Cabeço............................................................................................................................................................................................................................................Coral knoll, Coral knob

Tête de corail / Cabeza de coral / Coral Kopf, Korallen Knoll / 珊瑚山丘 / Коралловый холм / Testa di corale, Corallo Knoll

Colónia de corais de forma esférica e maciça que cresce nas lagunas dos atóis. Quando a forma da colónia se assemelha a uma cabeça humana, certos geocientistas falam de “cabeças de negros”.

Ver: « Carso Litoral »
&
« Recife »
&
« Laguna (carbonatos) »

Por vezes, numa plataforma carbonatada, o rebordo da bacia (topo do talude continental) é marcado por construções orgânicas, que formam um recife (estrutura, mais ou menos, monticular, estratificada ou maciça, construída por organismos sedentários carbonatados, especialmente corais e, sobretudo, pelos restos destes) e com pequenas ilhas que afloram mesmo durante à maré alta. Os recifes resistem à acção das ondas e formam-se mais alto do que os depósitos sedimentares, coevos, dos arredores. Nas plataformas carbonatadas aureoladas, os recifes desenvolvem-se sobretudo na margem virada ao vento (barlavento). A montante do recife, desenvolve-se, normalmente, uma laguna com uma profundidade, relativamente, pequena, mas que pode ser muito variável. No fundo da laguna, como ilustrado neste esquema, crescem corais em forma de pináculo e cabeços de formas, mais ou menos, esféricas. Os cabeços podem atingir grandes dimensões o que os torna muito perigosos para a navegação, uma vez que eles, quase, nunca afloram (mesmo em maré baixa). Em geral, estas construções orgânicas formam-se de preferência durante os episódios estratigráficos transgressivos, quer isto dizer, durante as subidas relativas do nível do mar em aceleração (acção comum da eustasia e tectónica, quer subsidência quer levantamento). Assim, num ciclo-sequência, a quando da primeira inundação da planície costeira (passagem do prisma de nível baixo para o cortejo transgressivo), a linha da costa desloca-se para o continente, em geral, várias dezenas de quilómetros, criando uma lâmina de água de vários metros sobre a antiga planície costeira, a qual se transforma numa plataforma continental. Se a velocidade de subida relativa do nível do mar permitir o desenvolvimento de construções recifais (assumindo que todas as outras condições estão presentes), uma pequena anomalia carbonatada (recife) pode formar-se perto da antiga linha da costa, isto é, perto do rebordo continental, independentemente da sedimentação junto da nova linha da costa (não confunda rebordo continental com rebordo da bacia, uma vez que eles podem não coincidir). As sucessivas subidas relativas do nível do mar acentuam a morfologia pré-existente criando, pouco a pouco, a morfologia ilustrada nesta figura.

Cabedelo, Restinga..................................................................................................................................................................................................................................................................Spit

Flèche / Restinga / Haken / 细雨, 箭头 / Стрела, коса (длинная отмель) / Lingua di terra

Pequena ponta, ou língua de areia, alongada, baixa e estreita, que avança para o mar a partir do litoral.

Ver « Linha da Costa »
&
« Praia »
&
« Restinga (de junção)»

À frente da linha da costa, em geral a frente da embocadura de um rio com estuário, a descarga dos sedimentos, mais ou menos, grosseiros, tomada nos movimentos, por vezes, contraditórios da corrente fluvial e correntes marinhas, pode construir, quando a plataforma continental é pouco inclinada, um cordão litoral ou restinga ("lido" em italiano, "nehrung" em alemão e "barrier-island" em inglês). Um tal cordão ou muralha de areia que se constrói durante um intervalo de tempo, relativamente, longo, à escala humana, desempenha um papel morfológico importante. Uma restinga pode ser considerada como um cordão litoral com uma extremidade livre, isto é, a ponta, e a outra apoiada contra a costa. Em geral, uma restinga forma-se pelo crescimento das cristas pré-litorais e ou dos bancos de areia dos estuários e deltas, por acção das correntes de deriva e de maré. A ponta da restinga pode ter formas muitas variadas, as quais traduzem a resultante vectorial das correntes. Contudo, em geral, a ponta tem uma forma arredondada em báculo (ou barbela) devido a difracção das ondas. Quando há erosão na base (ou no corpo da restinga) a ponta migra e torna-se composta por várias barbelas. Quando duas restingas convergem em V, deixam entre si uma laguna ou um pântano de forma triangular. Quando uma restinga se desenvolve no prolongamento de uma ilha, como uma língua de areia ou calhau diz-se restinga em cauda de cometa (Moreira, 1984). A figura ilustrada acima, caracteriza as restingas da linha da costa do Quebeque (Canadá), que se formam enfrente da desembocadura dos rios (neste caso de um pequeno rio que desagua no grande rio de São Lourenço). Este tipo de restingas representa, aproximadamente, 5% da costa do Quebeque. Como ilustrado acima (DigitalGlobe, 2009), estas restingas correspondem a acumulações de areia conectadas à linha da costa. De um modo geral, pode dizer-se que elas são alongadas, mais ou menos, paralelas à linha da costa e com uma ponta solta, quer isto dizer, que não está ligada com a extremidade oposta. Note contudo, que em certas plataformas rochosas compostas por cascalho, as restingas podem orientam-se perpendicularmente à linha de costa.

Cabedelo de Junção, Restinga de Junção......................................................................................................................................................................................Spit

Flèche (de junção) / Restinga de unión / Haken (Kreuzung) / 箭头(结) / Соединительная коса / Lingua di terra (incrocio)

Pequena passagem de areia ou de cascalho que liga uma ilha ao continente ou a outra ilha.

Ver: « Linha da Costa »
&
« Praia »
&
« Restinga »

Como ilustrado nesta figura, a restinga de Luanda (Angola), mais conhecida por ilha de Luanda, formou-se, provavelmente, em associação com a corrente marinha de Benguela. Ela tem mais de 30 quilómetros de comprimento e uma largura que varia entre as dezenas de metros e um quilómetro. A sua orientação é, mais menos, paralela à linha de costa e a lâmina de água entre restinga e a costa, como se pode ver nesta fotografia, diminui, pouco a pouco, à medida, que sedimentos se depositam, quer em associação com pequenas correntes, quer com galgamentos do mar. As duas grandes restingas (ilhas) estão ligadas por uma estreita restinga de junção. Estes cordões litorais, que se constroem-se, pouco a pouco, durante um tempo, relativamente, longo jogam um papel morfológico importante. Em geral, em quase todas as restingas pode observar-se que atrás dos cordões litorais, o mar isola, mais ou menos, uma laguna, na qual se depositam sedimentos fluvio-lagunares que tende a preenche-la. A laguna pode apresentar-se sob vários estágios: (i) Laguna (por vezes com salinas) ; (ii) Atoleiros de Maré (lodos ou plataforma de baixamar) ; (ii) Salgadiço ; (d) Polders (sapais conquistados para salinas, pastagens e cultivo de forragem e arroz) e, finalmente, (e) Terra Firme com poucas incursões marinhas, mas podendo ser bastante pantanosa. A evolução destes estágios é diferente da evolução de um delta, que se desenvolva em condições semelhantes, uma vez que um delta implica a subsidência da plataforma continental. Enquanto que se a laguna existir, pelo menos em parte, a corrente do rio inicial altera-se para encontrar uma saída através do cordão litoral (abertura , "inlet" em inglês). O cordão litoral é submetido ao clima especial da zona litoral, sobre a qual dominam as acções eólicas. Ele serve de ponto do apoio às dunas e às praias arenosas. Se o litoral têm pequenas ilhas, os cordões litorais podem unir essas ilhas à costa contribuindo assim a aumentar a superfície das ilhas como é o caso ilustrado nesta fotografia. A formação de um tal cordão litoral (chamado tombolo), que pode ser simples ou composto (duplo ou triplo), consoante eles são formados por um ou mais cordões, é devida, unicamente, ao jogo das ondas e correntes marinhas. Nos tombolos compostos podem formar-se lagunas entre os cordões litorais.

Cadeia Alimentar............................................................................................................................................................................................................................Food Chain

Châine alimentaire / Cadena alimenticia / Lebensmittelkette / 食物链 / Пищевая цепочка / Catena alimentare

Representação das relações predador-presa entre as espécies dentro de um ecossistema ou habitat.

Ver: " Teoria da Evolução "
&
" Autotrófico (organismo) "
&
" Heterotrófico (organismo) "

Como ilustrado nesta figura, muitos modelos de cadeia alimentar podem ser utilizados função do habitat ou dos factores ambientais. Naturalmente, todas as cadeias alimentares têm como base organismos autotróficos, isto é organismos capazes de produzir os seus próprios alimentos. Em quase todas as cadeias alimentares, a energia solar é introduzida no sistema como luz e calor, e utilizada pelos autotróficos (isto é, os produtores) na fotossíntese. O dióxido de carbono é reduzido, quer isto dizer que ele ganha electrões, uma vez que é combinado com a água (fonte de átomos de hidrogénio) para produzir glucose. Este processo pode ser representado pela seguinte equação: 6CO2 + 12H2O + luz → C6H12O_6 + 6O2 + 6H2O. Esta equação quando exprimida sob uma forma mais simples: 6CO2 + 6H2O + luz→ C6H12O6 + 6O2, esconde o facto que os átomos do dioxigénio produzido não provém unicamente da água. A decomposição da água produz hidrogénio, mas esta reacção não é espontânea. Ela requere energia do Sol. O CO2 e OH_2, ambos estáveis, são compostos oxidados de baixa energia, enquanto que a glucose é um composto de alta energia e um bom dador de electrões capaz de armazenar a energia solar. Esta energia é gasta pelos processos celulares e desenvolvimento dos organismos. Os açucares das plantas são polimerizados e armazenados como carbohidratos (açúcar, amido, celulose, etc.). A glucose encontra-se também nas gorduras e proteínas. As proteínas podem ser fabricadas a partir de nitratos, sulfatos e fosfatos dos solos. Quando um organismo autotrófico é comido por um heterotrófico, os carbohidratos, gorduras e proteínas dos autotróficos tornam-se as fontes de energia dos heterotróficos. Nas cadeias alimentares, o dióxido de carbono é reciclado pelo ciclo do carbono, quando os carbohidratos, gorduras e proteínas são queimadas para produzir dióxido de carbono e água. O oxigénio libertado pela fotossíntese é utilizado na respiração como um receptor de electrões afim de libertar a energia química armazenada nos compostos orgânicos. Na maior parte das cadeias alimentares, a grande maioria dos consumidores alimentam-se de várias espécies, as quais, por sua vez, se alimentam de outras espécies. Os organismos mortos são consumidos por detritívoros, predadores e decompositores, como fungos e insectos, retornando para o solo como nutrientes.

Calcário.......................................................................................................................................................................................................................................Carbonate, Limestone

Calcaire / Calcáreo / Kalkstein / 石灰石 / Известняк / Calcare

Sedimento ou rocha sedimentar formada pela acumulação de minerais carbonatados precipitados orgânica ou inorganicamente.

Ver: " Calcite "
&
" Recife "
&
" Produção Orgânica (carbonatos) "

De uma maneira geral, os calcários, como se pode constatar nesta fotografia, são rochas muito compactas, bem estratificadas e sujeitas a uma intensa erosão química, uma vez que eles são, essencialmente, constituídos por minerais carbonatados. Contudo, os calcários podem conter uma certa quantidade de sílica (sob a forma de cherte, por exemplo), assim como argila, silto e areia, quer em disseminações, nódulos ou finas intercalações. Os organismos marinhos são a principal origem da calcite dos calcários. Estes organismos secretam conchas que se depositam no fundo do mar sob a forma de vasa ou em conglomerados nos recifes de corais. A calcite pode também depositar-se a partir de águas meteóricas superssaturadas, como nas estalagmites e estalactites. A calcite pode formar-se em oólitos (calcário oolítico), a qual se reconhece, muito facilmente, pela sua aparência granular. Os calcários, que formam cerca de 10% do volume total das rochas sedimentares, podem formar-se em ambientes marinhos, lacustres ou evaporíticos (salíferos). Como os calcários são, parcialmente, solúveis, em soluções ácidas, quando eles afloram, eles criam morfologias de erosão muita variadas. Embora os calcários sejam muito utilizados na construção e escultura (principalmente os mármores que resultam do metamorfismo dos calcários), eles também são utilizados: (i) No fabrico da cal ; (ii) No fabrico do cimento ; (iii) Para condicionar os terrenos agrícolas ; (iv) Na pavimentação das estradas ; (v) Como rocha-reservatório, em particular na indústria petrolífera ; (vi) Nas dessulfurizações ; (vii) Na fabricação do vidro ; (viii) Na fabricação do papel, plásticos e tintas ; (ix) Na pasta dos dentes ; (x) Para evitar as explosões de metano, principalmente, nas minas de carvão ; (xi) Na alimentação como fonte de cálcio. Em conclusão, pode dizer-se, que os calcários são rochas sedimentares formadas de calcite proveniente da evaporação, dos lagos, mares e ambientes marinhos com conchas. Embora os calcários possam depositar-se em quase todos os cortejos sedimentares, que compõem ciclo-sequência, eles são, particularmente, frequentes nos cortejos transgressivos, em associação com subidas relativas do nível do mar em aceleração, durante os quais a bacia sedimentar tem uma plataforma continental significativa.

Calcarenito.....................................................................................................................................................................................................................................................Calcoarenite

Calcarenite / Calcarenita / Kalkarenit, Calcoarenite / 灰岩 / Известняк с зернами кальцита / Calcarenite /

Rocha sedimentar carbonatada formada pela percolação de água através de uma mistura de fragmentos de conchas calcárias e areia quartzífera, o que induz que o calcário dissolvido na água precipite cimentando para todo o conjunto.

Ver: " Calcário "
&
" Cimentação "
&
" Deposição (carbonatos) "

Os calcarenitos são arenitos formados por consolidação de areias calcárias. Os calcarenitos formam-se, sobretudo, nas zonas litorais das regiões tropicais em associação com maciços de dunas formados por areias de erosão dos recifes de corais. As dunas desenvolvem-se nas zonas onde a areia (calcária) é abundante e não fixada pela vegetação. A areia é erodida e transportada pelo vento (deflação), perto do solo e por saltação, para se acumular quando a competência do vento diminui (vertente protegida do vento). Note que uma duna pode deslocar-se por erosão da vertente exposta ao vento e acumulação na vertente oposta. É a diagénese, que engloba todos os processos químicos e mecânicos que afectam um depósito depois da sua formação, que transforma as areias calcárias num calcoarenito. Neste tipo de transformação distinguem-se duas etapas: (i) Enterramento e Compactação dos Grãos, os quais são detritos minerais, resultantes da desagregação de outras rochas ou detritos orgânicos, isto é, restos de plantas ou animais; este processo ocorre gradualmente à medida que outros sedimentos vêm cobrir o depósito para o colocar, pouco a pouco, a várias dezenas, centenas ou mesmo milhares de metros de profundidade e (ii) Cimentação dos Grãos. A cimentação é um processo químico simples, no qual a água, que circula entre os grãos, se torna saturada em certos minerais e os precipita nos poros entre os grãos acabando por consolidar as partículas de areia. Um calcarenito identifica-se não só pela efervescência produzida ao contacto com o ácido clorídrico (HCl), mas também pela sua rugosidade. Em geral, a cor de um calcarenito é rosada ou cinzenta. Um calcarenito pertence à família do calcilutito (lama calcária cimentada e consolidada). Calcirudito corresponde a restos de organismos grosseiros, cimentados e consolidados. Giz é um calcário branco formado pela acumulação de esqueletos de cocólitos de organismos unicelular. Calcário à entroques é uma acumulação de restos de crinóides, uma variedade de equinodermes. Travertino é um calcário formado nas fontes emergentes ricas em CO3Ca dissolvido.

Calcite ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................Calcite

Calcite / Calcita / Calcit / 方解石 / Кальцит (известковый шпат) / Calcite

Mineral muito comum das rochas sedimentares, cuja fórmula química é CaCO3. A calcite (romboédrica) é trimorfa como a aragonite (ortorrômbica) e vaterite (hexagonal). Normalmente é branca ou incolor, mas pode também ser cinzento claro, amarelo ou azul. Produz uma efervescência quando mergulhada no ácido clorídrico. É o principal constituinte dos calcários. Ocorre em formas cristalinas nos mármores e, em formas menos cristalinas, nos grés, tufas e estalactites. Encontra-se com frequência nas zonas de falhas..

