicado a outros materiais granulares. O tamanho de uma partícula é diferente do tamanho cristalino, que é o tamanho de um único cristal dentro de uma partícula ou grão. Um único grão pode ser composto de diversos cristais e um material granular pode variar desde partículas coloidais muito pequenas, argila, silte, areia, e cascalho, até blocos (pedregulhos). A terminologia da dimensometria que é mais familiar dos geocientistas é a escala de Wentworth, a qual inclui três grandes subdivisões: (i) Cascalho ; (ii) Areia e (iii) Argila, mas que têm numerosas sub-divisões. Devido ao facto que na natureza a escala do tamanho dos grãos é muito grande, uma escala logarítmica é muito mais prática que uma escala linear, como, por exemplo, a escala de Uden-Wentworth: (a) Blocos (pedregulhos), diâmetro superior a 256 mm e φ = -8 (φ = -log2 do diâmetro do grão em milímetros) ; (ii) Calhaus, diâmetro superior a 64 mm e φ = -6 ; (iii) Seixos, diâmetro superior a 4 mm e φ = -1 ; (iv) Areão, diâmetro superior a 2 mm e φ = -1 ; (v) Areia muito Grossa, diâmetro superior a 1 mm e φ = 0 ; (vi) Areia Grossa, diâmetro superior a 1/2 mm e φ = 1 ; (vii) Areia Média, diâmetro superior a 1/4 mm e φ = 2 ; (viii) Areia Fina, diâmetro superior a 1/8 mm e φ = 3 ; (ix) Areia muito Fina, diâmetro superior a 1/16 mm e φ = 4 ; (x) Silte, diâmetro superior a 1/256 mm e φ = 8 et (xi) Argila, diâmetro superior a 1/256 mm e φ < 8. A escala psi (φ), que foi proposta por Krumbein, é determinada pela equação : φ = - log2 (tamanho do grão em mm). D = D02 − φ, onde D = diâmetro da partícula, D0 = diâmetro de referência, igual a 1mm e φ = escala phi). A variação do tamanho dos grãos, granulometria, que certos geocientistas chamam calibração, pode ser, facilmente, computorizada num diagrama de distribuição dos grãos.

Areia........................................................................................................................................................................................................................................................................................................Sand

Sable / Arena / Sand / / Песок / Sabbia

Sedimento clástico, móvel, com um diâmetro variando entre 0,06 e 1 mm. Vários padrões granulométricos podem ser considerados: (i) Areia muito Fina ; (ii) Areia Fina ; (iii) Areia Média ; (iv) Areia Grosseira e (v) Areia muito Grosseira.

Ver: « Granulometria »
&
« Areão »
&
« Cascalho»

Na escala de granulometria de Atterberg, quando o diâmetro dos grãos varia entre 0,02 e 0,25 mm, a areia é considerada como Areia Fina. Quando o diâmetro varia entre 0,25 e 2 mm, ela é considerada como Areia Grossa. A escala granulométrica de Wentwork é um pouco mais detalhada, uma vez que são considerados mais tipos de areia: (i) Areia muito Fina, quando o diâmetro dos grãos varia entre 0,06 e 0,12 mm, isto é, com valores de φ entre 4 e 3 (escala de Krumbein, φ = − log2 [diâmetro em mm]) ; (ii) Areia Fina, quando o diâmetro varia entre 0,12 e 0,25 mm ou, com φ entre 3 e 2 ; (iii) Areia Média, quando o diâmetro entre 0,25 e 0,50 mm ou, com φ entre 2 e 1 ; (iv) Areia Grosseira, quando o diâmetro varia entre 0,50 e 1.0 mm ou φ entre 1 e 0 e (v) Areia muito Grosseira, quando o diâmetro entre 1,0 e 2,0 mm ou φ entre 0 e -1. No onshore (em terra, isto é, a montante da linha da costa) e num contexto geológico não-tropical, a sílica (dióxido de silício, ou SiO2) é o principal constituinte das areias e, particularmente, sob sua forma de quartzo devido à sua inércia química e à sua dureza, que o tornam resistente às alterações atmosféricas. A composição de uma areia é muito variável em função da natureza do aporte terrígeno e do clima. Nos contextos tropicais e subtropicais, as areias brancas são a, maior parte das vezes, o resultado da erosão de rochas calcárias. Elas contém, muitas vezes, fragmentos de corais e conchas além de outro material calcário e fragmentos orgânicos. Muitas areias contêm magnetite, clorite, glauconite o e mesmo gesso. As areias ricas em magnetite são, em geral, negras, enquanto que as ricas em clorite e glauconite são verdes. As areias derivadas dos basaltos contém um alto teor em olivina. Por vezes, o teor de magnetite das areias é tão importante, que elas são utilizadas como minério de ferro. Na pesquiza do petróleo, as areias são excelentes rochas-reservatório, particularmente, as que são ligeiramente cimentadas, uma vez que, a cimentação retém areia, quando o petróleo é produzido, o que não é, muitas vezes o caso, quando elas não são cimentadas.

Areia Asfáltica....................................................................................................................................................................................................................Tar Sand, Oil Sand

Sable asfaltique, Sable betumineux / Arena asfáltica / Teersand / 焦油砂 / Нефтяной песок / Tar sabbia

Areia que contêm uma quantidade suficiente de asfalto para que uma comercialização seja possível. Em geral, uma areia asfáltica é uma areia betuminosa (petrolífera), que perdeu os componentes leves. Considerado muitas vezes como sinónimo de “Areia petrolífera” ou “Areia betuminosa”.

Ver: « Areia Betuminosa »
&
« Areia Petrolífera »
&
« Asfalto »

As areias asfálticas ou areias petrolíferas (segundo certos geocientistas) são uma combinação de areia, argila, água e betume (petróleo pesado negro e viscoso). As areias asfálticas podem ser extraídas a céu aberto e processadas para extrair o betume, o qual depois é transformado em petróleo leve. Na realidade, o betume das areias asfálticas não pode ser extraído do terreno no seu estado natural por bombagem como o é, normalmente, o petróleo. Assim sendo, ele pode ser extraído: (i) A céu aberto ; (ii) Por poços ; (iii) Por aquecimento com vapor água e (iv) Outros processos de recuperação. Os processos de recuperação são, em geral, compostos por duas fase. Uma fase de extracção e uma fase de separação, a qual tem por finalidade a individualização do betume, argila, areia e da água que compõem a areia petrolífera. O betume necessita de um tratamento adicional antes de ser refinado. Dado que o betume é muito viscoso. é quase sempre necessário uma diluição com hidrocarbonetos mais leves para que ele possa ser transportado por oleodutos. No sul da Venezuela, a chamada faixa petrolífera do Orinoco, é composta, em grande parte, por areias asfálticas, uma vez que ao longo de uma grande migração lateral, do norte para o sul, o petróleo perdeu os elementos leves e transformou-se num petróleo muito pesado que flui muito dificilmente. Estas areias não afloram. Elas estão enterradas a profundidades relativamente pequenas (entre 300 e 1200 m) e é o petróleo (pesado, cerca de 8-10° API ), que mantém os grãos em suspensão. O petróleo é mobilizado-se por injecção de vapor, mas a rentabilidade da extracção dependem sobretudo se ela é acompanhada ou não de uma subsidência compensatória. Como os grãos de quartzo estão em suspensão no petróleo pesado (eles não se tocam). Assim, à medida, que o petróleo é extraído, em caso favoráveis, a areia compacta-se o que provoca uma subsidência dos níveis estratigráficos suprajacentes, a qual favorece o escoamento do petróleo aquecido e assim a sua extracção. É esta subsidência que é responsável das depressões (entre 4-10 m) observadas na topografia actual.