Ver: " Calcário "
&
" Estalactite "
&
" Falha "

O termo calcite vem do grego "chalix" que significa cal. A calcite (CO3Ca), que se pode formar em variados ambientes geológicos, é um dos mais comuns minerais à superfície da Terra. Ela conta para cerca de 4% do peso total da crusta continental. A calcite é um mineral secundário das rochas ígneas, mas é o principal componente dos carbonatos e pode cristalizar sob várias formas. A calcite forma uma grande parte das rochas sedimentares, sob a forma de oólitos, restos orgânicos dos calcários, ou como cimento de muitos arenitos e argilitos (shales). Ela também é um componente muito importante das rochas ígneas chamadas carbonatitos (de composição mineralógica semelhante aos calcários e mármores e que intrudem os complexos ígneos alcalinos e vulcânicos) e formam a maior parte dos filões hidrotermais. Muitas rochas são compostas por mais de 99% de calcite. A propriedade característica da calcite é a reacção aos ácidos. Quando gotas de ácido (mesmo frio) são deitadas nela, ela liberta CO2 (dióxido de carbono). É assim, por exemplo, que os geocientistas identificam um cimento calcário de um arenito. Outros carbonatos como a dolomite e siderite, que são formados basicamente de calcite, não reagem tão facilmente como a calcite. Na realidade, como muitos corais, algas e diatomáceas, etc., têm uma concha feita, principalmente, de calcite, eles captam o CO2 da água dos oceanos para formar o carbonate de cálcio, o que certamente contribui para diminuir a quantidade de CO2 libre, diminuindo assim efeito de estufa, se este existir. Sobre este assunto note, que para a grande maioria dos geocientistas, o dióxido de carbono não é, e nunca foi o responsável principal dos aumentos da temperatura à superfície da Terra, como a maior parte dos alarmista o dizem. Ao contrário, é caso certo, que é aumento da temperatura, principalmente da água do mar, que é responsáveis do aumento de CO2 na atmosfera.

Calcite Rica em Magnésio ..............................................................................................................................................................Magnesian Calcite

Calcite magnésienne / Calcita rica en magnesio / Magnesischen Calcit / 镁方解石 / Магнезиальный кальцит / Calcite magnesiaca

Variedade de calcite, (Ca, Mg) CO3, na qual o magnésio substituiu de maneira aleatória o cálcio numa matriz desordenada de calcite. Também conhecido como calcite magnésica.

Ver: " Calcite "
&
" Calcário "
&
" Estalagmite "

A calcite com pouco magnésio, isto é, com menos de 4% de MgCO3 é a forma mais comum da calcite. A calcite com mais de 4-19% de CO3Ca é metaestável e, durante a formação dos calcários, em geral, ela transforma-se em calcite pobre em magnésio ou em dolomite. Nesta figura, estão ilustrados os espectros Raman (Dilor LabRam Infinity, equipado com o Nd: YAG laser de 532 nm) de: (i) Um material de construção ; (ii) Calcite e (iii) Um calcário rico em magnésio. Mineralogicamente, o calcário rico em magnésio reconhece-se, facilmente, porque ele é tipicamente dolomítico, quer isto dizer, que ele contém dolomite que é um carbonato de cálcio rico em magnésio, enquanto que, por exemplo, o giz (cré) é composto de calcite (carbonato de cálcio). Desta maneira, uma simples análise mineralógica permite de determinar se um determinado objecto é constituído de cré ou de calcário rico em magnésio. Por outro lado, uma análise espectral permite a possibilidade de distinguir estes dois materiais, praticamente, sem os destruir (para fazer um espectro Raman bastam dois ou três pequenos grãos). Os espectros ilustrados nesta figura, sugerem que o espectro do material de construção (A) tem mais afinidade com o espectro da calcite (B) do que com o do calcário rico em magnésio (C). O espectro do calcário rico em magnésio (C) é, relativamente, semelhante ao da calcite (B), mas, como se pode constatar, cada pico está desviado no sentido dos números de onda mais altos (análogo espacial da frequência, que é a medida do número de repetidas unidades de propagação de uma onda ou o número de vezes que uma onda tem a mesma fase), por outro lados eles correlacionam, perfeitamente, com os espectros da dolomite publicados em diversas revista científicas. Quando um calcário de água pouco profunda é transportado para ambientes sedimentares de água profunda, as fracções de calcite rica em magnésio podem converter-se em calcite pobre em magnésio. Quando isto sucede, as taxas dos isótopos de oxigénio sugerem que a perda de magnésio ocorre durante a recristalização do carbonato em água profunda (sem alteração das texturas dos fragmentos esqueletais).

Calcrete................................................................................................................................................................................................................................................................................Calcrete

Calcrète / Calcreta / Calcret (Caliche) / 钙质结砾岩(硝酸钠), 砂砾层 / Кальцикрит (нитронатрит) / Calcrete (caliche)

Nível ou camada endurecida de um solo formado em terrenos calcários devido às variações climáticas em regiões áridas ou semi-áridas. A calcite dissolvida na água subterrânea (em determinadas condições) é precipitada quando a água se evapora. A água da chuva saturada de CO2 actua como um ácido e dissolve a calcite, que depois é depositada na superfície das partículas que compõem o solo. Assim, quando os espaços entre os grãos do solo são preenchidos por calcite forma-se um crosta impermeável, isto é, um calcrete.

Ver: " Solo "
&
" Água Incrustante "
&
" Calcite "

Calcrete é também chamado "caliche", que significa cal em espanhol, "hardpan", "kankar" (Índia) ou mesmo crosta dura, o qual corresponde a um depósito de carbonato de cálcio endurecido, que cimenta outros materiais, como, por exemplo, cascalho, areia, silte e argila. Este tipo de depósito ocorre em quase todas as parte do mundo particularmente nas árida ou semiáridas, como por exemplo no centro e parte ocidental da Austrália, desertos do Kalahari e Sonoran, assim como nos alto planaltos de oeste dos Estados Unidos da América do Norte. O calcrete é, geralmente, de cor clara, mas função das impurezas a sua cor pode variar entre o branco e vermelho-castanho. O calcrete, geralmente, encontra-se à superfície terrestre ou próximo desta, embora também se possa encontrar em subsolos profundos. Como ilustrado nestas fotografias, os horizontes de calcrete podem ter espessura muito variadas (centímetros à metros) e vários níveis podem existir no mesmo lugar. O calcrete forma-se, normalmente, quando os minerais da parte superior do solo (horizonte A) são lexiviados e acumulam-se no nível do solo subjacente (horizonte B), a profundidades que variam entre 1 - 3 metros. Como dito acima, o calcrete consiste de carbonatos em regiões semiáridas, enquanto que nas regiões áridas, os minerais menos solúveis formam horizontes de calcrete depois que todos os carbonatos tenham sido lexiviados do solo. O carbonato de cálcio depositado, primeiro, forma grãos, que em seguida formam  pequenos grupos, os quais, com o tempo, formam um horizonte, mais ou menos, bem visível, que, finalmente, forma uma espessa camada competente. À medida que um horizonte de calcrete se forma, gradualmente, o seu limite inferior torna-se mais profundo, podendo mesmo atingir os substrato rochoso.

Caldeira ...........................................................................................................................................................................................................................................................Caldera, Crater

Caldeira / Caldera / Caldera, Krater / 弹坑 / Кальдера (кратер взрыва) / Cratere, Caldera

Depressão vulcânica em forma de bacia, mais ou menos, circular, com um diâmetro muito superior às fendas que, por vezes, a cratera contém, independentemente da inclinação das paredes ou da forma do assoalhado.

Ver: " Vulcanismo "
&
“ SDR (reflector que inclina para o mar) "
&
" Crusta "

Esta estrutura pode ser interpretada como uma caldeira que foi preenchida por material vulcânico em associação com um centro de expansão subaéreo. Os reflectores sísmicos representados nesta figura (não confundir um autotraço Canvas com a linha sísmica original) sugerem que nas águas profundas do offshore do Paquistão (margem continental divergente), o substrato dos cones submarinos do talude, associados com os rios Bramaputra e Ganges, é constituído por rochas vulcânicas subaéreas. Esta hipótese foi corroborada por poços de pesquiza do petróleo, os quais também corroboraram o modelo geológico da formação das margens divergentes do tipo Atlântico proposto pelos geocientistas da Total SA (ano 2000), o qual pode resumir-se da seguinte maneira: (i) Desde que um supercontinente se forma por aglutinação de vários continentes, no seu interior, desenvolvem-se anomalias térmicas que provocam um alargamento da litosfera (principalmente da crusta continental) ; (ii) O alargamento produz estruturas do tipo "grabens" (em geral, hemi ou semigrabens), uma vez que os sedimentos só se podem alargar por falhas normais ; (iii) O alargamento, causa ou efeito, induz um adelgaçamento da litosfera ; (iv) À medida que litosfera se adelgaça ela é, fortemente, injectada por diques vulcânicos ; (v) A partir de uma certa taxa de alargamento, a espessura da litosfera reduz-se substancialmente (10-20 km) e, assim, não pode mais ser alargada por falhas normais ; (vi) A litosfera parte-se em várias placas litosféricas (ruptura continental), ao longo de fissuras irregulares, desde que o material vulcânico intrusivo se torna preponderante em relação ao material crustal inicial ; (vii) A partir deste momento, o material vulcânico quando atinge a superfície escoa-se em sentidos contrários sobre a crusta continental das placas (lavas subaéreas) ; (viii) A continuação deste processo obriga os centros de expansão (vulcões) a afundar-se, o que induz a formação de crusta oceânica (lavas em rolo ou em travesseiro) uma vez que o material vulcânico não se pode escoar dentro da água.

Calhau..........................................................................................................................................................................................................................................................................................Cobble

Galet / Guija, Guijarro / Kiesel - Stein / 凑齐 / Валун, галька / Ciottolo

Rocha ou fragmento de rocha com um diâmetro compreendido entre 64 e 256 mm ou com um φ {φ = -log^2 (diâmetro em mm } entre -6 e -8, na escala de Krumbein (phi).

Ver: « Granulometria »
&
« Balastro»
&
« Areia »

Nesta fotografia, os calhaus de uma praia são lavados por uma corrente de refluxo. A escala phi (φ) de Krumbein, que é uma modificação da escala de Wentworth, é uma escala logarítmica computada pela equação φ = - Log2 D/D0 . Nesta equação, φ é a escala phi de Krumbein, D o diâmetro de uma partícula, D0 o diâmetro de referência, igual a 1 mm para tornar a equação consistente ao ponto de vista das dimensões. Usando φ, a equação φ = - Log2 D/D0 pode ser transformada em: D = D0 x 2 -φ. Na classificação de Krumbein: (i) Quando φ é inferior a -8 (maior que 256 mm) a partícula chama-se um Bloco (pedregulho) ; (ii) Quando φ é entre -6 e -8 (diâmetro entre 64 e 256 mm) trata-se de um Calhau ; (iii) Quando φ é entre -5 e -6 (32 e 64 mm), a partícula também se chama Calhau; (iv) Quando φ é entre -4 e -5 (16-32 mm) trata-se de Cascalho Grosso ; (v) φ entre -3 e -4 (8-16 mm) trata-se de Cascalho Médio ; φ entre -2 e -3 (4 e 8 mm) trata-se de Cascalho Fino ; (vi) Quando φ é entre -1 e -2 (2 e 4 mm) trata-se de Cascalho Muito Fino ; (vii) Quando φ é entre 0 e -1 (1 e 2 mm) trata-se de Areia Muito Grossa ; (viii) Quando φ é entre 1 e 0 (0.5 e 1 mm) trata-se de Areia Grossa ; (ix) Quando φ entre 2 e 1 (0.25-0.5 mm) trata-se de Areia Média ; (x) φ entre 3 e 2 (125 - 250 µm) trata-se de Areia Fina ; φ entre 4 e -3 (62.5-125 µm) trata-se de Areia Muito Fina ; (xi) Quando φ é entre 8 e 4 (3.9 e 62.5 µm) trata-se de um Silto (limo) ; (xii) Quando φ é superior a 8 (diâmetro inferior a 3.9 µm) trata-se de uma Argila ; (xiii) Quando φ é inferior a 10 (1 µm) trata-se de um Colóide. A classificação USCS (Unified Soil Classification System), usada para descrever a textura e a granulometria dos solos, é mais simples: (a) Balastro, quando mais de 50% das partículas são retidas numa rede de 4.75 mm de malha ; (b) Areia, quando 50% das partículas são retidas numa rede de 4.75 mm de malha ; (c) Limo e Argila, quando mais 50% das partículas passam numa rede de 0,075 mm. Nesta classificação usam-se as letras G ("gravel") para balastro ; S ("sand") para areia ; M ("mud") para limo ; C ("clay") para argila e O ("organic") para colóide.

Calhau (cascalho)................................................................................................................................................................................................................................................................Cobble

Galet -Bloc / Grava gruesa / Kiesel - Stein / 凑齐 / Булыжник (галечник) / Ciottolo

Partícula ou fragmento de uma rocha com um diâmetro à volta de 265 mm, especialmente, quando é arredondado (entre um calhau e um bloco).

Ver: « Argila »
&
« Granulometria »
&
« Areia »

Os sedimentos ou restos de rocha com uma granulometria inferior à de um calhau são: (i) Cascalho, isto é, quaisquer detritos de rocha ou rocha não consolidada, cujas partículas são maiores do que 2 mm e menores que 64 mm e (ii) Areia cujos grãos variam entre 0,0625 e 2 mm. Alguns geocientistas dividem o cascalho em areão (grãos maiores 2-4 mm) e pequeno cascalho quando o tamanho de grão varia entre 4 e 64 mm. De acordo com algumas normas, tais como as da Associação Brasileira de Normas Técnicas, um "Pedregulho" é um solo constituído de partículas minerais ou de rocha com um diâmetro entre 2,0 e 60 mm, que quando arredondadas ou semiarredondadas são referidos calhaus ou cascalho, o que significa que a terminologia e os limites entre as partículas individuais variam segundo os geocientistas. Contudo, as classificações granulométricas mais utilizadas são as de Atterberg e Wentworth. As divisões na escala Atterberg são: (i) Bloco / Calhau (diâmetro entre 20 mm e 200) ; (ii) Cascalho (diâmetro de entre 2 e 20 mm) ; (iii) Areia Grossa (diâmetro de entre 2 e 0,2 mm) ; (iv) Areia Fina (diâmetro entre 0,2 e 0,02 mm) ; (v) Limo (diâmetro entre 0,02 e 0,002 mm) e (vi) Argila (diâmetro <0,002 mm). Na escala de Wentworth, existem quatro divisões principais: (a) Balastro (diâmetro superior a 2 mm) ; (b) Areia (diâmetro entre 2 e 0,062 mm) ; (c) Limo (diâmetro entre 0,062 e 0,003 mm) e (d) Argila (diâmetro <0,001 mm). Na escala de Wentworth, limo é dividido em : (1) Limo grosseiro ; (2) Limo Média ; (3) Limo Fino e (4) Limo Muito Fino. Da mesma maneira, a areia é dividido em: (i) Areia Muito Grosseira ; (ii) Areia Grosseira ; (iii) Areia Média ; (iv) Areia Fina ; (v) Areia Muito Fina. Quatro subdivisões também estão incluídos no balastro: (A) Bloco (diâmetro> 200 mm) ; (B) Calhau (diâmetro entre 50 e 200 mm) ; (C) Cascalho (diâmetro entre 50 mm e 4) e (D) Areão (diâmetro de 4 mm e 2). Para evitar mal-entendidos, quando o tamanho do grão é usado em um determinado trabalho, é sempre melhor esquematizar a escala e a terminologia. Por outro lado, deve-se sempre dizer quando se fala de uma rocha ou de uma partícula.

Calibração, Triagem...............................................................................................................................................................................................................................................Sorting

Trie / Calibración / Sortierung / 排序 / Сортировка / Calibrazione

A escala de tamanho de grãos de uma rocha siliciclástica. A calibração ou triagem pode ser computorizada a partir de um histograma de distribuição dos grãos, contudo ela é, a maior parte das vezes, determinada por comparação com uma escala visual como a que é ilustrada abaixo.

Ver: « Granulometria »
&
« Areia »
&
« Dimensometria »

A calibração ou arredondamento (triagem, para certos geocientistas) é o grau de suavização de uma partícula sedimentar devido à abrasão. A calibração é expressa como o raio da média dos raios de curvatura das bordas ou cantos de uma partícula em relação ao raio de curvatura da esfera máxima que se pode inscrever dentro da partícula. Como ilustrado nesta figura a triagem ou o arredondamento é utilizado para descrever a forma dos cantos de uma partícula (clasto) sedimentar, a qual pode ser pode ser um grão de areia, seixo, cascalho, etc. Apesar do arredondamento poder ser numericamente quantificado, por razões práticas, os geocientistas, geralmente, usam um gráfico visual simples, com cinco categorias de arredondamento: (i) Muito bem triado ; (ii) Bem triado ; (iii) Moderadamente triado ; (iv) Pouco triado e (v) Muito pouco triado. Outros geocientistas consideram outras divisões, como, por exemplo: (a) Muito angular, com cantos pontiagudos e irregulares ; (b) Angular ; (c) Sub-angular ; (d) Sub-arredondado ; (e) Arredondado e (f) Bem arredondado, que isto dizer, com os cantos, completamente, arredondados. A calibração ou o arredondamento das partículas sedimentar indica, de maneira grosseira, a distância e o tempo envolvido no transporte dos sedimentos desde área de origem até onde ele se encontra depositada. A velocidade de arredondamento depende, naturalmente, da composição, dureza e clivagem do mineral. Por exemplo, uma partícula argilosa macia é, obviamente, mais rapidamente arredondada e numa distância de transporte mais curta do que um seixo de quartzo, que é muito mais resistente. A taxa de arredondamento é, também, afectada pelas condições de tamanho de grão e das condições energéticas. A abrasão ocorre em ambientes naturais, como praias, dunas de areia, leitos de rio ou de qualquer outra corrente, assim como em associação com o impacto das ondas, a acção do gelo, do vento, deslizamentos gravitários e outros agentes erosivos. Os detritos aluviais nos grandes rios tendem a apresentar um forte grau de triagem.

Calibração (sedimentos).....................................................................................................................................................................................................................................Sorting

Calibration (sédiments) / Calibración (sedimentos) / Sortierung, Kalibrierung / 排序 / Сортировка / Calibrazione (sedimento)

Processo dinâmico pelo qual as partículas sedimentares com certas características, como: (i) Tamanho ; (ii) Forma ; (iii) Densidade, etc., são, naturalmente, seleccionadas e separadas umas das outras pelos agentes de transporte e particularmente pela acção das correntes de água (Bates, R. and Jackson, J. A., 1980).

Ver: " Granulometria "
&
" Balastro "
&
" Aporte Terrígeno "

Esta diagrama correlaciona as zonas de deposição com os sedimentos clásticos associados a uma calibração produzida por uma corrente de água. Na zona A, a mais perto das fontes dos sedimentos, predominam blocos, calhaus, cascalho e areão. Na zona B, que, em geral, se situa na base dos taludes (continentais ou não), as areias e limos são predominantes. Na zona C, situada nas partes profundas das bacias sedimentares mais próximas do continente, os sedimentos argilosos são predominantes. Na zona D, que se situa nas partes mais profunda das bacias sedimentares (e mais afastados do continente), a grande maiorias das partículas depositam por precipitação e não por transporte. Esta sequência de partículas, à medida que a competência da corrente diminui, observa-se muito bem nos sistemas de deposição turbidítica. Na realidade, numa camada turbidítica, observa-se sempre uma estratificação grano-decrescente de baixo para cima, que traduz, praticamente, a calibração sedimentar ilustrada nesta figura. Para bem compreender o significado geológico das rochas sedimentares, não esqueça que todos processos sedimentares quer sejam de meteorização, transporte ou deposição trabalham todos para um objectivo comum que é o de obter uma calibração dos três produtos finais de todos os processos sedimentares, isto é, do quartzo (areia), argila (argilitos) e calcário (CO3Ca). Assim, e para evitar confusões, nunca utilize o nome de um mineral para designar uma rocha. O termo argila, por exemplo, designa um mineral muito fino que se forma por da alteração dos feldspatos. É a argila que lhe enlameia os sapatos e é ela também que turva a água de rio ou de um lago. Contudo, quando ela se deposita e se compacta, ela transforma-se numa rocha que muitos geocientistas portugueses chamam argilito e não argila. Não esqueça que há dois tipos de sedimentos : (i) Clásticos e (i) Precipitados. Os primeiros são formados pela desagregação das rochas, e o segundos de precipitações de soluções orgânicas ou inorgânicas.

Calibração Sísmica.......................................................................................................................................... ..................................................Seismic Calibration

Calibration sismique / Calibración sísmica / Seismische Kalibrierung / 地震校准 / Сейсмическая калибровка / Calibrazione sismica

Correlação entre os eventos geológicos interpretados a partir dos registos eléctricos, nomeadamente, da diagrafia PS (potencial espontâneo), RG (raio gamma), resistividade, diagrafia da inclinação ("dipmeter"), etc., e dos testemunhos de sondagem (quando disponíveis) com as superfícies sísmicas (agradação, progradação e discordâncias) reconhecidas nos dados sísmicos. A interpretação sequencial das diagrafias eléctricas deve ser correlacionada, de maneira interactiva, com a interpretação sequencial dos dados sísmicos. Deste que se atinja o nível hierárquico de interpretação dos ciclos-sequência, predições litológicas podem ser avançadas para os diferentes sistemas de deposição que compõem os diferentes cortejos sedimentares.

Ver: " Impedância (acústica) "
&
" Estratigrafia Sequencial "
&
" Linha Sísmica "

Esta figura ilustra os principais eventos geológicos, utilizados pelos geocientistas da CFP (hoje Total SA), para calibrar as linhas sísmicas, à volta de um poço de pesquiza no offshore do Labrador (Canadá). A interpretação sequencial das linhas sísmicas foi calibrada (datação das discordâncias) pela interpretação sequencial das diagrafias eléctricas, de controlo de perfuração e pela análise micropaleontológica dos detritos de sondagem. As discordâncias (superfícies de erosão) são os eventos geológicos mais difíceis de datar. O estudo micropaleontológico dos detritos de sondagem não é suficiente. Na realidade, quando um poço atravessa uma discordância, o estudo micropaleontológico dos detritos permite apenas de datar os intervalos imediatamente acima e abaixo da discordância. Um tal estudo não permite de datar a descida relativa do nível do mar responsável pela superfície de erosão, que sublinha a discordância, uma vez que o hiato entre os dois intervalos, geralmente muito grande. Unicamente, quando o poço atravessa o hiato mínimo entre dois ciclos-sequência adjacentes, é que a micropaleontologia pode datar a discordância que os separa. Isto acontece nas partes profundas das bacias, onde a discordância, reconhecida a montante (talude superior, plataforma ou planície costeira), correlaciona com a paraconformidade, que limita os ciclos-sequência na planície abissal. Por outras palavras, a idade de uma discordância é dada pela idade dos cones submarinos de bacia, que se depositaram durante a descida relativa do nível do mar que criou a superfície de erosão que marca a discordância (superfície de erosão).

Camada..........................................................................................................................................................................................................................................................................Bed, Strate

Couche / Camada (estrato) / Stratum, Schicht / / Слой (пласт) / Strato, Letto, Fondo

Horizonte sedimentar com uma de espessura maior ou igual a 1,0 cm.

Ver: " Estrato "
&
" Acomodação "
&
" Estratigrafia "

Como ilustrado nesta fotografia, as camadas sedimentares e planos de estratificação são óbvias nas falésias que formam parte do litoral de Portugal. Os sedimentos, quer eles sejam clásticos ou precipitados depositam-se, quase sempre, em níveis, mais ou menos paralelos, que se chamam camadas ou estratos. Esta estratificação resulta da tendência que a água e vento têm de espalhar, sobre grandes distâncias, sedimentos semelhantes em capas relativamente finas durante períodos de tempo com condições ambientais, relativamente, análogas. Quando as condições ambientais mudam no sítio de deposição, várias coisas podem acontecer: (i) Diferentes sedimentos podem depositar-se no topo da camada anterior ; (ii) Pode haver um período durante o qual nenhum sedimento se deposita ; (iii) O nível original pode ser erodido. Em todos estes casos, devido ao ambiente de deposição comum, os sedimentos tendem a ser muito mais similares dentro das camadas do que entre elas. Embora os sedimentos tendam a ser mais semelhantes dentro de uma camada do que entre elas, a continuidade lateral tem limites finitos. Assim, uma determinada camada poder ser fina e acunhar-se, lateralmente, sem deixar nenhum registro do tempo de deposição na área de acunhamento. O tipo de sedimento que caracteriza uma determinado nível pode mudar, lateralmente, para outro tipo dentro da mesma camada, o que sugere que o ambiente de deposição mudou de maneira gradual. Determinadas combinações de ambientes de deposição promovem descontinuidades abruptas dos horizontes sedimentares de tipo semelhante. Por exemplo, as areias e as rochas argilosas depositados por um rio, são, por vezes, muito descontinuas devido às repetidas canalizações e inundações. Outros ambientes sedimentares induzem níveis mais contínuos, como as rochas argilosas pelágicas, nas parte mais profundas das bacias, i.e., na base do talude ou na planície abissal. As superfícies de estratificação representam um hiato relativamente pequeno. Se o hiato for maior, a superfície corresponde a uma discordância. Todas as discordâncias têm um hiato mínimo em qualquer parte. O hiato mínimo é na base do talude continental. É este hiato mínimo que dá a idade da discordância (descida relativa do nível do mar) entre dois ciclos estratigráficos.

Camada basal (de um delta).................................................................................................................................................................................................Bottomset Bed

Couche de base / Estrato basal / Bondenschichten / 底积床 / Базальный слой / Strato basale (delta)

Camada ou grupo de camadas sub-horizontais a jusante e na continuação natural do talude deltaico (camadas inclinadas). L óbulos de areia de origem turbidítica (turbiditos proximais), se encontram, por vezes, intercalados nas camadas da base de um delta. Por vezes, chamada Camada Inferior de um Delta.

Ver: " Delta "
&
" Camada Frontal (de um delta) "
&
" Camada Superior (de um delta) "

Como ilustrado neste esquema, a espessura de um delta varia entre 10 e 60 metros. Quando certas pessoas, mesmo certos geocientistas, dizem, por exemplo, que o delta do Níger tem mais de 4000 metros de espessura, elas estão a confundir um delta com um edifício deltaico. É a mesma coisa que confundir a altura de um apartamento (delta), em geral, cerca de 2,40 metros de altura, com a altura total do prédio (edifício deltaico). Um delta é um cortejo sedimentar formado por três sistemas de depósito síncronos e geneticamente relacionados, quer isto dizer, que se um sistema desaparecer os outros dois também desaparecem. De montante para jusante, os sistemas de depósito que compõem um delta são: (i) Planície Deltaica (siltitos, areias e rochas argilosas) ; (ii) Frente do Delta (areias) e (iii) Prodelta (rochas argilosas e sedimentos muito argilosos). Em certos casos particulares, além destes sistemas de depósito, um sistema de depósito turbidítico (turbiditos proximais) pode desenvolver-se na base do talude deltaico, isto é, na base do prodelta. Tudo isto quer dizer, que num delta, as linhas cronostratigráficas têm, em geral, uma geometria sigmóide. Os sedimentos da planície deltaica depositam-se no sector sub-horizontal superior (a montante do talude deltaico). Os sedimentos da frente do delta depositam-se junto a ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição, praticamente, no topo do talude deltaico. Os sedimentos do prodelta depositam-se no sector inclinado (para jusante), isto é, no talude deltaico, enquanto que os sedimentos distais do prodelta e os turbiditos proximais se depositam no sector sub-horizontal inferior (a jusante do sector inclinado). Como um delta é corpo sedimentar progradante, geralmente, localizado a jusante da foz ou boca de uma corrente (um rio, por exemplo), as camadas da base são as mais finas. Elas contém muita argila. Não esqueça que uma geometria progradante (quando a ruptura da superfície de deposição se desloca para jusante e para cima) implica uma granulometria granocrescente para cima e uma espessura das camadas crescente para cima, isto é grano e estratocrescente para cima.

Camada Frontal (de um delta).............................................................................................................................................................................................Foreset Bed

Couche frontal / Estrato frontal / Geneigte Scinten / 前积床 / Передовой пласт (дельты) / Strato frontale (delta)

Camada ou grupo de camadas inclinadas dos sedimentos deltaicos depositadas na margem progradante de um delta. Numa duna de areia, as camadas depositadas na face de deslizamento (vertente protegida do vento) são também chamadas camadas frontais (de uma duna).

Ver: " Delta ”
&
“ Camada da Base (de um delta) ”
&
“ Camada Superior (de um delta) ”

Num ambiente sedimentar deltaico, os sedimentos, transportados pelos canais distributivos, depositam-se segundo uma arquitectura progradante. Os mais grosseiros são os primeiros a depositarem-se e formam uma série de camadas inclinadas e progradantes, chamadas “Camadas Frontais”. O material mais fino, quer no mar quer num lago, é transportado mais longe e deposita-se em camadas, mais ou menos horizontais, designadas como “Camadas Basais ou Camadas de Base”. À medida que um delta avança num corpo de água, a corrente estende os seus canais para a bordadura externa do delta. Assim, quando tal sucede, as camadas frontais são cobertas pelas camadas sub-horizontais, designadas “Camadas Superiores”, as quais são formadas por sedimentos, principalmente, arenosos. Num delta, as linhas cronostratigráficas (mais ou menos os planos de estratificação) podem ter uma geometria sigmóide ou oblíqua. No primeiro caso, as camadas superiores, frontais e da base são bem individualizadas. No segundo, unicamente, as camadas frontais, e, por vezes, as camadas da base, se depositam. Estas duas geometrias correspondem a mecanismos de deposição muito diferentes. Quando a geometria é sigmóide, houve agradação e progradação da ruptura costeira da superfície de deposição (mais ou menos a linha da costa), o que implica uma subida relativa do nível do mar, isto é, um aumento do espaço disponível para os sedimentos (sinónimo de acomodação). Quando a geometria é oblíqua, só houve progradação da ruptura costeira da superfície de deposição, o que necessita um acarreio terrígeno importante, mas não uma mudança significativa da posição relativa do nível do mar. Neste caso, como não há aumento de acomodação (eustasia + tectónica), os sedimentos transportados para a ruptura costeira da superfície de deposição são obrigados a depositar-se como camadas frontais, no talude deltaico, porque é aí que existe espaço disponível para que os sedimentos. Uma geometria oblíqua (sem agradação) pode ser também o resultado de uma erosão das camadas superiores (superficiais)

Camada de Referência ......................................................................................................................................................................Marker Bed, Key Bed

Couchde repère / Estrato de referencia / Marker-Bett, Marker - Schicht / 关键的床 / Опорный горизонт / Strato guida

Camada ou um grupo de camadas geológicas, que pode ser seguida sobre longas distâncias no terreno e ou nas diagrafias eléctricas. Uma camada de referência pode ter um valor cronostratigráfico significativo, mas nem sempre é o caso.

Ver: " Estrato "
&
" Correlação "
&
" Cortejo Sedimentar ”

Nas diagrafias eléctricas deste poço de pesquiza (Mar do Norte), vários níveis (não camadas, uma vez que a resolução sísmica e de cerca de 20-30 metros) de referência podem ser reconhecidos. De cima para baixo: (i) Uma superfície máxima de inundação ; (ii) A primeira superfície transgressiva (1a ST) de um cortejo sedimentar transgressivo (CT) ; (iii) Uma superfície de erosão que sublinha a discordância que limita dois ciclos estratigráficos ditos ciclos-sequência (ciclos estratigráficos depositados durante ciclos eustáticos de terceira ordem, cujo tempo de duração varia entre 0.5 e 3 My) ; (iv) Superfície da base das progradações do prisma de nível alto (PNA) do ciclo-sequência inferior, a qual corresponde, grosso modo, à superfície de inundação máxima do cortejo transgressivo do mesmo ciclo-sequência. Os dois últimos horizontes são, particularmente, interessantes para as correlações, isto é : (a) A Superfície de Inundação Máxima, que separa o cortejo transgressivo (CT) do prisma de nível alto (PNA) e (b) O limite de entre os ciclos (discordância, que sublinha uma descida relativa do nível do mar importante, a qual criou uma superfície de erosão) que, neste caso, é caracterizado pelo preenchimento de um vale cavado (inciso). Entre a superfície de inundação máxima (topo do cortejo transgressivo do ciclo-sequência inferior), que pode, também, ser um bom horizonte de referência, e a discordância (superfície de erosão), que separa os dois ciclos-sequência, a morfologia da diagrafia RG (raio gamma) sugere um intervalo sedimentar grano e estrato crescente, o que corrobora a geometria progradante do cortejo de nível alto (PNA) visível nas linhas sísmicas desta área. A primeira superfície de inundação (base do CT), pode, em certos casos, ser tomada como um camada de referência. Nos dados sísmicos, a maior parte destes horizontes podem ser considerados como cronostratigráficos, embora na realidade, no campo (escala natural 1:1) não o sejam. Contudo, tendo em linha de conta a resolução sísmica e a vastidão do tempo geológico, o erro, em geral, não é muito grande e não tem grandes consequências.

Camada Superficial (de um delta).............................................................................................................................................................................Topset Bed

Couche supérieure / Estrato superior / Deckgende Schichten / Topset床 / Поверхностный пласт (дельты) / Strato superiore (delta)

Camada ou grupo de camadas sub-horizontais dos sedimentos deltaicos depositadas na planície deltaica a montante da ruptura costeira da inclinação da superfície de deposição.

Ver: " Delta "
&
" Camada da Base (de um delta) "
&
" Progradação Sigmoidal "

Nesta fotografia, cuja escala é dada pelo geocientista (não esqueça que as interpretações geológicas dependem da escala e que a escala natural, do campo, é 1:1), são, facilmente, reconhecidos os três tipos de camadas que formam um delta: (i) Camada Superior ou superficial, sub-horizontal ; (ii) Camada Frontal, inclinada para o mar e (iii) Camadas de Base, que como a camada superior também é sub-horizontal, é localizada a jusante da camada inclinada do mesmo intervalo estratigráfico. Note que estamos a falar de camadas e não de estratos. Na realidade, os estratos têm um valor cronostratigráfico, enquanto que as camadas, em geral, não o têm. Pode dizer-se que uma camada superior continua para jusante para formar uma camada frontal, a qual, por sua vez, continua para jusante para formar um camada de base e que as três, no seu conjunto, formam um estrato, isto é, uma unidade cronostratigráfica. Os geocientistas que interpretam as linhas sísmicas, onde é mais fácil seguir a continuidade da sedimentação (embora de maneira indirecta) do que campo, sabem, perfeitamente, que nunca devem esquecer as escalas e que não devem confundir uma linha tempo (cronostratigrafia) com uma linha de fácies (litostratigrafia). Nesta fotografia, sem a escala, que é dada pelo geocientista, e sem a granulometria das camadas frontais e superiores, ninguém poderia dizer se o talude aqui ilustrado é um talude continental ou deltaico. Em contrapartida, mesmo sem escala, é muito fácil de constatar nesta fotografia que as linhas cronostratigráficas são sigmóides e que as linhas de fácies são sub-horizontais. Com efeito, à escala macroscópica (escala de uma carta geológica e das bacias sedimentares), no campo ou nas linhas sísmicas, as linhas tempo e de fácies intersectam-se. Unicamente, à escala mesoscópica (escala dos afloramentos, quando há continuidade dos planos de estratificação), e nem sempre, é que as linhas cronostratigráficas podem ser, localemente, coincidentes com as linhas de fácies. As camadas superiores só se depositam se houver uma subida relativa do nível do mar. Um delta com geometria progradante-oblíqua, que não tem camadas superiores, deposita-se durante períodos de estabilidade relativa do nível do mar.