Areia Betuminosa.......................................................................................................................................................................................................Tar Sand, Oil Sand

Sable betumineux, Sable asphaltique / Arena bituminosa / Ölsand / 油砂 / Битуминозный песок / Olio sabbia

Depósito arenoso, mal consolidado, contendo matéria orgânica impregnada de material betuminoso constituído principalmente por hidrocarbonetos a partir dos quais o petróleo pode ser extraído. Areias que contém asfalto ou betume, a partir das quais hidrocarbonetos podem ser potencialmente extraídos por destilação. O termo areia betuminosa é sinónimo de Areia Asfáltica ou Petrolífera, quer isto dizer, de uma combinação de argila, areia, água e betume.

Ver: « Areia Asfáltica »
&
« Areia Petrolífera »
&
« Asfalto »

As areias betuminosas (ou areias petrolíferas) são formações geológicas, que contém petróleo pesado chamado, por vezes, betume. Elas são compostas por aproximadamente 80% de areia e argila, 10% de água e cerca de 10% de petróleo. Cada grão de areia é envolvido por um filme de água, o qual, por sua vez, é envolvido por um filme de petróleo. Em geral, as areias betuminosas não afloram. Elas estão cobertas por outras formações sedimentares. Contudo, para que a sua exploração seja economicamente viável o seu enterramento não deve ser muito grande (entre 300 e 500 metros). A mobilidade do petróleo é um factor importante na rentabilidade de um projecto de areias betuminosas. Quando o preço do petróleo andava à volta dos 20 dólares por barril (antes que o pico de produção do petróleo fosse atingido (se já o foi), isto é, antes do fim do petróleo barato de Laherrere), a grande maioria das acumulações de areia betuminosa eram não-económicas. Com preço do barril à volta dos 80-100 dólares, o que em termos de horas de trabalho é ainda mais barato do que em 1982, a exploração de algumas dessas acumulações começa apenas a ser rentável. Note, que em 1982, durante o primeiro choque petrolífero, eram necessárias 11 horas de trabalho de um americano médio para comprar um barril de petróleo contra 8 horas hoje (2007-2008). Os recursos (não confundir com reservas) de areias betuminosas na província de Alberta, no Canadá, são estimados a 1,7-2,5 Tb (tera = 1012), o que constitui um dos maiores do mundo. Contudo, é pouco provável que estes recursos possam ser todos extraídos economicamente, isto é, que eles passem a reservas. Um outro país muito rico em recursos de areias betuminosas é a Venezuela (Faja de Orinoco).

Areia Carbonatada (de baixio).....................................................................................................................................................Carbonate Sand Shoal

Sable carbonaté (de haut fond) / Arena carbonática (de banco) / Karbonat-Sand (Tiefland) / 碳酸盐砂(低地) / Карбонатный песок / Sabbia Carbonatica (bassopiano)

Acumulação de areia carbonatada que ocorre, geralmente, a jusante dos bancos e plataformas carbonatadas. Com menos frequência, as areias carbonatadas de baixio também se podem formar nas plataformas interiores e em áreas, topograficamente, elevadas dos ambientes mais profundos. As areias carbonatadas de baixio podem passar lateralmente (distância relativamente pequena) a outras fácies calcárias.

Ver: « Plataforma Carbonatada Aureolada »
&
« Plataforma »
&
« Montículo Recifal »

Há cinco categorias de plataformas carbonatadas: (i) Plataforma Aureolada ou Orlada, caracterizada pela presença de recifes ou areias calcárias de baixio no rebordo da plataforma (como ilustrado nesta figura) e areias argilosas na laguna ou plataforma aberta (formam-se em águas calmas) ; (ii) Plataforma em Rampa Carbonatada, na qual as areias carbonatadas da linha da costa passam, na base da rampa, a areias argilosas e lamas de água profunda (os recifes são raros) ; (iii) Plataforma Epeirica (ou epírica), caracterizada pela presença de superfícies de maré e lagunas protegidas ; (iv) Plataforma Isolada, onde as fácies são muito controladas pela orientação dos ventos dominantes (recifes e corpos arenoso na margem barlavento, enquanto que, na margem sotavento, os sedimentos são mais lamacentos) ; (v) Plataforma Morta ou Afogada (localizada debaixo da zona fótica). Como ilustrado neste esquema, é nas plataformas aureoladas e abertas, caracterizadas por uma lâmina de água não superior a 10 m, que as areias carbonatadas de baixio são frequentes. Na realidade, o desenvolvimento destes corpos sedimentares carbonatados requer, que os sedimentos tenham uma certa granulometria e a presença de agentes geológicos para remover os sedimentos maiores. Tais condições encontram-se, geralmente, nas áreas de forte produção de carbonatos, quando a ruptura (ou quebra) da plataforma coincide, mais ou menos, com a profundidade de acção das ondas ou correntes de maré. Em outros termos, para que as areias calcárias de baixio se formem durante um cortejo transgressivo, por exemplo, os incrementos das subidas relativas do nível do mar (subidas em aceleração) devem ser tais que a profundidade de acção das vagas possa remover os sedimentos mais grosseiros, o que quer dizer, que, em condições de mar calmo, a lâmina de água não deve ultrapassar 10 metros.

Areia de Permeabilidade Baixa (com gás).......................................................................................................................Tight Sand Gas

Sable à gaz (peu perméable) / Arena con gas (poco permeable) / Enge Sand Gas / 致密砂岩气 / Газоносный песок / Sabbia a tenuta di gas

Areia impermeável, actualmente a grande profundidade, contendo o gás, que, às vezes, é produzido por simples fracturação ou por fracturação hidráulica, mas que se depositou quer em um águas rasas (plataforma continental) quer a uma grande profundidade (talude continental ou planície abissal). A produção deste tipo de acumulação de gás pode ser rentável em casos excepcionais.

Ver: « Metano »
&
« Gás »
&
« Gás Biogénico »

Areias orgânicas impermeáveis ​​com gás são rochas-reservatório de muito baixa permeabilidade (capacidade de um material, como, por exemplo, uma rocha, de transmitir fluidos ou conectividade dos poros de uma rocha), que requerem uma fracturação artificial de modo que o gás possa fluir. Em geral, elas estão localizados em áreas onde há a produção de gás convencional nas rochas-reservatório pouco profundas. Na década de 70, algumas companhias de petróleo descobriram grandes quantidades de gás (recursos) na bacia profunda (a leste da província de Alberta, Canadá), como mostrado no diagrama. Nesta região, a maioria das rochas da coluna estratigráfica estão saturados de gás natural. No entanto, as rochas tem uma permeabilidade muito baixa, mas elas contêm água (que pode permitir, opcionalmente, uma produção de gás). Regiões com as mesmas características foram encontradas em outras bacias em diferentes partes do mundo. Actualmente, o gás natural é produzido a partir de areias orgânicas impermeáveis ​​no Canadá, EUA, Austrália e Argentina. No Canadá, estas areias são encontrados na bacia profunda e bacia de ante-país das Montanhas Rochosas (British Colúmbia e Alberta), e nas planícies do sul da província de Alberta e da região do norte das planícies da Colômbia -British. Os Serviços Geológicos  dos EUA pensam que as areias impermeáveis ​​com gás podem conter cerca 460 Tcf (1012 pés cúbicos) de gás nos Estados Unidos (cerca de três vezes a quantidade actual de reservas de gás comprovadas) e dos quais, provavelmente, 135 Tcf podem ser tecnicamente recuperáveis. Muitos geocientistas conhecem, mais ou menos potenciais, mas até recentemente, era muito difícil ou impossível de produzir grandes quantidades de gás a partir de rocha impermeável. Actualmente, as coisas mudaram (os preços do gás são muito mais elevados e foram descobertas novas técnicas de produção). Nos Estados Unidos, a produção actual de gás a partir de areia e argilas impermeáveis ​​é de cerca de 20% da produção total.