Câmbrico....................................................................................................................................................................................................................................................................Cambrian

Câmbrico / Cámbrico / Kambrischen / 寒武纪 / Кембрийский / Cambriano

Período geológico durante o qual apareceram os primeiros grupos animais nos registos fósseis. Este evento é, frequentemente, designado como a “Explosão Câmbrica”, devido ao tempo, relativamente, curto para o aparecimento de uma tão grande diversidade de formas animais. Alguns anos atrás, pensava-se que as rochas do Câmbrico continham os primeiros e os mais antigos fósseis animais. Actualmente sabe-se que estes se encontram já nos sedimentos do Vendiano (Proterozóico).

Ver: " Tempo Geológico "
&
" Paleozóico "
&
" Cronostratigrafia "

O Período Câmbrico faz parte da Era Paleozóica e encontra-se limitado entre o Ordovícico e o Vendiano (Pré-Câmbrico, Proterozóico). Em outros termos, o Câmbrico durou cerca de 58 My. Ele começou à cerca de 590 Ma e terminou à cerca de 505 Ma (segundo Harland et al., 1982). Os continentes do Câmbrico resultaram da ruptura de um antigo super-continente chamado Protopangéia (Rodínia ou Pannotia, para certos geocientistas). O maior continente era sem dúvida o Gonduana que, pouco a pouco, começou a derivar para o Sul. Os outros continentes como a Laurência, Báltica e Sibéria permaneceram sempre independentes. Durante este período geológico (não confundir com período de tempo), a taxa de expansão oceânica (alatramento oceânico) foi muito grande e os oceanos tornaram-se predominantes mas, relativamente, pouco profundos. O maior oceano era o Pantalassa, que cobria a maior parte do hemisfério Sul. No hemisfério Norte, o Prototétis, Iapetus e Khanty (oceano entre a Báltica e a Sibéria, a norte do Pantalassa e NE do Prototétis) continuavam a expandir-se até ao fim do período. Durante o Câmbrico, o clima foi muito mais quente que durante o Pré-Câmbrico no o qual os períodos glaciares foram muito comuns. Muitos geocientistas pensam, que, durante o Câmbrico, não houve gelo nos pólos. As idades (subdivisões) do Câmbrico ainda não foram definitivamente estabelecidas. Na América do Norte, (Laurência durante o Câmbrico) contudo, certos geocientistas propuseram as seguintes idades (do topo para a base): (i) Sunwapatano ; (ii) Steptoano ; (iii) Marjumano ; (iv) Delamarano ; (v) Dierano ; (vi) Montezumano e (vii) uma última subdivisão, sem nome, entre os 543 e os 520 Ma (milhões de anos). As seis idades superiores variam entre 520 e 505 Ma, tendo cada uma duração média de 5 a 6 Ma.

Campo de Neve..........................................................................................................................................................................................................................Snowfield, Firn

Champ de neige / Campo de nieve / Schnee - Bereich / 雪原 / Фирновое поле / Nevaio

Ambiente glaciar que engloba o volume de neve acima da “linha da neve”. Corresponde, normalmentem ao terreno montanhoso coberto, permanentemente, por uma camada de neve mais ou menos lisa.

Ver: " Glaciar "
&
" Linha de Neve "
&
" Glaciação "

Nos ambientes glaciares é importante distinguir: (i) A zona de acumulação ; (ii) A zona de fusão e evaporação ; (iii) A linha de neve ; (iv) As fissuras; (v) As moreias e (vi) A planície fluvio-glaciar. Durante as glaciações, os glaciares são corpos geológicos muito importantes, uma vez que as zonas de acumulação são, extremamente, grandes e que as linhas de neve estão situadas muito baixo. A neve que forma os glaciares sofre repetidas fusões e congelações que a transformam em neve granular ("névée" em francês). Sob a acção do peso das camadas de neve e dos horizontes superiores de neve granular, os horizontes mais profundos transformam-se em nevado. Mais tarde (o que pode significar milhares de anos, o que é sistematicamente esquecido pelos geocientistas que trabalham para o IPPC), os horizontes de nevado, sobre a acção da compactação, transformam-se em gelo. Além disso, algumas horas depois da deposição, a neve é metamorfizada pela presença de gradientes de temperatura. A matriz azul do gelo dos glaciares é, frequentemente, mas de maneira errada, atribuída à dispersão de Rayleigh, é, provavelmente, induzida pela presença de bolhas de ar no gelo. A cor azul pode, na realidade, ser induzida pela mesma razão que a água é azul. Assim, como a água é azul devido a uma ligeira absorção da luz vermelha provocada por uma ressonância (estiramento) das moléculas de água, a matriz azul do gelo pode ter uma origem semelhante. Os níveis inferiores do gelo de um glaciar deformam-se, plasticamente, e escoam-se sob a pressão. Isto permite ao glaciar de se deslocar lentamente como um líquido viscoso. Normalmente, os glaciares escoam-se no sentido da pente, embora eles não necessitem de uma superfície inclinada para se escoar. O escoamento pode ser motivado, unicamente, pela deposição, mais ou menos continua, da neve na pendente mais importante. Como sugerido pelas fissuras (fracturas causadas por regimes tectónicos extensivos locais), que se desenvolvem na superfície de um glaciar, os horizontes superiores de um glaciar são mais frágeis. Um glaciar é como qualquer corrente. Ele existe, unicamente, enquanto se escoa (enquanto que a acumulação iguala a ablação). Desde que a ablação ultrapassa a acumulação, o glaciar não se encolhe, ele continua a escoar-se mas adelgaça-se.

Campo Petrolífero................................................................................................................................................................................................................................Oil Field

Champ pétrolier / Campo petrolífero / Ölfeld / 油田 / Нефтяное месторождение / Campo petrolifero

Dois ou mais jazigos de hidrocarbonetos (petróleo ou gás) localizados numa única armadilha ou em armadilhas não muito distantes. Os campos petrolíferos cobrem menos de 0,1% dos continentes e das plataformas continentais (Deffreyes, K., S., 2006).

Ver: " Armadilha (petróleo ou gás) "
&
" Petróleo "
&
" Reservas "

Nesta figura, estão demarcados (por manchas vermelhas) os principais campos petrolíferos do Médio-Oriente. A título de exemplo, note a localização do maior campo petrolífero do mundo - Ghawar, que está localizado na bacia de antepaís da Arábia Saudita. Geologicamente, alguns lugares são, extremamente, ricos em hidrocarbonetos, enquanto que outros (a grande maioria) são muito pobres ou não têm hidrocarbonetos. Uma tal distribuição parece injusta. Contudo, ela é o resultado de uma importante lei da natureza, isto é, a lei da desigualdade. No caso das acumulações petrolíferas, essa lei, é o resultado da formação de sistemas naturais (sistemas petrolíferos). Com efeito, a probabilidade de formação de um campo petrolífero depende da existência de vários parâmetros geológicos: (i) Rocha-mãe ou subsistema petrolífero gerador ; (ii) Rocha-reservatório (subsistema petrolífero reservatório-armadilha) ; (iii) Armadilha (subsistema petrolífero armadilha-reservatório) ; (iv) Migração (tempo de formação do subsistema petrolífero gerador) e (v) Retenção (subsistema petrolífero reservatório-armadilha). Naturalmente, se um destes parâmetros não existir (valor zero), a probabilidade de ocorrência de hidrocarbonetos, economicamente rentáveis, é zero. Pode dizer-se que a probabilidade de existência de um campo petrolífero é a probabilidade de existência do factor petrolífero menos favorável. Em termos matemáticos, a probabilidade de formação de um campo petrolífero é o produto das probabilidades de ocorrência dos diferentes parâmetros. A posteriori, uma vez que a grande maioria dos campos petrolíferos já foi encontrada (mais de 95% das reservas já foram descobertas e todas as bacias petrolíferas conhecidas hoje já o eram nos anos 50), pode dizer-se que a probabilidade de encontrar um campo petrolífero, perfurando ao acaso uma bacia sedimentar com exsudações de petróleo é de 4 a 5%. Isto mostra que a moderna e cara tecnologia utilizada actualmente, isto é, a sísmica (2 e 3D) contribui, unicamente, para aumentar de 5 para 10-15% a probabilidade de descoberta.

Canal (natural)..................................................................................................................................................................................................................................................................Channel

Chenal / Canal / Kanal / 渠道 / Канал / Canale

Depressão ao longo da qual uma corrente de água se escoa.

Ver: " Vale Cavado (inciso) "
&
" Preenchimento de Canal "
&
" Discordância "

Nesta figura, o canal principal do delta digitado do Rio Mississipi, isto é, a depressão erosiva, estreita e profunda que põe em comunicação o rio Mississipi com um corpo de água mais importante (o Golfo do México) é, perfeitamente, visível. Em Geologia e, particularmente, na interpretação geológica das linhas sísmicas, assim com na Estratigrafia Sequencial, o termo canal é utilizado por muitos geocientistas para designar os sedimentos que preencheram o antigo leito de uma corrente e não o leito ele mesmo, o que é errado. Nas linhas sísmicas, depois da compactação a morfologia dos sedimentos que preenchem um canal é função do fácies do preenchimento. Se o preenchimento é arenoso, depois da compactação, a morfologia torna-se biconvexa, isto é, o topo e base exibem uma geometria convexa. Ao contrário, se o preenchimento do canal é argiloso, quando visível, isto é, se existir um contraste de impedância acústica entre os dois intervalos sedimentares (preenchimento e substrato), ele molda, mais o menos, o leito do rio adquirindo a forma original do leito da corrente. Isto quer isto dizer, que base tem uma geometria lentiforme côncava e o topo um morfologia convexa. Teoricamente, como indicado, um canal (depressão erosiva) é, geneticamente, associado a uma erosão. Ele é sempre posterior ao substrato, que ele erode e anterior aos sedimentos que o preenchem. Contudo, também, neste ponto há muita confusão. Nos cones submarinos do talude, por exemplo, muitos geocientistas chamam canal turbidítico ao preenchimento da depressão entre os diques marginais naturais onde as correntes de turbidez (ou correntes turbidíticas) se escoam. Na maior parte dos casos, a depressão entre os diques marginais naturais não só não mostra nenhuma erosão, mas também é contemporânea dos diques marginais que a formam. Um rio necessita de cavar um leito para se escoar, enquanto que uma corrente turbidítica, em geral, não. Uma corrente turbidítica escoa-se sobre uma superfície, mais ou menos, inclinada respeitando o principio do menor esforço. É por isso, que os diques marginais naturais fluviais estão sempre mais altos do que o preenchimento de um canal fluvial, o que não é sempre o caso nos depósitos turbidíticos.

Canal Abandonado.................................................................................................................................................................................................................................Oxbow

Chenal abandonné / Canal abandonado / Oxbow, Verlassene Kanal / 故道, 废弃河道 / Высохшая река / Oxbow, Canale abbandonato

Meandro de um curso de água, em forma de U, que foi abandonado e onde, geralmente, se forma um pequeno lago. Sinónimo de Meandro Abandonado.

Ver: " Meandro "
&
" Meandro Abandonado "
&
" Vale (corrente) "

Nesta figura a génese dos canais ou meandros abandonados é óbvia. Num meandro, o rio escoa-se mais lentamente na parte interna, o que permite o depósito dos sedimentos mais finos que ele transporta na margem convexa. Ao contrário, na parte externa do meandro, o rio escoa-se com maior velocidade, o que causa a erosão do banco exterior. Assim, com o tempo, o arco do meandro alarga-se continuamente até que a garganta (ou nó) do meandro desapareça completamente. Eventualmente, o arco do meandro isola-se do trajecto do rio criando um canal abandonado, que quando com água forma um lago muito típico, isto é, com a forma de uma ferradura. Na realidade, uma vez que a água deixa de se escoar no antigo leito do rio, forma-se um lago, onde os sedimentos finos e orgânicos se depositam, in situ, por decantação. Mais tarde, todo este conjunto pode transformar-se numa zona pantanosa, que, muitas vezes, evolui em um prado onde as árvores se enraízam facilmente. Este processo, pelo qual o que era uma vez um rio se transforma um dia em floresta é, por vezes, chamado sucessão. Foi esta sucessão de eventos geológicos (evidentes nesta fotografia) que originou, nos Estados Unidos da América do Norte, a maior parte do onshore da Luisiana e Mississipi. O abandono de um braço de meandro é raramente abrupto. Em geral, um rio retoma o seu antigo leito ao fim um ou dois anos, para depois o abandonar outra vez ao fim de outros dois três anos. Esta alternância dos trajectos das correntes na planície de meandros até ao abandono definitivo de um braço de meandro (canal abandonado) é corroborada nas linhas sísmicas (de preferência nas linhas de alta resolução), quando estas cortam uma barra de meandro. As barras de meandro (intervalo sedimentar, mais ou menos grosseiro, que se deposita na parte interna dos meandros com uma configuração interna progradante oblíqua) são, raramente, fossilizados (lateralmente) por um único tampão argiloso. A presença de cinco ou seis tampões argilosos não é excepcional. Cada tampão argiloso corresponde ao preenchimento durante um período de abandono do braço do meandro, isto é quando a corrente tinha uma outra trajectória.

Canal Distributivo.........................................................................................................................................................................................Distributary Channel

Chenal distributaire / Canal distributivo / Verzweigtes Kanalsystem / 分流河道 / Дельтавидный рукав / Canale emissario

Canal que se inicia no ponto mais elevado de um delta e que transporta os sedimentos que formam o delta ou qualquer um dos numerosos braços nos quais um rio se divide para atingir o seu delta.

Ver: " Rio "
&
" Delta "
&
" Dique Marginal Natural "

Esta fotografia ilustra os canais distributivos do rio Zambeze (Moçambique). É ao longo dos canais distributivos que o acarreio sedimentar é transportado para o mar a fim de construir um edifício deltaico, cuja geometria progradante é determinada pelo depósito das camadas superiores, frontais e inferiores (ou da base) que formam os deltas. É importante não esquecer que a geometria de um edifício deltaico (não confundir com a geometria de um delta, cuja espessura varia entre 10 e 60 metros) é, geralmente, progradante complexa, uma vez que dentro do edifício deltaico, certos deltas têm geometrias progradantes oblíquas (sem as camadas superiores e, raramente, com as camadas da base) e que outros têm uma geometria progradante sigmóide (com as três camadas). Por definição, um canal distributivo (depressão por onde a corrente se escoa e não o preenchimento da depressão) é uma estrutura sedimentar erosiva. Ele é entalhado na barra de desembocadura depositada previamente. Para que um edifício deltaico se desloque para o mar (progradação), a corrente tem de abrir um caminho, através dos sedimentos que ela depositou anteriormente, afim de levar os sedimentos que ela transporta para jusante, onde há espaço disponível para que eles sejam depositados. A erosão induzida pelos canais distributivos é, perfeitamente, visível nesta fotografia. A continuidade das barras de desembocadura é, bruscamente, interrompida pelos canais distributivos. Nos edifícios deltaicos fósseis, ou nas linhas sísmicas, o preenchimento dos canais distributivos sublinha a acção incisivas destes, uma vez que a configuração interna do substrato e do preenchimento são muito diferentes e não concordantes. Na estratigrafia sequencial, quando a incisão dos canais distributivos é importante, ela é utilizada para determinar os limites dos ciclos estratigráficos, uma vez que a incisão (quando significativa) se forma durante uma descida relativa do nível do mar, a qual é a principal responsável da superfície de erosão que cria a discordância (quer ela seja ou não, mais tarde, reforçada pela tectónica) entre dois ciclos estratigráficos consecutivos (ciclo sequência, subciclos de invasão continental, etc.).

Canal de Maré............................................................................................................................................................................................Tidal Channel, Tidal Creek

Chenal de marée / Canal de marea / Priel / 潮汐通道 / Приливно-отливный канал / Canale di marea

Canal utilizado pelas correntes de maré, que se estende do oceano até ao pântano de maré ou planície de maré (mareal ou raso de maré).