Areia Petrolífera..........................................................................................................................................................................................................Tar Sand, Oil Sand

Sable petrolifère / Arena asfáltica / Ölsand / 油砂 / Нефтенасыщенный песок / Sabbia Petrolifera

Depósito arenoso, mal consolidado, contendo matéria orgânica impregnada de material betuminoso constituído principalmente de hidrocarbonetos, a partir dos quais o petróleo pode ser extraído. Areias que contém asfalto, ou betume, a partir das quais hidrocarbonetos podem ser potencialmente extraídos por destilação. Considerado muitas vezes como sinónimo de Areia asfáltica ou de Areia Betuminosa.

Ver: « Areia Betuminosa »
&
« Areia Asfáltica »
&
« Asfalto »

A grande maioria das areias petrolíferas ou areias com óleo (como certos geocientistas as chamam) não é apropriada para uma mineração de superfície e deve ser extraída através de uma recuperação “in situ”. O método “in situ” mais produtivo é a Drenagem por Gravidade Assistida por Vapor (DGAV). A inundação pelo fogo (“Fireflooding”) e a electrovolatização são métodos alternativos de recuperação “in situ”, mas não são tão utilizados como a drenagem por gravidade assistida por vapor. Tal com ilustrado nesta figura, neste método, vapor de água a alta pressão é injectado nas areias petrolíferas através de poços verticais, que ao nível das areias são desviados paralelamente à inclinação destas. O calor e o vapor de água forçam o betume, que, muitas vezes, é óleo pesado, a fluir para os poços de extracção a partir dos quais, ele é bombeado para a superfície para ser tratado. Um das regiões onde várias companhias estão a utilizar, mais ou menos, este método, é a Faja do Orenoco na Venezuela, ondas as areias petrolíferas (petróleo pesado, mais ou menos, de densidade 8-10° API) ocorrem entre 300 e cerca de 1000 metros de profundidade. Um dos grandes problemas deste método é que, na maior parte dos casos, o trajecto do vapor de água é difícil de determinar, o que, evidentemente, dificulta a localização dos poços de produção, mesmo quando estes são horizontais, o que é o mais frequente. Para remediar este problema, certos geocientistas como Manik Talwani, propuseram a utilização de uma microgravimetria 4D, quer isto dizer, de utilizar várias campanhas microgravimétricas, antes e depois da injecção de vapor de água, o que, teoricamente, por comparação dos resultados, permite de localizar as áreas onde o vapor de água se concentrou e assim melhor localizar os poços de produção. Este método microgravimétrico 4D foi utilizado, com sucesso, em certos campos petrolíferos da Marathon Oil Company.

Areia de Transbordo (turbiditos)..........................................................................................................................................Outer Bend Splay Sand

Sable de débordement (turbidites) / Arena de desborde (turbiditas) / Overflow Sand (Turbiditen) / 溢出砂(浊流) / Приносимый приливом песок / Sabbia di troppopieno (torbiditi)

Areia associada aos diques marginais naturais turbidíticos dos cones submarinos de talude. As areias de transbordo (areias e lama) são depositadas quando uma corrente turbidítica transborda a depressão ao longo da qual ela se escoa em direcção das partes profundas da bacia (planície abissal). Uma corrente turbidítica transborda quando a sua altura excede a capacidade de transporte ao longo da depressão, que, por vezes (quando há erosão) corresponde a um canal turbidítico. Os horizontes arenosos associados com este tipo de depósito não ultrapassam 1-2 m de espessura. Localmente, em certas condições, eles podem ser considerados como rochas-reservatórios potenciais alternativas.

Ver: « Turbidito »
&
« Cone Submarino do Talude »
&
« Cortejo Sedimentar »

Esta fotografia ilustra um sistema de deposição turbidítica de idade Eocénica (Este da Turquia). As relações geométricas entre: (i) Os preenchimentos das depressões entre os diques marginais naturais, que, por vezes, mas não neste caso, correspondente a canais turbidíticos (quand houve erosão) ; (ii) Diques marginais naturais e (iii) Outros depósitos de transbordo, são bem visíveis. No campo, as relações espaciais entre os diferentes corpos sedimentares, que constituem os cones submarinos do talude são mais fáceis de determinar do que nas linhas sísmicas, por uma questão de resolução sísmica. Contudo, mesmo no campo (escala natural ou 1:1), a diferenciação entre os diques marginais naturais e os outros depósitos de transbordo é subtil (função do teor de areia). De entre todos os depósitos de transbordo, os diques marginais naturais são os que têm maior teor em areia, o qual, contudo, é muitas vezes muito inferior ao teor de areia do preenchimento das depressões entre os diques ou dos canais turbidíticos (em caso de erosão), quando estes não estão totalmente preenchidos por sedimentos argilosos. Note, que o preenchimento dos canais turbidíticos de alguns geocientistas corresponde, por vezes, mais ao preenchimento da depressão criada por uma ausência de deposição, entre os diques marginais naturais, e que uma canalização produzida pela acção erosiva da corrente turbidítica, é sempre posterior aos depósitos de transbordo. A grande maioria dos canais turbidíticos (ou das depressões entre os diques marginais naturais) é preenchida em retrogradação (espessamento em direcção do continente) quando o nível relativo do mar começa a subir.

Arenito, Grés........................................................................................................................................................................................................................................................Sandstone

Grès / Arena / Sandstein / 砂岩 / Песчаник / Arenaria (roccia)

Rocha sedimentar clástica composta de grãos de quartzo, feldspato e fragmentos de outras rochas, com um diâmetro variando entre 0,0625 e 2 mm e unidos por um cimento de quartzo, carbonato e outros minerais ou por uma matriz constituída, principalmente, por minerais argilosos.

Ver: « Areia »
&
« Arenito Retrogradante »
&
« Rocha-Reservatório »

O arenito é uma categoria de rocha feita de sedimentos, isto é, uma rocha sedimentar. Os sedimentos ou partículas sedimentares são clastos, ou partes de minerais e fragmentos de rochas. Como um arenito é, principalmente, constituído por areia (partículas de grão médio). De maneira mais precisa, a areia tem um diâmetro que varia entre 1/16 e 2 milímetros (mais grossa que o silte e mais fina que o cascalho). Um arenito pode conter material mais fino e mais grosso do que a areia. Contudo, se ele tiver mais de 30% de grãos de cascalho, seixos ou pedregulhos, ele passa a chamar-se conglomerado (clastos rolados) ou brecha (clastos angulosos) ou, simplesmente, rudito. Num arenito, além das partículas sedimentares que o compõem, existem dois diferentes tipos de material: (i) Matriz e (ii) Cimento. A matriz é o material finamente granulado (silte e argila), que estava no sedimento junto com a areia, enquanto que o cimento é uma matéria mineral, introduzida, mais tarde, e que liga os sedimentos para formar uma rocha. Um arenito com muita matriz é pouco calibrado ou triado. Se a matriz atinge mais de 10 por cento da rocha, o arenito é chamado vaque. Um arenito bem calibrado e com pouca matriz e pouco cimento é um arenito limpo (em inglês "arenite" e não "sandstone"). Embora um arenito seja, formalmente, definido pelo tamanho das partículas, as rochas detríticas constituídas, principalmente, por minerais carbonatados não são designadas como arenitos. As rochas carbonatadas são conhecidas pelo nome de carbonatos e fazem parte de uma classificação à parte, uma vez que, um arenito significa basicamente uma rocha rica em silicatos. Uma rocha clástica carbonatada de grão médio ou calcário arenítico é, normalmente, chamado calcoarenito. Uma tal divisão faz sentido porque um calcário é feito ou depositado em água oceânica limpa, enquanto que as rochas siliciclásticas são construídas a partir de sedimentos resultantes da erosão dos continentes. Os arenitos são rochas-reservatório com boas características petrofísicas.

Arenito Limpo, (grés limpo)...............................................................................................................................................................................................................Arenite

Grés propre / Arena limpia / Saubere Sandstein, Arenit / 清洁砂岩 / Аренит / Arenaria limpida

Rocha sedimentar clástica cujos grãos têm uma granulometria entre 0,0625 e 2 mm e que tem menos 5% de matriz detrítica argilosa.

Ver: « Arenito »
&
« Rocha-reservatório »
&
« Granulometria »

Esta amostra (arenito limpo de Oriskany, Oeste Virginia, EUA) é, praticamente, constituído a 99% de quartzo puro. Este tipo de arenito é utilizado na fabricação de recipientes de vidro e, muitas vezes, na fabricação de lentes para telescópios. Os cristais de quarto de mais alta qualidade são os cristais de sílica que têm propriedades ópticas e electrónicas. Segundo USGS (Serviços Geológicos dos Estados Unidos) cerca de dez mil milhões de cristais de quartzo são utilizados todos os anos na industria. Os cristais de quartzo com propriedades electrónicas são utilizados como filtros, controladores de frequência, temporizadores, circuitos electrónicos, que se tornam indispensáveis nos componentes de telefones celulares, relógios, jogos, televisão, computadores, instrumentos de navegação e outros produtos. Os cristais de quarto com propriedades ópticas são utilizados na fabricação de lentes e janelas de lasers e outros dispositivos especializados. Actualmente, a grande maioria dos cristais de quarto utilizados na industria não são cristais naturais, tirados dos arenitos limpos, mas cristais fabricados. Este tipo de arenito tem excelentes características petrofísicas. Com uma forte permeabilidade, induzida pela presença de grandes poros perfeitamente conectados uns com os outros, os arenitos limpos formam excelentes rochas-reservatório para os hidrocarbonetos, embora, por vezes a porosidade seja relativamente pequena. O grande tamanho dos poros pode criar problemas de perfuração, em particular perdas da lama de perfuração importantes. A formação Mirador, no campo petrolífero de Cusiana (Colômbia), pode ser considerada como uma arenito limpo (teor de argila muito baixo). A mineralogia típica desta formação é de 78% de grãos de quartzo, 14% de cimento de quartzo e uma porosidade de cerca de 8%. Apesar da baixa porosidade, a permeabilidade é elevada. A uma porosidade de 8% corresponde uma permeabilidade de 100 mD. Para uma porosidade de 10%, a permeabilidade é de 400 mD. Na realidade, a permeabilidade é função da granulometria. Para uma porosidade de 10%, a permeabilidade é 800 mD quando a rocha-reservatório um arenito limpo grosseiro e de 90 mD para um arenito limpo fino.

Arenito Retrogradante............................................................................................................................................................Retrogressive Sandstone

Grès rétrogressif / Arena retrogradante / Rückschrittlich Sandstein / 倒退砂岩 / Регрессивный песчаник / Arenaria retrogressiva

Arenito depositado nos paraciclos-sequência que o compõem o cortejo sedimentar transgressivo do ciclo estratigráfico dito ciclo-sequência. Individualmente, cada paraciclo-sequência traduz um episódio sedimentar regressivo. Contudo, colectivamente, os paraciclos-sequência (parasequências)  formam um intervalo transgressivo, uma vez que devido a um acarreio sedimentar insuficiente, a geometria global é retrogradante. Por outras palavras, dentro das areias retrogressivas, as progradações e estratificações oblíquas, com vergência para o mar (que indicam o sentido do aporte terrígeno), são predominantes, visto que todos os sedimentos clásticos vêm da terra e não do mar.

Ver: « Cortejo Sedimentar »
&
« Mudança Relativa do Nível do Mar »
&
« Cortejo Transgressivo »

Antoine Laurent de Lavoisier (1789), interpretou os arenitos litorais da bacia de Paris, como arenitos retrogradantes, depositados em associação com sucessivas subidas relativas do nível do mar. A geometria retrogradante destes arenitos sugere, fortemente, uma retrogradação (deslocamento em direcção do continente) da ruptura costeira de inclinação da superfície de deposição, a cada subida relativa do nível do mar. Contudo, os sedimentos depositados entre duas subidas relativas, isto é, os sedimentos entre duas superfícies de ravinamento exibem uma configuração interna progradante. Isto quer dizer, que, na realidade, uma transgressão corresponde, simplesmente, a uma sucessão vertical de pequenas regressões, cada vez menos importantes, por deficiência de aporte terrígeno, mas que, globalmente, criam uma morfologia retrogradantes dos depósitos. A cada subida relativa do nível do mar, a ruptura da superfície de deposição costeira desloca-se para montante, o que aumenta a área da plataforma continental. Durante o período de estabilidade relativa do nível do mar, que segue a subida relativa do nível do mar, o aporte terrígeno desloca a ruptura da superfície de deposição para jusante. Por outras palavras, a ruptura costeira da superfície de deposição, que corresponde, mais ou menos, à linha da costa, prograda em direcção do mar. Contudo, devido a uma deficiência do acarreio sedimentar, em relação ao aumento da área da plataforma, a ruptura costeira da superfície de deposição não atinge a posição, que ela tinha antes da subida relativa do nível do mar, o que se repete a cada subida relativa. Note, que entre cada paraciclo-sequência, o nível relativo do mar não desce ; ele mantém-se constante.

Argila......................................................................................................................................................................................................................................................................................................Clay

Argile / Arcilla / Ton / 粘土 / Глина / Argilla

Qualquer dos numerosos pequenos minerais alumínio-silicatados com estrutura cristalina, mais ou menos, laminar e formados quer por alteração atmosférica quer por hidratação de outros silicatos. Qualquer fragmento mineral mais pequeno que 0.0039 milímetros. Embora muitos geocientistas portugueses utilizem o termo argila para desginar uma rocha argilosa, nós preferimos reserva-lo para uma partícula (granulometria).