Ver: " Maré "
&
" Cana l"
&
" Ondulação (do mar) "

Quando a Lua, Sol e Terra estão alinhadas, devido à acção das marés que tal disposição provoca, formam-se duas convexidades (ou protuberâncias) na superfície da Terra. Uma dessas convexidades está do lado do Sol e a outra na posição antípoda, isto é, na parte de trás da Terra. Por outro lado, à medida que a Terra gira através das bojos de maré criam-se duas marés altas e duas marés baixas por dia. Quando a Lua, o Sol e a Terra estão, perfeitamente, alinhados (isto é, nas fases de lua nova e de lua cheia) ocorre a maior maré alta (maré viva). Quando a Lua está, perfeitamente, fora do alinhamento (ou seja, no primeiro e último quarto), ocorre a menor maré baixa (maré morta). Os depósitos induzidos pelas variações das correntes de marés correspondem, naturalmente, a um par (pacote) de corpos sedimentares. Um tal pacote de maré, forma-se durante uma quinzena de dias, quer isto dizer, entre duas marés vivas sucessivas. Isto traduz uma diminuição progressiva da corrente de maré (entre a maré viva e maré morta), seguida por um aumento de intensidade da corrente (entre a maré morta e a próxima maré viva). Uma vez que isto se passa durante duas semanas e que há duas marés altas por dia, um pacote de maré engloba uma série de camadas dispostas em grupos de 28 (14 dias x 2 marés por dia). O material transportado ao longo dos canais de maré deposita-se junto da desembocadura formando planícies de maré. Três tipo planícies de maré podem diferenciar-se: (i) Planície Supramareal (salgadiço), quando localizada acima do nível médio das águas altas (fácies argilosa) ; (ii) Planície Intramareal, que fica debaixo de água duas vezes por dia (fácies argilo-arenosa) e (iii) Planície Inframareal, que está sempre debaixo da água e que tem um fácies arenoso. Quando os canais de maré atravessam as ilhas barreiras ou as restingas, eles transportam a água do oceano aberto e areia (que se pode depositar dentro ou fora dos canais) para as lagoas. Os sedimentos são transportados para as lagoas durante a maré alta e podem construir um pequeno delta (delta de enchente) a montante da boca do canal. Durante a descida da maré, um delta (delta de vazante) pode, também, formar-se a jusante da boca do canal de maré.

Canal Preenchido...................................................................................................................................................................................................................................Channel

Chenal rempli / Canal relleno / Kanal zu füllen / 通道填充 / Заполненный канал / Riempimento di canale

Canal que foi mais tarde preenchido por sedimentos. Nas tentativas de interpretação geológica das linhas sísmicas, certos geocientistas têm a tendência a chamar “canal” ao preenchimento de um canal, o que trás muitas confusões e que, basicamente, é errado. Um canal é uma anomalia morfológica negativa (erosiva), na qual um curso de água se escoa, enquanto que um canal preenchido ou de maneira mais precisa, o preenchimento de um canal, é um corpo sedimentar posterior à formação do canal.

Ver: " Canal "
&
" Vale Cavado (inciso)"
&
“ Turbidito”

Este autotraço (Canvas) de um detalhe de uma linha sísmica do offshore profundo (> 200 metros de lâmina de água) do Golfo do México ilustra, perfeitamente, os equívocos associados a uma má terminologia. Uma grande maioria de geocientistas, com experiência na interpretação geológica das linhas sísmicas, ao observar este detalhe, dirá que as flechas indicam canais turbidíticos, o que é basicamente errado. Excepto uma pequena erosão (provavelmente provocada pela corrente turbidítica inicial) do substrato, debaixo dos diques marginais naturais turbidíticos, visíveis no canto inferior direito, pode dizer-se que nunca houve erosão. Aquilo que certos geocientistas interpretam como um canal, por onde passaram as correntes turbidíticas, é, muitas vezes, simplesmente a depressão entre os diques marginais naturais turbidíticos (depósitos de transbordo), que se formou, pouco a pouco, à medida que os diques se depositaram. Com o tempo, a posição da depressão entre os diques migra vertical e lateralmente. Evidentemente, que quanto mais diques marginais naturais se depositam, mais a depressão é marcada, o que força as correntes turbidíticas a utilizá-la (canalização) para levar os sedimentos para as parte mais profundas do talude continental e planície abissal. Quando as correntes turbidíticas perdem velocidade e competência, o sistema de deposição é desviado ou abandonado e a depressão entre os diques naturais é preenchida (em retrogradação) por sedimentos mais recentes (pertencentes ao mesmo ciclo-sequência) que os sedimentos que formam os diques naturais. Este mecanismo geológico não têm nada a ver com o da formação dos diques marginais naturais fluviais e dos preenchimentos dos canais fluviais. De resto, nesta linha sísmica, é fácil de constatar que os preenchimento das depressões e os diques naturais estão, praticamente, ao mesmo nível o que não é o caso dos preenchimentos dos canais fluviais.

Caneiro (sulcro pré-litoral)........................................................................................................................................................................................................Longshorerunnel

Sillon préllitoral / Depresión prelitoral / Strandrinnen / 沟的临滨 / Прибрежный спуск / Solco Prelitorale

Depressão das ondulações da praia, relativamente, grandes, localizadas no limite exterior da praia-baixa e criadas pelo escoamento das correntes da ressaca e, particularmente, pelas correntes de refluxo. Sinónimo de Sulcro Pré-litoral.

Ver « Praia-Baixa »
&
« Ondulação (de praia-baixa) »
&
« Corrente de Ressaca »

Os caneiros (sulcos pré-litorais), assim como as rides (cristas pré-litorais), são ondulações de areia, de fraca amplitude, mais ou menos, paralelas à linha da costa, que se encontram, sobretudo, nos offshore com fracas variações de acarreio terrígeno (areia) A origem destas estruturas é problemática. Três explicações foram avançadas: (i) Quando os caneiros são, mais ou menos, estacionários, eles, provavelmente, são induzidos pela formação e crescimento de barras de espraiamento criadas por vagas de curto comprimento de onda (isto é, certamente, o caso nas costa com macromarés) ; (ii) Quando os caneiros são móveis, provavelmente, eles são o resultado da migração, para montante, das barras e depressões do offshore (paralelas a linha da costa) ; (iii) Quando os caneiros se formam de maneira, mais ou menos, periódica, eles podem resultar de uma erosão canalizante dos sedimentos arenosos, parcialmente, saturados de água, durante as marés. Este tipo de erosão é, principalmente, causado pela turbulência associada aos saltos hidrodinâmicos das ondas, criados, sobretudo, onde as correntes de ressaca encontram as correntes de espraiamento. O enigma da formação destas estruturas sedimentares é talvez melhor aproximado pelo reconhecimento de uma diversidade genética para uma grande diversidade genérica. Estas estruturas formam-se, sobretudo, na praia-baixa (ou terraço da maré-baixa), a qual corresponde à parte inferior do espraiado (espaço que se estende entre os limites atingidos pela baixa-mar, em águas mortas e águas vivas). O declive da praia-baixa é muito fraco e o material é, em geral, fino (a presença de materiais grosseiros transportados longitudinalmente não se pode excluir). Por outro lado, na superfície da praia-baixa, as marcas de bioturbação (marcas de seres vivos, como covas e dejectos de caranguejos ou arenículas, patas de aves, etc.) são muito importantes. Igualmente, as ondulações de praia associadas as correntes da ressaca são muito frequentes. O "foreshore" dos autores ingleses é, mais ou menos, o conjunto da praia-média e praia-baixa.

Canhão Submarino..............................................................................................................................................................................................................................Canyon

Canyon sous-marin / Cañón submarino / Unterseeische Furchen / 海底峡谷 / Каньон (овраг) / Canyon sottomarino

Vale íngreme ou garganta submarina, fortemente, encaixada no fundo do mar do talude continental. Em geral, estes elementos geológicos são induzidos por descidas relativas do nível do mar ou por correntes marinhas ascendentes. Os canhões submarinos transportam os sedimentos para as partes profundas das bacias oceânicas e correspondem, em parte, às zonas de transferência dos sistemas de deposição turbidítica.

Ver: " Discordância "
&
" Nível Baixo (do mar) "
&
" Zona de Trânsito Sedimentar "

Estas imagens ilustram os dois canhões submarinos de La Jolla e Scripps (Califórnia, EUA). Elas foram criadas a partir de uma importante base de dados contendo milhares de medidas batimétricas. O canhão de La Jolla (na fotografia da direita e a sul da cidade de São Diego) é mais largo que o canhão de Scripps. O canhão de Scripps, que está bem ilustrado na fotografia da esquerda, é, na parte superior, formado por três ramificações que cavaram, profundamente, as lamas calcárias e as areias do Eocénico, que formam o fundo do mar ao norte de São Diego. De maneira geral, os canhões formam-se, de preferência, na parte superior dos taludes continentais, perto do rebordo continental, onde a acção erosiva associada às descidas relativas do nível do mar ainda faz sentir. Quando a montante de um canhão submarino existe um rio importante, como é o caso, por exemplo, no offshore do Congo (canhão do Congo e rio Congo), é muito provável que o canhão se tenha iniciado pela acção erosiva do rio durante uma descida relativa do mar. Efectivamente, quando o nível relativo do mar desce de maneira significativa e fica debaixo do rebordo continental, toda a antiga plataforma (entre 0 e 200 m de água) é exumada transformando-se uma planície costeira. A linha da costa desloca-se para jusante, por vezes mais de uma centena de quilómetros, e o perfil de equilíbrio provisório dos rios é rompido (o perfil de equilíbrio de um rio nunca é atingido). Os rios são obrigados a cavar os leitos para que um novo perfil de equilíbrio provisório seja atingido. É esta incisão que, muitas vezes, inicia a formação de um canhão, a jusante dos antigos rebordos continentais, a qual vai depois evoluir de maneiras variadas, função das mudanças relativas do nível do mar e do acarreio sedimentar. Certos canhões, no talude continental, formam-se independentemente dos rios, em associação com correntes marinhas ascendentes.

Caos Determinístico.......................................................................................................................................................................................Deterministic chaos

Chaos déterministique / Caos deterministico / Deterministischen Chaos / 确定性混沌 / Детерминистский хаос / Caos deterministico

Comportamento de um sistema, cuja dinâmica é, totalmente, dependente das condições inicias, sem elementos aleatórios envolvidos. A natureza determinística de um tal sistema não o torna previsível. O caos determinístico, ou simplesmente caos, é observado em muitos sistemas naturais. Os geocientistas discutem sobre a existência ou não, de uma dinâmica caótica na tectónica das placas litosféricas.

Voir: " Teoria da Tectónica das Placas"
&
" Teoria dos Sistemas "
&
" Tempo (estado da atmosfera) "

Um sistema é caótico se a sua trajectória através do espaço é dependente das condições iniciais, isto é, se pequenas causas, difíceis de observar, pode produzir grandes efeitos. A palavra caos foi usada na Grécia para designar um abismo, precipício ou vazio. Os filósofos Platão e Anaxágoras e os estóicos utilizaram-a ​​para designar o material primordial, amorfo e sem forma. Hoje, o termo caos tem, sobretudo, um significado negativo. Ele significa confusão, desordem, etc . Na ciência, o caos foi usado pela primeira vez em 1975, para designar a sensibilidade de certos sistemas a pequenas mudanças nas condições iniciais. Isto significa que o comportamento normal de um sistema, de repente, passa a irregular. Lorenz observou um tal comportamento nos modelos matemáticos usados ​​em meteorologia (um simples bater de asas de uma borboleta no Golfo do México influencia o clima na Europa). Antes de Lorenz, Poincaré ao estudar a estabilidade das órbitas dos planetas do nosso sistema solar, constatou que as pequenas perturbações das órbitas aumentavam com o tempo. Mais fácil de compreender o caos determinista (em relação ao sistema solar) é o comportamento de um pêndulo duplo (a extremidade do primeiro pêndulo é fixado um outro pêndulo). Quando o pêndulo é empurrado suavemente, cada sistema oscila regularmente. Contudo, quando o empurro é mais forte, o pêndulo oscila de forma irregular e cálculo do seu comportamento não é previsível. Ele entra num estado de caos determinístico. Em outras palavras, o sistema tem um meteorologia, ou seja, um estado que o sistema deseja atingir. Actualmente, os geocientistas estão conscientes de que mesmo os sistemas estudados pela mecânica clássica podem se comportar de forma intrinsecamente imprevisível. Mesmo se um tal sistema pode ser perfeitamente determinista, em princípio, o seu comportamento é completamente imprevisível na prática. É este fenómeno que tem sido chamado de caos determinístico.

Capacidade (de uma corrente).................................................................................................................................................................................................................Capacity

Capacité / Capacidad / Kapazität / 流容量 / Мощность потока / Capacità

Possibilidade de uma corrente de água ou vento de transportar detritos. A capacidade é, normalmente, dada pela quantidade de detritos, medida num ponto, por unidade de tempo. O termo capacidade pode ter outros significados: (i) A possibilidade de um solo conter água ou (ii) A produtividade de uma bomba, poço ou reservatório. A capacidade de uma corrente varia, naturalmente, em função da granulometria dos detritos.

Ver: " Rio "
&
" Vale Cavado (inciso) "
&
" Escoamento "

A capacidade de uma corrente corresponde, praticamente, ao gradiente da corrente, isto é, à taxa de variação da inclinação da corrente por unidade de distância (cm ou m por km). Os sedimentos podem ser transportados por uma corrente de três maneiras diferentes: (i) Arrastamento ; (ii) Dissolução e (iii) Suspensão. No primeiro caso, os sedimentos (calhaus, blocos, areia, etc.) deslocam-se no leito da corrente. Contudo, eles podem deslocar-se quer por tracção (rolamento descontínuo), quer saltação (saltos). A saltação, que é frequente nas partículas mais grosseiras, facilita o desalojamento de outras partículas do leito da corrente. As partículas são transportadas em suspensão, durante curtas distâncias, e ao cair de novo no leito, eventualmente, desalojam as partículas depositadas no leito. Naturalmente, o transporte por dissolução é invisível. A matéria é transportada sob a forma de iões. Todas as correntes transportam uma quantidade, mais ou menos, importante de material dissolvido, que resulta da erosão química dos minerais ou da contaminação por águas subterrâneas mineralizadas. É por dissolução que são transportados os sedimentos mais finos. O transporte por suspensão inclui todos os sedimentos finos, que não podem ser transportados por dissolução e que são finos demais para poderem ficar no leito da corrente. O escoamento normal de uma corrente conserva, facilmente, em suspensão partículas finas com limão, argila e silte. O material transportado em suspensão resulta da erosão hidráulica nos bordos e leito das correntes. Quantitativamente, o material transportado por suspensão representa a grande maioria do material que uma corrente transporta. Note que uma corrente é todo o curso de água que canaliza um escoamento e que a linha média onde os dois lados do vale se intersectam é o talvegue. Mais inclinado é o talvegue maior é a capacidade da corrente.

Carbonato de Compensação.................................................................................................................................................Keep-up Carbonate

Carbonate de compensation / Carbonato de compensación / Keep-up-Carbonat, Carbonate Entschädigung / 保持了碳酸盐, 碳酸盐补偿 / Компенсируемый карбонат / Keep-up carbonato, Carbonato di compensazione

Depósito carbonatado com geometria, mais ou menos, paralela, que se encontra, principalmente, nos cortejos de nível alto (cortejo transgressivo e prisma de nível alto). Estes depósitos formam-se quando a subida relativa do nível do mar é compensada pela acumulação dos carbonatos. O resultado de um tal equilíbrio é que todo o espaço disponível para os sedimentos (acomodação) é preenchido à medida que ele é criado.

Ver: " Calcário "
&
" Subida Relativa (do nível do mar) "
&
" Acomodação "

Neste autotraço (Canvas) de uma linha sísmica (reflectores sublinhados por traços utilizando o software Canvas) do offshore da Florida (USA), a plataforma carbonatada posterior ao Miocénico Médio é constituída por carbonatos de compensação depositados durante subidas relativas do nível do mar contínuas e lentas. Desta maneira, o espaço disponível criado (acomodação), pela acção conjunta da eustasia e tectónica (subsidência ou levantamento), é, completamente, preenchido pelo material carbonatado recém-formado. Estas condições permitem a agradação (aumento de espessura) e progradação (deslocamento para o mar) da plataforma. Com efeito, nesta região, tal como sugerido pelos dados sísmicos, durante o Neogénico Tardio, a taxa de acomodação era compensada pela taxa de deposição. Este tipo de carbonatos contrasta com os carbonatos ditos de recuperação, os quais estão associados a uma subida relativa do nível do mar rápida seguida de uma subida relativa lenta. Depois da subida relativa do nível do mar inicial (rápida), a acumulação de carbonato diminui (aumento da profundidade de água estagna) sem que por tanto a formação de material carbonatado cesse. Como a taxa da subida relativa do nível de mar diminui, a plataforma carbonatada constrói-se eficazmente (verticalmente). Se a taxa de acumulação for maior do que a taxa da subida relativa do nível de mar, a formação de carbonato tornar-se-á cada vez mais eficiente. Com a continuação deste processo, a acumulação na plataforma carbonatada "recuperará" o aumento inicial brusco da profundidade até que a profundidade de máxima produção de carbonato seja restabelecida. Nestas condições de altas taxas de produção e acumulação, a acomodação (espaço disponível para os sedimentos) pode tornar-se insuficiente e desta maneira a progradação lateral (para jusante) da plataforma torna-se imperativa.

Carbonato de Recuperação....................................................................................................................................................Catch-up Carbonate

Carbonate de récupération / Carbonato de recuperación / Catch-up-Carbonat, Recovery - Carbonat / 追赶起来碳酸盐 / Возобновляемый карбонат / Catch-up carbonato, Recupero carbonato

Intervalo carbonato com geometria oblíqua, que se deposita quando a taxa de produção de carbonato excede a acomodação (espaço disponível para os sedimentos criado por subida relativa do nível do mar). Nestas condições, o material carbonatado é obrigado a depositar-se a jusante do rebordo da plataforma por progradações mais ou menos oblíquas.