Ver: " Ardósia "
&
" Argilito "
&
" Granulometria "

Como a ilustrada na fotografia da direita (argila Quaternária, Estónia), uma argila, quando húmida é plástica, o que significa que ela pode ser modelada. Contudo, quando seca (figura da direita), ela fica dura e, quando submetida a altas temperaturas, transforma-se, de modo permanente, em um material extremamente duro, o que faz dela uma substancia ideal para a cerâmica. Os minerais argilosos formam-se durante longos períodos de tempo devido a uma alteração química gradual das rochas, principalmente, das rochas silicatadas, devido a uma baixa concentração de ácido carbónico e outros solventes, mais ou menos, diluídos. Estes solventes, mais ou menos, ácidos, migram através das zonas alteradas das rochas, depois de estas terem sofrido uma lexiviação, mais ou menos, intensa. Além dos processos de meteorização, certos minerais argilosos são formados por hidrodinamismo. Os depósitos de argila podem ser formados "in situ", como depósitos residuais, mas os depósitos argilosos espessos formam-se, sobretudo por processos de redeposição sedimentar secundária depois que eles tenham sido erodidos e transportados do seu lugar de deposição original. Os depósitos de argila caracterizam ambientes sedimentares de baixa energia, como, por exemplo, lagos e certos ambientes marinhos. Basicamente, os depósitos argilosos, conhecidos como caulinos, encontram-se no sitio onde se formaram. Os depósitos, ditos secundários, são aqueles, que foram removidos pela erosão e pela água do lugar onde eles se formaram. As argilas distinguem-se dos outros solos finamente granulados pela diferença de tamanho e mineralogia das suas partículas. O siltes, que são, igualmente, solos finamente granulados, mas que não têm minerais argilosos, são formados por partículas com tamanho superior ao das argilas. Contudo, há uma certa sobreposição, não só no tamanho das partículas, mas em certas propriedades físicas. Por outro lado, existem muitos depósitos naturais que incluem siltes e argilas. De qualquer maneira, pode dizer-se que, a distinção entre silte e argila varia com os ramos considerados (pedologia, sedimentologia, etc.).

Argilito....................................................................................................................................................................................................................................................................................Argillite

Argillite / Arcilita / Argillit /泥质/ Аргиллит (глинистый сланец) / Argillite

Rocha composta de sedimentos argilosos e caracterizada, muitas vezes, por uma fracturação irregular e uma ausência de folheação, que se ser muito ligeiramente, metamórfzada (recristalização da ilita). Um argillito não corresponde de maneira nenhuma a uma argila, uma vez que uma argila é uma partícula sedimentar caracterizarda por uma certa granulometria, nem a uma ardósia (shale), como certos geocientistas pensam.

Ver: "Argila"
&
" Argilito Compactado"
&
" Rocha-mãe Potencial "

Em 1953, Flawn definiu um argilito metamorfizado como uma rocha sedimentar, ligeiramente, metamorfizada intermediária entre um argilito compactado e um meta-argilito (muito metamorfizado), na qual, pelo menos, metade dos constituintes argilosos (diâmetro entre 0,01 para 0,05 mm), foram recristalizados em sericite, clorita, biotita e epidoto. O palavra inglesa "claystone" usada para descrever uma rocha sedimentar não laminar composta de partículas do tamanho da argila (<1/256 mm de diâmetro) não corresponde ao que certos geocientistas chamam, erroneamente, argilito uma vez que em inglês o termo "argillite" é usado para descrever uma rocha argilosa anquimetamórfica. Um argilito (rocha argilosa anquimetamórfica) não pode ser considerada como uma rocha-mãe, apesar de ter sido rica em matéria orgânica, uma vez que a maturação da matéria orgânica excedeu a janela do gás. O índice de cristalinidade da ilita (índice de Kubler) é neste assunto crucial. No início da segunda fase de exploração da bacia do Kwanza (Angola), na década de 60, os geocientistas pensavam  que a rocha-mãe das exsudações de petróleo reconhecidos no campo e nos poços de pesquiza, eram os argilitos acastanhadas do substrato (formação Karoo?), uma vez que as rochas argilosas do Cretáceo ricas em matéria orgânica, estavam pouco enterradas (500-1500 m). As amostras das supostas rocha-mãe do substrato foram enviadas para o laboratório e os resultados da análise de raios-X foram conclusivos. A ilita e outros minerais argilosos estavam recristalizados. Um tal facto, implicava que as rochas argilosas foram enterradas, suficientemente, para que a maturação da matéria tivesse ultrapassado a janela do gás. Mais tarde, as rochas do Cretáceo, ricas em matéria orgânica, foram, igualmente, analisadas e os resultados foram uma surpresa. A cristalinidade de ilita sugeriu que elas tinham sido enterradas, suficientemente, para que a maturação da matéria orgânica atingisse a janela de petróleo. Isto quer dizer que  houve um levantamento tectónico entre 1500-2000 m da parte oriental da bacia, uma vez que, actualmente elas, estão em uma profundidade que varia entre 500 - 1500 m.

Argilito de Abandono................................................................................................................................................................................Abandonment Shale

Argile d'abandon / Arcilla de abandono / Argila Ausfallende / 放弃页岩 / Глина, оставшаяся в покинутом русле реки / Argilla abbandono /

Nível ou níveis de argila depositadas nos canais (ou depressões) e nos depósitos de transbordo (diques naturais) turbidíticos complexos submarinos inactivos. A presença de níveis de argila semelhantes acima dos cones de submarinos de talude permite, às vezes, a retenção de hidrocarbonetos em armadilhas, quer nas rochas reservatórios que preenchem os canais (ou depressões), quer nas rochas-reservatórios arenosas dos depósitos de transbordo.

Ver: “ Ardósia
&
" Cone Submarino de talude "
&
" Depósito de transbordo (canal) "

Nesta linha sísmica no Golfo do México, o qual corresponde a uma bacia sedimentar de tipo mediterrânico, ou seja, uma bacia pannónica que sofreu uma oceanização, os sistemas de deposição de água profunda são predominantes. Os cones submarinos de talude (CST) são, facilmente, identificados pela geometria em asas de gaivota. Nas partes mais distais da bacia, pode-se, igualmente, reconhecer os cones submarinos de bacia (CBS), que nesta linha não são muito evidentes. A migração e sobreposição vertical dos preenchimentos de canais, que, na realidade, são as depressões (áreas sem depósito) entre os diques marginais naturais, são enfatizadas por horizontes de argila de abandono (forte amplitude). Neste exemplo, os intervalos turbidíticos têm poucas reflexões associadas, o que, provavelmente, significa que o fácies (litologia) é, relativamente, homogéneo e argiloso. Ao contrário, os horizontes associados com os argilitos de abandono são realçados por reflectores sísmicos de forte amplitude, em particular, os que fossilizam os preenchimentos entre os diques marginais naturais. Os argilitos correspondem quase sempre a argilitos pelágicos (não transportados por correntes de turbidez), cujo tempo de deposição contrasta, fortemente, com o dos depósitos turbidíticos. Enquanto que  os intervalos turbidíticos se depositam quase instantaneamente (tempo geológico), os argilitos de abandono, que, em geral, as separam, têm um tempo de deposição que pode durar centenas, até mesmo milhares de anos. Assim, pode-se dizer que: (i) A sedimentação dos intervalos turbidíticos é, principalmente, lateral ; (ii) Os sedimentos são transportados por correntes de turbidez ; (iii) A sedimentação dos argilitos de abandono é vertical e (iv) As partículas de argila pelágica tombam lentamente através da coluna de água para se depositarem no fundo do mar.