Ver: " Carbonatos de Compensação "
&
" Subida Relativa (do nível do mar) "
&
" Recife "

O reservatório do campo petrolífero de Tengiz (Cazaquistão) é um exemplo extremo de depósitos carbonatados de recuperação, embora muitos geocientistas considerem que a agradação é positiva e predominante em relação à progradação. Contudo, como ilustrado nesta tentativa de interpretação geológica de uma linha sísmica, que atravessa o campo, debaixo do sal do Kunguriano (rocha-cobertura), os calcários do Carbonífero Médio / Pérmico Inferior (rocha-reservatório), em parte erosionados durante a descida relativa do nível do mar que precedeu o depósito dos evaporitos, têm uma geometria progradante oblíqua evidente. Esta geometria progradante, que é, provavelmente, o resultado de uma taxa de produção de carbonato que excedia a taxa de subida relativa do nível do mar e que por isso obrigou a plataforma a crescer lateralmente (progradação), contrasta com a geometria agradante e mesmo retrogradante de certas plataformas carbonatadas. Uma geometria retrogradante implica uma taxa de produção de carbonato inferior a taxa de criação de espaço disponível, o que obriga o nível de base da plataforma a desloca-se para o continente. Neste caso, se a diferença entre as duas taxas for muito grande a plataforma pode ser posta debaixo da zona fótica e a formação de carbonato cessa. A deposição dos calcários de recuperação pode ser resumida da seguinte maneira: (i) Rápida subida relativa do nível do mar ; (ii) Aumento da profundidade de água com diminuição da produção de carbonato ; (iii) Lenta subida relativa do nível do mar permitindo uma construção da plataforma, com diminuição progressiva da profundidade de água e uma aumento da produção de carbonato ; (iv) Recuperação da profundidade de água que permite o máximo de produção de carbonato ; (iv) Formação de carbonato superior a criação de espaço disponível ; (v) Acomodação insuficiente para a quantidade de carbonato criado, o que força o crescimento lateral da plataforma (progradação predominante).

Carbónico (que contém carvão)................................................................................................................................................................................................Carboniferous

Système charbonneux / Carbonífero / Karbon / 石炭纪 / Каменноугольный период / Carbonifero

Período da Era Paleozóica entre 286 e 360 Ma (Harland et al., 1982). Sinónimo de Carbonífero.

Ver: « Carbonífero »
&
« Paleozóico »
&
« Carvão »

O Carbónico foi um tempo de grandes transformações. O grande continente dos "Velhos Arenitos Vermelhos" foi erodido e, uma vez mais, o mar cobriu a região que hoje corresponde à parte central da Inglaterra. O que é hoje o País de Gales e a Inglaterra, isto é, a Britânia Romana, estavam próximos do equador. Durante todo o Carbónico, as variações globais do nível do mar mudaram muito. Uma das principais razões dessas mudanças foi a formação de um supercontinente, mas outras razões, como a ocorrência de uma intensa glaciação, são igualmente avançadas. Períodos glaciares e interglaciares alternaram várias vezes. Como a Britânia estava perto do equador, evidentemente, que ela não sofreu, directamente, o efeito do gelo, mas, unicamente, as variações do nível do mar induzidas pelos períodos glaciares e inter-glaciares. Durante os períodos glaciares, como muito água se transformou em gelo, o nível do mar (global) desceu. Ao contrário, durante os períodos interglaciares, com a fusão do gelo das calotes glaciares, o nível global do mar subiu. A estratigrafia da parte central de Inglaterra sugere um grande número de descidas e subidas relativas do nível do mar induzidas, principalmente, pela glacio-eustásia. Os períodos de nível do mar baixo (relativos) são representados por deltas arenosos e níveis de carvão formados a partir de restos das plantas. Durante os períodos de alto nível do mar (variações relativas), os deltas foram submergidos e finos horizontes de calcário depositaram-se no topo das areias deltaicas e carvões. Durante o Carbónico, esta alternância de areias, carvões e calcários é típica do centro da Inglaterra. Ela repetiu-se muitas vezes, até que a região fosse, mais tarde, exumada. Actualmente, com tudo o que se diz sobre o aquecimento global antropogénico (produzido pelo homem), o período Carbónico parece-nos muito estranho. A quantidade de oxigénio na atmosfera era cerca de 30%, o que é muito mais alta do que actualmente (21%). Uma tal percentagem de oxigénio torna o ar muito espesso e rico, o que, teoricamente, parece dificultar a evolução de certas espécies. O teor de CO2 era também muito mais alto que hoje. Contudo, actualmente, os países ricos regulam estas substâncias em partes por biliões e gastam biliões de dólares para evitar riscos hipotéticos.

Carbonífero (período geológico) ..........................................................................................................................................................................................Carboniferous

Carboníifère / Carbónico, Carbonífero / Karbon / 石炭纪 / Каменноугольный (карбон) / Carbonifero

Período da Era Paleozóica entre 286 e 360 Ma (Harland et al., 1982). Sinónimo de Carbónico.

Ver: " Paleozóico "
&
" Tempo Geológico "
&
" Período Geológico "

O termo Carbonífero foi proposto em 1822 por Conybeare, W. e W. Phillips. Contudo, anteriormente, em 1807, Farey propôs para as rochas deste período o nome "Coal Measures". Foi o primeiro Sistema Geológico (rochas) a ser proposto à comunidade científica. Na Europa continental e na Inglaterra, este sistema foi subdivido em Carbonífero Superior e Carbonífero Inferior. Em 1986, os geocientistas americanos (Alexander Winchell) propuseram o nome de Mississipiano para o Carbonífero Inferior e mais tarde, em 1891, o nome de Pensilvaniano (Henry S. Williams) para o Carbonífero Superior. Da base para o topo do Mississipiano (subperíodo), as seguintes Épocas são, geralmente, consideradas: (i) Tournaisiano ; (ii) Viseano e (iii) Sepukhoviano, enquanto que o subperíodo Pensilvaniano, se subdivide nas seguintes Épocas : (iv) Kashkiriano; (v) Moscoviano; (vi) Kasimoviano e (vii) Gzeliano. Durante o Carbonífero (inicial), o continente Gondwana, pela primeira vez, no Paleozóico, começou a derivar para o Sul. No início do Carbonífero tardio a margem do Gondwana (América do Sul / Norte de África) colidiu com a parte norte do continente EuroAméricano formando, no fim do Carbonífero, a Laurasia. A margem da plataforma Oriental da Europa (Este da LauroRussia / EuroAmérica) afundou-se por subsidência devido a um regime tectónico compressivo. Devido a deriva para o Norte, o continente Gondwana colidiu com a Laurasia criando uma cadeia de montanhas que se estendia desde a Polónia através da Europa Central e terminava nos Apalaches (EUA). Da colisão destes dois continentes nasceu o supercontinente Pangéia. Nessa altura, a Pangéia tinha uma forma alongada com um grande golfo aberto para oriente ao nível do equador, que os geocientistas chamaram o Mar de Tétis. Enquanto que a maior parte do continente Gondwana derivava para o pólo sul, os terrenos que formam hoje o SE Asiático e a Ásia Oriental permaneceram perto do equador onde formavam uma cadeia montanhosa, mais ou menos contínua, ao longo da margem Este do Mar de Tétis. Assim, pode dizer-se, que o Carbonífero foi um intervalo de tempo de glaciações, baixo nível do mar e formação de montanhas. Uma pequena extinção marinha que ocorreu no meio deste período, cujo nome deriva da presença, em todas as partes do mundo, de muitas camadas de carvão.

Carbono.................................................................................................................................................................................................................................................................................Carbon

Carbone / Carbono / Kohlenstoff / / Углерод / Carbonio

Elemento químico, que tem o número atómico 6 e o símbolo “C”. É um elemento não-metálico, do grupo 14 e período 2 na tabela periódica de Mendeleiev. O carbono tem várias formas alotrópicas das quais as mais conhecidas são: (i) Grafite ; (ii) Diamante e (iii) Carbono amorfo.

Ver: " Metano "
&
" Carvão "
&
" Hidrocarboneto "

O diamante ilustrado nesta imagem tem cerca de 1,5 quilates (um quilate corresponde exactamente a 200 mg) e está incrustado num eclogito (rocha metamórfica, granular, de composição basáltica, muito densa e que pode suportar pressões muito grandes) da mina de Udachnaya na Sibéria. O diamante, que é um alotrópico do carbono, é o material natural mais duro que se conhece. A sua dureza combinada com o seu alto poder dispersivo da luz, torna-o muito útil não só na indústria, mas também na joalharia. Todas as formas de carbono são muito estáveis. O carbono necessita de uma alta temperatura para reagir com outros elementos, mesmo com o oxigénio. O grau de oxidação do carbono mais comum nos componentes inorgânicos é +4, enquanto que ele é de +2 no monóxido de carbono (CO). As principais fontes de carbono inorgânico são os calcários, dolomites e anidrido carbónico (CO2). Quantidades importantes de carbono aparecem também nos depósitos de carvão, turfa, petróleo e hidratos de metano. O carbono forma muitos mais compostos (material formado por mais de um elemento químico) do que qualquer outro elemento. Até hoje, já foram descritos mais de 10 milhões de compostos, o que, teoricamente, corresponde a uma ínfima parte das combinações possíveis, em condições de temperatura e pressões normais. Em termos de massa, o carbono é o quarto elemento mais abundante do Universo, depois do hidrogénio, hélio e oxigénio. Ele está presente em todas as forma de vida. No corpo dos humanos, em termos de massa, ele é o segundo elemento mais importante (cerca de 18%) depois do oxigénio. Esta cornucópia, juntamente a diversidade dos componentes orgânicos e a habilidade que ele tem de formar polímeros a temperaturas normais que se encontram na Terra, faz dele o elemento químico de base de todas as formas conhecidas de vida. Há três isótopos naturais do carbono. O 142C e o 13C são estáveis, enquanto o 14^C é radioactivo. O 14C forma-se nos níveis superiores da troposfera e estratosfera, a altitudes entre 9 e 15 km, por uma reacção que é induzida pelos raios cósmicos.

Carga de Corrente...........................................................................................................................................................................................................Charge (stream)

Charge d'un cours d'eau / Carga de corriente / Laden eines Streams / 负载流 / Твёрдый дебит (водного потока) / Carico di un corso d'acqua

Quantidade de sedimentos transportada por uma corrente exprimida pela taxa do volume de sedimentos (que passam através de uma dada secção de um canal) por unidade de tempo.

Ver: " Rio "
&
" Capacidade (de uma corrente) "
&
" Canal "

Uma corrente de água escoa-se de maneira laminar (as moléculas de água deslocam-se paralelamente umas às outras), quando a sua velocidade é baixa e o leito da corrente regular. A alta velocidade, o escoamento é turbulento, isto é, as moléculas de água não se deslocam paralelamente umas às outras, mas de maneira caótica. As correntes transportam em dissolução, iões, em suspensão, finas partículas de argila e silte, e por tracção ou saltação, partículas mais grossas, como areia e calhaus. No diagrama ilustrado no canto esquerdo (diagrama de Hjulstrom), uma das curvas representa a velocidade mínima que uma corrente necessita de ter para erodir sedimentos (de vários tamanhos) do leito. A outra curva representa o mínimo de velocidade requerida para ela poder transportar sedimentos de vários tamanhos. Para os sedimentos grosseiros (areia, calhaus), é necessário menos velocidade para iniciar a erosão do que para transportá-los. Para as partículas mais pequenas (argila, silte), uma velocidade mais forte é necessária para as erodir do que para as transportar, uma vez que as partículas finas têm uma forte coesão resultante das atracções electrostáticas. A competência de uma corrente refere-se sobretudo às partículas mais pesadas, que a corrente pode transportar. Como ilustrado no diagrama de Hjulstrom, a competência depende da velocidade da corrente, a qual é função da inclinação do talvegue (linha média de uma corrente de água onde os dois lados de um vale se intersectam). Mais rápida é a corrente, mais pesadas são as partículas que ela pode transportar. A competência depende também da importância do cisalhamento no leito da corrente. Quando a velocidade da corrente é pequena (mais ou menos 0), perto do leito, e aumenta para cima em direcção da superfície, quanto maior for a taxa da variação da velocidade próximo do leito maior é o cisalhamento aplicado às partículas sedimentares que repousam sobre o leito. A capacidade de uma corrente é o máximo de material sólido que ela pode transportar. Ela depende da descarga e velocidade, uma vez que a velocidade afecta a competência. Quando a velocidade e descarga aumentam, a competência e a capacidade aumentam, mas não de uma maneira linear.

Carga Sísmica........................................................................................................................................................................................................................................................Charge

Charge sismique / Carga sísmica / Seismischer Belastung / 地震荷载 / Сильный донный нанос / Carico sismico

Combinação de explosivos para produzir energia sísmica. A carga sísmica é especificada pela quantidade e tipo de explosivos utilizados. Sinónimo de Fonte de Energia Sísmica.

Ver: " Sísmica de Reflexão "
&
" Linha Sísmica "
&
" Resolução Sísmica "

Qualquer explosão na superfície ou dentro do terreno produz uma onda de choque. Detectando as ondas de reflexão, ou de refracção, provenientes de uma fonte em superfície, os geocientistas são capazes de mapear estruturas geológicas (armadilhas) nas quais, por vezes, se encontram hidrocarbonetos. A maneira como essas ondas atravessam o terreno permite, também, determinar os elementos geológicos que controlam o escoamento das águas subterrâneas, como, por exemplo, a geometria e estratigrafia dos aquíferos aluviais ou dos paleocanais, onde a água subterrânea se escoa mais facilmente. Basicamente há dois tipos de métodos sísmicos: (i) Sísmica de Reflexão e (ii) Sísmica de Refracção. A primeira, pode ser utilizada quer no mar quer em terra. Ela é, principalmente, utilizada na pesquiza petrolífera. A segunda, que foi muito utilizada no início da pesquiza dos hidrocarbonetos é, actualmente, utilizada, sobretudo, na geotécnica. A onda de choque criada, quer pelo embate de uma massa numa placa metálica, em superfície, ou pela explosão de uma carga sísmica dentro do solo (ou água), reflecte-se nas diferentes camadas sedimentares de maneira dissemelhante, o que permite a cartografia das camadas. Com efeito, as camadas mais duras, isto é, a mais impedantes (produto da densidade pela velocidade das ondas que as atravessam) são as que dão uma onda reflectida com sinal mais forte. Embora os princípios fundamentais dos dois tipos de sísmica sejam os mesmos, o equipamento e procedimentos da aquisição diferem muito. Em terra, a fonte de energia é, normalmente, dinamite (colocada dentro de um pequeno poço) ou um mecanismo vibrante (colocado em camiões) chamado Vibroseis. Ao contrário da dinamite, o sinal do Vibroseis não é impulsivo. Ele dura entre 7 a 40 segundos. Para emitir o seu sinal, o Vibroseis vibra com frequências variando entre 10-60 Hz. Como no terreno, o espaço entre os reflectores (interfaces sedimentares) é mais pequeno do que comprimento de onda do sinal do Vibroseis, o registo das reflexões sobrepõe-se o que torna os dados brutos (não tratados) do Vibroseis difíceis de interpretar. Por isso, os traços têm que ser processados par produzir traços de substituição com um sinal equivalente ao da fonte.

Carga Sólida de Fundo........................................................................................................................................................................................................Bed Load

Charg basale (charge de fond) / Carga de fondo o de base / Sedimentfracht / 床沙 / Расход донных наносов / Carico Basale

Termo que descreve as partículas mais grandes (relativamente às partículas transportadas por suspensão) que são transportadas sobre o leito de uma corrente.

Ver: " Rio "
&
" Trânsito Sedimentar "
&
" Barra de Meandro (fóssil) "

Como ilustrado nesta fotografia, uma maneira de apreender a carga basal de uma corrente é de marcar uma série de calhaus de vários tamanhos e medir o seu movimento. Geralmente, a jusante, a carga da basal de uma corrente é menor e os calhaus são mais arredondados do que os da carga basal a montante. Isto é devido ao atrito e à abrasão que causam as partículas (blocos, calhaus, cascalho, areia, etc.) quando colidem umas contra as outras e contra as paredes e leito do canal (onde se escoa a corrente), o que corroí as texturas ásperas fazendo-as mais pequenas. Um transporte selectivo contribui, igualmente, para que os sedimentos a jusante sejam mais finos do que a montante. Na realidade, as partículas de maior tamanho são mais, facilmente, arrastadas pela corrente do que as partículas mais pequenas. As partículas mais pequenas são protegidas pelas maiores o que requer mais energia para as arrancar e as arrastar para jusante. Os sedimentos, relativamente, grandes são transportados, quer por rolamento, deslizamento ou por saltação, a velocidades inferiores às do escoamento, uma vez que elas são demasiado grandes para permaneceram em suspensão na corrente. Normalmente, numa corrente, a carga basal representa cerca de 10% da quantidade total de sedimentos transportados. Contudo, valores mais altos têm sido encontrados nas correntes de montanha. A erosão provocada por uma corrente corresponde ao destacamento ou arranque de material rochoso do leito ou dos flancos do canal onde ela escoa. Aproximadamente 95% da energia de uma corrente é utilizada par superar os efeitos da fricção imposta pelo canal e da fricção molecular interna. Isto deixa, unicamente, 5% da energia da corrente para arrancar os sedimentos das paredes e leito do canal. Não esqueça, que a acção erosiva de uma corrente de água faz-se de três maneiras: (i) Dissolução ; (ii) Impacto (acção hidráulica) quer nas margens quer na base do canal, que desaloja os materiais e os incorpora na carga basal e (iii) Abrasão, quer isto dizer, que as partículas, que são demasiado pesados para serem transportadas por suspensão, rolam e saltam sobre o leito da corrente corroendo-o pouco a pouco.