Argilito Asfáltico(petrolífero).......................................................................................................................................................................................................Shale oil

Argile asphaltique / Arcilla asfáltica / Argila Asphaltgestein / 油页岩 / Сланцевое масло / Scisto bituminoso

Rocha sedimentar fina e físsil que contém quantidades significativas de cerogénio (mistura sólida de compostos químicos orgânicos) a partir do qual se pode, eventualmente, extrair hidrocarbonetos líquidos. O termo argilito asfáltico ou betuminoso corresponde, por vezes, a um erro de linguagem, uma vez que a rocha a partir da qual os hidrocarbonetos são extraídos nem sempre é uma argilito e os hidrocarbonetos não são, necessariamente, petróleo. Os hidrocarbonetos extraídos requerem um tratamento mais importante do que o petróleo bruto, o que afecta muito a viabilidade económica de tais "argilitos".

Ver: " Asfalto "
&
" Óleo Leve (petróleo) "
&
Argila

Importantes depósitos de argilito asfáltico, que, na realidade, muitas vezes correspondem às areias betuminosas existem nos Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Madagáscar, etc. Certos geocientistas avançam  que estas argilitos têm recursos equivalentes a 2,8-3,3 Tb (2,8 a 3,3 x 1012 barris de petróleo). Teoricamente, uma argilito asfáltico ou petrolífero é uma rocha rica em matéria orgânica, que pertence ao grupo de combustíveis sapropélicos (do grego "sapros + pelos ", que significa "putrefacção + lama"). Uma argila asfáltica difere de uma rocha impregnada de betume (como, por exemplo, um areia betuminosa), de um um carvão húmico e de uma ardósia carbonizada. Num argilito asfáltico, o cerogénio foi transformado, naturalmente, em petróleo por aumento de temperatura e pressão. Os argilitos asfálticos variam muito em mineralogia, composição química, idade geológica, tipo de cerogénio, história de deposição e organismos associados. Existem várias tentativas de classificação destas argilitos. Uma delas, talvez, a mais utilizada, é baseada na composição mineralógica da rocha : (i) Argilito petrolífero rico em carbonato ; (ii) Argilito petrolífero rico em sílica e (iii) Argilito petrolífero rico em esporos (que certos geocientistas chamam erroneamente, em nossa opinião, argilitos sapropélicos). Função do ambiente sedimentar, onde a biomassa original se depositou, os argilitos petrolíferos podem ser: (a) Terrestres ; (b) Lacustres e (c) Marinhos. Não esqueça que não há nenhuma palavra em português que traduza, adequadamente, o termo inglês "shale". Alguns geocientistas utilizam o termo "shale"  outros argilito para designar a rocha e reservam o termo argila para a partícula sedimentar de diâmetro inferior a 0,1 mm e meta-argilito para o rocha quando ela esta já anquimetamórfica.

Argilito Compactado..............................................................................................................................................................................................Compacted Clay

Argile compactée / Arcilla compactada / Verdichtete Ton / 压实粘土 / Уплотненная глина / Argilla compattata

Argilito que perdeu uma grande parte da água intersticial, devido à sobrecarga dos sedimentos sobrejacentes e, por isso, diminuiu de volume ficando assim mais consistente e densa, quer isto dizer, mais compactada.

Voir: " Argila"
&
" Argilito "
&
" Compactação "

Esta montanha, no Estado de Utah (EUA), é formada sobretudo de argilito compactado, isto é, pela rocha sedimentar detrítica (ou clástica) mais comummente exposta à superfície da terra. A argila forma-se a partir dos grãos residuais e corroídos de rochas pré-existentes e deposita-se, em camadas, nas áreas de deposição como, por exemplo, vales, lagos ou bacias marinhas. Um argilito torna-se compactado devido a precipitação sobre a superfície dos grãos, por perda da água intersticial, de minerais autigénicos (minerais que se formam durante a sedimentação ou diagénese precoce), que formam um cimento natural. A compactação é um processo geológico no qual um conjunto de sedimentos, perde a sua porosidade (progressivamente), devido ao carregamento (peso dos sedimentos sobrejacentes). A compactação faz parte da litificação. Quando uma camada de sedimentos se deposita, ao princípio, o espaço entre os grãos está preenchido por água. À medida que mais sedimentos se depositam por cima, o carregamento aumenta os esforços entre as partículas o que tem por resultado a redução da porosidade primária, devido a um empacotamento mais eficiente das partículas, isto é, um aumento da compressão elástica e dissolução de minerais no contacto entre os grãos (como, por exemplo, a formação de estiolitos nos carbonatos). A porosidade inicial (percentagem do volume dos poros em relação ao volume total) dos sedimentos depende da litologia. As rochas argilosas começam por ter porosidades superiores a 60%, enquanto que as rochas arenosa têm, mais ou menos, 40% e os carbonatos, por vezes, mais de 70%. Contudo, com o enterramento, como sugerido pelos poços de pesquiza petrolífera, a porosidade diminui fortemente. Quando existe uma variação lateral significativa da espessura e compatibilidade de um intervalo sedimentar, o peso dos sedimentos sobrejacentes induz variações espaciais da compactação, o que produz no intervalo sobrejacente uma variação da espessura e estrutura, mesmo na ausência de qualquer actividade tectónica, unicamente devido a compactação diferencial do intervalo inferior.

Argilito Externo (de transbordo).........................................................................................................................................Distale overbank mudstone

Argillite externe (de débordement) / Arcilita externa (de transbordo) / Distale Übersarung Tonstein /远端漫滩泥岩/Дистальный сбросовый сланец /Argilliti esterno (spillover)

Argilito e não argila, como certos geocientistas lhe chamam, depositado na parte externas dos diques marginais naturais associados com os cones submarinos de talude, quando as correntes turbidíticas transbordam a anomalia morfológica entre os diques, anteriormente depositados, a qual por vezes, corresponde a um canal (erosão), e ao longo da qual as correntes se escoam.