Carsificação.............................................................................................................................................................................................................................................Karstification

Karstification / Carsificación / Karstification, Verkarstung / 岩溶 / Образование карстового рельефа / Carsismo

Dissolução parcial dos calcários por águas ácidas e transporte do carbonato de cálcio sob a forma bicarbonato, dando origem a uma topografia superficial com aspecto, mais ou menos, caótico e formas de dissolução, assim como uma escorrência profunda. A dissolução é mais rápida ao longo das fracturas e diaclases que se abrem formando fendas de dissolução ou "grikes", entre as quais se formam blocos, mais ou menos, arredondados chamados lapiaz ("clints").

Ver: « Calcário »
&
« Carso »
&
«Carso Litoral»

A carsificação é o conjunto dos processos de génese e evolução das formas superficiais e subterrâneas numa região cársica ou pseudocársica. A dissolução dos carbonatos é o principal mecanismo da carsificação. As reacções químicas responsáveis de uma tal dissolução são: (i) Dissolução do dióxido de carbono ...... CO2 + H2O ⇀ H2CO3 ;  (ii) Dissolução na água do ácido carbónico........ H2CO3 + H2O ⇀ H3O+ HCO3- ; (iii) Ataque dos carbonatos........ H3O+ + CaCO3 ⇀ Ca2+ + HCO3- + H2O ; (iv) Equação de equilíbrio......... CO2 + H2O + CaCO3⇀ Ca2+ + HCO3-. Note que no teor em bicarbonato, um átomo de carbono vem da matriz calcária e o outro do gás carbónico. O gás carbónico é sobretudo de origem biogénica, uma vez que a sua concentração no solo é muito mais importante do que na atmosfera. As duas fontes possíveis para o gás carbónico podem diferenciar-se, facilmente, pelo teor dos isótopos do carbono (segregação do C13 pelos seres vivos). A dissolução dos carbonatos e por consequência a carsificação é facilitada por: a) Abundância de água ; b) Teor en CO2 na água, o qual aumenta com a pressão ; c) Uma temperatura da água pequena, quer isto dizer que mais fria a água é maior é o teor em dióxido de carbono ; d) Presença de seres vivos, uma vez que estes rejeitam CO2 para o solo pela respiração, o que aumenta fortemente o teor em CO2 no solo ; e) Composição da rocha (alto teor em carbonato de cálcio) ; f) Fracturação da rocha ; g) Tempo de contacto da água com a rocha. Isto quer dizer que uma região fria, húmida e calcária tem mais probabilidades de desenvolver um carsificação, o que não quer dizer que o carso não se encontre também nas regiões quentes e húmidas. Nas regiões cársicas podem desenvolver-se várias forma de carso como, por exemplo, dolinas, uvalas, poljes, lapiaz, fendas de dissolução, canhões, vales secos, sumidouros e ressurgências, etc.

Carso (erosão do calcário)................................................................................................................................................................................................................................................Karst

Érosion du calcaire (karst) / Carst / Karst / 喀斯特地形 / Карст / Carsismo

Paisagem caracterizada por cavernas, rios subterrâneos e desmoronamentos (dolinas) que se formam devido à acção das águas subterrâneas nas regiões constituídas por rochas, facilmente, solúveis (calcários e dolomites). O termo “karst” é o nome alemão da região dos planaltos calcários da Eslovénia, cujo nome eslavo é “kras”.

Ver: « Carso Litoral »
&
« Erosão »
&
« Dolina »

O enchimento das dolinas (depressões, em geral circulares, com diâmetros que podem atingir mais de 100 metros e que drenam as áreas de carso subjacentes) pela água das chuvas é uma parte natural dos sistemas hidrológicos nas regiões de carso. O enchimento ocorre durante os períodos de intensa chuva quer: (i) Quando a quantidade de água das chuvas excede a capacidade de drenagem das dolinas ; (ii) Quando a capacidade dos sistemas das cavernas para evacuar a água das chuvas é ultrapassada e a água tem que ser, temporariamente, armazenada ; (iii) Quando há um efeito de retorno do fluxo de água, isto é, quando a base das dolinas é mais baixa do que o nível de água durante uma inundação. A carsificação pode ser o resultado de uma grande variedade de elementos de diversas escalas. Por outro lado, ela pode fazer-se à superfície do solo ou no subsolo. Nas superfícies expostas, a pequena escala, os elementos principais são: (a) Caneluras ; (b) Regueiras; (c) Lapiás e (d) Fendas de dissolução (colectivamente o lapiás). A uma escala ainda mais pequena, os elementos de superfície são: (1) Dolinas ; (2) Poços verticais ; (3) Dolinas invertidas ; (4) Correntes que desaparece e correntes que reaparecem, etc. A grande escala, predominam: (I) Os pavimentos calcários ; (II) Naves cársicas e (iii) Vales cegos (vale que no final acaba abruptamente e o curso de água passa a correr no subsolo, uma vez que existe uma barreira cársica mais elevada que o fundo do vale). As paisagens cársicas maduras, nas quais uma grande parte das rochas foi dissolvida, são as torres cársicas e os montes residuais que predominam. No subsolo, são os sistemas de drenagem complexos, as grande grutas e cavernas que se desenvolvem. O CO3Ca dissolvido precipita, em geral, onde a água descarrega um pouco do CO2 dissolvido. As correntes subterrâneas podem, emergir e formar terraços de travertino. Nas caves uma grande, variedade de espelotemas (carsificação construtiva) forma-se a partir do CO_3Ca e outros minerais dissolvidos.

Carso Litoral........................................................................................................................................................................................................................................Coastal Karst

Karst littoral / Karst litoral / Küstenkarren, Küstenkarst / 沿海岩溶 / Прибрежный карст / Carso costiero

Conjunto de formas cársicas desenvolvidas no espraiado e na faixa supralitoral. Embora a dissolução do carbonato de cálcio varie inversamente com a temperatura, devido a uma actividade biológica intensa, as formas cársicas litorais são mais frequentes e mais desenvolvidas nas costas intertropicais. As formas cársicas litorais dispõem-se em faixas paralelas à linha da costa e diferenciam-se com o tempo de emersão-submersão a que estão sujeitas (Moreira, 1984).

Ver: « Carso »
&
« Erosão »
&
« Nível de Acção das Vagas»

Este corte geológico do Cabo das Correntes (Moçambique) ilustra a zonação e os principais tipos de microformas do carso litoral em rochas arenosas, em particular em eolianitos (rochas sedimentares consolidadas compostas de material clástico depositado pelo vento). Do continente para o mar reconhece-se: (1) Arriba Morta Alveolizada ; (2) Plataforma com Lápias Pontiagudas ; (3) Ouriçangas Litorais ; (4) Visor da Arriba Viva ; (5) Sapa ; (6) Plataforma com Vasques e Ouriçangas Embrionárias ; (7) Plataforma com vasques incrustadas de algas calcárias ; (8) plataforma bioconstruída por tubícolas ; (9) Ouriçangas Litorais ; (10) Cornija de Rebentação ; (11) Sapa Submersa ; (12) Banco de Coral Morto. Note que (13) sublinha os grés de praia e (14) eolianitos. Nos litorais calcários, como no Mediterrâneo, encontram-se numerosas fontes submarinas, que, muitas vezes, são de água salobra, que estão associadas à crise salina que ocorreu no Messiniano (há cerca de 5,5 milhões de anos atrás). Esta crise sublinha uma descida relativa do nível do mar muito importante (cerca de 1500 metros), que foi causada pelo fecho do estreito de Gibraltar e uma forte evaporação. A descida relativa do nível do mar foi responsável de uma carsificação em profundidade, provocada pela incisão de gargantas profunda nos vales principais, como o canhão do Ródano, que, actualmente, está completamente preenchido por sedimentos marinhos e continentais do Pliocénico. Estes sedimentos preenchem os aquíferos do carso, cuja saídas são, agora, fontes artesianas. Tais condições podem aumentar a permanência das águas subterrâneas para vários milhares de anos (a permanência normal de um aquífero numa zona cársica bem desenvolvida é de cerca de um ano) e favorecem não só a descarga de água doce (<50 m de profundidade), mas também a entrada de água do mar nos aquíferos o que cria fontes de água salobra.

Carvão.................................................................................................................................................................................................................................................................................................Coal

Charbon / Carbón / Kohle / / Уголь / Carbone

Rocha facilmente combustível (combustível fóssil) contendo mais de 50% (em peso) e mais de 70% (em volume) de material carbonoso incluindo a mistura inerente, formada por compactação e induração de diversos restos de plantas como os encontrados na turfa.

Ver: " Carbono "
&
" Carbonífero "
&
" Rocha-mãe "

A composição do carvão (percentagem de volume e peso) determina o seu "ranking". Um carvão com um "ranking" alto, contendo pouco hidrogénio, oxigénio, nitrogénio e pelo menos 95% de carbono (puro), é considerado uma antracite. A grafite, formada a partir do carvão, é o produto final de uma conversão térmica e diagenética da matéria orgânica (50% de volume de água) do carvão em carbono puro. O carvão, em geral, contém uma quantidade considerável de água presa entre as partículas de carvão. O carvão quando vêm de uma mina é húmido e é, em geral, também armazenado húmido para impedir uma combustão espontânea. É por esta razão que a quantidade de carbono do carvão é denominada como “da mina” ou de “mistura livre”. A linhite e outros carvões de baixo "ranking" contém quantidades de água consideráveis e outros componentes voláteis presos entre as partículas de carvão, que são conhecidas como os seus macerais. Os macerais estão presente quer dentro das partículas de carvão ou como átomos de hidrogénio e oxigénio nas moléculas. Isto acontece porque o carvão é convertido a partir de carbohidratos, como a celulose, em carbono através de um processo incremental. Por conseguinte, a quantidade de carbono no carvão depende, fortemente, do grau de preservação da celulose no carvão. O carvão é, principalmente, utilizado como um combustível fóssil para produzir electricidade e calor via combustão. O consumo mundial de carvão é de cerca de 6,2 Gt por ano, das quais cerca de 75% são utilizadas para produzir electricidade. Em 2006, a China produziu cerca de 2,38 Gt e a Índia cerca de 0,44 Gt. Cerca de 68% da electricidade na China é produzida a partir do carvão. Os EUA consomem cerca de 1Gt de carvão cada ano, utilizando cerca de 90% para produzir electricidade. Em termos de emissões de dióxido de carbono (CO2), o carvão emite mais do que o petróleo e cerca do dobro do gás natural. Assim, quando certas pessoas dizem que a electricidade, e em particular os carros eléctricos não emitem CO2 , elas esquecem-se de dizer, como é que a electricidade é produzida.

Cascalho (seixo).........................................................................................................................................................................................................................................................Pebble

Gravier (gravillon) / Guijarro / Geröll, Kies / 鹅卵石 / Галька / Ghiaia

Cascalho ou seixo é um clasto de uma rocha com um diâmetro que, na escala de φ (phi) de Krumbein varia entre -2 até -6, i.e., entre 4 e 64 milímetros, o que significa que é um termo muito impreciso.

Ver: « Calibração (sedimentos) »
&
« Cone Aluvial »
&
« Granulometria»

Esta praia do norte da Noruega (a montanha ao funda é a montanha de Drangen) é muito particular. Ela é preenchida por milhões de seixos e é muito inclinada, o que torna difícil caminhar ao longo dela. Por outro lado, quando as ondas se espraiam o barulho que fazem os seixos quando rolam uns contra os outros é, simplesmente, fantástico. Uma praia composta, principalmente, de seixos é um praia de cascalho (termo muito pouco preciso, uma vez que o diâmetro das partículas varia entre 4 e 64 mm). Estas praias têm características muito particulares com respeito à erosão das ondas. Elas têm nichos ecológicos pouco frequentes, nos quais se encontram espécies rara e algumas em extinção. Na classificação de Krumbein quando φ é inferior -8 (diâmetro superior 256 mm) a partícula sedimentar chama-se um bloco (pedregulho). Quando φ é entre -6 e -8 (diâmetro entre 64 e 256 mm) a partícula chama-se um calhau. Quando φ é entre -5 e -6 (diâmetro entre 32 e 64 mm) a partícula também se chama calhau. Quando φ é entre -4 e -5 (diâmetro entre 16 e 32 mm) trata-se de cascalho grosso. Quando φ é entre -3 e -4 (8 e 16 mm) trata-se de cascalho médio. O cascalho é fino quando φ é entre -2 e -3 (diâmetro entre 4 e 8 mm) e muito fino quando φ é entre -1 e -2 (2 e 4 mm). Quando φ é entre 0 e -1 (diâmetro entre 1 e 2 mm) trata-se de areia muito grossa. A areia grossa tem um φ entre 1 e 0 (entre 0,5 e 1 mm). A areia é média quando o φ é entre 2 e 1 (0.25 - 0.5 mm), fina quando φ é entre 3 e 2 (125 e 250 µm) e muito fina quando φ é entre 4 e -3 (62,5 - 125 µm). Quando φ é entre 8 e 4 (diâmetro entre 3,9 e 62,5 µm) trata-se de um silto (limo). A argila tem um φ maior que 8 (diâmetro inferior a 3,9 µm) e um colóide quando φ é inferior a 10 (1 µm). A classificação USCS, muito usada para descrever a textura e a granulometria dos solos, é muito mais simples: (a) Balastro, quando mais de 50% das partículas são retidas numa rede de 4,75 mm de malha ; (b) Areia, quando 50% das partículas são retidas numa rede de 4,75 mm; (c) Limo e Argila, quando mais de 50% das partículas passam numa rede de 0,075 mm.

Catabático (vento) ..............................................................................................................................................................................................................................................Catabatic

Catabatique (vent) / Catabático (viento) / Katabatischen / Katabatic (风) / Нисходящий (о ветре) / Catabatico (vento)

Vento que transporta, pela força da gravidade, ar de alta densidade de uma área elevada par uma área mais baixa. É por isso que este tipo de vento é, por vezes, chamado vento descendente. Contudo, nem todos os ventos descendentes são catabáticos.

Ver: " Atmosfera "
&
" Transporte sedimentar "
&
" Loess (limo) "

Um vento catabático forma-se pelo arrefecimento por radiação do ar acima de um planalto, montanha, glaciar ou mesmo em cima de um monte. Como a densidade do ar é inversamente proporcional à temperatura, quer isto dizer, que quando maior for a temperatura do ar menor é a sua densidade, o ar escoa-se para baixo aquecendo-se adiabaticamente à medida que desce. Não esqueça que num aquecimento adiabático nenhum calor é transferido para ou do trabalho do fluído ou, por outras palavras, nenhum calor é transferido do ambiente circunvizinho. A temperatura do vento depende da temperatura da região de origem e da temperatura a montante da descida. Em certos caso, o vento pode aquecer (mas não sempre) no momento em que atinge o nível do mar. Ao contrário na Antártida, a temperatura do vento ainda é intensamente fria quando este atinge o nível do mar. Os ventos catabáticos são muito frequentes nas grandes e elevadas calotes glaciares da Antártida e Gronelândia. Como ilustrado neste esquema, a formação de ar frio muito denso por cima das calotes e altas acumulações de gelo cria uma enorme energia gravitacional, que impulsiona os ventos por vezes a uma velocidade superior à dos mais fortes furacões. Na Gronelândia esses ventos são chamados "Piteraq" e são mais intensos quando uma área de baixa pressão se aproxima da costa. O mesmo sucede da Terra do Fogo (América do Sul) e no Alasca, onde os ventos catabáticos podem atingir 180 a 360 km/h, tornando assim a navegação muito perigosa. Contudo nem todos os ventos descendentes são catabáticos. Assim, por exemplo, o Foehn (nos Alpes) e o Chinnok ( na Montanhas rochosas) são restos de ventos de chuva. No lado de barlavento das montanhas o vento ascendente é muito húmido (muita chuva), enquanto que do lado sotavento ele é muito mais seco e quente. Como exemplo de ventos catabáticos pode citar-se o Bora, no mar Adriático, o Santa Ana, na Califórnia , o Oroshi, no Japão, e o Barbeiro, na Nova Zelândia.

Catastrofismo (princípio).......................................................................................................................................................................................................Catastrophism

Catastrophisme (principie) / Catastrofismo (principio) / Katastrophismus / 灾变 / Катастрофизм / Catastrofismo /

Doutrina que explica as diferenças nas formas fósseis encontradas em sucessivos níveis estratigráficos como sendo o produto de repetidos eventos catastróficos e repetidas criações. Esta teoria é, geralmente, associada com o naturalista francês Barão Georges Cuvier (1769-1832).