Ver: " Apron "
&
" Cone submarino de Talude "
&
" Argilito "

O termo argilito, aqui utilizado , designa uma rocha sedimentar composta de argila e lodo, mais ou menos, laminar e não anquimetamórfica. Portanto, pode dizer-se argillito externo de transbordo. Como ilustrado no diagrama, na maioria dos casos, os argilitos externos de transbordo, assim como os diques marginais naturais, não são contemporâneos, mas mais antigos do que os sedimentos que preenchem a depressão (ou o canal, quando há erosão ), por onde passaram as correntes que em transbordando os depositaram. O fácies (litologia) dos diques naturais é basicamente argiloso. O teor de areia é, geralmente, baixo e a espessura destes horizontes, raramente atinge um metro, mesmo na parte mais grossa, perto da depressão central. Os horizontes de areia são considerados, às vezes, como rochas-reservatório secundárias. Eles podem aumentar, ligeiramente, as reservas de um jazigo, mas raramente, por si só, eles formam acumulações, economicamente, viáveis. Em outras palavras, quando os níveis de areia dos diques marginais naturais são saturados com petróleo, eles correspondem, na maioria dos casos, a recursos e não a reservas. As partículas mais finas dos depósitos de transbordo depositam-se mais longe da depressão entre os diques, que têm uma vergência oposta. Esta depressão, que aumenta, gradualmente, à medida que as correntes turbidíticas transbordam pode, mais tarde (quando o nível relativo do mar começa a subir) ser preenchida, em retrogradação, quer por areia ou argila, função a composição das correntes. Quando o preenchimento é de areia, ele forma rochas-reservatório, como é o caso no offshore profundo de Angola e do Golfo do México. Os argilitos externos de transbordo podem depositar-se sobre os cones submarinos de bacia ou directamente sobre o limite inferior do ciclo-sequência, quando os cones submarinos estão desconectados da base do talude continental (Turbiditos do tipo I de E. Mutti).

Argilito de Falha................................................................................................................................................................................................................................Clay Gouge

Argile de faille / Arcilla de falla / Ton Beitel / 粘土泥 / Сбросовая глина / Argilla sgorbia

Argilito alóctone que, por vezes, se encontra nas zonas de falha, isto é, entre os blocos falhados, quer nas falhas normais, inversas ou de deslizamento.

Ver: " Bloco Falhado Inferior "
&
" Falha "
&
" Armadilha (petróleo ou gás)"

Numa falha normal (não-plana), devido ao movimento relativo dos dois blocos falhados e às mudanças de inclinação do plano de falha, provocadas pelas variações litológicas (compactação diferencial), pode acontecer que um material, mais ou menos, argiloso, seja arrancado do bloco superior e se meta (material alóctone) entre os dois blocos, isto é, na zona de falha. A continuação do movimento relativo dos blocos esmaga esse material, o que facilita a sua alteração e hidratação formando assim, o que se chama, uma argilito de falha. A presença deste tipo de material argiloso entre os blocos falhados pode, por vezes, servir de rocha-cobertura (lateral) a uma rocha-reservatório de petróleo do bloco levantado e formar, assim, uma armadilha morfológica por justaposição. Este tipo de armadilha, contrariamente ao que muitos geocientistas pensam não é armadilha estrutural com fecho próprio ou “four way dips” da rocha-reservatório e da rocha-cobertura vertical, embora ela tenha uma componente estrutural (a inclinação das camadas). Mesmo quando não há argilito de falha, as armadilhas morfológicas por justaposição são possíveis quando uma rocha com maior pressão de deslocamento do bloco falhado inferior (ou descendente) é colocada em justaposição a uma rocha-reservatório do bloco falhado superior. Nas margens continentais divergentes, como, por exemplo, no offshore de Angola ou do Golfo do México, este tipo de armadilha é não só muito frequente, mas relativamente fácil de detectar nos níveis superiores das linhas sísmicas (acima do ponto de inversão areia-argila), uma vez que anomalias de amplitude e “flatspots”, isto é, indicadores indirectos da presença de hidrocarbonetos, lhes são muitas vezes associados. As chamadas estruturas em “asas de avião” de certos geocientistas americanos, não são outra coisa que reflectores sísmicos diacrónicos (sem valor cronostratigráfico) ou “flatspots” induzidos pelas interfaces entre petróleo-água ou gás-água das armadilhas morfológicas por justaposição. Não esqueça que este tipo de reflectores diacrónicos ocorre, unicamente, nos intervalos sedimentares, relativamente, pouco enterrados, uma vez que a porosidade da rocha-reservatório tem que ser elevada e a impedância maior do que a dos intervalos argilosos adjacentes.

Argilito Negro..........................................................................................................................................................................................................................................Black Shale

Argile noire / Arcilla negra / Schwarzen Schiefern /黑色页岩 /Чёрная глина /Scisto Nero

Argilito carbonáceo, às vezes carbonatado, finamente estratificado (físsil), de cor preta, rica em matéria orgânica (5% ou mais de carbono) e sulfuretos (especialmente sulfureto de ferro, normalmente, pirite), com concentrações anormais de determinados oligoelementos (urânio, vanádio, cobre, níquel, etc.) que se deposita em ambientes anóxicas e redutores. Sinónimo de Biopelito.

Ver: " Asfalto "
&
" Petróleo "
&
Argila

Alguns geocientistas chamam os argilitos pretos biopelitos. Nos argilitos negros, os fósseis (principalmente planctónicos e nectónicos) são, geralmente, conservados sob a forma de filmes carbonatados, grafite ou mesmo por pirite de substituição. Os argilitos negros são muito comuns nos estratos do Mesozóico e Paleozóico e elas são muito boas rochas-mãe do petróleo, uma vez enterrados o suficiente para que seu material orgânico possa alcançar a janela do petróleo. No Norte de África e na Arábia, os "hot shales" do Silúrico são argilitos negros e, certamente, as principais responsáveis do petróleo, como na Líbia, especialmente, na bacia de Murzuq. Estes argilitoss negros silúricos depositaram-se de uma maneira muito especial. Eles fossilizam a topografia glaciar criada pela grande glaciação que ocorreu durante o Ordovícico. Esta topografia corresponde a uma série de vales glaciares, mais ou menos importantes, orientados Norte-Sul. Quando o nível relativo do mar começou a subir durante o degelo do Silúrico Inicial (transgressão silúrica), o mar invadiu, do Norte para o Sul, os vales glaciares do Ordovícico criando ambientes anóxicos e redutores muito favoráveis ​​para a criação e a preservação da matéria orgânica. Foi durante esta fase inicial de transgressão, que se depositaram os argilitos negros ou "Hot Shales", como eles são conhecidos na região e que formam a base da formação Tanezzuft (Llandoveriano entre 428-438 Ma). Estes argilitos negros são ilustradas nesta foto. Os argilitos negros, que são a principal rocha-mãe na bacia de Murzuq, não se depositaram em toda a bacia, mas apenas na parte inferior do preenchimento dos vales glaciares ordovícicos. Eles são cobertos por sedimentos transgressivos que cobrem toda a bacia e que, gradualmente, passam a siltitos e areias regressivas do Silúrico Médio a Tardio (formação Akakus).

Argumento do Periélio..............................................................................................................................................................Argument du Perihelion

Argument du périhélie / Argumento de perihelio / Argument des Perihels / 论据近日点 / Аргумент перигелия / Argomento del perielio

Ângulo entre o nó ascendente (Ω) e o periélio da órbita. O valor associado é a longitude do periélio, π, embora a distinção entre estes dois valores não seja muito clara. A longitude do periélio, é definido como : π = ω + Ω.

Ver : " Periélio"
&
"Afélio"
&
"Órbita"

Como dito acima o argumento do periélio é o ângulo entre o nodo ascendente (nodo, i.e, um dos dois pontos onde a órbita cruza o plano de referência, em que o corpo menor em órbita passa do hemisfério sul para o norte) e o periélio de uma órbita à volta do Sol, medido no plano da órbita e na direcção do movimento orbital. O argumento do periélio caracteriza a direcção do eixo maior da órbita à volta do Sol e é um dos elementos principais das órbitas. Os outros elementos são: a) Longitude do nodo ascendente (Ω) ; b) Inclinação ; c) Argumento do periélio (ω) ; d) Semieixo maior (a) ; e) Excentricidade (e) e f) O número que dá a posição do planeta na órbita a um determinado momento. Isto pode ser o tempo de passagem do periélio, T (ou τ), a longitude da época, L, ou a anomalia média da época, M. Para um cometa, por exemplo, com uma órbita muito excêntrica, o semieixo é, normalmente, substituído pela distância do periélio, q. Na realidade, a orientação de uma órbita elíptica pode ser caracterizada por três elementos orbitais: (i) Inclinação; (ii) Nó ascendente e (iii) Argumento do periélio. Admitindo que um determinado corpo celeste tem uma órbita elíptica com uma certa excentricidade (e) e um certo semieixo maior (a), o periélio é o ponto mais próximo entre o corpo celeste que orbita (por exemplo um planeta) e o foco ocupado. O Sol está localizado num foco da órbita dos planetas solares, enquanto que o outro foco está livre. Se rodarmos a órbita à volta do foco ocupado, o eixo de rotação é o argumento do periélio (ω), como esquematizado nesta figura. Para as órbitas elípticas à volta de outros corpos celestes, o argumento do periélio pode ser substituído pelo: (i) Argumento do periastro (órbitas à volta das estrelas) ; (ii) Argumento do perigeu (órbitas à volta da Terra) ou (iii) Argumento de periapside (órbitas à volta de qualquer outra coisa). No esquema da esquerda, está ilustrado uma órbita elíptica com um semieixo maior (a) e um semieixo menor (b) e um foco (estrela). A figura superior direita ilustra uma órbita vista de de cima do eixo Z, que rodou de um certo ângulo que sublinha o argumento do periélio à volta do eixo Z. No esquema inferior direito, a mesma órbita é observada ao longo do eixo Y.

Armadilha (petróleo ou gás).....................................................................................................................................................................................................................................Trap

Piège / Trampa (petróleo o gas) / Trap / 圈闭 (石油,天然气公司) / Ловушка (нефть, газ) / Trappola (olio e gas)

Qualquer barreira (estrutural, estratigráfica, morfológica ou por justaposição) que impede o movimento para a superfície da terra dos hidrocarbonetos gerados, em profundidade, por uma rocha rica em matéria orgânica (rocha-mãe). Para que haja uma armadilha é necessário uma: (i) Rocha-reservatório (rocha com um certa porosidade, na qual os hidrocarbonetos possam ser armazenados) ; (ii) Rocha-Cobertura (rocha impermeável que impede a migração dos hidrocarbonetos, quer vertical, quer lateralmente) e (iii) Rocha-mãe (rocha rica em matéria orgânica que foi suficientemente enterrada para que a matéria orgânica atinja a maturação).

Ver : « Rocha-reservatório »
&
« Rocha de Cobertura »
&
« Rocha-Mãe »

Além das armadilhas estruturais, as quais são caracterizadas por uma rocha-reservatório com um fecho próprio (em todas as direcções, como uma estrutura anticlinal) e paralelo ao fecho da rocha-cobertura (vertical), é importante distinguir as armadilhas não-estruturais. Estas podem ser: (i) Estratigráficas ; (ii) Por Discordância ; (iii) Morfológicas e (iv) Morfológicas por Justaposição. As estratigráficas estão associadas às variações litológicas durante a deposição, enquanto que armadilhas por discordância estão associadas à superfície de erosão (discordância) induzida por uma descida relativa do nível do mar. As armadilhas morfológicas são criadas pelas anomalias sedimentares, como, por exemplo, recifes e cones submarinos (talude e bacia). Nesta armadilhas, o fecho da rocha-reservatório não é paralelo ao fecho da rocha de cobertura, o que quer dizer, que a geometria do topo da rocha-reservatório não for criada por um encurtamento das rochas (regime tectónico compressivo). As armadilhas morfológicas por justaposição são criadas por movimentos tectónicos, em geral, extensivos, que põem em justaposição a rocha-reservatório e a rocha-cobertura (lateral). Note, que contrariamente a uma ideia muito aceite, não há armadilhas contra falha (que certos geocientistas consideram mesmo armadilhas estruturais). Embora haja uma componente estrutural, criada pelo basculamento dos blocos falhados, uma falha (normal ou inversa) nunca fecha uma rocha-reservatório. O que fecha uma rocha-reservatório é a rocha-cobertura (lateral) que está justaposta à rocha-reservatório, do outro lado da falha ou, mais raramente, a argila de falha quando presente entre os blocos falhados.

Arqueociatídeo..........................................................................................................................................................................Archaeocyatha, Archaeocyathid

Archaeocyatha / Arqueociatídeo / Archaeocyatha / 古杯动物门 / Археоциаты / Archeociatide

Organismo marinho séssil (que não pode deslocar uma vez que está directamente ligado ao substrato rochoso pela base) dos mares tropicais e subtropicais que viveu durante o início período Câmbrico.

Ver: " Fóssil "
&
" Câmbrico "
&
" Paleontologia "

Como ilustrado, os arqueociatídeos eram organismos marinhos fixos construtores de recifes que viveram, principalmente, durante o Câmbrico Inicial, isto é, à cerca de 500-600 milhões de anos atrás. Com efeito, durante o Câmbrico Inicial, os arqueociatídeos permitiram a construção de enormes estruturas montículares, chamadas bioermas, a partir da acumulação dos seus esqueletos. Contudo, há cerca de 520 milhões de anos atrás, eles entraram em declínio e, pouco a pouco, as esponjas e algas substituíram-os como construtores de recifes. Finalmente, a maior parte das espécies de arqueociatídeos extinguiram-se antes do Ordovícico, o que quer dizer que eles são, unicamente, conhecidos pelos seus fósseis. Morfologicamente, os arqueociatídeos fazem lembrar corais, mais ou menos, ocos. Cada um deles possuía um esqueleto de calcite com uma forma cónica ou em vaso, semelhante ao de certas esponjas actuais. A estrutura do esqueleto assemelhava-se a cones de gelado perfurados. O esqueleto era constituído por uma única parede porosa ou mais, frequentemente, por duas paredes concêntricas porosas, isto é, por uma parede interna e externa separadas por um espaço. Dentro da parede interna existia uma cavidade, mais ou menos, vazia (como o interior de um cone de gelado vazio). Na base, os arqueociatídeos estavam fixados ao substrato rochoso (calcário ou arenito) por uma espécie de um grampo. Os arqueociatídeos habitavam mares rasos localizados perto do continente ou mares epicontinentais ricos em nutrientes. A sua grande distribuição, uma vez que eles se encontram, praticamente, em todas as partes do mundo e a diversidade das espécies, pode, em grande parte, ser explicada pelo facto, que como muitas esponjas, eles tinham uma fase larvar planctónica. Apesar de terem uma história filogenética incerta e terem sido interpretados de maneiras muito diferentes, actualmente, há um certo consenso para os considerar como uma variedade de esponjas. Embora muitos geocientistas, os tenham incluído no filo extinto Archaeocyatha. Experiências recentes sugerem que a morfologia dos arqueociatídeos lhes permita utilizar importantes gradientes de escoamento de água através do esqueleto, como o fazem actualmente certas esponjas.


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Ultima actualização : Agosto, 2015