Ver: " Uniformitarismo (princípio)"
&
" Paleontologia "
&
" Supercontinente "

O catastrofismo é o contrário do uniformitarismo. Uniformitarismo foi refutado nos últimos anos, não só pela paleontologia, mas também pela tectónica. Eventos catastróficos, como a erupção do Monte de ST. Helena, em 1980, corroboram o catastrofismo. Antes da introdução do uniformitarismo, o catastrofismo era a doutrina geológica mais aceite. Actualmente, o catastrofismo parece ser a interpretação mais precisa da história geológica da Terra. Desde 1980, houve uma dramática mudança de atitude dos geocientistas em relação ao catastrofismo devido a hipótese de Alvarez e colegas : "os horizontes sedimentares, no limite Cretácico - Terciário, com uma alta concentração de irídio sublinham um episódio de extinção em massa no final do Período Cretácico causada pelo impacto de um grande asteróide". O catastrofismo é suportado por toda uma série de lendas antigas, como o Dilúvio", que é conhecido em quase todas as partes do mundo e que, provavelmente, corresponde um evento geológico catastrófico global (importante subida eustática induzida por uma deglaciação). Os registos estratigráficos e paleontológicos sugerem sempre eventos marinhos catastróficos. As rochas sedimentares (arenitos, siltitos, rochas argilosas, calcários, etc.) não são outra coisa que o resultado de subidas relativas do nível do mar que depositam horizontes rochosos uns sobre os outras por uma triagem hidrológica. Da mesma maneira, os animais, cujos restos fósseis se encontram dentro das camadas sedimentares, parecem ter sido sido enterrados e preservados de maneira, mais ou menos, catastrófica. Os fósseis, como as rochas, foram triados de acordo com a densidade, caso contrário, as carapaças teriam apodrecido ou teriam sido eliminadas. Nunca esqueça, que aproximadamente 95% dos fósseis descobertos até hoje são invertebrados marinhos associados a um catastrofismo marinho. Dos restantes, cerca de 4,74% são fósseis de plantas, 0,25% são invertebrados terrestres (incluindo insectos), e 0,0125% são vertebrados (sobretudo peixes). Cerca de 95% de todos os vertebrados terrestres descobertos até hoje são representados por menos de um osso.

Cava (onda)..........................................................................................................................................................................................................................................Wave trough, Hollow

Creux / Depresión / Wellental / 空心 / Впадина (прогиб) / Cavo

Sector côncavo de uma onda.

Ver: " Comprimento de Onda "
&
" Acção das Vagas (mar calmo) "
&
" Varrido "

As ondas periódicas são caracterizadas por cristas (altos) e cavas (baixos). Elas podem ser classificadas em longitudinais ou transversais. As transversais têm vibrações perpendiculares à direcção de propagação como as ondas de uma corda e as electromagnéticas. As ondas longitudinais vibram paralelamente à direcção de propagação, como, por exemplo as ondas sonoras. Quando um objecto se move para cima e para baixo à superfície de um lago, ele tem uma trajectória orbital, visto que as ondulações de um lago não são simples ondulações transversais sinusoidais. Na realidade, as ondas de um lago são uma combinação de ondas transversais e longitudinais e, assim, cada ponto da superfície do lago segue uma trajectória orbital. Todas as ondas têm um comportamento comum sob um certo número de condições, isto é, todas as ondas podem sofrer uma: (i) Reflexão, quando a direcção da onda muda ao embater numa superfície reflectora ; (ii) Refracção, quando a direcção da onda muda ao entrar num novo meio ; (iii) Difracção, desvio das ondas quando estas encontram um obstáculo na sua trajectória (o desvio é maior quanto o comprimento da onda é próximo do tamanho do objecto difractante) ; (iv) Interferência, quando duas ondas colidem ; (v) Dispersão, quando uma onde se divide por frequência e (vi) Propagação Rectilínea, quando o movimento da onda é em linha recta. Como exemplos de ondas pode citar-se: (a) As ondas do mar, que são na realidade perturbações que se propagam através da água ; (b) Ondas da rádio, micro-ondas, raios infravermelhos, a luz (visível), os raios ultravioletas, os raios X e os raios gama que formam a radiação electromagnética (propagação das ondas é possível sem meio, através do vácuo a uma velocidade de cerca de 300 000 km/s) ; (c) Ondas sonoras, que são ondas mecânicas que se propagam através de gases, de líquidos e de sólidos; (d) Ondas do tráfico, isto é a propagação das diferentes densidades de automóveis (estas ondas podem ser modelizadas como ondas cinemáticas) ; (e) Ondas sísmicas (tremores de terra), das quais existem três tipos, ondas S, P e L ; (f) Ondas de gravidade, que correspondem a flutuações da curvatura espaço-tempo (ondas não lineares que ainda não foram observadas empiricamente) ; (g) Ondas de inércia que ocorrem nos líquidos em rotação e que são restauradas pelo efeito de Coriolis.

Caverna (gruta).......................................................................................................................................................................................................................................................................Cave

Caverne / Caverna / Höhle, Cave (Höhle) / 洞穴 / Пещера / Grotta /

Cavidade natural subterrânea resultante de lentos processos de dissolução e erosão das rochas pela água. Certos geocientistas sugeriram que o termo caverna devia aplica-se, unicamente, às cavidades subterrâneas nas quais a luz do dia, praticamente, não penetra. A exploração e o estudo das cavernas é actividade principal dos espeleólogos, cuja ciência é a espeleologia.

Ver: " Calcário "
&
" Erosão "
&
" Dissolução "

A espeleogenése é a formação e desenvolvimento das cavernas, as quais se formam por processos geológicos variados, que envolvem uma combinação de processos químicos, erosão pela água, esforços tectónicos, micro-organismos, pressão, influências atmosféricas e mesmo escavamento. A grande maioria das cavernas forma-se em rochas calcárias por dissolução, mas elas podem formar-se em qualquer tipo rocha solúvel. Importantes cavernas foram reconhecidas na cré, dolomites, mármores, granitos, sal, arenitos, corais fósseis e no gesso. As maiores cavernas por dissolução estão localizadas nos calcários, porque estes são, facilmente, dissolvidos pela água das chuvas e correntes subterrâneas carregadas de acido carbónico (CO3H2). A dissolução dos calcários produz uma topografia típica conhecida pelo nome de carso que é caracterizada por dolinas e sistemas de drenagem subterrâneos, como ilustrado neste esquema. Nas rochas carbonatadas e, particularmente, nos calcários, as cavernas são, quase sempre, ornamentadas por formações carbonatadas produzidas por uma precipitação lenta do carbonato de cálcio (CO3Ca), isto é, por espeleotemas (do grego "spelaion"- caverna e "thema"- depósito). Neste esquema, nas caverna, quer debaixo da marmita quer debaixo da dolina, reconhecem-se estalactites, estalagmites e colunas. Contudo, outros espeleotemas como cortinas, bandeiras, couve-flores, excêntricas, flores, cascatas e represas de travertino também se podem depositar. A corrente subterrânea, provavelmente, responsável pela dissolução dos calcários e formação das cavernas é, neste exemplo, bem visível e, como indicado, o plano de água é, mais ou menos, equivalente à cota da sua ressurgência (nascente). As cavernas de Lechuguilla e Carlsbad (Novo México, USA) são exemplos típicos de cavernas por dissolução, formadas pela acção do SH2 (proveniente dos campos petrolíferos subjacentes) que misturando-se com a água subterrânea formou ácido sulfúrico que dissolveu, parcialmente, os calcários.

Célula de Hadley......................................................................................................................................................................................................................Hadley Cell s.l.

Cellule de Hadley s.l. / Célula de Hadley s.l. / Hadley-Zelle s.l. / 哈德利细胞 s.l. / Ячейка Гадлея s.l. / Hadley cell lato sensu

Padrão de circulação do ar, que predomina na atmosfera tropical, com um movimento ascendente, perto do equador (escoamento em direcção dos pólos a cerca de 10-15 km acima do nível do mar), e movimento descendente, nas regiões subtropicais, em direcção do equador, perto do nível do mar. Esta circulação do ar está intimamente ligada aos alísios, cintura de chuva tropical, desertos sub-tropicais e correntes de jacto..

Ver: " Atmosfera "
&
" Efeito de Coriolis "
&
" Clima"

Neste esquema está ilustrada uma célula de Hadley (lato senso), quer isto dizer, uma corrente de ar que vai desde o equador até aos pólos e volta para o equador. Contudo, em detalhe, a Terra esta cercada por várias cinturas ou células de ventos predominante, que são separadas por regiões estreitas onde o ar se desloca para baixo e para cima (descida e ascensão). Muitos geocientistas consideram que uma célula de Hadley (equador - pólos -equador), pode subdividir-se em três células secundárias: (i) Célula de Hadley (stricto sensu) ; (ii) Célula de Ferrel e (iii) Célula Polar, com três tipos de ventos ventos alísios de: (a) NE ; (b) Oeste e (c) Este polar, para o hemisfério norte. Com efeito, perto do equador, onde a radiação solar média é a mais forte, o ar é aquecido e começa a subir criando uma faixa de baixa pressão atmosférica, centrada no equador (ZCIT, Zona de Convergência Inter-tropical). Esta zona, que começa a formar-se nas regiões subtropicais, quando atinge o equador, ele eleva-se na atmosfera superior por convergência e convecção. Desde que a corrente atinge uma altitude cerca de 14 km (topo da troposfera), ela começa a fluir, horizontalmente, em direcção dos pólos. A corrente ascendente corresponde a um segmento de circulação da chamada de célula de Hadley (stricto sensu), que desce para a superfície da Terra cerca de 30° graus Norte e Sul. Nestas latitudes, a porção descendente produz uma faixa de ar de alta pressão chamada alto subtropical. A partir desta zona, o ar desloca-se em duas direcções. Os ventos são gerados entre o alto subtropical e a faixa equatorial de baixa pressão (ZCIT), à medida que o ar flui da zona de alta a para a baixa pressão. Estes ventos, quanto viajam em direcção do equador, são desviados de Este para Oeste pela força de Coriolis. A outra parte do ar que se desloca da zona do alto subtropical em direcção dos pólos também é desviada pela força de Coriolis, produzindo ventos do Oeste.

Cenozóico......................................................................................................................................................................................................................................................................Cenozoic

Cénozoïque / Cenozoico / Känozoikum新生代 / Кайнозойский / Cenozoico /

A Era geológica que começou há 65 Ma (milhões de anos atrás) e continua até ao hoje.

Ver: " Paleozóico "
&
" Gondwana "
&
" Era "

Neste esquema, com excepção do Holocénico (entre 0 e 10 ka) estão representados os diferentes períodos que formam o Cenozóico. Contudo, como se pode constatar, os limites entre as diferentes épocas variam segundo os geocientistas (da direita para a esquerda: a) Holmes, 1937 ; b) Holmes, 1960 ; c) Kulp, 1961 ; d) Berggren, 1972 ; e) Hardenbol & Berggren, 1978 ; f) GTS 82 (Harland et al., 1982) ; g) NDS 82 (Odin et al., 1982) ; h) DNAG 83 (Berggren et al., 1983) ; i) Exxon 88 (Haq et al., 1987) ; j) GTS 89 (Harland et al., 1990) ; k) Berggren et al. 1995 e l) GTS 2004. Durante o Cenozóico, a fragmentação e migração dos continentes, derivados da ruptura do supercontinente Pangéia, continuou e, pouco a pouco, a superfície da Terra tomou a sua configuração actual. Dois processos geológicos básicos são os responsáveis dos principais eventos que ocorreram durante o Cenozóico: (i) Colisão Continental ou Tectónica e (ii) Expansão Oceânica. Os quatro grandes fragmentos continentais derivados do Gondwana moveram-se para o Norte e colidiram com a Laurasia. Destas colisões, cujo clímax aconteceu no Miocénico Inicial, formaram-se grandes cadeias de montanhas. A expansão do Oceano Atlântico Norte e Sul continuou, contribuindo à deformação da margem oriental da África e das margens ocidentais da América do Norte e Sul, à medida que os continentes eram empurrados contra as placas tectónicas adjacentes. Os fragmentos continentais resultantes da fragmentação do Gondwana são a América do Sul, África, Índia e Austrália. A América do Sul não foi empurrada, suficientemente, para o Norte para causar uma colisão importante com a América do Norte. O impacto entre a África (que continua a mover-se par o Norte) e a Europa foi, relativamente, fraco. As microplacas Mediterrâneas já foram várias vezes arranjadas e comprimidas à medida que a África se desloca para o Norte. As tentativas da placa Africana de mergulhar debaixo da placa Europeia, para criar uma zona de subducção, têm produzido encurtamentos importantes na placa Europeia, dos quais os Alpes, o fecho do Mar de Tétis (reduzido hoje a pequenos corpos de água como o Mediterrâneo e Mar Negro) são bons exemplos.

Cerogénio........................................................................................................................................................................................................................................................................Kerogen

Kérogéne / Kerógeno / Kerogen / 油母質 / Кероген / Cherogene

Fracção da matéria orgânica sedimentar, que é insolúvel nos solventes orgânicos comuns devido ao grande peso molecular dos seus constituintes (a fracção solúvel corresponde aos betumes). O cerogénio não é uma substância orgânica com uma composição química bem definida, uma vez que ela inclui a matéria orgânica derivada das áreas continentais e ambientes marinhos. Certos tipos de cerogénio, quando aquecido a determinadas temperaturas, na crusta terrestre, produzem petróleo e outros gás.

Ver: « Janela do Petróleo »
&
« Petróleo»
&
« Rocha-Mãe »

Tendo em linha de conta as taxas de hidrogénio-carbono e oxigénio-carbono, podem considerar-se três tipos principais de cerogénio. (A) Tipo I, este tipo é caracterizado elementos seguintes: (i) Contém alginite (microfósseis marinhos), matéria orgânica amorfa, cianobactérias, algas de água doce e resina de plantas terrestres ; (ii) A razão H:C é maior que 1,25 ; (iii) A razão O:C é inferior a 0,15 ; (iv) Tem grande tendência a produzir hidrocarbonetos líquidos ; (v) Deriva, principalmente, de algas lacustres e forma-se, unicamente, em lagos anóxicos e raros ambientes marinhos ; (vi) Tem vários ciclos ou estruturas aromáticas ; (vii) Formado, principalmente, por proteína e lípidos. (B) Tipo II, este tipo é caracterizado pelos elementos seguintes : (a) A razão H:C inferior a 1,25 ; (b) A razão O:C é entre 0,03 e 0,18 ; (c) Tendência a produzir uma mistura de petróleo e gás ; (d) Pode ser formado por exinite (formada de crustas de pólens e esporos), cutinite (formada de cutícula das plantas terrestres), resinite (formada de resinas de plantas terrestres), liptinite (formada de lípidios de plantas terrestres) e algas marinhas ; (e) Todas esta variedades têm grande tendência para produzir petróleo e são todos formados por lípidos depositados em condições redutoras. (C) Tipo III, este tipo é caracterizado por: (1) A razão H:C é inferior a 1 ; (2) A razão O:C é entre 0,003 e 0,3 ; (3) Material espesso semelhante a madeira ou carvão ; (4) Tende a produzir carvão ou gás ; (5) Tem pouco hidrogénio, devido a importância dos sistemas aromáticos em anel. O cerogénio tipo III é formado a partir de matéria vegetal terrestre, que é deficiente em lípidos ou matéria cerosa. Ele forma-se a partir da celulose, polímeros carbohidratados (que formam a estrutura rígida das plantas terrestres), lignina, um polímero não-carbohidratado formado de fenilpropano (que envolve as fibras de celulose), terpenes e componentes fenólicos de muitas plantas.

Charco, Poça, Lagoa................................................................................................................................................................................................................................................Pond, Pool

Étang / Estanque, Lago estancado / Teich / 池塘 / Пруд / Stagno

Pequeno corpo de água, de pouca profundidade, cercado por terra por todos os lados e que ocupa, de forma permanente, uma depressão natural do terreno. Corpo de água estagnado, raso, de área, relativamente, pequena (até várias dezenas de hectares), resultantes da impermeabilidade do solo.

Ver: « Lago »
&
« Lago Temporário »
&
« Lago Pro-glaciar »

Quando um lago é relativamente pequeno ou quando um charco (poça ou lagoa) é, relativamente, grande, a diferença entre o lago e charco (lagoa) é muito difícil, se não impossível. Alguns geocientistas consideram um charco (por vezes chamado lagoa) como um pequeno lago, mas não há nenhum acordo internacional, mesmo nacional, que estabelece a fronteira entre eles. Assim, os valores entre 2 e 8 hectares ou 20 000 a 80 000 km2 foram propostos como possíveis limites entre um lago e um charco. Em geral, uma lagoa não tem saída e é, frequentemente, alimentada a partir de fontes subterrâneas (no aquífero entre a superfície do terreno). Como uma lagoa corresponde a um curso de água lêntico (água não flui, é mais ou menos estacionário) que contém, geralmente, os ecossistemas (comunidades de organismos compostos por produtores, compositores e decompositores, funcionalmente ligados um ao outro e ao meio ambiente, e tratada como uma única entidade). Em áreas com muita vegetação, os restos em decomposição de plantas que habitam as lagoas ou charcos, podem subir à superfície e formar uma camada de cor, mais ou menos, conhecido como lagoas escumalha cinzentas. Um dos principais contribuintes para a espuma das lagoas é a presença de algas, que se multiplicam, rapidamente, especialmente em lagos eutróficos (com mais nutrientes do que normalmente eles devem ser) e bem exposta à luz solar. Quatro diferentes micro-habitats existem numa lagoa : (i) Surf, isto é, o filme superfície rico em restos vegetais em decomposição ; (ii) Lâmina (II) ; (iii) Base e (iv) Margem. A espuma é um habitat para os animais que precisam de ar para respirar. A lâmina ou camada de água é habitat para grandes nadadores animais, bem como plantas e animais que formam o plâncton microscópico. A parte inferior, especialmente quando é composta por areia, é o lar de esponjas, caracóis, minhocas, etc. A terra é um habitat que pode ser dividida em três domínios : (a) Campo de plantas emergentes ; (b) Área com folhas e (c) Área de flutuação em plantas submersas.

 


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Ultima actualização : Febreiro, 2015